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2020
Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Índice
Introdução .................................................................................................................................................. 4
1.4. Medidas de intervenção e prevenção para trabalhadores e clientes e/ou fornecedores – Plano de
Contingência da empresa/organização (procedimentos de prevenção, controlo e vigilância em articulação
com os Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho da empresa, trabalhadores e respetivas estruturas
representativas, quando aplicável) ........................................................................................................... 18
1.4.1. Reduzir os contactos entre trabalhadores, e trabalhadores clientes e/ou fornecedores ................. 18
1.4.2. Reduzir os contactos entre trabalhadores e outras pessoas nos intervalos, pausas e espaços comuns
................................................................................................................................................................. 19
1.4.3. Nas empresas ou estabelecimentos abertos ao público, eliminar ou limitar a interação física entre
os trabalhadores e clientes e /ou fornecedores ........................................................................................ 20
1.4.4. Garantir o acesso a todos os trabalhadores aos equipamentos de proteção individual adequados 21
1.4.5. Reforçar as práticas de higienização dos equipamentos de proteção individual e roupas de trabalho
................................................................................................................................................................. 21
1.5. Comunicação e Informação (diversos canais) – participação dos trabalhadores e seus representantes
................................................................................................................................................................. 22
1.6.1. Pré auditoria – continuidade de negócio e preparação para uma eventual pandemia .................... 25
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2.7. Procedimentos a adotar para casos suspeitos e confirmados de doença infeciosa (isolamento,
contacto com assistência médica, limpeza e desinfeção, descontaminação e armazenamento de resíduos,
vigilância de saúde de pessoas que estiveram em estreito contacto com trabalhadores/as infetados/as) 38
2.10. Proteção dos trabalhadores mais vulneráveis e grupos de risco – adequação da vigilância ............. 62
3. Revisão do plano de contingência, adaptação das medidas e verificação das ações de melhoria .......... 67
4.1. Diretrizes organizacionais – modelo informativo, fases de intervenção, formação e comunicação .... 68
4.3. Gestão de riscos profissionais – fatores de risco psicossocial, riscos biomecânicos, riscos profissionais
associados à utilização prolongada de EPI, riscos biológicos, químicos, físicos e ergonómicos .................. 73
4.5. Qualidade e segurança na prestação do serviço e/ou entrega do produto – operação segura,
disponibilização de EPI, material de limpeza de uso único, entre outros, descontaminação ..................... 88
4.7. Sensibilização e promoção da saúde – capacitação e combate à desinformação, saúde pública e SST 89
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5. Síntese .................................................................................................................................................. 95
6. Bibliografia............................................................................................................................................ 96
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Introdução
Ao longo de décadas o mundo tem sido confrontado com diversos surtos de doenças
contagiosas e de rápida transmissão. Estes surtos têm elevados impactos na nossa vida
pessoal e profissional. Não só alteram formas de vida, como têm impacto na alimentação
e na saúde, nas interações sociais, e formas/modelos de trabalho.
Algumas experiências recentes como a síndrome respiratória aguda grave (SARS), os surtos
de vírus da gripe A (H1N1) e do vírus do Ébola, salientaram a importância de concentrar a
atenção nos locais de trabalho, não só para identificar as populações em risco, mas também
para compreender os mecanismos de propagação das doenças e implementar medidas de
controlo e prevenção bem sucedidas. Quando um trabalhador/a contrai uma doença
infeciosa, os mecanismos de propagação da doença no local de trabalho devem ser
investigados e devem ser adotadas medidas de controlo da exposição profissional ao risco.
Neste sentido, vamos abordar ao longo deste manual, todo o enquadramento inerente às
entidades/elementos responsáveis pela organização das medidas de segurança, planos de
contingência e regras de segurança e saúde nos locais de trabalho.
Uma pandemia é a disseminação mundial de uma doença, que se espalhou por diferentes
continentes, afetando geralmente um grande número de pessoas, com transmissão
sustentada e na comunidade. Na maioria das vezes está associada a uma grande disrupção
social e coloca sobre enorme pressão os serviços de saúde a nível global.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Hoje em dia a preocupação crescente com o aumento de infeções por todo o mundo tem
sido permanente. Os governos, empregadores, trabalhadores e as suas organizações
enfrentam um desafio no combate a situações de exceção, como é o exemplo de situações
pandémicas e epidémicas, para garantir a segurança e saúde no trabalho.
O responsável pelo apoio aos serviços de segurança e saúde no trabalho tem um papel
preponderante na:
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Deve ser reforçada a informação e consulta dos trabalhadores e, sempre que existam,
devem ser consultadas e envolvidas as suas estruturas representativas, nomeadamente
comissões de trabalhadores, delegados sindicais e representantes dos trabalhadores para
a segurança e saúde no trabalho.
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Convenção sobre a Segurança e a Saúde dos Trabalhadores (N.º 155), 1981 e respetiva
Recomendação (N.º 164): direitos, funções e responsabilidades.
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Nas últimas décadas, o sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho (SGSST) foi
introduzido nos países industrializados e nos países em desenvolvimento.
