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GUIA COMPLETO

MÉTODOS DE

AVALIAÇÃO DA

COMPOSIÇÃO

CORPORAL

FÁBIO VERAS

AVALIACAOFISICAAGORA.COM.BR
ÍNDICE
1. A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 3

2. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 5

2.1 MÉTODOS DIRETOS 5

2.2 MÉTODOS INDIRETOS 6

2.3 MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS 10

3. BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA 11

4. DOBRAS CUTÂNEAS 15

5. % DE GORDURA ATRAVÉS DA FITA MÉTRICA 19

6. O QUE PODE INTERFERIR NOS RESULTADOS? 23

7. CONCLUSÃO 25

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INTRODUÇÃO
Meu nome é Fábio Veras, sou Personal Trainer,
especialista em Nutrição esportiva e avalidador fisico ha
mais de 20 anos.
Nesse longo tempo atendendo milhares de pessoas, entre
alunos, clientes e atletas de alto rendimento, as
avaliações físicas sempre foram um dos pilares do meu
trabalho.

Pessoalmente ja realizei mais de 25.000 avaliações


físicas ao longo da minha carreira, utilizando os mais
diversos métodos como o adipometro, as balanças de
bioimpedância, a fita métrica e muitas vezes as próprias
fotos dessas pessoas (antes e depois)
Nesse Ebook vou mostrar para vocês os métodos de
avaliação existentes e qual o meu preferido e que tenho
usando durante toda minha carreira para entregar os
resultaods que meus clients e atletas desejavam.

3
1. A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA
COMPOSIÇÃO CORPORAL

Esta é uma questão com que os profissionais de


Educação Física, Nutrição, medicina e fisioterapia se
deparam quando pretendem orientar um programa para
redução de gordura corporal e/ou hipertrofia.

Somente a partir dos resultados obtidos em uma


avaliação prévia é que se pode prescrever com
segurança, traçar as metas para os alunos e clientes e,
principalmente, medir o progresso e mostrar para seu
cliente que esta dando certo!

Além disso, avaliações periódicas permitem verificar a


eficácia dos programas de treinamento físico e
reeducação alimentar.

Considerando que grande parte das pessoas que


procuram os profissionais dessas áreas têm o objetivo de
reduzir a gordura corporal ou as medidas, é vital para o
profissional poder ele mesmo avaliar seus alunos ou
clientes a fim de mostrar resultados que muitas vezes
apenas a balança e o espelho não mostram.

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2. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO
CORPORAL

Existem três tipos de métodos de avaliação da


composição corporal: métodos diretos, indiretos e
duplamente indiretos.

Cada um é realizado de uma maneira diferente, com


equipamentos diferentes e consequentemente fornece
informações distintas, com maior ou menor grau de
precisão.

É importante que você saiba que nenhum teste ou


medida é perfeito, todos estão sujeitos a erros
relacionados a variações biológicas dos indivíduos, a
técnica utilizada, experiência do avaliador e condições de
medida e problemas em equipamentos.

2.1 MÉTODOS DIRETOS


A dissecação de cadáveres é a única metodologia
considerada direta; neste método ocorre a separação dos
diversos componentes estruturais do corpo humano (pele,
cabelo, vísceras, ossos etc) afim de pesá-los e
estabelecer relações entre eles e o peso corporal total.

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Desta forma, podemos perceber a dificuldade de se
encontrar pesquisas envolvendo este procedimento, o
que justifica a pequena quantidade de estudos com
cadáveres.

Entretanto, cabe citar dois estudos de grande relevância


nesta área que se utilizaram da metodologia direta, o de
MATIEGKA (1921) e o de DRINKWATER et alii (1984).
No primeiro, (MATIEGKA, 1921) desenvolveu uma série
de equações para estimar o peso da pele mais o tecido
adiposo subcutâneo, dos músculos esqueléticos, dos
ossos e do tecido residual (órgãos e vísceras).

2.2 MÉTODOS INDIRETOS

Os métodos indiretos são aqueles onde não há a


manipulação dos componentes separadamente, mas a

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partir de princípios químicos e físicos que visam a
extrapolação das quantidades de gordura e de massa
magra.

Estes métodos são validados a partir do método direto.

