técnicas e actividades
Autor(a):
ÍNDICE
DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................................. 3
a. Higiene ................................................................................................................................................ 10
b. Culinária ............................................................................................................................................... 16
c. Costura................................................................................................................................................. 18
d. Jardinagem ........................................................................................................................................... 19
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................ 32
2
DESENVOLVIMENTO
1. Rotinas Diárias
Este tipo de animação deve tornar todos os idosos mais activos e interventivos, tornando-os
mais úteis e solicitando a sua participação. É importante não infantilizar o idoso, nem sobrevalorizar
algumas situações.
3
mais activa e mais criadora, contribuindo para a melhoria das relações e comunicação com os
outros. Para uma melhor participação na comunidade e desenvolvendo a personalidade do individuo
e a sua autonomia.
É o incremento deste tempo demasiado livre que, no contexto da Animação, deve servir para
uma valorização pessoal, tendo como desiderato central a auto-estima e a participação
comprometida com um bem-estar individual e colectivo.
O animador de idosos
4
Competências do animador de idosos:
1. Entusiasmo: motivar idosos;
2. Empatia: compreender os idosos, colocar-se no lugar deles;
3. Atitude construtiva: ser positivo, demonstrar seriedade, comentários positivos;
4. Ter espírito de adaptação;
5. Organizar o espaço;
6. Possuir uma grande variedade de actividades/jogos;
7. Planificar e preparar os jogos /actividades com antecedência;
8. Apresentar os jogos/actividades com clareza;
9. Observar e acompanhar os idosos durante os jogos/actividades.
Nas pessoas idosas a motivação está muitas vezes ausente, assim compete ao animador
encontrar estratégias para convencer os idosos a participarem em actividades que se adaptem à sua
já débil saúde.
➢ Escutar
Escuta com toda a atenção e sem julgar. Escuta tanto com o coração como com os ouvidos.
Escutar os outros com todo o teu ser é uma forma poderosa de lhes mostrar que são apreciados e
amados.
➢ Empatia
Capacidade de nos colocarmos no lugar dos outros no sentido de compreendermos melhor as
suas emoções e vivências, passadas e actuais.
➢ Respeito
5
Deve ser manifestado por palavras e por gestos, atitudes e pela forma com interagimos com
as pessoas. Respeitar a sua intimidade, assegurando a confidencialidade do que viu e ouviu. Tratar o
idoso utilizando: Sr. ou Dona
➢ Ser autêntico
Ser coerente, espontâneo, partilhando experiências de vida com ele.
➢ Humor/ alegria
Tem grande valor curativo e pode diminuir a ansiedade, a tensão e a agressividade. Ajuda a
apagar a tristeza, facilitando a empatia e os laços entre as pessoas.
➢ Paciente e compreensivo
A vontade em participar nas actividades difere de pessoa para pessoa, assim como a
mobilidade e o animador deve ter a capacidade de perceber e compreender as diferentes motivações
e vontades. Apoiando e ajudando de forma a facilitar a participação.
➢ Humildade
O relacionamento do animador com o idoso não deve ser nunca de superioridade, mas sim
de entendimento mútuo. Acompanhando-o com simplicidade e humildade a ultrapassar algum
obstáculo que surja durante as actividades.
6
O ANIMADOR E A INSTITUIÇÃO
➢ Dificuldades possíveis
O que pode um animador fazer se o grupo de idosos está ali contrariado? Se a rotina é rígida
ao ponto de não tolerar alterações? Se os funcionários consideram a animação uma perda de tempo
ou estorvo?
Há uma série de dificuldades que um animador se depara, dificuldades essas ligadas à
Instituição em si, aos funcionários, ao grupo de idosos e ao próprio animador.
7
➢ Dificuldades relacionadas com os idosos
• Cada vez mais velhos. O seu tempo de permanência é mais curto.
• Cada vez mais incapacitados. Isto condiciona muito as actividades, que têm de ser adaptadas
às dificuldades sentidas pelo idoso.
• Cada vez mais cansados. Como têm uma vida sedentária, cansam-se com facilidade e por
vezes usam o cansaço como desculpa para não participarem nas actividades.
