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FORMAÇÃO MODULAR CERTIFICADA

UFCD Gestão da Prevenção de Riscos Profissionais


Manual de Formação
Gestão da Prevenção de Riscos Profissionais

ÍNDICE
ÍNDICE ............................................................................................................................... 2

1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4

2- CONCEITOS DA PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS ................................................. 5

2.1 – CONCEITO DE TRABALHO ................................................................................................................................ 5


2.2 – CONCEITO DE SAÚDE ....................................................................................................................................... 6
2.3 – CONCEITO DE PERIGO...................................................................................................................................... 7
2.4 – CONCEITO DE RISCO ........................................................................................................................................ 7
2.5 – CONCEITO DE ACIDENTE.................................................................................................................................. 7
2.6 – DOENÇA PROFISSIONAL ................................................................................................................................... 8
2.7 – CONDIÇÕES DE TRABALHO .............................................................................................................................. 9
2.7.1 – Segurança do equipamento ...................................................... 9
2.8 – PREVENÇÃO INTEGRADA ............................................................................................................................... 10
2.8.1 – Protetor fixo ...................................................................... 10
2.8.2 – Protetor móvel ................................................................... 10
2.8.3 –Protetor com dispositivo de encravamento.................................... 10
2.8.4 – Protetor com dispositivo de bloqueio .......................................... 10
2.8.5 – Protetor regulável ............................................................... 11
2.8.6 – Protetor com comando de arranque ........................................... 11
2.9 –AVALIAÇÃO DE RISCOS ................................................................................................................................... 11

3- PRINCIPAIS FUNÇÕES DA GESTÃO ................................................................................ 12

3.1- DEFINIÇÃO DE GESTÃO .................................................................................................................................... 12


3.1.1 – Planear ............................................................................ 12
3.1.2 - Organizar .......................................................................... 13
3.1.3 – Liderar ............................................................................. 13
3.1.4 - Executar ........................................................................... 13
3.1.5 - Controlar .......................................................................... 14
3.2 – RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................................... 14

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3.3 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................................................................... 14


3.3.1 – A teoria dos 5 S’s ...................................................................................... 14
3.4 - FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO ........................................................................................................................... 16
3.5 - APROVISIONAMENTO...................................................................................................................................... 16
3.6 - MANUTENÇÃO ................................................................................................................................................ 17
3.7 - QUALIDADE ..................................................................................................................................................... 18

4 –INDICADORES DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO .............................................. 19

5 – BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 21

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1- INTRODUÇÃO

Este manual tem a finalidade tem como objetivo a identificação dos principais
conceitos relacionados com a Segurança no Trabalho e a identificação das principais
causas e consequências dos acidentes de trabalho.

É necessário fazer uma avaliação e análise de todo o conjunto de técnicas, de todas


as modificações mecânicas, físicas, químicas, biológicas, psíquicas, sociais, etc., que
se produzem no meio laboral, para se poder determinar em que sentido afetam a
saúde do trabalhador.

É necessário detetar, avaliar e atuar sobre todos os riscos profissionais existentes,


tanto os que podem provocar acidentes de trabalho e/ou doenças profissionais como
as situações causadas pela fadiga mental, insatisfação laboral, etc. e em geral
qualquer possível dano para a saúde dos trabalhadores.

Todo o tipo de trabalho pode trazer riscos para a saúde dos trabalhadores.

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2- CONCEITOS DA PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS

2.1 – CONCEITO DE TRABALHO


O conceito do trabalho pode ser abordado a partir de diversos planos. A sua definição
básica indica que é a medida do esforço feito pelos seres humanos. Na visão
neoclássica da economia, por exemplo, constitui um dos três fatores da produção,
juntamente com a terra e o capital.

Ao longo da história, a forma predominante do trabalho foi a escravidão (trabalho


forçado, em que um homem domina outro, impedindo-o de tomar decisões
livremente). A partir de meados do século XIX, a escravidão começou a diminuir e foi
declarada ilegal. Desde então, o trabalho assalariado passou a ser a forma dominante
do trabalho.