Entre os métodos indiretos podemos citar os métodos


químicos:

1.contagem de potássio radioativo (K40 e


K42)
2.diluição de óxido de deutério
3.excreção de creatinina urinária

Com relação aos métodos físicos os mais conhecidos


são:

1. o ultra-som
2. o raio X
3. raio X de dupla energia
4. a ressonância nuclear magnética
5.A densitometria
6.Pesagem hidrostática

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As desvantagens são o custo dos procedimentos, pois
requerem equipamentos caríssimos (US$ milhões de
dólares), profissionais especializados para manuseá-los e
local adequado.

São disponíveis somente em alguns hospitais e clínicas


específicas.

1. DEXA (Dual Energy X-Ray Absorptiometry) –


Método de imagem que identifica os componentes (massa
gorda, massa magra e massa óssea) através da diferença
de densidade de cada tecido.

2. Ressonância Magnética, que emite uma radiação


elétromagnética e gera uma imagem dos tecidos do
corpo.

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Conforme as características bioquímicas de cada tecido,
gera um sinal de ressonância de diferente intensidade e
também uma diferente coloração na imagem, destacando
cada um.

A pesagem hidrostática tem sido considerada como


referência para a validação de métodos duplamente
indiretos.

Ela é baseada no Princípio de Arquimedes, onde um


corpo quando mergulhado em água desloca um volume
de água igual ao seu próprio volume.

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2.3 MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS

Os métodos de dobras cutâneas e bioimpedância, que


veremos a seguir, e também outros, foram validados a
partir de métodos indiretos.

Foram formuladas equações, através de modelos


estatísticos, para predizer variáveis associadas a esses
procedimentos indiretos, ou seja, são duplamente
indiretos.

Os métodos duplamente indiretos de avaliação da


composição corporal são menos rigorosos, porém
apresentam melhor aplicação prática e menor custo
financeiro.

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3. BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA

Um exemplo é a Bioimpedância Elétrica – Método cujo


aparelho é portátil e se baseia na condução de uma
corrente elétrica indolor de baixa intensidade através do
corpo.

Atualmente eu trabalho aqui no Centro de Excelência


Física de Brasília com uma balança de bioimpedância
alemã, uma das mais precisas do mundo e que avalia
tanto a composição corporal, quanto massa cellular, nível
de hidratação intra e extracelular e nível de inflamação
cellular (angulo de fase).

Ela ja á uma maquina validada científicamente com os


métodos “padrão ouro” e atualmente um dos melhores
equipamentos de bioimpedância do mundo.

A análise da composição corporal através da impedância


bioelétrica tem como base a medida da resistência total
do corpo à passagem de uma corrente elétrica de 500 a
800 microA e 50 kHz.

Os componentes corporais oferecem uma resistência


diferenciada à passagem da corrente elétrica, os ossos e

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a gordura, que contém uma pequena quantidade de água
constituem um meio de baixa conectividade, ou seja, uma
alta resistência à corrente elétrica.

Já a massa muscular e outros tecidos ricos em água e


eletrólitos, são bons condutores, permitindo mais
facilmente a passagem de corrente elétrica.

Segundo as leis de Ohm, a resistência de uma substância


é proporcional à variação da voltagem de uma corrente
elétrica a ela aplicada; desta forma, através de um
sistema que pode ser bipolar, tetrapolar ou octopolar.

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Os eletródos são fixados só nas mãos ou nos pés
(bipolar), tanto na mão quanto nos pés (tetra e octopolar)
do avaliado, e então o aparelho irá identificar os níveis de
resistência e reactância do organismo à corrente elétrica,
avaliando a quantidade total de água no organismo e
predizendo, através desta quantidade de água, a
quantidade de gordura corporal do indivíduo, a
quantidade de massa magra, taxa metabólica e as
balanças mais modernas do mundo ja trazem informação
de nível de hidratação e inflamação célular.

A velocidade e a relativa simplicidade de execução do


método da impedância bioelétrica representam uma
grande vantagem de sua utilização na academia, no clube
ou na clínica.

A principal limitação deste método surge quando o


avaliado apresenta alterações em seu estado de
hidratação; assim, a quantidade de alimentos e líquidos
ingeridos pelo avaliado, bem como a atividade física
realizada no dia do teste, entre outros fatores como
nefropatias, hepatopatias e diabetes podem influenciar o
resultado obtido por este método.

