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Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no

Trabalho - conceitos básicos

Formadora
Paula Sousa
1. AMBIENTE
1.1 Principais problemas ambientais da actualidade
1.2 Resíduos
- Definição
- Produção de resíduos
1.3 Gestão de Resíduos
- Entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos e suas
Estratégias de atuação
- Boas práticas para o meio ambiente
2. SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

2.1 CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS COM A SHST

-Trabalho, saúde, segurança no trabalho, higiene no trabalho, saúde no


trabalho, medicina no trabalho, ergonomia, psicossociologia do trabalho,
acidente de trabalho, doença profissional, perigo, risco profissional,
avaliação de riscos e prevenção.

2.2 ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST

- Obrigações gerais do empregador e do trabalhador


2.3 ACIDENTES DE TRABALHO

- Conceito de acidente de trabalho


- Causas dos acidentes de trabalho
- Consequências dos acidentes de trabalho
- Custos diretos e indirectos dos acidentes de trabalho

2.4. DOENÇAS PROFISSIONAIS

- Conceito
- Principais doenças profissionais
2.5 PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
- Riscos biológicos
- Agentes biológicos
- Vias de entrada no organismo
- Medidas de prevenção e protecção
- Riscos Físicos (Conceito, efeitos sobre a saúde, medidas de prevenção e
protecção)
- Ambiente Térmico
- Iluminação
- Radiações (ionizantes e não ionizantes)
- Ruído
- Vibrações
- Riscos Químicos
- Produtos químicos perigosos
- Classificação dos agentes químicos quanto á sua forma
- Vias de exposição
- Efeitos na saúde
- Classificação, rotulagem e armazenagem
- Medidas de prevenção e protecção
- Riscos de incêndio ou explosão
- O fogo como reacção química
- Fenomenologia da combustão
- Principais fontes de energia de activação
- Classes de fogos
- Métodos de extinção
- Meios de primeira intervenção – extintores
- Classificação dos Extintores
- Escolha do Agente Extintor
- Riscos Elétricos
- Riscos de contato com a corrente eléctrica: Contatos diretos e indirectos
- Efeitos da corrente eléctrica sobre o corpo humano
- Riscos Mecânicos
- Trabalho com máquinas e equipamentos
- Movimentação mecânica de cargas
- Riscos ergonómicos
- Movimentação manual de cargas
- Riscos psicossociais
2.6 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE

- Conceito
- Tipos de sinalização

2.7 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL

- Principais tipos de protecção colectiva e de protecção


individual
Principais problemas ambientais da
actualidade
RESÍDUOS

Definição

Resíduo é qualquer substância ou objecto de que o ser


humano pretende desfazer-se por não lhe reconhecer
utilidade.
PRODUÇÃO DE RESÍDUOS
 A produção de resíduos é causadora de poluição e tem vindo a aumentar com o
desenvolvimento socioeconómico e tecnológico das sociedades.

 A produção de resíduos é uma consequência do uso de recursos nas atividades


socioeconómicas que caracterizam o nosso quotidiano. Os resíduos têm origem
nas várias fases do metabolismo socioeconómico, desde que são extraídos da
natureza até ao momento em que os materiais e produtos em que se
transformam deixam de ter utilidade para o seu consumidor.

 De acordo com o Regime Geral de Gestão de Resíduos, Resíduo Urbano (RU)


é “o resíduo proveniente de habitações bem como outro resíduo que, pela sua
natureza ou composição, seja semelhante ao resíduo proveniente de habitações”.
REGRAS DE SEPARAÇÃO DOS
RESÍDUOS- OS ECOPONTOS
REGRAS DE SEPARAÇÃO DOS
RESÍDUOS- OS ECOPONTOS
REGRAS DE SEPARAÇÃO DOS
RESÍDUOS- OS ECOPONTOS
Ecopontos: a escolha dos consumidores
(Estudo feito pela DecoProteste)
COMO SEPARAR BEM OS RESÍDUOS
 Posso pôr o saco de lixo no contentor a qualquer
hora?
 O PC ainda funciona, mas já não satisfaz. Posso
abandoná-lo na rua indicando “Dá-se” numa
tabuleta?
 Descobri vários medicamentos fora de prazo em
casa. Posso pôr no lixo?
 Posso despejar na sanita o óleo da fritadeira?
 Posso pôr embalagens de iogurte ou de manteiga no
contentor amarelo?
COMO SEPARAR BEM OS RESÍDUOS
 E os lenços de papel? Devo deitá-los no lixo
indiferenciado ou no papelão?
 O telhado da garagem está coberto com placas de
amianto. Como agir?
 A placa de vidro do forno partiu-se. Posso depositar
os estilhaços no vidrão?
 Posso deitar as pilhas no lixo comum?
 Comprei pneus novos. O que posso fazer aos
usados?
TIPOS DE RESÍDUOS E MÉTODOS DE
TRATAMENTO:
Resíduos sólidos urbanos
 São correntemente designados lixos. Incluem resíduos domésticos,
industriais e hospitalares. Podem causar poluição da água, do solo
ou da atmosfera.

Aterros Sanitários
 Os Aterros Sanitários devem ser construídos em locais com
características geológicas adequadas e são revestidos com materiais
impermeáveis, como argila ou plástico, que previnem a infiltração
no solo de substâncias lixiviadas.
TIPOS DE RESÍDUOS E MÉTODOS DE
TRATAMENTO:
Substâncias lixiviadas

 As substâncias lixiviadas (quando a água das chuvas se infiltra, dissolve


substâncias químicas e arrasta-as consigo) são recolhidas e enviadas
para uma estação de tratamento e os gases produzidos pelas bactérias
decompositoras (biogás) podem ser utilizados na obtenção de
energia.

 Após estarem lotados, os aterros são selados, ou seja, tapados com


uma cobertura de plásticos e de terra que permite o desenvolvimento
de plantas que diminuirão o impacto paisagístico.
TIPOS DE RESÍDUOS E MÉTODOS DE
TRATAMENTO:
 Principais Vantagens
 Construção rápida
 Baixo custos de manutenção
 Grande Capacidade

 Principais Desvantagens
 Requer grandes áreas de implantação
 Possibilidade de contaminação de águas subterrâneas
TIPOS DE RESÍDUOS E MÉTODOS DE
TRATAMENTO:
Reciclagem -> Recolha e processamento de resíduos.

 Reciclagem primária - Conversão em produtos do mesmo tipo


 Reciclagem secundária - Conversão noutro tipo de produtos
 A Reciclagem insere-se numa política ambiental mais alargada, que inclui
também os seguintes "2 R's"
 Reduzir: Reduzir ao máximo o lixo produzido passa por diminuir o consumo de
materiais descartáveis ou com embalagens excessivas e não biodegradáveis, bem
como desenvolver tecnologias para minimizar a quantidade de matérias-primas
necessárias para produzir um determinado produto.
 Reutilizar: Usar várias vezes um produto é uma forma eficiente de diminuir os
resíduos. Para produzir qualquer objecto há sempre gasto de matéria-prima,
água e contaminação ambiental, pelo que, quando reutilizamos, reduzimos os
resíduos e conservamos os recursos.
TIPOS DE RESÍDUOS E MÉTODOS DE
TRATAMENTO:

 Principais Vantagens
 -Poupança de materiais e de energia
 -Redução da poluição (atmosférica, da água e dos solos)
 -Redução da quantidade de resíduos sólidos
 -Protecção dos ecossistemas
TIPOS DE RESÍDUOS E MÉTODOS DE
TRATAMENTO:
 Compostagem - Entende-se pela decomposição dos resíduos
orgânicos (biodegradáveis) pela acção de decompositores e
saprófitas, diminuindo o volume dos resíduos e produzindo o
composto, que pode ser usado como fertilizante, melhorando a
textura e fertilidade do solo.

 Águas Residuais - Águas que foram utilizadas em actividades


domésticas, industriais ou agrícolas e que contêm uma grande
variedade de resíduos. O tratamento de águas residuais é feito em
estações de tratamento, ETAR. Nestas estações, as águas residuais
são sujeitas a tratamentos que removem os poluentes e o efluente
final é devolvido ao ambiente.
TIPOS DE RESÍDUOS E MÉTODOS DE
TRATAMENTO:

Video youtube

 https://www.youtube.com/watch?time_continue=53&v=g
CKHtsaIAgA
GESTÃO DE RESÍDUOS
 Gestão de resíduos é o conjunto das atividades de caráter técnico,
administrativo e financeiro necessárias à deposição, recolha, transporte,
tratamento, valorização e eliminação dos resíduos, incluindo o
planeamento e a fiscalização dessas operações, bem como a
monitorização dos locais de destino final, depois de se proceder ao seu
encerramento. É essencial que estas atividades se processem de forma
ambientalmente correta e por agentes devidamente autorizados ou
registados para o efeito estando proibidas a realização de operações de
tratamento de resíduos não licenciadas, o abandono de resíduos, a
incineração de resíduos no mar e a sua injeção no solo, a queima a céu
aberto, bem como a descarga de resíduos em locais não licenciados para
realização de tratamento de resíduos.
QUIZ
A alternativa que emparelha corretamente o material com a cor
do cesto é:
1.Plástico -Verde; Metal - Amarelo; Papel - Vermelho; Vidro -
Azul; Orgânico - Marrom.
2.Plástico - Azul; Metal - Amarelo; Papel - Vermelho; Vidro -
Verde; Orgânico - Marrom.
3.Plástico - Amarelo; Metal - Marrom; Papel - Verde; Vidro -
Vermelho; Orgânico - Azul.
4.Plástico - Marrom; Metal - Verde; Papel - Azul; Vidro -
Amarelo; Orgânico - Vermelho.
5.Nenhuma das anteriores.
QUIZ
Assinale a alternativa que aponta corretamente os objetos que NÃO
podem ser reciclados.
1.Embalagem de salgados (plástico); papel celofane; prato Duralex
(vidro); esponja de aço.
2.Garrafa PET; papel sulfite; cacos de vidro; lata de refrigerante.
3.Prato de isopor (plástico); papelão; frasco de perfume; papel
alumínio.
4.Embalagem de xampu; jornal; copo de requeijão (vidro); lacre.
5.Todos acima são recicláveis.
QUIZ
 Qual é o cuidado a ser tomado antes de enviar um
determinado material para a reciclagem?
 Cortá-lo em pedaços pequenos.
 Misturá-lo com materiais do mesmo gênero.
 Limpá-lo.
 Colocá-lo numa sacola.
 Não deve haver cuidados especiais.

QUIZ
Quais são as consequências mais diretas do despejo inadequado
do lixo?

1.Enchentes e doenças.
2.Chuvas ácidas e o buraco na camada de ozono.
3.Extinção de algumas espécies de animais, plantas e
bactérias.
4.Esgotamento dos reservatórios de água no planeta e
estiagem.
5.Não há consequências.
QUIZ

Quais dos materiais abaixo podem gerar algum tipo de


combustível?

1. Óleo e metal.
2. Papel e plástico.
3. Apenas óleo de cozinha.
4. Apenas papel.
5. Plástico e óleo de cozinha.
ENTIDADES GESTORAS DE FLUXOS
ESPECÍFICOS DE RESÍDUOS E SUAS
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO

 Existem a nível nacional diversas entidades que tornam


possível e organizada a gestão de resíduos, nomeadamente as
entidades gestoras dos diferentes fluxos específicos, os
diferentes operadores (ou associações representativas)
envolvidos em toda a cadeia de gestão dos resíduos, as
associações das empresas recicladoras e as entidades
envolvidas na promoção da livre circulação de resíduos.
AS DIFERENTES ENTIDADES GESTORAS A FUNCIONAR EM
PORTUGAL, E SUAS ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO SÃO:
 - A Amb3E – Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos
é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, que
tem como missão a gestão de resíduos de equipamentos
elétricos e eletrónicos (REEE) e de resíduos de pilhas e
acumuladores portáteis e de resíduos de pilhas e
acumuladores industriais incorporáveis em equipamentos
eléctricos e electrónicos. Conta actualmente com mais de
1.100 aderentes.
AS DIFERENTES ENTIDADES GESTORAS A FUNCIONAR EM
PORTUGAL, E SUAS ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO SÃO:
 - A Ecopilhas, é uma empresa sem fins lucrativos, constituída
pelos principais Produtores/Importadores de pilhas e baterias
portáteis que operam no mercado português. Foi fundada em
2002 com o objetivo de gerir o sistema integrado de pilhas e
baterias, organizando um conjunto de operações que asseguram a
recolha seletiva, a armazenagem, a triagem e a reciclagem das
pilhas e baterias portáteis e industriais usadas. O arranque
operacional da Ecopilhas foi em 2004 e, desde então, a entidade
assegurou a recolha e envio para reciclagem de mais de 200
milhões de pilhas e baterias portáteis usadas.
O QUE É IMPORTANTE REGISTAR…
 Que é fundamental a intervenção de todos nós para uma efetiva
aplicação da política dos 5 R (Reduzir, Reutilizar, Reciclar,
Recuperar e Racionalizar), permitindo a redução do consumo de
energia, de matérias-primas e recursos naturais, e da quantidade
de resíduos depositada em aterro ou incinerada.
 Reduzir a quantidade de resíduos produzidos (por exemplo,
através da utilização de produtos de longa duração e de produtos a
granel);
 Reutilizar resíduos quando não for possível reduzir, através da
utilização de materiais usados (por exemplo, reutilização de sacos
plásticos, reparação de artigos danificados);
O QUE É IMPORTANTE REGISTAR…
 Reciclar os materiais (já) não reutilizáveis, através da prévia
separação seletiva e posterior deposição no respetivo ecoponto
(plástico e metal – amarelo –, papel e cartão – azul –, vidro –
verde). As pilhas usadas devem ser depositadas no pilhão e as
embalagens de madeira podem ser depositadas nos ecocentros.
Também os eletrodomésticos devem ser entregues e não depositados
junto dos contentores (recolha: Amb3e, ERP Portugal – REEE -
Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos). Os óleos
alimentares domésticos devem ser colocados no oleão.
 A matéria orgânica é, idealmente, encaminhada para compostagem –
outra forma de reciclagem, que consiste na decomposição biológica
controlada da matéria orgânica, obtendo-se o composto que pode
ser utilizado como adubo na agricultura.
O QUE É IMPORTANTE REGISTAR…
 A reciclagem é o mais mediático dos 5 R e consiste na
transformação de um resíduo numa forma novamente utilizável,
prolongando assim o seu ciclo de vida. Em Portugal, (apenas) 15%
dos resíduos totais produzidos são reciclados.
 Recuperar, quando possível, a energia de resíduos que não
podem ser reduzidos, reutilizados ou reciclados. Esta é uma opção
direcionada maioritariamente para a indústria e inclui opções
como a incineração, por exemplo, que através da queima
controlada de resíduos produz energia elétrica. Racionalizar a
produção e os procedimentos, evitando ao máximo a criação de
resíduos.
BOAS PRÁTICAS PARA O MEIO
AMBIENTE
 Minimize os consumos de energia;
 Não deixe as luzes acesas depois de abandonar o local de trabalho;
 Sempre que possível prefira a iluminação natural;
 Prefira lâmpadas de baixo consumo;
 Programe o monitor do seu computador para o modo Standby;
 Não utilize o aparelho de climatização com portas e janelas abertas;
 Minimize os consumos de água (verifique torneiras, autoclismos,
etc.);
 Minimize os consumos de papel;
BOAS PRÁTICAS PARA O MEIO
AMBIENTE

 Reutilize as embalagens de cartão e envelopes de circulação


interna;
 Utilize sempre que possível papel reciclado;
 Utilize preferencialmente o supor te informático como
forma de enviar e analisar documentos
 (sempre que possível);
 Faça sempre que possível reciclagem dos produtos.
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS
 TRABALHO- é qualquer atividade física ou intelectual, realizada por um ser
humano, cujo objetivo é fazer, transformar ou obter algo.