• Resistentes à mudança, por comodismo ou por mentalidade.
• Resistentes à participação em grandes grupos, por falta de confiança nas suas capacidades.
Têm medo e vergonha de falhar.
• Isolados e introspectivos. Têm uma atitude negativa, excluindo-se do grupo e perdendo
vontade de viver.
• Comportamentos tipo. A agressividade, a introspecção e a “casmurrice”, são
comportamentos frequentes nestes idosos, devido à solidão, inacção e monotonia que
sentem.
• Falta de à vontade no grupo. A disparidade de idades, interesses e percursos de vida dificulta
a união e a receptividade no grupo.
8
Daí que, no trabalho com idosos temos de ter em conta várias condicionantes,
nomeadamente:
• Sentimentos e reacções diversas às propostas, desde entusiasmo, indiferença e desprezo.
• Um grupo de idosos muito heterogéneo nos gostos, capacidades, saberes e receptividade às
actividades.
• O trabalho com idosos institucionalizados é muito diferente do de idosos que vivem em
casa.
• O idoso e a idosa têm gostos e expectativas diferentes.
• O idoso, quando não se sente bem na sua identidade, é muito ligado aos seus bens, ao seu
espaço e lugar.
9
o Visitas culturais;
o Gastronomia;
o Jogos
• Animação educativa
o Actividades de ciência
o Expressões artísticas
• Animação estimulativa
o Estimulação física
o Estimulação cognitiva
• Dinâmicas de grupo
a. Higiene
A higiene exige coordenação, equilíbrio, movimentação fina das mãos, visão e força
muscular. No que diz respeito ao vestir e despir, é importante perceber que o idoso possa ter
10
perdido um pouco da sua independência, no entanto, sempre que possível, a escolha da roupa e a
tarefa de vestir e despir deve ser feita pelo mesmo.
1. Roupas simples, confeccionadas com tecidos próprios ao clima e no comprimento certo para
evitar o risco de quedas.
2. Nunca esquecer de tirar ou colocar agasalhos, conforme a variação da temperatura. O idoso pode
ter perdido a percepção térmica.
3. O cuidador deve, ao falar com o utente, colocar-se no seu campo visual, ou seja, em frente a ele,
orientando-o calmamente e gesticulando, se necessário.
4. Deve-se estimular o acto de vestir-se sozinho, dando instruções com palavras fáceis de serem
entendidas.
5. Dar a oportunidade de optar pelo tipo de vestuário e as cores que mais o agrada. Apenas
supervisione, pois pode ser que haja necessidade de auxiliá-lo na combinação das cores.
6. Tenha calma e paciência, não o apresse enquanto ele executa sua rotina de vestir-se ou despir-se.
Proporcione-lhe tempo suficiente par executar a tarefa. Lembre-se que mesmo gastando um tempo
maior para realizar a atividade, a manutenção da independência é fundamental.
7. Para que ele mesmo possa procurar as suas roupas nos armários, organize-as por categorias e cole
fotos de peças e ou objetos pessoais na parte externa da gaveta ou guarda-roupas. Isto o ajudará a
encontrar rapidamente o que procura.
8. Roupas como blusas e camisas deverão ser preferencialmente abertos na parte da frente, para
facilitar o vestir e despir
9. Evite roupas com botões, fechos e presilhas, elas dificultam o trabalho do idoso para abri-los ou
fechá-los. Se possível, colocar fechos de velcro nas roupas e sapatos.
11. Para utentes limitados a cadeiras de rodas ou poltronas, o critério para a escolha do vestuário é
ainda mais rigoroso. Deve-se optar por roupas confortáveis, largas, especialmente nos quadris.
11
12. O uso de objetos pessoais (acessórios) pode ser mantido, porém, em casos de demência ou
confusão mental, as jóias deverão ser substituídas por bijuterias.
13. Sempre que possível, deve-se providenciar um roupão, para que o utente possa despir-se no
quarto e, protegido, ser conduzido ao banho.
17- As roupas devem ser organizadas e apresentadas ao idoso na ordem em que ele irá vesti-las. Por
exemplo: 1- cueca, 2- meia, 3- blusa, 4- calça, 5- cinto, 6- sapato, 7- agasalho.