A sua aplicabilidade varia de acordo com os requisitos legais que exigem a sua adoção ao
nível do local de trabalho até à sua adoção de forma espontânea.
O sistema de SGSST é uma ferramenta lógica que permite o sistema de melhoria contínua
do desempenho da segurança e saúde no trabalho a nível organizacional.
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Uma pandemia obriga os governos a fazerem escolhas difíceis, o que pode ter fortes
repercussões não só no setor da saúde, mas também nos setores da economia e do
trabalho. A consulta aos parceiros sociais é crucial para permitir uma implementação
exequível e realista das decisões tomadas. Além disso, os governos devem consultar e
coordenar-se com as autoridades competentes e especialistas, incluindo a comunidade
científica a nível nacional e internacional.
b) Fazer cumprir as normas que tenham por objeto a defesa da saúde pública, requerendo,
quando necessário, o apoio das autoridades administrativas e policiais;
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2 — O delegado de saúde regional exerce, por inerência à comissão de serviço para que
foi designado, as funções de diretor do departamento de saúde pública da administração
regional de saúde respetiva, nos termos de legislação própria.
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saúde pública, ou por um delegado regional de saúde expressamente por ele designado
para o efeito.
b) Fazer cumprir as normas que tenham por objeto a defesa da saúde pública, requerendo,
quando necessário, o apoio das autoridades administrativas e policiais;
e) Exercer os demais poderes que lhe sejam atribuídos por lei ou que lhe hajam sido
superiormente delegados ou subdelegados pela autoridade de saúde nacional;
f) Prestar a colaboração que lhe seja solicitada pelos serviços da administração regional de
saúde dentro da sua competência;
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A utilização de meios de acesso comuns (como escadas, portas e elevadores, bem como
vestiários e instalações sanitárias) deve ser adaptado para garantir a distância segura,
nomeadamente através de marcação no pavimento ou com informação visível.
o Em termos gerais, considera-se que para efeitos de distanciamento físico uma pessoa
tem de estar afastada devendo esta distância ser de pelo menos dois metros.
o Nos casos em que não seja possível a distância recomendada entre trabalhadores,
entre trabalhadores e clientes e/ou fornecedores, e entre clientes e/ou fornecedores,
é recomendado que seja criada uma barreira física utilizando, por exemplo, divisórias.
o Se não for possível usar uma barreira física, é recomendável criar espaço adicional
entre trabalhadores, por exemplo, garantindo que eles tenham pelo menos duas
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mesas vazias de cada lado, garantindo a distância de segurança de pelo menos dois
metros.
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o O distanciamento físico deve ser assegurado também nas áreas comuns como salas de
descanso ou cantinas, por exemplo, dispondo mesas e cadeiras com distância de
segurança e, se necessário, alargando o horário e regulando o funcionamento das
cantinas.
o É recomendado que se mantenha uma distância segura de pelo menos dois metros
de outras pessoas e, quando não for possível, assegurar uma distância segura, é de
considerar a adoção de medidas de proteção alternativas como, por exemplo, a
colocação de divisórias entre os postos de trabalho e os locais frequentados pelo
público.
o A limitação da capacidade máxima dos espaços deve ter em linha de conta as regras
de distanciamento físico, devendo ser ativados os mecanismos necessários para
controlar e restringir o acesso das entradas.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
o As instruções sobre a utilização de máscaras, luvas e outros EPI´s adequados aos riscos
da atividade e/ou profissão devem, sempre que aplicável, estar acessíveis a todos.
o A lavagem regular da roupa de trabalho deve ser garantida e, caso tal não aconteça na
empresa, o trabalhador deve ser informado das regras de lavagem do seu vestuário de
trabalho em casa, exceto nos casos em que os trabalhadores estejam expostos a
substâncias tóxicas, irritantes ou infeciosas.
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Desta forma, torna-se fulcral por parte dos governos que sejam facultadas informações
adequadas aos diferentes públicos alvo, tal como por parte das organizações reforçarem
o seu sistema de comunicação e informação interna.
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Quando a auditoria interna prepara a sua avaliação de riscos, levando o plano de auditoria
interna baseada em riscos, a gestão da continuidade de negócios é invariavelmente um
tópico a ser considerado para inclusão.
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Nestes períodos, também podem ser identificadas questões de elevado risco e alta
prioridade, e neste sentido, devem ser desenvolvidas formações ou workshops para ajudar
as equipas a organizarem as suas prioridades.
Provavelmente vão existir muitas tarefas de auditoria interna depois do período de crise,
os exemplos, podem passar por planeamento, revisões e relatórios, pós crise entre outros.
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melhorias é fulcral no percurso das empresas. Não apenas no quotidiano, mas também nos
períodos de crise, onde o reforço e manutenção de todos os procedimentos deve estar
controlado.
2. Plano de contingência
Em situação de pandemia, as empresas têm um papel essencial a desempenhar na
proteção da saúde e segurança dos seus colaboradores e clientes, assim como na limitação
do impacto negativo sobre a economia e a sociedade.