 SAÚDE - A Organização Mundial de Saúde define saúde como “o estado de


bem-estar físico, mental e social completo e não somente a ausência de dano ou
doença.” É importante fazer ressaltar a tripla dimensão de saúde física, social e
mental, e a importância é conseguir que estes factores estejam em equilíbrio em
cada pessoa.

 SEGURANÇA NO TRABALHO - Integra um conjunto de metodologias


adequadas à prevenção de acidentes de trabalho, tendo como principal campo
de acção o reconhecimento e o controlo dos riscos associados ao local de
trabalho.
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

 HIGIENE NO TRABALHO - Integra o conjunto de metodologias não


médicas necessárias à prevenção das doenças profissionais tendo como principal
campo de acção o controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes
nas componentes materiais do trabalho.

 SAÚDE NO TRABALHO- é a especialidade médica cuja acção recai sobre o


binómio homem-trabalho, nas suas várias dimensões, desde a verificação da
aptidão física e psíquica dos potenciais trabalhadores aquando do seu
recrutamento -Exames de Admissão - passando pela vigilância e
monitorização das repercussões do trabalho na saúde dos trabalhadores -
Exames Periódicos e Exames Ocasionais.
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS
 MEDICINA NO TRABALHO- é a especialidade médica que
lida com as relações entre homens e mulheres trabalhadores e seu
trabalho, visando não somente a prevenção dos acidentes e
das doenças do trabalho, mas a promoção da saúde e da qualidade
de vida. Tem por objetivo assegurar ou facilitar aos indivíduos e ao
coletivo de trabalhadores a melhoria contínua das condições de
saúde, nas dimensões física e mental, e a interação saudável entre
as pessoas e, estas, com seu ambiente social e o trabalho. O
médico do trabalho avalia a capacidade do candidato a
determinado trabalho e realiza reavaliações periódicas de sua saúde
dando ênfase aos riscos ocupacionais aos quais este trabalhador fica
exposto.
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS
 ERGONOMIA- é a Ciência que estuda a relação entre o Homem e o
trabalho que executa, procurando desenvolver uma integração perfeita
entre as condições de trabalho, as capacidades e limitações físicas e
psicológicas do trabalhador e a eficiência do sistema produtivo.

 PSICOSSOCIOLOGIA DO TRABALHO- estuda o comportamento


e as interações no mundo do trabalho, das empresas e organizações.

 ACIDENTE DE TRABALHO- É aquele que se verifique no local e no


tempo de trabalho, produzindo lesão corporal, perturbação funcional ou
doença de que resulte redução na capacidade de trabalho, ou de ganho,
ou a morte.
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS
 Considera-se também acidente de trabalho, o ocorrido:

1. No trajecto, normalmente utilizado e durante o período ininterrupto habitualmente


gasto, de ida e de regresso entre:
a) o local de residência e o local de trabalho;
b) quaisquer dos locais já referidos e o local de pagamento da retribuição, ou o local onde
deva ser prestada assistência ou tratamento decorrente de acidente de trabalho;
c) o local de trabalho e o de refeição;
d) o local onde, por determinação da entidade empregadora, o trabalhador presta
qualquer serviço relacionado com o seu trabalho e as instalações que constituem o seu local
de trabalho habitual;
2. Quando o trajecto normal tenha sofrido interrupções ou desvios determinados pela
satisfação de necessidades atendíveis do trabalhador, bem como por motivo de força maior
ou caso fortuito;
3. No local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de actividade de
representação dos trabalhadores;
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS
4. Fora do local ou tempo de trabalho, na execução de serviços determinados ou
consentidos pela entidade empregadora;

5. Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito


económico para a entidade empregadora;

6. No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora,


quando exista autorização da entidade empregadora;

7. Durante a procura de emprego nos casos de trabalhadores com processo de cessação de


contrato de trabalho em curso;

8. No local de pagamento da retribuição;

9. No local onde deva ser prestada qualquer forma de assistência ou tratamento decorrente
de acidente de trabalho.
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS
 DOENÇA PROFISSIONAL- é aquela que resulta directamente das condições de
trabalho, consta da Lista de Doenças Profissionais (Decreto Regulamentar n.º 76/2007,
de 17 de Julho) e causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte.

 PERIGO- refere-se a qualquer situação, que tanto pode ser uma ação como uma condição,
que apresenta o potencial de produzir um dano sobre uma determinada pessoa ou coisa.
Este dano pode ser físico e assim produzir alguma lesão física ou uma posterior doença
conforme o caso, ou então o dano pode provocar uma ferida em um ambiente, uma
propriedade ou em ambos.

 RISCO PROFISSIONAL- é todo o facto ou situação com potencial para o acidente ou


para a doença profissional. O risco profissional é apenas uma probabilidade, uma
potencialidade que pode ser reduzida ou eliminada por acção das medidas de prevenção e
protecção. Estas medidas podem diminuir o risco de contacto com um determinado perigo
profissional.
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

 AVALIAÇÃO DE RISCOS E PREVENÇÃO- é um processo


dinâmico que permite às empresas e organizações implementarem
uma política proativa de gestão dos riscos no local de trabalho.
Consiste na análise sistemática e pormenorizada do(s) posto(s) de
trabalho com a finalidade de identificar os perigos e avaliar os
riscos a que o trabalhador está exposto e consequente elaboração
do Plano de Prevenção com a identificação das medidas/ações a
implementar que possibilitam a eliminação/diminuição do risco
bem como as medidas de prevenção/proteção dos trabalhadores.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

 O princípio geral que preside ao tema da formação é o de


que todos os trabalhadores têm direito à prestação de
trabalho em condições de segurança, higiene e de protecção
da saúde.
 Sempre que cabe ao empregador uma obrigação, cabe aos
trabalhadores um direito (e vice versa) em matéria de
Higiene, Segurança e Saúde.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

 Identificar os riscos previsíveis em todas as actividades da empresa, na


concepção ou construção de instalações, de locais e processos de
trabalho, com vista à sua eliminação ou redução dos seus efeitos;
 Integrar a avaliação dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores
no conjunto de actividades da empresa e a todos os níveis, adoptando as
medidas de protecção mais adequadas;
 Combater os riscos na origem, de forma a eliminar ou reduzir a
exposição e aumentar os níveis de protecção;
 Assegurar que a exposição a agentes químicos, físicos e biológicos e aos
factores de risco psicossociais não constitui risco para a segurança e
saúde dos trabalhadores;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

 Adaptar o trabalho ao homem, em especial no que toca à concepção dos


postos de trabalho, escolha de equipamentos de trabalho e métodos de
trabalho e produção, tendo em vista atenuar os efeitos do trabalho
monótono e repetitivo e reduzir os riscos psicossociais;
 Considerar o estado de evolução da técnica e adoptar novas formas de
organização do trabalho;
 Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos
perigoso;
 Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas
de protecção individual (estas só devem ser utilizadas quando as medidas
de protecção colectiva não se revelarem eficazes);
 Elaborar e divulgar instruções compreensíveis e adequadas à actividade
desenvolvida pelo trabalhador;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

 Implementar as medidas de prevenção correspondentes ao


resultado das avaliações dos riscos associados às várias fases do
processo produtivo, incluindo as actividades preparatórias, de
manutenção e de reparação, com o objectivo de alcançar os níveis
mais eficazes de protecção;

 Ao confiar tarefas a um trabalhador, ter em consideração se este


dispõe dos conhecimentos e aptidões em matéria de segurança e
saúde necessários ao desenvolvimento da actividade em condições
de saúde e segurança;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

 Permitir o acesso a zonas de risco elevado apenas aos trabalhadores com


aptidão e formação adequadas e só durante o tempo mínimo necessário;

 Adoptar medidas e dar instruções que permitam aos trabalhadores, em


caso de perigo grave e iminente que não possa ser tecnicamente evitado,
cessar a sua actividade ou afastar-se imediatamente do local de trabalho
sem que possa retomar a actividade enquanto o perigo não for afastado;

 Ter em conta, na organização da prevenção, não só os trabalhadores, mas


também terceiros que possam ficar sujeitos a riscos quer nos locais de
trabalho quer no exterior;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

 Assegurar a adequada vigilância da saúde dos trabalhadores em função dos riscos


a que se encontram potencialmente expostos no local de trabalho;

 Estabelecer as medidas a adoptar em matéria de primeiros socorros, combate a


incêndios e evacuação de trabalhadores, identificando os trabalhadores
responsáveis pela sua aplicação e assegurando os contactos necessários com as
entidades externas competentes;

 Organizar os serviços adequados de prevenção mobilizando todos os meios


necessários nos vários domínios;

 Suportar todos os encargos com a organização e funcionamento dos serviços de


segurança e saúde no trabalho, incluindo tudo o que respeita à vigilância da
saúde, sem impor aos trabalhadores quaisquer encargos financeiros.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

 Responsabilidade pela prevenção quando várias


empresas exercem actividade no mesmo local

Quando várias empresas, estabelecimentos ou serviços desenvolvem


actividades com os seus trabalhadores no mesmo local, os respectivos
empregadores devem cooperar entre si, tendo em conta a natureza
das actividades que cada um desenvolve, no sentido de assegurar a
protecção da segurança e saúde de todos os trabalhadores.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

 Sem prejuízo da responsabilidade de cada empresa, estão obrigadas a


garantir a segurança e saúde de todos os trabalhadores as seguintes
entidades:

 A empresa utilizadora, no caso de trabalhadores em regime de trabalho


temporário;
 A empresa cessionária, no caso de trabalhadores em regime de cedência
ocasional;
 A empresa em cujas instalações outros trabalhadores prestam serviço ao
abrigo de contratos de prestação de serviços;
 Nos restantes casos, a empresa adjudicatária da obra ou serviço, que
deve assegurar a coordenação dos demais empregadores através da
organização das actividades de segurança e saúde no trabalho.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 Artigo 17.º da Lei 102/2009

 Cumprir as prescrições de Segurança e saúde no trabalho previstas na Lei e


em instrumentos de regulamentação colectiva, bem como as ordens e
instruções do empregador nesta matéria;

 Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde de
outras pessoas que possam ser afectadas pelas suas acções ou omissões;

 Utilizar correctamente e de acordo com as instruções recebidas as


máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros
equipamentos e meios postos à sua disposição, incluindo os equipamentos
de protecção colectiva e individual, e cumprir os procedimentos de
trabalho estabelecidos;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES
 Cooperar na melhoria do sistema de segurança e saúde no trabalho;

 Tomar conhecimento da informação prestada pelo empregador;

 Comparecer às consultas e exames médicos determinados pelo médico do trabalho;

 Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou ao responsável pela segurança e


saúde no trabalho quaisquer avarias ou deficiências detectadas que se afigurem
susceptíveis de originar perigo grave, bem como quaisquer defeitos verificados nos
sistemas de protecção;

 Em caso de perigo grave e eminente, adoptar as medidas e seguir as instruções


estabelecidas para tais situações, devendo contactar logo que possível o superior
hierárquico ou responsável pela Segurança e saúde no trabalho.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

NOTA:
 Nenhum trabalhador pode ser prejudicado pelo facto de se afastar do seu posto de trabalho ou
outra área perigosa em caso de perigo grave ou iminente, nem por ter adoptado qualquer outra
medida para sua própria segurança ou de terceiros.

 As obrigações dos trabalhadores em matéria de segurança e saúde no local de trabalho não


exoneram o empregador das suas obrigações e responsabilidades legais nesta matéria.

 Os trabalhadores que exercem funções de chefia ou de coordenação estão especialmente


obrigados a zelar pela segurança e saúde dos restantes trabalhadores dos serviços sob seu
enquadramento hierárquico e técnico, bem como de outras pessoas que possam ser afectadas.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES
 Artigo 18.º da Lei 102/2009

 Os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no


trabalho ou, na sua falta, os trabalhadores devem ser consultados, por
escrito e, pelo menos, duas vezes por ano, previamente e em tempo
útil, a respeito de:

 Avaliação dos riscos para a segurança e saúde no trabalho, incluindo riscos


especiais;
 As medidas de segurança e saúde antes de serem postas em prática ou, em
caso de urgência, logo que possível;
 As medidas que, pelo seu impacto nas tecnologias e/ou funções, tenham
repercussão na segurança e saúde no trabalho;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 O programa e a organização da formação em segurança e saúde no


trabalho;
 Designação do representante do empregador que acompanha as
actividades do serviço de segurança e saúde;
 Designação e exoneração dos trabalhadores que desempenham
funções específicas no domínio da segurança e saúde;
 Designação dos trabalhadores responsáveis pela aplicação das
medidas de primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação
de trabalhadores, respectiva formação e material disponível;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 A modalidade de serviços a adoptar, bem como o recurso a serviços


exteriores à empresa ou técnicos qualificados para assegurar o
desenvolvimento de todas ou parte das actividades de segurança e saúde;

 Equipamento de protecção que seja necessário utilizar;

 Os riscos e medidas de protecção e prevenção adoptadas e forma colmo se


aplicam;

 A lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos que originam


incapacidade para o trabalho superior a 3 dias úteis, elaborada até final de
Março do ano subsequente;

 Os relatórios dos acidentes de trabalho.


ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 A fim de assegurar a concretização dos seus direitos de consulta, os


trabalhadores e seus representantes devem ter acesso:

 Às informações técnicas objecto de registo e aos dados médicos colectivos


não individualizados;

 Às informações técnicas provenientes dos serviços de inspecção e outros


organismos competentes no domínio da segurança e saúde.

