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Princípios de Clínica Cirúrgica I

Prof.º Sthefano Atique


Aula 05 – 01.04.2020
HEMOSTASIA BÁSICA
INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS
 Ao começar o ato cirúrgico, o paciente começa a sangrar,
então deve-se conter o sangramento – esses instrumentos
MESA DE INSTRUMENTAÇ ÃO E DIVISÃO DAS ETAPAS
possuem função de cauterização
 O ato operatório começa na avaliação pré-operatória – o Utiliza-se o BISTURI ELÉTRICO
avaliação do paciente antes da cirurgia  Se tiver sangrando muito pode usar compressa ou gases
 Ao realizar a cirurgia, precisamos estar preparados – deve- o A compressa é usada dentro das cavidades por
se fazer a escovação, paramentação e também devemos ser algo maior e de fácil visualização – para não
estar apto a realizar a instrumentação cirúrgica correr o risco de deixar na cavidade do paciente
 Nessa mesa coloca-se à disposição do cirurgião os o A gase é pequena e fica difícil de visualizar em
instrumentos que serão utilizados durante a cirurgia contato com o sangue, podendo esquecê-la nas
cavidades
 A cuba é onde coloca-se o soro para ajudar na hemostasia

EXPOSIÇÃO

 A exposição serve para fornecer ao cirurgião uma maior


visibilidade da cavidade operatória
 É preciso ter espaço para trabalhar para ter boa
visualização dos órgãos intracavitários (tórax e abdômen)
– para identificar possíveis lesões e pontos de
sangramentos
o Esse momento tem o uso dos afastadores
estáticos ou dinâmicos
DIÉRESE
INSTRUMENTOS ESPECIAIS
 Quando começamos a cirurgia, começamos com os
instrumentos de diérese – representa a primeira etapa do  Pode-se utilizar instrumentos especiais que variam de
ato operatório acordo com a cirurgia a ser realizada
 Tem como objetivo realizar a INCISÃO CRÚRGICA o Ex: cirurgia plástica, torácia, vascular e outros – os
o Bisturi – primeiro instrumento utilizado mediante instrumentos variam de acordo com o tipo de
o ato operatório cirurgia
 Usado para realizar a incisão  Pode ser instrumentos auxiliares: cuba rim, aspirador,
o Tesouras – depois que fez a incisão da cavidade, instrumentos que auxiliam na mesa e no ato cirúrgico e
é preciso abrir essa cavidade, então utiliza-se as outros
tesouras
 As tesouras também são instrumentos de diérese, SÍNTESE
abertura e dissecção da cavidade  Por fim realizasse a síntese – é o contrário da diérese, ela
é o fechamento da cavidade e a constituição da ferida
PREENSÃO
o Toracotomia – durante a síntese faz-se uma
 Depois de abrir a cavidade, é preciso pegar algumas TORACORAFIA
estruturas – utiliza os instrumentos de preensão o Laparotomia – durante a síntese faz-se uma
o Pode utiliza uma PINÇA – pode ser com ou sem LAPARORAFIA
dente  Para essa etapa precisa-se da agulha, fios e porta-agulhas
o Usado para ‘levantar’ a pele e as estruturas  ‘Tomia – abertura; Rafia – fechamento’
 Ex: ao trabalhar na pele da pessoa, utiliza-se a ‘Pinça Dente
de Rato’

Marina Cavalcante Chini


Princípios de Clínica Cirúrgica I
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Aula 05 – 01.04.2020

Sequência de uso dos instrumentos cirúrgicos e da  Esses instrumentos são básicos para iniciar o ato cirúrgico
instrumentação: o Pinça Backaus – pinça me que se fixa os campos
operatórios, é extremamente traumática e tem
Diérese  Preensão  Hemostasia  Exposição dente na ponta – delimita o espaço do trabalho
 Hemostasia Especial/ Instrumentos Especiais e  Depois realiza-se as etapas de
Auxiliares  Síntese instrumentação
 É necessário fazer a assepsia no local do campo
operatório e para isso utiliza-se:
o Pinça de Pean – serve para fazer a assepsia da
EXEMPLOS DA MESA
cavidade abdominal e torácica
o Cúpula – onde coloca a gase e o clorexidina para
fazer a assepsia

ETAPAS DA INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

DIÉRESE

 Representa a fase de abertura do tecido


o Faz uma incisão no tecido
o Serve como via de acesso tecidual
o Permite a Secção Tecidual
o Divulsão (dissecação) Tecidual
 Para realizar a incisão tecidual e a via de acesso – utiliza o
BISTURI
 Deve-se seguir a ordem estipulada acima – mesa básica de  Para realizar a secção ou a divulsão tecidual – utiliza-se as
instrumentação de um procedimento simples TESOURAS
 DIÉRESE – ①  Bisturi e Tesouras
 PREENSÃO – ②  vários instrumentos – pinças Kelly’s CABOS DE BISTURI
(direita), Alli’s (esquerda), Roxester e outros
 EXPOSIÇÃO – ③  uso dos afastadores;
o No exemplo: Afastadores de Farabeuf
 SÍNTESE – ④  Uso das pinças, agulhas, fios e porta-
agulhas

 Número 4 – É mais grosseiro e pesado


o Utiliza-se para laparotomia e toracotomia (abrir
as cavidades abdominal e torácica)
o Usado para lâminas 21, 22 e 23  principalmente
a lâmina 23
 Número 3 – É mais delicado e tem a ponta menos grosseira
o Usado para fazer um acesso mais delicado –
região cervical, facial, vaso sanguíneo, perna e
coxa
o Usado para lâminas 11 e 15, principalmente

