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Módulo 5

Cuidados na higiene, conforto


e eliminação fisiológica

Cuidados de higiene e conforto a utentes que


necessitam de ajuda parcial ou total

1
 Segundo a OMS Saúde é um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou
enfermidade.

2
 A HIGIENE é um conjunto de meios e regras que procuram
garantir o bem-estar físico e mental, promovendo a saúde e
prevenindo a doença.

3
Pessoal ou Coletiva Social ou
Individual Pública

4
 Na vida quotidiana, satisfazemos as nossas próprias
necessidades, no entanto durante o envelhecimento e durante a
doença, a capacidade de nos auto cuidarmos diminui e a carência
de cuidados de higiene pessoal aumenta.

5
A importância da higiene e do conforto para a saúde do utente

 A higiene pessoal é decisiva no que respeita a fatores pessoais e


ambientais que incidem na saúde física e mental dos utentes. Por este
motivo, os cuidados de higiene exigem uma atitude integral e
globalizante que valorize as condições físicas, psicológicas, sociais e
funcionais de cada utente.

 A falta de higiene não é apenas um problema que pode interferir


com a saúde. Contribui também, e de forma decisiva, para uma
diminuição da auto-estima e dificulta a integração social (alguns utentes
podem já sentir-se diminuídos nestas áreas por negligenciarem habitualmente
a sua própria higiene).

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 Os cuidados de higiene permitem:

- Conforto e relaxamento (por exemplo, sentir-se fresco e relaxar os


músculos tensos);
- Estimular a circulação (por exemplo, massagem);
- Limpeza (por exemplo, remoção de tecido necrosado,
microrganismos e secreções);
- Melhorar a autoestima (por exemplo, remoção de odores
desagradáveis, melhoria da aparência);
- Tratar da pele (por exemplo, limpando, estimulando a circulação e
hidratando);
- Proporcionar conforto físico e psicológico.

7
A privacidade, intimidade e sexualidade do utente - aspetos a ter
em conta na interação

 Os profissionais devem assegurar o cumprimento de boas práticas


na prestação de cuidados de higiene e imagem, nomeadamente, no
que respeita à disponibilização de um conjunto de ajudas técnicas
institucionais (ajudas técnicas/ tecnologias de apoio para cuidados de
higiene e imagem pessoais), assegurando deste modo a promoção
da sua manutenção e autonomia.

 Na prestação dos cuidados de higiene e imagem, cada paciente


tem de ser tratado com respeito pelos seus direitos e deveres, pela
sua identidade, hábitos e modos de vida e ser-lhe assegurada

8
privacidade, autonomia, dignidade e confidencialidade, sob pena de
se estar a violar os direitos do utente e, consequentemente, não se
garantir a qualidade dos serviços

 A sexualidade integra os aspetos biológicos, físicos, psicossociais e


comportamentais, expressos em necessidades e impulsos de
masculinidade ou feminilidade em interação com outros.

 O respeito pela intimidade e sexualidade do utente deve ser


preservado durante os cuidados de higiene.

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 Uma boa higiene engloba todas as medidas que devemos ter
para com o utente.

 Devemos garantir que estejam em boas condições de higiene:


◦ A pele;
◦ O cabelo;
◦ As unhas;
◦ A boca;
◦ Os dentes.

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Higiene – Tipos de Utentes

 Independente: quando não precisa de ajuda na higiene,


necessitando apenas de vigilância e/ou incentivo.

 Semidependente: quando lava a maior parte do corpo,


necessitando de alguma ajuda. Nesta situação, o auxiliar de saúde
deve: aconselhar o utente a lavar ele as partes de que é capaz,
fornecer o material que ele precisar; ajudá-lo naquilo que ele tiver
dificuldade.
 Dependente: quando não é capaz de cuidar de si, necessitando
de ajuda total do auxiliar de saúde.

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 Inicialmente, sempre que possível, deve-se promover a
autonomia no utente, ou seja, ser ele próprio a cuidar da sua
higiene pessoal: cabelo, barba, unhas, dentes, próteses.