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Descreve de forma clara, concisa e precisa as respostas ou ações que devem ser
desencadeadas perante as situações adversas, sinistros, perdas ou danos, de ordem
patrimonial ou pessoal.
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Nacionais
Lei n.º 95/2019, de 4 de setembro - Aprova a Lei de Bases da Saúde e revoga a Lei n.º
48/90, de 24 de agosto, e o Decreto-Lei n.º 185/2002, de 20 de agosto
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O CNSP, designado pelo membro do Governo responsável pela área da saúde que preside,
com competência de delegação no Diretor Geral da Saúde, é composto por um máximo de
20 membros, designados em representação dos sectores público, privado e social,
incluindo as áreas académica e científica. Este Conselho tem funções consultivas do
Governo no âmbito da prevenção e do controlo das doenças transmissíveis e outros riscos
para a saúde pública e, em especial, para análise e avaliação das situações graves,
nomeadamente epidemias e pandemias, competindo-lhe fundamentar a proposta de
declaração do estado de emergência, por calamidade pública. O CNSP compreende duas
comissões especializadas:
funciona como uma comissão especializada, com base nas consultas recíprocas e nas
informações fornecidas pelas entidades que integram o sistema de vigilância em saúde
pública.
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bem como a promoção de políticas de prevenção dos riscos profissionais, quer no âmbito
das relações laborais privadas, quer no âmbito da Administração Pública. A ACT desenvolve
a sua ação de autoridade pública, que no contexto de pandemia ou epidemia visa, entre
outras funções, a verificação da aplicação das normas reguladoras das condições de
trabalho, designadamente quanto ao cumprimento da legislação relativa à segurança e
saúde do trabalho, à proteção no desemprego (em especial nas situações de
despedimento) e à promoção da organização das atividades de prevenção.
Para que esta comunicação seja efetiva, deve ser definido um fluxo de informação interno
e interinstitucional, bem como as funções de cada membro da equipa de comunicação,
como já foi mencionado anteriormente. Estabelecem-se linhas de contacto com peritos e
parceiros de áreas específicas. Pontos de situação e reuniões de coordenação são
efetuadas com a periodicidade definida.
Deve ser reforçada a informação e consulta dos trabalhadores e, sempre que existam,
devem ser consultadas e envolvidas as suas estruturas representativas, nomeadamente
comissões de trabalhadores, delegados sindicais e representantes dos trabalhadores para
a segurança e saúde no trabalho.
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Estabelecer que:
Todos os trabalhadores devem reportar à sua chefia direta, uma situação de doença
enquadrada como trabalhador com sintomas e ligação epidemiológica compatíveis com a
definição de caso possível;
Sempre que for reportada uma situação de trabalhador com sintomas, a chefia direta do
trabalhador informa, de imediato, o empregador (ou alguém por este designado);
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O empregador deve reforçar a informação sobre a higiene das mãos, etiqueta respiratória
e distanciamento físico.
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Esta fase inicia-se com a preparação, aprovação e difusão do plano. Todas as medidas de
caráter informativo e preventivo estipuladas nesta fase devem manter-se enquanto o
plano estiver em funcionamento.
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2 – Fase de alerta
o Recolha de informação
o Comunicação
o Medidas de prevenção e controlo da contaminação
o Medidas de gestão da continuidade de serviços
o Recolha de informação
o Comunicação
o Medidas de prevenção e controlo da contaminação
o Medidas de gestão da continuidade de serviços
3 – Fase de recuperação
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Grupo operacional
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Este trabalhador deve usar uma máscara cirúrgica, se a sua condição clínica o permitir.
Deve ser verificado se a máscara se encontra bem ajustada (ou seja: ajustamento da
máscara à face, de modo a permitir a oclusão completa do nariz, boca e áreas laterais da
face. Em homens com barba, poderá ser feita uma adaptação a esta medida - máscara
cirúrgica complementada com um lenço de papel). Sempre que a máscara estiver húmida,
o trabalhador deve substituí-la por outra.
Caso Suspeito Não Validado, este fica encerrado. O SNS 24 define os procedimentos
habituais e adequados à situação clínica do trabalhador. O trabalhador informa o
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o Caso Suspeito Validado, a DGS ativa o INEM, o Instituto Nacional de Saúde Dr.
Ricardo Jorge - INSA e Autoridade de Saúde Regional, iniciando-se a investigação
epidemiológica e a gestão de contactos. A chefia direta do trabalhador informa o
empregador da existência de um caso suspeito validado na empresa.
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A DGS informa a Autoridade de Saúde Regional dos resultados laboratoriais, que por sua
vez informa a Autoridade de Saúde Local.
− Se o Caso for infirmado, este fica encerrado, sendo aplicados os procedimentos habituais
da empresa, incluindo de limpeza e desinfeção. Nesta situação, são desativadas as medidas
do Plano de Contingência da empresa.
− Se o Caso for confirmado, a área de “isolamento” deve ficar interditada até à validação
da descontaminação (limpeza e desinfeção) pela Autoridade de Saúde Local. Esta
interdição só poderá ser levantada pela Autoridade de Saúde.