Segundo LUKASKI (1986), para a realização da análise


da composição corporal através da impedância bioelétrica
o avaliado tem uma participação decisiva, devendo

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obedecer a uma série de procedimentos prévios ao teste,
sem os quais poderá estar comprometendo seu resultado.

4. RECOMENDAÇÕES DE PREPARO PARA


BIOIMPEDÂNCIA

1. Não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que


antecedem o teste;

2. Manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que


antecedem o teste;

3. Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores


ao teste;

4. Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24


horas anteriores ao teste;

5. Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste, e

6. Permanecer, pelo menos, 5 a 10 minutos deitado em


decúbito dorsal, em total repouso antes da execução do
teste.

Além de todos esse cuidados, existem dezenas de


equações de predição, que devem ser utilizadas conforme
o perfil do avaliado. As equações se dividem por etnia e
sexo variando conforme a raça também (negros africanos,
Americanos, europeus etc)

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Cada equação foi derivada de pesquisas que utilizaram,
como amostragem populacional, indivíduos com
determinadas características.

Portanto, se não for escolhida a equação equivalente,


existe uma margem de erro maior ainda.

Na prática, vemos no mercado muitos equipamentos de


bioimpedância que não permitem alterar essa equação.

É utilizada a mesma para todo mundo.

4. DOBRAS CUTÂNEAS

O método de Dobras Cutâneas baseia-se no fato que:


aproximadamente metade do conteúdo total da gordura
corporal fica localizada nos depósitos adiposos existentes
diretamente debaixo da pele (gordura subcutânea).

Portanto, em cima disso, foram elaboradas equações


para estimar o percentual de gordura através dos
milímetros de gordura de todas dobras.

Esse é o método que mais usei durante toda minha


carreira com muito sucesso e precisão.

Ja utilizei diferentes tipos de adipômetro, desde os


analógicos científicos até os modelos digitais (que uso
atualmente).

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Existem dezenas de equações para esse fim, mas é muito
importante ter em mente que estas equações foram

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criadas para populações específicas e podem produzir
resultados distorcidos quando utilizadas em indivíduos
diferentes daqueles que fazem parte da amostra que deu
origem à equação (COSTA, 1996).

Para evitar erros acentuados é muito importante, quando


da escolha de uma equação, verificar com base em que
população ela foi criada: homens, mulheres, crianças,
jovens, idosos, indivíduos ativos, atletas, etc.

Para simplificar eu aplico na maioria das vezes a fórmula


de 07 dobras de Jackson e Pollock ja que consigo avaliar
mais dobras do que outras formulas que só usam 3 ou 4
pontos.

Com relação a atletas cabe ressaltar que existem


equações para diversas modalidades esportivas.

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Além disso, não podemos esquecer que estas equações
vêm de outros países, o que também pode causar alguns
equívocos com relação aos resultados.

Por isso o que mais indico é que você crie o seu padrão
de avaliação e seja consistente com ele. Dessa forma
você reduz, conforme praticar mais e mais, sua margem
de erro a praticamente de zero.

Como alternativa à utilização de equações vindas de


outros países, GUEDES (1985) e PETROSKI (1995),
produziram equações de predição de densidade corporal
com base em estudos realizados em população brasileira,
porém nos dois estudos os sujeitos eram do sul do país.

É importante ressaltar nesse caso que, num país de


dimensões continentais e com grande miscigenação de
etnias, além das diferenças climáticas e de hábitos
alimentares, como o Brasil, não podemos considerar que
uma única equação possa ser utilizada para toda a
população brasileira, o que sugere a necessidade de
novos estudos envolvendo indivíduos de outras
localidades do país.

Então, por mais que o método de dobras cutâneas


também dependa de algumas diferentes equações,

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conforme o perfil, elas podem ser alteradas diretamente
no software ou planilha utilizado para os cálculos.

Os cuidados pré procedimento, para realizar a avaliação


da composição corporal por meio de dobras, também são
bem menores e mais simples.

