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12/02/23, 10:54 Introdução à Avaliação Morfofuncional

Introdução à
Avaliação
Morfofuncional
Carlos Vinícius de Souza Heggeudorn Herdy

Descrição

Introdução ao estudo da avaliação morfofuncional, avaliação pré-participação e estratificação de risco cardiovascular.

Propósito

Compreender os aspectos relacionados à realização periódica das avaliações morfofuncionais, da avaliação pré-participação e da estratificação de
risco cardiovascular que envolvem a prescrição de exercícios como fundamentais para a atuação do profissional de Educação Física.

Objetivos

Módulo 1

Avaliação morfofuncional
Identificar os aspectos introdutórios relacionados à avaliação morfofuncional.

Módulo 2

Avaliação pré-teste

Reconhecer os componentes da avaliação pré-teste.

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meeting_room
Introdução
Neste material, você entenderá os conceitos básicos que envolvem a avaliação morfofuncional, bem como a importância de realizar a avaliação
antes da prescrição do exercício e a necessidade de atender as condutas éticas e legais do profissional de Educação Física, determinadas pelo
Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e fiscalizadas pelos Conselhos Regionais de Educação Física (CREF).

No processo avaliativo de sucesso, você aprenderá que, como futuro profissional, deve escolher os testes que vai aplicar com base nas
características individuais do beneficiário, além de quantificar as variáveis morfofuncionais de forma criteriosa. Em outras palavras: não há uma
“receita de bolo”, cada indivíduo deve realizar uma bateria de testes apropriada às suas características pessoais.

A avaliação morfofuncional deve ser realizada de forma contínua por meio das avaliações diagnóstica, formativa e somativa, além de atender os
critérios de autenticidade científica para aumentar a confiabilidade da avaliação realizada pelo profissional de Educação Física.

1 - Avaliação morfofuncional
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os aspectos introdutórios relacionados à avaliação morfofuncional.

A relevância da avaliação morfofuncional


Vamos iniciar o estudo da avaliação morfofuncional abordando sua importância, seus principais conceitos e sua associação com a prescrição de
exercícios, o que deve ser considerado pelo profissional de Educação Física com base nos princípios do perfil morfológico, neuromuscular e
cardiovascular do aluno, cliente ou atleta que, em conjunto e de acordo com as normativas do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF),
podem ser chamados de beneficiários.

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Além de avaliar, o profissional de Educação Física deve ser capaz de acompanhar as mudanças nas variáveis mensuradas por meio de recursos
tecnológicos e analisar dados estatísticos.

ecursos tecnológicos
Aplicativos para smartphones ou programas de computador.

O estudo das características físicas humanas deu origem à cineantropometria, uma área da ciência do exercício e do desporto que estuda as
características morfológicas nos modelos funcionais. Evidentemente, para que tais medidas de identificação sejam realizadas de forma adequada,
aspectos específicos nos contextos de avaliação devem ser respondidos e observados. Por exemplo:

Exemplo

É necessário utilizar instrumentos em técnicas adequadas visando a melhor medida e que permita a interpretação correta dos resultados. Além
disso, escolher os protocolos de avaliação adequadamente é fundamental, para que as medidas não contenham erros e, consequentemente, sejam
válidas.

A avaliação morfofuncional, comumente chamada no mercado de avaliação física, é o primeiro processo a ser realizado na prática profissional. De
posse das informações do indivíduo, o profissional dá início à prescrição do treinamento de forma individualizada.

Atenção!

O exercício físico funciona em uma relação dose-resposta e a avaliação morfofuncional permite que essa “dose” de exercício seja prescrita
adequadamente.

Os objetivos da avaliação morfofuncional


A avaliação morfofuncional é um momento importante no processo de intervenção. Esse momento é fundamental para planejar o treinamento.
Assim, devem-se escolher técnicas e protocolos adequados aos parâmetros que se pretende mensurar no indivíduo e no coletivo.

Com os resultados e as análises advindos do processo da avaliação, será possível observar os pontos fortes e os pontos fracos do indivíduo ou
grupo e assim determinar de forma eficiente o processo de intervenção. Por exemplo:

Exemplo

Ao avaliar os componentes da aptidão física relacionada à saúde, deve-se analisar a composição corporal, a resistência muscular localizada, a
força, a flexibilidade e a aptidão cardiorrespiratória.

Os objetivos das avaliações morfofuncionais são:

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Avaliar as características do avaliado no momento inicial.

Verificar deficiências.

Analisar os efeitos agudos e crônicos do treinamento físico.

Acompanhar as assimetrias e hipertrofias musculares.

Classificar os indivíduos de acordo com a posição desempenhada no esporte.

Prescrever programas de treinamento físico e desportivo.

Elaborar e realizar pesquisas científicas.

O espaço e as normas para a realização da avaliação


A sala de avaliação deve ter, no mínimo, 2,5 X 2,5m, pois o avaliador precisa de espaço para circular ao redor do avaliado e ter condições adequadas
para realizar as medidas. Além disso, a sala deve ser climatizada e bem iluminada, caracterizando-se assim como um laboratório ideal para realizar
testes padronizados.

O profissional responsável pela avaliação precisa verificar periodicamente os instrumentos de avaliação, que devem ser mantidos em locais
seguros, sempre calibrados e higienizados.

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Atenção!

As mãos do avaliador devem ser sempre higienizadas antes e depois da avaliação, pois em alguns testes ele toca o avaliado para realizar a coleta
de dados.

Caso a coleta de dados seja destinada à pesquisa, antes de iniciar o procedimento de avaliação, é necessário que o pesquisador encaminhe o seu
pré-projeto ao Comitê de Ética da Pesquisa para aprovação e autorização. Além disso, o avaliado deve obter um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), conforme determinação associada à Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde de 12 de dezembro de 2012, em que
se estabelecem as Diretrizes e Normas Regulamentadoras para a Realização de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos que, por intermédio das
Comissões de Ética da Pesquisa, autoriza a realização das coletas.

Respeitar todas as diretrizes éticas é fundamental durante o processo de avaliação.

É preciso seguir com muita atenção os processos e protocolos da avaliação morfofuncional para obter os melhores resultados. Veja as questões
éticas básicas a seguir:

fitness_center
A avaliação morfofuncional não deve causar problemas psicológicos ou físicos ao beneficiário.

fitness_center
As avaliações devem ser direcionadas de acordo com os objetivos propostos.

fitness_center
O profissional deve manter a confidencialidade referente aos dados da avaliação.

fitness_center
Todos os testes possuem vantagens e desvantagens.

O processo de avaliação
Para que todo o processo de avaliação na Educação Física ocorra, de acordo com Guedes e colaboradores (2006), devemos observar e seguir as
etapas:

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Finalidade do programa de avaliação.

Definição dos atributos.

Determinação do referencial.

Seleção dos instrumentos.

Aplicação dos instrumentos.

Análise das informações coletadas.

Disseminação dos resultados.

Um ponto fundamental no processo de avaliação é repassar previamente ao avaliado as informações sobre a vestimenta a ser usada no dia da
avaliação física. É evidente que devemos respeitar os aspectos culturais, mas roupas de banho, shorts e tops que se ajustem aos contornos
corporais facilitam no processo de medida. Roupa inadequada pode gerar grandes erros de medição e, como sabemos, as medidas corretas são
fundamentais no processo de avaliação física.

Dica
Não é uma regra, mas o avaliador ser do mesmo gênero do avaliado evita constrangimentos.

A ética e o bom senso devem ser observados pelo avaliador, mas aconselha-se que, na sala de avaliação, tenha sempre mais um integrante (um
assistente) para anotar os dados.

Teste, medida e avaliação


A ética e o bom senso devem ser observados pelo avaliador, mas aconselha-se que, na sala de avaliação, tenha sempre mais um integrante (um
assistente) para anotar os dados.

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Na avaliação morfofuncional, encontramos com frequência termos como testar, medir e avaliar. Veja a seguir um pouco mais sobre esses termos.

Testar expand_more

É utilizar determinado protocolo, ou seja, escolher uma técnica ou um procedimento para obter informações específicas. Por exemplo, o
teste de Cooper é tradicional para que o avaliador mensure a capacidade aeróbica do indivíduo.