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Isolamento
A área de “isolamento” (sala, gabinete, secção, zona) numa empresa tem como finalidade
evitar ou restringir o contacto direto dos trabalhadores com o trabalhador doente (com
sinais e sintomas e ligação epidemiológica compatíveis com a definição de caso suspeito) e
permitir um distanciamento social deste, relativamente aos restantes trabalhadores.
Grandes empresas ou empresas com vários estabelecimentos podem definir mais do que
uma área de “isolamento”.
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Nesta área, ou próxima desta, deve existir uma instalação sanitária devidamente equipada,
nomeadamente com doseador de sabão e toalhetes de papel, para a utilização exclusiva
do Trabalhador com Sintomas/Caso Suspeito.
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o Limpeza e Desinfeção
Este plano de higienização deve ser elaborado de acordo com as recomendações da DGS,
em particular as constantes na Orientação nº 010/2020 (limpeza e desinfeção de
superfícies em geral) e na Orientação nº 014/2020 (“técnicas, materiais e frequência de
limpeza”, “produtos de limpeza e desinfeção” e “limpeza e desinfeção de superfícies da
área de isolamento” relativamente a estabelecimentos de atendimento ao público ou
similares), ambas da DGS.
artigo 9.º, Decreto-Lei n.º 84/97: […] o risco de exposição deve ser reduzido a um nível tão baixo quanto for tecnicamente
possível para proteger adequadamente a segurança e a saúde dos trabalhadores, designadamente através das seguintes
medidas: […] d) Aplicação de medidas de higiene compatíveis com os objetivos da prevenção ou redução da transferência
ou disseminação acidental de um agente biológico para fora do local de trabalho.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Salienta-se que:
A desinfeção deve ter carácter diário, ou entre cada utilização (este último quando
aplicável) e deve ser realizada com recurso a agentes adequados.
Nos casos em que a atividade em causa implique um contacto frequente com objetos ou
superfícies (ex. máquinas de vending, terminais de pagamento, dispensadores de senhas e
bilhetes ou veículos alugados, maçanetas das portas, corrimãos, balcões, interruptores de
luz, telefones, etc.), o empregador deve assegurar a desinfeção periódica de tais objetos
ou superfícies, mediante a utilização de produtos adequados e eficazes no combate à
propagação do vírus.
Para a desinfeção de superfícies deve-se: lavar primeiro com água quente e detergente;
aplicar a lixívia diluída em água (diluições de lixívia de acordo com o anexo I da Orientação
nº 014/2020); deixar atuar durante 10 minutos; enxaguar apenas com água quente e deixar
secar ao ar (ou proceder de acordo com as informações constantes nas orientações) .
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Preferencialmente o contentor onde se coloca o saco deve dispor de tampa e esta ser
acionada por pedal.
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Quando o saco estiver cheio (enchimento máximo até 2/3 (dois terços) da sua capacidade),
deve ser bem fechado, e depositado num 2.º saco.
Os resíduos devem ser mantidos segregados e ser encaminhados para operador licenciado
para a gestão de resíduos hospitalares com risco biológico, sob responsabilidade do órgão
de gestão da empresa, alojamentos, portos ou aeroportos.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Para efeitos de gestão dos contactos a Autoridade de Saúde Local, em estreita articulação
com o empregador e o médico do trabalho, deve:
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Para se proceder a uma correta prevenção do risco de infeção as empresas, através dos
respetivos Serviços de SST/SO, devem proceder à (re)avaliação dos riscos. Entre outros
aspetos estabelecidos legalmente, a avaliação dos riscos deve ter em consideração:
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dos locais de trabalho, que deve ser assegurado, sempre que possível, pelo menos
duas vezes por dia (por exemplo, à hora de almoço e ao fim do dia).
A adequada lavagem das mãos, com água e sabão (durante pelo menos 20 segundos), ou
a utilização de solução antissética de base alcoólica (SABA), com 70% de álcool, permitem
eliminar o novo coronavírus da superfície da pele, evitando que este vírus se transmita nos
locais de trabalho, designadamente pelo manuseamento e contacto.
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Em termos gerais, a lavagem das mãos deve ser completa e regular, efetuada ao longo do
dia e sempre que se justifique. Sempre que a lavagem das mãos não seja possível os
trabalhadores devem recorrer ao uso de SABA, cobrindo todas as superfícies das mãos e
esfregando-as até ficarem secas.
• Assegure que os trabalhadores têm locais adequados para a lavagem das mãos na
empresa. Nestes locais devem existir os meios para lavagem e secagem das mãos
(doseador de sabão e toalhetes de papel).
• Afixe posters informativos que promovam a higienização das mãos (através da lavagem
ou pela utilização de SABA) pelos trabalhadores.
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• Na boa prática, estes procedimentos de higienização das mãos deverão ser realizados
pelas pessoas externas antes de se iniciar um atendimento, reunião, evento, auditoria,
visita, vistoria ou outra situação similar.