Esta conceção do trabalho indica que um indivíduo realiza uma certa atividade
produtiva pela qual aufere um salário, isto é, o preço do trabalho dentro do mercado
laboral. A relação de trabalho (relação laboral) entre o empregador (a entidade
patronal) e o empregado está sujeita a diversas leis e convenções, embora também
existam contratações realizadas de forma ilegal.

Outras formas de trabalho possíveis são o trabalho autónomo produtivo (através do


qual se exercem as profissões liberais por exemplo), o trabalho informal de
sobrevivência e a servidão, entre outras. Apesar de existir o trabalho ad honorem que
não implica uma retribuição económica, considera-se que o trabalho é uma atividade
realizada em troca de uma contraprestação económica.

Consideramos então o TRABALHO como uma atividade social organizada que


permite alcançar alguns objetivos e satisfazer algumas necessidades, através da
combinação de recursos de natureza diferente, tais como os trabalhadores, os
materiais, a energia, a tecnologia, a organização, etc”;

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2.2 – CONCEITO DE SAÚDE


A OMS, reconhece que desfrutar de um estado de saúde o mais elevado possível, e
sem qualquer tipo de descriminação, é um dos direitos fundamentais do ser humano.
Promover a saúde é dar capacidade ás pessoas de melhorarem a sua saúde,
reduzindo os comportamentos de risco.

Segundo a Carta de Banguecoque (11 de Agosto de 2005), é uma função de SAÚDE


PÚBLICA defender a saúde assente nos direitos humanos e na solidariedade.
Consegue-se, investindo em políticas, ações e infra-estruturas para a saúde. Cultivar
capacidades na área do conhecimento pesquisa e na educação sanitária. Para tudo
isto, torna-se necessário legislar e criar normas que assegurem um elevado grau de
proteção e que garantam a todos os princípios de igualdade em saúde e bem-estar.

Estes compromissos devem promover a saúde de importância primordial para o


desenvolvimento global, tornando-a uma responsabilidade de todos os governos
assumindo um objetivo fundamental para a sociedade civil e a comunidade geral.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), refere a saúde como o estado de bem- estar
físico,mental e social completo e não somente a ausência de dano ou doença.

Esta visão, varia em função das quatro dimensões nas quais o indivíduo se encontra
inserido: biológica, física, psico-social e apenas quando estas três dimensões estão
equilibradas em cada pessoa. Um padrão de vida que é considerado para um
indivíduo como sendo de qualidade, para um outro pode não o ser. Torna-se evidente
efetuar aqui uma “variante” do conceito de saúde, a SAÚDE OCUPACIONAL.

Esta é a área que se dedica à promoção e manutenção do mais elevado padrão de


bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores de todos os sectores de atividade.
Procura a adaptação do trabalho ao homem e de cada homem ao seu trabalho. O
trabalho permite-nos satisfazer uma série de necessidades, que vão desde a
sobrevivência à evolução pessoal e social, que a não se realizar em condições
adequadas, pode prejudicar gravemente a saúde dos trabalhadores.

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2.3 – CONCEITO DE PERIGO


Uma, de entre muitas, definição de PERIGO designa-se como a fonte ou situação com
potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano ou
danos para a saúde, para o património, para o ambiente, ou uma combinação destes.
Outra, define o perigo como a propriedade ou capacidade intrínseca de um
componente de trabalho (por ex. materiais, equipamentos e métodos) que se torna
potencialmente causador de danos, doenças ou outras lesões sofridas pelo
trabalhador, provocadas pelo ou durante o trabalho.

2.4 – CONCEITO DE RISCO


O risco é uma situação inerente ás múltiplas atividades diárias realizadas por qualquer
pessoa. Existe o risco profissional, sendo a possibilidade de um trabalhador sofrer um
determinado dano provocado pelo trabalho.

A qualificação depende do efeito conjugado da probabilidade de ocorrência e da sua


gravidade.