Medir expand_more

É proceder a coleta de dados oriundos do teste. Essa referência é quantitativa, um número que representa o que foi avaliado. Por exemplo, o
teste de Cooper proporciona a medida ou a estimativa do VO2 máximo ou o volume máximo de oxigênio.

Antes de medir, o avaliador deve responder às seguintes questões: O que medir? Por que medir? Como medir? Para a realização da medida, é
fundamental a precisão dos instrumentos. Eles deverão ser refinados e estar devidamente calibrados. Alguns erros são comuns nas
medidas: erro do equipamento, erro do avaliador, erro administrativo e erro sistemático relacionado às características biológicas.

Avaliar expand_more

É interpretar os resultados encontrados, considerar a qualidade e o mérito pela medida com o grupo comparativo do atleta, cliente ou aluno.
As avaliações podem estabelecer padrões de referência nacional ou internacional. É importante compreender as comparações específicas
de cada indivíduo com os padrões de referência. Por exemplo, ao comparar os valores de índice de massa corporal (IMC) da Organização
Mundial de Saúde (OMS) com os valores obtidos de um determinado avaliado ou grupo de avaliados, estes podem ser classificados como
eutróficos (ideal) ou podem ficar tanto acima quanto abaixo do ideal.

O avaliador deve definir qual avaliação vai utilizar e verificar se ela será satisfatória e se todos os objetivos serão alcançados. No quadro a seguir,
observamos esse processo com mais facilidade e as aplicações do testar, do medir e do avaliar.

Diferença entre testar, medir e avaliar

POUCO AMPLO AMPLO MAIS AMPLO

TESTAR MEDIR AVALIAR

Analisar o rendimento de acordo com as características Avaliar de forma Tomar a decisão baseando-se nas
sistematizadas dos testes. quantitativa. interpretações dos resultados.

Tabela: Diferença entre testar, medir e avaliar.


Adaptado de: Guedes; Guedes, 2006.

Veja a seguir os componentes relativos aos testes, às medidas e às avaliações da avaliação morfuncional.

Teste expand_more

Morfológico
Neuromuscular
Cardiovascular
Postural
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Socioeconômico
Psicomotor
Psicossocial

Medida expand_more

Objetividade
Validade
Reprodutibilidade

Avaliação expand_more

Diagnóstica
Formativa
Somativa

Alguns princípios devem ser observados no momento da avaliação:

Basear-se no objetivo proposto para a avaliação; organizar o processo de teste, medida e avaliação para a melhor tomada de decisão; as
avaliações devem ser feitas por profissionais altamente qualificados e treinados; a interpretação deve ocorrer de forma que as
características psicológicas, mentais e sociais sejam fundamentais no processo; os testes sempre sofrem atualizações e reformulações,
mas não podem perder sua eficácia; sempre utilizar testes mais específicos de acordo com a realidade do avaliado; todo teste possui
vantagens e desvantagens, devemos procurar sempre o mais próximo do padrão-ouro; os testes geram dados que auxiliam na prescrição
do exercício, mas eles servirão como informação e nunca substituirão o julgamento profissional; sempre devemos reavaliar para verificar
os efeitos do treinamento.

(HESPANHA, 2004)

Formas de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa


Classificamos a avaliação a partir de dois aspectos: o momento em que ocorre a avaliação e de acordo com a investigação que será feita. Dessa
forma, podemos caracterizar a avaliação como diagnóstica, formativa e somativa (ROCHA, 2013). Veja a seguir um pouco mais sobre elas.

Avaliação diagnóstica expand_more

É realizada no início de qualquer procedimento de intervenção, é o ponto inicial da avaliação. Nesse momento, o avaliador verifica as
características do grupo ou do indivíduo com quem irá trabalhar, avalia e analisa suas potencialidades e fraquezas visando a uma construção
de melhorias. A avaliação diagnóstica deve ser analisada de forma isolada, pois ela se insere nos processos da avaliação.

Avaliação formativa expand_more

Nesta avaliação, o avaliador pode identificar as grandes deficiências encontradas no processo de treinamento e com isso buscar uma
maneira de intervenção, reformulando e aperfeiçoando o trabalho proposto e, dessa forma, controlar os processos durante toda a

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intervenção.

A avaliação formativa deve ser realizada periodicamente para verificar se o avaliado ou o grupo de avaliados alcançou os objetivos propostos
nos prazos preestabelecidos (que variam de dois até três meses a partir da avaliação diagnóstica). Dessa forma, ela indica como o avaliado
ou o grupo está se comportando para alcançar os objetivos.

Avaliação somativa expand_more

Classifica o grupo ou o indivíduo de acordo com os parâmetros para estabelecer o objetivo a ser alcançado. Deve ocorrer ao final do
processo de avaliação. A classificação dos níveis se dá de acordo com os dados dos indivíduos.

O conhecimento das formas de avaliação é necessário para o profissional de Educação Física, pois elas se complementam e devem ser trabalhas
visando a uma maior eficiência do treinamento e à melhoria dos resultados dos beneficiários.

Para as análises serem relevantes, os testes adotados devem ser direcionados para a maior quantidade de variáveis de
desempenho possível.

Dessa forma, os testes aplicados podem ser morfológicos, neuromusculares, cardiovasculares, psicomotores, posturais, maturacionais,
psicossociais e socioeconômicos. As variáveis de desempenho avaliadas podem ser:

Características Características Características Características


cognitivas cardiovasculares neuromusculares morfológicas

Ansiedade Sistema aeróbico Força Composição corporal


Motivação Sistema anaeróbico Resistência Somatipo
Inteligência Velocidade Antropometria
Concentração Flexibilidade
Coordenação

Etapas da avaliação
A partir do momento que se inicia o processo de avaliação, três etapas devem ser cumpridas para que o processo avaliativo ocorra de forma
adequada. Vejamos.

Preparação para a avaliação expand_more

O avaliador tem a necessidade e a obrigação de se familiarizar com os instrumentos de trabalho:

A sala de testes deve estar limpa, com temperatura e umidade relativa do ar adequadas para a realização dos testes em segurança.
Os auxiliares precisam estar treinados para a anotação das medidas e dos resultados dos testes. Deve-se ter extrema cautela com o
armazenamento dos dados, de preferência devem ser anotados numa ficha e posteriormente imputados num software ou aplicativo.
Todos os equipamentos devem ser vistoriados, calibrados e organizados previamente.

Coleta de dados expand_more

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Antes de iniciar o processo de coleta, o avaliador deve:

Informar ao avaliado os procedimentos e motivos da avaliação.


A postura de seriedade do avaliador é fundamental.
Acompanhar os procedimentos da coleta de acordo com os pontos já preestabelecidos.

Pós-coleta de dados expand_more

O avaliador deve:

Guardar todos os equipamentos após a avaliação.


Verificar se os resultados foram coletados de forma correta.
Realizar a tabulação dos resultados analisando as estatísticas necessárias.
Transmitir as informações de forma compreensível para os avaliados.
Organizar uma base de dados para avaliações futuras.

Critérios de autenticidade científica


Um ponto importante para a determinação das baterias de testes refere-se aos critérios da autenticidade científica. Ao seguir esses critérios,
pretende-se assegurar a máxima precisão dos resultados com a escolha dos testes adequados ao público-alvo da avaliação.

O professor Pompeu (2005) afirma que a confiabilidade, o risco e a segurança, podem ser analisados por meio da
estatística.

Conseguimos verificar os seguintes critérios de autenticidade científica:

Validade expand_more

A grande característica da validade é verificar se um teste mede o que se propõe a medir, ou seja, se o instrumento mede exatamente a
variável que o avaliador quer medir. Por exemplo, se temos um objeto com o peso exato de 20kg e, ao ser pesado, uma balança indica
exatamente 20kg, essa balança está medindo o peso proposto e, então, podemos considerar que sua validade foi testada. Evidentemente, se
essa balança usada é de uma marca nova e ainda desconhecida no mercado, será necessário comparar o resultado com o de uma balança
já validada, ou seja, um equipamento considerado o mais preciso possível para medir a variável. Na literatura científica, esses equipamentos
são chamados de gold standard ou padrão-ouro. Com medidas estatísticas, é possível validar a nova marca de balança, conforme o exemplo
citado.