5. % DE GORDURA ATRAVÉS DA FITA MÉTRICA

O professor através da medição periódica dos perímetros


musculares pode controlar a evolução do
desenvolvimento entre os diferentes grupos musculares e
utilizer-se de formulas que aferem o % de gordura.

Por exemplo:

Protocolo de Dotson e Davis, 1991 (adaptado por


torres 1998)

G% Homens = +[85,20969 . log (AB - Pç)] - [69,73016 .


log (estatura em polegadas)] + 37,26673 (r=0,90) (S.E =
3,52%)
{Obs: AB = Circ. abdome e Circ. Pç = pescoço}

G% Mulheres= +[161,27327 . log (AB + GL- Pç)] -


[100,81032 . log (estatura em polegadas)] - 69,55016
(r=0,85) (S.E = 3,64%)

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{Obs: AB = Circ. abdome; Circ. Pç = pescoço e GL =
quadril}

G% Homens ideal=12-20%

G% Mulheres ideal=16-30%

De acordo com os estudos de Bjornntorpo (1986), existe


uma relação entre a distribuição da gordura corporal com
a maioria dos problemas de saúde nos seres humanos.

Existem relatos de que a obesidade seja responsável pelo


aparecimento de 26 doenças crônicas e 15-20% das
mortes anualmente.

Exemplos: doenças renais, de fígado, artrites, problemas


cardíacos, câncer de colo e diabetes, levando-nos a
concluir que em sua maioria, os indivíduos mais magros
tendem a viver mais.

Sendo a obesidade um risco no desenvolvimento de


doenças crônicas, torna-se de grande importância a
localização do acúmulo da gordura corporal.

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Foram sugeridos classificações de diferentes tipos de
obesidade, relacionados com esta localização:

Tipos Andróides (tipo Maçã): Tipo de obesidade


caracterizada pelo acúmulo de gordura na região
abdominal, localizada tanto entre os órgãos quanto
subcutâneo. Conhecida como obesidade de Membros
Superiores ou "baixo-ventre".

Tipos Genóides (tipo Pêra): Tipo de obesidade


caracterizada pelo acúmulo de gordura na região glúteo-
femoral (quadril, nádegas e pernas). Conhecida como
obesidade de membros inferiores.

Através da relação abaixo das medidas de circunferência


de abdômen e quadril, observou-se que aumentos no
desenvolvimento de doenças cardíacas em homens estão
associadas com valores acima de 0,90 e em mulheres
acima de 0,80.

WHR ou PCQ= Circunferência do Abdômen/


Circunferência do Quadril

Método para a Medição:

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- Utilizar uma fita métrica flexível sem apertar ou
comprimir a gordura ou pele e o testado deve usar roupas
de ginástica

- Tomar a medida da circunferência do maior volume do


quadril (pode ser quadril, nádegas ou pernas), com o
indivíduo de pé relaxado;

- Tomar a medida da circunferência do Abdômen, ao nível


do umbigo, sem contrair a barriga.

-Substituir na fórmula WHR:

WHR ou PCQ= Circunferência do Abdômen/


Circunferência do Quadril

- Comparar os resultados abaixo:

Tabela para Zona de Risco associada


com o WHR

Homens Mulheres

Alto Risco > 0,95 >0,85

Risco Moderado 0,90-0,95 0,80-0,85

Baixo Risco <0,90 <0,80

Fonte: Nutrition For Fitness and Sport - WILLIAMS, M.H

RISCO

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IDADE BAIXO MODERADO ALTO MUITO ALTO
20-29 <0,83 0,83 - 0,88 0,89 - 0,94 > 0,94
30-39 <0,84 0,84 - 0,91 0,92 - 0,96 > 0,96
HOMENS 40-49 <0,88 0,88 - 0,95 0,96 - 1,00 > 1,00
50-59 <0,90 0,90 - 0,96 0,97 - 1,02 > 1,02
60-69 <0,91 0,91 - 0,98 0,99 - 1,03 > 1,03
IDADE BAIXO MODERADO ALTO MUITO ALTO
20-29 <0,71 0,71 - 0,77 0,78- 0,82 > 0,82
30-39 <0,72 0,72 - 0,78 0,79 - 0,84 > 0,84
MULHERES 40-49 <0,73 0,73 - 0,79 0,80 - 0,87 > 0,87
50-59 <0,74 0,74 - 0,81 0,82 - 0,88 > 0,88
60-69 <0,76 0,76 - 0,83 0,84- 0,90 > 0,90

Adaptado de Bray and Gray, 1988b

6. O QUE PODE INTERFERIR NOS RESULTADOS?

Como nenhum método é perfeito, existem as


seguintes possibilidades de interferências:

• Condições de medida (local): de preferência o


ambiente deve ser bem iluminado e livre de barulho,
para boa visualização dos pontos de medida e
registro dos números corretamente.