 Caso este não consiga, deve-se sempre incentivar a fazer o


máximo que se poder, e principalmente incentivar a não perder os
hábitos de higiene que tinha anteriormente.

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Higiene – Aspetos a serem respeitados

 Durante a prestação de cuidados de higiene adequados ao


utente e o seu consequente conforto físico e mental, deverão ser
respeitados alguns aspetos:

- Proporcionar higiene e conforto, promovendo a saúde e


prevenindo a doença;

- Avaliar grau de dependência;

- Favorecer independência/autonomia (não subestimar o utente


quando este tem capacidade para realizar determinada tarefa,
incentivar ao autocuidado);
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- Observar todo o corpo, avaliando a integridade cutânea;

- Promover a integridade cutânea (secar todas as pregas


cutâneas e espaços interdigitais, aplicar creme e massajar todo
o corpo, etc.);

- Promover mobilização passiva e ativa;

- Promover uma relação interpessoal com o utente (por exemplo:


identificar-se, explicar procedimento, incentivar a colaborar);

- Verificar condições ambientais (temperatura, iluminação e


ventilação);

- Respeitar privacidade, dignidade e valores culturais do utente;


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- Assegurar as regras de segurança para o utente e para o
auxiliar de saúde (grades e barras de proteção, tapetes
antiderrapantes, não deixar o utente sozinho, não deixar que
tranque a porta, utilizar luvas, atender à ergonomia, etc.);

- Estimular autoestima e autoimagem do utente (utilizar espelho,


pentear, barbear, cuidar das unhas, etc.);

- Considerar o material invasivo do utente (sonda naso-gástrica,


algálias, soros, cateteres, pensos, drenos, etc.);

- Preparar todo o material anteriormente;

- Iniciar a higiene propriamente dita, pela cabeça em direção aos


pés, partindo da parte mais limpa para a mais suja; 15
- Utilizar material de uso pessoal e se possível descartável;

- Se surgirem dúvidas, problemas ou alterações comunicar a


outro elemento responsável da Equipa.

A quebra da capacidade individual para promover a sua própria


higiene, pode estar associada a vários fatores, tais como:

◦ Cansaço fácil, dispneia (falta de ar) ou astenia (fraqueza);


◦ Alterações da consciência e mobilidade;
◦ Alterações da perceção e sensibilidade;
◦ Dor;
◦ Indicação médica.

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Higiene – Cuidados de Higiene Totais

 Banho - Objetivos

◦ Proporcionar higiene e conforto;


◦ Estimular a circulação, a respiração da pele e o exercício;
◦ Manter a integridade da pele;
◦ Fazer observação física da pessoa;
◦ Favorecer / estimular a independência da pessoa.

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Antes do banho – FICAR ATENTO

 Algumas pessoas idosas, doentes ou com incapacidades


podem, às vezes, recusarem-se a tomar banho.

 Pode ser que a pessoa tenha dificuldades para locomover-se,


tenha medo da água ou de cair, pode ainda estar deprimida, sentir
dores, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhada de ficar exposta à
outra pessoa, especialmente se o cuidador for do sexo oposto.

 É preciso que o auxiliar de saúde tenha muita sensibilidade para


lidar com essas questões.

Respeite os costumes do utente e lembre-se que a confiança


conquista-se com carinho, tempo e respeito. 18
Tipos de banho de acordo com o local

Banho de chuveiro / banheira

Banho na cadeira de banho assistido

Banho na maca banheira

Banho na cama

19
Banho de chuveiro ou banheira?

A escolha entre tomar duche ou banho de imersão deve ser tomada


pelo utente e mediante as suas possibilidades, visto ambos os
procedimentos garantirem uma higiene correta.

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Banho de chuveiro ou banheira

 Para os doentes que têm condições para tomar banho de


chuveiro ou banheira, tem que se ter em conta algumas medidas
aconselhadas para evitar acidentes e facilitar o banho:

◦ Verificar se existe/colocar um tapete antiderrapante;

◦ Colocar um banco, cadeira (própria ou não), barras laterais nas


paredes, para haver o apoio necessário;

◦ Assegurar a existência de cortinas, para manter a privacidade.

