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UFCD 3771 - Normativos legais aplicados à segurança e saúde no trabalho

• Evolução do quadro normativo de segurança, higiene e saúde ocupacional

Doc014/9 05-01-2017
Doc014/9 05-01-2017
A CRIAÇÃO DA OIT

Doc014/9 05-01-2017
• Na sequência do final da I Guerra Mundial e do subsequente Tratado de Paz
assinado em Versalhes, em 1919, é criada a O.I.T. – Organização Internacional
do Trabalho, como instituição intergovernamental de representação tripartida,
que torna possível a criação de uma plataforma mínima em matéria de
condições de trabalho.

• A Carta Constitutiva prevê o desenvolvimento, nos países aderentes, de


serviços próprios de inspeção das condições de segurança e higiene do
trabalho.

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• A O.I.T. criou, em 1921, um Serviço de Prevenção de Acidentes de Trabalho,
destinado a acompanhar a profunda alteração das condições de trabalho
emergentes de novas técnicas industriais e subsequentes riscos de acidente ou
doença.

• A primeira Convenção fixou a jornada de 8 horas de trabalho e de 48 horas


semanais.

• Em Portugal, o Decreto-Lei n.º 5516, de 7 de Maio, estatui as 8 horas diárias


para o operariado e comércio.

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• É relevante o papel da OIT como grande fórum mundial de representação a que
se associaram 150 países,

• Os Estados-Membros reúnem-se anualmente para produzir normas,


convenções e recomendações que, ao serem ratificadas, obrigam os países
membros no sentido de garantir a sua exequibilidade.

• As recomendações, não sendo obrigatórias, são complementares às


disposições das convenções.

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• De forma sucinta, poderemos afirmar que a actividade da OIT passa pelo:

• estabelecimento de mecanismos que estimulem os estados-membros;


• no sentido de instituir orgãos especializados, capazes de assumir a formulação de normas e
regulamentos relacionados com o trabalho,
• bem como a sua actualização e aperfeiçoamento contínuos.

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• A OIT tem feito aprovar instrumentos internacionais sobre a segurança e saúde no trabalho
que vêm influenciando as sucessivas alterações empreendidas pelos estados-membros e o
inerente aperfeiçoamento das legislações nacionais nesta matéria.

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• Não menos importante tem sido o apoio técnico prestado aos estados-
membros, mediante a publicação de variada documentação, muitas vezes
pioneira, permitindo o estudo de novos riscos e dando a conhecer a mais
recente evolução tecnológica e as medidas normativas ajustadas.

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• A OIT presta, também, apoio, através das suas comissões especializadas e
assessoria técnica, com vista à resolução de questões, ao nível dos vários
estados-membros.

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Algumas convenções aprovadas desde a data da Criação da OIT

(no domínio das condições do trabalho)

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1919 – Convenção n.º 4 – Trabalho noturno das mulheres;

1919 – Convenção n.º 6 – Trabalho noturno das crianças;

1925- Convenção n.º 17 – Reparação dos acidentes de trabalho;

1964 – Convenção n.º 120 – Higiene no Comércio e Escritórios.

1981 – Convenção n.º 155 – Segurança, Saúde dos Trabalhadores e Ambiente de Trabalho;

1993 – Convenção n.º 174 – Prevenção de acidentes industriais graves.

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A AÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA

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• O Tratado de Roma (que em 1957 criou a Comunidade Económica Europeia)
já previa nos seus artigos 100.º e 118.º, embora de forma limitada, uma
intervenção comunitária em matéria de Saúde e Segurança.

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• O artigo 118.º permitiu adotar diretivas sobre o emprego e as condições
de trabalho, proteção contra acidentes e doenças profissionais dando à
Comissão o papel de promover a cooperação entre os Estados.

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• Em 1985 é publicado o Livro Branco, onde é fixado o objectivo de concretizar o mercado interno e suprimir
os entraves técnicos à livre circulação.

• A partir deste momento a Comunidade decide adotar aquilo a que convencionou designar “nova
abordagem”.

• Mais do que apenas um espaço financeiro e comercial a CE pretendeu, com a subsequente aprovação do
Acto Único Europeu, em 1986, vincar a emergência de um espaço social.

• Daí a necessidade de fixação de um número mínimo de exigências relativas, designadamente, à SST, que
permitiram criar o fundamento para integrar as condições de trabalho no projecto do grande mercado
europeu.