Confiabilidade ou fidedignidade expand_more

Ainda usando o exemplo da balança citado anteriormente, imagine que, após a realização da primeira medida do peso de 20kg, fizéssemos
outra medida, mas com resultado de 25kg — não 20kg como era esperado. Quando um teste é realizado, precisamos que ele tenha um grau
de constância e reprodutibilidade dos resultados. Essas diferenças entre os resultados da pesagem podem ser atribuídas a um erro do
equipamento (intrateste), ou a um erro do avaliador (intra-avaliador), uma inconsistência das medidas do próprio avaliador. Dessa forma,
deve ocorrer uma correlação entre as medidas realizadas em diferentes momentos, para que o instrumento seja considerado confiável ou
fidedigno.

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Objetividade expand_more

Vamos continuar com o mesmo exemplo anterior, mantendo os equipamentos, mas trocando o avaliador. Dessa forma, influenciaremos a
reprodutibilidade do teste, gerando a possibilidade de ocorrer erro interavaliador (entre os avaliadores), quando há dois ou mais avaliadores.
Assim, podemos correlacionar os resultados dos indivíduos e verificar o erro entre os avaliadores na avaliação.

Estatística descritiva e inferencial


A utilização da estatística e da análise de dados é cada vez mais comum no cotidiano do profissional de Educação Física, pois à medida que a
nossa área de atuação se desenvolve, cada vez mais se pauta em evidências científicas. Dessa forma, é necessário que o profissional tenha noções
básicas de estatística. Vamos estudar aqui a estatística descritiva e a estatística inferencial.

Estatística descritiva
A estatística descritiva utiliza dados de uma amostra ou de uma população, em que se resume a informação contida em um conjunto de dados
chamado de ROL, que permite a construção de tabelas, gráficos e o cálculo de algumas características do conjunto de dados.

É um ramo da estatística que tem por objetivo descrever de forma resumida os dados de uma determinada amostra com
medidas de posição.

Dessa forma, com base na descrição da amostra e com a utilização de dados como média, desvio padrão, mínimo, máximo, moda e mediana e com
o uso de gráficos e tabelas, o avaliador descreve os dados com precisão. Por outro lado, não haverá inferência dos dados encontrados.

Comentário
Sabemos que muitos profissionais olham a estatística como algo complexo, entretanto seu uso pode fornecer um meio valioso de compreensão
dos dados obtidos na avaliação. Assim, conhecer os fundamentos da estatística leva o profissional moderno há um entendimento simples e claro
sobre todo o cenário e as causalidades dos resultados da avaliação morfofuncional.

Há alguns instrumentos, listados a seguir, que auxiliam na avaliação dos resultados, tornando as informações mais claras: indicam padrões,
tendências e ajudam a comparar dados.

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Gráficos descritivos
Gráficos facilitam a visualização dos dados. Exemplos: gráficos de coluna, em barra, em pizza, em linhas, de áreas.

Descrição tabular
Tabelas ajudam a analisar os dados com mais clareza. Exemplo: tabela de frequência.

Descrição paramétrica
Estima-se o valor de um parâmetro, presumindo que ele completa a descrição dos dados. Por exemplo: média.

Estatística inferencial
A estatística inferencial tem como objetivo fazer afirmações (inferências) com base em um conjunto de valores representativos (amostra) de um
universo. Essa afirmação é acompanhada por uma medida de precisão.

Na estatística inferencial, devemos utilizar as abordagens de estimativa dos resultados, os quais são apresentados com
intervalos de confiança.

Para isso, utilizamos os testes de hipóteses, cujos resultados são apresentados como valores de P (P de probabilidade) por meio de testes
estatísticos. A seleção da estatística inferencial é orientada para uma pergunta que precisa ser respondida.

Um detalhe da estatística inferencial é a testagem de hipóteses. O tratamento estatístico adotado informa se uma variável é de fato
estatisticamente diferente ou igual à outra variável ou se possuem alguma relação entre si.

Atenção!
Após a utilização da estatística descritiva, o segundo passo é a aplicação da estatística inferencial que permite traçar as probabilidades dos
resultados.

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Algumas das grandes medidas utilizadas é a correlação de Pearson e o teste T de Student, que veremos a seguir.

Correlação de Pearson
A correlação de Pearson, representada pelo (r), mede o grau da correlação (e a direção dessa correlação, se positiva ou negativa) entre duas
variáveis de escala métrica (intervalar ou razão). Esse coeficiente assume valores entre -1 e 1, onde:

r = 1: correlação perfeita positiva entre as duas variáveis (as duas aumentam ou diminuem no mesmo sentido).

r = -1: correlação negativa perfeita entre as duas variáveis (se uma aumenta, a outra sempre diminui).

r = 0: as duas variáveis não dependem linearmente uma da outra. No entanto, pode existir uma dependência não linear. Assim, o resultado ρ = 0
deve ser investigado por outros meios.

Para interpretar o valor modular de r, podemos considerar o seguinte:

0,70 a 1,0
Correlação forte

0,30 a 0,7
Correlação moderada

0 a 0,30
Correlação fraca

Veja a seguir o exemplo de um gráfico de correlação:

Teste T de Student
Uma grande característica de um teste de hipótese é que ele usa métodos estatísticos que podem rejeitar ou não uma hipótese nula, quando a
estatística de teste segue uma distribuição t de Student.

istribuição t de Student
Distribuição de probabilidade teórica —simétrica e semelhante à curva normal padrão.

As hipóteses podem ser nulas (H0), tidas como verdadeiras até que os testes digam ao contrário, ou alternativas (H1), sempre contrárias às
hipóteses nulas. Por exemplo:

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Exemplo

Um grupo de professores realizou a medida da estatura em um grupo de 20 alunos, em 2 momentos com intervalo de 3 meses, e querem saber se
há diferença entre as médias da primeira para a segunda medida. Para isso, formularam a hipótese alternativa que afirma que as medidas são
diferentes. Então, nossa hipótese nula é que não há diferença entre as duas medidas.

Evidente que não há como aceitar as duas hipóteses como verdadeiras, pois elas são contrárias. Assim, o valor estabelecido no teste t é utilizado
para rejeitar a hipótese nula e aceitar a hipótese alternativa. Quando encontramos um valor no teste t, comparamos com um valor de significância
estipulado (normalmente usamos 0,05). Esse valor de significância pode ser:

Igual a 0,05

Neste caso, diz que a hipótese nula será rejeitada em 95% dos casos.

Maior que 0,05

Neste caso, podemos aceitar a hipótese nula e dizer que não existe diferença estatisticamente significativa entre as médias dos grupos.

Menor que 0,05

Neste caso, dizemos que há diferença estatisticamente significativa entre as médias dos grupos.

No exemplo descrito, ao realizar o teste t (considerando o nível de significância de 0,05) entre as duas medidas de estatura, o valor encontrado foi de
0,30, o que indica que não há diferença estatística entre as médias das duas medidas, mesmo com as mudanças nas estaturas.

O teste t pode ser utilizado de formas diferentes:

Teste t com 1 amostra

Testa se a média de uma única população é igual a um valor alvo.

Teste t com 2 amostras ou teste t para amostras independentes

Testa se a diferença entre as médias de duas populações independentes é igual a um valor alvo.

Teste t pareado

Testa se a média das diferenças entre observações dependentes ou pareadas é igual a um valor alvo.

Após a avaliação, os dados devem ser analisados. Evidente que precisamos utilizar programas que nos auxiliem e otimizem nosso tempo nessa
tarefa. Programas compostos por planilhas, com as quais podemos tabular os dados coletados e analisá-los com o auxílio dos comandos usados
na estatística descritiva e inferencial, são capazes de realizar ações as quais vão impactar diretamente no trabalho do avaliador.

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Introdução à avaliação pré-participação
O especialista Carlos Vinícius de Souza Heggeudorn Herdy fará um resumo do módulo:

Falta pouco para atingir seus objetivos.


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Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Uma grande questão atribuída à escolha de testes é o fato de se realmente o teste mede o que se propõe a medir. Nesse caso, estamos falando
da

A validade do teste

B confiabilidade do teste

C fidedignidade do teste

D correlação do teste

E tipologia do teste

Parabéns! A alternativa A está correta.