 Os trabalhadores e os seus representantes para a segurança e saúde


podem a todo o tempo apresentar propostas, tendo em vista a
minimização de qualquer risco profissional
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 Artigo 19.º da Lei 102/2009

 Os trabalhadores/as e respectivos/as representantes têm direito a


dispor de informação actualizada sobre:

 Os riscos para a segurança e saúde e as medidas de protecção e prevenção e


forma como se aplicam, relativas quer à actividade desenvolvida quer à
empresa, estabelecimento ou serviço;
 As medidas e instruções a adoptar em caso de perigo grave e iminente;
 As medidas de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação
de trabalhadores em caso de sinistro, bem como os trabalhadores ou
serviços encarregados de as pôr em prática.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 Estas informações devem ser sempre prestadas ao


trabalhador:
 No momento da admissão;
 Em caso de mudança de posto de trabalho ou de função;
 Quando seja introduzido um novo equipamento de trabalho,
alterado o existente ou adoptada uma nova tecnologia;
 Quando forem desenvolvidas actividades que envolvam
trabalhadores de diversas empresas.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES
 Artigo 20.º da Lei 102/2009

 Formação dos trabalhadores


 Os trabalhadores têm direito a receber formação adequada no domínio da segurança e
saúde no trabalho, tendo em conta o posto de trabalho e o exercício de actividades de
risco elevado;
 O empregador deve assegurar a formação permanente para o exercício das suas funções
aos trabalhadores designados para se ocuparem de todas ou algumas das actividades de
segurança e saúde no trabalho;
 O empregador deve assegurar ainda a formação em número suficiente, tendo em conta a
dimensão da empresa e os riscos existentes, dos trabalhadores responsáveis pela
aplicação das medidas de primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação de
trabalhadores;

 NOTA: A formação dos trabalhadores em segurança e saúde deve ser


assegurada de modo que não possa resultar qualquer prejuízo para os
mesmos.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 Artigos 21.º a 40.º da Lei 102/2009

 Representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde


no trabalho
 O representante dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho é
um trabalhador eleito para exercer funções de representação dos
trabalhadores nos domínios da segurança e saúde no trabalho.

 Estes representantes são eleitos pelos trabalhadores, por voto directo e


secreto, segundo o princípio da representação pelo método de Hondt,
devendo a eleição processar-se de acordo com o previsto nos artigos 26º a
40º da Lei 102/2009, de 13 de Setembro.

 O número de representantes a eleger depende do número de trabalhadores


da empresa nos termos seguintes:
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 Empresas com menos de 61 trabalhadores 1 representante

 Empresas de 61 a 150 trabalhadores 2 representantes

 Empresas de 151 a 300 trabalhadores 3 representantes

 Empresas de 301 a 500 trabalhadores 4 representantes

 Empresas de 501 a 1000 trabalhadores 5 representantes

 Empresas de 1001 a 1500 trabalhadores 6 representantes

 Empresas com mais de 1500 trabalhadores 7 representantes

Nota: Por instrumento de regulamentação colectiva, é possível estipular um


número superior de representantes.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES
 Os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde dispõem de um
crédito de 5 horas por mês, para o exercício das suas funções e gozam da
protecção conferida a todas as estruturas representativas dos trabalhadores
nos termos do Código do Trabalho – artigos 404º a 411º.

 Além dos direitos a informação e consulta e do direito à


formação, os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde
têm direito de:
 Dispor de instalações adequadas e dos meios materiais e técnicos necessários ao
desempenho das suas funções assegurados pelo empregador;
 Distribuir e/ou afixar nos locais de trabalho informação relativa à segurança e
saúde no trabalho;
 Reunir com o órgão de gestão da empresa para discussão e análise de assuntos
relacionados com a segurança e saúde no trabalho, pelo menos uma vez por mês.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES
 Artigos 73.º a 110.º da Lei 102/2009
 Serviços de segurança e saúde no trabalho

 O empregador está obrigado a garantir a organização e funcionamento de serviços de


segurança e saúde no trabalho na empresa, adoptando para o efeito uma das seguintes
modalidades:
 Serviços internos
 Serviços externos
 Serviços comuns.

 Os serviços de segurança e saúde no trabalho devem garantir, tendo em conta a


dimensão da empresa e o número de trabalhadores ao seu serviço, bem como o
exercício de actividades de risco elevado, o desenvolvimento de actividades técnicas
de segurança no trabalho e a vigilância da saúde dos trabalhadores, tendo em vista a
prevenção dos riscos profissionais e a promoção da saúde dos trabalhadores.
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 Para este efeito, compete a estes serviços: (Artigo 98.º da Lei 102/200)

 Planear a prevenção, integrando a todos os níveis e para todas as actividades da


empresa, a avaliação dos riscos e as respectivas medidas de prevenção;
 Proceder à avaliação dos riscos e elaborar os respectivos relatórios;
 Elaborar o plano de prevenção dos riscos profissionais;
 Participar na elaboração do plano de emergência interno, incluindo os planos
específicos de combate a incêndios, evacuação de instalações e primeiros socorros;
 Colaborar na concepção de locais, métodos e organização do trabalho, na escolha e
na manutenção de equipamentos de trabalho e supervisionar a validade e a
conservação dos equipamentos de protecção individual e sinalização de segurança;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 Desenvolver actividades de promoção da saúde e realizar os exames de


vigilância da saúde, elaborar relatórios e fichas, organizar e manter registos
clínicos e outros elementos informativos relativos aos trabalhadores;
 Coordenar as medidas a adoptar em caso de perigo grave e iminente;
 Vigiar as condições de trabalho dos trabalhadores em situações mais
vulneráveis;
 Conceber e desenvolver o programa de informação para a promoção da
segurança e saúde, integrando-o nos sistemas de informação e
comunicação da empresa;
 Conceber e desenvolver o programa de formação para a promoção da
segurança e saúde no trabalho;
ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

 Apoiar as actividades de informação e consulta dos representantes dos


trabalhadores e dos trabalhadores;
 Assegurar ou acompanhar a execução das medidas de prevenção;
 Elaborar as participações obrigatórias em caso de acidente de trabalho ou doença
profissional;
 Coordenar ou acompanhar auditorias ou inspecções internas;
 Proceder à análise das causas dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais,
elaborando os respectivos relatórios;
 Recolher e organizar os elementos estatísticos relativos à segurança e saúde na
empresa.

As actividades de segurança no trabalho são desenvolvidas por técnicos habilitados e a


vigilância da saúde é assegurada sob responsabilidade de médicos do trabalho.
ACIDENTES DE TRABALHO
 Descaracterização do Acidente de Trabalho:

 O empregador não tem que indemnizar os danos decorrentes do


acidente que:
 For intencionalmente provocado pelo sinistrado ou resulte da
omissão e/ou violação das condições de segurança estabelecidas;
 Resultar da negligência do sinistrado;
 Que resultar da privação permanente ou acidental do uso da razão do
sinistrado, nos termos da lei civil, salvo se tal privação derivar da
própria prestação do trabalho, for independente da vontade do
sinistrado ou se a entidade empregadora ou o seu representante,
conhecendo o estado do sinistrado, consentir na prestação;
ACIDENTES DE TRABALHO

CAUSAS
ACIDENTES DE TRABALHO

CAUSAS
ACIDENTES DE TRABALHO

CAUSAS
 Os acidentes de trabalho têm origem nas mais diversas causas, apresentando-se de seguida
algumas dessas causas:

 Problemas eléctricos, explosões, fogo


 causados por falha da instalação, avaria, contacto indirecto
 causados por um contacto directo
 explosão (de gases, cilindros de ar comprimido)
 incêndio
 Outro
 Desprendimento, desabamentos, derramamentos, jorros, vaporização
 estado sólido – desprendimento, quedas de componentes (vagão/garrafa)
 estado líquido – derramamentos, salpicos, infiltrações, jorros
 estado gasoso – vaporização, formação de aerossóis, gases, fumo 24
 pulverização, poeiras, partículas
 Outro
ACIDENTES DE TRABALHO

CAUSAS
 Rupturas, deslizes, quedas, colapso das estruturas
 ruptura de material nas ligações
 rupturas, causando fragmentos (madeira, vidro, metal, pedra, plástico)
 quedas, desmoronamentos caindo sobre a vitima
 quedas, desmoronamentos arrastando a vitima
 Outro
 Perda de controlo sobre máquinas, ferramentas, meios de transporte
 perca de controlo em máquinas (incluindo o arranque intempestivo)
 perca de controlo com equipamentos e transportes motorizados ou não
 perca de controlo com ferramentas motorizados ou não
 perca de controlo de objectos
 Outro
 Queda de pessoas
 em altura
 ao mesmo nível (tropeçar, escorregar)
 Outro
ACIDENTES DE TRABALHO

CAUSAS
 Movimentos do corpo que provocam feridas externas

 pisar um objecto cortante (prego, pedra)


 sentar-se (em chaves de fendas, soda cáustica), encostar-se
 ser apanhado (lamina, serra), agarrado, arrastado (peça de máquina)
 movimentos descoordenados
 Outro

 Movimentos do corpo que provocam feridas internas

 levantamentos incorrectos
 empurrões
 voltas, torções
 passo em falso sem queda (desequilíbrio)
 presença da vitima – ausência de movimentos
 Outro
CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE
TRABALHO
CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE
TRABALHO
 As consequências dos acidentes são as manifestações externas que permitem o seu
reconhecimento. Se não as houvesse, os acidentes passariam a maior parte das vezes
despercebidos. Podem ser apreciadas no plano material e humano:

 No plano material, as consequências dos acidentes de trabalho são as mais diversas,


estando directamente ligadas a factores económicos, tais como: a perda de parte do
vencimento pelo sinistrado; o eventual decréscimo do rendimento aquando do seu
retorno ao posto de trabalho; o valor do tempo perdido pelos colegas para o socorrer;
o menor rendimento do operário que o substitui; o valor dos danos causados nas
instalações, material de trabalho, equipamentos, ferramentas, produtos, etc.
 No plano humano, as consequências de um acidente podem ser muito nefastas. Para
além dos sofrimentos físico e moral sentidos pelo acidentado, surgem preocupações de
vária índole, nomeadamente quanto aos problemas de readaptação física e reabilitação
profissional, indispensáveis à sua inserção numa nova actividade que possa ser
desempenhada com as faculdades não comprometidas no acidente.
CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE
TRABALHO
DIREITO À REPARAÇÃO

 Os acidentes de trabalho podem ser reparados da seguinte forma:

 EM ESPÉCIE - prestações de natureza médica, cirúrgica, hospitalar e


quaisquer outras assistências, adequadas ao restabelecimento do
estado de saúde e da capacidade de trabalho ou de ganho do sinistrado
e á sua recuperação para a vida activa.

 EM DINHEIRO - indemnizações por incapacidades temporárias


absolutas ou parciais para o trabalho, pensões aos familiares do
sinistrado, subsídio de situações de elevada incapacidade permanente,
etc..
DOENÇAS PROFISSIONAIS
 Doença profissional é aquela que resulta diretamente das condições
de trabalho, consta da Lista de Doenças Profissionais (Decreto
Regulamentar n.o 76/2007, de 17 de Julho) e causa incapacidade para
o exercício da profissão ou morte.

 A Proteção da eventualidade de doenças profissionais integra-se no


âmbito material do regime geral de segurança social dos trabalhadores
vinculados por contrato de trabalho e dos trabalhadores independentes
e dos que sendo apenas cobertos por algumas eventualidades efetuem
descontos nas respetivas contribuições com vista a serem protegidos
pelo regime das doenças profissionais.
DOENÇAS PROFISSIONAIS

DIREITO À REPARAÇÃO
 O direito à reparação de doenças profissionais pressupõe que,
cumulativamente, se verifiquem as seguintes condições:

1. Estar o trabalhador afetado pela correspondente doença


profissional;

2. Ter estado o trabalhador exposto ao respetivo risco pela natureza da


indústria, atividade ou condições, ambiente e técnicas do trabalho
habitual.
DOENÇAS PROFISSIONAIS
 Reabilitação e Reintegração Profissional

 O empregador é obrigado a ocupar o trabalhador que ao seu serviço, ainda


que a título de contracto a termo, sofreu acidente de trabalho ou contraiu
doença profissional de que tenha resultado qualquer das incapacidades.

 Fatores que influenciam as condições de trabalho

 São diversos os fatores que podemos analisar e que influenciam as condições


de trabalho, fatores tanto ambientais, como físicos ou materiais, como
psíquicos e sociológicos, como ainda relacionais e organizacionais, que se
interligam e afetam a saúde e a segurança dos trabalhadores.
DOENÇAS PROFISSIONAIS
Fatores que influenciam as condições de trabalho

 No que se refere ao ambiente de trabalho devem ser


considerados e analisados entre outros, os seguinte fatores
e/ou contaminantes:
 temperatura e cargas térmicas;
 ventilação e renovação do ar,
 iluminação geral e localizada,
 níveis de ruído,
 disposição dos materiais e equipamentos,
 gases, poeiras e vapores,
 toxicidade de produtos, reduzindo-os e/ou adaptando-os às
atividades a realizar e aos trabalhadores.
DOENÇAS PROFISSIONAIS
Fatores que influenciam as condições de trabalho

 Quanto a fatores de natureza física devem considerar-se:

 · Movimentos, posturas e gestos dos trabalhadores, atendendo a


distâncias, alcances, profundidade, altura, limites de força, limites
articulares, espaços de trabalho, volumes de trabalho, fatores que
dão origem às novas patologias laborais, designadas por doenças
músculo-esqueléticas;

 · Dimensões (volumes, alturas, pesos, etc.) dos equipamentos,


materiais e instrumentos de trabalho.
DOENÇAS PROFISSIONAIS
Fatores que influenciam as condições de trabalho

 Os fatores de natureza mental, têm a ver com:

 · Quantidade e rapidez da informação a receber e/ou tratar;

 · Simultaneidade de receção de informação de diferentes


fontes;

 · Nível de atenção requerido.


DOENÇAS PROFISSIONAIS
 Lista de Doenças Profissionais
Encontram divididas em cinco capítulos:

• Capítulo 1 — Doenças provocadas por agentes químicos


• Capítulo 2 — Doenças do aparelho respiratório
• Capítulo 3 — Doenças cutâneas e outras
• Capítulo 4 — Doenças provocadas por agentes físicos
• Capítulo 5 — Doenças infeciosas e parasitárias
LISTA DE DOENÇAS PROFISSIONAIS
1. Doenças provocadas por agentes químicos
 Causadas por tóxicos inorgânicos;
 Causadas por tóxicos orgânicos.