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Nas alterações ao Tratado da CEE, estas duas valências são explicitadas em articulados
distintos que lhe foram aditados:

A segurança de produtos, máquinas, equipamentos e materiais, consagrada a partir da alteração


do processo decisório constante do art.º 100.ºA, que permite abordar a segurança e a saúde no
contexto das disposições necessárias ao funcionamento do mercado único;

A segurança dos trabalhadores na utilização dos produtos e equipamentos de trabalho, em


função da qual foi aprovado o art. 118.º A e que visa promover a melhoria das condições nos locais
de trabalho.

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A Segurança dos Produtos: Requisitos Essenciais

• Dirigida, fundamentalmente, a fabricantes, importadores e comerciantes, a segurança de produtos


assenta na ideia- chave de que todo o produto, para poder ser comercializado, deve cumprir os requisitos
de segurança impostos pelas diretivas que se lhe apliquem, designadamente quanto à sua concepção e
desenho e ao adequado controlo de produção.

• Evitar-se-á, assim, que o utilizador esteja sujeito a riscos elimináveis na origem.

• Há contudo, riscos que subsistirão, por não serem passíveis de eliminação.

• Esses riscos residuais integram a obrigação de informar o utilizador sobre os mesmos e as medidas de
prevenção adequadas.

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• Um exemplo conhecido é o dos produtos químicos, relativamente aos quais o fabricante terá de
prestar a informação preventiva necessária mediante rotulagem, fichas de segurança, etc., sendo
certo que, na origem, não é possível eliminar todos os riscos emergentes da sua utilização.

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• Quando se tratar do fabrico de produtos que envolvam perigo para a saúde,
as diretivas podem exigir a avaliação por organismos e laboratórios
acreditados, para aferir com rigor, se os produtos estão de acordo com a
legislação e a normalização aplicável.

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• A comercialização dos produtos dentro dos parâmetros exigidos
dependerá, assim da verificação de alguns pressupostos:

• Concepção de produtos em harmonia com os requisitos de segurança das diretivas;

• Desenho dos produtos de acordo com as normas europeias e nacionais;

• Controlo da produção, para verificar a consonância com o desenho referido;

• Certificação dos produtos, sempre que necessário.

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• Estarão, pois, reunidas condições para a identificação com a marca CE e
a emissão comprovativa de cumprimento dos requisitos.

• A aposição desta marca sobre um produto significa que está conforme


com as diretivas aplicáveis.

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A DIRECTIVA QUADRO E AS DIRECTIVAS ESPECIAIS

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• A Diretiva Quadro (89/391/CEE) para além de caracterizar de modo exaustivo o conjunto de
prescrições mínimas abaixo das quais nenhum estado-membro se pode situar após 31 de Dezembro
de 1992, define três ordens de factores essenciais neste particular:

Passa a haver uma sistematização clara da responsabilidade e obrigações dos empregadores;

Não pode verificar-se qualquer colisão com normas nacionais, presentes ou futuras, que se revelem mais
favoráveis;

Os empregadores devem informar os trabalhadores dos riscos inerentes às diferentes actividades e garantir
uma participação equilibrada destes em todos os domínios.

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• Em relação às legislações da maior parte dos Estados- Membros, a diretiva foi inovadora
porquanto definiu um mínimo obrigatório, nomeadamente em matéria de organização no
local de trabalho ou de cooperação dos parceiros sociais.

• A diretiva aplica-se a todos os sectores de actividade, sejam eles privados ou públicos.

• Esta diretiva-quadro tem vindo a ser completada por diretivas especiais.

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• Um exemplo: a diretiva relativa aos locais de trabalho aplica-se a todos os locais ocupados pelos
trabalhadores, exceto em determinados sectores identificados como apresentando riscos
específicos ou particularmente elevados.

• Para estes sectores, estavam previstas outras diretivas especiais.

• Assim, a Comissão elaborou uma série de propostas sobre as actividades de transporte, as


embarcações de pesca, os estaleiros temporários e móveis, a agricultura e as indústrias
extrativas.

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• Aplicou-se o mesmo princípio aos equipamentos de trabalho (máquinas, etc.) através de uma directiva global
destinada aos seus utilizadores e uma série de diretivas destinadas a proteger os trabalhadores contra certos
riscos elevados ou mais específicos:

I. equipamentos de proteção individual,

II. movimentação de cargas pesadas.

• Para além disso, foram identificadas determinadas categorias de trabalhadores que deveriam ser objecto de
medidas especiais no domínio da saúde e segurança: grávidas, jovens menores de 18 anos, trabalhadores
temporários e trabalhadores necessitando de assistência médica a bordo das embarcações de pesca.