Etiqueta respiratória
Em termos gerais, não se deve tossir ou espirrar para as mãos nem para o ar. Se o
trabalhador tossir ou espirrar deve fazê-lo para a prega do cotovelo, com o antebraço
fletido, ou usar lenço de papel (que deve ser imediatamente colocado no contentor de
resíduos).
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• Disponibilize lenços de papel nos locais de trabalho, devendo estes estar devidamente
acondicionados em embalagens fechadas que possam ser descartadas higienicamente.
Quando os veículos forem utilizados por mais do que uma pessoa, deve ser observado o
distanciamento possível e é de considerar a utilização de máscara pelos ocupantes,
sobretudo nos casos em que não for possível limitar significativamente a lotação do veículo.
Os veículos das empresas devem estar equipados com produtos de higiene e desinfeção
das mãos, toalhetes de papel, sacos de lixo e instruções de utilização.
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Nas deslocações para o trabalho deve evitar-se sempre que possível os ajuntamentos de
pessoas, nomeadamente nos transportes coletivos e no acesso aos locais de trabalho.
Sempre que possível, deve dar-se prioridade às opções de mobilidade que melhor
garantam o distanciamento físico adequado.
Em termos gerais, considera-se que para efeitos de distanciamento físico uma pessoa deve
estar afastada de outra(s) pelo menos dois metros quando se trate de ambiente fechado e
de um metro quando se trate de ambiente aberto.
Sempre que possível, os trabalhadores devem ser incentivados a evitar as horas de ponta
e a respeitar os circuitos adaptados, normas, medidas de segurança e de higiene
recomendadas em cada meio de transporte. Nos meios de transporte coletivos, devem ser
observadas as medidas adicionais de higiene e saúde que estejam definidas em cada setor.
Como princípio geral, deve ser, sempre que possível, minimizado o contacto entre os
trabalhadores, designadamente motoristas e os passageiros, recomendação que pode ser
seguida, por exemplo, criando medidas ou barreiras físicas de segurança ou recorrendo,
quando possível, ao pagamento com utilização de cartões de débito com tecnologia
contactless.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Caso contrário, devem ter um número de pessoas restritas e devidamente afastadas por
distancia de 2 metros, nos lugares, com a utilização de máscara e em locais devidamente
ventilados. As mãos devem ser devidamente desinfetadas, tal como os espaços físicos.
Procedimentos de conduta social (ex. alterar a frequência e/ou a forma de contacto entre
os trabalhadores e entre estes e os clientes - evitar o aperto de mão, as reuniões
presenciais, os postos de trabalho partilhados).
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Os trabalhadores devem ter o cuidado de medir duas vezes ao dia a sua temperatura
corporal e devem alertar a entidade patronal caso registem alguma alteração.
As instruções sobre a utilização de máscaras, luvas e outros EPI´s adequados aos riscos da
atividade e/ou profissão devem, sempre que aplicáveis, estar acessíveis a todos.
O uso de máscaras sociais ou comunitárias, desde que adequadas aos fins a que se
destinam, pode ser ponderado, em articulação com os trabalhadores e os seus
representantes, de modo a reduzir os riscos de transmissão, nas deslocações de e para o
trabalho.
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Formação e informação
No trabalho presencial
As empresas que mantenham a sua atividade e que tenham postos de trabalho em que seja
imprescindível o exercício de funções de forma presencial, a tempo completo ou parcial,
devem salvaguardar a adoção de determinadas medidas que garantam um distanciamento
social.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
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o Toalhetes de papel para secagem das mãos, nas instalações sanitárias e noutros
locais onde seja possível a higienização das mãos;
o Contentor de resíduos com abertura não manual e saco plástico (com espessura
de 50 ou 70 micra);
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
e superfícies que são mais manuseadas (ex. corrimãos, maçanetas de portas, botões
de elevador).
No teletrabalho
É importante que exista uma boa comunicação a todos os níveis, incluindo comunicação
regular e informação com os colegas, comunicação entre trabalhador, colegas e chefias,
estabelecida, por exemplo, através do agendamento de reuniões online.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Deve ser tida em conta alguma flexibilidade de horários e de distribuição de tarefas com
prazo, considerando por exemplo que o trabalhador pode ter filhos pequenos (que não
estão na escola), outras pessoas em teletrabalho no mesmo espaço ou coabitar com
pessoas com necessidades especiais (nomeadamente doentes crónicos, idosos, pessoas em
isolamento profilático).
Recomenda-se que sejam realizadas vídeo conferências entre chefias e equipas e, sempre
que possível, entre os diversos membros da equipa, permitindo a partilha e experiências,
dúvidas e contacto social.
Os riscos de transmissão são mais elevados para alguns grupos profissionais, em especial
para aqueles que estão na primeira linha, que prestam serviços essenciais ou estão em
espaços de trabalho com elevadas concentrações de pessoas.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Profissionais de saúde:
Durante um surto, o risco é maior para diferentes grupos profissionais que estão na
primeira linha de resposta a emergências, nomeadamente, dos cuidados de saúde, e
particularmente para quem está ativamente na gestão do surto (socorristas de equipas
médicas/os de emergência, profissionais de saúde em unidades de emergência e unidades
de tratamento especializado, transportes e primeiros socorros).
