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Grupo: Carolina Rocha, Érica Giacomin Rosa e Paula Nicole Forquins Arnold

Disciplina: Cenários do Brasil Contemporâneo 4V (2022-02)

RELATÓRIO FINAL

Somos acadêmicas da área da saúde (Fisioterapia e Quiropraxia) e nosso


trabalho está relacionado a questões da sociedade e principalmente dos direitos
humanos, com ênfase nos idosos sendo que são nosso público alvo. Nosso objetivo
é mostrar como vivem pessoas idosas que não possuem um lugar adequado para
morar e são colocadas em asilos, que muitas vezes se inserem num nível precário;
relatar problemas aplicados a qualidade de vida dos mesmos, como a falta da
prática de exercícios e a importância de um acompanhamento físico em todas as
idades para a prevenção de riscos de quedas, machucados e possíveis fraturas,
além do acompanhamento médico para aqueles já diagnosticados.

Visitamos o asilo Associação Beneficente Nossa Senhora da Boa Saúde que


fica localizado em Triunfo no Rio Grande do Sul. Foi fundado em 27 de maio de
1996 e até pouco tempo era o único lar para idosos na cidade. Fica no centro da
cidade em uma casa de estilo açoriana. É o único asilo municipal, sem fins
lucrativos, do qual depende quase que exclusivamente dos recursos repassados
pela prefeitura e de algumas doações e campanhas feitas pela comunidade.
Enquanto visitávamos, observamos que é um asilo humilde, sem grandes estruturas
de acomodações, no entanto, é equipado com rampas de acesso, nas paredes
podemos observar corrimãos para a ajuda da locomoção, assim como faixas
antiderrapantes no chão (que estão gastas), suporte de ajuda no vaso sanitário e
proteção para a cama para que não caiam.

Hoje o asilo abriga 25 idosos de idades que variam dos 65 até 90 anos.
Todos possuem algum familiar ou responsável, no entanto, não são todos que
procuram para visitas. Um dos nossos questionamentos era de quantos desses
idosos são acamados, fazem uso de cadeiras de rodas ou que precisam de andador
ou bengala para locomoção. Para uma grata surpresa, apenas cinco deles
necessitam do uso de cadeira de rodas, pelo fato de serem diagnosticados com
doenças neurológicas, das quais Parkinson, Alzheimer e paralisia.

Para que fosse de mais fácil acesso as respostas de nossas dúvidas,


elaboramos um questionário (em anexo), com perguntas objetivas para que
pudéssemos conhecer melhor o local, a situação e seus residentes. Conversamos
com a técnica em enfermagem Ketrin, que nos explicou sobre o asilo e seu
funcionamento. Segue questionário, com respostas da técnica marcadas em
vermelho.
Questionário feito na entrevista com a técnica de enfermagem.