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Banho de chuveiro ou banheira

22
Banho de chuveiro ou banheira - Procedimentos

1. Distribuir o material em lugar funcional e acessível;

2. Lavar as mãos;

3. Calçar luvas limpas e vestir o avental de proteção;

4. Transportar/acompanhar o utente até à casa de banho;

5. Ajudar o utente a despir-se e a entrar no chuveiro/banheira;

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6. Ajudar a lavar o utente nas áreas que não for capaz;

7. Secar bem o corpo/cabelo do utente;

8. Proceder à aplicação de um creme hidratante, massajando o


corpo;

9. Ajudar o utente a vestir-se.

10. Após o banho, acompanhar novamente o utente ao quarto e


auxiliá-lo a instalar-se comodamente no cadeirão ou na cama
já limpa/mudada.
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Princípios básicos para o banho na cama

◦ Arrumar o material a ser utilizado;

◦ Elevar a cama, se possível, para diminuir o esforço nas costas;

◦ Ajustar a temperatura do ambiente (entre os 20-24ºC);

◦ Ajustar a temperatura da água à preferência do utente;

◦ Ter em conta a privacidade do utente, use um lençol para o cobrir,


e vá destapando e lavando uma parte de cada vez;

◦ Lavar o corpo das zonas mais limpas para as mais sujas, das mais
afastadas (distais) para as mais próximas (proximais);

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◦ Mudar a água, sempre que necessário, e obrigatoriamente após a
lavagem dos pés e órgãos genitais ou quando arrefecer;

◦ Substituir toalha e esponjas, sempre que necessário;

◦ Possuir o prontuário do utente.

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Banho na cama - Material

Carro de banho com todo o material reunido para a higiene do


utente e a preparação do leito:

◦ Duas bacias (uma será usada para lavar e a outra para enxaguar);
◦ Jarro com água quente;
◦ Arrastadeira ou urinol;
◦ Champô, escova/pente e secador;
◦ Gazes esterilizadas;
◦ Cotonetes;
◦ Creme hidratante, colónia, espelho;
◦ Corta unhas;

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◦ Escova e pasta de dentes;
◦ Sabão neutro (colocar numa das bacias para lavar ou então mantê-lo
separado e aplicá-lo na esponja/compressa ou diretamente na pele do
utente);
◦ Esponjas descartáveis/manápulas, compressas;
◦ Toalhas;
◦ Roupa para mudar a cama (lençóis, resguardos);
◦ Roupa limpa para o utente;
◦ Saco plástico para roupa suja;
◦ Fralda (se necessário);
◦ Biombo, caso seja necessário para manter a privacidade;
◦ Luvas descartáveis e avental impermeável.

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Banho na cama - Procedimentos

1. Distribuir o material em lugar funcional e acessível.


2. Lavar as mãos.
3. Calçar as luvas e vestir o avental de proteção.
4. Explicar ao utente o procedimento a realizar e pedir a sua
colaboração.
5. Fechar a porta/correr a cortina ou biombo.
6. Colocar debaixo do utente algo que proteja o colchão (por
exemplo, uma forra de plástico), sobre o qual se deve pôr uma
toalha bem esticada, isto evitará que a cama fique molhada e
manterá o paciente confortável durante o banho.
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7. Retirar as almofadas e a roupa da cama (colcha e cobertores),
deixando o utente tapado com o lençol ou com uma toalha, para
garantir que o paciente fique aquecido durante o banho ao
mesmo tempo em que lhe dá um pouco de privacidade.

8. Oferecer a arrastadeira/urinol.

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9. Assistir/posicionar o utente em decúbito dorsal.