O instrumento ou o protocolo de um teste precisa ser validado. É comum que a validação seja comparada com outro teste padrão-ouro. Com
isso, verificamos se de fato o teste está medindo o que se propõe a medir.

Questão 2

Um profissional de Educação Física acompanha uma aluna na academia que já realizou quatro avaliações antropométricas para verificar se o
objetivo da aluna foi alcançado: reduzir medidas corporais. A primeira avaliação no início do período, duas durante o semestre e uma ao final.
De acordo com o momento da avaliação, podemos defini-la como

A avaliação somativa/somativa/formativa/diagnóstica

B avaliação diagnóstica/somativa/formativa/formativa

C avaliação diagnóstica/formativa /formativa/somativa

D avaliação somativa/diagnóstica /formativa/somativa

E avaliação diagnóstica/somativa/somativa/formativa

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Parabéns! A alternativa C está correta.

A primeira avaliação é a diagnóstica, que determina o ponto de partida da aluna; a segunda e a terceira são formativas, que acompanha o
processo em busca do objetivo; na quarta, a somativa, há uma capacidade de diagnosticar as causalidades do treinamento e verificar as
mudanças morfológicas significativas.

2 - Avaliação pré-teste
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os componentes da avaliação pré-teste.

Anamnese
Imagine uma pessoa que não pratica exercícios físicos e deseja incluir esse novo hábito na sua rotina de vida. Antes de iniciar um programa de
atividade física, ela deverá se submeter a uma avaliação morfofuncional, para que possa realizar as atividades em segurança.

Essa primeira avaliação possui um componente denominado pré-teste, em que o avaliador deve conhecer o
avaliado, suas características e todas suas possíveis limitações, e com isso prescrever os exercícios de acordo
com as necessidades e os objetivos do beneficiário.

Este módulo abordará todas as etapas da avaliação pré-participação, a anamnese e os questionários com os quais verificamos e estratificamos os
riscos da prática de atividade física para a saúde das pessoas.

Sabemos que praticar atividade física de forma inadequada pode gerar um risco físico ao aluno/cliente/beneficiário, mas ao mesmo tempo
sabemos que a prática regular de exercícios é um fator de proteção para surgimento de doenças crônico-degenerativas, como hipertensão, diabetes
tipo 2, dislipidemias, entre outras. Por isso, ao pensar no risco, devemos esclarecer que o risco físico da atividade física se deve ao indivíduo estar
em movimento, o que gera efeitos adaptativos no corpo.

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Dessa forma, conhecer o nível de atividade física e saúde dos beneficiários é fundamental para iniciarmos o processo de prescrição de treinamento.
Além disso, de acordo com a lei do estado em que o profissional atua e com a condição clínica do beneficiário, é preciso consultar um médico para
verificar os exames de rotina — um passo importante para conhecer o nível de saúde.

Não obstante, muitas pessoas portadoras de doenças crônicas ou descompensadas iniciam a prática esportiva sem consultar um médico ou
realizar os exames clínicos e ergométricos de rotina. Para compensar esses fatores, o profissional de Educação Física deve realizar entrevistas, a
fim de observar possíveis questões que poderão gerar riscos à saúde do indivíduo — e quando necessário encaminhá-lo ao médico.

Questionários específicos para anamnese têm por objetivo conhecer o beneficiário e assim avaliar diversos fatores que permitirão a prescrição dos
exercícios físicos de acordo com as necessidades e objetivos estabelecidos.

Atenção!
A anamnese é uma importante estratégia para que o profissional de Educação Física conheça o aluno antes de uma avaliação. Nesse momento, é
possível conhecer o avaliado, seus hábitos diários, sua história e suas características.

Dados objetivos e subjetivos na anamnese


Os dados objetivos são confirmados a partir da observação do avaliador e de algo que seja palpável. Por exemplo:

Exemplo
A resposta à pergunta: “Você dorme em média quantas horas por dia?” Resposta: “Durmo em média 6 horas por dia, não mais que isso”. Por outro
lado, os dados subjetivos não podem ser confirmados, ou não podemos determinar sua natureza, pois são colhidos em relatos, por exemplo: “Minha
coxa dói quando me levanto da cama”.

A anamnese é muito importante na avaliação diagnóstica, pois será utilizada para traçar o perfil do avaliado em um primeiro contato com o
avaliador. Essa anamnese possui algumas características específicas: o avaliador deve realizá-la em formato de entrevista ou de um questionário,
com questões validadas e preestabelecidas, visando ao preenchimento das informações do avaliado.

O formato de entrevista é largamente utilizado, pois se caracteriza por uma conversa orientada que tem como principal objetivo recolher
informações confiáveis do beneficiário. Dessa forma, pode-se estabelecer um roteiro com determinados itens. O entrevistado pode responder às
perguntas sozinho, assinalando ou colocando as respostas.

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Mas consideramos que, para um melhor acolhimento do beneficiário, é melhor que o profissional faça as perguntas e vá anotando as respostas,
pois podem surgir dúvidas em meio ao processo e dessa forma elas poderão ser rapidamente respondidas.

A seguir, você poderá ver os pontos importantes da anamnese.

Pontos importantes da anamnese expand_more

O avaliador deve ter uma postura empática e criar um clima afetivo, para estabelecer um processo de conforto, confiança e empatia com o
beneficiário. Lembrando que empatia é diferente de simpatia. Para ser uma pessoa empática, você precisa realizar gestos, expressões e ter
atitudes que facilitem o processo de relacionamento interpessoal, tentando colocar-se no lugar do outro.

No momento que você direciona um questionário, esse “interrogatório” pode estabelecer um contexto de perda de confiança por parte do
avaliado por conta da “invasão da privacidade”. Portanto, tenha sempre o entendimento de trabalhar o questionário juntamente com a
entrevista, procurando complementar as informações, já que a entrevista apresenta uma característica individual e as perguntas podem ser
direcionadas de acordo com o perfil do avaliado.

O local de aplicação da anamnese também deve ser agradável e privativo. Lembre-se que os dados extraídos são confidenciais e não devem
ser compartilhados com outras pessoas, exceto para os fins da atuação profissional.

Mais alguns aspectos da anamnese


Como vimos, antes de realizar a prescrição do exercício físico, o profissional de Educação Física deve conhecer o beneficiário e verificar os
possíveis riscos para a realização das atividades. O beneficiário passa, então, inicialmente por uma anamnese que se caracteriza pela aplicação de
questionários e medidas que definem seu perfil.

Atenção!
As doenças cardiovasculares são a causa da maioria das mortes no mundo e sabemos que qualquer exercício físico aumenta a demanda
cardiovascular, por isso elas sempre devem ser abordadas na anamnese. E quando se trata de perfil de risco para doenças cardiovasculares, os
principais fatores associados são a obesidade, a hipertensão arterial e as alterações de frequência cardíaca de repouso.

Durante a aplicação da anamnese, deve ser realizada a coleta de dados explorando os problemas atuais do beneficiário e os problemas pelos quais
já tenha passado. Você deve observar se há questões relacionadas à sua saúde física e emocional e, dessa forma, investigar também sua estrutura
corporal.

O avaliador deve levar em consideração os seguintes aspectos durante a anamnese:

No momento da entrevista, o beneficiário deve estar acomodado confortavelmente e se sentindo bem. O avaliador deve criar um ambiente
extremamente favorável, para que o beneficiário esteja seguro e ciente do sigilo das suas informações.

A postura do avaliador deve ser calma e a linguagem de fácil compreensão. Falar de forma clara, correta e lenta é fundamental, e o contato formal
deve ser adotado.

A percepção do professor deve ser direcionada para os sinais verbais e não verbais do beneficiário, ele pode demonstrar desconforto ou
insegurança sobre algum questionamento. É preciso estar atento.

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Como elaborar a anamnese?


Na montagem de uma anamnese, o avaliador deve se preocupar primeiramente em listar todos os aspectos necessários que atendam seus
objetivos; verificar a linguagem a ser adotada, que deve estar de acordo com o beneficiário; fazer simulações de possíveis respostas para verificar
ambiguidades no questionário.

É comum que o questionário tenha uma forma estruturada e que seu conteúdo coadune com os objetivos.

