Você está na página 1de 10

educación física educacion fisica deportes deporte sport futbol fútbol entrenamiento deportivo discapacidad aventura poker

jackpot bet apuesta dados dice casino naturaleza lesión lesion deportiva psicologia sociologia estudios sociales culturales
physical juegos game gambling education sports sciences education physique gimnasia fitness natacion atletismo velocidad
resistencia flexibilidad fuerza potencia aerobico habilidad motora recuperacion pilates fatiga frecuencia cardiaca violencia
Modelos de entendimento do processo de emagrecimento
Pro Health & Performance. Universidade Gama Filho. Prof. Dr. Tony Meireles dos Santos
Programa de Pós Graduação em Educação Física. tonyms@prohealth.com.br
Rio de Janeiro. (Brasil)

Resumo
A tendência de aumento da massa corporal que vem se delineando nos últimos tempos tem motivado o surgimento de diversas estratégias de emagrecimento. A
recomendação de uma atividade aeróbia de baixa intensidade e longa duração, com o objetivo de maximizar o metabolismo das gorduras, é um dos exemplos das
estratégias criadas pelos profissionais da área de saúde, muitas vezes sem fundamentação científica adequada. Com o intuito de confrontar as estratégias
comumente praticadas, foram criadas duas categorias de procedimentos, denominadas neste documento como Modelo Matemático e Modelo Metabólico. A primeira
engloba as condutas que têm por finalidade promover um balanço energético negativo e a segunda, promover um aumento do metabolismo das gorduras. Os
objetivos do presente documento foram: a) discutir os pressupostos conceituais que fundamentam as duas categorias ora definidas e estabelecer suas sustentações
teóricas; e b) apresentar as estratégias de orientação da atividade física com base no modelo matemático. Pôde-se concluir que os pressupostos teóricos que
fundamentam as práticas baseadas no Modelo Metabólico são carentes de evidências científicas que a sustentem, sendo recomendado para orientação de
programas de emagrecimento as condutas e pressupostos relacionados ao Modelo Matemático.
Unitermos: Emagrecimento. Prescrição de exercício. Metabolismo.

Abstract
The body weight gain tendency that has been being delineated lately has been motivating the appearance of strategies for weight reduction. The
recommendation of a low intensity and long duration aerobic activity, with the aim of maximizing fat metabolism is one of the strategies created by health
professionals but they lack scientific background. In order to confront the commonly used strategies, two categories of procedures were created, named in this
paper as Mathematical Model and Metabolic Model. The first model includes the procedures related to the promotion of a deficit in energy balance and the second
one includes the procedures related to the increase of fat metabolism. The objectives of the present paper were: a) to discuss the conceptual basis that supports
both categories and to establish its theoretical support; b) to present the strategies to prescribing exercises based on the Mathematical Model. It could be concluded
that the theoretical basis behind the Metabolic Model lack scientific evidences, thus it's recommended the prescription of the procedures and ideas related to the
Mathematical Model in order to achieve weight loss.
Keywords: Weight loss. Exercise prescription. Metabolism.

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 112 - Septiembre de 2007

1/1

Introdução
O excesso de massa corporal e a obesidade, normalmente estabelecidos a partir do índice de massa corporal (IMC -
massa em quilos dividida pela estatura em metros ao quadrado), maior ou igual a 25 e 30 kg.m-2 respectivamente,
tem aumentado nos últimos anos de forma alarmante, a ponto de serem classificados como epidemia (FLEGAL, 1999).
Ao contrário do que muitos podem pensar, tal problema não acomete somente a sociedade Norte Americana. O
mesmo estudo demonstrou que a tendência de ganho de massa corporal é mundial, atingindo países com diferentes
níveis sócio-econômicos, inclusive o Brasil.

Estudos transversais, realizados regularmente nos EUA, têm demonstrado uma clara tendência de crescimento das
taxas de obesidade e sobrepeso. Entre 1960 e 1962, cerca de 48% dos homens e 39 % das mulheres apresentavam
excesso de massa corporal (IMC > 25 kg.m-2). Entre 1988 e 1994, registrou-se um crescimento alarmante, quando o
sobrepeso atingia 59 % dos homens e 50 % das mulheres, significando um crescimento de 22,9 % e 28,2 %,
respectivamente (USDHHS, 1998). Especificamente em relação a obesidade (IMC > 30 kg.m-2), sobre a qual diversas
evidências demonstram clara agressão à saúde e qualidade de vida em saúde, observou-se uma prevalência de 34 %
da população adulta Norte Americana (KUCZMARSKI et al., 1994). Segundo as metas populacionais de saúde traçadas
pelo Healthy People 2000, esperava-se que no ano dois mil esta prevalência estivesse em torno de 20 % (NCHS,
1997). Ao contrário das expectativas, os valores vêm crescendo.

Como resultado deste crescimento da população com excesso de massa, cresce paralelamente o número de
serviços para esse público. Evidências disso podem ser encontradas no alto número de especialistas em perda de
massa, constantes lançamentos de dietas da moda, produtos milagrosos, centros de tratamento (Spas e centros de
atividade física), apelos televisivos, entre outros.

Parece ser a área de emagrecimento um dos mais novos mistérios da era moderna, direcionando a atenção de
diversos segmentos da sociedade para este tópico, que por sua vez paga um preço elevado pela alta prevalência de
obesidade. As conseqüências para a saúde do indivíduo que apresenta excesso de gordura parecem estar bem
estabelecidas. Problemas como coronariopatia, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo II, alterações
plasmáticas de lipídeos, litíase biliar, gota, câncer, distúrbios psico-sociais, osteoartrite, sedentarismo entre outros, já
foram amplamente relacionados à obesidade (USDHHS, 1998).