2. Doenças do aparelho respiratório


 Pneumoconioses por poeiras minerais;
 Granulomatoses pulmonares extrínsecas provocadas por poeiras ou aerossóis com
acção imunoalérgica;
 Broncopneumopatias provocadas por poeiras ou aerossóis com acção
imunoalérgica e ou irritante.

3. Doenças cutâneas
 Causadas por produtos industriais;
 Causadas por medicamentos;
 Causadas por produtos químicos e biológicos;
 Causadas por fungos.
LISTA DE DOENÇAS PROFISSIONAIS
4. Doenças provocadas por agentes físicos
 Causadas por radiações;
 Causadas por ruído;
 Causadas por pressão superior à atmosférica;
 Causadas por vibrações;
 Causadas por agentes mecânicos.

5. Doenças infecciosas e parasitárias


 Causadas por bactérias e afins;
 Causadas por vírus;
 Causadas por parasitas;
 Causadas por fungos,
 Agentes biológicos causadores de doenças tropicais
DOENÇAS PROFISSIONAIS
 A Lei também considera que a lesão corporal, a perturbação funcional
ou a doença não incluídas na lista serão indemnizáveis, desde que se
provem serem consequência, necessária e direta, da atividade exercida
e não representem o normal desgaste do organismo.

 A quem compete fazer o diagnóstico de doença profissional?


 O diagnóstico de doença profissional compete a qualquer médico,
perante uma suspeita fundamentada de doença profissional – diagnóstico
de presunção – tem obrigação de notificar o Centro Nacional de
Proteção contra Riscos Profissionais (CNPRP), mediante o envio da
Participação Obrigatória devidamente preenchida.
DOENÇAS PROFISSIONAIS
 Se o seu médico ou o médico do trabalho da sua empresa tiver fortes
suspeitas de que a sua doença pode ter uma causa laboral – diagnóstico
de presunção - então, esse médico deverá preencher a Participação
Obrigatória de Doença Profissional e enviá-la para o CNPRP.

 O centro irá estudar a situação e avaliar se se trata, ou não, de doença


profissional, mediante solicitação do próprio trabalhador afetado, em
impresso próprio. Também as prestações pecuniárias e em espécie
deverão ser requeridas ao CNPRP pelo trabalhador doente. O CNPRP
é uma instituição que pertence ao Ministério do Trabalho e da
Solidariedade Social e que tem por missão assegurar a prevenção,
tratamento, recuperação e reparação de doenças ou incapacidades
resultantes de riscos profissionais.
Resolução da Assembleia da República
n.º 245/2018
 Recomenda ao Governo que promova a segurança e a saúde no
trabalho e elabore um programa nacional de prevenção de acidentes
de trabalho e doenças profissionais

 TEXTO :
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da
Constituição, recomendar ao Governo que:

1 - Proceda à recolha e análise dos dados relativos à incidência das doenças


profissionais em Portugal, por tipo de doença e por sector de atividade e
sobre o seu impacto, nomeadamente, no número de baixas por doença, na
incapacidade para o trabalho e na reforma por invalidez e publique,
anualmente, um relatório com esses dados discriminados.
Resolução da Assembleia da República
n.º 245/2018
 2 - Proceda, através da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)
e do Centro Nacional de Proteção Contra os Riscos Profissionais
(CNPRP), em articulação com as associações de empregadores,
empresas e estruturas representativas dos trabalhadores, designadamente
centrais sindicais e comissões de trabalhadores, à criação de um
programa nacional de prevenção de acidentes de trabalho e doenças
profissionais que contemple, designadamente, a monitorização da
incidência das doenças profissionais, a realização de campanhas de
informação e sensibilização para a utilização de meios de produção
ergonómicos, o reforço da fiscalização da ACT, dotando-a dos meios
humanos e materiais necessários, o apoio aos trabalhadores em matéria
de higiene, segurança e saúde e a diminuição da intensidade dos ritmos e
tempos de trabalho, sem redução salarial.
Resolução da Assembleia da República
n.º 245/2018
 3 - Promova a fiscalização da entrega da informação prevista
na Portaria n.º 55/2010, de 21 de janeiro, para o relatório
único, designadamente o anexo D, sobre segurança e saúde
no trabalho, garantindo a validação da informação fornecida
nesse âmbito pelas empresas que assegurem serviços
externos, bem como uma maior operacionalidade e
articulação entre as plataformas informáticas das diferentes
entidades competentes.
Resolução da Assembleia da República
n.º 245/2018
4 - Atualize a lista de doenças profissionais e o respetivo índice codificado, passando a
incluir na mesma as doenças do foro psíquico e as que resultem de fatores psicossociais,
nomeadamente as que resultem de práticas de assédio, regulamentando com a máxima
urgência o quadro legislativo relativo a esta matéria e integrando profissionais da área
psicossocial nas equipas de saúde e segurança no trabalho.

5 - Desenvolva uma campanha pública de promoção da saúde e segurança no trabalho e


prevenção de riscos de acidentes de trabalho e doenças profissionais, através da ACT, em
articulação com as associações de empregadores, empresas e estruturas representativas
dos trabalhadores, designadamente as centrais sindicais e as comissões de trabalhadores.

Aprovada em 26 de abril de 2018.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
RISCOS BIOLÓGICOS
 Agentes Biológicos

 Os fatores de risco associados a agentes biológicos relacionam-se


com a presença no ambiente de trabalho de microrganismos como
vírus, bactérias, fungos, parasitas, germes, etc., normalmente
presentes em alguns ambientes de trabalho, como:
- Hospitais;
- Laboratórios de análises clínicas;
- Recolha de lixo;
- Indústria do couro;
-Tratamento de efluentes líquidos.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
RISCOS BIOLÓGICOS
 No entanto, embora sejam frequente nas áreas de trabalho mencionadas, eles
podem estar presentes em todo o tipo de trabalho, quer seja este efetuado ao
nível produtivo e industrial, quer ao nível dos serviços.

 Os microrganismos geneticamente modificados apresentam-se como fator de


risco associado a agentes biológicos alvo de uma atenção particular.

 Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e


pele, os fatores de risco associados a agentes biológicos são responsáveis por
algumas doenças profissionais, podendo dar origem a doenças menos graves
como infeções intestinais ou simples gripes, ou mais graves, como a hepatite,
meningite ou sida.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
RISCOS BIOLÓGICOS
 Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais
em ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar terão de estar
relacionadas com:

• A rigorosa higiene dos locais de trabalho e dos trabalhadores;


• Destruição destes agentes por processos de elevação da temperatura
(esterilização) ou uso de cloro;
•Uso de equipamentos individuais de proteção para evitar contacto direto com
os microrganismos;
• Ventilação permanente e adequada;
• Manutenção e limpeza dos sistemas de ventilação;
• Manutenção e limpeza dos equipamentos de trabalho;
• Controle médico constante;
• Vacinação sempre que possível;
• Formação e informação dos trabalhadores;
• Sinalização de segurança, etc.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
RISCOS BIOLÓGICOS
 A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de
trabalho é feita por meio de recolha de amostras de ar e de água, que
são depois analisadas em laboratórios especializados.

Microrganismos geneticamente modificados

 Com a evolução científico-tecnológica que se tem processado ao nível


da biologia, mais precisamente com a introdução dos microrganismos
geneticamente modificados no âmbito do trabalho, torna-se
fundamental estudar qual o grau de perigosidade que estes representam
para o ser humano.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
RISCOS BIOLÓGICOS

 Microrganismo: qualquer entidade microbiológica, celular ou


não celular, capaz de replicação ou de transferência de material
genético, incluindo vírus, viróides e células animais e vegetais.

 Microrganismo geneticamente modificado (MGM),


microrganismo cujo material genético foi modificado de uma
forma que não ocorre naturalmente por reprodução sexuada e
ou por recombinação natural.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
RISCOS BIOLÓGICOS

 VIAS DE ENTRADA NO ORGANISMO E MEDIDAS DE


PREVENÇÃO E PROTEÇÃO
 via digestiva,
 respiratória,
 olhos
 e pele

 Podem originar, igualmente, algumas das doenças anteriormente


mencionadas.
 No entanto, a perigosidade elevada deste género de microrganismos
advém do tipo de doenças desconhecidas que estes podem provocar no
homem, e que este não tem ainda conhecimento suficiente para as
controlar, ou até mesmo detetar.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
RISCOS BIOLÓGICOS

 A melhor maneira de assegurar o confinamento deste tipo de


microrganismos será a adoção de boas práticas de trabalho
microbiológicas, formação, equipamento de confinamento
apropriado, conceção de instalações especiais e princípios de
higiene e segurança no local de trabalho
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 CONCEITO:
 Os riscos físicos são fatores presentes no ambiente de trabalho que
podem levar a um ferimento, problema de saúde, doença ou morte de
um colaborador.

 PRINCIPAIS RISCOS FÍSICOS

 Ambiente Térmico
 pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas do posto de
trabalho que influenciam o organismo do trabalhador, sendo assim um fator
importante que intervém, de forma direta ou indireta na saúde e bem estar
do mesmo, e na realização das tarefas que lhe estão atribuídas
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos

 Um ambiente neutro ou confortável é um ambiente que permite


que a produção de calor metabólico, se equilibre com as trocas de
calor (perdas e/ou ganhos) provenientes do ar à volta do
trabalhador. Fora desta situação de equilíbrio, podem existir
situações adversas em que a troca de energia calorífica constitui
um risco para a saúde da pessoa, pois mesmo tendo em conta os
mecanismos de termo regulação do organismo, não conseguem
manter a temperatura interna constante e adequada. Nestas
situações pode-se falar de stress térmico, por calor ou frio.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO
Para avaliar as situações a que está submetido um trabalhador exposto
a determinadas condições ambientais e de trabalho utilizam-se
métodos ou critérios objetivos, que se determinam principalmente
em função de:
• temperatura do ar;
• humidade do ar;
• calor radiante;
• velocidade do ar;
• metabolismo;
• vestuário.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 No estudo do ambiente térmico há a considerar duas situações:
• A sobrecarga térmica ou "stress" térmico que relaciona a exposição
do corpo humano a ambientes de temperaturas extremas;
• O conforto térmico que, não envolvendo temperaturas extremas,
relaciona a temperatura, humidade e velocidade do ar existentes nos
locais que, no seu conjunto, podem provocar desconforto.
 Qualquer uma destas situações pode ser medida com base em
técnicas especiais calculando-se índices que informam da
qualidade ambiental do local de trabalho.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
- O indicador para avaliar a sobrecarga térmica é o índice WBGT1 -
Norma ISO 7243 - 1989.

- O conforto térmico é medido através dos índices PMV2 e PPD3 -


Norma ISO 7730 - 1994.

 Qualquer um destes índices é calculado com base em medições de


temperatura, humidade relativa, velocidade do ar, calor radiante e em
dados sobre o vestuário dos trabalhadores presentes no local e na sua
atividade.

 Os cálculos, por apresentarem alguma complexidade, deverão ser


efetuados por um especialista.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos

 Caldeiras muito quentes, vapores ou áreas de congelamento


podem trazer riscos físicos associados à ocorrência de
queimaduras graves. Por isso, estes ambientes devem ser
manuseados ou visitados somente utilizando equipamentos
específicos. Estes riscos físicos podem ser encontrados em
várias fábricas, câmaras frigoríficas, laboratórios químicos,
entre outros.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 Iluminação
 A iluminação é um fator que influencia diretamente o conforto, a
produtividade e a saúde dos profissionais no ambiente de trabalho.
 Muitos dos acidentes ocorrem porque não se atendeu a aspetos
tão simples como uma iluminação eficaz, em quantidade ou em
qualidade.
 A iluminação adequada no local de trabalho é um dos fatores mais
importantes para um desempenho eficiente das tarefas, para além
de que pode evitar muitos acidentes. É importante não só a
quantidade de luz mas também a qualidade da luz.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 Outro fator a evitar no local de trabalho é o encandeamento causado pela luz
do sol ou de outras fontes de luz fortes.

 Um problema comum nas empresas e nos escritórios é o excesso de luz. Ter


muita luz não significa que seja a adequada. Muita luz pode gerar uma
sensação de desconforto, além de causar problemas de visão.

 A luz solar deve ser sempre aproveitada mas nunca em excesso podendo ser
controlada com persianas e cortinas. Além da iluminação geral, algumas
atividades exigem uma iluminação mais direta na mesa de trabalho. Ao longo
do dia as pessoas têm necessidades diferentes de iluminação. Ao identificar
essa variação poderá ajudar no rendimento do trabalho. Uma iluminação com
cores diferentes torna o ambiente de trabalho menos monótono, causando
uma sensação de bem-estar.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 Iluminação Natural
 A luz do dia, só por si, não convém para iluminar os postos de trabalho
com ecrãs de visualização porque está sujeita a fortes variações
(atingindo o máximo de 10.000 lux – unidade de medida da
luminosidade – diretamente por detrás das janelas). Dado que a maior
parte dos locais onde existem ecrãs de visualização têm janelas, convém
ter em conta os seguintes pontos:
- Não deve haver janelas nem diante nem atrás do ecrã;
- O ângulo principal do olhar deve ser paralelo à fila de janelas;
- Os ecrãs de visualização devem, tanto quanto possível, ser colocados ou
mudados para zonas ou sítios do local de trabalho afastados das janelas;
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
- As janelas deverão ser equipadas com estores exteriores porque estes são
termicamente mais vantajosos do que os interiores; para as janelas com vidros
isolantes do calor devem ser tomadas medidas particulares no interior do
local;
- É vantajoso a existência de cortinas/estores interiores; estes devem ser
reguláveis e de material espesso, liso e claro (tons pastel), de modo a evitar
reflexos.
 Iluminação artificial
 Os locais iluminados pela luz do dia têm necessidade, em todos os
casos, de uma iluminação artificial complementar. Esta deve ser
composta sob a forma de filas de lâmpadas dispostas paralelamente à
fila das janelas. Por vezes a iluminação artificial provoca reflexos e
complica ainda mais a colocação do ecrã no local adequado.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 Os locais de trabalho interiores com ecrãs de visualização devem ser
iluminados com a ajuda de filas de lâmpadas contínuas, dispostas
paralelamente ao eixo do olhar, podendo ser colocadas separadamente.
Não devem ser colocadas fontes luminosas atrás do ecrã de visualização
porque provocam reflexos, nem na frente e são fontes de ofuscamento
direto. Não são convenientes:
- As lâmpadas fluorescentes nuas;
- As armaduras dispostas em forma de calha;
- As armaduras dispostas em filas paralelas;
- As armaduras dispostas em filas cruzadas;
- As armaduras de luz incandescente com lâmpadas nuas.
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 O mais conveniente é uma iluminação em todas as direções, difusa em
grandes superfícies e de pouca iluminação.