A estruturação ocorre de maneira lógica e não modificável, é importante atentar para alguns pontos:

Verificar os aspectos que deverão ser esclarecidos e lembrar que as perguntas devem estar voltadas para um objetivo.

Avaliar se a linguagem está simples e direta, se é de fácil compreensão, para que o avaliado não tenha dúvidas.

Simular possíveis respostas para as perguntas estabelecidas, para que não haja duplo sentido ou falta de alternativas.

Verificar se a pergunta já não contém a resposta.

O avaliador também deve evitar perguntas constrangedoras e embaraçosas ou perguntas que remetam a um passado muito distante, para não
dificultar o andamento da entrevista.

Existem tipos específicos de questionários com perguntas abertas, fechadas ou com Escala de Likert. Veja a seguir.

scala de Likert
Escala psicométrica usada em questionários, em que os perguntados especificam o grau de concordância com a pergunta em uma resposta objetiva,
numa escala que pode ir de “muito importante” a “totalmente sem importância”.

Perguntas abertas

Oferecem a possibilidade de o avaliado expressar seus sentimentos, suas opiniões e ideias. Nesse caso, há uma interação maior entre avaliado
e avaliador.
close

Perguntas fechadas

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Limitam a relação entre avaliado e avaliador, pois o avaliado escolhe uma entre as respostas prontas de acordo com a situação apresentada.

Veja a seguir algumas perguntas usadas habitualmente nos tipos específicos de questionários citados.

Perguntas de característica aberta expand_more

Neste tipo de pergunta, o avaliado responde livremente o que pensa sobre o assunto perguntado. O avaliador usa esse tipo de pergunta
quando não tem informação prévia ou experiência de possíveis respostas fixas.

Exemplo: Por que você deseja iniciar o programa de atividade física?

Perguntas de característica fechada expand_more

Nas perguntas fechadas, são fornecidas as possíveis respostas ao avaliado, mas apenas uma opção de resposta é possível. O avaliador usa
esse tipo de pergunta quando tem informação prévia ou experiência de possíveis respostas.

Exemplo: Qual desses esportes você tem mais interesse de praticar?

a. Basquete

b. Natação

c. Futebol

d. Corrida

Pergunta de característica semiaberta expand_more

A pergunta semiaberta é a junção de uma pergunta fechada e uma pergunta aberta, em que, num primeiro momento, o avaliado responde a
uma das opções e depois justifica ou explica sua resposta.

Exemplo: Qual das opções a seguir é a sua principal escolha de atividade na academia?

a. Musculação

b. Cross training

c. Ginástica localizada

d. Bike indoor

Por quê? ______________________________________________.

Pergunta de característica dicotômica expand_more

É a pergunta que tem como resposta apenas Sim ou Não. O avaliador usa esse tipo de pergunta quando deseja saber somente se há ou não
determinado fato, sem a preocupação de saber o quanto o fato pode ou não influenciar a saúde do avaliado.

Exemplo: Você consome bebida alcoólica?

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Sim ( ) Não ( )

Pergunta de característica encadeada expand_more

Neste caso, a pergunta seguinte depende da resposta da anterior. O avaliador usa uma pergunta dicotômica seguida de outra pergunta
complementar, permitindo ao avaliador ter a informação de quanto aquele fato influencia na saúde do avaliado.

Exemplo: Você consome bebida alcoólica?

Sim ( ) Não ( )

Quantas vezes por semana? _____________

Quantos copos por dia? ________________

Perguntas com característica de ordem de preferência expand_more

É dada ao avaliado a possibilidade de escolha do 1°, 2° e 3° lugares. O avaliador usa esse tipo de pergunta quando deseja saber quais são as
preferências do avaliado em um banco de opções.

Exemplo: Das atividades de academia listadas a seguir, classifique por ordem de escolha as três primeiras, colocando, respectivamente, 1º,
2º e 3º.

Musculação ( )

Treinamento aeróbico ( )

Ginástica localizada ( )

Bike indoor ( )

Perguntas com característica de Escala de Likert expand_more

O avaliado indica o grau de concordância ou discordância de acordo com a situação questionada. A escala de Likert permite ao avaliador
mensurar o grau de importância da situação questionada para o avaliado.

Exemplo: O quão importante é para você a prática diária de uma atividade física?

Muito importante ( )

Importante ( )

Indiferente ( )

Pouco importante ( )

Totalmente sem importância ( )

Fonte: Freitas, 2014.

Como vimos, informações importantes (há algumas confidenciais!) precisam ser incluídas na anamnese, como os dados cadastrais, os objetivos do
avaliado, sua história clínica, familiar e psicossocial, as atividades da vida diária e da vida laboral (FREITAS, 2014, p. 7).

Veja a seguir um exemplo de anamnese, mas lembre-se de que você pode fazer as modificações necessárias para adaptá-la à sua realidade.

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Dados cadastrais Objetivos História clínica História familiar

Nome completo São os motivos pelos quais o Agrupa as questões Na história familiar, são
Endereço avaliado procurou o serviço. relacionadas à saúde do descritas as doenças
Números de telefone Podem ser oferecidas opções avaliado, aos problemas apresentadas pelos pais e
residencial e celular quando a pergunta é realizada clínicos passados e avós que tenham alguma
Data de nascimento de forma fechada: “melhorar presentes, por exemplo: relação hereditária/genética.
Idade força”, “ganhar resistência”, “Tem hipertensão ou Por exemplo, hipertensão
Estado civil “emagrecer”, “lazer”. diabetes? Usa medicamento? arterial, diabetes, doenças
Nacionalidade Quais medicamentos utiliza? cardíacas, doenças
Contato de uma pessoa Já foi hospitalizado? Quando respiratórias e câncer.
próxima para eventual foi a última vez e por quê?
emergência Quais doenças de infância
você teve?
Está em tratamento de
alguma doença?
Tem alergia? A quê?
Já fez cirurgia? Qual?”

Ao final da anamnese, sugere-se a aferição da pressão arterial e da frequência cardíaca de repouso.

Estratificação de risco
A estratificação de risco tem como objetivo classificar o indivíduo em uma categoria de acordo com a sua susceptibilidade ao aparecimento de
respostas inadequadas para um determinado esforço físico.

Diversas sociedades e associações nacionais e internacionais estabelecem diretrizes para essas classificações. Veja a seguir.

Fatores de risco causais

Como fumo, alto colesterol total, colesterol baixo, hipertensão arterial, diabetes e câncer.

Fatores de riscos condicionais

Aqueles associados às doenças cardiovasculares, que geram maiores riscos, como a elevação dos níveis de triglicerídeos, lipoproteína,
fibrinogênio e da proteína C reativa.

Fatores de riscos predisponentes

Podem aumentar e intensificar os fatores causais, como obesidade, sedentarismo, comportamentos como ansiedade, estresse, depressão e o
estado pós-menopáusico.

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Fatores de risco inalterados

Não são modificáveis, como sexo, história familiar de doença arterial, baixa questão socioeconômica e idade.

Duas das maiores referências na Medicina Esportiva mundial, o American College of Sports Medicine (ACSM, Colégio Americano de Medicina
Esportiva) e a American Heart Association (AHA, Associação Americana do Coração) estabelecem propostas e diretrizes importantes no cenário
dos programas de exercícios físicos, além de questionários de prontidão para verificarmos os riscos das atividades.

Segundo o American College of Sports Medicine (2018), o processo de estratificação de risco possibilita a classificação de um indivíduo para a
realização de exame médico, atividade física e teste de esforço em três categorias: baixo, moderado e alto. Veja a seguir.

Risco baixo
Homens e mulheres assintomáticos que possuem ≤ 1 fator de risco para doença cardiovascular.

Risco moderado
Homens e mulheres assintomáticos que possuem ≥ 2 fatores de risco para doença cardiovascular.

Risco alto
Indivíduos que sofrem de doença cardiovascular, pulmonar ou metabólica conhecida ou com um ou mais sintomas.

Quando um fator de risco é positivo, ocorre aumento significativo da probabilidade de ocorrências de doenças degenerativas comuns e eventos
cardiovasculares; quando o fator de risco é negativo, essa probabilidade diminui. Veja no quadro a seguir os fatores de risco positivos e negativos
para doença cardiovascular, segundo a ACSM:

Fatores de risco positivos e negativos para doença cardiovascular

Homens ≥ 45 anos
Idade
Mulheres ≥ 55 anos

Infarto do miocárdio, revascularização coronariana ou morte súbita antes de 55 anos de idade no pai ou em outro
História familiar parente masculino de primeiro grau, ou antes de 65 anos de idade na mãe ou em outra parente feminina de
primeiro grau.

