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RESUMO EXPANDIDO

Pessoas idosas continuam sendo seres humanos, repletos de direitos, não devem ser
descartadas ou anuladas só pelo seu processo de envelhecimento. Podem ser ativos
desde que suas habilidades físicas e cognitivas o permitam ser. Conforme a idade, e os
problemas que ela acarreta, o melhor para o indivíduo idoso é repousar em um lugar que
seja adequado para ele, não o retirando da sociedade, mas o adaptando em um local
próprio para que tenha mais amparo e segurança. No Brasil existem instituições
especializadas para que este repouso seja o ideal. É um dever social a criação de redes
de apoio para pessoas idosas, considerando suas vulnerabilidades. Atingindo em sua
maioria as comunidades mais fragilizadas e suprindo suas carências. As Instituições de
Longa Permanência em sua teoria foram criadas para abrigar e ou dar moradia para
pessoas em idade avançada, que tenham suporte familiar ou não, e lhes proporcionar
bem-estar, liberdade e condições dignas ao ser humano. Em proposta a isto,
considerando a Psicologia Social e o déficit nas ILPIs, a atividade de intervenção
oriunda do Estágio Básico em Psicologia I foi realizada em uma Instituição de Longa
Permanência denominada Lar Santo Antônio localizada no município de Ivaiporã-PR. O
estágio teve como foco a observação de como funciona uma instituição social, como o
profissional psicólogo atuaria nessa instituição para a sua melhora, seus déficits e a
realização de intervenções para que os estagiários pudessem experimentar na prática a
área da Psicologia Social. As visitas ao Lar Santo Antônio de Ivaiporã foram marcadas
para se realizarem todas as quartas-feiras até o cumprimento da carga horária dos
estagiários, cada estágio continha 2 horas no total do dia. Começaram no dia 05 de abril,
inicialmente com uma entrevista com a supervisora dos estagiários no local, sendo ela a
enfermeira da instituição. Nas primeiras visitas teve-se o intuito de conhecer o local,
fazer-se entrevistas com os funcionários e com os idosos, e criar vínculos com eles para
que as intervenções fossem mais colaborativas. No total foram 4 dias de observação
antes das intervenções. Durante as observações pôde-se identificar demandas como a
estrutura do local e o déficit em sua organização estrutural, a falta de profissionais e
técnicos especializados, por exemplo: nutricionista, psicólogo, recriador e
fisioterapeuta, a escassez no número de cuidadores diários para o número de idosos na
instituição, isso acarretando o principal problema da instituição em relação aos idosos, o
tempo que passam ociosos, não havendo assim nenhuma atividade recreativa para que
de certo modo os idosos permaneçam ativos, física e cognitivamente. É possível
observar como há uma grande demanda em relação à saúde mental, que possuem sua
autoestima fragilizada devido a questões de abandono ou consequências de doenças
mentais. Este estágio, com as intervenções, visa resgatar parte da história, e a
autoimagem perdida ao longo do envelhecimento destes indivíduos. O começo das
atividades de intervenção teve início no dia 03 de maio, e se finalizou no dia 14 de
junho. No total houveram 7 intervenções sendo elas: Atividade de autoestima, Atividade
de valorização da história, Atividade de reconhecimento da identidade, Atividade da
valorização do indivíduo e amor próprio, Atividade correlacionando filme, memória e
histórias de vida, e por fim a Atividade para fortalecer vínculos e despedida dos
estagiários. Pretendemos com as intervenções, criar vínculos e laços entre os idosos,
para que houvesse uma melhora no quesito de socialização e convivência entre eles, já
que existem alguns conflitos diários. Tivemos como objetivo também reviver suas
histórias de vida, trazendo de volta suas identidades perdidas com o tempo. Almejamos
reconstruir sua autoimagem e restaurar sua autoestima com atividades recreativas. O
maior trabalho feito foi a escuta desses indivíduos, pois é o que mais precisam, e que
devido ao número escasso de cuidadores não conseguem acompanhar. Trouxemos para
os funcionários e para a instituição a devolutiva de algumas demandas que averiguamos
durante a escuta. Durante a elaboração tanto do relatório quanto das intervenções
estiveram acompanhadas dos estudos de artigos acadêmicos e literatura como exemplo
o artigo “A importância de um evento recreativo para idosos institucionalizados”
por Rhayda Fontes e Iula Lucca, os livros “Desenvolvimento Humano” por Diane E.
Papalia e Gabriela Martorell, e “Viva bem a velhice: aprendendo a programar a sua
vida” por M. E. Vaughan e B. F. Skinner, além de documentos e artigos governamentais
disponíveis tanto no site do Ministério da Saúde quanto no do Planalto. Utilizando de
nossas bases ao produzir as intervenções foi possível observar que: gostaram de ser
escutados; gostavam de receber atenção e de atividades envolvendo afeto emocional
através de elogios e de reconhecimento como em forma material, como exemplo na
atividade do coração de remendos, na atividade das fotos, na atividade dos balões e nas
demais onde foram presenteados com algo de valor simbólico. Foi possível também ao
decorrer da experiência no estágio de que com o fortalecimento do vínculo entre os
idosos e os estagiários estes se abriram a compartilhar de sentimentos relacionados a sua
autoimagem e sua história. Concluindo assim que devemos ser mais respeitosos e que
devemos aprender a conviver com pessoas idosas, elas não devem ser tratadas como
crianças e nem como jovens adultos, devem ser tratados de acordo com a idade,
compreendidos e ouvidos como todo ser humano gostaria de ser. Podemos finalizar este
estágio concluindo que todos os idosos que participaram destas intervenções precisavam
delas, e que elas permanecessem em suas rotinas. Vimos uma melhora gradual ao longo
das semanas que visitamos o Lar Santo Antônio e pudemos compreendem a teoria na
prática, que segundo ela os idosos precisam de atividade recreativas para se manterem
ativos e assim melhorando sua qualidade de vida, precisam de estímulos que os ajudem
a melhorar a questão da autoestima e identidade que vão se perdendo ao longo dos anos.

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