Em última análise, a conseqüência de todos esses problemas relacionados ao excesso de gordura é um aumento
considerável nas taxas de mortalidade e morbidez, além de um considerável custo econômico, tanto para o governo,
quanto para os indivíduos acometidos.

Com a finalidade de contornar esta situação, pode-se observar a grande variedade de procedimentos para a perda
de massa, fato este que já era de se esperar visto o quão rentável é esse mercado de atuação. Em relação ao
entendimento do processo de emagrecimento, o discurso dos profissionais de saúde tem como paradigma duas
grandes correntes de recomendação para o emagrecimento, até então não documentadas e/ou declaradas
formalmente: uma baseada na matemática energética entre o que é gasto e o que é ingerido; e a outra que visa
maximizar o metabolismo das gorduras.

O objetivo deste documento foi discutir os pressupostos conceituais que fundamentam as duas categorias de
procedimentos ora definidos e estabelecer suas sustentações teóricas, possibilitando assim, a partir de uma
compreensão mais abrangente do assunto, mais chances de sucesso no processo de orientação para a perda de
massa. O desenvolvimento do texto focalizou os motivos e justificativas que levam os profissionais a recomendar
certos tipos de estratégias a fim de atingir as metas de emagrecimento. A presente revisão visou, ainda, apresentar as
estratégias de orientação da atividade física com base no modelo matemático, i.e. utilizando o dispêndio energético
das atividades e suas relações com o emagrecimento.

Modelos teóricos de entendimento do emagrecimento

Apesar de jamais terem sido definidos na literatura nacional ou internacional, os discursos dos profissionais de
saúde referentes às causas do emagrecimento podem ser divididos em duas categorias: de um lado, uma corrente
que acredita na associação entre uma dieta balanceada e a necessidade de uma restrição energética adequada para a
diminuição da gordura corporal e, do outro, defensores das idéias relativas à importância da maximização da utilização
das gorduras como fonte primária de energia para o metabolismo energético.

A princípio, parecem os dois modelos tratar do mesmo assunto, contudo suas fundamentações contêm importantes
diferenças. Numa análise empírica, não baseada em achados ou relatos científicos, os profissionais que atuam direta
ou indiretamente no processo de perda de massa têm suas idéias enraizadas em uma das duas correntes. Não é
incomum, ainda, profissionais que se valem das duas correntes para justificar suas condutas. Não se tem informação
sobre a origem dessa dicotomização conceitual, contudo pode-se observar claramente sua existência no discurso dos
profissionais que atuam na área de emagrecimento, em especial os de atividade física.

Por tal discussão se tratar de mais uma taxionomia relacionada ao metabolismo energético, para fins didáticos, tais
correntes foram aqui definidas como Modelo Metabólico e Modelo Matemático de entendimento do processo de
emagrecimento, cujas características encontram-se no Quadro 1.

Infelizmente, o processo de classificação leva muitas vezes a um extremismo. Algumas condutas profissionais se
valem de princípios característicos aos dois modelos apresentados, contudo tal atitude parece estar desvinculada de
qualquer pressuposto. Pode-se considerar, então, tal conduta como uma não adesão fiel a um dos modelos ora
categorizados, que pode ser fruto de uma baixa fundamentação teórica, ou ainda de uma confusão de princípios.
Enquadram-se nesta situação aquelas recomendações que por um lado prezam uma dieta balanceada hipocalórica
(modelo matemático) e por outro lado preconizam uma atividade aeróbia de baixa intensidade e longa duração com o
intuito de se consumir mais gordura (modelo metabólico). Na verdade, esta confusão de princípios é, provavelmente,
a mais observável entre os profissionais que atuam na orientação para a perda de massa.

Considerações sobre o modelo metabólico

Os organismos vivos dependem das reações de transformação de energia para sua subsistência. Os intercâmbios
na natureza entre as manifestações de energia (química, elétrica, térmica, radioativa, luminosa e mecânica) garantem
aos animais a capacidade de viver, se locomover, manterem-se aquecidos etc. Os seres humanos, entre outros
animais, possuem as vias aeróbia e anaeróbia de transformação de energia, sendo esta segunda subdividida em lática
e alática. Para que haja a conversão energética necessária aos processos vitais do organismo, as três vias interagem
entre si num processo contínuo. De acordo com as condições da atividade, ora um sistema se sobressai, ora outro.
Não existe uma ordem preestabelecida de solicitação dos sistemas, contudo, pelas nossas características fisiológicas, o
sistema aeróbio é o responsável principal pelo equilíbrio dos outros dois sistemas. Sua capacidade de transformação
de energia, sob condições de esforço de baixa intensidade, é quase ilimitada, sendo esta via também a única com a
capacidade de metabolização de todos os substratos energéticos. Enquanto a via anaeróbia alática utiliza somente o
sistema dos fosfagênios (ATP - CP), e a anaeróbia lática somente a glicose, o sistema aeróbio é capaz de utilizar os
três macronutrientes normalmente ingeridos numa dieta diária balanceada: carboidratos, gorduras e proteínas
(MCARDLE et al., 2001). Vale ressaltar ainda que o sistema aeróbio é o responsável pela ressíntese da fosfocreatina
durante o período de recuperação ou diminuição da carga de trabalho, e ainda pela metabolização de
aproximadamente 70 % de todo lactato formado durante o exercício (POWERS & HOWLEY, 2004).