18- Encorajar os idosos a vestirem-se ao invés de passar o dia todo com pijama ou roupa de dormir.
19- Manter sempre respeito pela intimidade dos idosos durante o vestir e o despir, mantendo-os em
local adequado com privacidade e livre de correntes de ar.
20- Para utentes com demência e deficit cognitivos é importante que se estabeleça uma rotina
relacionada com o vestir.
12
Alguns aspectos a ter em conta para o cuidador no que se refere à higiene pessoal
13
➢ Alterações da visão
➢ Diminuição da força muscular
➢ Deficit cognitivo
AMBIENTE ADEQUADO
➢ Mantenha o piso seco e dentro e fora do polibã utilize tapetes antiderrapantes para evitar
quedas.
➢ A colocação de barras de segurança na
parede é uma boa ajuda, pois permitem
que o utente se apoie nelas durante o
banho, fazendo-o sentir-se mais seguro.
➢ Se for difícil para ele manter-se em pé por
muito tempo, talvez uma cadeira de banho
vá auxiliá-lo e permitir maior conforto e
independência.
➢ O polibã deve ser protegido com uma
cortina de plástico sem arrastar no chão, bem fixada e transparente na parte superior.
➢ O porta toalhas deve ficar ao lado do polibã
14
DICAS PARA O CUIDADOR
2. O cuidador deve, na medida do possível, deixar que o idoso realize a tarefa de banhar-se. A
melhor maneira do cuidador agir, é na condição de incentivador, auxiliar e protetor.
3. Quando preparar o banho, todas as acções devem ser explicadas em voz alta, falando clara e
pausadamente, uma a uma.
15
5. Ao iniciar o banho, dependendo do grau de autonomia do idoso, deve-se pedir que vá se
despindo.
7. Após o banho, o cuidador deve oferecer a toalha, e pedir ao idoso que se seque, supervisionando
principalmente entre os dedos dos pés e nas dobras do corpo. Depois, oferecer roupas limpas e
incentivá-lo a vesti-las
8. O banho também é um óptimo momento para realizar uma revisão sistemática da pele, unhas e
cabelos, observando assim alguma lesão escondida, fissurana pele ou nos pés, hematomas ou algum
outro trauma que não se via antes, úlceraas de pressão, micoses...
9. As unhas devem ser cortadas semanalmente, de forma quadrada, evitando que encravem nos
cantos
10. O cuidado com a cavidade oral (boca) é importante. A limpeza de próteses (dentaduras) e dentes
naturais, bem como as gengivas, devem ser rigorosamente observados, principalmente após as
refeições.
11. Os cabelos devem ser lavados regularmente e o corte do cabelo e da barba devem ser feitos
periodicamente.
14- Sempre respeitar a intimidade do idoso, mantendo-o num local adequado e vestido enquanto se
prepara o banho.
15- Após o banho, incentivar o uso de um creme hidratante por todo o corpo para evitar que a pele
seque
19- Sempre que possível os idosos devem ter seus hábitos de higiene respeitados como: horário do
banho, marca de sabonete, shampoo, etc.
b. Culinária
16
➢ Dentição em mau estado de conservação
➢ Fraqueza da musculatura da boca ou das mãos
➢ Tremor das mãos
➢ Perda da coordenação motora
➢ Deficits cognitivos
➢ Distúrbios de comportamento
ATENÇÃO: O idoso pode não se lembrar se já comeu ou não e ainda pode não se comportar da
maneira adequada à mesa. Por esse motivo, muitos familiares e cuidadores acabam dando o
alimento ao idoso em horários ou em locais diferentes da restante da família, impedindo que ocorra
esse contacto com a família na hora das refeições. O ideal é que o idoso se alimente como o de
costume juntamente com seus familiares.
1- Lembre-se que sempre que possível o idoso deve ser responsável pela escolha do alimento e do
horário das refeições de acordo com seus hábitos e rotinas.
4- Sempre que possível levar o idoso à mesa para que ele se alimente com toda a família.
