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12/02/23, 10:58 Composição corporal

Composição corporal
Prof. Sidney Cavalcante

Descrição

A utilização de métodos de avaliação da composição corporal na determinação da quantidade de gordura


no ser humano.

Propósito

Conhecer as técnicas de avaliação da composição corporal é fundamental para o profissional de Educação


Física, visto a importância desta para a saúde, qualidade de vida, desempenho físico e esportivo.

Objetivos

Módulo 1

Métodos diretos e indiretos de avaliação


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Identificar as técnicas diretas e indiretas para a avaliação da composição corporal.

Módulo 2

Métodos duplamente indiretos de avaliação

Identificar as técnicas duplamente indiretas para a avaliação da composição corporal.

Módulo 3

O método do somatotipo

Reconhecer o método de somatotipo na avaliação da composição corporal.

meeting_room
Introdução
Existem muitos métodos para avaliar a composição corporal e cada um tem vantagens e limitações. Para
compreender essa variedade, categorizamos os métodos com nível de precisão na estimativa da gordura
corporal. A categoria de nível 1 engloba os métodos de referência, mais precisos. O segundo nível de
métodos de composição corporal são os métodos de laboratório, que em muitos casos não são precisos o
suficiente para serem classificados como métodos de referência, mas são úteis e frequentemente usados
como métodos de critério para avaliar um novo método. O terceiro nível são os métodos de campo, os quais
podemos dividi-los em duas partes: as dobras cutâneas, bioimpedância e circunferências e a outra formada
pelos índexes.

Assim, discutiremos o que é a composição corporal, de que maneira podemos quantificar as estruturas que
fazem parte da massa corporal total, como funcionam os métodos e como os aplicamos na prática para

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avaliar a composição corporal dos alunos.

1 - Métodos diretos e indiretos de avaliação


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as técnicas diretas e indiretas para a
avaliação da composição corporal.

Padrões para o desenvolvimento das técnicas de


composição corporal
A avaliação da composição corporal tem por objetivo quantificar os componentes estruturais do corpo,
dividindo-os em:

scale
Gordura
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Músculos

Ossos

Vísceras

water_drop
Líquidos corporais
Quando relacionados ao desempenho ou à saúde, é fundamental estabelecer as relações da gordura
corporal com as demais estruturas, pois o excesso de gordura implica maiores exigências físicas nos vários
desportos.

Muitas vezes, o excesso de gordura corporal não é refletido na massa corporal total, e provavelmente esse
excedente é a causa da deficiência na realização de uma atividade física.

A gordura corporal tende a aumentar com o envelhecimento, devido ao declínio do


volume de atividade física, à diminuição do ritmo metabólico basal associado à
manutenção ou ao aumento do aporte calórico, excedendo na maioria das vezes as
necessidades calóricas diárias.

O excesso de peso corporal, quando associado à manutenção da saúde, não pode ser visto como problema,
mas, sim, a quantidade de gordura corporal associada a este, pois a quantidade de gordura corporal,
independentemente do peso, contribui para o aparecimento de doenças crônico-degenerativas.

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Em países desenvolvidos e no Brasil, o maior percentual de mortalidade está diretamente ligado às doenças
crônico-degenerativas relacionadas ao sistema cardiorrespiratório, deixando claro não ser esse fator de
risco um mal restrito a países desenvolvidos, mas ao mundo. Mudanças nesse quadro exigem medidas que
gerem modificações na composição corporal, levando a gordura corpórea a relações aceitáveis com a
massa corporal total, prevenindo o desencadeamento de processos que causem danos à saúde.

A massa celular do corpo é, por definição, o tecido metabolicamente ativo, envolvido no consumo de
oxigênio, na transferência de energia e no trabalho químico. A gordura corporal tem uma função
metabolizante ínfima, deixando claro que, além do efeito lesivo que o excesso de gordura causa à saúde,
este, quando relacionado ao desempenho atlético, aumenta o desgaste energético, gerando stress de ordem
física, reduzindo desempenho. Nesse sentido, observa-se uma diferença em termos conceituais entre o
excesso de peso e a obesidade.

Obesidade

É definida como uma condição na qual apenas a quantidade de gordura ultrapassa os índices
desejados.
close

Excesso de peso

Refere-se à condição em que o peso corporal como um todo excede determinados limites em função
do sexo, da faixa etária e da estatura.

A literatura não é unânime quanto aos cortes de determinação dos percentuais de gordura para considerar
uma pessoa obesa. Normalmente, índices de gordura percentual aceitáveis para homens entre 17 e 50 anos
se situam entre 12% e 15% do peso corporal. Valores acima de 20% são associados como o primeiro corte
para classificar indivíduos obesos do sexo masculino, entretanto, Lohman (1992), apresenta padrões de
gordura corporal de referência, nos quais qualifica como obesos acima dos 25%. Assim, acredita-se que a
visualização do percentual de gordura em faixas possibilite classificar os indivíduos com relação à
quantidade de gordura corporal.

Para que inferências possam ser realizadas, diversos modelos teóricos são utilizados para a obtenção de
medidas de referência com relação à composição corporal, buscando o desenvolvimento de técnicas
capazes de predizer algumas estruturas. Desde as pesquisas realizadas por volta dos anos 1940, um
esforço concentrado vem sendo realizado nessa área de pesquisa.

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Lohman e Milliken (2020) relatam que a grande variedade de métodos pode ser dividida em três níveis:

Nível de validade Técnica

Nível 1 Modelo multicomponente, imagem por ressonância


Direta. magnética e tomografia computadorizada.

Nível 2 Pesagem hidrostática, pletismografia por deslocamento de


Indireta, baseada em hipóteses ar, absortometria de raios x de dupla energia e imagem por
quantitativas. ultrassom.

Nível 3
Duplamente indireta calibrada em Antropometria, dobra cutânea e impedância.
função dos métodos do nível 2.

Tabela: Níveis de validação de diferentes técnicas para estimativa do percentual de gordura.


Adaptada de Lohman; Milliken, 2020.

As técnicas do 1º nível são diretas, as de 2º nível são chamadas indiretas , pois estimam outros parâmetros
que não a gordura, como a densidade corporal, para estimar a quantidade de gordura, e os métodos do 3º
nível são considerados duplamente indiretos, pois são calibrados em função dos métodos de 2º nível.

Para que esses métodos possam ser desenvolvidos, é necessário que o corpo seja subdividido em
compartimentos. Podemos classificá-los como: modelo de dois componentes, modelo químico, modelo de
fluidos corporais e modelo anatômico. Veja a seguir:

Modelos de composição corporal.

Esses modelos buscam analisar a composição corporal com o menor erro possível. Dentre os padrões
observados anteriormente, o modelo de dois componentes é a estrutura mais utilizada pela maioria das
técnicas de avaliação da composição corporal, sendo considerado o modelo clássico, dividindo o corpo em:
gordura corporal e massa livre de gordura (massa corporal magra). Aparentemente, massa livre de gordura
e massa corporal magra parecem ter o mesmo significado, mas são diferentes:

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Massa corporal magra

Inclui em seu conteúdo os lipídios essenciais utilizados nas funções corporais.

close
Massa corporal livre de gordura

Não inclui os lipídios essenciais.

Assim, ressalta-se que, apesar da sinonímia verificada entre os termos, essa utilização pode induzir a erros
na quantificação da gordura corporal.

Comentário

O modelo de dois componentes, apesar de ser mais utilizado, possui limitações que podem comprometer os
resultados da avaliação da composição corporal, refletindo nas equações de predição. O critério utilizado na
avaliação do modelo de dois componentes é a hidrodensitometria, a qual será abordada mais adiante.

Estimar a composição corporal por meio desse método é assumir que a água corporal, o conteúdo mineral
ósseo e as frações da massa corporal livre de gordura são constantes, dia após dia. Entretanto, existem
controvérsias quanto à verdade dessas premissas. Com isso, ocorreu o desenvolvimento de modelos
multicomponentes em que dois ou mais são determinados, o que teoricamente aumenta a precisão da
medida da composição corporal.

Contudo, o modelo composto por vários componentes também possui algumas limitações, pois, embora o
modelo de vários componentes possa minimizar o problema do modelo de dois componentes, o erro
associado à medida de cada componente, quando combinado, poderia aumentar o erro na estimativa da
composição corporal. Contudo, a tecnologia avançou e hoje contamos com vários equipamentos que
podem ser utilizados na melhoria dos modelos para a avaliação da composição corporal.

Métodos diretos
Até pouco tempo, a única forma direta para a medida da composição corporal era realizada em cadáveres.
Estudos clássicos realizados nas décadas de 1940, 1950 e 1960 dissecaram 9 cadáveres adultos para
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estudos de composição corporal. Mais recentemente, esse número foi alterado para 34 para uma nova
referência na avaliação da composição corporal. Apesar das limitações que envolvem estudos cadavéricos,
esse foi o ponto de partida para o desenvolvimento de várias equações e validação de métodos indiretos,
tornando-se padrão-ouro na validação de novos métodos e equações.

Com o avanço tecnológico, métodos de imagem como a tomografia


computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) são os métodos de
referência de maior precisão para quantificar a composição corporal. Eles
apresentam alto custo, mas são necessários para validação de outros métodos,
assim como foram os estudos cadavéricos.