 Em certos casos pode ser útil uma iluminação de apoio dirigida sobre
o posto de trabalho. Excluem-se em regra os candeeiros de mesa
porque ofuscam muitas vezes os operadores dos postos próximos. São
recomendáveis as armaduras com lâminas ou grelha. A proteção dos
reflexos que incidem sobre o ecrã e que resultam das armaduras faz-se
tomando medidas apropriadas sobre o próprio ecrã (proteção
antirreflexo, mudança da disposição da sala, etc.).
PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS
Riscos Físicos
 RADIAÇÕES (IONIZANTES E NÃO IONIZANTES)

 A radiações constituem uma forma de energia que, de acordo com a


sua capacidade de interagir com a matéria, se podem subdividir em:
 Radiações Ionizantes: as que possuem energia suficiente para
ionizarem os átomos e moléculas com as quais interagem, sendo as
mais conhecidas:

➱ raios X e raios gama (radiações electromagnéticas);


➱ raios alfa, raios beta, neutrões, protões (radiações corpusculares).
 Radiações Não Ionizantes: as que não possuem energia
suficiente para ionizar os átomos e as moléculas com as quais
interagem, sendo as mais conhecidas:
 ➱ luz visível;
 ➱ infravermelhos;
 ➱ ultravioletas;
 ➱ microondas de aquecimento;
 ➱ microondas de radiotelecomunicações;
 ➱ corrente eléctrica.
 EFEITOS NO ORGANISMO HUMANO

 Os efeitos das radiações ionizantes podem classificar-se em somáticos, se


aparecerem no indivíduo exposto e em hereditários, se afectarem os descendentes.
 Os efeitos das radiações ionizantes podem ainda classificar-se de outra forma:
 ➱ efeitos probabilísticos ou estocásticos: são aqueles que são tanto mais prováveis
quanto maior for a quantidade de radiação recebida. Ainda que não existam certezas
absolutas, aceita-se que, por muito pequena que seja a quantidade de radiação
recebida, poderá ocorrer algum tipo de efeito, o qual, uma vez que apareça, será
sempre grave.
 Nestas situações, são induzidas modificações na estrutura de uma ou mais células do
corpo humano que conduzem a alterações genéticas (mutações cromossómicas) e ao
aparecimento de diversos tipos de neoplasias, tais como, leucemia, cancros do
pulmão, pele, estômago, cólon, bexiga, mama e ovário, etc.
 ➱ efeitos deterministas ou não estocásticos: são aqueles que
só ocorrem quando a dose de radiação excede um
determinado valor ou limiar e cuja gravidade depende da dose
e do tempo de exposição. Os orgãos e sistemas mais afectados
são os olhos (cataratas), a pele (queimaduras) e os órgãos
reprodutores (infertilidade).
 CONTROLO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 O objetivo principal da proteção contra as radiações ionizantes
é impedir os feitos não estocásticos e limitar ao máximo os
efeitos estocásticos.
 Como princípios gerais, todas as atividades que envolvam
exposição a radiações ionizantes, deverão processar-se por forma
a:
➱ que os diferentes tipos de atividades que impliquem uma exposição
sejam previamente justificados pela vantagem que proporcionam;
➱ que seja evitada toda a exposição ou contaminação desnecessária de
pessoas e do meio ambiente
➱ que os níveis de exposição sejam sempre tão baixos quanto possível
em cada instante e sempre inferiores aos valores-limite fixados por lei.
 RUÍDO
 o ruído é originado seja por vibração de máquinas, por barulho de
funcionamento de máquinas e ou ferramentas, “músicas / sons” alto, isso é
caracterizado como ocupacional, vem em função da ocupação no sentido
laboral.
 Possíveis efeitos:
 Cansaço
 Irritação momentânea ou prolongada além da jornada de trabalho
 Dores de cabeça
 Alteração da pressão arterial
 Problemas digestivos
 Redução da audição
 Perda da audição
 E até enfarte
 VIBRAÇÕES
 Pessoas que trabalham com maquinaria pesada, que causa trepidações no
corpo, são as mais propensas a sofrer com os males das vibrações
ocupacionais. Quem lida com o asfaltamento de ruas, compactação de
terra, perfuração ou executa qualquer outro trabalho que envolve
exposição a vibrações está sujeito a sofrer dores no corpo e desenvolve
problemas degenerativos com o passar do tempo.
 As vibrações podem ser sentidas em todo o corpo quando o trabalho
está relacionado à operação de tratores, máquinas de terraplanagem,
máquinas industriais, caminhões, entre outros equipamentos de grande
porte. Quando o trabalho envolve o uso de ferramentas manuais
como furadeira, compactadores, peneiras vibratórias e motosserras, as
vibrações afetam apenas regiões específicas, como mãos, ombros e
braços.
 As consequências da vibração no corpo acontecem a partir de quatro fatores: pontos
de aplicação, frequência das oscilações, aceleração das oscilações e duração da ação.
Ao contrário do que acontece no caso da exposição aos ruídos, ninguém pode sofrer
com a exposição à vibração de forma passiva, já que é necessário o contato para que o
processo aconteça. A vibração do equipamento junto com a vibração do corpo
humano provoca ressonância, amplificando o tremor e causando os danos.

 Quando exposto às vibrações por um curto período, o trabalhador pode apresentar


dores musculares, dores abdominais, náuseas e até mesmo aumento dos batimentos
cardíacos por conta do estresse geral. Pessoas que trabalham muito tempo nestes
ambientes, por sua vez, podem ter o sistema nervoso danificado, além de problemas
no coração, problemas na coluna e até impotência do aparelho reprodutor. Algumas
pessoas passam a sofrer com a Doença de Raynaud, que prejudica a irrigação de
sangue nas mãos por conta da obstrução de vasos e artérias, podendo até causar
necrose dos dedos.
 PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS
 Risco Químico – é o perigo a que determinado indivíduo está
exposto ao manipular produtos químicos que podem causar-lhe
danos físicos ou prejudicar-lhe a saúde. Os danos físicos relacionados
à exposição química incluem, desde irritação na pele e olhos,
passando por queimaduras leves, indo até aqueles de maior
severidade, causado por incêndio ou explosão. Os danos à saúde
podem advir de exposição de curta e/ou longa duração, relacionadas
com o contacto de produtos químicos tóxicos com a pele e olhos,
bem como a inalação dos seus vapores, resultando em doenças
respiratórias crónicas, doenças do sistema nervoso, doenças nos rins
e fígado, e até mesmo alguns tipos de cancro.
 Classificação dos agentes químicos quanto à sua forma
 Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos produtivos industriais, são
lançadas no ambiente de trabalho através de processos de pulverização, fragmentação
ou emanações gasosas.
 A essas substâncias chamam-se de contaminantes ou poluentes químicos, e consistem
em toda a substância orgânica, inorgânica, natural ou sintética, que durante a
fabricação, manuseamento ou uso, pode incorporar-se no ar ambiente, e em doses
passíveis de apresentar possibilidade de lesionar a saúde das pessoas que entram em
contacto com elas. Fala-se então dos fatores de risco associados a agentes químicos.
 Os contaminantes ou poluentes químicos podem apresentar-se nos estados sólido,
líquido e gasoso contidos no ar, água ou alimentação.
RISCOS QUÍMICOS

 No estado sólido apresentam-se como fumos, aerossóis, poeiras de origem


mineral, animal e vegetal, sendo exemplo a poeira mineral sílica encontrada na
indústria cerâmica. No estado gasoso tem-se, por exemplo, o GPL (gás de
petróleo liquefeito) usado como combustível ou gases libertados nas queimas
ou nos processos de transformação das matérias-primas. Quanto aos agentes
químicos no estado líquido, eles apresentam-se sob a forma de solventes,
tintas, vernizes ou esmaltes.
 As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são obtidas
por meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, a
percentagem existente em relação ao ar atmosférico de um determinado
poluente químico. A partir dessas medições estabelecem-se os Valores Limites
de Exposição, que não são mais do que as concentrações máximas, permitidas
por lei, de diferentes substâncias existentes no ar dos locais de trabalho, acima
dos quais a saúde dos trabalhadores pode ser afetada.
RISCOS QUÍMICOS
 Abaixo destes valores a exposição contínua do trabalhador não representa
qualquer risco para o mesmo.
 As substâncias químicas quando absorvidas pelo organismo em doses
elevadas, e quando ultrapassam os valores limite de exposição provocam
lesões nos trabalhadores. Os efeitos no organismo vão pois depender da
dose absorvida e da quantidade de tempo de exposição a essa dose.
 No âmbito das legislações comunitária e nacional, são designados por
substâncias os elementos químicos e os seus compostos tal como se
apresentam no estado natural ou tal como são produzidos pela indústria e
que contenham, eventualmente, qualquer aditivo necessário à preservação
da estabilidade do produto e qualquer impureza decorrente do processo,
com exclusão de qualquer solvente que possa ser extraído sem afetar a
estabilidade da substância nem alterar a sua composição; preparações são as
misturas ou soluções que são compostas de duas ou mais substâncias.
RISCOS QUÍMICOS
 Existem um conjunto de Diretivas que dizem respeito à classificação,
embalagem e rotulagem dos produtos químicos perigosos bem como à
limitação da sua comercialização e/ou utilização. Segundo aquelas, só
se podem comercializar as substâncias químicas que sejam notificadas
pelo fabricante ou importador à autoridade competente de cada um
dos Estados-membros. De acordo com esta legislação, a avaliação dos
perigos das preparações e substâncias perigosas é efetuada
fundamentalmente sob o ponto de vista das propriedades físico-
químicas e efeitos sobre a saúde.
RISCOS QUÍMICOS
 Os produtos químicos perigosos são classificados com base na
Portaria 732-A/96 de 11 de dezembro, em:
 Propriedades físico-químicas Explosivos – são agentes
químicos que pela ação de choque, percussão, fricção,
produzem faíscas ou calor suficiente para iniciar um processo
destrutivo através de uma liberação violenta de energia.
Deve-se evitar atrito, choque, fricção, formação de faísca e a
ação do calor.
RISCOS QUÍMICOS
 Comburentes – são agentes que favorecem uma combustão.
Podem inflamar substâncias combustíveis ou acelerar a propagação
de incêndio. Deve-se evitar qualquer contacto com substâncias
combustíveis. Perigo de incêndio. O incêndio pode ser favorecido
dificultando a sua extinção.
 Facilmente inflamáveis – deve-se evitar contacto com o ar, a
formação de misturas inflamáveis gás-ar e manter afastadas de
fontes de ignição.
 Inflamáveis
 Extremamente inflamáveis – deve-se manter longe de chamas
abertas e fontes de ignição.
RISCOS QUÍMICOS
 PROPRIEDADES TOXICOLÓGICAS
 Tóxicos – são agentes químicos que, ao serem introduzidos no organismo
por inalação, absorção ou ingestão, podem causar efeitos graves e/ou mortais.
Deve-se evitar qualquer contacto com o corpo humano e observar cuidados
especiais com produtos cancerígenos ou mutagénicos.
 Muito tóxicos – a inalação, ingestão ou absorção através da pele, provoca
danos à saúde na maior parte das vezes, muito graves ou mesmo a morte.
Deve-se evitar qualquer contacto com o corpo humano e observar cuidados
especiais com produtos cancerígenos ou mutagénicos.
 Nocivos – são agentes químicos que por inalação, absorção ou ingestão,
produzem efeitos de menor gravidade. Deve-se evitar qualquer contacto com
o corpo humano, e observar cuidados especiais com produtos cancerígenos
ou mutagénicos.
RISCOS QUÍMICOS
 Corrosivos – estes produtos químicos causam destruição de
tecidos vivos e/ou materiais inertes. Não se deve inalar os vapores
e deve-se evitar o contacto com a pele, os olhos e vestuário.
 Irritantes – são substâncias que podem desenvolver uma ação
irritantesobre a pele, os olhos e sob a via respiratória. Não se
devem inalar os vapores e deve-se evitar o contacto com a pele e
os olhos.
 Sensibilizantes
 Os que provocam efeitos específicos graves para a saúde humana em
caso de exposição prolongada:
 Carcinogénicos
 Mutagénicos
RISCOS QUÍMICOS
 Os riscos das substâncias e preparações químicas perigosas
dependem de:
- Fatores intrínsecos aos próprios produtos químicos, em
consequência das suas propriedades físico-químicas ou reatividade
química determinantes da sua perigosidade;
 - Fatores extrínsecos relativos à insegurança com que estes se
utilizam, como por exemplo deficiências da organização dos
equipamentos e das instalações;
 - Comportamentos humanos inadequados gerados basicamente por
um desconhecimento da perigosidade do produto ou processo
químico em questão, e por falta de formação que permita adotar
procedimentos de trabalho seguros.
RISCOS QUÍMICOS
 -VIAS DE EXPOSIÇÃO
 Assim, as principais vias pelas quais os agentes químicos podem penetrar no
organismo do trabalhador são a:
 Via respiratória: essa é a principal porta de entrada dos contaminantes
 químicos porque, ao respirar-se continuamente, tudo o que está no ar acaba por
passar nos pulmões;
 Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou se estas
estiverem estado muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias
químicas serão ingeridas com o alimento, atingindo o estômago e podendo provocar
sérios riscos à saúde.
 Via dérmica: esta via de penetração é mais difícil, mas se o trabalhador estiver
desprotegido e tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição no
corpo, estas serão absorvidas pela pele.
 Via parenteral (parentérica): entrada de contaminantes no organismo humano
(via corrente sanguínea), decorrente, por exemplo, de ulcerações/feridas na pele
do trabalhador
 Via ocular: alguns produtos químicos que permanecem no ar
causam irritação nos olhos e conjuntivites, o que mostra que a
penetração dos agentes químicos pode ocorrer também pela
vista.
 As lesões ou doenças que mais vulgarmente se aplicam a este tipo
de agentes e que apresentam problemas para a saúde do
trabalhador são:
 • Anemias;
 • Queimaduras;
 • Encefalopatias;
 • Ulcerações e perturbações cutâneas, etc.
 - Classificação, rotulagem e armazenagem
 O rótulo é para o utilizador a primeira fonte de informação relativa ao
produto. É pois fundamental lê-lo e compreendê-lo, pois ele evidencia
os riscos relativos a determinado produto.
 O rótulo:
 - Informa imediatamente o utilizador do produto;
 - Permite evitar confusões e erros de manipulação;
 - Ajuda a organizar a prevenção;
 - É um guia para a compra dos produtos;
 - É um auxiliar da armazenagem dos produtos;
 - É importante em caso de acidente;
 - Dá conselhos sobre a gestão de resíduos e a proteção do ambiente.
RISCOS QUÍMICOS
 Informação fornecida pelo rótulo
 Conforme consta da legislação, o rótulo deve conter as seguintes
informações, redigidas em língua portuguesa:
 - Nome da substância ou designação comercial da preparação;
 - Origem da substância ou preparação (nome e morada completa do
fabricante, importador ou distribuidor);
 - Símbolos e indicações de perigo que apresenta o uso da substância ou da
preparação;
 - Frases-tipo indicando os riscos específicos que derivam dos perigos que
apresenta o uso da substância (frases R);
 - Frases-tipo indicando os conselhos de prudência relativamente ao uso da
substância (frases S);
 - Número CE (da Lista Europeia das Substâncias Químicas Notificadas),
quando atribuído;
 Indicação Rotulagem CE, obrigatória para as substâncias incluídas no anexo 1
da Portaria nº 732-A/96, 11 de dezembro.
EXEMPLO DE UM RÓTULO DE UMA
SUBSTÂNCIA QUÍMICA
RISCOS QUÍMICOS
 Símbolos de Perigo
 A figura seguinte indica os símbolos mais comums em rótulos
de substâncias químicas.
RISCOS QUÍMICOS
 Armazenagem de Produtos Químicos
 No armazenamento de produtos químicos perigosos, e fundamental
a separação. Assim, deve evitar-se qualquer contacto entre:
 - Ácidos fortes;
 - Bases fortes;
 - Redutores fortes;
 - Produtos inflamáveis, compatíveis, ou não, com a água;
 - Produtos tóxicos não incluídos nos grupos anteriores.
RISCOS QUÍMICOS
 Os produtos químicos com condições específicas de perigosidade devem
ser armazenados de acordo com a sua especificidade.
 O armazenamento de gases, por seu turno, deve fazer-se num local
isolado, sempre no exterior.
 No quadro seguinte estão patentes todas as combinações de
armazenamentos de produtos químicos.
 Legenda:
 (-) Armazenar separadamente
 (+) Podem ser armazenadas em conjunto
 (o) Não armazenar em conjunto, exceto se implementadas as medidas
de segurança adequadas.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
Riscos de incêndio ou explosão
- O fogo como reacção química
- Fenomenologia da combustão
- Principais fontes de energia de activação
- Classes de fogos
- Métodos de extinção
- Meios de primeira intervenção – extintores
- Classificação dos Extintores
- Escolha do Agente Extintor
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO

- O fogo como reacção química

 Para determinar e controlar o fogo, para evitar que o incêndio se produza e


para o extinguir é necessário conhecer os fundamentos do fogo, combustão,
combustível, comburente, energia de ativação e reação em cadeia.
 A combustão é uma reacção de oxidação entre um corpo combustível e um
corpo comburente. A reacção é provocada por uma determinada energia de
activação, sendo do tipo exotérmica, ou seja, com libertação de calor. Ainda
que os processos de combustão sejam muito complexos, podem representar-
se mediante um triângulo no qual cada um dos seus lados, representa um dos
três factores essenciais para produzir um fogo: combustível, comburente e
energia de activação.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 Combustível
 É toda e qualquer substância que em presença do oxigénio e de uma
determinada energia de activação é capaz de arder.
 Comburente
 É o gás em cuja presença o combustível pode arder;de uma forma geral,
considera-se o oxigénio como comburente típico que se encontra
presente no ar ambiente (numa proporção de aproximadamente 21%).
 Energia de activação
 É a fonte de energia que, ao manifestar-se sobre a forma de calor, pode
provocar a inflamação dos combustíveis.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 .Formas de combustão
 A combustão torna-se mais fácil se o combustível possuir algumas
características: estado da divisão da matéria, por exemplo : uma
folha de papel arde mais rapidamente se estiver em pedaços. Para
além disso, se num foco de incêndio dentro de uma sala,
fecharmos as portas e as janelas, não renovando o comburente, a
velocidade da combustão diminui. Sendo assim, podemos
concluir que a velocidade da combustão depende de dois factores:
grau de divisão do combustível e grau de renovação ou
alimentação de comburente.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 As reacções de combustões podem classificar-se quanto à sua velocidade, em
cinco tipos.
 Combustão espontânea - é uma reacção química entre distintas matérias orgânicas
a qual é acompanhada de uma elevação da temperatura que pode chegar à temperatura
de ignição sem introdução de calor externo.
 Combustão lenta - é aquela que se reproduz a uma temperatura suficientemente
baixa para que não chegue a haver emissão de luz (oxidações de metais e
fermentações).
 Combustão viva - é aquela em que se produz forte emissão de luz, com chamas e
incandescência. é uma combustão viva, em que a velocidade de propagação é inferior à
velocidade do som (340 m/s).
 Deflagração - é uma combustão viva com velocidade de propagação superior à
velocidade do som e na qual uma mistura de gases com o ar está nas condições ideais.
 Explosão - A explosão é, sem dúvida, uma brusca e violenta dilatação exercida sobre
o meio em que se dá, destruindo-o e produzindo grande ruído (detonação).
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 Manifestações e produtos da combustão
 Os fumos e gases libertos são muitas vezes mais perigosos para o
indivíduo que as próprias chamas. O fumo é irritante e pode provocar
danos no aparelho respiratório e/ou irritação nos olhos. Os gases
podem ser tóxicos, sendo o monóxido de carbono o principal causador
de vítimas nos incêndios.
 Os produtos da combustão podem manifestar-se isolada ou
conjuntamente sob a forma de:
 gases: são o resultado da modificação da composição do combustível.
 fumo: aparece devido à combustão incompleta, na qual pequenas partículas se
tornam visíveis, variando estas na sua cor, tamanho e quantidade.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 Chamas: são a manifestação mais visível da combustão, é uma zona
de gases incandescendentes visível em redor da superfície do material
em combustão.As chamas não são mais que a combustão de gás.
 Calor: é a energia libertada pela combustão, sendo o principal
responsável pela propagação do fogo dado que aquece todo o
ambiente, aquecendo ao mesmo tempo os produtos combustíveis
presentes, elevando as suas temperaturas às temperaturas de
inflamação e possibilitando deste modo a continuação do incêndio.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA DE ATIVAÇÃO

- Classes de Fogos

 Atendendo aos diversos materiais combustíveis, foi acordado


internacionalmente agrupá-los nas seguintes classes.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 As quatro classes supra mencionadas vão facilitar a selecção da estratégia mais
adequada à extinção de determinado incêndio. Cada categoria requer um método e
um meio de extinção apropriado.

 - Métodos de extinção
 Quando ocorre um fogo, é preciso saber como extingui-lo. Como são necessários
quatro elementos para que exista combustão, consequentemente terão de existir
métodos que irão actuar sobre um ou mais destes elementos para que se actue sobre o
fogo de forma a que seja extinto.
 Existem quatro métodos de extinção (cada um válido para uma ou mais classes de
fogo)
 Arrefecimento - É o método mais empregue e consiste em baixar a temperatura do
combustível e do meio ambiente abaixo do seu ponto de ignição.
 Abafamento- É o método que consiste no isolamento do combustível e do oxigénio
ou na redução da concentração deste no ambiente.
 Diluição ou eliminação do Combustível - É o método que consiste na separação
do combustível da fonte de calor ou do ambiente do incêndio.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 Inibição da chama ou interrupção da reação em cadeia - Este
método modifica a reacção química, alterando a libertação dos radicais livres
produzidos na combustão e impedindo, portanto, que esta se desenvolva.

 Meios de primeira intervenção – extintores


 Existem vários agentes extintores que actuam de maneira específica sobre cada
um dos quatro elementos anteriormente citados (Tetraedro do Fogo), que são
usados no fabrico dos Meios de 1ª intervenção (Extintores Portáteis e Redes
de Incêndio Armadas).
 A eleição do agente adequado dependerá, fundamentalmente, da classe de
fogo e das características do combustível, como se pode verificar no Quadro
nº5. Neste quadro, pretende-se dar uma visão global do cruzamento entre as
classes do fogo e a eficácia dos meios e agentes extintores disponíveis.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES E A ESCOLHA DO AGENTE
EXTINTOR
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
 São considerados meios de primeira intervenção os extintores
portáteis e as redes de incêndio armadas. Quer no caso dos
Extintores Portáteis, como no caso das RIA, antes do seu uso,
verificar a sua adequação ao tipo de fogo de acordo com o agente
extintor em uso. No caso das RIA, a água e nos Extintores
Portáteis consultar a inscrição no corpo do mesmo, onde devem
constar, para além das classes de fogos, a capacidade, data de
inspeção e instruções de utilização.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO

 SINALÉTICA DE SEGURANÇA
 os sinais de meios de evacuação e os sinais de equipamentos de
combate a incêndios, sendo que tanto as normas Portuguesas como
Internacionais têm aspectos comuns como as cores e as formas. Para
além disso, existem símbolos gráficos que podem ser associados,
dando origem a um leque variado de sinais possíveis de serem
criados.

 A sinalética de segurança é factor fundamental, pois que, viabilizando


o reconhecimento dos obstáculos e indicando o percurso a seguir
para uma evacuação correcta, evita acidentes pessoais e reduz o
pânico.
RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
RISCOS ELÉTRICOS
 RISCOS ELÉTRICOS
 Eletricidade é um bem essencial, que há muito nos habituamos a tomar
como garantido. Já não sabemos viver sem ela, mas será que temos
consciência dos riscos que a sua utilização indevida pode acarretar?
 Esses riscos colocam-se ao nível do utilizador comum e,
principalmente, ao nível dos profissionais que trabalham com a
eletricidade.
 Não vivemos em perigo permanente ao estarmos a usar equipamentos
elétricos, é claro: temos, porém, de tomar uma consciência global do
que pode suceder se algo de errado corre:
 - a nível humano (consequências físicas que, em última instância, podem
culminar na morte);
 - a nível material (destruição de equipamentos, por exemplo).
RISCOS ELÉTRICOS
 Ao falarmos em riscos eléctricos para as pessoas, temos de ter muito presentes dois conceitos
fundamentais:
 electrocussão - um choque eléctrico que origina um acidente mortal;
 electrização - um choque eléctrico que não causa um acidente mortal, mas que pode originar
outro tipo de acidentes, com consequências que podem ser mais ou menos graves.
 A distância que vai entre a electrocussão e electrização depende de muitos factores. Assim, os
efeitos da corrente eléctrica variam de acordo com:
 - O tempo de passagem;
 - A intensidade;
 - A frequência;
 - O percurso através do corpo;
 - A capacidade de reacção da pessoa.
 Deste modo, em baixa tensão, a morte é sobretudo condicionada pela acção local da quantidade de
electricidade que atinge o coração. Em alta tensão, por sua vez, a morte surge devido à extensão
das queimaduras.
 Por conseguinte, a perigosidade da corrente diminui com o aumento da frequência. As frequências
industriais (50/60hz) são as mais perigosas. Acima dos 10.000hz, os principais perigos são as
queimaduras, se as correntes forem muito intensas.
RISCOS ELÉTRICOS
 - Riscos de contacto com a corrente elétrica: contatos diretos e indiretos
 O Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de Energia Eléctrica identifica duas
categorias gerais de riscos eléctricos para as pessoas:
 Directas:
 - Defeito de isolamento da instalação eléctrica;
 - Contacto acidental com uma peça do cabo condutor sob tensão.
 Indirectas:
 - Ligação súbita à rede de alimentação
 - Falta inesperada de electricidade.
 Passando para situações mais específicas, podemos identificar as causas mais comuns de acidentes
eléctricos com condutores e ligações eléctricas:
 - Cabos arrastados, dobrados, entalados, queimados, etc..
 - Puxar pelo cabo de alimentação;
 - Mover equipamentos ou aparelhos com cabos em tensão;
 - Fichas e/ou tomadas pisadas ou atiradas ao chão.
 - Utilizar fita adesiva para fazer isolamentos;
 - Aquecer os cabos dos equipamentos eléctricos de aquecimento;
 - Utilizar equipamentos com cabos de ligação deteriorados.
RISCOS ELÉTRICOS
 Por seu turno, os acidentes domésticos envolvendo a electricidade devem-se
muitas vezes a:
 - Sobrecarga das instalações;
 - Candeeiros metálicos sem ligação à terra;
 - Trabalhos sob tensão;
 Falta de corrente;
 - Restabelecimento da corrente.

 - Efeitos da corrente elétrica sobre o corpo humano

 O ponto de partida da técnica de protecção das pessoas é a determinação do


limiar do perigo para o organismo humano. Esse perigo varia consoante a
intensidade da corrente: quanto maior, maiores efeitos fisiológicos terá para o
ser humano.
 Normalmente, a corrente circula das mãos para os pés ou de uma mão para a
outra, situação esta que configura o maior perigo.
RISCOS ELÉTRICOS
 O acidente é ainda mais grave quando a trajectória da corrente atravessa o coração,
sendo que o percurso mão direita-pé esquerdo é o que provoca maiores riscos de
fibrilação ventricular.
 Os estados fisiológico e patológico da pessoa influem na receptividade à corrente
eléctrica. Consequentemente, a gravidade do acidente depende:
 da fadiga;
 da idade:
 da saúde;
 da sede

 Assim, em qualquer instalação elétrica com uma determinada tensão, a intensidade da


corrente que atravessará o corpo humano depende da resistência que este oferece à
passagem da corrente elétrica. Essa resistência resulta do seguinte somatório:
 - Resistência do ponto de contacto:
 - Resistência dos tecidos internos que a corrente atravessa;
 - Resistência da zona de saída da corrente.
RISCOS ELÉTRICOS
- Medidas de prevenção e
proteção
 Alguns casos deste tipo de medidas são:
 - Sinais;
 - Instruções;
 - Normas de Segurança.
 - Proteção obrigatória das mãos
 Se se quiser atuar contra a possibilidade de contactos diretos, as medidas
de proteção ativas são as mais adequadas. Por exemplo:
 - Recobrimento das partes ativas da instalação;
 - Uso da tensão reduzida de segurança;
 - Afastamento das partes ativas;
 - Interposição de obstáculos.
RISCOS ELÉTRICOS

 Por outro lado, se o objetivo for proteger as pessoas de contactos


indiretos, existem alguns tipos de medidas de proteção passivas que
podem ser empregados:
 - Emprego de tensão reduzida de segurança;
 - Separação dos circuitos.
 Além das medidas informativas, deve-se também atentar a outros
exemplos de medidas de proteção gerais:
 - Isolamento dos elementos condutores estranhos à instalação;
 - Inacessibilidade simultânea de massas e elementos condutores estranhos à
instalação;
 - Estabelecimento de ligações equipotenciais;
 - Dispositivos diferenciais a corrente residual de alta sensibilidade (menor ou
igual a 30 mA).
RISCOS ELÉTRICOS
 Assim, os trabalhos em instalações elétricas devem:
 - ser realizados por técnicos qualificados;
 - ter, por regra, a instalação fora de tensão;
 - ser devidamente identificados e sinalizados.
 Podemos resumir a informação de segurança em Cinco Regras de Ouro
no que toca a trabalhos em instalações elétricas:
 - Separar (ou isolar) a instalação das fontes de alimentação;
 - Bloquear os aparelhos de separação na posição de aberto;
 - Comprovar a ausência de tensão;
 - Ligar à terra e em curto-circuito;
 - Delimitar a zona de trabalhos e proteger as peças em tensão na
vizinhança, colocando dispositivos isolantes ou ecrãs.
RISCOS MECÂNICOS