Há elementos que podem influenciar negativamente a saúde do trabalhador, estes


são denominados riscos profissionais. Só temos segurança quando conhecemos
todos os riscos e nos protegemos adequadamente contra eles até que sejam
eliminados.

Desta forma, podemos considerar que o RISCO é o conjunto das características, de


uma situação perigosa, reais ou potenciais suscetíveis de provocar acidentes ou
doenças profissionais, aos trabalhadores, ao equipamento ou à comunidade em
resultado do Trabalho.

2.5 – CONCEITO DE ACIDENTE


Em todo o planeta ocorrem anualmente 270 milhões de acidentes de trabalho e são
declaradas 160 milhões de doenças profissionais. Por dia morrem a escala mundial
cerca de 5000 pessoas em consequência de acidentes de trabalho ou doenças
profissionais. Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores,
entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais.

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Os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no ambiente
de trabalho e nas inúmeras deslocações que fazemos de um lado para o outro, para
cumprir nossas obrigações diárias. Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode
dizer é que grande parte deles ocorre porque os trabalhadores se encontram mal
preparados para enfrentar certos riscos.

Denomina-se acidente de trabalho todo o acontecimento súbito e imprevisto, sofrido


pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de trabalho, que cause ao
trabalhador uma lesão corporal, perturbação funcional ou doença, e que resulte na
diminuição na capacidade de trabalho, de ganho, ou na morte.

O acidente, quando do seu resultado não ocorram quaisquer danos para a saúde,
ferimentos, danos materiais ou qualquer outra perda, denomina-se QUASE
ACIDENTE. Se porventura provoca lesões incapacitantes no trabalhador, então
recebe a denominação de ACIDENTE GRAVE.

2.6 – DOENÇA PROFISSIONAL


Toda a lesão resultante da exposição prolongada e repetida a riscos profissionais,
habitualmente só percetíveis ao fim de algum tempo e difíceis de caracterizar, aquela
que resulta diretamente das condições de trabalho, que conste da Lista de Doenças
Profissionais (Decreto Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de Julho) e cause
incapacidade para o exercício da profissão ou morte, é uma doença profissional.

São ainda incluídos nesta definição, os acidentes relacionados com o trabalho que
tenha contribuído diretamente para a morte, perda ou redução das capacidades do
trabalhador, assim como os acidentes ocorridos durante o percurso de ida e volta para
o trabalho e os acidentes ocorridos durante o horário de refeições e pausas no
trabalho, consignadas na lei.

Este tipo de doenças, tem como potenciadores a idade e estado de saúde do


trabalhado, o sexo a predisposição hereditária e a formação profissional de que é alvo.
Pode-se também atribuir como outros fatores que influenciam as doenças
profissionais, a natureza da tarefa e a organização do trabalho aliada ás condições

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do envolvimento ambiental, físico e humano e também as formas de atuação, ou


modos operatórios.

2.7 – CONDIÇÕES DE TRABALHO


O ambiente de trabalho pode ser analisado a partir de vários pontos de vista. Um dos
pontos mais importantes é a análise da segurança e a saúde no trabalho, cujo caso
se preocupa com o bem-estar do trabalhador que precisa trabalhar com as condições
básicas de segurança. Esta segurança mostra que todo trabalhador necessita de
cuidados especiais por conta da empresa para poder realizar um bom trabalho. A
saúde é o bem-estar mais importante de um trabalhador que necessita estar bem para
poder render e cumprir com suas obrigações profissionais

O local de trabalho é analisado a partir de vários pontos de vista, como as condições


das instalações, o estado das máquinas e equipamentos da empresa, os produtos,
etc, a segurança do trabalho é responsável pela prevenção dos acidentes e trata de
todos os detalhes, atendendo a que o mais importante numa empresa não é a
produtividade mas sim a segurança das pessoas.