A utilização da RM para estimar a composição corporal, divide o corpo em três partes:

Membros inferiores.

Abdome.

Membros superiores.

O equipamento possui um grande ímã que interage com o corpo humano por meio de um campo magnético
e pulsos de radiofrequência. Fatias transversais de imagens são adquiridas e quanto maior é esse número,
maior é a precisão e a exatidão das imagens geradas. O tempo de exame depende do tipo de equipamento e
do tempo de varredura. Quanto mais fatias transversais são adquiridas, maior é o tempo de teste, contudo,
em média, o exame dura 30 minutos.

Técnica para avaliação da composição corporal por RM e TC.

Ressonância magnética (RM) e tomografia


computadorizada (TC)
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Veja a seguir os equipamentos de RM e TC:

Ressonância

Tomógrafo

A TC utiliza o mesmo princípio da RM. Um tubo de raios X e um receptor giram perpendicularmente ao redor
do corpo. As regiões de interesse são selecionadas de maneira semelhante à RM. O tubo de raios X fornece
radiação ionizante que é captada pelo receptor após passar pelo corpo e ser atenuada pelos diferentes
tecidos pelos quais os raios X passaram.

Comentário

As técnicas TC e RM são adequadas para validar novos métodos de estimativa da composição corporal.
Entretanto, a TC expõe os indivíduos a uma quantidade substancial de radiação, o que não acontece com a
RM. Além disso, o custo operacional de ambas é muito alto, o que inviabiliza a utilização desses métodos de
forma rotineira.

Uma saída muito interessante é a utilização da absortometria radiológica de dupla energia – DEXA, para a
validação de métodos já existentes e novas equações, já que a metodologia é válida em relação à RM e à TC,
envolvendo uma dose mínima de radiação com custo menor.

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Métodos indiretos

Pesagem hidrostática
A hidrodensitometria ou a pesagem hidrostática era considerada o padrão-ouro para a medida da
composição corporal. É baseada no princípio de Arquimedes, no qual um corpo imerso em meio líquido
sofre a ação de uma força de empuxo, a qual é expressa pela perda de peso igual ao deslocamento de
fluido.

Essa técnica divide o corpo em dois compartimentos, um de gordura e outro isento de gordura; e diz que a
densidade desses dois compartimentos é conhecida e aditiva. Além disso, assume que as densidades e as
quantidades relativas dos três principais componentes da massa isenta de gordura (água, proteína e sais
minerais) são conhecidas e constantes dentro e entre os indivíduos.

Densidade Proporção
Componente
(g/cc) (%)

Gordura 0,9007 15,3

Massa corporal magra 1,1000 84,7

Água 0,9937 73,8

Proteína 1,34 19,4

Mineral 3,038 6,8

Tabela: Densidade dos componentes de gordura e massa corporal magra.


Sidney Cavalcante

Quando utilizamos a pesagem hidrostática, obtemos o volume corporal, variável fundamental para, em
conjunto com o peso corporal, fornecer a densidade corporal. Contudo, só os valores de peso corporal fora
d’água e dentro não são suficientes, já que o ar dos pulmões e os gases do aparelho gastrointestinal, no
momento da pesagem, podem alterar o peso na água e a densidade final.

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O ar nos pulmões, resolvemos parcialmente ao solicitar ao avaliado que, ao submergir, solte o ar em uma
expiração forçada máxima. O ar que permanece nos pulmões, volume residual, corrigimos por equação ou
por meio de técnicas de diluição de oxigênio ou hélio em circuito fechado. Os gases presentes no aparelho
gastrointestinal não podem ser medidos, no entanto, como se estima que esse valor seja menor que 100ml,
ele é desconsiderado.

A medida consiste em submergir em um tanque (1,5m x 1,5m x 2m), conforme a imagem a seguir, até que se
consigam medidas estáveis (diferença de 5g de uma para a outra) do peso dentro d’água. Essas medidas
são somadas e o valor médio é utilizado.

Medida da pesagem hidrostática com a medida de volume residual.

A densidade corporal pode ser calculada pela seguinte fórmula:

Preal 
Densidade corporal (g/ml) =
Preal −Pagua 
− (VR + 100ml)
Dagua 

Rotacione a tela. screen_rotation


Preal = peso corporal determinado fora d’água em gramas. Págua = peso corporal completamente submerso na água em gramas. Dágua =

densidade da água na temperatura no momento da avaliação. VR = volume residual determinado em ml.

Apesar da pesagem hidrostática permitir um valor de densidade corporal preciso, alguns fatores podem
limitar o uso dessa técnica, devido à difícil utilização no cotidiano, já que o tempo gasto na avaliação é
grande. Ter uma boa adaptação ao meio líquido é importante, pois precisamos da colaboração do avaliado
na realização da medida. Apesar de parte do volume pulmonar ser expelido na expiração forçada máxima,
sem a utilização da medida direta do volume residual, esse sempre vai ser um fator de erro. Por fim, o alto
custo para manter esse equipamento torna sua utilização complexa.

Pletismografia por deslocamento de ar (PDA)

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A pletismografia também mede a densidade corporal, porém a técnica utiliza o deslocamento de ar e se


baseia na Lei de Boyle, em que, em um recipiente isotérmico fechado, volume e pressão variam em
proporção inversa. Enquanto o volume aumenta, pressão diminui e vice-versa.

O advento do BOD POD, desenvolvido pela Life Measurement Instruments, Inc, foi importante. O
equipamento é formado por uma única estrutura contendo duas câmaras que são separadas por um
assento de fibra de vidro moldado. O avaliado se senta na câmara de teste, entrando por uma porta que
pode ser lacrada por uma série de eletroímãs. A câmara está acoplada a um computador que por meio de
um software é capaz de determinar as variações nos volumes de ar e pressão no interior da cabine vazia e
com o avaliado, além das variáveis pulmonares necessárias para a estimativa do volume corporal. Assim
que a densidade corporal é determinada, pode ser convertida em gordura percentual por meio de equações
específicas.

Pletismografia por deslocamento de ar (BOD POD).

Embora seja uma técnica de densidade corporal muito mais fácil de ser aplicada quando comparada à
pesagem hidrostática, também é baseada em um modelo de dois componentes que se fundamenta no
pressuposto de que a densidade da massa corporal magra é constante, assim, as estimativas de
porcentagem de gordura corporal em humanos se mostraram menos precisas. Portanto, é importante que
estudos utilizando modelos multicomponentes sejam realizados com o intuito de melhorar a técnica. Até lá,
é importante interpretar cuidadosamente os resultados.

Absortometria de raios X de dupla energia (DEXA)


A DEXA é capaz de estimar o conteúdo ósseo, a gordura, além da massa de tecido esquelético mole, sendo
um método sensível para detectar pequenas mudanças na composição corporal ao longo do tempo, tanto
em um grupo de indivíduos submetidos a um programa de treinamento quanto aqueles sedentários. No
geral, a DEXA apresenta bons resultados quando utilizada para avaliar a composição corporal à frente de
métodos tradicionais.

Com o indivíduo deitado, em decúbito dorsal, sobre a mesa do instrumento com as palmas da mão para
baixo e as pernas afastadas, um feixe de raios X de dupla energia percorre o corpo por inteiro. As sondas
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responsáveis pela emissão dos feixes de raios X se encontram abaixo da mesa sobre a qual o paciente está
deitado e as sondas detectoras no braço acima do paciente que se movem em conjunto com a fonte
emissora de raios X, por cerca de 12 minutos, conforme a imagem a seguir.

Avaliação da composição corporal por DEXA.

Em função da densidade da estrutura, o sinal apresentará maior ou menor dificuldade em sua propagação
diferenciando tecidos ósseos de tecidos magros e gordurosos. Um software reconstrói os feixes de raios X
produzindo uma imagem, assim, é possível quantificar o conteúdo mineral ósseo, a massa corporal livre de
gordura e a massa total de gordura. Além disso, permite que a análise da composição corporal seja
segmentada, dividida em membros superiores, inferiores e tronco. É importante que alguns cuidados sejam
tomados para que os erros sejam minimizados. Veja a seguir as recomendações para estimativas de
composição corporal por DEXA:

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O avaliado deve estar com a menor quantidade de roupa possível.

Em jejum de 12 horas e com a bexiga vazia.

Não realizar atividades físicas intensas no mínimo 12 horas antes do exame.

O avaliado deve estar na posição supina, com as palmas das mãos para baixo e sem tocar o
tronco, braços e pernas estendidos, pés em posição neutra e rosto para cima com queixo
neutro.

O avaliado não deve ser medido em estado de desidratação.

A soma do tecido magro, de gordura e mineral ósseo deve ser comparada com a massa
corporal total por escala.

O equipamento deve estar calibrado.

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Atualmente, a DEXA, por ser um método mais prático e apresentar boa acurácia na estimativa da gordura
corporal (2% a 3%), tem se apresentado como padrão-ouro para validação de equações utilizando dobras
cutâneas e bioimpedância.

Imagem por ultrassom


A utilização do ultrassom como técnica de medida da composição corporal é relativamente nova. É comum
vermos sua utilização em avaliações pré-natal e outras aplicações, mas, como um instrumento capaz de
avaliar a gordura corporal, tem aproximadamente 50 anos. Vários estudos demonstram que a técnica é
capaz de medir com exatidão o tecido gorduroso quando comparado a métodos de referência.