Fumante atual de cigarros ou aqueles que deixaram de fumar durante os seis meses precedentes ou exposição
Fumo de cigarros
ambiental à fumaça de tabaco.

Não participar em pelo menos 30 minutos de atividade física de intensidade moderada (40-60% do VO2 de reserva)
Estilo de vida
em pelo menos três dias da semana durante um período de pelo menos três meses. Lembre-se que a intensidade
sedentário
se associa ao grau de esforço para fazer uma atividade física ou exercício.

Índice de massa corporal ≥ 30kg/m2 ou circunferência de cintura > 102cm para homens e > 88cm para mulheres.

Obesidade
Importante: caso a circunferência aumentada esteja associada à resistência à insulina e à hipertensão arterial,
esse indivíduo pode desenvolver síndrome metabólica.

Pressão arterial sistólica ≥ 140mmHg e/ou diastólica ≥ 90mmHg, confirmadas em pelo menos duas ocasiões
Hipertensão
separadas.

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Fatores de risco positivos e negativos para doença cardiovascular

LDL-C ≥ 130mg/dL ou HDL-C < 40mg/dL ou recebendo medicação redutora de lipídios ou colesterol total sérico ≥
Dislipidemia
200mg/dL.

Glicose plasmática em jejum ≥ 100mg/dL e < 126mg/dL ou valores de 2 horas no teste de tolerância à glicose oral
Pré-diabetes
(TTGO) ≥ 140mg/dL e <200mg/dL confirmadas em duas ocasiões separadas.

Fatores de risco negativo

Colesterol HDL sérico


≥ 60mg/dl
alto

Tabela: Fatores de risco positivos e negativos para doença cardiovascular.


Adaptado de: ACSM, 2018, p. 22.

É importante compreender que as medidas estabelecidas ao indivíduo numa determinada categoria de risco (baixa, moderada ou alta) implicará
recomendações adequadas e específicas:

É necessária a autorização de um médico que libere o indivíduo para a prática de atividade física ou mesmo para mudar o treinamento.

O aluno deve realizar testes de esforço antes de iniciar a prática da atividade física. Na realização do teste de esforço máximo e submáximo, o
médico deve estar presente.

A American Heart Association (AHA, 2010, p.35) estratifica o risco em quatro classes (A, B, C e D) descritas a seguir:

CLASSE A expand_more

Indivíduos aparentemente sadios.


Crianças e adolescentes, homens < 45 anos e mulheres < 55 anos sem sintomas ou sem a presença de doença cardíaca ou de fatores de
risco significativos para doença cardiovascular (DCV) aterosclerótica.
Homens ≥ 45 anos e mulheres ≥ 55 anos que não apresentam sintomas nem a presença conhecida de doença cardíaca e com menos de
dois fatores de risco significativos para DCV.
Homens ≥ 45 anos e mulheres ≥ 55 anos que não apresentam sintomas nem a presença conhecida de doença cardíaca e com dois ou
mais fatores de risco significativos para DCV.

Para a Classe A, não há restrição além das diretrizes básicas. O monitoramento eletrocardiográfico (ECG) e da pressão arterial não é
necessário tampouco a supervisão.

CLASSE B expand_more

Presença de doença cardiovascular estável conhecida com baixo risco para complicações com exercício vigoroso, porém com risco
ligeiramente maior do que o estimado para indivíduos aparentemente sadios.
Indivíduos com doença coronariana cuja condição é estável.
Indivíduos com doenças cardíacas valvulares.
Indivíduos com doenças cardíacas congênitas.
Indivíduos com cardiomiopatias com fração de ejeção ≤ 30% (incluindo portadores de insuficiência cardíaca estável, mas não a miocardite
recente nem a cardiomiopatia hipertrófica).
Indivíduos com teste ergométrico anormal que não se incluem na Classe C devem realizar o exercício sob supervisão médica para
emergências. Os programas de exercícios devem ser supervisionados com indicação e supervisão médica inicial. O monitoramento do
ECG e pressão arterial é útil na fase inicial (habitualmente por 6 a 12 sessões).

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CLASSE C expand_more

Indivíduos com risco moderado a alto para complicações cardíacas durante o exercício e/ou incapazes de autorregular a atividade ou de
compreender o nível recomendado de atividade.
Indivíduos com doenças cardíacas valvulares.
Indivíduos com doença cardíaca congênita.
Indivíduos com cardiomiopatia com fração de ejeção ≤ 30% (incluindo portadores de insuficiência cardíaca estável, mas não a miocardite
recente nem a cardiomiopatia hipertrófica).
Indivíduos com arritmias ventriculares complexas que não estão bem controladas.

O programa de atividades físicas para a Classe C deve ser prescrito de forma individualizada e realizado sob supervisão médica e com
monitorização do ECG e da pressão arterial.

CLASSE D expand_more

Doença instável com restrição da atividade.


Isquemia instável.
Estenose ou regurgitação valvular severa e sintomática.
Doença cardíaca congênita.
Insuficiência cardíaca não compensada.
Arritmias descontroladas.
Outras condições médicas que possam ser agravadas pelo exercício.

Para os indivíduos da Classe D, nenhuma atividade com finalidade de condicionamento é recomendada. A atenção deve ser dada ao
tratamento e à restauração do paciente para a Classe C ou condição melhor. A realização das atividades da vida diária (AVDs) devem ser
prescritas com base na avaliação individual feita pelo médico responsável pelo sujeito.

Questionário de Prontidão para a Atividade Física (Par-Q)


O Physical Activity Readiness Questionnarie, Questionário de Prontidão para a Atividade Física (Par-Q) foi desenvolvido por pesquisadores
canadenses e é largamente utilizado em academias e centros de exercícios físicos. O questionário deve ser aplicado antes que o aluno comece o
programa de atividade física regular, para que se verifique possíveis limitações e riscos à saúde do indivíduo.

O questionário possui sete perguntas específicas com respostas dicotômicas (sim ou não). Mas um ponto
importante é que, caso a resposta seja positiva (sim), recomenda-se que o sujeito procure um médico para
diagnosticar o possível problema para evitar qualquer risco na prescrição do treinamento.

Quando avaliamos o questionário, verificamos que ele demonstra sensibilidade de 100% (identifica os casos positivos corretamente) e
especificidade de 80% (identifica os casos negativos corretamente). As perguntas são bastantes simples e basicamente sobre problemas
cardiovasculares, do sistema nervoso e das características musculoesqueléticas. Analise o questionário (ACSM, 2018, p. 26):

Questionário

1. Alguma vez um médico lhe disse que você possui um problema do coração e lhe recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão
médica?
( ) SIM ( ) NÃO

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Questionário

2. Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física?


( ) SIM ( ) NÃO

3. Você sentiu dor no peito no último mês?


( ) SIM ( ) NÃO

4. Você tende a perder a consciência ou cair como resultado de tonteira ou desmaio?


( ) SIM ( ) NÃO

5. Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de atividade física?
( ) SIM ( ) NÃO

6. Algum médico já lhe recomendou o uso de medicamentos para pressão arterial, circulação ou coração?
( ) SIM ( ) NÃO

7. Você tem consciência, por experiência própria ou aconselhamento médico, de alguma outra razão física que impeça sua prática de atividade
física sem supervisão médica?
( ) SIM ( ) NÃO

Observações

Atualmente, pode-se substituir a palavra dor pela palavra desconforto (perguntas 2 e 3), se for necessário facilitar a compreensão de quem
está respondendo o questionário.
Caso o sujeito preencha ao menos uma resposta SIM no questionário, ele será encaminhado para uma consulta médica, pois iniciar o
programa de atividade física sem qualquer diagnóstico do possível problema é um grande risco para a saúde. E precisará responder as
questões do formulário "Acompanhamento do seu Estado de Saúde” (Veja o Quadro a seguir).
Caso o sujeito tenha respondido NÃO a todas as perguntas do questionário, ele estará liberado para a atividade física assim que assinar a
declaração de participante. E NÃO precisará responder as questões do formulário “Acompanhamento do seu Estado de Saúde”.