Por condições de trabalho, podemos dizer que é qualquer tipo de consequência


negativa ou positiva que um trabalhador pode sofrer por causa de algo no ambiente
de trabalho. Entendem-se também neste campo as questões ambientais. Do ponto de
vista técnico, existem máquinas que podem colocar as pessoas em perigo. Neste
caso, deve haver um controle rígido e habitual para garantir a perfeita utilização
dessas máquinas. A qualidade de trabalho não é determinada unicamente pelo salário
de um empregado que exerce suas funções, mas também pelo grau de segurança
que tem na empresa.

2.7.1 – SEGURANÇA DO EQUIPAMENTO


Esta segurança, entende-se como a aptidão de uma máquina para desempenhar a
sua função, para ser transportada, instalada, afinada, sujeita a manutenção,
desmantelada, e posta de parte ou em sucata, nas condições normais de utilização
especificadas no Manual de Instruções, sem causar uma lesão ou um dano para a
saúde.

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2.8 – PREVENÇÃO INTEGRADA


A «prevenção integrada» (ou intrínseca) é um conjunto de medidas de segurança que
consiste em evitar ou reduzir o maior número possível de fenómenos perigosos,
escolhendo convenientemente determinadas características de conceção e limitar a
exposição de pessoas aos fenómenos perigosos inevitáveis ou que possam ser
suficientemente reduzidos. Esta condição consegue-se reduzindo a necessidade de
intervenção do operador em zonas perigosas.

Existem sistemas de proteção, que são acionados por protetores, que são os
elementos de uma máquina utilizados especificamente para garantir uma proteção por
meio de uma barreira material. Consoante a sua construção, um protetor pode ter
designações tais como cárter, tampa, resguardo, porta, cercadura fechada,
blindagem, etc. Existem Protetores fixos, móveis, reguláveis, de dispositivo de
desencravamento, com dispositivo de bloqueio e ainda com comando de arranque.

2.8.1 – PROTETOR FIXO


É mantido no seu lugar (fechado), quer de uma maneira permanente (soldadura,
rebitagem, etc.), quer por meio de fixação (parafusos, porcas, etc.) de modo que só
possa ser aberto por meio de uma ferramenta. Uma fechadura que só fecha por meio
de chave é considerada um elemento de fixação.

2.8.2 – PROTETOR MÓVEL


É geralmente ligado à estrutura da máquina, ou a um elemento fixo vizinho, por meio
de dobradiças, e pode ser aberto sem a utilização de qualquer ferramenta.

2.8.3 –PROTETOR COM DISPOSITIVO DE ENCRAVAMENTO

Um protetor com dispositivo de encravamento (mecânico, elétrico, ou outra) para


impedir que as funções se operem se o protetor estiver aberto, ou dar uma ordem de
paragem, á abertura do mecanismo.

2.8.4 – PROTETOR COM DISPOSITIVO DE BLOQUEIO

É um protetor associado a um dispositivo de encravamento e um dispositivo de


bloqueio mecânico de modo que as funções perigosas da máquina não possam operar
enquanto o protetor não estiver fechado e bloqueado.

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2.8.5 – PROTETOR REGULÁVEL


São protetores fixos ou móveis que são reguláveis no seu conjunto ou que são
compostos por partes reguláveis. São normalmente utilizados para limitar o acesso
aos órgãos móveis de trabalho ou a ferramentas, desde que estas não possam ser
totalmente inacessíveis; a sua proteção deve permanecer fixa durante o trabalho.

2.8.6 – PROTETOR COM COMANDO DE ARRANQUE

São protetores fixos, geralmente elétricos, utilizados para iniciar a ação de trabalho
das máquinas ou ferramentas, ativadas manualmente pelo utilizador, quando estão
reunidas todas as condições de segurança e prontidão do sistema para iniciar a tarefa.