O ultrassom utiliza uma técnica de eco por pulso, em que um transdutor ou a cabeça de varredura,
compreendendo cristais piezoelétricos capazes de produzir ondas sonoras de alta frequência (2,5MHz),
transmite um feixe de ultrassom através da pele. Quando esse feixe entra em contato com diferentes
tecidos, é parcialmente refletido como um eco que a cabeça de varredura é capaz de detectar. Como cada
tipo de tecido tem densidade diferente e impedância acústica única, ele reflete o feixe em intensidades de
eco variáveis, e o detector pode converter esses sinais em imagens, fornecendo informações de
profundidade e tipo de tecido.

As interfaces dos tecidos moles refletem apenas uma pequena parte do som, porque os tecidos moles
biológicos diferem pouco na resistência à propagação do som, nos permitindo identificar a espessura da
gordura corporal subcutânea e a massa muscular no ponto que está sendo avaliado.

Equipamento de ultrassom para medida de gordura corporal.

A técnica de imagem por ultrassom tem se mostrado muito promissora, devido às inovações nas capturas
de imagens utilizadas para a análise da composição corporal. No entanto, o método ainda carece de
validação em relação a um modelo de quatro componentes. Se os resultados forem positivos, o ultrassom
pode ser um método de laboratório e um método de campo para a avaliação da composição corporal, uma

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vez que promete ser altamente preciso, portátil e de baixo custo, ao contrário de todos os outros métodos de
laboratório.

video_library
Técnicas diretas e indiretas para avaliação da
composição corporal
Assista ao vídeo que explica sobre as técncicas diretas e indiretas para avaliação da composição coroporal.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Ao analisarmos a avaliação da composição corporal, é possível identificar os vários métodos que


podem ser utilizados para a obtenção da gordura corporal. Esses métodos podem ser classificados de
acordo com o seu poder de precisão. Considerando o nível de precisão e a respectiva técnica de
avaliação, assinale, abaixo, a opção correta.

A Nível 1 – DEXA, bioimpedância e tomografia computadorizada.

B Nível 3 – DEXA, dobra cutânea e antropometria.

C Nível 2 – dobra cutânea, antropometria e DEXA.

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D Nível 4 – IMC, antropometria e dobra cutânea.

E Nível 2 – DEXA, pesagem hidrostática e ultrassom.

Parabéns! A alternativa E está correta.

As técnicas estão divididas pelo seu nível de precisão. Técnicas associadas ao nível 2 são capazes de
validar novas técnicas, o que não é possível utilizando dobra cutânea.

Questão 2

A técnica de absortometria de raios X de dupla energia tem se apresentado como um excelente método
indireto para validação de outros métodos. Contudo, para que tenhamos maior precisão em seus
resultados, alguns cuidados são necessários em sua aplicação. Assinale, abaixo, a opção que
contempla esses cuidados.

O avaliado deve utilizar uma roupa leve, em jejum de 8 horas, com a bexiga vazia e
A
hidratado.

O valor obtido de massa magra no exame deve ser comparado com a massa corporal
B
total; o avaliado deve fazer uma dieta rica em carboidrato 8 horas antes da avaliação.

O avaliado deve estar com o mínimo de roupa, em jejum de 12 horas, com a bexiga vazia
C
e hidratado.

O avaliado não deve realizar atividade física extenuante pelo menos 4 horas antes do
D exame; utilizar o mínimo de roupa possível e fazer uma dieta rica em carboidrato 8 horas
antes da avaliação.

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A DEXA deve ser calibrada contra equipamento padrão a cada 90 dias, garantindo o
E adequado funcionamento, e o avaliado deve estar em jejum de 12 horas e fazer uma
dieta rica em carboidrato 8 horas antes da avaliação.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Alguns cuidados são importantes para o bom funcionamento da técnica, não só em relação ao avaliado,
mas também em relação ao equipamento.

2 - Métodos duplamente indiretos de avaliação


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as técnicas duplamente indiretas para a
avaliação da composição corporal.

Dobras cutâneas

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A medida de dobras cutâneas é uma das abordagens mais amplamente utilizadas para estimar a gordura
corporal. Baseia-se na suposição de que:

looks_one
A dobra cutânea é representativa da gordura subcutânea.

looks_two
A razão entre a distribuição de gordura subcutânea e a gordura interna é similar nos indivíduos.

looks_3
Existe uma relação entre a gordura subcutânea e a gordura corporal total.

Essas hipóteses são válidas quando combinam medidas de dobras cutâneas. Várias dobras cutâneas
podem ser usadas para estimar a porcentagem total de gordura corporal com um erro padrão de estimativa
(EPE) na faixa de 3% a 4%.

O método permite caracterizar a distribuição da gordura e possui boa correlação com a obesidade e o risco
de doenças crônicas.

A medida de dobras cutâneas é um dos métodos mais utilizados na clínica, seja de forma isolada ou nas
fórmulas de densidade, para posteriormente calcular a porcentagem de gordura. A razão é que os
compassos de dobras cutâneas são simples, portáteis e relativamente baratos. Consequentemente,
profissionais de saúde podem usá-los para ajudar no monitoramento do estado de saúde de indivíduos;
treinadores esportivos podem acompanhar a composição corporal dos atletas; e pesquisadores podem
utilizá-los nos estudos da composição corporal em ensaios clínicos de grande escala e investigações
epidemiológicas.

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Apesar de o método ser amplamente empregado, alguns cuidados devem ser tomados. Por ser um método
que depende da habilidade do avaliador para gerar dados que serão utilizados em equações, erros
associados a esses fatores podem comprometer a medida.

Fontes de erros associados às medidas de dobras


cutâneas
Veja as principais fontes de erros associadas às medidas de dobra cutânea:

Habilidade do avaliador expand_more

3% a 9% da variabilidade nas medidas podem ser atribuídas a erro interavaliador.

Tipos de adipômetro expand_more

Dependendo do tipo de adipômetro, podemos ter menor precisão. A tensão constante que é uma
característica dos equipamentos, pode se apresentar inconstante em outros equipamentos.
Podemos encontrar diferenças nas escalas de medidas e uma menor consistência em avaliadores
inexperientes.

Fatores individuais expand_more

A variabilidade nas medidas entre os indivíduos pode ser atribuída não só à diferença na quantidade
de gordura, mas também a diferentes espessuras da pele, compressibilidade do tecido adiposo e
nível de hidratação.

Seleção da equação de predição expand_more

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A escolha da equação para determinar a densidade corporal, para cálculo do percentual de gordura é
um importante fator de erro. Assim, é importante verificar qual é o EPE associado à equação
escolhida, para que ela esteja dentro dos 3% a 4%.

Fontes de erros observados na realização das medidas


de dobras cutâneas
Como a medida de dobra cutânea é avaliador dependente, quanto mais treinado, menor é a probabilidade de
erros.

Veja os principais erros observados na realização das medidas de dobra cutânea:

Destacar a dobra em ponto anatômico e eixo corporal inadequado.

Entrar com as extremidades do compasso muito próximas ou demasiadamente distantes dos dedos que a
estão pinçando.

Não entrar com o compasso perpendicularmente à dobra.

Entrar com o compasso muito profundo ou superficialmente em relação à dobra.

Pinçar estrutura extra à dobra cutânea.

Esperar mais de 2 segundos, após o pinçamento da dobra, para realizar a leitura.

Soltar a dobra, ainda com o compasso no local do pinçamento, para realizar a leitura.

Realizar a medida logo após a prática de atividades físicas.

Em uma reavaliação, não utilizar o mesmo equipamento utilizado na anterior.

Utilizar equipamentos descalibrados.

Tendo a teoria da técnica para marcação dos pontos anatômicos, os locais exatos onde elas serão medidas,
o domínio da técnica para medida de cada dobra cutânea e observando com atenção os erros anteriormente
colocados, com certeza sua medida de dobra cutânea a cada avaliação ganhará precisão e você mais
confiança em sua realização.

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Equações de predição para dobras cutâneas


Existem várias abordagens no desenvolvimento de equações de dobras cutâneas. Podemos dividí-las em
equações específicas e generalizadas. As específicas são desenvolvidas para uma determinada população e
possuem características peculiares; se esse tipo de equação é utilizado em uma população diferente,
podemos ter erros na determinação do percentual de gordura pela falta de especificidade.

Exemplo

Utilizar uma equação para determinação da gordura corporal em indivíduos sedentários, que tenha sido
desenvolvida para atletas, não é a melhor opção, já que podemos ter erros.

As equações generalizadas podem atender a uma ampla população já que em seu desenvolvimento utiliza-
se uma ampla faixa etária e indivíduos com características diversas. A seguir, selecionamos algumas
equações que podem ser utilizadas para a determinação da densidade corporal.

Variável Equação de regressão

Ʃ 7 DC DC = 1,0970-0,00046971(X1) + 0,00000056(X1)
2
- 0,00012828 (I)

Ʃ 3 DC DC = 1,0994921-0,0009929(X2) + 0,0000023(X2)
2
- 0,00011392 (I)

Ʃ 3 DC DC = 1,089733-0,20009245(X3) + 0,0000025(X3)
2
- 0,0000979 (I)

Tabela: Equações de regressão generalizadas para a predição da densidade corporal em mulheres adultas entre 18 e 55 anos.
Adaptada de Jackson; Pollock; Ward, 1980, p. 175-181.