Recentemente, o Par-Q foi atualizado e passou a ser chamado de PAR-Q+. Como vimos, dependendo das respostas do Questionário de Prontidão
para a Atividade Física, será necessário o preenchimento do “Acompanhamento do seu Estado de Saúde”. Veja o formulário a seguir.

Acompanhamento do seu Estado de Saúde

1) Você tem artrite, osteoporose ou problemas nas costas?


Se você apresenta essa(s) condição(ões), responda as questões 1a a 1c.
( ) SIM ( ) NÃO

1a. Você tem dificuldades de controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não
está tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.)
( ) SIM ( ) NÃO

1b. Você tem problemas de articulação que causam dor, teve fratura recente ou fratura causada por osteoporose ou câncer, vértebra deslocada
ou espondiloses (pequena fratura)?
( ) SIM ( ) NÃO

1c. Você já tomou esteroides regularmente por mais de 3 meses?
( ) SIM ( ) NÃO

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Acompanhamento do seu Estado de Saúde

2) Você tem algum tipo de câncer?


Se você apresenta essa(s) condição(ões), responda as questões 2a e 2b. Caso não apresente, vá para a questão 3.
( ) SIM ( ) NÃO

2a. O seu diagnóstico de câncer inclui algum dos seguintes tipos: pulmão, mieloma múltiplo, cabeça e pescoço?
( ) SIM ( ) NÃO

2b. Você está recebendo tratamento para o câncer como quimioterapia ou radioterapia?
( ) SIM ( ) NÃO

3) Você tem algum problema cardíaco ou cardiovascular? Essa categoria inclui doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, anomalias do
ritmo cardíaco.
Se você apresenta essa(s) condição(ões), responda as questões 3a a 3d. Caso não apresente, vá para a questão 4.
( ) SIM ( ) NÃO

3a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outros tratamentos prescritos por médico? (Responda não se você
não estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.)
( ) SIM ( ) NÃO

3b. Você tem arritmia cardíaca que necessite de acompanhamento médico?
( ) SIM ( ) NÃO

3c. Você tem insuficiência cardíaca?
( ) SIM ( ) NÃO

3d. Você tem diagnóstico de doença arterial coronariana e não participou de atividade física regular nos últimos dois meses?
( ) SIM ( ) NÃO

4) Você tem hipertensão?


Se você apresenta essa condição, responda as questões 4a e 4b. Caso não apresente, vá para a questão 5.
( ) SIM ( ) NÃO

4a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não
estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.)
( ) SIM ( ) NÃO

4b. Você tem pressão sanguínea em repouso igual ou maior que 160/090 mmHg com ou sem medicação? (Responda sim se você não sabe sua
pressão em repouso.)
( ) SIM ( ) NÃO

5) Você tem problemas metabólicos? Essa categoria inclui diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, pré-diabetes. Se você apresenta essa condição,
responda as questões de 5a a 5e. Caso não apresente, vá para a questão 6.
( ) SIM ( ) NÃO

5a. Você frequentemente sente dificuldade em controlar seus níveis de açúcar no sangue com alimentos, medicamentos ou outras terapias
prescritas por médico?
( ) SIM ( ) NÃO

5b. Você frequentemente sofre de sinais ou sintomas de hipoglicemia após exercício e/ou durante atividade do dia a dia? Sinais de hipoglicemia
podem incluir tremores, nervosismo, irritabilidade incomum, suor anormal, tontura ou dor de cabeça leve, confusão mental, dificuldade na fala,
fraqueza e sonolência.
( ) SIM ( ) NÃO

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Acompanhamento do seu Estado de Saúde

5c. Você tem sinais ou sintomas de complicações da diabetes, como doença cardíaca ou vascular e/ou complicações que afetam olhos, rins ou
sensações nos dedos e pés?
( ) SIM ( ) NÃO

5d. Você tem outros problemas metabólicos, como diabetes relacionada com gravidez, doença renal crônica ou problemas hepáticos?
( ) SIM ( ) NÃO

5e. Você pretende se comprometer com exercícios de alta intensidade em breve?
( ) SIM ( ) NÃO

6) Você tem algum problema mental ou dificuldade de aprendizado? Essa categoria inclui Alzheimer, demência, depressão, transtorno de
ansiedade, transtorno alimentar, transtorno psicótico, deficiência intelectual e síndrome de Down.
Se você apresenta essa condição, responda as questões 6a e 6b. Caso não apresente, vá para a questão 7.
( ) SIM ( ) NÃO

6a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outros tipos de terapias prescritas por médico? (Responda não se
você não estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.)
( ) SIM ( ) NÃO

6b. Você tem problemas nas costas que afetam nervos e músculos?
( ) SIM ( ) NÃO

7) Você tem alguma doença respiratória? Essa categoria inclui doença pulmonar obstrutiva crônica, asma e hipertensão pulmonar.
Se você apresenta essa condição, responda as questões de 7a a 7d. Caso não apresente, vá para a questão 8.
( ) SIM ( ) NÃO

7a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não
estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.)
( ) SIM ( ) NÃO

7b. Seu médico já disse que seu nível de oxigênio no sangue é baixo em repouso ou durante exercício e/ou que você precisa de oxigenoterapia
suplementar?
( ) SIM ( ) NÃO

7c. Em caso de asma, você apresenta sintomas como “aperto” ou chiado no peito, respiração difícil, tosse insistente (> 2 dias/semana) ou usou
sua medicação de alívio mais de duas vezes na última semana?
( ) SIM ( ) NÃO

7d. Seu médico já disse que você tem hipertensão nos vasos sanguíneos dos pulmões?
( ) SIM ( ) NÃO

8) Você tem lesão na medula espinhal? Essa categoria inclui tetraplegia e paraplegia.
Se você apresenta essa condição, responda as questões de 8a a 8c. Caso não apresente, vá para a questão 9.
( ) SIM ( ) NÃO

8a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não
estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.)
( ) SIM ( ) NÃO

8b. Você apresenta, com frequência, pressão baixa em repouso que causa tontura, dor de cabeça leve e/ou desmaio?
( ) SIM ( ) NÃO

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Acompanhamento do seu Estado de Saúde

8c. Seu médico já indicou que você apresenta episódios repentinos de pressão alta (conhecidos como disreflexia autonômica)?
( ) SIM ( ) NÃO

9) Você já teve derrame? Essa categoria inclui ataque isquêmico transitório ou derrame cerebral.
Se você apresenta essa condição, responda as questões de 9a a 9c. Caso não apresente, vá para a questão 10.
( ) SIM ( ) NÃO

9a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não
estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.)
( ) SIM ( ) NÃO

9b. Você tem alguma deficiência de locomoção ou mobilidade?
( ) SIM ( ) NÃO

9c. Você teve derrame ou deficiência nos nervos ou músculos nos últimos seis meses?
( ) SIM ( ) NÃO

10) Você tem algum outro problema de saúde não listado anteriormente ou apresenta dois ou mais problemas de saúde?
Se você apresenta outros problemas de saúde, responda as questões de 10a a 10c. Caso não, leia as recomendações da última página.
( ) SIM ( ) NÃO

10a. Você já desmaiou ou perdeu a consciência por causa de uma lesão na cabeça nos últimos 12 meses ou foi diagnosticada uma concussão
nos últimos 12 meses?
( ) SIM ( ) NÃO

10b. Você tem algum problema de saúde que não está listado (como epilepsia, problemas neurológicos, problemas nos rins)?
( ) SIM ( ) NÃO

10c. Você atualmente convive com dois ou mais problemas de saúde?
( ) SIM ( ) NÃO

Por favor, descreva seus problemas de saúde e os respectivos medicamentos usados aqui:

Vá para a última página para as recomendações sobre seus problemas de saúde e assine a declaração de participante.

Se você respondeu NÃO a todas as questões sobre a sua condição de saúde, você está pronto para se tornar mais fisicamente ativo. Assine a
declaração de participante a seguir.