Além daquilo que é ingerido diariamente e fica disponível para utilização a partir dos processos digestivos, os
organismos possuem um considerável estoque destes nutrientes, sendo o principal a gordura subcutânea, como
mostra a Tabela 1.

Os mecanismos de ajuste que determinam qual dos substratos é prioritariamente metabolizado são bastante
complexos. Essa seleção é fruto de uma interação entre diversos fatores que direcionam os processos metabólicos
para o substrato mais adequado à situação imposta. Apesar de atualmente se conhecer muito mais sobre a
participação das proteínas (aminoácidos) no metabolismo aeróbio, sua colaboração percentual direta no processo
continua sendo, na maioria das vezes, desprezível. Estima-se em aproximadamente 2 % nas atividades com duração
menor que uma hora e entre 5 a 15 % ao final de uma atividade com aproximadamente três a cinco horas (POWERS
& HOWLEY, 2004). Os carboidratos e, principalmente, as gorduras (na forma de ácidos graxos livres - AGL's) é que
garantem combustível suficiente às necessidades diárias do organismo.

Segundo Åstrand & Rodahl (1992), a utilização da fonte energética é determinada pelos seguintes fatores de
natureza bioquímica e fisiológica:

a. Ingestão de Carboidratos: uma ingestão alta de carboidratos determina um direcionamento do metabolismo


para este substrato, basicamente pela ação da insulina que é secretada quando os níveis glicêmicos se elevam
e pela sua ação inibidora sobre a enzima lipase hormônio sensível, que faz a mobilização dos triglicerídeos
estocados nos adipócitos;

b. Níveis Plasmáticos de AGL's: a disponibilidade plasmática de ácidos graxos livres também é determinante para
a taxa de utilização das gorduras. A regulação dos níveis plasmáticos de AGL durante a atividade física depende
da ação da adrenalina (hormônio que atua na mobilização da gordura acumulada); níveis sangüíneos de lactato
(que inibem a mobilização dos AGL's pela lipase); e concentrações do hormônio de crescimento;

c. Níveis de Cortisol Plasmáticos: hormônio secretado pelo córtex adrenal durante atividade física e mental que
cataboliza os aminoácidos formando glicose. Atua também na mobilização de AGL a partir do tecido adiposo e
impede a entrada da glicose na célula, obrigando a utilização das gorduras como fonte de energia;

d. Ingestão de Cafeína: a ingestão de cafeína, na forma de café normal, direciona o metabolismo para os AGL's
economizando assim as reservas de glicogênio.

Em uma excelente revisão sobre o assunto, POWERS & HOWLEY (2004) descreveram os diversos fatores que
determinam o direcionamento do metabolismo para a via glicolítica ou lipolítica a partir do volume e intensidade das
atividades físicas realizadas.

a. Intensidade do Exercício: é um dos fatores principais no direcionamento do substrato energético a ser


metabolizado. Pela maior complexidade das reações, o metabolismo lipídico necessita de uma intensidade de
exercício mais branda. Em atividades abaixo de 30 % do consumo máximo de oxigênio (VO2máx),
praticamente todo o ATP ressintetizado provém do metabolismo lipídico, fato este que se altera a uma
intensidade de aproximadamente 70 % do VO2máx, onde a maior parte da energia liberada para a ressíntese
do ATP passa a ser fornecida pelo metabolismo dos carboidratos. Entre as intensidades de 30 e 70 %, na
medida em que o exercício vai se tornando cada vez mais intenso, vai ocorrendo progressivamente uma
mudança de predominância das gorduras para os carboidratos (Figura 1a). Evidências sugerem que dois fatores
principais estariam relacionados a esta alteração (GOLLNICK et al., 1986; BROOKS & MERCIER, 1994 &
TURCOTTE et al., 1995): o primeiro fator estaria relacionado ao recrutamento das fibras de contração rápida
em intensidades de exercício mais elevadas. Tais fibras possuem uma menor reserva de triglicerídeos e uma
menor capacidade de metabolizar as gorduras associada a uma maior capacidade de utilização dos
carboidratos; o segundo fator estaria relacionado a secreção de adrenalina e noradrenalina, que aumentam sua
concentração na corrente sangüínea à medida que a intensidade do exercício se eleva. Tal alteração leva a um
aumento do metabolismo glicolítico e, consequentemente, a um aumento das concentrações de lactato. O
lactato, por sua vez, inibe a ação da lipase, enzima responsável pela hidrólise dos triglicerídeos em glicerol e
AGL, diminuindo assim a oferta desse substrato para o metabolismo, levando a glicose à posição de
combustível principal.

b. Duração da Atividade: à medida que a atividade aumenta de duração, vai ocorrendo um direcionamento do
metabolismo para as gorduras (Figura 1b). Os fatores que regulam tal fenômeno estão relacionados,
provavelmente, às variáveis que controlam a taxa de oxidação das gorduras (lipólise), mais especificamente à
ação dos hormônios adrenalina, noradrenalina e glucagon (HOLLOSZY, 1990). Outro fator importante diz
respeito ao hormônio insulina. À medida que a atividade realizada se estende por diversos minutos, os níveis
sangüíneos das catecolaminas se elevam, promovendo assim uma maior liberação de AGL na corrente
sangüínea, aumentando o metabolismo das gorduras. A insulina, como já comentado, inibidora do processo,
tende a diminuir em exercícios de longa duração, favorecendo ainda mais o metabolismo das gorduras.