Vamos entender as variáveis apresentadas anteriormente:

Ʃ 3 DC = somatório das dobras cutâneas (mm).

r = correlação entre o somatório de dobras cutâneas e os valores de densidade corporal.

X1 = Ʃ 3 DC  tricipital, suprailíaca, coxa, peitoral, abdome, axilar média e subescapular.

X2 = Ʃ 3 DC  tricipital, suprailíaca e coxa.

X3 = Ʃ 3 DC  tricipital, suprailíaca e abdome.

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12/02/23, 10:58 Composição corporal

I = idade em anos.

Variável Equação de regressão

Ʃ 7 DC DC = 1,11200000 - 0,00043499(X1) + 0,00000055(X4)


2
- 0,00028826 (I)

Ʃ 3 DC DC = 1,1093800-0,0008267(X4) + 0,0000016(X2)
2
- 0,0002574 (I)

Ʃ 3 DC DC = 1,1125025 - 0,0013125(X3) + 0,0000025(X6)


2
- 0,0002440 (I)

Tabela: Equações de regressão generalizadas para a predição da densidade corporal em homens adultos entre 18 e 61 anos.
Adaptada de Jackson; Pollock, 1978, p. 497-504.

Vamos entender as variáveis apresentadas anteriormente:

Ʃ 3 DC = somatório das dobras cutâneas (mm).

r = correlação entre o somatório de dobras cutâneas e os valores de densidade corporal.

X4 = Ʃ 3 DC  tricipital, suprailíaca, coxa, peitoral, abdome, axilar média e subescapular.

X5 = Ʃ 3 DC  peitoral, abdome e coxa.

X6 = Ʃ 3 DC  peitoral, tricipital e subescapular; I= idade expressa em anos.

I = idade em anos.

Sexo Variável Equação de regressão

M Ʃ 4 DC DC = 1,03465850 - 0,00063129(Y1) + 0,0000018

F Ʃ 2 DC DC = 1,10098229 - 0,00145899(X1) + 0,0000070

Tabela: Equações generalizadas para a predição de densidade corporal em homens e mulheres entre 18 e 66 anos.
Adaptada de Petroski, 1995, p. 89-91.

Vamos entender as variáveis apresentadas anteriormente:

Ʃ 3 DC = somatório das dobras cutâneas (mm).

r = correlação entre o somatório de dobras cutâneas e os valores de densidade corporal.

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Y1 = Ʃ 3 DC  axilar média, suprailíaca, coxa e panturrilha.

X1 = Ʃ 3 DC  tríceps e axilar média.

MC = massa corporal (kg).

ES = estatura (cm).

ID = idade em anos.

Faixa etária homens: 18 a 66 anos.

Faixa etária mulheres: 18 a 51 anos.

Sexo Variável Equação de regressão

M Ʃ 2 DC %G = 0,735 (trí ceps + panturrilha) + 1,0

F Ʃ 2 DC %G = 0,610 (trí ceps + panturrilha) + 5,1

Tabela: Equações generalizadas para a predição do percentual de gordura para jovens entre 8 e 18 anos.
Sidney Cavalcante

Vamos entender as variáveis apresentadas anteriormente:

Ʃ DC = somatório de 2 dobras cutâneas.

%G = percentual de gordura.

Sexo Variável Equação de regressão

M Ʃ 2 DC %G = 1,21 (TRIC + SUB) - 0,008 (TRIC + SU

F Ʃ 2 DC %G = 1,33 (TRIC + SUB) - 0,013 (TRIC + SU

Tabela: Equações generalizadas para a predição do percentual de gordura para jovens entre 8 e 18 anos com Ʃ DC (TRIC + SUB) < 35,0mm
Sidney Cavalcante

Vamos entender as variáveis apresentadas anteriormente:

Ʃ DC = somatório de 2 dobras cutâneas.

%G = percentual de gordura.
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12/02/23, 10:58 Composição corporal

TRIC = tríceps.

SUB = subescapular.

Idade Brancos Pretos

Pré-púbere -1,7 -3,5

Pubescente -3,4 -5,2

Pós-pubescente -5,5 -6,8

Tabela: Intercepto para as equações de predição para jovens entre 8 e 18 anos do sexo masculino.
Adaptada de Slaughter et al., 1988, p. 709-723.

O intercepto são valores utilizados em função de uma classificação arbitrária de cor da pele para determinar
indivíduos de pele clara e indivíduos de pele escura, já que a equação de Slaughter et al. (1988) foi
desenvolvida no Estados Unidos e a amostra era composta por indivíduos de ambas as cores de pele. De
acordo com o IBGE, negros no Brasil correspondem ao somatório de pretos e pardos. Assim, achamos mais
adequado utilizar a nomenclatura preto, que identifica em nosso país a amostra utilizada pelos autores.

Equações de predição do percentual de gordura para


obesos
O método de dobras cutâneas não deve ser utilizado na estimativa da composição corporal de indivíduos
extremamente obesos, pois, com o aumento dos níveis de adiposidade, a proporção entre o tecido adiposo
subcutâneo e o total se modifica, afetando a relação entre o somatório de dobras cutâneas e a densidade
corporal.

Além disso, a aplicabilidade do método é limitada porque:

A identificação do sítio de medida e a palpação dos acidentes ósseos são mais difíceis.

A espessura da dobra pode ser maior do que a abertura máxima dos compassos e pode não ser possível
destacar a dobra cutânea dos tecidos abaixo dela.

Há uma maior variação na profundidade em que as pontas do compasso devem ser colocados na dobra.

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A variabilidade na composição do tecido adiposo pode afetar a compressibilidade da dobra cutânea.

Há um aumento do erro interavaliador.

Assim, medidas circunferenciais associadas à medida da massa corporal podem ser úteis na avaliação de
indivíduos com obesidade. Uma equação foi apresentada por Weltman et al. (1987) para predizer a massa
livre de gordura em homens com idades entre 24 e 68 anos, utilizando circunferências abdominais e a
massa corporal. Posteriormente, Weltman et al. (1988) desenvolveram uma equação para predição da
gordura percentual em mulheres obesas de 20 a 60 anos. Em geral, em indivíduos obesos, a massa corporal
é suficiente para o acompanhamento do emagrecimento.

Métodos antropométricos
As medidas antropométricas, como massa corporal, estatura, diâmetros ósseos, circunferências e dobras
cutâneas, além de avaliar o corpo humano por meio da forma, proporção e distribuição, permite avaliar a
composição corporal por meio de índices antropométricos. Apesar de esses índices não discriminarem as
estruturas como a gordura corporal, eles são utilizados para identificar indivíduos em risco de doenças. É
sabido que o excesso de gordura corporal, principalmente na região central, está associado a várias doenças
crônicas, como hipertensão, diabetes, dislipidemia etc. Índices antropométricos são baratos e podem
auxiliar no mapeamento do risco de desenvolvimento dessas doenças.

Índice de massa corpórea (IMC)


Durante muitos anos, a relação peso/estatura foi utilizada com o propósito de estabelecer uma associação
desta e a obesidade. Contudo, apesar de utilizado em estudos epidemiológicos, o conceito de peso relativo
apresentava alguns aspectos negativos. As diferentes constituições físicas e a grande variabilidade de sua
composição dificultavam a utilização de padrões populacionais que pudessem ser utilizados em larga
escala.

Na busca por indicadores antropométricos para expressar a influência do comportamento do peso e da


estatura na relação com a obesidade, identificou-se que o peso de adultos normais era proporcional à altura
ao quadrado. Confira a fórmula do IMC.

P eso(kg)
(I M C = )
2
( Altura  (m)

Rotacione a tela screen_rotation


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Rotacione a tela. screen_rotation
Assim, nasce o Índice de Quételet ou, como mais comumente é chamado, Índice de Massa Corpórea (IMC).
A ideia era criar um índice que pudesse avaliar o estado nutricional, com baixo custo e pudesse ser aplicado
em grandes populações.

Esse índice tem sido utilizado com fins clínicos e epidemiológicos como um indicador de obesidade em

adultos, crianças e idosos. Quando o IMC se encontra acima de 20kg/m2 há uma elevação no risco de
morbidade por diabetes tipo 2, hipertensão, doença cardíaca coronariana, acidente vascular cerebral, apneia
de sono; em alguns tipos de câncer, como próstata, cólon, endométrio e mama, o risco aumenta quando o

IMC se apresenta acima de 25kg/m2.

Atenção!

O IMC apresenta limitações que devem ser consideradas, como a inabilidade em medir a distribuição da
gordura ou distinguir entre compartimentos corporais a massa magra e a gordura. Isso explica o fato de
verificar altos valores de IMC em indivíduos que apresentam reduzido percentual de gordura e elevados
valores de massa magra, fato que impede a sua aplicação em pessoas com grande quantidade de massa
muscular.

Vamos agora conhecer as vantagens da utilização do Índice de Massa Corpórea:

Baixo custo.

Rapidez e facilidade para realização.

Aplicabilidade em grandes massas populacionais.

Associação com a gordura corpórea em pessoas com elevada quantidade de tecido adiposo.

Existência de um grande banco de dados a partir dos quais os resultados populacionais podem ser
comparados.