5- Cuidado ao servir a comida ao idoso. Certifique-se que a temperatura está adequada (nem muito
quente, nem muito fria) e que a quantidade será suficiente.
6- Se o idoso estiver com tremores ou deficits motores que dificultem a realização da atividade,
adaptações podem ser providenciadas como por exemplo engrossador do cabo do talher, ventosas
no prato e copo adaptado.
7- Em caso de confusão ou deficit cognitivo, uma boa opção é dividir a atividade em etapas e
orientar de forma simples, clara e pausadamente uma a uma. “pegue a colher” “coloque a comida”
“leve à boca” “mastigue” “engula”
17
8- Em alguns casos, o idoso pode recusar a comida. É importante que se preocupe com a aparência
da comida, procurando colocar alimentos com cores bem alegres e dispostos harmoniosamente no
prato.
9- Nunca alimente um idoso na posição deitada! Mesmo que não seja possível leva-lo à mesa,
colocá-lo na posição sentada e com a cabeça erecta na hora da alimentação.
10- Dê ao idoso o tempo que ele necessitar para se alimentar. Não o apresse e lembre-se que a
alimentação deve ser um momento agradável e tranquilo.
12- Se o idoso se recusar a comer, não force, tente convencê-lo da importância da alimentação e que
a comida está apetitosa, mas nunca coloque a comida na boca do utente de uma forma brusca.
Na vida dos idosos a gastronomia assume um papel fundamental, quer como consumidores,
quer como executantes. É também na culinária que os idosos se podem sentir mais úteis, devido aos
seus conhecimentos e experiências.
c. Costura
18
Estas actividades laborais são caracterizadas por um produto final que pode vir a ser
concreto ou não. A finalidade é promover a tolerância, o trabalho, auto-estima, valorização do
individuo, resgate do autoconceito, reforço de habilidades e descoberta de potencial da idade.
A costura e os bordados permitem realizar actividades sem grande esforço físico, sendo
gratificante no sentido de fazê-los perceber o quanto são capazes, resgatando o seu auto-estima. A
costura permite ainda manter uma relação intergerações, uma vez que os idosos podem transmitir os
seus conhecimentos aos mais jovens.
d. Jardinagem
A jardinagem pode ser um modo prático para que idosos exercitem e aumentem
a satisfação com a vida. É o que aponta um estudo americano feito com quase 300 participantes
com mais de 50 anos de idade.
Estudos demonstram que os idosos que tinham na jardinagem uma atividade regular tinham,
além do maior nível de satisfação com a vida, maiores níveis de energia e saúde em geral.
Eles também tinham uma alimentação melhor e mais saudável, o que poderia estar ligado ao facto
de cultivarem plantas comestíveis como vegetais, verduras e frutas.
Sabe-se, em estudos realizados, que os idosos que tinham atividades ligadas à jardinagem
diziam ter “planos para daqui um ano” (contra 64% daqueles que não tinham atividades envolvendo
ambientes naturais). Pouco menos que 20% também afirmavam “se sentir com menos energia do
que antes”, contra 32% do grupo sem atividades de jardinagem. E mais de 75% desses idosos
afirmavam que sentiam que sua saúde estava entre “muito boa” e “excelente”.
19
O animador deve construir actividades de animação para a terceira idade consoante o local
onde se encontra, para que possa aproveitar ao máximo o artesanato e as actividades e tradições de
cada região. De seguida são assim abordados os principais programas de animação sociocultural
que devem posteriormente ser adaptados a cada região.
Animação Lúdica
A animação lúdica é um tipo de animação que tem como objectivo divertir as pessoas e os
grupos, ocupar o tempo, promover convívio e divulgar os conhecimentos, artes e saberes. Este tipo
de animação está especialmente dirigido para o lazer, o entretenimento e a brincadeira.
É importante que estas áreas sejam desenvolvidas com os idosos pois para além de trabalhar
a sua parte física trabalha também a parte social, de convivência e a parte cognitiva e psicológica.
Desporto e Recreio
Esta animação engloba actividades físicas que podem ser praticadas em equipa ou
individualmente, com ou sem fins competitivos. Os desportos mais aconselháveis para os idosos são
o atletismo, os jogos tradicionais, a natação, o ténis, a pesca, o golfe e a marcha.