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10. Proceder à lavagem do cabelo:
◦ Este procedimento deve ser realizado uma vez por semana ou
em SOS;
◦ Descer a cabeceira;
◦ Colocar uma toalha sob a cabeça do utente e um dispositivo
próprio ou bacia com água;
◦ Pentear o cabelo e proteger os ouvidos ,se necessário;
◦ Molhar o cabelo, aplicar o champô e massajar;
◦ Retirar o champô com água e envolver a cabeça do utente com
uma toalha;
◦ Secar o cabelo, de preferência com secador;
◦ Pentear o cabelo suavemente.
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11. Proceder à higiene oral:
◦ Elevar a cabeceira;
◦ Proteger a cama e o utente com uma toalha sob o queixo;
◦ Colocar o material ao alcance do utente, caso este esteja capaz
de realizar o procedimento;
◦ Colocar uma tina sob o queixo do utente;
◦ Humedecer a escova de dentes (utilizar uma escova de dentes
macia) e aplicar um dentífrico;
◦ Lavar os dentes, gengivas e língua suavemente;
◦ Pedir ao utente para bochechar com água e secar a boca;
◦ Lubrificar os lábios com produto próprio (ex: vaselina/batom do
cieiro).
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12. Proceder à higiene da face:
◦ Colocar uma toalha sobre o peito do utente;
◦ Lavar os olhos com água limpa e compressas, da zona mais
limpa para a mais suja;
◦ Lavar a face apenas com água (apenas se recorre à utilização
de sabão se for necessário) e secar;

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◦ A sujidade nos ouvidos e orelhas pode provocar ulceração e
infeção, pelo que também devem ser considerados
determinados aspetos importantes na sua higiene:
- Lavar as orelhas com água e sabão, não esquecendo a parte
posterior das mesmas;

- Lavar o ouvido utilizando um toalhete, algodão ou cotonete,


mas sem introduzir no ouvido, pois pode traumatizar o tímpano
e o objetivo é retirar a sujidade e não introduzi-la no ouvido;

- Observar a presença de cera e outras alterações;

- Considerar a existência próteses auditivas;

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◦ Passar um cotonete pelas narinas;
◦ Aplicar creme hidratante.

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13. Despir o utente:
o Dobre o lençol ou toalha, deixando a parte superior do corpo
descoberta;
o Retire a camisa ou parte superior do pijama;
o Recoloque o lençol;
o Dobre o lençol na parte que cobre as pernas e remova as
calças e roupa íntima do utente;
o Torne a cobri-lo.

14. Colocar a roupa do utente no saco


da roupa suja.

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15. Proceder à lavagem dos membros superiores (braços,
antebraços e mãos):

◦ Começar pelo membro mais afastado;


◦ Destapá-lo e colocar a toalha esticada sob o membro;
◦ Lavar/ensaboar o membro com uma toalha/esponja com
sabão, dando especial atenção à região axilar, prega do
cotovelo e espaços interdigitais;
◦ Enxaguar e secar cuidadosamente, dando especial atenção à
regiões supracitadas;
◦ Disponibilizar a bacia com água e sabão ao utente para
emergir e lavar as suas mãos, segundo a sua possibilidade;
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◦ Proceder de igual modo para o membro mais próximo.

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16. Proceder à lavagem do tórax (peito) e abdómen (barriga):

◦ Dobrar o lençol até à cintura, destapando o tórax e abdómen;


◦ Lavar o tórax e abdómen, dando especial atenção ao umbigo,
pescoço e região infra-mamária;
◦ Enxaguar e secar bem, principalmente nas regiões
supracitadas;
◦ Recoloque o lençol sobre o paciente.

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17. Proceder à lavagem dos membros inferiores (pernas):

◦ Começar pelo membro mais afastado;


◦ Destapá-lo e colocar a toalha esticada sob o membro;
◦ Lavar a perna;
◦ Enxaguar e secar bem;
◦ Torne a cobrir a perna;
◦ Proceder de igual modo para a perna mais próxima.

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18. Proceder à lavagem dos membros inferiores (pés):

◦ Se possível, fletir os membros do utente, colocar uma toalha e


a bacia sob os pés e mergulhá-los na água com sabão;
◦ Lavar bem os pés, dando especial atenção aos espaços
interdigitais;
◦ Retirar a bacia e secar bem os pés, envoltos na toalha, dando
especial atenção às regiões supracitadas;
◦ Cortar as unhas, se necessário.