A altura expressa em metros minimiza os erros de medida, colocando-os na segunda casa decimal.

As desvantagens da utilização do Índice de Massa Corpórea:

Divergência na determinação dos limites de corte.

Baixa associação com os valores de gordura corporal em indivíduos não obesos.

Precário para utilização em populações atléticas.

Indicador que apresenta dificuldade para acompanhar as modificações que ocorrem nas estruturas
isoladas da composição corporal.

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Interpretação dos valores de IMC

A Organização Mundial da Saúde sugere o limite de 25kg/m2 como valor máximo para normalidade e acima

de 30kg/m2 para obesidade.

Confira a classificação de adultos pelo Índice de Massa Corpórea (IMC):

Classificação IMC (kg/m2) Risco associado à saúde

Baixo (risco aumentado para outros problemas


Abaixo do peso < 18,5
clínicos)

Faixa de
18,5 – 24,9 Médio
normalidade

Sobrepeso 25,0 – 29,9 Aumentado

Obesidade grau I 30,0 – 34,9 Moderadamente aumentado

Obesidade grau II 35,0 – 39,9 Severamente aumentado

Obesidade grau III ≥ 40,0 Extremamente aumentado

Tabela: Classificação de adultos pelo Índice de Massa Corpórea (IMC).


Adaptada de WHO, 2020.

Apesar da manutenção do ponto de corte, é possível observarmos outras classificações, como a sugerida
pelo painel de especialistas na identificação, avaliação e tratamento de sobrepeso e obesidade em adultos
(1998), fornecendo uma classificação de risco de doenças como diabetes melito tipo 2, hipertensão e
doença cardiovascular com base no IMC e na circunferência da cintura.

Confira a tabela que apresenta o risco de doenças relacionado ao peso corporal e circunferência de cintura.

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Homem < 102,0 cm Homem > 102,0 cm


Classificação IMC kg/m2
Mulher ≤ 88,0 cm Mulher > 88,0 cm

Abaixo do peso < 18,0 ---- ----

Peso normal 18,5 – 24,9 ---- ----

Acima do peso 25,0 – 29,9 Aumentado Alto risco

Obesidade

Grau I 30,0 – 34,9 Alto risco Altíssimo risco

Grau II 35,0 – 39,9 Altíssimo risco Altíssimo risco

Grau III ≥ 40,0 Risco extremo Risco extremo

Tabela: Risco de doenças em função do IMC e circunferência da cintura.


Philadelphia: Lea & Febiger, 2017.

Apesar de não permitir inferências sobre a magnitude do risco, serve como um orientador, que pode auxiliar
na condução da melhor estratégia para lidar com os alunos, seja na prescrição de um programa de
atividades físicas seja na busca por outros profissionais que possam estar de uma forma multidisciplinar
contribuindo para melhor qualidade de vida.

Em relação a crianças e adolescentes, apesar de verificarmos a utilização do IMC nessas populações, é


importante entendermos que analisar esse parâmetro isoladamente é inadequado para o acompanhamento
do excesso de peso e da obesidade. Assim, outras formas de avaliação se fazem necessárias, envolvendo
as relações entre peso, estatura e suas concordâncias com a idade, analisadas por meio de curvas
populacionais.

As tabelas abaixo são utilizadas pelo Ministério da Saúde no Brasil e são baseadas na classificação do
estado nutricional de acordo com a OMS. Os pontos destacados nas tabelas salientam pontos de cortes
para o IMC que merecem atenção, não só para o estado de excesso de peso, mas também para a
desnutrição.

Veja a seguir a classificação do estado nutricional de 0 a 5 anos de acordo com a OMS.

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Índices antropométricos
Valores críticos
Peso para Idade Peso para estatura IMC para idade

< <
Muito baixo para a Magreza Magreza
Percentil Escore
idade acentuada acentuada
0,1 Z -3

≥ ≥
Percentil Escore
Baixo peso para
0,1 e < Z -3 e Magreza Magreza
idade
Percentil <Escore
3 Z -2

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12/02/23, 10:58 Composição corporal

Índices antropométricos
Valores críticos
Peso para Idade Peso para estatura IMC para idade

≥ ≥
Percentil Escore
3e< Z -2 e <
Percentil Escore
15 Z -1
Eutrofia Eutrofia
≥ ≥
Percentil Escore
15 e ≤ Z -1 e ≤ Peso adequado
Percentil Escore para idade
85 Z +1

>
>
Escore
Percentil
Z +1 e Risco de
85 e ≤ Risco de sobrepeso
≤ sobrepeso
Percentil
Escore
97
Z +2

>
>
Escore
Percentil
Z +2 e
97 e ≤ Sobrepeso Sobrepeso

Percentil
Escore Peso elevado para
99,9
Z +3 idade

> >
Percentil Escore Obesidade Obesidade
99,9 Z±3

Tabela: Classificação do estado nutricional de 0 a 5 anos de acordo com a OMS.


Brasil, 2011.

Agora, a classificação de 5 a 10 anos incompletos:

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Índices antropométricos
Valores críticos
Peso para Idade IMC para idade Estatura para idade

< <
Muito baixo peso Magreza Muito baixa
Percentil Escore
para idade acentuada estatura para idade
0,1 Z -3

≥ ≥
Percentil Escore
Baixo peso para Baixa estatura para
0,1 e < Z -3 e Magreza
idade idade
Percentil <Escore
3 Z -2

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12/02/23, 10:58 Composição corporal

Índices antropométricos
Valores críticos
Peso para Idade IMC para idade Estatura para idade

≥ ≥
Percentil Escore
3e< Z -2 e <
Percentil Escore
15 Z -1
Eutrofia
≥ ≥
Percentil Escore
Peso adequado
15 e ≤ Z -1 e ≤
para idade
Percentil Escore
85 Z +1

> >
Estatura adequada
Percentil Escore
para idade
85 e ≤ Z +1 e ≤ Sobrepeso
Percentil Escore
97 Z +2

> >
Percentil Escore
97 e ≤ Z +2 e ≤ Obesidade
Percentil Escore
Peso adequado
99,9 Z +3
para idade

> >
Percentil Escore Obesidade Grave
99,9 Z±3

Tabela: Classificação do estado nutricional de 5 a 10 anos de acordo com a OMS.


Brasil, 2011.

A classificação de adolescentes (≥ 10 anos e < 20 anos de idade):

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Valores críticos Índices antropométricos para adolescentes

IMC para idade Estatura para idade

Magreza Muito baixa estatura


< Percentil 0,1 < Escore Z -3
acentuada para idade

≥ Percentil 0,1 e < ≥ Escore Z -3 e Baixa estatura para


Magreza
Percentil 3 <Escore Z -2 idade

≥ Percentil 3 e < ≥ Escore Z -2 e <


Percentil 15 Escore Z -1
Eutrofia
≥ Percentil 15 e ≤ ≥ Escore Z -1 e ≤
Percentil 85 Escore Z +1

Estatura adequada para


> Percentil 85 e ≤ > Escore Z +1 e ≤
Sobrepeso idade
Percentil 97 Escore Z +2

> Percentil 97 e ≤ > Escore Z +2 e ≤


Obesidade
Percentil 99,9 Escore Z +3

> Percentil 99,9 > Escore Z ± 3 Obesidade grave

Tabela: Classificação do estado nutricional de Adolescentes (≥ 10 anos e < 20 anos de idade)


Brasil, 2011.

Os pontos de cortes destacados nas tabelas, combinados com a análise das curvas de IMC, podem ser
utilizados para classificar crianças e adolescentes e melhor direcionar as ações em um programa de
atividades físicas. Vejamos analisar as curvas de IMC, começando pelos meninos de 0 a 5 anos:

Valores de IMC de 0 a 5 anos para meninos de acordo com a OMS.

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12/02/23, 10:58 Composição corporal

Valores de IMC de 0 a 5 anos para meninas:

Valores de IMC de 0 a 5 anos para meninas de acordo com a OMS.

Valores de IMC de 5 a 19 anos para meninos:

Valores de IMC de 5 a 19 anos para meninos de acordo com a OMS.

Valores de IMC de 5 a 19 anos para meninas:

Valores de IMC de 5 a 19 anos para meninas de acordo com a OMS.

Em uma outra proposta, Cole et al. (2000) utilizaram 6 grandes estudos de crescimento transversal
desenvolvidos no Brasil, Grã-Bretanha, Hong Kong, Holanda, Cingapura e Estados Unidos, com o objetivo de
criar pontos de cortes internacionalmente aceitos para definir excesso de peso e obesidade específica para
sexo e idade em uma população de 2 a 18 anos, baseados nesses seis estudos. Tal proposta facilita a
observação dos seus dados com outros bancos de dados, possibilitando comparar crianças e adolescentes
no mundo todo. Assim, indivíduos a partir dos 18 anos teriam os pontos de cortes utilizados por adultos de

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25kg/m2 e 30kg/m2 para identificação do excesso de peso e obesidade, respectivamente. Observe a tabela
a seguir que apresenta os valores de corte com o padrão e os respectivos valores em função do sexo e da
idade para o excesso de peso e a obesidade.