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Estes incluem a disponibilização de espaços adequados para permitir a distância física entre
pacientes e trabalhadores e trabalhadoras dos cuidados de saúde e garantir a
disponibilidade de salas de isolamento.
Medidas administrativas
Outra medida administrativa que deve ser implementada diz respeito à monitorização e
vigilância da saúde dos trabalhadores em risco, a fim de detetar quaisquer efeitos
desfavoráveis dos riscos profissionais para a saúde numa fase precoce, em que seja mais
fácil tratar a doença (por exemplo, através de medições de temperatura para detetar a
febre ou outros sintomas precoces de doença infeciosa). Devem ser tomadas medidas para
garantir que qualquer pessoa exposta possa facilmente comunicar qualquer sintoma a
um/a supervisor/a, que por sua vez terá de notificar um/a médico /a (OMS e OIT, 2018).
Colaboradores de laboratório
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Os restos humanos podem representar riscos para a saúde em alguns casos de doenças
infeciosas. Os colaboradores envolvidos na manipulação de cadáveres, incluindo serviços
funerários, funerais, autópsias ou enterros podem estar em risco de contrair infeções.
Durante um surto, pode haver necessidade de transportar pacientes (em ambulâncias, bem
como em meios de transporte aéreo, comboios e navios), expondo este grupo de
profissionais ao risco de contágio. Aqueles que transportam os corpos de pessoas que
morreram de doenças altamente infeciosas também estão em risco, as operações de
limpeza e desinfeção também representam um risco de infeção.
O risco de infeção para estes trabalhadores pode surgir do contacto com materiais,
superfícies e ambientes potencialmente contaminados (OMS e UNICEF, 2020).
Além disso, em situações de crise como uma pandemia ou epidemia, agentes da polícia,
pessoal da proteção civil, militares, bombeiros podem ser chamados à linha da frente
para apoiar a resposta de emergência.
Dependendo das tarefas que lhes forem atribuídas, podem estar expostos a pessoas,
pacientes e colegas de trabalho que tenham sido infetados (detetados e insuspeitos), bem
como a ambientes contaminados.
Para todos estes grupos de profissionais devem ser tomadas medidas de prevenção:
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
• Pessoas idosas.
• Pessoas com doenças crónicas – doença cardíaca, pulmonar, neoplasias ou
hipertensão arterial, entre outras-
• Pessoas com compromisso do sistema imunitário (a fazer tratamentos de
quimioterapia, tratamentos para doenças autoimunes (artrite reumatoide, lúpus,
esclerose múltipla ou algumas doenças inflamatórias do intestino), infeção VIH/sida
ou doentes transplantados.
Se um trabalhador sofrer de uma infeção ou outra doença, que possa ter sido provocada
pela exposição a agentes biológicos no local de trabalho, o médico do trabalho ou a
entidade responsável pela vigilância da saúde dos trabalhadores proporá a todos os
trabalhadores sujeitos a exposição idêntica a avaliação do seu estado de saúde; neste caso,
deve ser repetida a avaliação dos riscos de exposição.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Os planos de contingência devem ser revistos sempre que necessário, ou seja, quando se
verifique necessidade de alteração de procedimentos ou melhoria dos mesmos, ou quando
são emanadas diretrizes das entidades competentes.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Em conformidade com qualquer orientação nacional e/ou local existente por parte das
autoridades públicas, o plano incorpora recomendações sobre distanciamento físico,
turnos de trabalho, operações de redução de funções, teletrabalho e outras medidas de
redução da exposição ao risco, bem como de opções para a realização de operações
essenciais como redução de mão de obra (incluindo pessoal com formação transversal em
diferentes postos de trabalho, a fim de continuar as operações e prestar serviços
fundamentais) (EU-OSHA, 2020).
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
O plano pode também abordar as possíveis consequências sociais incluindo a saúde mental,
que uma epidemia/pandemia pode ter nos trabalhadores/as (IOSH, 2020).
Para garantir que os trabalhadores sejam protegidos contra microrganismos infeciosos aos
quais possam ser expostos durante o curso de seu trabalho, vários controlos devem ser
implementados com base nos resultados de uma avaliação de risco no local de trabalho.
Se isso não for possível, controlos devem ser aplicados para reduzir o risco de infeção a um
nível que não prejudique a saúde dos colaboradores.
o uso de EPI , que pode incluir roupas , luvas , calçado, máscaras apropriadas
Note-se que as máscaras cirúrgicas não são consideradas EPI´s, pois não oferecem proteção
ao usuário.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Uma máscara cirúrgica é um dispositivo médico que cobre a boca e o nariz, garantindo uma
barreira para limitar a transição de um agente infecioso.
Também é provável que as medidas sejam específicas da tarefa com base na avaliação de
riscos.