2.9 –AVALIAÇÃO DE RISCOS


É necessário fazer uma avaliação e análise de todo o conjunto de técnicas, de todas
as modificações mecânicas, físicas, químicas, biológicas, psíquicas, sociais, etc., que
se produzem no meio laboral, para se poder determinar em que sentido afetam a
saúde do trabalhador. É necessário detetar, avaliar e atuar sobre todos os riscos
profissionais existentes, tanto os que podem provocar acidentes de trabalho e/ou
doenças profissionais como as situações causadas pela fadiga mental, insatisfação
laboral, etc. e em geral qualquer possível dano para a saúde dos trabalhadores.

Existem 4 processos de eliminação dos riscos:

1- Eliminar ou limitar o risco, com medidas construtivas ou de engenharia;

2 - Envolver ou circunscrever o risco, confinando-o a dado espaço ou área;

3 - Se as medidas anteriores não forem suficientes há necessidade de afastar o


homem do risco através de medidas de organização quer do trabalho quer dos
espaços;

4 - A Proteção individual do trabalhador com dispositivos de proteção


individual adequados.

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3- PRINCIPAIS FUNÇÕES DA GESTÃO

3.1- DEFINIÇÃO DE GESTÃO


O termo "administração" significa direção, gerência. Ou seja, é o ato de administrar ou
gerir negócios, pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar objetivos
definidos.

A Gestão, é a ciência social que estuda e sistematiza as práticas usadas para


administrar. Tem quatro funções principais: Planear; Organizar; Controlar e Executar.

3.1.1 – PLANEAR
O planeamento inicia-se com a definição da Missão, que é a filosofia básica de
atuação da organização. É definir objetivos, atividades e recursos. A segunda etapa é
a análise do ambiente externo e interno da empresa. Uma ferramenta de análise
bastante utilizada nesta função é a análise SWOT, que consiste na identificação dos
pontos fortes e fracos da organização, Oportunidades e Ameaças identificadas no
meio envolvente à organização.

As metas, ou objetivos de uma empresa, estão envolvidos por quatro quadrantes. O


quadrante das Forças (Strenghs) engloba o que se tem de bom, de benéfico, o que
pode ser útil á empresa no mercado envolvente. O quadrante das fraquezas
(Weakness) é ao contrário aquilo que tenho de mau, o que a empresa tem que a possa
prejudicar na sua área de influência, intervenção. Já no quadrante das oportunidades
(Opportunities) estão espelhadas aquilo que tenho para dar, para oferecer, os
produtos que levo ao mercado, aos consumidores e por fim no quadrante das
ameaças (Threats) encontra-se o que me impede, os entraves ao negócio, aquilo que
pode prejudicar a empresa.

A terceira fase do processo de planeamento estratégico é a definição dos objetivos


específicos, ou seja as linhas orientadoras para o negócio e para a organização.

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3.1.2 - ORGANIZAR
É a forma como a empresa desenvolve a sua atividade para a concretização do
planeado. Consiste na atribuição de tarefas, na delegação de autoridade e
responsabilidades a na distribuição dos recursos pela empresa.

Trata-se de adequar as atividades aos trabalhadores e aos recursos da organização,


definindo o que deve ser feito, por quem como faze-lo a quem se deve responder e o
que é preciso para a realização das tarefas.

3.1.3 – LIDERAR
A Liderança e a Motivação são dois aspetos essenciais no alcance do sucesso das
organizações. Hoje em dia temos nas empresas bons gestores e por vezes maus
líderes. Uma Liderança eficaz condiciona e é determinante para Motivar. Todavia,
liderar eficazmente é complexo. Não se nasce propriamente líder, ainda que a
predisposição genética condicione e seja determinante. Um bom líder aprende
continuamente ao longo da sua vida e adapta-se às circunstâncias. Consiste em
dirigir, estimular, influenciar e motivar os membros da organização para que todos
contribuam para os objetivos traçados.