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19. Substituir a água e a esponja.

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20. Proceder à lavagem dos órgãos genitais:

◦ Se o utente tiver fralda, abri-la, se não, colocar a arrastadeira;


◦ Assistir na flexão/fletir os joelhos do doente;
◦ Proceder à lavagem dos órgãos genitais de cima para baixo;
◦ Enxaguar, secar bem e aplicar vitamina A, se necessário;
◦ Substituir a água e a esponja.

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21. Proceder à lavagem da região dorsal (costas) e nadegueira
(nádegas):

◦ Assistir na alternância de posicionamento/posicionar o utente


em decúbito lateral;
◦ Dobre o lençol para expor toda a parte traseira do corpo do
utente;
◦ Colocar a toalha sobre a cama ao longo das costas do utente;
◦ Lavar, enxaguar e secar a parte de trás do pescoço e as
costas;
◦ Lavar, enxaguar e secar a região nadegueira e a parte
posterior das pernas;
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◦ Aplicar vitamina A, se necessário (na região nadegueira);
◦ Aplicar a fralda, se necessário, e tapar o utente;
◦ Fazer a base da cama (ver Ficha Informativa nº 1).

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22. Proceder à aplicação de creme hidratante ou óleo de
amêndoas doces e massajar o corpo do utente – não
massajar zonas de pressão já ruborizadas.

23. Assistir no posicionamento/posicionar o utente em decúbito


dorsal.

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24. Vestir o utente com roupas limpas, primeiramente vista a
camisa, mantendo o lençol sobre as pernas e seguidamente
remova o lençol e vista as roupas íntimas e as calças.

25. Terminar de fazer a cama.

26. Deixar o utente numa posição confortável e adequada.

27. Retirar as luvas e lavar as mãos.

28. Arrumar o material.


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Acidentes durante o banho

◦ Quando o auxiliar de saúde fizer a higienização do utente, deve ter


cuidado para que não aconteçam:

- Lesões na pele, devido a uma secagem inadequada;


- Desgastes cutâneos por lavagem incorreta;
- Constipações por corrente de ar ou pela própria temperatura
baixa;
- Lesões músculo-esqueléticas, por causa de imobilização
inadequada.

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Dicas importantes para o auxiliar de saúde

◦ Não permitir a desconexão de sondas durante a movimentação do


utente;
◦ Quando existir sonda nasogástrica (fixa na cana do nariz por um
adesivo) trocar o adesivo, sempre que necessário, tendo cuidado
para não extrair a sonda;
◦ Nunca molhar os curativos das feridas ou vias
venosas;
◦ Não usar álcool ou seus derivados, pois secam a pele. Caso seja
realmente necessário, aplicar hidratante logo depois;
◦ Proteger o utente das correntes de ar, conservando-o sempre
coberto e mantendo as janelas fechadas;
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◦ Secar bem entre os dedos e as pregas da pele;
◦ Usar sempre toalhas macias, evitando o atrito excessivo;
◦ Motivar o paciente a colaborar, conforme a sua capacidade e limite;
◦ Prestar atenção à pele do utente, para diagnosticar precocemente
possíveis problemas;
◦ Fazer a higienização uma vez por dia e sempre que for necessário;
◦ Proceder de maneira ágil, mas cuidadosa;
◦ Cuidar para que os materiais de higiene sejam de uso
exclusivamente pessoal;
◦ Aproveitar o momento do banho para fazer curativos e correções
na postura do utente;
◦ Seguir sempre as medidas de limpeza recomendadas pelo médico.
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Higiene – Cuidados de Higiene Parciais

 Cuidados de Higiene parciais são os cuidados a ter com cada


parte específica do corpo.

 Os cuidados de higiene parciais correspondem à higiene de parte


do corpo, frequentemente a regiões com secreção abundante, que
transpiram facilmente, ficando irritadas e levando à ocorrência de
infeções (face, axilas, região genital e pés).

