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HSCG

Módulo 6 – Cuidados na saúde do idoso


Serviços de Apoio para a
População Idosa

 Perante o envelhecimento progressivo da população, a


sociedade civil e o Estado tiveram que se organizar e
criar condições para acolher o número crescente de
idosos. As principais respostas para os idosos são a
nível da saúde (hospitais, hospitais de retaguarda ou
geriátricos, apoio domiciliário integrado) e a nível social
(lares, centros de dia, serviços de apoio domiciliário,
etc.), estas quase todas geridas por IPSS (Instituições
Particulares de Solidariedade Social).

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População Idosa

 Em tempos a resposta a qualquer problema a que a família não


pudesse responder, relacionado com os idosos resumia-se, ao
nível do internamento em meio hospitalar, se fosse um problema
de saúde, ou num asilo ou albergue, se fosse um problema social.
A única resposta para a solidão, isolamento e idade era a
institucionalização em asilos.

 Assim, as primeiras respostas sociais implementadas, tinham por


base a institucionalização e denominavam-se ASILOS.

Considera-se institucionalização do idoso quando este está durante todo o


dia ou parte deste, entregue aos cuidados de uma instituição que não a sua
família. Idosos institucionalizados residentes são os que vivem 24 horas por
3 dia numa instituição.
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 Nas décadas de 50/60 a sociedade foi tendo a noção que seria


necessário melhorar as condições de acolhimento nos asilos,
passando estes a ser chamados LARES PARA IDOSOS ou com
os eufemismos de o "Cantinho do Idoso", a "Casa da Avozinha" ou
"Casa de Repouso".

 Os Lares são estabelecimentos em que são desenvolvidas


atividades de apoio social a pessoas idosas através do alojamento
coletivo, de utilização temporária ou permanente, fornecimento de
alimentação, cuidados de saúde, higiene, conforto, fomentando o
convívio e a ocupação dos tempos livres dos utentes.

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 A RESIDÊNCIA é a resposta social desenvolvida em equipamento


constituído por um conjunto de apartamentos, com serviços de
utilização comum, para idosos com autonomia total ou parcial.

 Nos finais dos anos 60 surgem as primeiras valências de


CENTROS de DIA (CD), consistindo esta resposta num
equipamento aberto, entre o domicílio e o internamento,
assegurando a prestação de um conjunto de serviços que
contribuem para a manutenção dos idosos no meio sócio-familiar.

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 Os objetivos dos CD são:


a) Prestação de serviços que satisfaçam necessidades básicas;
b) Prestação de apoio psico-social;
c) Fomento das relações interpessoais ao nível dos idosos e
destes com outros grupos etários, a fim de evitar o isolamento.

 Os CD podem organizar-se como:


a) Serviço autónomo, isto é, em espaço próprio e funcionamento
independente;
b) Serviço integrado numa estrutura existente - lar, centro
comunitário ou outra estrutura polivalente.

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 Os CD asseguram entre outros os seguintes serviços:


a) Refeições;
b) Convívio/ocupação;
c) Cuidados de higiene;
d) Tratamento de roupas;
e) Férias organizadas.

 Os CENTROS DE CONVÍVIO (CC) surgem também nesta altura,


mas estão mais vocacionados para a animação e lazer de idosos
ainda com um certo grau de autonomia (atividades sócio-
recreativas e culturais), não se enquadrando no perfil das
respostas utilizadas por pessoas em situação de dependência.
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 A partir de 1976, começa a desenhar-se a política que ainda hoje


perdura e que dá importância à manutenção do idoso no seu
domicílio o maior tempo possível. Na sua residência, o idoso
encontra as representações de toda uma existência, as memórias,
os objetos, os lugares de pertença.

 Nos anos 80 emerge com grande intensidade a resposta social


SERVIÇOS DE APOIO DOMICILIÁRIO (SAD), que consiste na
prestação de cuidados individualizados e personalizados no
domicílio, a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença,
deficiência, velhice ou outro impedimento, não possam assegurar
temporariamente ou permanentemente, a satisfação das suas
necessidades básicas e/ou atividades da vida diária.
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 O SAD contínua a expandir-se e apresenta-se como a solução


ideal para muitos problemas dos idosos, porque para além da
qualidade do serviço e de permitir ao idoso ficar mais tempo na
sua própria casa, existe o fator económico, dado que a
institucionalização é a forma mais cara de prestar cuidados de
longa duração a pessoas idosas e a pessoas com deficiência. Os
custos da institucionalização podem chegar a ser sete vezes
superiores aos dos cuidados no domicílio.

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 O SAD deve proporcionar os seguintes serviços:


a) Prestação de cuidados de higiene e conforto;
b) Arrumação e pequenas limpezas no domicílio;
c) Confeção, transporte e/ou distribuição de refeições;
d) Tratamento de roupas.

 O SAD pode ainda assegurar outros serviços, nomeadamente:


- Acompanhamento ao exterior;
- Aquisição de géneros alimentícios e outros artigos;
- Acompanhamento, recreação e convívio;
- Pequenas reparações no domicílio;
- Contactos com o exterior.
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 Na década de 90 surgiu mais uma resposta social, o


ACOLHIMENTO FAMILIAR DE IDOSOS (AFI), que consiste na
integração, temporária ou permanente, em famílias consideradas
idóneas ou tecnicamente enquadradas, de pessoas idosas.