20
As actividades recreativas são realizadas em e para o grupo e têm por objectivo o recreio, o
convívio, a solidificação das relações sociais e o desenvolvimento comunitário. Como actividades
recreativas tem-se os bailes (carnaval, final de ano, etc.), os torneios de jogos de cartas, os desfiles
de moda, as marchas populares, as festas de aniversário e dos santos populares, as procissões, os
jornais de parede, os piqueniques, a decoração de casas ou ruas com flores e outros adereços de
papel, concursos de poesia, prosa ou fotografia, etc.
Turismo sénior
A Animação turística para a terceira idade requer processos de vivência, convivência e,
sobretudo, uma acção comprometida com o seu desenvolvimento pessoal.
A Animação turística para a 3.ª idade deve ser entendida como um conjunto de actividades,
que transformam o ver no envolver, o viver no conviver, desafiando o turista numa estratégia de
desenvolvimento pessoal e humano numa determinada fase do seu percurso de vida.
A integração activa social, através da Animação turística, procura não limitar a pessoa a
observar apenas o meio mas a interagir com ele. Na Animação turística não há turistas forasteiros e
residentes anfitriões, existem pessoas com necessidade de interagir, de se relacionarem e de
promoverem acções sociais, culturais e educativas dinâmicas, geradoras de laços fortes que
confiram sentido às relações humanas.
A animação turística sénior deve ser entendida com um conjunto de actividades, que
transformam o ver em envolver, o viver em conviver, desafinando o turista numa estratégia de
desenvolvimento pessoal e humano numa determinada fase do seu percurso de vida.
Quando se planeia uma viagem com idosos deve-se ter em atenção se o local para onde se
vai e onde vão ficar instalados está preparado para acolher pessoas com dificuldades de locomoção.
Visitas culturais
As visitas culturais são idênticas ao turismo sénior, a grande diferença é a duração, enquanto
o turismo sénior remete para vários dias as visitas têm, por norma, a duração de um ou dois dias.
21
• Teatro e cinema;
• Feiras;
• Parques Naturais.
O “Turismo Sénior” insere-se, desde logo, nos grandes desígnios da actividade turística, em
geral, e do Turismo Social, em particular, que podem ser enunciados, em síntese, da seguinte forma:
• Contribuir para dar resposta aos modernos desafios da exclusão e integração sociais;
• Criar condições de acesso aos benefícios do Turismo ao Maior número de cidadãos
trabalhadores;
• Desempenhar um papel activo no reforço da economia e na criação de emprego
constituindo-se como factor de coesão social;
• Conciliar desenvolvimento turístico, protecção do ambiente e respeito pela identidade
cultural das comunidades locais.
Para garantir a qualidade da experiência turística dos Seniores, os programadores devem
estabelecer dispositivos que prevejam:
• Factores básicos de qualidade, como segurança, higiene e saúde, interesses ambientais,
independência, acessibilidade aos serviços e instalações e normas de protecção ao
consumidor;
• Uma alimentação saudável e exercício físico, assim como outros factores que constituam o
bem-estar físico, bem como aqueles que constituam o bem-estar espiritual e qualidade de
vida;
• Interacção com as comunidades locais;
• Dinamização de visitas turístico-culturais, promoção de experiências educativas e das
culturas e patrimónios locais;
• Actividades de animação, incluindo espectáculos ao ar livre;
• A elaboração de programas de acesso facilitado às Termas;
• Altos padrões de serviço, actividades sociais estruturadas, flexibilidade nos programas,
ritmo e intensidade adequados para as actividades físicas, assim como informação clara e
precisa.
Gastronomia
22
Na vida dos idosos a gastronomia assume um papel fundamental, quer como consumidores,
quer como executantes. É também na culinária que os idosos se podem sentir mais úteis, devido aos
seus conhecimentos e experiências.
O jogo
O jogo tem um papel essencial na educação e na animação. O jogo é bastante importante no
processo de socialização e de desenvolvimento intelectual, social e motor.
A realização de jogo com grupos de crianças, adultos ou idosos é das melhores formas de
transmissão de mensagens, de aprender e de diversão.