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Higiene do Cabelo

o Os cuidados básicos dos cabelos incluem: observar, lavar,


escovar, pentear e cortar.

o Devemos atender a alguns aspetos importantes:


• Reunir o material necessário: luvas, bacia, caneca, toalhas ou
resguardo, produtos de higiene do Idoso, pente, escova,
tesoura, secador, etc.;
• Se possível lavar o cabelo no chuveiro;
• Observar alterações do couro cabeludo (lesões, parasitas,
etc.);
• Aplicar produtos do utente;
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• Respeitar hábitos do utente (frequência de lavagem, no caso
das senhoras a ida ao cabeleireiro, etc.);
• Massajar o couro cabeludo com as pontas dos dedos;
• Se possível manter o cabelo do utente curto, cortando se
necessário e houver consenso.

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Higiene do cabelo no leito

1. Colocar o paciente em decúbito dorsal de modo que a cabeça


fique livre. Para isto, pode-se retirar o travesseiro e colocar
alguns lençóis enrolados por baixo dos ombros.
2. Forrar a cama para que não fique molhada e colocar uma bacia
debaixo da cabeça do utente.
3. Colocar tampões de algodão nos ouvidos do utente.
4. Molhar o cabelo, aplicar o champô e enxaguar com bastante
água.
5. Enxugar o cabelo com uma toalha e, se for possível, usar um
secador.
6. Pentear e escovar o cabelo do utente. 56
Higiene Oral

 A higiene oral é parte fundamental nos cuidados de higiene, não


só mantém o doente mais confortável, como também evitará o
aparecimento infeções na cavidade oral.

 As alterações da mucosa oral, perda de dentes, próteses mal


ajustadas, gengivites, diminuição da produção de saliva, são
fatores que podem ocasionar infeções na cavidade oral.

 A higiene oral deve ser feita após cada refeição, e sempre que
for necessário. Se o utente for capaz, ele mesmo poderá fazer sua
higiene oral.

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 Nunca efetue a higiene oral com o utente deitado, pois existe o
risco deste sufocar. Eleve a cabeceira da cama ou coloque o utente
em decúbito lateral.

 Usar uma escova de dentes com filamentos de textura macia (a


escova de dentes é um objeto pessoal e intransmissível).

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 No final da higiene oral seque a boca do utente com compressas
ou com uma toalha limpa.

 Se o utente morder a escova não tente retirá-la á força, o maxilar


acabará por descontrair.

 Evitar elixires com álcool pois podem dar origem a uma possível
infeção.

 Nunca coloque os dedos dentro da boca de um utente confuso


ou sonolento pois poderá ser mordido.

 Se o utente estiver inconsciente ou desorientado, lavar a boca


com compressas enroladas em espátulas, embebendo-as em água
e elixir.
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 É muito importante oferecer água ao longo do dia para evitar a
desidratação e manter a boca sempre húmida, diminuindo assim o
aumento da concentração de bactérias que se instalam na boca.

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 Se o doente usar prótese dentária, retirar e lavar com uma
escova de dentes e com produtos adequados para a sua limpeza.

 Durante a noite colocar a prótese num copo com água ou numa


solução de limpeza.

 Não utilizar água muito quente pois pode deformar as próteses.

 Se o doente apresentar lesões na boca, colocar a prótese


apenas na hora das refeições.

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Higiene dos Olhos

 A limpeza dos olhos deve ser feita com compressas de gaze e


soro fisiológico para retirar as secreções.

 Com uma gaze embebida em soro fisiológico passar no olho, de


dentro para fora, a fim de limpar todas as secreções existentes.

 Repetir o procedimento no outro olho, utilizando uma nova


compressa de gaze.

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Higiene da Barba

 Os cuidados com a barba são importantes pois permitem uma


boa aparência do utente e uma sensação de bem estar.

 A barba deve ser cortada regularmente.


Higiene dos Pés

 Os pés devem ser lavados diariamente com água e sabão neutro.

 Após a lavagem devem ser bem secos, principalmente nos


espaços interdigitais.

 Aplicar um creme hidratante e aplicar sempre vaselina nos locais


de maior calosidade, como os calcanhares.

 A muda diária das meias também

é extremamente importante para

a higiene dos pés.