 Esta resposta ainda não tem uma grande expressão em Portugal


devido à dificuldade em angariar famílias.

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 Nos finais dos anos 90, o SAD é alargado para o domínio da


saúde em conjunto com os centros de saúde, o que origina o
APOIO DOMICILIÁRIO INTEGRADO (ADI), que une a resposta
social com a resposta de saúde.

 Também nesta altura são criadas as UNIDADES DE APOIO


INTEGRADO (UAI), os CENTROS DE ACOLHIMENTO
TEMPORÁRIO DE EMERGÊNCIA PARA IDOSOS (CATEI) e os
CENTROS DE NOITE (CN).

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 Tendo por base o mesmo público alvo, foi instituída a resposta


social UAI, dirigida às pessoas em situação de dependência que
não possam ser apoiadas no seu domicílio mas que não
careçam de cuidados clínicos em internamento hospitalar.

 No que concerne à população com deficiência e/ou


incapacidade, existem também em funcionamento respostas
sociais que acolhem também pessoas em situação de
dependência, como é o caso do Lar Residencial, do Lar de
Apoio, do Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) ou do
Transporte de Pessoas com Deficiência.

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 O Lar Residencial e o Lar de Apoio, são respostas sociais


desenvolvidas em equipamento e têm por objetivo o alojamento
de pessoas com deficiência impedidas temporária ou
definitivamente de residir no meio familiar.

 Os utentes que frequentam o CAO e/ou os que são apoiados pelo


SAD ou pelo Transporte de Pessoas com Deficiência, residem
normalmente nas suas habitações.

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 Os CATEI é a resposta social desenvolvida em equipamento, de


preferência a partir de uma estrutura já existente, que consiste no
acolhimento temporário a idosos em situação de emergência
social, perspetivando-se, mediante a especificidade de cada
situação, o encaminhamento do idoso ou para a família ou para
outra resposta social de caráter permanente.

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 O CN é a resposta social desenvolvida em equipamento, de


preferência a partir de uma estrutura já existente, dirigida a
idosos com autonomia que desenvolvem as suas atividades da
vida diária no domicílio mas que durante a noite, por motivos de
isolamento necessitam de algum suporte de acompanhamento.

 O CN pode constituir para as pessoas idosas uma alternativa


válida à institucionalização, por proporcionar um espaço de apoio
durante a noite, designadamente quando, por razões de
isolamento ou solidão, esta é percebida como um período
perturbador do seu bem-estar pondo em risco a aspiração e
efetiva vontade de se manterem no seu domicílio.
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 O CN é, portanto, uma estrutura cuja lógica de intervenção tem


por base o apoio eventual e temporário, que não deve ser
confundida com o lar para idosos, já que pretende dar resposta a
situações de:
- Isolamento geográfico ou social por, respetivamente, residirem
longe da comunidade local e pela ausência de redes de suporte
informal que possam dar apoio;
- Solidão, sentimento que pode advir de situações de isolamento;
- Insegurança, traduzida, nomeadamente pela incapacidade em
lidar com situações perturbadoras como é por exemplo, a morte
ou afastamento da pessoa com quem se residia.

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 O CN, equipamento a criar preferencialmente a partir de uma


estrutura já existente, pode beneficiar de meios e recursos, bem
como de espaços e/ou infra-estruturas já disponíveis.

 Seguindo uma lógica de proximidade, os CN poderão ser


implantados em contextos rurais ou urbanos, onde se
identifiquem claramente situações de risco e fragilidade que
importa minorar ou eliminar, privilegiando no seu
desenvolvimento o papel das redes de vizinhança e do
voluntariado organizado.

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Relacionamento interpessoal e
profissional – algumas dicas

 Respeito humano: trate o outro como gostaria de ser


tratado
 Interesse e disponibilidade pelas pessoas: todos
queremos que se interessem por nós e pelos nossos
problemas
 Evitar orgulho ou presunção: há sempre coisas novas
que podemos aprender
 A importância da 1ª impressão: se o primeiro contacto
for empático, essa será a imagem que os outros
22 associarão a si
Relacionamento interpessoal e
profissional – algumas dicas

 Perguntar: para descobrir problemas, desejos e


necessidades; usar questões abertas
 Exclusividade: os idosos possuem necessidades
distintas, pelo que deve adaptar a sua atitude
 Inovar: mudar hábitos no sentido de melhorar a
prestação de cuidados
 Educar: transmitir valores e incutir hábitos saudáveis
 Sentido positivo: elogiar, falar na forma afirmativa

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Relacionamento interpessoal e
profissional – algumas dicas

 Segurança/Confiança: demonstrar calma, mesmo e


principalmente em situações de tensão
 Silêncio: respeitar o silêncio
 Refletir para melhorar: ter a humildade de assumir
erros e dificuldades, procurando aprender e melhorar
SEMPRE.

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