Jogos de Magia
Os jogos de magia também não são muito usados na animação, mas pode proporcionar bons
momentos de entretenimento. Existem truques simples de cartas, cordas ou moedas, que qualquer
idoso pode aprender para depois apresentar aos colegas numa festa ou passeio.
23
Jogos e Rábulas
Os jogos de mesa e as rábulas ou paródias são um excelente promotor de entretenimento e
lazer entre os idosos, estabelecendo o convívio e a interacção entre eles.
Alguns jogos que podem ser desenvolvidos são as damas, o Pictionary (jogo em que é
necessário adivinhar uma palavra através de desenhos), o dominó, o xadrez, o monopólio (jogo em
que objectivo é ganhar dinheiro com a venda e compra de imóveis), Trivial Pursuit (jogo de cultura
geral), o Scrable (jogo de construção de palavras), o galo, etc.
Nas rábulas estão incluídas as anedotas, histórias, pequenos actos teatrais, mímica,
provérbios, etc.
Animação educativa
Actividades de Ciência
As actividades de ciência não são muito vulgares na animação de idosos, no entanto podem
proporcionar momentos muito interessantes e didácticos. Ao apresentar-se algumas experiências
científicas, os idosos manifestam a sua surpresa ao descobrirem como acontecimentos com que
lidaram a vida toda, tem explicações muito simples.
Expressões
Este tipo de animação permite ao idoso explorar e activar os sentidos. São os sentidos que
recolhem informações com as quais constroem as imagens mentais, necessárias à construção de
conceitos.
Estas actividades permitem educar o corpo, o gesto, a audição, a voz, a visão. Aumenta a
capacidade de interpretação, expressão e criação que o idoso tem do mundo. Aumenta, também, as
experiências dos idosos, desenvolvendo ou alargando a sua sensibilidade, imaginação e sentido
estético.
24
• Expressão musical.
• Expressão plástica.
Expressão dramática
É das principais formas de actividades educativa, pela diversidade de formas que pode
tomar, sendo adaptada aos objectivos a desenvolver e às ideias e meios disponíveis.
Ajudam no desenvolvimento bio-psico-sócio-motor, permitindo jogar com a expressividade,
criatividade e consciência de valores, a par com o relacionamento social. É de grande importância
para a dinâmica do grupo.
A aplicação deste tipo de actividade requer do animador uma grande motivação e uma série
de pressupostos:
1. Pesquisa sobre o tema a desenvolver.
2. Criação do ambiente (meio e o local).
3. Motivação do grupo para o ambiente da acção.
Após esta fase de investigação e motivação, o animador passa por três fases, até à sua conclusão.
1ª Preparação
Aqui faz uma reunião com o grupo para discussão de como vão desenvolver o tema,
distribuição de papéis, materiais a consumir e distribuição de tarefas. Segue-se uma série de
trabalhos de grupo como: adaptação de vestuário, construção de acessórios e cenários, preparação
de sons, luzes, etc.
2ª Actuação
Que começa pelo ensaio de cada uma das partes, preparação e disposição cenários, vestuário
e maquilhagem, colmatando com a representação em si.
3ª Avaliação
Analisa-se o ocorreu bem ou mal, retirando do que correu mal ensinamentos úteis para
melhores resultados futuros.
25
O sucesso de uma actividade dramática depende do grau de maturação e receptividade do
grupo e do animador, assim como das características do meio e do material disponível.
Expressão Musical
A música é uma arte, parte integral da educação. É necessária, benéfica e acessível a todos.
O seu objectivo é desenvolver o ouvido musical, o sentido rítmico, o reconhecimento e
reprodução de frases musicais. É uma oportunidade de expressar ideias e sentimentos, por parte de
quem a utiliza.
A actividade musical desenvolve a capacidade de observação e atenção e leva a pessoa a
envolver-se e a participar. Os temas a desenvolver devem ser adaptados às situações ou objectivos
que pretende incrementar, aos espaços e materiais disponíveis, aos interesses e nível de
conhecimentos do grupo.