Motivar equipas pressupõe liderar com eficácia e eficiência no sentido de as conduzir


numa determinada direção ou rumo e alcançar determinados objetivos previamente
acordados e específicos. Trata-se pois de um processo de influência social,
mobilizador e enérgico. Um bom líder conhece profundamente as pessoas com quem
trabalha, as suas motivações e aspirações. Reconhece também que uma equipa
passa por diversas fases de evolução até atingir a sua maturidade e o seu pico de
produtividade. Sabe também como intervir nessas fases, atuando como mecanismo
regulador e catalisador dos processos comunicacionais. Adapta-se ás circunstâncias
do meio, da tarefa e do grupo e sabe exercer o estilo de liderança adequada à
situação.

3.1.4 - EXECUTAR
Realizar as atividades e consumir os recursos.

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3.1.5 - CONTROLAR
Assegurar a realização dos objetivos e identificar a necessidade de os modificar.

Com a elaboração dos planos, objetivos e metas, uma organização definida e


existindo capacidade de liderança, torna-se necessário garantir o acompanhamento
da atividade, garantindo ainda que os objetivos definidos são atingidos, permitindo
corrigir eventuais desvios.

3.2 – RECURSOS HUMANOS


São as pessoas que compõem os quadros de uma organização, com o objetivo
conjunto de alcançar os fins a que a organização se destina. Este setor, tem a função
de recrutar os funcionários, selecioná-los compensá-los e gerir as carreiras.

É também função dos Recurso Humanos, a delinear, preparar e organizar a formação


e desenvolvimento dos colaboradores.

O objetivo torna-se e centra-se no encontro de colaboradores mais capazes,


desenvolver as suas capacidades e aumentar o seu conhecimento. A motivação com
a finalidade de as manter na organização e levá-las a atingir níveis ideias de
desempenho. Só assim é que a produtividade da empresa é cimentada, tendo como
meta final os consequentes lucros financeiros, que por sua vez permitirão desenvolver
mais a empresa, oferecendo também mais e melhores condições aos trabalhadores.

3.3 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO


A organização do trabalho não é apenas uma questão de procedimentos, horários e
treino adequado, mas acima de tudo, é a união perfeita entre o profissional e a função
que ocupa.

3.3.1 – A TEORIA DOS 5 S’S


Criado no Japão, o conceito propõe a organização, arrumação, limpeza, padronização
e disciplina (que são os 5S) como um plano estratégico para alcançar o sucesso.

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3.3.1.1 – SEIRI – O RGANIZAÇÃO


Primeiro, identificar a utilidade de cada objeto ou dado. Depois, organizar todo esse
material, de acordo com o senso de utilização. Por exemplo, o que é usado
diariamente fica na própria estação de trabalho e o que tiver menor frequência de uso
é retirado. Apresenta as vantagens de libertar espaço, diminuir riscos e eliminar itens
inúteis.

3.3.1.2 – SEITON - ARRUMAÇÃO


É hora de arrumarmos as coisas de maneira inteligente para que possam ser
facilmente alcançadas. A chave aqui é simplificar, disponibilizando móveis, materiais
e dados próximos aos colaboradores. Os pertences de cada devem ser arrumados na
sua própria mesa. As vantagens do SEITON são a economia de tempo, facilidade para
encontrar o que precisa, redução de acidentes e pontos “perigosos” no ambiente.

3.3.1.3 – SEISO – L IMPEZA


Esta palavra significa limpeza. Todo o lixo deve ser removido, mesmo das gavetas e
estantes. Manter atmosfera limpa, ambiente bem iluminado, cheiros agradáveis, boa
ventilação. Ou seja, é cuidar do ambiente como um todo. O ambiente limpo e
agradável, conservação dos materiais, menos desperdício, maior segurança, são as
vantagens desta etapa.

3.3.1.4 – SEIKETSU - PADRONIZAÇÃO


Agora, a padronização. Quando o local se torna limpo e agradável com um clima de
cooperação, os colaboradores tendem a segui-lo. Provocar a mudança no
comportamento e na rotina das pessoas. Assim, consegue-se equilíbrio físico e
mental, melhorias no local de trabalho, nas áreas comuns, e nas condições de
segurança.