Índice de Massa Corpórea Índice de Massa Corpórea

25kg/m2 30kg/m2

Idade Menino Menina Menino M

6 17,55 17,34 19,78 1

7 17,92 17,75 20,63 2

8 18,44 18,35 21,60 2

9 19,10 19,07 22,77 2

10 19,84 19,86 24,00 2

11 20,55 20,74 25,10 2

12 21,22 21,68 26,02 2

13 21,91 22,58 26,84 2

14 22,62 23,34 27,63 2

15 23,29 23,94 28,30 2

16 23,90 24,37 28,88 2

17 24,46 24,70 29,41 2

Tabela: Padrão internacional para sobrepeso e obesidade para crianças e adolescentes definido por meio do Índice de Massa Corpórea.
Adaptada de Cole et al., 2000, p. 1-6.

É possível agora ver a importância do IMC para o acompanhamento do excesso de peso e da obesidade.
Contudo, devemos estar atentos às limitações que o envolvem, para que o seu uso tenha efetividade quando

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utilizado.

Relação cintura/quadril (RCQ)


Em geral, homens tendem a acumular mais gordura na região abdominal, conferindo-lhes o padrão androide
de distribuição de gordura. As mulheres geralmente acumulam maiores quantidades de gordura na região
glútea, traduzindo o padrão ginecoide. A preponderância de um padrão em relação ao outro pode ser
expressa pela RCQ.

A RCQ pode ser obtida pela divisão da circunferência da cintura pela circunferência do quadril, ou por meio
de um nomograma, conforme a imagem a seguir. Ambos os sexos demonstram maiores riscos à saúde, na
presença de uma maior quantidade de gordura abdominal, embora o padrão androide seja mais comum no
sexo masculino. Apesar de esse índice apresentar grande aplicabilidade e baixo custo, ele exibe limitações
quanto à sua utilização em indivíduos pré-púberes, bem como para a predição acurada de mudanças na
gordura visceral.

Nomograma para a relação entre a circunferência da cintura e do quadril.

A relação cintura/quadril se associa ao padrão androide de distribuição de gordura, estando relacionada a


um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas. De modo oposto, indivíduos com obesidade nas
porções inferiores podem até ter padrões de gordura tão altos quanto os do tipo androide, mas com menor
risco. Na literatura epidemiológica, a RCQ tem sido o índice mais utilizado para quantificar a gordura
centralizada.

Apesar de a literatura nos mostrar que a medida da cintura tem maior correlação com doenças crônico-
degenerativas, a utilização da RCQ tem se mostrado importante no acompanhamento da distribuição da
gordura corporal, justificando a preferência pela utilização desse índice em estudos epidemiológicos e em
programas de emagrecimento em indivíduos obesos.

Aspectos metodológicos da medida de RCQ


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Vamos analisar os conceitos de localização das medidas.

Circunferência de cintura expand_more

A OMS (1988), preconiza que ela seja realizada no ponto médio entre o bordo inferior da última
costela e o ilíaco.

Circunferência do quadril expand_more

Nessa medida, não existe um consenso. A Organização Mundial da Saúde (1988) preconiza que ela
seja realizada na área acima do trocânter do fêmur. Já Callaway et al. (1988) e Bray (1989)
recomendam que seja realizada na área de maior circunferência da região glútea. Em alguns casos,
esses pontos podem coincidir. Contudo, opostamente ao verificado na circunferência de cintura, a
escolha do ponto de medida pode exercer importantes influências nos resultados obtidos
(principalmente em mulheres). Além disso, ao avaliar indivíduos obesos, pode ser difícil identificar o
trocânter do fêmur. Dessa forma, preconizamos a utilização da área de maior circunferência da
região glútea para efetuar essa medida.

Interpretação dos valores de RCQ


Estudos sobre os limites de RCQ, associados ao desenvolvimento de doenças, colocam que a maior
incidência dos problemas de saúde está associada aos valores de RCQ acima de 0,94 para homens e 0,82
para mulheres. Valores semelhantes são apontados pelo American College of Sports Medicine (2018), em
que as relações acima de 0,95 para homens e 0,86 para mulheres estariam associados a maiores riscos à
saúde. Para indivíduos entre 60 e 69 anos, os valores iriam para 1,03 e 0,90 para homens e mulheres,
respectivamente.

Os limites de corte citados foram estabelecidos considerando várias idades. Entretanto, uma interpretação
mais acurada pode ser realizada utilizando-se diferentes intervalos etários. Veja a seguir.

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Risco

Idade Baixo Moderado A

20-29 < 0,83 0,83 - 0,88 0

30-39 < 0,84 0,84 - 0,91 0

Homens 40-49 < 0,88 0,88 - 0,95 0

50-59 < 0,90 0,90 - 0,96 0

60-69 < 0,91 0,91 - 0,98 0

20-29 < 0,71 0,71 - 0,77 0

30-39 < 0,72 0,72 - 0,78 0

Mulheres 40-49 < 0,73 0,73 - 0,79 0

50-59 < 0,74 0,74 - 0,81 0

60-69 < 0,76 0,76 - 0,83 0

Tabela: Normas para a classificação da relação cintura/quadril.


Adaptada de: Heyward; Stolarczyk, 2000, pag. 91.

Método de Impedância Bioelétrica


A análise por Impedância Bioelétrica (BIA) é um procedimento que permite avaliar a composição corporal,
estimando a gordura corporal, a massa corporal magra e a água corporal total (ACT), tendo como base as
propriedades elétricas dos tecidos.

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Os princípios gerais partem de uma relação inversa entre a impedância (resistência a passagem de corrente
elétrica) corporal total e a ACT. A BIA é uma técnica promissora para determinar a quantidade de ACT.
Sabendo que 73,2% da água corporal se encontra na massa livre de gordura e que esta é melhor condutora
da corrente elétrica do que a gordura, é possível determinar a massa livre de gordura e o percentual de
gordura.

Modelo teórico para Medida de Impedância Bioelétrica


(BIA)
BIA é um método que consiste na passagem de uma corrente elétrica de baixa amplitude e baixas e altas
frequências, aplicada por meio de cabos conectados a eletrodos, que são colocados em contato com a pele,
permitindo a medida de resistência (R) e reatância (Xc). Os valores R e Xc são usados para calcular a
impedância (Z), o ângulo de fase (φ), a ACT, água extracelular (AEC) e intracelular (AIC). A massa livre de
gordura (MLG) é calculada, assumindo que ACT é uma parte constante de MLG. Assim, outros
compartimentos corporais, como massa gorda (MG) e massa celular corporal (MCC) também são medidas.

A teoria é que o volume de um condutor está relacionado ao seu comprimento e à sua impedância. Para o
corpo, o condutor da corrente elétrica é a MLG, mais especificamente, a ACT. Como estamos falando de
tecidos biológicos, não podemos esquecer que eles se comportam diferentemente de materiais sem vida;
entretanto, tecidos biológicos agem como condutores e isolantes em função de suas características. Assim,
a MLG, em função de conter grandes quantidades de água (~73%) e eletrólitos, é um bom condutor elétrico,
já a gordura é considerada um mau condutor. O método parte do pressuposto de que o corpo é um cilindro
perfeito com comprimento e área de secção transversal uniformes. Assim, quando analisamos o corpo
humano por meio de uma BIA, é como se tivéssemos cinco cilindros conectados.

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Modelo Teórico de Bioimpedância para o corpo humano.

Equipamentos para BIA


Um aparelho de BIA pode ser considerado de frequência única (50kHz) ou multifrequência, de 1 a 1000kHz.
Aparelhos de frequência única medem parcialmente a água intracelular, o que se torna um fator limitante
para a obtenção da ACT. Aparelhos multifrequência apresentam maior precisão na estimativa da água
extracelular e intracelular com maior precisão na estimativa da ACT.

A BIA se divide em regional, total e segmentar. Na regional, temos a corrente elétrica atravessando a parte
superior ou inferior do corpo. Na avaliação total, a corrente atravessa todo o corpo. A avaliação segmentada
assume que o indivíduo apresenta variações na sua composição corporal em diferentes partes do corpo,
determinando a composição corporal dos membros superiores, inferiores e do tronco; sendo o seu valor
final o reflexo de suas partes.

Modelos de BIA regional e total.

A utilização dos modelos regionais, que podemos chamar de mão-mão e pé-pé, é muito simples de ser
aplicada. Como é possível verificar na imagem abaixo, no modelo mão-mão, o indivíduo se mantém em pé,
com o peso corporal dividido em ambos os membros e os braços estendidos com as mãos apoiadas de
cada lado da BIA, ficando imóvel até que o resultado seja gerado. Já no modelo pé-pé, o indivíduo se coloca
de pé em uma balança, ficando imóvel até a geração do resultado.

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Utilização dos modelos regionais.

Esses modelos apresentam menor precisão quando comparados ao modelo total e segmentar.

Modelo segmentar
Quanto ao modelo segmentar, veja uma sequência de procedimentos que devem ser observados para sua
aplicação:

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A medida deve ser realizada do lado direito do corpo, estando o indivíduo em decúbito dorsal.

O local da avaliação deve manter uma temperatura controlada (~22ºC).

A superfície na qual o avaliado estará deitado não deve ser condutora.

Uma limpeza da pele onde os eletrodos serão colocados deve ser realizada visando evitar
interferências no sinal.

Os eletrodos sensores devem ser colocados na superfície dorsal das articulações do punho e
tornozelo, como pode ser verificado na imagem anterior.