As actividades musicais desenvolvidas em grupo, numa comunidade, permite desenvolver a
socialização e a responsabilização. Estas actividades desenvolvem também a motricidade, através
de exercícios de expressão verbal e vocal, percussão corporal, técnica instrumental e movimento.
Expressão plástica
A expressão plástica é das mais diversificadas, das expressões, contribuindo para:
• Desenvolvimento da imaginação, criatividade e realização de projectos.
26
• Desenvolvimento das aptidões técnico-manuais.
• Desenvolvimento do sentido crítico.
• Compreensão do poder comunicativo das imagens visuais.
• Desenvolvimento da capacidade de análise e recriação de imagens e objectos de arte, de
valor simbólico.
Antes de iniciar uma actividade de expressão plástica, o animador deve ter em conta os
conhecimentos anteriores do grupo e procurar fazer uma ligação interdisciplinar, com a expressão
dramática e musical.
A expressão plástica tem uma forte ligação com as expressões anteriores, contribuindo com
as suas técnicas para uma globalização das áreas abordadas.
Trabalhos manuais
O desenvolvimento de trabalhos manuais é bastante utilizado no trabalho com idosos, pois
através dos trabalhos pode-se estimular o idoso a nível da motricidade fina (membros superiores), a
nível cognitivo, nomeadamente a concentração e criatividade e também como deve estar sempre
presente o entretenimento e o lazer.
Os trabalhos manuais que podem ser desenvolvidos são:
• Pintura – pode ser realizada em tela, papel, tecido, madeira, entre outros.
• Colagem – baseia-se na utilização de pequenos recortes de jornais, revistas, ou folhas
coloridas que podem, posteriormente, colados em objectos, painéis e cartazes. Desenho –
baseado na estimulação da criatividade dos idosos.
• Tecelagem – com ela podem-se fazer tapetes, cachecóis, bases individuais para refeição,
quadros decorativos, entre outros.
• Picotagem – com ela pode-se fazer trabalhos interessante onde é trabalhada a perfeição e o
equilíbrio dos membros inferiores. Com um pico pode-se recortar uma imagem ressaltar
determinados pontos de um desenho e dar efeitos decorativos a cartazes, folhetos e postais.
Animação estimulativa
A Animação estimulativa recorre a uma metodologia que visa a que os idosos preservem a
sua capacidade de interacção, acedam à participação na vida comunitária e à possibilidade de
realização pessoal.
27
O número de pessoas que afluem às instituições, por sofrerem de incapacidades físicas ou
psíquicas, têm levado residências e centros hospitalares a reclamarem, cada vez mais, não só um
modelo de intervenção assistencial, mas também um modelo educativo.
Esta perspectiva promove o aparecimento de um modelo participativo que responde às
necessidades, que ajuda a reestruturar a vida diária do usuário o que implica a utilização de
procedimentos que configuram aquilo que se designa por Animação Estimulativa.
A Animação estimulativa deve, assim, proporcionar à pessoa os meios e as ferramentas para
que se possa relacionar com o meio e para potenciar os processos de interacção com outras pessoas.
A designação “estimulativa,” que qualifica esta modalidade de Animação Sociocultural, deriva do
facto de se procurar utilizar os estímulos do meio, mas, também, as capacidades próprias das
pessoas para se readaptarem à sua nova situação.
Muitas famílias e instituições não compreendem a importância de estimular o idoso,
deixando-o parado, inerte, sem participar em nenhuma actividade que o ocupe e o ajude a manter as
suas capacidades activas.
Estimular significa excitar, incitar, instigar, activar, animar, encorajar. Para além de tudo
isto, estimular é também criar meios de manter a mente, as emoções, as comunicações e os
relacionamentos em actividade.
O Homem, à medida que envelhece vai sofrendo um desgaste normal a idade. Esse desgaste
não é apenas físico, mas também nas relações sociais e na auto-estima, que vão diminuindo em
função do seu grupo, que fica cada vez mais reduzido devido às perdas, às dificuldades para sair de
casa, à falta de estímulo e às limitações físicas e psíquicas.
Por estes motivos, o trabalho da estimulação deve compreender estes três aspectos: físico,
psicológico (cognitivo) e social. Quando é estimulado, o idoso ganha auto-estima, fica mais esperto,
mais participativo, começa a envolver-se em questões que o rodeiam, reivindica, reclama.