As evidências da literatura são bastante claras em afirmar quais os determinantes para o metabolismo ser
direcionado para a via lipídica ou glicídica. Tal conclusão não está aqui sendo questionada, porém a extrapolação de
que esta via deva ser aquela utilizada na prescrição de exercício para emagrecimento é que está sendo discutida. De
acordo com as evidências sobre os determinantes para o metabolismo lipídico, é compreensível que a utilização dos
exercícios aeróbios de baixa intensidade e longa duração, entre outras medidas que maximizem o metabolismo das
gorduras, sejam adotadas (Quadro 2). De forma aparentemente muito simplista e causal, começou-se a supor que a
única maneira de metabolizar a energia estocada em excesso no corpo humano na forma de gordura seria
priorizando, durante a atividade física, a via aeróbia. Apesar de atrativa, essa afirmativa carece de experimentos
científicos que a sustente.

Mesmo considerando a importância da intensidade do trabalho no direcionamento do substrato utilizado, Romijn et


al. (1993) demonstraram que altas intensidades de exercício, apesar de propiciarem uma participação percentual
menor das gorduras como fonte energética, no cômputo final, i.e. levando-se em consideração uma menor
participação percentual numa maior intensidade, propiciam a utilização de gorduras em quantidades semelhantes
àquelas utilizadas em atividades de menor intensidade (Figura 2).

Numa comparação simulada entre duas intensidades de exercício com duração de 30 min, uma a 50 % do VO2máx
e outra a 75 %, Wilmore & Costill (1994) demonstraram não existir diferença entre a quantidade de calorias gastas a
partir das gorduras, apesar da intensidade da segunda atividade propiciar uma participação percentual deste substrato
menor que na primeira situação (Tabela 2). A compreensão deste conceito passa anteriormente pelo entendimento da
monitoração do substrato utilizado. Utilizando um sistema de análise de gases expirados, que possibilite a
determinação do consumo de oxigênio (VO2) e da produção de gás carbônico (VCO2), é possível determinar a
quantidade percentual de mobilização de gorduras e carboidratos. A variável que possibilita essa visualização é o
quociente respiratório (QR), determinado como demonstrado abaixo.

Dependendo do valor observado numa determinada atividade, é possível estabelecer qual a colaboração percentual
das gorduras e carboidratos como substrato energético. Para uma mobilização plena de gordura, é necessário que o
QR esteja em 0,7 e para os carboidratos em 1,0. Mais detalhes sobre o entendimento deste conceito podem ser
esclarecidos em livros básicos de fisiologia do exercício e/ou nutrição.

Como pode ser observado na Tabela 2, a modificação do QR proporcionado pelo aumento da intensidade da
atividade resultou numa mesma mobilização das gorduras nos dois exemplos apresentados, apesar de uma menor
participação percentual deste substrato a 75 % do VO2máx.

Com base nas evidências de Romijn et al. (1993) e Wilmore & Costill (1994), parece não existir fundamentação que
apoie a principal justificativa das teorias que defendem a orientação de atividades de baixa intensidade com o intuito
de otimizar o metabolismo das gorduras. Como demonstrado, intensidades mais altas propiciam uma participação
percentual menor das gorduras, porém quando o total gasto é observado, essa diferença desaparece.

Considerações sobre o Modelo Matemático

Do outro lado da discussão apresentada até o momento, estão as evidências sobre as calorias ingeridas nas
refeições e gastas durante diferentes tipos de atividades de lazer, laborativas e no repouso.

Citando a primeira lei da termodinâmica, a que prega que nenhuma energia é criada, e sim transformada, os
alimentos ingeridos possuem energia, os organismos estocam essa energia ingerida (principalmente na forma de
carboidratos e gordura) e as atividades diárias despendem energia. Pela característica de cada sítio de
armazenamento de energia (Tabela 1), as gorduras assumem um papel fundamental no que se refere à manutenção
das energias ingeridas e não gastas.

A Caloria ou, mais precisamente, a quilocaloria (kcal), foi uma das unidades adotadas pelos especialistas com o
intuito de traduzir o quanto de energia está contida em cada alimento, ou ainda quanto seria necessário para
desempenhar uma determinada tarefa. Uma kcal seria a energia necessária para aquecer um litro de água em 1º C
(POWERS & HOWLEY, 2004).
Numa visão tradicional, o excesso de massa ou o emagrecimento, seriam conseqüências de um desequilíbrio na
balança energética (ingestão vs. dispêndio) positivo ou negativo, respectivamente. Nesta visão, o ganho de massa se
daria por um aumento na ingestão energética associada a uma diminuição ou baixo gasto energético, levando a um
acúmulo de energia pelo organismo, que, como já comentado, utilizaria a gordura subcutânea como via de estoque.
Um quilo de gordura estocada eqüivale a aproximadamente 7.700 kcal (ACSM, 2000). Isso significa que um acúmulo
diário de 400 kcal, seja por falta de uma atividade física regular ou pelo excesso de alimentos ingeridos, levaria a um
aumento de massa de 1,58 Kg em um mês. Apesar dessa estimativa estar matematicamente correta, o organismo
dispõe de mecanismos para que oscilações extremas não aconteçam num curto espaço de tempo. Como exemplo,
pode-se citar um clássico estudo de Benedict e colaboradores de 1919 (citados por POWERS & HOWLEY, 2004), onde
foi demonstrado um aumento do metabolismo de repouso quando indivíduos eram submetidos a uma dieta
hipercalórica. Desta forma, é possível que uma grande oscilação energética alimentar gere apenas um pequeno
aumento nos estoques energéticos humanos.