Os eletrodos-fontes devem ser colocados no terço distal da mão e do pé, garantindo uma
distância para os eletrodos sensores de aproximadamente 5cm.

Braços e pernas do avaliado devem estar a aproximadamente 45 graus um do outro, não


havendo contato dos braços com as coxas e com o tronco.

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Prestar atenção na conexão dos cabos, sendo os cabos vermelhos ligados às articulações de
punho e tornozelo e os cabos pretos à mão e ao pé.

Aplicação do BIA modelo segmentar ou tetrapolar:

Aplicação do BIA modelo segmentar ou tetrapolar.

Em outros equipamentos, a medida é rápida e fácil de ser aplicada, não exigindo do avaliador nenhuma
habilidade técnica que comprometa o resultado em função da experiência. Entretanto, existem diretrizes
gerais para que você tenha o melhor resultado de bioimpedância, independentemente do equipamento que
esteja utilizando.

A seguir, algumas recomendações que precisam ser adotadas antes da realização da medida de BIA:

cancel
Não ingerir alimentos sólidos e/ou líquidos pelo menos 4 horas antes do iníco do teste.

cancel
Não realizar exercícos físicos pelo menos 12 horas antes do teste.

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cancel
Não consumir bebida alcoólica pelo menos 48 horas antes do teste.

cancel
Não deve ser utilizado medicamento diurético pelo menos 7 dias antes do teste.

Além do modelo de 4 eletrodos, temos o modelo que utiliza 8 eletrodos e realiza a avaliação em função dos
membros. Por trabalhar de forma segmentada, consegue obter medidas de resistência e reatância para
todos os segmentos e fazer uso de equações de regressão para determinar a resistência do tronco. O
modelo que pode ser visto na imagem ao lado permite avaliar indivíduos de até 300kg em 20 segundos e
tem sido utilizado em âmbito clínico. Por se tratar de equipamento muito caro, é menos utilizado.

Equipamento com 8 eletrodos.

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Técnicas duplamente indiretas para avaliação da
composição corporal
Assista ao vídeo que aborda os principais tópicos relacionados ao módulo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Medidas de dobras cutâneas são amplamente utilizadas. No entanto, para que o seu resultado tenha
qualidade, devemos observar fatores que podem embutir erros ao resultado. Assim, assinale a opção
que apresenta os itens que podem comprometer a utilização das dobras cutâneas de forma correta.

Formação acadêmica do avaliador, seleção da equação de predição, identificação do


A
local de medida, fatores relacionados ao indivíduo.

Tempo de espera para leitura do valor de dobra cutânea, seleção da equação de


B
predição, identificação do local de medida, fatores relacionados ao indivíduo.

Variação da profundidade de colocação do compasso, tempo de espera para leitura do


C valor de dobra cutânea, fatores relacionados ao indivíduo, identificação do local de
medida.

Desidratação acentuada, seleção da equação de predição, fatores relacionados ao


D
indivíduo, identificação do local de medida.

Habilidade do avaliador, seleção da equação de predição, tipo de adipômetro, fatores


E
relacionados ao indivíduo.

Parabéns! A alternativa E está correta.

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Alguns fatores podem inserir erros em nosso percentual de gordura. Esses fatores estão associados às
várias fases no processo, que vai desde a realização da medida à escolha da equação que iremos
utilizar.

Questão 2

A Índice Ponderal

B Índice de Conicidade

C Índice de Quételet

D Relação Cintura/Quadril

E Índice-C

Parabéns! A alternativa C está correta.

O Índice de Massa Corpórea é também conhecido como Índice de Quételet. O matemático belga
Lambert Adolphe Jacques Quételet foi o primeiro a propor essa relação para verificar o estado
nutricional.

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3 - O método do somatotipo
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o método de somatotipo na avaliação
da composição corporal.

Somatotipo
O somatotipo utiliza três cifras que expressam gordura, músculo e linearidade, dando origem aos termos
endomorfia, mesomorfia e ectomorfia. As escolas que se destacaram foram a Escola Francesa, Escola
Italiana, Escola Alemã, Escola Inglesa. Veja cada um dos componentes:

Endomorfia

Primeiro componente - é caracterizada pela redondeza e maciez do corpo, associado a maior quantidade
de gordura corporal.

Mesomorfia

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Segundo componente – é caracterizada por um corpo com musculatura forte, rígido e proeminente. Uma
característica predominante desse tipo é a espessura do antebraço, punho, mão e dedos. O tórax é grande
e há uma cintura relativamente delgada.

Ectomorfia

Terceiro componente – inclui como características predominantes linearidade, fragilidade e delicadeza do


corpo.

Veja a representação de cada componente:

Endomorfia, mesomorfia e ectomorfia.

Somatotipo antropométrico de Heath-Carter


Atualmente, utiliza-se o modelo antropométrico de somatotipo proposto por Heath-Carter (1967). As
principais vantagens do método antropométrico são: o cálculo do somatotipo por meio de um método
objetivo; a possibilidade de aplicação em situações de campo; o avaliado não tem que se despir
completamente para realizar as medidas; as medidas podem ser utilizadas em outras técnicas de avaliação;
as medidas fornecem dados precisos sobre as mudanças nos componentes do somatotipo.

Na visão de Heath-Carter, a natureza do somatotipo é fenotípica, suscetível a mudanças


que acontecem em função do crescimento, envelhecimento, exercício e da nutrição.

Assim, o somatotipo antropométrico de Heath-Carter traduz a constituição morfológica de um indivíduo que


é expressa em uma sequência de três numerais separados por hífenes. Cada um dos numerais representa
um dos componentes da estrutura física de uma maneira unificada. A Endomorfia é o primeiro componente

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do somatotipo e refere-se à gordura corporal armazenada. A Mesomorfia é o segundo componente do


somatotipo e refere-se ao desenvolvimento muscular e esquelético em função da estatura. O terceiro
componente é a Ectomorfia e refere-se à linearidade corporal relativa.

A combinação dos aspectos traduzida nos três numerais é a força do conceito de somatotipo e apresenta o
tipo físico e a aparência atual. Além disso, o somatotipo pode ser utilizado para descrever e comparar
atletas e caracterizar as mudanças físicas ocorridas com o processo de crescimento, envelhecimento e
treinamento. Permite comparar a forma relativa de homens e mulheres, além de servir como ferramenta no
estudo da imagem corporal.

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Formulário de classificação do somatotipo.

Calculando o somatotipo antropométrico de Heath-


Carter
Para a determinação do somatotipo, são necessárias dez medidas, realizadas do lado direito do corpo. Para
o cálculo da endomorfia, são utilizadas as medidas de dobras cutâneas de tríceps, subescapular e
supraespinhal, associadas à medida da estatura. A mesomorfia é obtida a partir das medidas de diâmetro
biepicondiliano do úmero, diâmetro bicondiliano do fêmur, estatura e perímetros corrigidos de braço e perna.
A ectomorfia é obtida por meio das medidas do peso corporal e estatura.

Existem três maneiras de calcular o somatotipo antropométrico. A primeira é utilizando o formulário de


classificação de somatotipo destacado na imagem a seguir. A segunda é utilizando as equações formuladas
para a obtenção de cada componente. A terceira é a utilização dessas equações programadas em uma
planilha.

Calculando o somatotipo antropométrico de Heath–


Carter utilizando suas equações
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Podemos realizar o cálculo dos componentes do somatotipo por meio de suas equações, destinadas a cada
componente. Essas equações só fazem sentido se automatizadas por meio do uso de software de planilha.
Assim, seguem, as equações para o cálculo de cada um dos componentes:

2 3
Endomorf ia = −0, 7182 + 0, 1451 × ∑ SF − 0, 00068 × ∑ SF + 0, 0000014 × ∑ SF

Rotacione a tela. screen_rotation

∑ SF = (soma das dobras cutâneas de tríceps, subescapular e supraespinhal) multiplicado por (170,18/estatura em cm).

Mesomorf ia = 0, 858 × D1 + 0, 601 × D2 + 0, 188 × C1 + 0, 161 × C2 - estatura  × 0, 131 + 4, 5

Rotacione a tela. screen_rotation

D1 = diâmetro do úmero; D2 = diâmetro do fêmur; C1 = circunferência corrigida do braço; C2 = circunferência corrigida da panturrilha.

Para a ectomorfia, temos três equações diferentes que se alternam em função da razão estatura/massa
(REM) .

 REM  = E/(√ M )

Rotacione a tela. screen_rotation


Se REM é maior ou igual a 40,75, então:

 Ectomorf ia  = 0, 732 × REM − 28, 58

Rotacione a tela. screen_rotation


Se REM é menor do que 40,75 ou maior do que 38,25, então:

 Ectomorf ia  = 0, 463 × REM − 17, 63

Rotacione a tela. screen_rotation

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Se REM é igual ou menor do que 38,25, então:

Ectomorf ia  = 0, 1

Rotacione a tela. screen_rotation

Classificação dos componentes do somatotipo e análise


dos resultados
Agora, você já sabe calcular o somatotipo e sabe que ele é representado por três numerais separados por
hífen que vão designar a endomorfia, a mesomorfia e a ectomorfia.

No entanto, será que os resultados que você encontrou para cada componente fazem sentido? São
resultados lógicos?