Recomendações

É aconselhavel consultar um profissional de Educação Física qualificado, a fim de desenvolver um plano de atividade física seguro e
efetivo de acordo com suas necessidades de saúde.
Você será encorajado a começar devagar e avançar gradualmente: 20 a 60 minutos de exercício de intensidade leve a moderada, 3 a 5
vezes por semana, incluindo exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular.
Conforme sua progressão, recomenda-se que você acumule 150 min. ou mais de atividade física de intensidade moderada por semana.
Se você tem mais de 45 anos de idade e não estiver acostumado a exercícios de esforço vigoroso ou máximo, consulte um profissional de
Educação Física qualificado antes de fazer exercícios com essa intensidade.

Se você respondeu SIM a uma ou mais questões sobre sua condição médica, você deve buscar orientações antes de se tornar mais fisicamente
ativo ou se comprometer com uma avaliação de aptidão. Faça a triagem on-line e o programa de recomendações de exercícios, o ePARmed-X+,
e/ou visite um profissional de Educação Física qualificado para trabalhar com o ePARmed-X+ e obter mais informações.

Declaração do Participante
Todas as pessoas que completaram o PAR-Q+ devem ler e assinar a declaração a seguir. Se você ainda não tem idade legal para consentir ou

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Acompanhamento do seu Estado de Saúde

pedir a avaliação de um profissional de Educação Física, os pais ou responsáveis também devem assinar este formulário.
Eu, abaixo assinado, li, entendi e respondi o questionário. Reconheço que esta autorização de atividade física é válida por até 12 meses desde o
preenchimento e que o formulário será inválido se minha condição de saúde mudar. Também reconheço que um Representante (como meu
empregador, academia de ginástica, profissional de saúde ou outro designado) pode manter uma cópia desse formulário. Nessas instâncias, o
Representante será obrigado a acatar diretrizes locais, nacionais e internacionais relativas ao armazenamento de informações pessoais de saúde,
garantindo que o Representante mantenha a privacidade da informação, não a use ou a divulgue injustamente.
Nome _________________________________________   Data _______
Assinatura _________________________________
Testemunha ________________________________
Assinatura do responsável ___________________________________

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Avaliação pré-participação
O especialista Carlos Vinícius de Souza Heggeudorn Herdy fará um resumo do módulo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Uma mulher com 55 anos pretende iniciar a prática de exercícios físicos. Ao chegar à academia, o profissional de Educação Física aplica o
questionário PAR-Q, pois, dessa forma, terá as informações de possíveis riscos à saúde da futura aluna. Sabendo que o PAR-Q possui respostas
positivas e negativas, quais respostas deverão ocorrer para que a aluna seja considerada apta a iniciar um programa de atividade física?

A O PAR-Q deverá ser todo positivo.

B O PAR-Q deverá ser todo negativo.

C O PAR-Q deverá ter pelo menos a metade das respostas positivas.

D O PAR-Q deverá ter pelo menos a metade das respostas negativas.

E O PAR-Q deverá ter pelo menos uma resposta positiva.

Parabéns! A alternativa B está correta.

As respostas negativas (não) estabelecem que o aluno não possui problemas de acordo com as perguntas citadas e seus possíveis riscos.
Dessa forma, se a aluna demonstrar qualquer pergunta positiva, antes deverá procurar um médico para verificar o problema de saúde.

Questão 2

Na avaliação pré-teste, encontramos tópicos como: objetivo com a prática de atividade física; histórico de atividade física; hábitos alimentares;
história de doença atual (HDA); e história patológica pregressa (HPP). Esses tópicos fazem parte do(a)?

A Anamnese

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B Teste

C Objetivo

D Medida

E Movimento

Parabéns! A alternativa A está correta.

A anamnese oferece as respostas necessárias para que os riscos à saúde sejam diminuídos na prática de exercícios físicos. O PAR-Q, em sua
última versão, é o instrumento recomendado na estratificação de risco para adesão a programas de exercícios físicos. O questionário consiste
em sete perguntas. Se o aluno responder sim a qualquer questão, deverá ser encaminhado para consulta médica antes dos testes de aptidão
física e/ou antes de iniciar um programa de exercícios físicos.

Considerações finais
Vimos neste material a importância da realização da avaliação morfofuncional, independentemente das características do beneficiário, seja uma
pessoa sedentária, fisicamente ativa, seja um adulto, atleta ou idoso.

O trabalho do profissional de Educação Física que esteja relacionado à prescrição de exercícios deve estar pautado inicialmente em uma avaliação
diagnóstica. No decorrer do processo de treinamento do beneficiário, outras avaliações devem ser realizadas para que haja acompanhamento e
demonstração do seu progresso. Assim, será possível a remodelação do programa de treinamento com segurança.

A anamnese e a avaliação de risco pré-participação tomaram grande parte do nosso estudo, porque por meio delas podemos conhecer melhor os
beneficiários e, com esses dados, prescrever os exercícios físicos mais seguros e eficazes para cada um deles.

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Podcast
Agora, o especialista Carlos Vinícius de Souza Heggeudorn Herdy encerra o tema falando sobre a Avaliação Morfofuncional.

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12/02/23, 10:54 Introdução à Avaliação Morfofuncional

Referências
AMERICAN COLLEGE SPORTS OF MEDICINE. ACSM. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 10. ed. Rio de Janeiro, RJ:
Guanabara Koogan, 2018.

AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA. Guidelines CPR: destaques das diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE. Dallas:
AHA, 2010.

BARROOW, H.; MCGEE, R. Medida de avaliação em Educação Física e esportes. 5. ed. São Paulo, SP: Manole, 2003.

BRASIL. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). 7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial. Rio de Janeiro, 2016.

BRASIL. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Atualização da diretriz brasileira de dislipidemia e prevenção à aterosclerose. Rio de Janeiro,
2017.

CONFEF. Nota técnica nº 002/2012. A avaliação física em programas de exercícios físicos e desportivos. Consultado na internet em: 02 dez. 2021.

FREITAS, S. L. et al. Avaliação educacional: formas de uso na prática pedagógica. Meta: Avaliação, v. 6, n. 16, p. 85-98, jan./abr. 2014.

GUEDES, D. P; GUEDES, J. E. R. Manual prático para avaliação em Educação Física. 1 ed. Barueri, SP: Manole, 2006.

HESPANHA, R. Medida e avaliação para o esporte e a saúde. Rio de Janeiro, RJ: Rubio, 2004.

MONTEIRO, A. B. M. C. Questões éticas e legais da avaliação física: uma reflexão. In: VARGAS, A. (org.). Dimensionamento ético da intervenção
profissional em Educação Física. Rio de Janeiro: CONFEF, 2017. p. 26-41.

POMPEU, F. Manual de cineantropometria. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 2005.

RIBEIRO, S. M. L.; MELO, C. M.; TIRAPEGUI, J. Avaliação Nutricional: teoria & prática. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2018.

ROCHA, A. C.; GUEDES JUNIOR, D. P. Avaliação física para treinamento personalizado, academias e esportes: uma abordagem didática, prática e
atual. São Paulo, SP: Phorte, 2013.

SILVA, F. M. (Org.). Recomendações sobre condutas e procedimentos do profissional de Educação Física na Atenção Básica à Saúde. 5. ed. Rio de
Janeiro, RJ: CONFEF, 2017.

VARGAS, A. (org.). Dimensionamento ético da intervenção profissional em Educação Física. Rio de Janeiro, RJ: CONFEF, 2017. p. 101-108.

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12/02/23, 10:54 Introdução à Avaliação Morfofuncional

Para saber mais sobre os assuntos tratados nesse conteúdo:

Leia o artigo A importância da avaliação física de qualidade, publicado na Revista Educação Física, CONFEF, 2013.

Leia o artigo O antropometrista na busca de dados mais confiáveis, de Diego Augusto Santos Silva et al., publicado na Rev Bras Cineantropom
Desempenho Hum 2011.

Leia o artigo Cálculo do erro técnico de medição em antropometria, de Talita Adão Perini et al., publicado na Rev Bras Med Esporte, jan./fev.
2005.

Consulte o documento Medida correta da pressão arterial no site da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP, para entender os
procedimentos indicados, assim como os cuidados e as recomendações.

Visite o site do Colégio Americano de Medicina Esportiva (American College of Sports Medicine - ACSM).

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03018/index.html# 35/35

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