Mais recentemente, POWERS & HOWLEY (2004) apresentaram um modelo ligeiramente mais elaborado para o
entendimento da balança energética. Segundo estes autores, pelos diversos recursos que o organismo dispõe para
compensar a balança energética em situações de desequilíbrio, o termo "taxa de mudança das reservas de energia"
deve ser priorizado. Neste entendimento, as modificações que ocorrem no organismo, incluindo as modificações do
metabolismo de repouso, digestão e utilização dos alimentos e as alterações hormonais, estariam sendo consideradas.
Para mais detalhes, sugere-se a leitura do texto original.

As calorias ingeridas proveniente dos alimentos podem ser facilmente determinadas se forem conhecidas as
quantidades relativas de lipídeos, protídeos e glicídeos. Para cada grama de lipídeo, tem-se o total de 9 kcal, sendo
que para os demais nutrientes, apenas 4 kcal. O cálculo do valor energético de um determinado alimento pode ser
estimado a partir da computação parcial das calorias de cada nutriente e a sua conseqüente soma, totalizando o valor
energético do alimento. Atualmente, os rótulos dos produtos industrializados já contêm, na maioria das vezes, o valor
total das calorias. De acordo com o objetivo, deve-se fazer uma adequação das calorias ingeridas às necessárias para
uma rotina diária. O ideal para o desenvolvimento de um plano alimentar com essas bases é a consulta a um
profissional da área de nutrição, que garantirá não somente uma dieta hipocalórica, como também o balanceamento
dos macro e micronutrientes.

Vale salientar que as gorduras ingeridas na dieta, quando comparadas aos carboidratos e proteínas, apresentam
mais que o dobro das calorias. Provavelmente por esse motivo, tem-se priorizado uma dieta hipolipídica para fins de
emagrecimento, primeiro por facilitar a diminuição das calorias ingeridas na alimentação, e segundo por ser
consideravelmente complicado atingir as calorias adequadas para o emagrecimento se a dieta possuir uma grande
contribuição por parte das gorduras. Evidências ainda sugerem que uma alta taxa de gorduras na dieta em relação
aos carboidratos está associada a uma maior incidência de obesidade (MILLER, 1991), sem contar os maiores riscos
para o desenvolvimento de doença arterial coronariana que alguns tipos de lipídeos podem proporcionar.

Há alguns anos, Jequier (1993) introduziu a idéia de que uma das causas do aumento de massa seria um excesso
de gordura na alimentação. Segundo este autor, um desequilíbrio entre as gorduras ingeridas e as gastas levaria a um
acúmulo de gordura corporal, principalmente nos estoques subcutâneos. Numa situação de balanço energético
positivo a partir dos carboidratos e proteínas, o organismo aumentaria seu metabolismo para utilizar essa energia em
excesso nas suas funções biológicas (síntese tecidual, transporte de nutrientes, estocagem de carboidratos ou
liberação de energia para as atividades). Já a gordura em excesso seria prontamente estocada na forma de
triglicerídeos no tecido adiposo. Autores como Scott Powers e seus colaboradores parecem corroborar com essa teoria.

Para prescrição de exercícios com base nas calorias a serem gastas, pode-se utilizar a relação existente de 5 kcal
despendidas para cada litro de oxigênio consumido (ACSM, 2000). Se forem conhecidas as exigências metabólicas da
atividade desempenhada, pode-se estimar o total de calorias gastas. Se para um indivíduo de 80 kg, caminhar a 4
km.h-1 eqüivale a um dispêndio energético de aproximadamente 4,1 kcal.min-1, a partir de simples cálculos
matemáticos pode-se saber qual o gasto em trinta minutos de atividade, ou mesmo de quantas sessões seriam
necessárias para que este indivíduo perdesse um determinado excesso de calorias acumulado na forma de gordura.
Para este fim, três possibilidades podem ser utilizadas:

a. utilização das equações do American College of Sports Medicine (ACSM) para o cálculo do consumo de oxigênio
em diferentes atividades (Quadro 3);

b. medida direta do consumo de oxigênio; e

c. utilização de tabelas que contenham os valores dos equivalentes metabólicos (MET) (AINSWORTH et al., 1993
e AINSWORTH et al., 2000).
O cálculo do consumo de oxigênio por minuto, e consequentemente das calorias gastas, pode ser realizado pelas
equações do ACSM quando os trabalhos em esteira, pista, bicicleta ergométrica ou banco forem utilizados (Quadro 3).
A partir da determinação do consumo de oxigênio da atividade, que preferencialmente deverá ser realizada numa
condição de steady state, pode-se converter o resultado em calorias, ou a partir de um determinado gasto objetivado,
pode-se determinar o ritmo de corrida ou a carga de trabalho numa bicicleta.

Com algumas adaptações, pode-se adequar a medida direta do consumo de oxigênio em diferentes atividades,
desde as cíclicas até as acíclicas. Para as atividades acíclicas em que a medida direta do consumo de oxigênio não
estiver disponível, pode-se utilizar as tabelas de METs, uma vez que atualmente dispõe-se de uma variedade bastante
ampla de atividades. Um MET eqüivale ao consumo de oxigênio de 3,5 mL.kg-1.min-1 e expressa, em teoria, o
metabolismo de repouso de um indivíduo. A conversão de MET para kcal pode ser realizada a partir da fórmula
sugerida pelo ACSM (ACSM, 2000):

Um indivíduo realizando uma atividade de 6 METs e que tenha 70 Kg de massa corporal teria um gasto de 7,35
kcal.min-1 (6 METs x 70Kg x 3,5 200 = 7,35 kcal.min-1).