 Principais Riscos
 Os principais riscos mecânicos a que estão expostos os trabalhadores
quando maquinam peças metálicas são:
 Agarramento,enrolamento,arrastamento,aprisionamento
 Corte
 Golpe ou decepamento
 Esmagamento
 Choque ou impacto
 Abrasão ou fricção
 Ejeção de fluidos de elevada pressão
 Projeção de objetos
 Perda de estabilidade
 Perfuração ou picadela
RISCOS MECÂNICOS
 Localização dos Perigos Mecânicos das Máquinas
 Os principais perigos mecânicos das máquinas estão directamente
relacionados com os seus órgãos móveis, e encontram-se em 3 áreas
fulcrais:
 1. No ponto de operação: ponto de corte, moldagem, perfuração,
estampagem, esmagamento ou empilhamento de material
 2. Mecanismos de transmissão de força: qualquer componente do sistema
mecânico que transmita energia às partes da máquina que executam o
trabalho. Ex.: volantes, polias, correias, junções, engates, correntes,
engrenagens, manivelas, etc.
 3. Outras partes móveis: todas as partes que se movam enquanto a
máquina trabalha com movimento recíproco. Ex.: movimentos rectilíneos,
giratórios, alternados, mecanismos de alimentação ou partes auxiliares das
máquinas.
RISCOS MECÂNICOS
 Principais Causas de Acidentes Devidos à Utilização de Máquinas
 Os acidentes quando ocorrem são, regra geral, imputados ao operador que
desempenha a tarefa. No entanto as suas verdadeiras causas são, na maioria das
vezes, originadas por situações alheias ao trabalhador mais direto, tais como:
 Elementos de proteção em falta, inadequados ou danificados
 Desenho da máquina incorreto (está pensado unicamente para o produto final e
não para a utilização por parte do trabalhador)
 Instalação e montagem da máquina precária (movimenta-se, vibra, etc.)
 Utilização inadequada da máquina (submeter a máquina a esforços para os quais
não está dimensionada ou utilizá-la para outros fins que não aqueles a que se
destina)
 Manutenção da máquina deficiente ou inexistente
RISCOS MECÂNICOS
• Ferramentas da máquina em mau estado, inadequadas ou gastas
 Erros de comando (inexistência de sinalização ou instruções dos comandos da
máquina)
 Arranque intempestivo da máquina

 Medidas de Prevenção
 Recomendações Gerais
 Só devem ser adquiridas e colocadas em funcionamento as máquinas que
cumpram os requisitos mínimos de segurança e saúde (máquinas com
marcação CE).
 Os sistemas de comando das máquinas devem ser bem visíveis, estar
claramente identificado e equipados com um comando à distância (sempre
que seja possível), posicionados e acessíveis fora da zona perigosa da
máquina e possuir um sistema de paragem de emergência acessível e
devidamente identificado (este deve completar o comando de paragem
manual).
RISCOS MECÂNICOS
 A colocação da máquina ou equipamento em funcionamento só deve ser possível por
ação voluntária do operador; uma manobra não intencional nunca deve provocar uma
situação perigosa (o comando de arranque deve estar protegido contra o toque
inadvertido)
 A ordem de paragem da máquina tem que ter prioridade sobre a ordem de arranque
 Os dispositivos de segurança e proteção da máquina devem ser robustos e
solidamente fixos; devem ser concebidos de forma a poderem ser desmontados para
que se possa aceder à zona perigosa ou equipamento sem gerar riscos adicionais; a sua
colocação não pode ocasionar riscos complementares e devem facilitar a observação
do ciclo de trabalho.
 Os órgãos de transmissão, correias, engrenagens, polias, etc., devem estar
devidamente protegidos ou isolados
 As zonas das máquinas onde existam riscos mecânicos e onde não haja uma
intervenção por parte do operador devem possuir proteções eficazes (ex.: proteções
fixas).
RISCOS MECÂNICOS
 Todas as máquinas devem estar corretamente fixas ou estáveis no
pavimento.
 Todas as máquinas devem ser mantidas num perfeito estado de
conservação, limpas e oleadas.
 A máquina dever ser manipulada sem distrações e de acordo com as
regras de segurança estabelecidas.
 A iluminação dos locais de trabalho e de manutenção deve ser
suficiente e em função das exigências da tarefa.
 Devem existir dispositivos de alerta que devem ser facilmente
percebidos (se sonoros, devem-se sobrepor ao ruído da máquina e
ambiente) e a sua interpretação deve ser imediata e sem ambiguidade.
 Todas as zonas perigosas das máquinas devem estar devidamente
sinalizadas e identificadas.
RISCOS MECÂNICOS
 As máquinas devem ser alvo de manutenções periódicas no sentido de se
verificar o seu funcionamento seguro, e de inspeções adicionais sempre
que sejam feitas alterações na máquina, haja um acidente ou por falta de
uso prolongado.
 A manutenção da máquina dever ser feita de preferência com o
equipamento parado; sempre que tal não seja possível devem ser
tomadas medidas de prevenção e conformidade com a situação.
 Todos os trabalhadores que tenham de operar uma máquina devem
receber formação adequada, que deve abordar os riscos a que estão
expostos, as zonas perigosas da máquina e as condições seguras de
operar a máquina.
RISCOS MECÂNICOS
 Normas Básicas de Segurança
 Todos os trabalhadores devem utilizar os equipamentos de
protecção individual adequados:
 óculos ou viseiras de protecção contra a projecção de limalhas,
aparas ou fragmentos da máquina (principalmente ao mecanizar
metais muito duros, frágeis ou quebradiços)
 calçado de segurança que proteja contra os esmagamento (por
queda de peças pesadas) e perfuração ou corte (recomenda-se a
utilização de botas ou sapato com biqueira e palmilha de aço)
 luvas adequadas ao trabalho a realizar (ter especial atenção ao
manusear peças com arestas vivas)
RISCOS MECÂNICOS
 - As limalhas e aparas resultantes do processo de maquinação nunca
devem ser retiradas com as mãos; para tal deve ser utilizado:
 um pincel ou similar quando estas se encontram secas.
 uma escova de borracha quando estas se encontram húmidas ou com
gordura.
 - Não utilizar acessórios durante o trabalho: anéis pulseiras, brincos,
colares, etc.
 - Os cabelos compridos devem ser usados sempre presos e protegidos
por uma touca, chapéu ou similar
 Os trabalhadores não devem utilizar a barba comprida (pode ficar
presa em elementos da máquina dotados de movimento).
RISCOS MECÂNICOS
 Antes de Iniciar o Trabalho
 Verificar se as proteções das engrenagens, correias, etc., estão colocadas
corretamente e devidamente fixas.
 Não remover ou adulterar qualquer proteção ou barreira de proteção da
máquina e não iniciar o trabalho se alguma se encontrar danificada ou ausente
 Verificar se os dispositivos de protecção se encontram no seu local e
corretamente instalados
 Verificar se os elementos de fixação da peça estão em bom estado de
conservação e devidamente fixos à máquina
 Verificar se a peça a maquinar está corretamente fixa aos elementos de fixação
 Verificar que na mesa onde se vai maquinar a peça não se encontram
ferramentas ou peças que possam cair ou ser alcançadas e projetadas por
elementos da máquina
RISCOS MECÂNICOS
 Durante o Trabalho
 Durante a maquinação das peças o operador deve manter as mãos afastadas da
ferramenta da máquina; para trabalhos que se realizem em ciclos automáticos, nunca
se devem apoiar as mãos na mesa da máquina
 Todas as tarefas de verificação, ajuste, etc., devem ser realizadas com a máquina
parada, especialmente as que se seguem:
 Afastar-se ou abandonar o posto de trabalho (mesmo que seja por um breve
momento)
 Medir e calibrar
 Verificar o trabalho (acabamento da peça)
 Ajustar os elementos de protecção
 Direccionar o líquido de refrigeração, óleos de corte, etc.
 Limpar e/ou olear
 Colocar a peça a trabalhar na máquina
RISCOS MECÂNICOS
 Operações de Manutenção
 Devem realizar-se em condições de segurança adequadas:
 Parar, sempre que seja possível, a máquina
 Sinalizar com avisos de proibição de colocação em funcionamento todas as
máquinas avariadas ou cujo funcionamento seja perigoso
 Para evitar a colocação em funcionamento acidental de máquinas em
manutenção deve-se bloquear o interruptor principal de acionamento da
máquina ou desligar e bloquear no quadro a alimentação eléctrica da
máquina (por exemplo, com cadeado)
 Todos os equipamentos desligados devem estar devidamente identificados,
utilizando para tal procedimentos de segurança: lock-out (desligar e
bloquear o arranque da máquina) e tag-out (aviso de máquina em
manutenção)
RISCOS MECÂNICOS
 Utilização de Protetores
 Os protetores são elementos que podem ser colocados nas
máquinas com o objectivo de proteger o trabalhador de uma
determinada zona perigosa através da interposição de uma
barreira material. Estes podem ter várias designações, consoante a
sua construção: tampa, porta, resguardo, etc.
 Existem diversos tipos de protectores, com ou sem dispositivos de
encravamento ou de bloqueio associados, que devem ser
escolhidos tendo em consideração o risco que está associado à
parte da máquina a proteger, o normal funcionamento da máquina
e das tarefas do operador.
RISCOS ERGONÓMICOS
 - RISCOS ERGONÓMICOS
 A ergonomia visa assegurar a melhor adaptação de uma situação de
trabalho ao trabalhador e à tarefa que ele realiza, de acordo com
critérios de segurança e saúde.
 Os riscos ergonómicos podem gerar distúrbios psicológicos e
fisiológicos, suscetíveis de provocar sérios danos à saúde do trabalhador
e comprometer a sua segurança e produtividade, como, por exemplo:
cansaço físico, perturbações músculo-esqueléticas, hipertensão arterial,
alteração do sono, doenças nervosas, doenças do aparelho digestivo.
 São considerados riscos ergonómicos a inadequada movimentação
manual de cargas, as posturas e os movimentos inadequados, os
movimentos repetitivos, a pressão mecânica direta sobre os tecidos do
corpo, as vibrações e o desconforto do ambiente térmico.
RISCOS ERGONÓMICOS
 A prevenção dos riscos ergonómicos comporta a análise do posto de trabalho, a
identificação dos perigos e a avaliação dos riscos a ele associados, a implementação de
medidas de prevenção adequadas a combater os riscos, a vigilância da saúde do
trabalinformação e formação adequadas, de modo a permitir que o trabalhador se torne
agente ativo dessa prevenção, e, finalmente, implica a reavaliação da eficácia das
alterações introduzidas.
 Ao longo do processo produtivo na indústria do calçado os trabalhadores podem estar
sujeitos a riscos ergonómicos com origem na ausência ou deficiente adaptação
ergonómica dos postos de trabalho que:
 • Impedem ou dificultam a alternância de postura corporal do trabalhador;
 • Submetem o trabalhador a movimentos inadequados ou de cadência excessiva, a
pressões mecânicas sobre os tecidos e sobre esforços.
 A movimentação manual de cargas em condições não adequadas é também suscetível de
provocar perturbações músculo-esqueléticas(lesões e dores nas costas e nos membros,
tais como tendinites e epicondilites).
RISCOS ERGONÓMICOS
 - MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGAS
 Entende-se por movimentação ou transporte manual de cargas, qualquer
operação de transporte e sustentação de uma carga, por um ou mais
trabalhadores, que devido às suas características ou condições ergonómicas
desfavoráveis, comporte risco(s) para os mesmos, nomeadamente na região
lombar. Desta forma, podemos dizer que os riscos inerentes ao transporte
manual de cargas estão intimamente ligados com os factores de risco
ergonómicos .
 As principais lesões derivadas do transporte manual de cargas são as
relacionadas, maioritariamente, com a região dorso – lombar, no entanto,
podemos assinalar outras, tais como:
 Entorses;
 Esmagamento;
 Cortes
RISCOS ERGONÓMICOS
RISCOS ERGONÓMICOS
 Sendo assim, a entidade empregadora terá de tomar medidas
apropriadas de forma a eliminar ou minimizar os riscos inerentes à
atividade de movimentação manual de cargas. Estas medidas passam
por, se possível, substituir o transporte manual de cargas pelo
transporte mecânico das mesmas, introduzir medidas de organização
adequadas ou fornecer aos trabalhadores os meios adequados para a
execução do trabalho em segurança, possibilitar ao trabalhador espaço
livre suficiente, nomeadamente vertical, para o exercício da atividade,
segundo uma postura segura e correta, providenciar pavimentos ou
pontos de apoio estáveis, providenciar pavimentos regulares e não
escorregadios, providenciar temperatura, humidade ou circulação de
ar adequadas, proporcionar ao trabalhador períodos suficientes de
descanso e recuperação fisiológica e providenciar formação e
informação aos trabalhadores.
RISCOS PSICOSSOCIAIS
 Riscos psicossociais
 As mudanças significativas que ocorreram no mundo do trabalho nas últimas décadas
resultaram em riscos emergentes no campo da segurança e saúde ocupacional e
levaram - além de riscos físicos, químicos e biológicos - ao surgimento de riscos
psicossociais.
 Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho têm sido identificados como um
dos grandes desafios contemporâneos para a saúde e segurança e estão ligados a
problemas nos locais de trabalho, tais como o stress, violência, assédio e intimidação
no trabalho.
 Cerca de metade dos trabalhadores europeus considera o stresse uma situação
comum no local de trabalho, que contribui para cerca de 50% dos dias de trabalho
perdidos. À semelhança de muitas outras questões relacionadas com a saúde mental,
o stresse é frequentemente objeto de incompreensão e estigmatização. No entanto,
se forem abordados enquanto problema organizacional e não falha individual, os
riscos psicossociais e o stresse podem ser controlados da mesma maneira que
qualquer outro risco de saúde e segurança no local de trabalho.
RISCOS PSICOSSOCIAIS
 Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na conceção, organização e gestão do trabalho, bem como
de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e
social tais como stresse relacionado com o trabalho, esgotamento ou depressão. Eis alguns exemplos de
condições de trabalho conducentes a riscos psicossociais:
 cargas de trabalho excessivas;
 exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções;
 falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controlo sobre a forma
como executa o trabalho;
 má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral;
 comunicação ineficaz, falta de apoio da parte de chefias e colegas;
 assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.