3.3.1.5 – SHITSUKE - DISCIPLINA


É quando os colaboradores seguem os 5S sem a necessidade de serem lembrados
ou fiscalizados. Existe a disciplina, o cumprimento das etapas anteriores. Com
disciplina obtém-se um trabalho diário agradável, qualidade, produtividade e

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segurança no trabalho, melhora nas relações entre colegas, cumprimento dos


procedimentos operacionais e administrativos, valorização do ser humano.

3.4 - FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO


Os trabalhadores, devem ser conhecedores de todas as condicionantes, e
informações necessárias para o desempenho das suas tarefas. Isso consegue-se
através da formação e informação. Devem ser-lhe dados a conhecer os riscos e
perigos, os resultados obtidos nas avaliações os valores limites de exposição aos
riscos, as fichas de dados de segurança e as precauções a tomar para evitar essa
exposição e dificuldades. Assim desta forma a harmonia, o conhecimento e a
prevenção acabam por se reconhecer numa maior e melhor eficácia e eficiência dos
trabalhadores. As normas de higiene, proibições, direitos e deveres, o uso e
informação sobre os EPI’s e de que forma se deve atuar em caso de acidente, são
também outras informações necessárias para o bom funcionamento de uma
organização.

Os trabalhadores têm o direito de conhecer as medidas de prevenção e proteção


adotadas, assim como devem ser sabedores dos planos de emergência e evacuação
em caso de necessidade.

3.5 - APROVISIONAMENTO
O aprovisionamento, serve para garantir a disponibilidade das existências no
momento certo, de forma que possam contribuir para o pleno funcionamento da
instituição. Existe o aprovisionamento de bens e serviços.

O aprovisionamento de serviços refere-se à aquisição de serviços especiais de


manutenção, de limpeza, de serviços e formação profissional, certificações de
qualidade etc… contribuíndo para que as ofertas ou propostas assegurem os
compromissos propostos. Esta função é gerida pela Gestão de Compras e de Stocks.

A gestão de compras são as operações que permitem a aquisição na altura certa, na


quantidade certa e na qualidade desejada ao menor custo de materiais necessários
para a atividade da instituição.

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A gestão de stocks, são as quantidades de que a empresa dispõe armazenadas, para


fazer face a encomendas impostas para cumprir a satisfação dos clientes.

3.6 - MANUTENÇÃO
A organização da manutenção de qualquer empresa deve estar voltada para a
gerência e para a solução dos problemas na produção, de modo que a empresa seja
competitiva no mercado. A manutenção é uma atividade estruturada da empresa,
integrada nas demais atividades, que fornece soluções procurando maximizar os
resultados.

A manutenção de máquinas e equipamentos é importante para garantir a fiabilidade e


segurança dos equipamentos, melhorar a qualidade e reduzir os custos de produção
evitando desperdícios. Para prevenir possíveis falhas e quebras nos equipamentos a
empresa deve elaborar uma política de manutenção preventiva.

A manutenção de instalações tem por objetivo básico mantê-las operando nas


condições para as quais foram projetadas, e também fazer com que retornem a tal
condição, caso tenham deixado de exercê-la.

Constituem os objetivos da manutenção:

1 - Melhorar a segurança;

2 - Aumentar a confiabilidade;

3 - Maior Qualidade e Produtividade;

4 - Reduzir custos de operação;

5 - Aumentar tempo de vida;

6 - Valor final mais alto.

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3.7 - QUALIDADE
É um conjunto de características de desempenho de um produto ou serviço que, em
conformidade com as especificações, atende e, por vezes, supera as expectativas e
anseios do consumidor/cliente.

A necessidade de padronização para evitar conflitos nas relações comerciais entre os


diferentes países, foram emitidas, pela ISO, normas internacionais sobre sistemas de
gestão da qualidade. A ISO, na prática, é uma norma que visa estabelecer critérios
tendo como foco principal a satisfação do cliente e do consumidor. O certificado
emitido vale por um período de 3 anos, porém a empresa é periodicamente avaliada
por auditorias de acompanhamento (para verificar se a empresa continua a respeitar
os requisitos estabelecidos e verificados em auditorias anteriores).