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 Observar a coloração dos pés e verificar se existem lesões
cutâneas.

 Os idosos costumam ter sérios problemas nos pés, devido a


mudanças circulatórias, deformidades ósseas, diabetes, entre
outros. Por isso, é fundamental ter atenção à forma correta de
fazer a limpeza.

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Higiene das Unhas
• O utente pode ter dificuldade em cortar as unhas quer devido à
limitação de movimento, quer devido a défices visuais, pelo que
deve ser ajudado nesta tarefa.

• Colocar previamente os pés em água morna durante 15 minutos.

• Secar cuidadosamente os pés, tendo especial atenção aos


espaços interdigitais.

• As unhas devem ser cortadas com um corta-unhas ou tesoura de


pontas rombas e devem ser cortadas retilíneas (prevenção da
unha encravada) e cuidadosamente (evitar cortar a
pele do utente.
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Higiene dos Órgãos Genitais

• A higiene dos órgãos genitais deve ser realizada diariamente, e


sempre que for necessária (após a evacuação, antes de se
colocar a sonda vesical na bexiga e cada vez que mudar a fralda
do utente incontinente).

• A lavagem e hidratação das zonas genitais são intervenções que


ajudam a prevenir alterações da integridade da pele.

• As fezes e a urina tornam a pele húmida e aceleram a


proliferação bacteriana, levando à ocorrência de infeções.

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• Na higiene dos órgãos genitais deve ser utilizado um sabão
neutro para não alterar o pH da pele.

• A região genital deve ser lavada sempre no sentido anterior para


posterior.

• Depois da higiene genital deve aplicar-se um creme protetor para


impedir a irritação da pele.

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Higiene dos Órgãos Genitais Femininos

 Colocar a utente em decúbito dorsal, com as pernas fletidas.


 Lavar as zonas suprapúbica, púbica e inguinal, da região distal
para a proximal.
 Utilizar uma compressa de gaze com água e sabão para lavar os
órgão genitais, de cima para baixo (do meato urinário para o
orifício vaginal e posteriormente para a região anal).
 Lavar os grandes lábios (distal/proximal) e utilizar uma mão para
afastar os grandes lábios e outra para lavar os pequenos lábios
(distal/proximal).

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 Enxaguar com água até retirar todo o sabão.
 Aplicar antisséptico de mucosas.
 Secar bem, dando ênfase às pregas para que a humidade não
provoque assaduras.

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Higiene dos Órgãos Genitais Masculinos

 Colocar o utente em decúbito dorsal, com as pernas fletidas.


 Lavar as zonas suprapúbica, púbica e inguinal, da região distal
para a proximal.
 Utilizar uma compressa de gaze com água e sabão para lavar os
órgão genitais, de cima para baixo (do meato urinário para a
região anal).
 Lavar a parte externa do prepúcio e puxar o prepúcio para baixo.
 Lavar o orifício urinário e a glande com movimentos circulares.
 Lavar posteriormente o corpo do pénis e o escroto.

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 Enxaguar com água até remover todo o sabão.
 Secar bem, puxando para baixo o prepúcio para que não
apareça edema na glande.

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◦ Se o utente estiver algaliado:

 Lavar o meato urinário sem puxar a algália;

 Despejar o saco sempre que este apresente cerca de 2/3 da


capacidade total (existem horas definidas para o despejo da
urina) e contabilizar (é importante contabilizar a urina para
saber se o utente está a urinar bem);

 Trocar o saco sempre que este estiver sujo ou com sedimento;

 Evitar dobras da algália e do saco de urina;

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 Manter o saco pendurado na cama e sempre na linha abaixo
do utente (de modo a que a urina desça para o saco e não
fique estagnada na bexiga do utente e no tubo);

 Vigiar a coloração da urina (quando houver alterações visíveis,


contacte um profissional de saúde);

 Nunca mudar a algália ou tentar arrancá-la (esta é mudada


pelo enfermeiro na data indicada pelo próprio);

 Ter cuidado com o tubo para não ferir ou fazer pressão na pele
do utente.

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