Em todos os casos, a orientação de exercícios deverá ter suas calorias computadas e a estimativa de perda de
massa deve utilizar a relação de 7.700 kcal para cada quilo de gordura a ser perdido. Segundo o próprio ACSM (ACSM,
2000), a programação de perda de massa não deveria exceder 1 kg por semana ou o equivalente a um déficit
energético semanal de 7.700 kcal, incluindo a restrição alimentar e o dispêndio com atividade física.

Pela diversidade de fatores que atuam e influenciam o processo de perda ponderal, parece presunção atribuir ao
gasto energético proporcionado pela atividade física os méritos exclusivos pela redução da massa corporal. Sabe-se
claramente que apesar de importante, esse gasto é apenas um dos seis benefícios proporcionados pelo exercício no
processo de emagrecimento (Quadro 4) (ACSM, 2001). Mais detalhes sobre este tópico poderão ser obtidos na obra
original. Cabe, porém, alguns comentários sobre dois destes tópicos: a manutenção ou aumento do metabolismo de
repouso e o aumento da auto estima, ambos proporcionados pela prática regular de atividade física.

Uma das conseqüências indesejáveis do processo de perda de massa é a redução do metabolismo de repouso, que
em alguns casos pode chegar a 20 % (ACSM, 2001). Sendo considerada como uma defesa do organismo no sentido
de preservar energia numa situação de privação, i.e. balanço energético negativo, os seres humanos passam a gastar
menos calorias em repouso do que gastariam se estivessem numa dieta adequada do ponto de vista energético.
Levando em consideração que aproximadamente 70 % das calorias gastas durante um dia são provenientes deste
metabolismo, uma redução de 100 a 200 kcal por dia eqüivaleria a uma resistência do organismo a perder
aproximadamente 90 a 180 g de gordura em uma semana ou 395 a 790 g de gordura por mês. Olhando para os
mesmos dados de outra maneira e utilizando o mesmo exemplo de gasto energético em atividade já apresentado
neste documento (caminhada a 4 km.h-1 para um indivíduo de 80 kg), esses valores representariam uma atividade
diária de 24 a 48 min.

A atividade física regular possibilita a manutenção do metabolismo de repouso, parecendo ser essa adaptação
aguda e não crônica (BULLOUGH, 1995). Isto significa que se o treinamento regular for interrompido, haverá uma
imediata diminuição do metabolismo de repouso. Seu aumento acima dos níveis normais está associado a um
aumento da massa corporal magra que por sua vez é, na maioria das vezes, conseqüência de um treinamento de
força. Como as cargas iniciais para este tipo de treinamento em sedentários são mais baixas que as indicadas para um
trabalho de hipertrofia e a progressão do trabalho é geralmente mais lenta, o aumento do metabolismo de repouso
retarda a aparecer.

O segundo tópico a ser destacado se refere ao aumento da auto-estima, constantemente mencionado como um
dos importantes benefícios da prática regular de exercícios (USDHHS, 1996). A partir da adoção de um estilo de vida
ativo, é comumente relatada a modificação de auto percepção e bem estar que os indivíduos passam a experimentar.
Tal mudança tende a influenciar por completo a forma de encarar a vida e conseqüentemente os hábitos deletérios à
saúde, como por exemplo, uma dieta desequilibrada, tabagismo etc. Sendo assim, é muitas vezes comum que uma
dieta hipocalórica, com menor quantidade de lipídeos e monossacarídeos, seja adotada quase que naturalmente,
favorecendo assim um aumento do déficit energético total e consequentemente do emagrecimento. Tal aspecto tem
sido muitas vezes negligenciado quando os benefícios da atividade física são considerados, apesar de sua importante
colaboração. Se um indivíduo deixa simplesmente de ingerir uma lata de refrigerante (350 mL - 135 kcal) por dia, tal
redução energética representaria ao final de um mês a 0,53 kg de gordura corporal.

Com base nas argumentações apresentadas, vale perguntar como se daria a perda de gordura com base no modelo
matemático? Como já mencionado, o organismo estoca energia principalmente na forma de gordura. Numa situação
de privação energética, como por exemplo, a que ocorre durante uma dieta, as calorias ingeridas durante o dia não
seriam suficientes para atender a todas as necessidades orgânicas. Nesta situação, os estoques de gordura passariam
a ser requisitados em pequenas quantidades diárias. Se esta situação permanecer por vários dias, semanas ou meses,
o somatório dos pequenos gastos resultaria numa significativa diminuição da gordura corporal.

Nesse sentido, o tipo de atividade realizada não faria a menor importância para o emagrecimento. As calorias
gastas durante a atividade, independentemente se provindas dos carboidratos ou lipídeos, levariam o dispêndio
energético diário a uma situação superior à alcançada pela ingestão, forçando o organismo a utilizar suas reservas.
Como a modificação da balança energética incluiu a atividade física, a diminuição do metabolismo de repouso seria
evitada, favorecendo o processo de perda de massa.