• Técnica de medida: o avaliador precisa de muita


prática nos procedimentos para ter precisão no

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manuseio dos equipamentos e na marcação dos
locais exatos.

• Procedimento: é muito comum vermos avaliações


feitas com pressa, onde são realizadas somente uma
aferição. O correto é realizar três aferições em cada
dobra cutânea, de forma não consecutiva, ou seja,
fazendo um rodízio. E utilizar a dobra mediana como
registro final, para diminuir a margem de erro. Ex:
medidas com 10, 10,5 e 11 milímetros de gordura,
registra-se o 10,5.

• Calibração de equipamentos: qualquer


equipamento deve ser calibrado periodicamente e
conforme a frequência de uso, pois vão se
descalibrando e perdendo a precisão com o
tempo. Exemplos: balanças (peso total), plicômetros
(dobras cutâneas), esfigmomanômetros (pressão
arterial) e outros.

• Diferença entre avaliadores: é importante realizar a


avaliação sempre com o mesmo avaliador, pois por
mais que as técnicas sejam as mesmas, as
pequenas diferenças na aplicação delas acabam
influenciando nos resultados.

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Na verdade, todas essas possibilidades de interferências
listadas também podem ocorrer nos outros métodos,
portanto a minha sugestão é sempre procurar avaliadores
experientes.

Aqui no Centro de Excelência Física de Brasília eu e


minha equipe realizamos os cursos da ISAK (The
International Society for the Advancement of
Kinanthropometry) ou Sociedade Internacional para o
Avanço da Cineantropometria).

A ISAK tem o objetivo de padronizar a técnica no mundo,


justamente pelo fato que mesmo se utilizando uma
mesma técnica, os métodos estão sujeitos a erros.

7. CONCLUSÃO

Considerando que as técnicas mais acessíveis são


justamente as que podem produzir mais erro, é
importante que verifiquemos as vantagens e limitações da
técnica escolhida, para que possamos errar um pouco
menos.

Tirando os erros por desconhecimento dos


procedimentos, problemas com equipamentos e pouca
habilidade na aplicação das técnicas, uma grande

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margem de erro encontra-se justamente na conversão
de valores reais em percentuais, através de equações.

Os erros de procedimentos, aplicação e equipamentos


podem ser facilmente resolvidos com um bom
profissional.

Agora quanto as equações, muitas foram elaboradas


através de amostras populacionais de outros países, com
características completamente diferentes das nossas em
termos de estrutura corporal.

Resultado? Valores subestimados ou superestimados,


dependendo da equação escolhida.

Essa “necessidade” de conversão em percentuais está


muito relacionada com a necessidade de comparação que
o ser humano tem, principalmente com outras pessoas.

Com certeza, comparar o seu percentual de gordura com


o de outras pessoas não vai te trazer nenhum retorno
positivo, muito menos prático, que vá auxiliar na
prescrição do seu treinamento.

Observe na foto abaixo, por exemplo, aonde todas as


mulhres tem o mesmo peso. Portanto o % de gordura e o
peso não definem exatamente o que você ve no espelho
mas certamente são uma forma objetiva e segura de você

26
julgar se você esta tendo os resultados que deseja, na
velocidade que deseja ou não.

A verdadeira importância da avaliação é


justamente identificar oportunidades de melhorias e
nortear a prescrição.

Outra função importante é acompanhar o


desenvolvimento, que não necessariamente tem que ser
através dos percentuais.

Todo aluno, cliente ou atleta que atendo me traz


informações que são subjetivas sobre a forma como estão
sentindo as mudanças. O sono, o funcionamento do
intestine, libido, disposição, imunidade e outras questões
eu sempre gusto de abordar durante as avaliações.