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Directiva Máquinas – Directiva 98/37/CE, de 22 de Junho
(alterada pela Directiva 98/79/CE, de 27 de Outubro)

• Estabelece o conjunto de regras reguladoras de mercado que têm como destinatários os respectivos
fabricantes e comerciantes, privilegiando a integração de segurança no projecto e apoiando-se em
especificações técnicas reconhecidas (normas harmonizadas).

• Tais regras estabelecem as exigências essenciais de segurança que devem ser respeitadas nas legislações e
práticas administrativas dos Estados membros e funcionam como garantia da livre circulação de mercadorias
no espaço económico europeu.

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Directiva Equipamentos de Trabalho – Directiva 89/655/CEE de 30 de Novembro
(alterada pela Directiva 95/63/CE de 5 de Dezembro e pela Directiva 2001/45/CE de 27 de Junho)


Estabelece o conjunto de regras reguladoras da segurança no trabalho com esses equipamentos, que têm
como destinatários os empregadores.

• Tais regras estabelecem as prescrições mínimas de segurança e de saúde que devem ser respeitadas nas
legislações e práticas administrativas dos Estados membros, destinadas a promover a melhoria das
condições de trabalho a fim de assegurar um melhor nível de protecção da segurança e saúde dos
trabalhadores.

Doc014/9 05-01-2017
• Estas duas áreas da legislação europeia estão transpostas para a
legislação nacional através dos seguintes diplomas:

• Segurança de máquinas: DL n.º 320/2001, de 12 de Dezembro;

• Segurança de equipamentos de trabalho: DL n.º 50/2005, de 25 de Fevereiro.

Doc014/9 05-01-2017
Directiva 90/269/CEE, de 29 de Maio

• Relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à movimentação manual


de cargas que comportem riscos, nomeadamente na região dorso-lombar, para os
trabalhadores.

• Esta Diretiva foi transposta para o direito interno através do Decreto-Lei n.º 330/93, de 25
de Setembro.

Doc014/9 05-01-2017
Diretiva 89/654/CEE, de 30 de Novembro

• Relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde para os locais de trabalho.

• Esta Diretiva foi transposta para o direito interno através do Decreto-Lei n.º 347/93, de 1 de
Outubro.

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A Segurança e a Saúde do Trabalho em Portugal - Evolução

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• É na década de 60 que se adquire alguma consciência de que a chamada prevenção corretiva não é
suficiente para fazer face ao avanço tecnológico, havendo que intervir na fase de concepção e
planificação das instalações e locais de trabalho.

• Em 1962 é publicada em Portugal legislação relativa à prevenção médica da silicose, destinada a fixar
condições de vigilância médica específica para os mineiros.

• Três anos depois, em 1965, o regime jurídico de reparação dos acidentes de trabalho e doenças
profissionais, que substituiu o vigente desde 1919.

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• Em 1967 são aprovados:

• Decreto-Lei n.º 47.511, que estatui sobre a criação dos serviços de medicina do trabalho nas empresas.

• Decreto n.º 47.512, que introduz um conjunto de normas disciplinadoras da organização, atribuições e
obrigações dos serviços de medicina do trabalho, bem como a sua articulação com as entidades
competentes no domínio da orientação e fiscalização técnicas.

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• Os critérios subjacentes à obrigatoriedade de organização de serviços assentavam no volume do
efectivo empresarial – serviços privativos em empresas com 200 ou mais trabalhadores – e na
existência de risco de doença profissional de notificação obrigatória, independentemente do
número de empregados.

• Ainda assim, a legislação aprovada não contemplou todos os outros estabecimentos industriais e
demais locais de trabalho, o que redundou na inexistência de serviços organizados na maioria
das empresas.

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• À data, o número de empresas abrangidas pela previsão legal não deveria ultrapassar algumas dezenas,
o que retrata com rigor o âmbito restrito da definição normativa.

• Apesar de se multiplicarem os organismos estatais com competência nesta matéria, (entre os quais o
Gabinete da Higiene e Segurança no Trabalho e a Caixa Nacional de Seguros e Acidentes Profissionais,
ambos na dependência do Ministério das Corporações) os indicadores não deixavam de ser
dececionantes, porquanto a ineficácia daqueles e a inadequação dos modelos de actuação não
permitiam uma alteração substancial do estado de desenvolvimento.