1. Quantos idosos moram no asilo? 25

2. Quantos idosos não conseguem sair da cama? Nenhum, todos andam

3. Quantos idosos usam andador? Nenhum

4. Quantos idosos usam cadeira de rodas? 5

5. Há algum idoso com Parkinson? Sim, 1

6. Há algum idoso com Alzheimer? Sim, 5

7. Há algum idoso com paralisia? Sim, 1

8. Há algum idoso que usa fraldas? Sim

9. Precisam de ajuda para banheiro ou banho? Sim

10. Possuem algum tipo de reclamação de dores? Sim

11. Quais reclamações? Atrofia de mãos, pés ou ambos; dores na coluna e nas pernas.

12. Possuem visita de fisioterapeuta? Sim

13. Quantas vezes na semana? 1x

14. Possuem visita de quiropraxia? Não

15. Possuem visita de algum profissional de educação física para atividades corporais? Não

16. Possuem nutricionista? Sim (do próprio asilo)

17. O asilo possui corrimão em todo o seu espaço? Sim

18. O asilo possui acessibilidade? sim

Ao conversarmos sobre o acompanhamento dos idosos com fisioterapeutas,


a técnica nos relatou que apesar de ocorrerem semanalmente, foram reduzidas uma
vez que, há alguns anos, eram de três a quatro vezes por semana. Dentro de todo
cenário, esta situação foi o que mais nos despertou a atenção como um problema,
levando em conta que foi uma redução bastante expressiva para quem precisa de
estímulos físicos continuamente, já que “durante o processo de envelhecimento
fisiológico, modificações como perda de massa e redução da resistência e da
função muscular [...] podem comprometer significativamente a mobilidade física da
pessoa idosa, predispondo a quedas, dores e incapacidade funcional (Clares,
Freitas e Borges, 2014). Além disso, os idosos não possuem nenhum tipo de
acompanhamento além do fisioterápico, como por exemplo, de um profissional de
educação física, para que possa fazer algumas atividades de recreação na qual
estimule-os a se movimentar mais e isso é de extrema importância já que a prática
de atividades físicas na 3ª idade, segundo a OMS é que seja realizada no tempo
ideal de 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividades intensas
por semana; ou seja, muito distante da realidade dos residentes do lar em questão.

Além disso, como já foi relatado, a maioria desses idosos apesar de terem
responsáveis, raramente recebem visitas, seja da família ou de pessoas em geral,
sem festejar aniversários, etc. o que torna a vida deles mais solitária, e infelizmente
a maior parte dos idosos lá encontrados, estão apenas a espera da morte.

Ao refletirmos sobre o roteiro 6 de Direitos Humanos e Movimentos Sociais,


tendo em vista os problemas encontrados em nossa abordagem e pesquisarmos
sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, percebemos que alguns
artigos não estão sendo colocados 100% em prática como deveriam nessa situação.
Seguem alguns exemplos.

- ARTIGO 25: Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz
de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive
alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego,
doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios
de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
- ARTIGO 24: Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive
a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas
periódicas.

Ao discutirmos sobre, pensamos em algumas possibilidades de propostas de


intervenções para as questões abordadas, sendo elas:

1- Acompanhamento com profissionais da saúde com frequência precária.

a) Retornasse o nº de atendimentos com fisioterapeutas que tinham


anteriormente;
b) Iniciassem com atendimentos com quiropraxistas, ao menos para aqueles
que queixam-se de dores, com atendimentos domiciliares a cada 15 dias;
c) Participação de profissionais de educação física para momentos de
atividades mais dinâmicas e recreativas entre o grupo, para que assim
movimentam-se o corpo e a mente, ao menos 1x na semana;
d) Apresentação de terapias alternativas: Hidroterapia e Tai Chi (aula prática).

Nestes casos, a prefeitura poderia realizar acordos com profissionais da área, sejam
eles concursados do município ou de origem terceirizada.

2- Idosos com poucas visitas e estrutura precária para atividades de entretenimento.

a) Visitas e apresentações de grupos culturais, como teatro, dança, etc.


b) Acrescentar projetos escolares para que realizassem visitas ao lar e eventos
beneficentes que divulgassem o nome do local, para aqueles que não
conhecem terem a consciência de possíveis visitas, doações, etc.

Neste caso, a prefeitura poderia contatar grupos conhecidos na cidade,


sejam eles beneficentes, como grupos fechados.

Infelizmente temos a noção de que muitas dessas possibilidades citadas


acima são de difícil acesso principalmente pela falta de verba, mas num cenário
ideal, as possibilidades existem.

Seguem em anexo imagens do local:


Referências bibliográficas:

CLARES, Jorge; FREITAS, Maria; BORGES, Cíntia. Fatores sociais e clínicos que
causam limitação da mobilidade de idosos. Disponível
em:<https://www.scielo.br/j/ape/a/jDPS3nHgmd68LQ4jSdH58cs/?lang=pt>. Acesso
em 15 Novembro, 2022.

BANHOLZER, Marília. Lugar de idoso é na academia! Prática de exercícios


promove envelhecimento saudável. Disponível
em:<https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/vida-fit/2022/10/15102186-lugar-de-idoso-e-n
a-academia-pratica-de-exercicios-promove-envelhecimento-saudavel.html#:~:text=O
%20ideal%2C%20segundo%20a%20organiza%C3%A7%C3%A3o,equil%C3%ADbri
o%20e%20da%20resist%C3%AAncia%20muscular.> Acesso em 15 Novembro,
2022.

Declaração universal dos direitos humanos. Disponível


em:<https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos>.
Acesso em 15 Novembro, 2022.

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