 Ao considerar as solicitações profissionais, importa não confundir riscos psicossociais como a carga de
trabalho excessiva com as condições, embora estimulantes e por vezes desafiantes, de um ambiente de
trabalho construtivo em que os trabalhadores são bem preparados e motivados para dar o seu melhor. Um
ambiente psicossocial positivo promove o bom desempenho e o desenvolvimento pessoal, bem como o
bem-estar mental e físico dos trabalhadores.
 Os trabalhadores sofrem de stresse quando as exigências inerentes à função excedem a sua capacidade de
lhes dar resposta. Além de problemas de saúde mental, os trabalhadores afetados por stresse prolongado
podem acabar por desenvolver graves problemas de saúde física, como doenças cardiovasculares ou lesões
músculo-esqueléticas.
RISCOS PSICOSSOCIAIS
 Para a organização, os efeitos negativos incluem um fraco desempenho geral da empresa, aumento
do absentismo, "presenteísmo" (trabalhadores que se apresentam ao trabalho doentes e incapazes
de funcionar eficazmente) e subida das taxas de acidentes e lesões. Os períodos de absentismo
tendem a ser mais longos do que os decorrentes de outras causas e o stresse relacionado com o
trabalho pode contribuir para um aumento da taxa de reforma antecipada, em particular entre
trabalhadores administrativos. Os custos estimados para as empresas e para a sociedade são
significativos e chegam aos milhares de milhões de euros a nível nacional. O stresse é o segundo
problema de saúde relacionado com o trabalho mais referido na Europa.
 Uma sondagem de opinião de âmbito europeu conduzida pela EU-OSHA concluiu que mais de
metade dos trabalhadores considerava o stresse como uma situação comum no local de trabalho. As
causas mais comuns do stresse relacionado com o trabalho referidas foram a reorganização do
trabalho e a insegurança de emprego (indicadas por cerca de 7 em cada 10 inquiridos), acréscimo
das horas de trabalho, carga de trabalho excessiva, assédio ou intimidação no local de trabalho
(cerca de 6 em cada 10 inquiridos). A mesma sondagem demonstrou que cerca de 4 em cada 10
trabalhadores consideram que o stresse não é tratado de forma adequada no local de trabalho.
RISCOS PSICOSSOCIAIS
 No mais abrangente Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes
(ESENER), cerca de 8 em cada 10 dirigentes europeus manifestaram preocupação com o
stresse nos respetivos locais de trabalho; todavia, menos de 30% admitiram ter implementado
procedimentos para lidar com os riscos psicossociais. O inquérito também concluiu que quase
metade das entidades empregadoras considera que os riscos psicossociais são mais difíceis de
gerir do que os riscos "tradicionais" ou mais óbvios de segurança e saúde no trabalho.
 Com a abordagem correta, os riscos psicossociais e o stresse relacionado com o trabalho
podem ser prevenidos e geridos com sucesso, independentemente da dimensão ou tipo de
empresa. Nesse sentido, podem ser tratados da mesma forma lógica e sistemática que outros
riscos de saúde e segurança no local de trabalho.
 A gestão do stresse constitui não só uma obrigação moral e um bom investimento para as
entidades empregadoras como também um imperativo legal estabelecido na Diretiva-Quadro
89/391/CEE, reforçado por acordos-quadro com os parceiros sociais sobre stresse no trabalho
e sobre assédio e violência no trabalho.
RISCOS PSICOSSOCIAIS
 Além disso, o Pacto Europeu para a Saúde Mental e Bem-Estar reconhece a mutação
das solicitações e a intensificação das pressões no local de trabalho e incentiva as
entidades empregadoras a implementar medidas voluntárias suplementares para a
promoção do bem-estar mental.

 Embora as entidades empregadoras tenham a responsabilidade legal de assegurar a


avaliação e o controlo adequados dos riscos no local de trabalho, é essencial garantir
também o envolvimento dos trabalhadores. Os trabalhadores e os respetivos
representantes têm uma melhor perceção dos problemas que podem ocorrer no
local de trabalho. A sua participação garantirá que as medidas aplicadas sejam
adequadas e eficazes. A EU-OSHA disponibiliza um vasto conjunto de informações e
instrumentos práticos para a identificação, prevenção e gestão dos riscos
psicossociais e do stresse relacionado com o trabalho.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
 Conceito
 A sinalização de segurança tem por objetivo chamar a atenção das pessoas, de
forma rápida, para as situações que, nos espaços onde elas se encontram,
comportem riscos para a sua segurança.

 A sinalização de segurança deverá existir em todos os locais de trabalho,


qualquer que seja a atividade, para abranger quer os trabalhadores quer todos
aqueles que temporariamente aí se encontrem (ex.: visitas, fornecedores,
prestadores de serviços externos), mas também nos locais que habitualmente
se encontram abertos ao público.

 A sinalização de segurança e saúde reveste várias formas - sinais coloridos;


acústicos; verbais; gestuais - adaptando-se à situação que pretendem prevenir,
mas de certo modo, todas elas se complementam entre si.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
 A forma utilizada, a cor, o número e dimensão dos sinais de segurança dependerão da
importância dos riscos, dos perigos existentes e da extensão da zona a cobrir.
 Todos os equipamentos de sinalização de segurança deverão ser mantidos em bom
estado de conservação (limpeza e funcionamento), não devendo ser confundida ou
afetada por qualquer outro tipo de sinalização ou fonte emissora estranha à sinalização
de segurança.

 Tipos de sinalização
 Existem várias formas de sinalização universais e que se complementam entre si:
 ➱ Sinais coloridos (pictogramas ou luminosos) para assinalar riscos ou dar indicações;
 ➱ Sinais acústicos habitualmente para assinalar situações de alarme e de evacuação;
 ➱ Comunicação verbal;➱ Sinais gestuais para que, quando a comunicação de viva voz
não seja possível, se possam dar as indicações necessárias.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE

 SINAIS COLORIDOS (PICTOGRAMAS)

 A forma geométrica e o significado dos sinais de segurança, bem


como a combinação das formas e das cores e seu significado nos
sinais estão indicados nos quadros 1 e 2 a seguir.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE

 De acordo com a legislação vigente, apresentam-se


seguidamente os sinais relativos à sinalização de segurança e
saúde. De qualquer forma, existem disponíveis no mercado
alguns outros sinais que poderão complementar as
prescrições mínimas previstas na lei.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE

 A sinalização de obstáculos e locais permanentemente perigosos, tais como degraus de


escadas, buracos no pavimento ou locais que apresentem um risco de choque, quedas ou
passos em falso, ou ainda risco de queda de materiais, deverá ser feita com a ajuda de
faixas preto/amarelo ou então vermelho/branco.
 A sinalização referida deverá ser feita tendo em conta as dimensões do obstáculo ou do
local perigoso.

 Sinais relativos a recipientes e tubagens

 Os recipientes que contenham substâncias ou preparações perigosos, tal como definidos


na Portaria n.º 1152/97 de 12 de Novembro, bem como as tubagens visíveis que os
contenham, deverão estar rotulados sob a forma de pictogramas sobre fundo colorido,
como indicado no referido diploma, ou sinalizados por meio de placas com o sinal de
aviso adequado e informação complementar, nomeadamente a fórmula química da
substância ou preparado perigoso e pormenores sobre os riscos.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE

 Sinalização das vias de circulação


 Quando a proteção dos trabalhadores o exija, as vias de circulação de
veículos deverão ser identificados com faixas contínuas que podem ser
brancas ou amarelas, localizadas de modo a garantir as distâncias de
segurança necessárias, quer entre os veículos e trabalhadores, quer entre
ambos e os objetos ou instalações que possam encontrar-se na
vizinhança.
 SINAIS ACÚSTICOS
 Podem ser de vários tipos e características, por exemplo:
 ➱ Intermitentes (indicando um maior perigo);
 ➱ Contínuos, normalmente associados a situações de alarme ou
evacuação.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE

 SINAIS LUMINOSOS
 Os sinais luminosos de segurança deverão garantir um contraste
não excessivo, mas também não insuficiente, tendo em vista as
suas condições de utilização. A superfície luminosa deverá ser de
uma cor uniforme igual, conforme o caso, com as cores usadas nos
sinais coloridos (pictogramas). A alimentação elétrica dos sinais
luminosos deverá ser autónoma.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
 Todas as profissões apresentam algum tipo de risco para o bem estar de
quem as executa. Desde os trabalhos que tradicionalmente são
associados às mortes e acidentes graves no local de trabalho, até aos
trabalhos mais sedentários ou que apresentam menor esforço físico, uma
vez que também estes apresentam riscos de lesões músculo-esqueléticas
ou do foro psicológico, por exemplo. Segundo a Agência Europeia para a
Segurança e Saúde no Trabalho (OSHA-EU) os escorregões, tropeções e
quedas são a causa mais frequente de acidentes em todos os sectores,
desde a indústria transformadora pesada ao trabalho de escritório. Entre
os demais perigos, podem referir-se a queda de objetos, as queimaduras
térmicas e químicas, incêndios e explosões, substâncias perigosas e
stresse. Para prevenir acidentes no local de trabalho, as entidades
patronais devem instaurar um sistema de gestão da segurança que inclua
a avaliação de riscos e procedimentos de acompanhamento.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
 A avaliação dos riscos deve, prioritariamente, analisar a possibilidade
de prevenir ou evitar os riscos, a eliminação pode passar por:
 Avaliar se a tarefa ou atividade é necessária;
 Eliminar efetivamente o perigo;
 Utilizar diferentes substâncias ou processos de trabalho
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL

 Principais tipos de proteção coletiva e de proteção


individual
 Equipamentos de Proteção Coletiva, são equipamentos utilizados
para proteção de segurança enquanto um grupo de pessoas realizam
determinada tarefa ou atividade. O Equipamento de Proteção Coletiva
deve ser usado prioritariamente ao uso do Equipamento de Proteção
Individual por exemplo: um equipamento de enclausuramento acústico
deve ser a primeira alternativa a ser indicada numa situação onde
houver risco físico de ruido, por proteger o coletivo. E somente quando
esta condição não for possível, deve ser pensado o uso de protetores
auditivos como Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) para
proteção dos trabalhadores, pois são de uso apenas individual.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
 Como exemplos de EPC podem ser citados:

 Enclausuramento acústico de fontes de ruído


 Exaustores para gases, névoas e vapores contaminantes
 Ventilação dos locais de trabalho
 Proteção de partes móveis de máquinas
 Sensores em máquinas
 Barreiras de proteção em máquinas e em situações de risco
 Corrimão e guarda-corpos
 Fitas sinalizadoras e antiderrapantes em degraus de escada
 Piso Antiderrapante
 Barreiras de proteção contra luminosidade e Radiação (Solda)
 Cabines para pintura
 Redes de Proteção (nylon)
 Isolamento de áreas de risco
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL

 Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou


fitas zebradas)
 Lava-olhos
 Detetores de Tensão
 Chuveiros de segurança
 Chuveiro Lava Olhos
 Primeiros socorros Kit de primeiros socorros

 Segundo a Diretiva 89/656/CEE o Equipamento de Proteção


Individual é “qualquer equipamento destinado a ser usado ou detido
pelo trabalhador para sua proteção contra um ou mais riscos suscetíveis
de ameaçar a sua segurança ou saúde no trabalho, bem como qualquer
complemento ou acessório destinado a esse objetivo.”
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
 Proteção contra lesões na cabeça
 Os capacetes podem proteger de impactos na cabeça, lesões de
perfuração, e lesões elétricas como as causadas por queda ou objetos
voadores, objetos fixos, ou contato com condutores elétricos. Os
trabalhadores também devem cobrir ou proteger os cabelos compridos
para evitar que fiquem presos em peças de máquinas como correias e
correntes
 Proteção contra lesões nos pés e pernas
 Além da proteção para os pés e botas/sapatos de segurança, as calças (por
ex,. couro, fibra têxtil aluminizada, ou outro material apropriado) podem
ajudar a prevenir lesões ao proteger trabalhadores de perigos como queda
ou objetos rolantes, objetos afiados, superfícies húmidas e escorregadias,
metais fundidos, superfícies quentes e perigos elétricos.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
 Proteção contra lesões nos olhos e rosto
 Além dos óculos de proteção, os EPI, como capacetes especiais ou bl indagens, óculos
com proteção lateral e proteção para o rosto podem proteger trabalhadores de
fragmentos perigosos ou voadores, lascas grandes, faíscas quentes, radiação ótica,
derrame de metais fundidos, bem como objetos, partículas, areia, vapores, pós e faísca.
 Proteção contra perda auditiva
 Usar tampões ou protetores auriculares pode ajudar a prevenir um dano auditivo. A
exposição a altos níveis de ruído pode provocar perda auditiva irreversível ou deficiência
além de stresse físico e psicológico. Os tampões auriculares feitos de espuma, algodão
encerado, ou lã de fibra de vidro ajustam-se automaticamente e geralmente encaixam
bem. Um profissional deve verificar individualmente os protetores auriculares moldados
ou pré-fabricados dos trabalhadores. Os protetores auriculares devem ser l impos
regularmente e substituídos quando não podem ser limpos.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
 Proteção contra lesões nas mãos
 Os trabalhadores expostos a substâncias perigosas através da absorção
pela pele, cortes severos ou lacerações, abrasões severas, queimaduras
químicas, queimaduras térmicas e temperaturas extremas perigosas
beneficiarão da proteção para as mãos.

 Proteção contra lesão corporal


 Em alguns casos, os trabalhadores devem proteger a maior parte do
corpo contra perigos no local de trabalho, como exposição ao calor e
radiação além de metais quentes, líquidos escaldantes, fluídos
corporais, materiais perigosos ou dejetos e outros perigos.
 Além de roupa resistente ao fogo e algodão resistente ao fogo, os
materiais usados nos EPI que cobrem todo o corpo incluem borracha,
couro, sintéticos e plástico.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL

 Proteção respiratória

 Quando não é possível uma situação de aspiração/el iminação de


materiais que ponham em risco a saúde respiratória, os trabalhadores
devem usar respiradores apropriados que os protejam contra efeitos de
saúde adversos causados por respirar ar contaminado como pós
perigosos, névoas, fumos, vapores, gases ou líquidos pulverizados. Os
respiradores geralmente cobrem o nariz e a boca ou todo o rosto ou
cabeça e ajudam a prevenir doenças e lesões. Contudo, é essencial um
encaixe adequado para os respiradores serem eficientes.

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