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• O modelo de gestão vigente é muito similar aos demais países do sul da
Europa, centrando-se na intervenção sobre o trabalhador, ao nível da
vigilância médica, com prevalência quase total da abordagem no âmbito da
medicina do trabalho.

• Salvo algumas empresas multinacionais que desenvolviam modelos


“importados” com grande enfoque na eliminação dos acidentes de trabalho.

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• Com os anos 70 inicia-se um novo modelo de atuação, fundado mais no
papel das empresas do que no estado, tendente a facultar uma abordagem da
prevenção mais consentânea com a realidade industrial.

• A responsabilidade dos empregadores e a participação dos trabalhadores


são consideradas as pedras toque da nova política.

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• Esta favorece:

• recrutamento de técnicos habilitados e médicos do trabalho no seio das


empresas;
• formação dos trabalhadores;
• integração da prevenção na concepção e desenvolvimento de equipamentos e
unidades industriais.

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• Esta época, ficou caracterizada não apenas pela focalização no ambiente físico e nas estratégias
tecnológicas, mas, acima de tudo, pela atenção devida ao enquadramento socio-laboral e à relação
entre o homem e o trabalho como núcleo essencial das políticas de segurança.

• Em 1971 é aprovado o Regulamento Geral de Segurança e Higiene do Trabalho para a Indústria , o


qual acompanha as primeiras actividades de prevenção de riscos em algumas empresas nacionais, por
exemplo a nível das indústrias química e metalomecânica.

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• Acompanhando as medidas de política que, neste âmbito, iam sendo aprovadas pelos países mais
industrializados, e a instauração de um regime democrático em Portugal, as confederações patronais e
sindicais passaram a ser agentes activos na definição das prioridades de actuação em matéria de
prevenção.

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• Neste período desenvolveram-se as Comissões de Higiene e Segurança do Trabalho a nível da
empresa, por impulso da contratação coletiva, nas quais as partes debatiam as questões inerentes ao
incremento de medidas de prevenção no seio das empresas e aprovavam regulamentos, especificações
técnicas e acções de formação e informação, com o intuito de garantir a eficácia de tais medidas.

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• O alargamento do âmbito da prevenção dos acidentes e doenças profissionais é também, acompanhado
pela extensão do conceito de saúde que, de acordo com a definição da O.M.S. – Organização Mundial
de Saúde – integra “bem estar físico, psíquico e social”, favorecendo, consequentemente, o estudo
integrado e multidisciplinar das condições de prestação de trabalho aos mais variados níveis.

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• As premissas anteriormente referidas haveriam de ser refletidas na Convenção n.º 155 de 1981 sobre a
Segurança, a Saúde dos Trabalhadores e o Ambiente de Trabalho, a qual se viria a revelar fundamental na
consagração da nova formulação da segurança, saúde e ambiente de trabalho, através da aprovação de
princípios estruturantes na definição, execução e reexame de uma política nacional coerente.

• A sua ratificação constituiu o grande reconhecimento de tais princípios pela comunidade internacional, os
quais, de resto, são ainda, uma referência obrigatória.

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• Em 1978 é criada, em Portugal, a Direcção Geral de Higiene e Segurança do Trabalho.

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• A Constituição da República Portuguesa passa a consagrar: (Artigo 59º)

• o direito à prestação do trabalho “em condições de higiene, segurança e saúde”,

• cabendo ao Estado assegurar uma especial proteção aos que desempenham actividades
particularmente violentas, em condições insalubres, tóxicas ou perigosas,

• bem como ao trabalho das mulheres durante a gravidez e no período pós-parto, ao trabalho de
menores e diminuídos.

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• Em 1982 é criado o Conselho Nacional de Higiene e Segurança do Trabalho (ainda que só viesse a
funcionar, de modo efectivo, em 2000) a que se seguiu, a ratificação da Convenção n.º 155 da OIT.

• Em 1986 é aprovado o Regulamento Geral de Segurança e Higiene do Trabalho para o Comércio e


Serviços.

• É também nesta década que é aprovado um diploma sobre a prevenção de riscos nas minas e
pedreiras, bem como legislação referente a agentes físicos e químicos diversos: radiações ionizantes, ruído,
etc.

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• É contudo, a Directiva-Quadro (89/391/CEE) a responsável pela introdução de novos valores
que irão revelar-se o ponto de viragem nesta evolução.

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• Com efeito, os princípios-base passam a ser bem vincados e inequívocos.