É uma forma de ter uma visão geral da situação? Sim,


mas devido aos erros que não temos controle, como no

27
caso das equações não específicas, que convertem
medidas reais em percentuais, nem sempre avaliar só o
% de gordura é a melhor forma de acompanhar o
desenvolvimento e mostrar resultados que talvez a
pessoa não tenha se atentado.

Dentro desse raciocínio, uma das frases mais sensatas


que tive a oportunidade de me deparar, foi a do Dr.
Francis Johnston (1982), do Departamento de
Antropologia da Universidade da Pensilvânia:

“Antes de converter as dobras em percentual de


gordura, convêm utilizar as dobras por si mesmas”

– Dr. Francis Johnston

Para o acompanhamento do desenvolvimento, uma das


melhores maneiras, ou seja, com menor margem de erro
é apenas pelo somatório das dobras.

Digamos que em uma primeira avaliação, com um


protocolo de 7 dobras, seu somatório foi de 125
milímetros de gordura.

Já na reavaliação, em torno de uns 2 meses depois,


baixou para 95 milímetros.

28
Isso quer dizer que você reduziu a gordura corporal e está
no caminho certo em relação ao treinamento e
alimentação, que é o que de fato importa!

Eu particularmente prefiro realizer as avaliações de meus


cliente e alunos a cada 02 semanas e no caso de atletas
de alto rendimento até 1 a 2 x por semana.

Isso porque dependendo do nível de treinamento e dieta


aplicados, ja é possível aferir pequenas diferenças que
podem mostrar uma tendência para um lado ou outro e
isso ja lhe permitirá fazer ajustes pontuais.

Assim você consegue registrar seus resultados e avaliar a


eficiência do seu treinamento!

Agora que você já sabe tudo sobre avaliações físicas,


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acompanhar a evolução da sua composição corporal e
perímetros do ano inteiro.

Referências Bibliográficas

BAUNMGARTNER, T. A. & JACKSON, A. S.


Measurement for Evaluation in Physical Education and
Exercise Science. 5ª. ed. Madison. Brown & Benchmark

29
Publishers, 1995. COSTA, R. F. Avaliação Física. São
Paulo. Fitness Brasil Collection, 1996. COSTA, R. F.
Avaliação da Composição Corporal (CD-ROM). Santos,
FGA Multimídia, 1999. DRINKWATER, D. T. et alii.
Validation by Cadaver Dissection of Matiegka's Equations
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Composition in Adult Humans. In: DAY, J. A. P.
Perspectives in Kinanthropometry. Champaign. Human
Kinetics Publishers, 1984. GUEDES, D. P. Estudo da
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densidade corporal e da espessura de dobras cutâneas
em universitários. Dissertação de Mestrado. Santa Maria.
Universidade Federal de Santa Maria, 1985. GUEDES, D.
P. & GUEDES, J. E. R. P. Exercício Físico na Promoção
da Saúde. Londrina. Midiograf, 1995. GUEDES, D. P. &
GUEDES, J. E. R. P. Controle do Peso Corporal:
Composição Corporal, Atividade Física e Nutrição.
Londrina. Midiograf, 1998. KATCH, F. I. & McARDLE, W.
D. Nutição, exercício e saúde. 4ª.ed. Rio de Janeiro.
Medsi, 1996. 6 LOHMAN, T. G. Skinfolds and body
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impedance method to assess human body composition.
Journal of Applied Physiology, 60, 1327- 32, 1986.

30
MARTIN, A. D. & DRINKWATER, D. T. Variability in the
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D.; KATCH, I. F. & KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício -
Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de
Janeiro. Guanabara, 1985. PETROSKI, E. L.
Desenvolvimento e validação de equações generalizadas
para a estimativa da densidade corporal em adultos.
Santa Maria, Tese de Doutorado, Universidade Federal
de Santa Maria, 1995. ROCHE, A. F. Anthropometry and
ultrasound. In: ROCHE, A. F.; HEYMSFIELD, S. B. &
LOHMAN, T. G. Human body composition. Champaign.
Human Kinetics, 1996. 7 Artigo publicado na Revista
Nutrição em Pauta, Ano VII – nº 37 – 1999.

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