Pela linha de discussão traçada até o momento, os exercícios anaeróbios aláticos ou láticos seriam perfeitamente
orientados, desde que considerado o maior risco de lesão e uma menor chance de aderência à prática de atividade
física devido à sua alta intensidade. O gasto energético dessas atividades, dependendo da duração e da intensidade,
pode se igualar ou até ultrapassar os alcançados em atividades tipicamente aeróbias, uma vez que o consumo de
oxigênio pós-exercício passa a contribuir consideravelmente para aumentar as calorias gastas. Para mais detalhes
sobre o custo energético de diferentes atividades, sugere-se a publicação de Ainsworth et al. (1993). Em relação ao
consumo de oxigênio pós exercício, os livros de McArdle et al. (2001), Powers & Howley (2004) e Wilmore & Costill
(1994), entre outros, apresentam o assunto de forma bastante completa.

Conclusões e recomendações

As evidências são bastante claras no que se refere aos fatores que determinam o metabolismo das gorduras ou dos
carboidratos. Talvez tamanha clareza tenha levado inúmeros profissionais a concluir erroneamente que o
direcionamento do metabolismo para as gorduras seria a única forma de promover o emagrecimento.

Autores como Åstrand & Rodahl (1992), McArdle et al., (2001), Pollock & Wilmore (1993), Powers & Howley (2004)
e o próprio ACSM (ACSM, 1983, 1993, 2001a, 2001b e 2000) não fazem nenhuma menção à importância de condutas
relacionadas ao Modelo Metabólico. Wilmore & Costill (1994) indicaram o aparecimento, em meados da década de 80,
de grupos de profissionais da fisiologia do exercício com recomendações para o processo de emagrecimento
relacionadas ao modelo metabólico. Em seu livro, Powers & Dodd (1997) citam dois trabalhos relacionados a esse tipo
de conduta. Apesar de inúmeros autores com considerável prestígio nem tocarem neste assunto, no Brasil, foi
marcante o impacto desse modelo nas ações para perda de massa e orientação da atividade física.

As evidências aqui apresentadas não sugerem um tipo de exercício diferente do tradicionalmente prescrito para
perda de massa. Independente da teoria utilizada como paradigma, um trabalho de baixa intensidade e longa duração
é o recomendado, mas não com a intenção de metabolizar as gorduras, e sim por proporcionar, provavelmente, um
maior prazer, maior chance de manutenção do cliente ao programa (aderência) e alcançar um gasto energético
adequado (aproximadamente 300 a 500 kcal por sessão) (ACSM, 1983, 2000 e 2001b). Também é recomendação do
ACSM a realização de exercícios contra resistência e de flexibilidade, de preferência nos moldes do último
posicionamento dessa entidade sobre quantidade e qualidade de exercícios para adultos saudáveis (ACSM, 1998).
Quanto às recomendações para prescrição de atividade física, algumas considerações importantes se fazem
necessárias:

a. deve-se priorizar o prazer e o bem estar. A associação entre exercício e sofrimento é provavelmente um dos
principais desmotivadores para a prática de atividade física. O conceito no pain no gain, que traduzindo
significa sem dor sem ganho, deve ser abolido;

b. deve ser abolida, também, a recomendação para duração da atividade de no mínimo 20-30 min com a intenção
de maximizar o metabolismo lipídico. Qualquer exercício gasta energia, logo, qualquer exercício é melhor que
nenhum exercício. A idéia de um limiar mínimo de trabalho para aquisição dos resultados é mais um
desmotivador para a prática de exercícios físicos. Pela disseminação dessa idéia, diversos indivíduos
provavelmente evitam o início de uma atividade física, ou por que não se adequam às atividades
tradicionalmente prescritas, ou por não se julgarem aptos o suficiente para realizarem, ou ainda por já terem
fracassado em tentativas anteriores;

c. com base no gasto energético, não faz a menor diferença que a atividade seja contínua ou intervalada. Isso
permite que indivíduos mal condicionados, ao invés de terem que enfrentar os maçantes 40 min contínuos
numa bicicleta, possam realizar quatro séries de 10 min, totalizando os mesmos 40 min e consequentemente o
mesmo gasto energético. Segundo o ACSM (ACSM, 1998), os estímulos fracionados deveriam ter no mínimo 8
min de duração.

d. a modificação do estilo de vida, i.e. andar mais a pé e menos de carro, usar mais as escadas etc., são
importantes coadjuvantes para o sucesso do programa; e
e. importância especial deve ser dada à motivação para o programa. A modificação de hábitos de vida é um
desafio para os especialistas e para os próprios interessados. Os programas de intervenção devem ter suas
técnicas de mudança de comportamento baseadas nas teorias Transteorética, Social Cognitiva e Prevenção ao
Esquecimento (ACSM, 2001), uma vez que muito já se sabe sobre os fatores determinantes para a manutenção
ou abandono de determinados hábitos de vida. O uso de objetivos a curto e médio prazo, além do
monitoramento do emagrecimento através de avaliações periódicas, também deveriam ser implementados.

Agradecimentos

Ao Prof. Edmundo Vieites Novaes, por apresentar os princípios aqui discutidos de forma clara e direta, direcionando os pensamentos para as idéias ora
apresentadas. À professora Marta Inez Rodrigues Pereira, pela sua constante colaboração em meus trabalhos e em especial pela revisão deste
documento. À Vanessa Périssé, Gabriela Dunshe, Conrado Ramos, Cassio Jody Kokubo e Cláudia Meirelles, por terem participado na revisão deste
documento com valiosas sugestões. Ao amigo Leonardo Ribeiro, pelos ajustes finais para publicação.