A Diretiva de Agentes Biológicos (2000/54 / CE) [2] destaca algumas medidas que podem
ser aplicadas para reduzir o risco de infeção. Isso inclui minimizar, tanto quanto possível, o
número de trabalhadores expostos (ou provavelmente expostos), implementar medidas de
higiene, como não comer ou beber em áreas de trabalho onde há risco de contaminação
por agentes biológicos, além de fornecer medidas adequadas, e boas práticas de lavagem
das mãos, higienização adequada das instalações sanitárias, entre outras.
O Instituto Federal Alemão para Segurança e Saúde Ocupacional (BAuA) possui um link com
regras técnicas para agentes biológicos , que inclui medidas de proteção para atividades
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Os EPI´s que sejam necessários aos trabalhadores devem ser disponibilizados pelo
empregador.
O recurso a plataformas e outros meios eletrónicos podem ser uma mais-valia na difusão
de informação e instrumentos de apoio.
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Entre diversos fatores de risco psicossocial, nas fases de pandemia/epidemia alguns dos
mais presentes são:
Respostas comuns:
o Stress
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o Alterações de humor
o Níveis de motivação reduzidos
o Ansiedade e depressão
o Reflexos na saúde mental
Medidas de prevenção:
o rever a cultura organizacional e a sensibilidade para com outras pessoas, uma vez
que também as famílias podem ser afetadas pela epidemia/pandemia;
o uma rede de suporte entre pares, para dar apoio psicológico e monitorizar o stress
e o burnout;
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o Proteger a saúde mental das pessoas que trabalham a partir de casa durante a
pandemia.
De acordo com um estudo recente realizado em 15 países pela Eurofound e pela OIT (2017),
41% das pessoas que trabalhavam em casa consideravam-se muito stressadas, contra
apenas 25% das que trabalhavam apenas no local de trabalho.
Trabalhar a partir de casa, pode originar uma sensação de isolamento, mais horas de
trabalho e esbatimento dos limites entre o trabalho e a vida familiar. Se o isolamento pode
facilitar a concentração, a ausência de interação social pode tornar-se uma fonte de stress.
O horário de trabalho flexível pode transformar-se num número de horas de trabalho
excessivas, sem pausas e pode continuar durante a noite, resultando em riscos associados
e consequentes das insónias.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
O risco de lesões músculoesqueléticas também podem aumentar para quem tem que
assegurar cargas de trabalho nas linhas operativas ( movimentos repetitivos, posturas
incorretas, longos períodos de tempo de pé). Além disso, o stress e a fadiga decorrentes
dessas situações podem aumentar o risco de acidentes de trabalho e de doenças
profissionais.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Posição do Ecrã
• Posicionamento frontal relativamente ao operador.
• Distância de pelo menos 60 cm para ecrãs até 17’’.
• O ponto mais alto da área de trabalho visualizada no ecrã deve estar situada entre
10º a 20º abaixo da linha de visão horizontal.
• O ecrã deve ser colocado em frente ao utilizador, ou pelo menos dentro de um
ângulo de 120º no plano horizontal para evitar girar o tronco e a cabeça
repetidamente.
• Deve evitar rotações com a cabeça. O ângulo máximo de rotação da cabeça deve
ser inferior a 35º.
• O trabalhador deve saber ajustar com facilidade o brilho e o contraste do ecrã, de
forma a encontrar os níveis mais confortáveis em função das condições de
iluminação.
Porta Documentos
• Para tarefas que requerem alternância na visualização do ecrã com a leitura
frequente de documentos impressos. Deve ser colocado junto ao ecrã de modo a
limitar os movimentos da cabeça e dos olhos do utilizador.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
Mesa de Trabalho
• Debaixo da mesa de trabalho deve existir espaço suficiente para alojar
comodamente as pernas de forma a permitir as mudanças de postura;
• Deve permitir a colocação flexível de rato, teclado ecrã, documentos e outros
acessórios necessários;
• Deve contemplar arestas arredondadas e tampo baço.
Cadeira de Trabalho
• A altura do assento deve ser regulada de forma a colocar os cotovelos
aproximadamente à altura da superfície da mesa, ou do teclado e os pés apoiados
no chão;
• O ângulo entre o braço e o antebraço não deve ser inferior a 90º e as coxas devem
ficar na horizontal.
Iluminação
Gestão do espaço – Localização do Posto de Trabalho - Fatores a avaliar:
• Reflexos
• Encandeamento
Dificultam a leitura e "forçam" a vista obrigando o operador a desviar a cabeça para poder
ver, ocasionando sobrecarga do pescoço.
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• Evitar colocar objetos debaixo da mesa que dificultem os movimentos das pernas.
• Manter a região lombar (costas) apoiada no encosto da cadeira.
• Manter os pés apoiados no chão, ou usar apoio de pés.
• Manter os braços na vertical, os antebraços na horizontal e os punhos apoiados.
• Manter o cotovelo junto ao corpo.
• Usar o rato o mais perto possível do teclado.
• Manter o antebraço, punhos e mãos em linha reta (posição neutra do punho) em
relação ao teclado.