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4 –INDICADORES DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO


São instrumentos que permitem avaliar num determinado momento, a segurança,
higiene e saúde no trabalho, bem como a sua evolução ao longo do tempo, referente
a elementos diferenciados, ou ao conjunto da organização em avaliação.

Se acontecer um acidente de trabalho normalmente aparecerá a preocupação em


preencher a Taxa de Frequência, a Taxa de Gravidade, o Índice de Avaliação de
Gravidade e vários outros indicadores na área de segurança do trabalho. E se com o
conhecimento destes indicadores, conseguir evitar 10 acidentes no mês?

Um dos grandes problemas dos profissionais de segurança do trabalho é não se


preocuparem com os indicadores. O pior é que quando resolvem preocupar-se só se
preocupam com os reativos. Com os indicadores reativos só nos preocupamos
quando acontece um acidente quando acontece a doença, ou seja, quando o mal já
ocorreu. Nesse caso entra em cena a Taxa de Gravidade, de Frequência, Índice de
Avaliação de Gravidade, etc. Será que não é mais inteligente atuar-se com indicadores
ativos e não com os reativos? Podemos dizer com toda certeza que um profissional
de segurança do trabalho atua na prevenção e é fundamental atuar com os
indicadores ativos. É claro que os reativos também são importantes e não podem ser
desprezados. Os indicadores ativos são instrumentos que nos permitem avaliar o
desempenho da gestão de segurança. São como uma bússola apontando para o
percurso certo. Com eles conseguimos perceber qual o momento atual e sua evolução
a médio e longo prazo.

Se quisermos ter uma gestão de segurança do trabalho com foco na prevenção deve-
se aplicar uma boa parte das energias nos indicadores ativos. E quais são? Por
exemplo, mensalmente:

– Formação: Quando não existe formação, a empresa perde em ações preventivas.

– Exames periódicos de saúde - EPS – Tendo em conta o cronograma previsto pela


área de saúde. Nº de pessoas que realizaram os EPS/Nº previsto.

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– Quantidade de treinos/simulações realizados: A falta de treinos/simulações de


um previsto éum item de segurança preocupante, além de ser passível de punição.

– Quantidade de manutenções preventivas/programadas/realizadas: As


manutenções preventivas são parte importante das estratégias de segurança da
empresa. Uma máquina sem manutenção preventiva estraga-se com mais frequência
e pode causar acidentes.

– Quantidade de inspeções realizadas: As inspeções são importantes porque


normalmente elas são direcionadas aos problemas ou setores problemáticos
específicos.

Número de inspeções realizadas / Número de inspeções planeadas.

– Quantidade de não conformidades detetadas: Número de não conformidades


detetadas /Número de inspeções realizadas.

– Número de incidentes registados: Um incidente é um quase acidente. Os quase


acidentes são sinais de alerta. Não esperemos que o acidente aconteça. Devemos
estar em alerta e reagir rapidamente ao sinal do incidente.

– Dias sem acidentes de trabalho:

– Relatório de perigos comunicados: Relatórios que foram registados em


formulários específicos, investigados e analisados.

– Período de tempo decorrido sem paralisação da atividade produtiva


provocada por acidentes: Máquina produzindo é igual a lucro para o empregador!
Quando o empregador lucra o negócio prospera e os empregados ganham também.

– Horas homens treinados: Esse item refere-se ao número de pessoas previstas x


número de pessoas treinadas.

– Quantidade de abordagens preventivas que se fizeram no ambiente de


trabalho: O profissional de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) que está alerta
sabe abordar o empregado no momento em que ele falta com sua atitude segura. A
abordável subtil e pessoal faz muita diferença a médio e longo prazo.

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Manual de Formação
Gestão da Prevenção de Riscos Profissionais

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Gestão da Prevenção de Riscos Profissionais

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