• De entre eles cumpre destacar:

• a obrigação geral do empregador pela cobertura dos riscos,


• o estabelecimento dos princípios gerais de prevenção que devem reger a actividade dos serviços,
• a necessidade de uma estrutura organizacional integrada,
• a definição de um quadro de participação dos trabalhadores ao nível da empresa.

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• Sob a égide dos princípios estruturantes nela contidos foram publicadas várias directivas
de prescrições mínimas nos mais variados domínios, abrangendo todos os trabalhadores
em todos os sectores de actividade.

• A legislação nacional acompanhou, também, esta evolução.

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• Na sequência do Acordo Económico e Social de 1990, subscrito por todos os parceiros sociais, em
Julho de 1991, é aprovado um documento histórico no domínio das condições de trabalho em Portugal:

• O Acordo Específico de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

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• Nos termos deste Acordo o governo e os parceiros sociais consideraram como objectivo nuclear:

• promover a humanização das condições em que o trabalho é prestado e a proteção social,


• de forma a contribuir para melhorar progressivamente e de forma sustentada as condições de vida dos
trabalhadores,
• num quadro de desenvolvimento da competitividade das empresas, finalidades económico-sociais que se
compatibilizam com a modernização da economia nacional.

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• O Acordo revelou-se um marco importante, assente em quatro linhas de acção:

• Desenvolver o conhecimento sobre os riscos profissionais e as técnicas de prevenção;

• Formar e qualificar para a prevenção de riscos;

• Desenvolver as condições em que o trabalho é prestado para melhorar a qualidade de vida nos locais de
trabalho e a competitividade das empresas;

• Organizar a prevenção e assegurar a vigilância da saúde nos locais de trabalho.

• O consenso gerado em torno deste Acordo haveria, compreensivelmente, de se tornar decisivo para a
formatação da lei-quadro.

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• A aprovação do regime jurídico de enquadramento da SST – DL 441/91 – permitiu, conforme se
refere no seu preâmbulo:

• “Dotar o país de referências estratégicas e de um quadro jurídico global que garanta a efectiva
prevenção dos riscos profissionais”, dando “cumprimento integral às obrigações decorrentes da
ratificação da Convenção n.º 155 da OIT”, permitindo “adaptar o normativo interno à directiva n.º
89/391/CEE” e institucionalizar “formas eficazes de participação e diálogo de todos os interessados em
matéria de segurança, saúde dos trabalhadores e ambiente de trabalho”.

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• O Ano Europeu para a Segurança e Saúde no Trabalho, celebrado em 1992, revelou-se

importante pelo seu efeito multiplicador, para além de permitir um conhecimento mais alargado das

possibilidades de desenvolvimento ao nível nacional, ao nível sectorial ou a nível da empresa.

Doc014/9 05-01-2017
• Em 1993 foi criado o IDICT (Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho), que
assegurou uma importante reestruturação da administração do trabalho

• Cometendo-lhe atribuições no âmbito:

• da avaliação da melhoria das condições de trabalho,


• do desenvolvimento da prevenção de riscos profissionais,
• da difusão e aplicação de conhecimentos científicos e técnicos em SHST, na promoção da formação
especializada, na difusão de informação, na formulação e realização de campanhas e programas de acção e
ainda, de fiscalização das condições de trabalho.

Doc014/9 05-01-2017
• Os anos 90 consagraram a transposição para o direito interno de várias directivas de prescrições mínimas

decorrentes da aprovação da directiva-quadro, designadamente em matéria de equipamentos de trabalho,

movimentação manual de cargas, locais de trabalho, etc.

• No ano de 1997 é aprovado o novo regime de reparação dos acidentes de trabalho e doenças

profissionais, que revoga o celebrado 22 anos antes.

Doc014/9 05-01-2017
• Os parceiros sociais decidem, em Fevereiro de 2001, celebrar um Acordo sobre Condições de Trabalho,
Segurança e Higiene do Trabalho e Combate à Sinistralidade que propugna medidas estruturantes de
largo alcance:

• estabelecimento de um plano de intervenção para reduzir os acidentes de trabalho,


• elaboração de um PNAP – Plano Nacional de Acção para a Prevenção, de execução a médio prazo e várias
medidas de reforço do papel dos parceiros sociais,
• de acompanhamento da legislação sobre organização de serviços e de apoio às empresas através de um
programa de adaptação dos serviços de prevenção.

Doc014/9 05-01-2017
Autoria: Carla Pires

Data da última versão:15/11/2021

Termos-chave: UFCD 3771 - Normativos legais aplicados à segurança


e saúde no trabalho

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