Referências bibliográficas

AINSWORTH, B.E.; HASKELL, W.L.; LEON, A.S.; JACOBS, D.R. JR.; MONTOYE, H.J.; SALLIS, J.F. &
PAFFENBARGER JR., R.S. Compendium of physical activities: Classification of energy costs of human activities.
Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 25, p. 71-80, 1993.

AINSWORTH, B.E.; HASKELL, W.L.; WHITT, M.C.; IRWIN, M.L.; SWARTZ, A.M.; STRATH, S.J.; O'BRIEN, W.L.;
BASSET JR., D.R.; SCHMITZ, K.H.; EMPLAINCOURT, P.O.; JACOBS JR., D.R. & LEON, A.S. Compendium of
physical activities: an update of activity codes and MET intensities. Medicine and Science in Sports and
Exercise, v. 32, p. S498-S516, 2000

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position Stand: proper and improper weight loss. Medicine and
Science in Sports and Exercise, v. 15, p. ix-xiii, 1983.

________. ACSM's resource manual for guidelines for exercise testing and prescription. Williams & Wilkins,
Baltimore, MA, 1993.

________. Position Stand: the recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining
cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Medicine and Science in Sports and
Exercise, v. 30, p. 975-991, 1998.

________. ACSM's guidelines for exercise testing and prescription. Lippincott Williams & Wilkins, Baltimore, MA,
2000.

________. ACSM's resource manual for guidelines for exercise testing and prescription. Lippincott Williams &
Wilkins, Baltimore, MA, 2001a.

________. Position Stand: Appropriate Intervention Strategies for Weight Loss and Prevention of Weight Regain
for Adults. Medicine and Science in Sports and Exercise. v. 33, n. 12, p. 2145-2156, 2001b.

ÅSTRAND, P.O. & RODAHL, K. Fisiologia del trabajo físico. Panamericana, Buenos Aires, 1992.

BROOKS, G. & MERCIER, J. Balance of carbohydrate and lipid utilization during exercise: the "crossover"
concept. Journal of Applied Physiology, v. 76, p. 2253-2261, 1994.

BULLOUGH, R.C. Interaction of acute changes in exercise energy expenditure and energy intake on resting
metabolic rate. American Journal of Clinical Nutrition, v. 61, p. 473-481, 1995.

FLEGAL, K.M. The obesity epidemic in children and adults: current evidence and research issues. Medicine and
Science in Sports and Exercise, v. 31, p. S509-S514, 1999.

GOLLNICK, P.; BAYLY, W. & HODGSON, D. Exercise intensity, training, diet and lactate concentration in muscle
and blood. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 18, p. 334-340, 1986.

HOLLOSZY, J. Utilization of fatty acids during exercise. In: TAYLOR, A.W. et al. (eds.): Biochemistry of Exercise
VII. Human Kinetics, Champaign, IL, 1990.

JEQUIER, E. Body weight regulation in humans: the importance of nutrient balance. News in Physiological
Sciences, v. 8, p. 273-276, 1993.

KUCZMARSKI, R.J.; FLEGAL, K.M.; CAMPBELL, S.M. & JOHNSON, C.L. Increasing prevalence of overweight
among U.S. adults: the National Health and Nutrition Examination Surveys, 1960 to 1991. Journal of the
American Medical Association, v. 272, p. 205-211, 1994.

MCARDLE, W.D.; KATCH, F.I. & KATCH, V.L. Exercise physiology: energy, nutrition, and human performance.
Lippincott Williams & Wilkins, Baltimore, 5th ed, 2001.
MILLER, W.C. Diet combination, energy intake, and nutritional status in relation to obesity in men and women.
Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 23, p. 280-284, 1991.

NATIONAL CENTER FOR HEALTH STATISTICS. Health People 2000 Review 1997. Hyattsville, Maryland: Public
Health Service, 1997.

POLLOCK, M.L. & WILMORE, J.H. Exercício na saúde e na doença. MEDSI, Rio de Janeiro, RJ, 1993.

POWERS, S.K. & DODD, S.L. The essentials of total fitness: exercise, nutrition, and wellness. Allyn and Bacon,
Needham Heights, MA, 1997.

POWERS, S.K. & HOWLEY, E.T. Exercise physiology - theory and applications to fitness and performance.
McGraw-Hill Companies, 5th ed, 2004.

ROMIJN, J.; COYLE, E.; SIDOSSIS, L.; GASTALDELLI; HOROWITZ, J.F.; ENDERT, E. & WOLFE, R.R. Regulation
of endogenous fat and carbohydrate metabolism in relation to exercise intensity and duration. American Journal
of Physiology, v. 265, p. E380-E391, 1993.

TURCOTTE, L.P.; RICHTER, E.A. & KIENS, B. Lipid metabolism during exercise. In HARGREAVES, M. (ed.):
Exercise Metabolism. Human Kinetics, Champaign, IL, 1995.

UNITED STATES DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. Clinical guidelines on the identification,
evaluation, and treatment of overweight and obesity. Atlanta, GA: USDHHS, CDC, NHLBI (www.nih.gov), 1998.

UNITED STATES DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. Physical activity and health: a report of the
surgeon general. Atlanta, GA: USDHHS, CDC, NCCDPHPI (www.nih.gov), 1996.

WILMORE, J.H. & COSTILL, D.L. Physiology of sport and exercise. Human Kinetics, Champaign, IL, 2nd ed,
2004.

Outros artigos em Portugués

Recomienda este sitio

Web EFDeportes.com

Búsqueda

revista digital · Año 12 · N° 112 | Buenos Aires, Septiembre 2007


© 1997-2007 Derechos reservados

Você também pode gostar