Por exemplo: a medida de diâmetro do úmero não pode ser maior que a medida de diâmetro do fêmur. Você
corrigiu a circunferência de bíceps pela dobra cutânea de tríceps? Esses são detalhes que podem influenciar
no resultado do seu somatotipo, então, esteja atento. Alguns somatotipos são impossíveis de existir, como,
por exemplo, 2-2-2 ou 7-8-7. Isso porque, normalmente, somatotipos altos em endomorfia e/ou mesomorfia
não podem ser altos em ectomorfia.

Depois de calculado o somatotipo, é importante verificar se os valores encontrados estão


coerentes com os dados utilizados.

O valor de endomorfia está coerente com os valores de dobras cutâneas utilizados? Um alto valor de
endomorfia requer que os valores de dobras cutâneas se apresentem altos, do contrário você pode estar
com algum erro no cálculo. Assim, é importante que, após obter o valor de somatotipo, você confira se estão
coerentes com os dados coletados e, caso necessário, refaça as medidas.

Estando nossos dados corretos e de posse do somatotipo, qual a representatividade dos valores atribuídos
a cada componente? O valor 4 para a endomorfia é bom? Um valor 6 para mesomorfia está alto? Por que ter
noção da magnitude desses valores é importante?

Exemplo
Você pode estar acompanhando um aluno com objetivos de diminuir o percentual de gordura e aumentar a
massa muscular. Apesar de o somatotipo não possibilitar uma visão clara quanto à magnitude desses
componentes, pode ser utilizado em conjunto com a avaliação da composição corporal. Assim, saber a

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representatividade dos valores de cada componente pode ser útil quando aliado aos dados da composição
corporal. No caso de um atleta, pode ser que o percentual de gordura esteja satisfatório, mas, mesmo assim,
se queira promover alteração nesse valor. Conhecendo as características da modalidade e avaliando a
composição corporal, em função das fases de treinamento, é possível realizar alguma modificação em sua
composição corporal. A tabela a seguir mostra a representatividade, por faixa, atribuída aos valores de cada
componente do somatotipo.

Confira a classificação dos valores para os componentes do somatotipo.

Classificação Valores

Baixa 1 – 2,5

Moderada 3–5

Alta 5,5 – 7

Muito alta ≥ 7,5

Tabela: Classificação dos valores para os componentes do somatotipo.


Adaptada de Norton; Olds, 2005, p. 152.

Além de classificar os valores do somatotipo, é possível categorizarmos os indivíduos em função do seu


valor de somatotipo em 13 categorias baseadas nas áreas da somatocarta.

Categoria Descrição

Nenhum componente difere dos outros dois em mais de uma unidade e


Central
consiste em classificações de 2, 3 ou 4.

Ectomórfico
A endomorfia é dominante e a ectomorfia é maior do que a mesomorfia.
endomorfo

Endomorfo equilibrado A endomorfia é dominante e a mesomorfia e a ectomorfia são iguais*.

Mesomórfico
A endomorfia é dominante, e a mesomorfia é maior do que a ectomorfia.
endomorfo

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Categoria Descrição

Mesomorfo-
A endomorfia e a mesomorfia são iguais* e a ectomorfia é menor.
endomorfo

Endomórfico
A mesomorfia é dominante, e a endomorfia é maior do que a ectomorfia.
mesomorfo

Mesomorfo
A mesomorfia é dominante e a ectomorfia e a endomorfia são iguais*.
equilibrado

Ectomórfico
A mesomorfia é dominante, e a ectomorfia é maior do que a endomorfia.
mesomorfo

Mesomorfo-ectomorfo A mesomorfia e a ectomorfia são iguais* e a endomorfia é menor.

Mesomórfico
A ectomorfia é dominante, e a mesomorfia é maior do que a endomorfia.
ectomorfo

A ectomorfia é dominante; a endomorfia e a mesomorfia são iguais* e


Ectomorfo equilibrado
menores.

Endomórfico
A ectomorfia é dominante, e a endomorfia é maior do que a mesomorfia.
ectomorfo

Endomorfo-ectomorfo A endomorfia e a ectomorfia são iguais* e a mesomorfia é menor.

Tabela: Categorias do somatotipo baseadas nas áreas da somatocarta.


*Não diferem em mais de meia unidade.
Adaptada de Norton; Olds, 2005 p. 171.

Confira as categorias do somatotipo baseado na somatocarta.

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Categorias do somatotipo baseado na somatocarta.

Apesar de todas as categorias disponíveis para classificar o somatotipo, ele também pode ser grupado em
quatro grandes categorias, conforme descrito na tabela.

Categoria Descrição

Central Nenhum componente difere dos outros em mais de uma unidade (0,5).

A endomorfia é dominante, a mesomorfia e a ectomorfia são menores em


Endomorfo
mais de meia unidade (0,5).

A mesomorfia é dominante, a endomorfia e a ectomorfia são menores em


Mesomorfia
mais de meia unidade (0,5).

Ectomorfia A ectomorfia é dominante, e a mesomorfia é maior do que a endomorfia.

Tabela: Quatro grandes categorias para classificar o somatotipo.


Adaptada de Norton; Olds, 2005, p. 169.

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O Somatotipo de Heath-Carter
Assista ao vídeo que explica os tópicos relacionados ao módulo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

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Durante uma avaliação, percebeu-se um indivíduo com as seguintes características: redondeza e


maciez do corpo, associado à maior quantidade de gordura corporal. Tendo em vista o somatotipo do
indivíduo avaliado, assinale a alternativa que apresenta a classificação correta:

A Obesidade

B Ectomorfo

C Sobrepeso

D Mesomorfo

E Endomorfo

Parabéns! A alternativa E está correta.

Segundo a classificação pelo somatotipo, as características apresentadas estão relacionadas a um


indivíduo endomorfo, semelhantes a um padrão com quantidades elevadas de tecido adiposo.

Questão 2

O cálculo do somatotipo de Heath-Carter pode ser feito utilizando o formulário de classificação,


equações e a utilização dessas equações de maneira automatizada. No entanto, para todas as
maneiras, são utilizadas 10 medidas. Assinale abaixo a alternativa que contém as 10 medidas utilizadas
no somatotipo de Heath-Carter.

Estatura, massa corporal, dobras cutâneas de tríceps, subescapular, supraespinhal e


A panturrilha, medidas de diâmetro biepicondiliano do úmero, diâmetro bicondiliano do
fêmur, perímetro de braço e perímetro de perna.

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B Dobras cutâneas de tríceps, subescapular, suprailíaca e panturrilha, estatura, medidas de


diâmetro biepicondiliano do úmero, diâmetro bicondiliano do fêmur, perímetro de braço,
perímetro de perna e massa corporal.

Dobras cutâneas de bíceps, tríceps, suprailíaca e panturrilha, estatura, medidas de


C diâmetro biepicondiliano do úmero, diâmetro bideltoide, perímetro de braço, perímetro
de perna e massa corporal.

Estatura, massa corporal, dobras cutâneas de bíceps, tríceps, subescapular, suprailíaca e


D panturrilha, medidas de diâmetro biepicondiliano do úmero, diâmetro bicondiliano do
fêmur, perímetro de braço e perímetro de perna.

Dobras cutâneas de tríceps, subescapular, suprailíaca e panturrilha, estatura, medidas de


E diâmetro biepicondiliano do úmero, diâmetro bideltoide, perímetro de braço, perímetro
de perna e massa corporal.

Parabéns! A alternativa A está correta.

As medidas selecionadas são aquelas escolhidas por Heath-Carter em função de seus experimentos
para compor o cálculo de cada componente.

Considerações finais
A avaliação da composição corporal nos permite entender a influência que as várias estruturas têm na
massa corporal total e a proporção que cada uma delas ocupa.

Por meio da utilização de métodos validados, é possível quantificar essas estruturas e destacar o que é
gordura corporal. Em função do nível de precisão da técnica, é possível fracionar a estrutura de forma bem
discriminada, diferenciando órgãos, músculos, estrutura óssea e gordura.

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Apesar de os métodos acessíveis não permitirem fracionamentos complexos, eles possibilitam reconhecer a
massa corporal magra e a gordura corporal. Tal informação permite verificar o estado de saúde dos
beneficiários e as condições em que eles iniciarão um programa de exercícios, possibilitando ao profissional
ser o mais específico possível na estruturação do programa, contribuindo para a retenção do aluno e o
alcance dos objetivos.

headset
Podcast
Agora, ouça ao podcast que fala da avaliação da composição corporal.

Referências
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ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de
saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN/Ministério da Saúde,
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Norte – Obesidade: conceitos básicos e aplicações clínicas. v. 1, p. 189-216, 1989.

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LOHMAN, T. G. Advances in body composition assessment. Champaign, IL: Human Kinetics, 1992.

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MARTIN, A. D.; DRINKWATER, C. T. Variability in the measures of body fat assumptions or technique? Sports
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NINGTHOUJAM, R.; TAKHELLAMBAM, I. S.; NONGTHOMBAM, B. Underlying principles and theories of


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PETROSKI, E. L. Development and validation of equations to estimate body density in adults. Rev. Bras. Ativ.
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Explore +
Pesquise o material produzido pelo Ministério da Saúde: Orientações para a coleta e análise de dados
antropométricos em serviço de saúde.

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12/02/23, 10:58 Composição corporal

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