• Utilizar apoio para os punhos.
• Manter o topo do ecrã ligeiramente abaixo do nível dos olhos e distante, cerca de
um comprimento de braço.
• Manter a cabeça e pescoço em posição reta, ombros relaxados.
• A altura do assento deve permitir a formação de um ângulo de 90º das coxas com
as pernas.
Riscos físicos
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Riscos Químicos
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Regras de manuseamento:
Riscos biológicos
Medidas de prevenção
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
De facto, a utilização de EPI´s que cobrem todo o corpo (ou uma grande parte do mesmo)
pode acumular o calor e o suor, limitando o mecanismo de proteção do corpo de
arrefecimento por evaporação.
Medidas de prevenção
Riscos no teletrabalho
A configuração do espaço domiciliário muitas vezes não cumpre as mesmas normas de SST
que as aplicadas nos locais de trabalho em relação a : instalações e equipamentos ambiente
físico (como calor, frio, iluminação, segurança elétrica, higiene domiciliária, entre outros).
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
O guia começa por determinar que devem ser adotadas medidas de acesso aos
estabelecimentos e de circulação dentro dos mesmos, que assegurem a segurança dos
trabalhadores e dos clientes.
o Manter, quando possível, a porta aberta para minimizar o contacto com a mesma e
as respetivas maçanetas, e promover o arejamento natural dos espaços, se possível,
ou estabelecer medidas eficazes de higienização das mesmas.
2. Distanciamento
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
o Assegurar uma distância mínima de dois metros entre pessoas e uma permanência
das mesmas apenas pelo tempo necessário à aquisição dos produtos ou à prestação
do serviço, recorrendo, se necessário, à inativação parcial de pontos de
atendimento ou de prestação de serviços.
o Organizar a entrada dos clientes, colocando, sempre que possível, marcas no chão
que indiquem distâncias mínimas entre os clientes nas filas para atendimento e
pagamento ou no acesso ao estabelecimento.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
o Disponibilizar toalhetes de papel para secagem das mãos, nas instalações sanitárias
e noutros locais, de acesso aos trabalhadores e/ou clientes.
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4. Ventilação
A ventilação adequada dos espaços é um dos requisitos que as empresas devem cumprir,
sendo que devem ser determinadas algumas regras sobre como tal deverá ser feito, em
particular no caso de existirem sistemas de ventilação.
o Manter os locais ventilados, com pelo menos, seis renovações de ar por hora.
As empresas devem definir um plano de limpeza e higienização das instalações onde são
definidas as técnicas de limpeza a adotar, o qual deve ser afixado em local visível. Esse
plano deve obedecer a vários aspetos.
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Segurança e Saúde no Trabalho – Situações Pandémicas e Epidémicas
6. Atendimento Prioritário
Para além das regras de atendimento prioritário definidas legalmente, deve ser privilegiado
o atendimento prioritário para alguns segmentos de pessoas.
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O pagamento por cartão ou outro método eletrónico, em particular contactless, deve ser
privilegiado face ao pagamento em numerário.
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1. Saúde dos trabalhadores - principal foco da ação do PNSOC, que será potenciado no
contexto de trabalho, se se garantir que os trabalhadores:
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Evitar a "infodemia"
A comunicação do risco de surto envolve três elementos principais que devem funcionar
em conjunto:
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A pandemia COVID19 veio fazer com que também as próprias empresas se ajustassem a
novas formas de negócio, aumentando “novas” formas de consumo de forma mais
acentuada, o e-commerce.
Estas novas formas de trabalho e consumo veem alterar formas de vivenciar o trabalho e
consequentemente novos perigos e riscos associados à segurança e saúde dos
trabalhadores.
• Mantenha a rotina
• Defina um espaço para trabalhar
• Adeque e organize o seu local de trabalho
• Tenha atenção às posturas incorretas
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5. Síntese
Ao longo deste manual foi desenvolvida uma abordagem sobre a segurança e saúde no
trabalho relativa a situações ou contextos muito específicos, epidemias/pandemias.
Através do mesmo, reconhecemos a organização, as entidades intervenientes e as regras
essenciais ao desenvolvimento de trabalho seguro, evitando a disseminação de situações
em contextos de exceção – epidemias/pandemias.
A segurança e saúde no trabalho é essencial nas organizações, não apenas para promover
e sensibilizar os colaboradores para boas práticas de trabalho seguro, reduzindo ou
eliminando os acidentes de trabalho e as doenças profissionais, como também,
salvaguardando vidas. Esta tem um grande impacto na estrutura económica da
organização, pois investir na mesma envolve, menos custos diretos e indiretos.
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6. Bibliografia
Documentos emitidos por entidades competentes
Direção dos Serviços de Prevenção das Doenças e Promoção da Saúde -Saúde e Atividades
diárias: Medidas de Prevenção e Controlo de Covid19, Lisboa, DGS, 2020
Nunes, C., Nogueira, J., Saúde no Trabalho – Medidas de prevenção da CIVD 19 nas
empresas, 2020 DGS, Lisboa
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Webgrafia
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