Para que o idoso tenha uma velhice saudável é preciso que este esteja activo e desenvolva
diversas actividades em várias áreas. A estimulação faz com que os idosos vivam mais a vida, que
vivam o hoje, que usem mais a memória e a criatividade para criar situações, actividades, alegria e
felicidade. A estimulação é uma das práticas mais importantes para manter os idosos com vida e
com saúde.
A estimulação física
28
Com o passar dos anos o nosso corpo apresenta algumas alterações relacionadas com a
força, a resistência, a flexibilidade, a coordenação motora e o equilíbrio.
É possível diminuir a deterioração física através de medidas de prevenção de acidentes e da
manutenção da saúde e da realização de actividades mentais e físicas.
O exercício físico regular ajuda a aumentar a força muscular e a resistência, aumenta a
flexibilidade, aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos, diminui lesões musculares, melhora a
coordenação e ainda promove o convívio. A estimulação deve incluir dois aspectos importantes o
lazer e o prazer.
A estimulação cognitiva
29
A animação cognitiva tem por objectivo manter a mente activa, desenvolvendo actividades
de nível mental e cognitivo e prevenindo consequências da falta de actividade.
Expressão dramática
Dinâmicas de grupo
A Dinâmica de grupos consiste no estudo das interacções entre membros do grupo, tendo em
consideração o seguinte:
• A participação dos membros nas decisões e solução dos problemas;
• A natureza dos grupos: sua constituição, estrutura, funcionamento e objectivos;
• A interdependência entre os membros do grupo;
• A coesão do grupo;
• A pressão social exercida sobre o grupo;
• A capacidade de resistência à mudança do grupo;
• Os processos de liderança no grupo.
Técnica quebra-gelo
• Ajuda a tirar as tensões do grupo, desinibindo as pessoas para o encontro;
• Pode ser uma brincadeira onde as pessoas se movimentam e se descontraem;
• São recursos que quebram a seriedade do grupo e aproximam as pessoas.
Técnica de apresentação
• Ajuda a apresentar-se uns aos outros. Possibilitando descobrir: quem sou, de onde venho, o
que faço, como e onde vivo, o que gosto, sonho, sinto e penso... Sem máscaras e
subterfúgios, mas com autenticidade e sem violentar a vontade das pessoas;
• Exige diálogo verdadeiro, onde partilho o que posso e quero ao novo grupo;
• São as primeiras informações da minha pessoa;
30
• Precisa ser desenvolvida num clima de confiança e descontracção;
• O momento para a apresentação, motivação e integração. É aconselhável que sejam
utilizadas dinâmicas rápidas, de curta duração.
Técnica de integração
• Permite analisar o comportamento pessoal e de grupo. A partir de exercícios bem
específicos, que possibilitam partilhar aspectos mais profundos das relações interpessoais do
grupo;
• Trabalhar a interacção, comunicação, encontros e desencontros do grupo;
• Ajuda a sermos vistos pelos outros na interacção de grupo e como nos vemos a nós mesmos.
O diálogo profundo no lugar da indiferença, discriminação, desprezo, vividos pelos
participantes em suas relações;
• Os exercícios interpelam as pessoas a pensar suas atitudes e seu ser em relação;
Técnica de capacitação
• Deve ser usada para trabalhar com pessoas que já possuem alguma prática de animação de
grupo;
• Possibilita a revisão, a comunicação e a percepção do que fazem os destinatários, a realidade
que os rodeia;
• Amplia a capacidade de escutar e observar;
• Facilita e clareia as atitudes dos animadores para que orientem melhor seu trabalho de
grupo, de forma mais clara e livre com os grupos;
31
• Quando é proposto o tema/conteúdo principal da actividade, devem ser utilizadas dinâmicas
que facilitem a reflexão e o aprofundamento; são, geralmente, mais demoradas.
BIBLIOGRAFIA
➢ AA VV., Manual de boas práticas: guia para o acolhimento residencial de pessoas mais
velhas, Instituto da Segurança Social, 2005
32