Marina Cavalcante Chini


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HEMOSTASIA

OBS: Usa o cabo grosseiro para as CAVIDADES e o  Servem para fazer o tamponamento sanguíneo – pinçar
cabo mais delicado para as regiões SUPERFICIAIS vasos sanguíneos, estancar sangramentos ou preparar o
fio para o no cirúrgico
 Servem tanto para preensão de estrutura como para
MANEIRAS DE UTILIZAR O BISTURI hemostasia

TESOURAS
 Existem basicamente 2 tipos de tesouras que variam de
acordo com a cirurgia e com a profundidade que está
operando
 Pinça Kelly – a região da chanfradura é diferenciada
o Pode ter instrumentos retos, curtos, longos e
 Pinça Kocher – possui um DENTE na extremidade;
curvos
instrumento traumático, então pode lesar uma estrutura
 Tesoura de Metzenbaum – tesoura mais delicada e
(baço, fígado e rim)
estreita na extremidade e com curvatura na ponta
 Pinça Mosquito/Halstead
o É menos traumática, e a curvatura permite uma
dissecção Para vasos sanguíneos pode usar para hemostasia os ‘Camples’ –
o Usado para dissecação de hilo esplênico, hilo mais utilizado na cirurgia vascular
hepático, estruturas intracavitárias – permite a
diérese tecidual
 Tesoura de Mayo – tesoura mais grosseira
o Serve para cortar fios – existe a reta e a curva
o Se usar em cavidades pode ocorrer lesão dos
órgãos parenquimatosos

UTILIZA PRIMEIRO A METZENBAUM E DEPOIS A DE MAYO

 Pinça Mixter – possui uma curvatura


o Permite uma dissecção pouco traumática e
permite a dissecção de pedículos (hepático, renal
e pulmonar) e vasos
o SERVE PARA AMARRAR OU FAZER O NÓ NO
PEDÍCULO
 Pinça Moynihan – pinça delicada e com curvatura
abreviada
o Utilizada para fazer os nós manuais
o Tem um fio dentro dela e ele chega exatamente
no Mixter
o SERVE PARA PASSAR O FIO

Marina Cavalcante Chini


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PREENSÃO  Pinça Collins – usada para mexer na região intestinal

 Objetivo de prender e segurar vísceras e órgãos


o Deve ser um instrumento de preensão
atraumático

PINÇAS DE PREENSÃO
 Pinça anatômica – usado em cavidades
 Pinça Dente de Rato – não deve ser usado em cavidades
pois é mais traumático
o Usado para suturas de pele
 Pinça de Adson – usada em cirurgias mais delicadas (ex:
plástica) trabalhada sobre estruturas delicadas

EXPOSIÇÃO

AFASTADORES AUTO ESTÁTICOS


 Utiliza os afastadores auto estáticos – uma vez que você
coloca o afastador, ele faz a exposição sem depender da
sua mão
o Usado quando você precisa usar as duas mãos,
quando tem poucas pessoas na cirurgia ou para
PINÇA DE CAMPO expor uma cavidade maior

 Pinça Backhaus – extremamente traumática por causa de


suas pontas
o Coloca-se nos campos para iniciar a cirurgia e
delimitar o campo cirúrgico

 Afastador de Gosset – Ao trabalhar no abdômen


(laparoscopia exploratória)
 Afastador de Finochietto – usado para trabalhar no tórax
(toracotomia ou esternotomia mediana)
o Possui uma válvula que permite que o cirurgião
OUTRAS PINÇAS DE PRE ENSÃO consiga decidir o quanto ele quer de abertura
torácica ou esternal
 Pinça Babcok – conhecida também como ‘Pinça Coração’
o Quanto mais abrir, mais vai causar dor no pós
– usada para região intestinal
operatório
 Pinça Allis – possui uma chanfradura na ponta e uma haste
 Afastador de Balfour – se quiser juntar o Afastador de
– usado mais para região pulmonar ou levantar estruturas
Gosset com a Suprapúbica
peritoniais e região cervical
o Serve para o abdômen e para a pelve
 Pinça Durval – possui formato de ‘V’ – serve para levantar
o lobo pulmonar

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ESPÁTULAS
 Maleável, Reverdin (‘sapata’) ou Deaver – usado para
afastar as estruturas abdominais

 Tem outros afastadores que são auto estáticos mas que


são utilizados mais na região superficial – articulados e
não articulado
o Afastador de Adson – articulado, usado para
estruturas mais profundas
o Afastador de Weitlaner – NÃO articulado, usado
em região curta e superficial (região cevical)
SÍNTESE

AFASTADOR DINÂMICO  Usado para fechar os tecidos, reconstituí-los e aproximá-


los
 São afastadores que dependem da mão do
o Nessa fase temos os portas agulhas, fios de
instrumentador
suturas e usa as pinças

PORTA AGULHAS
 Porta Agulha de Hegar – para estruturas mais rígidas
(trabalha em profundidades)
o Mais comum
 Porta Agulha de Mathieu – e para estruturas menos
rígidas (mais delicados e usado em suturas em superfícies)

 Afastador de Farabeuf – Usado em superfíciee


 Afastador de Doyen – Usado em cavidades – também
chamado de ‘Lambreta’
o Fígado, hipocôndrio direito e esquerdo

AGULHAS
 Dividas em características por causa da sua SECÇÃO
 Existem outros dois mais superficiais o Triangulares – são mais traumáticas, então utiliza
o Afastador de Volkmann – também conhecido para estruturas mais duras
como ‘rastelinho’  Fechar pele e aponeurose
o Afastador de Langenbeck – sendo que esse pode o Cilíndricas – atraumáticas, para suturas delicadas
atingir um plano mais profundo do que o  Vasos sanguíneos e suturas no tubo
digestivo
rastelinho

Marina Cavalcante Chini


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 As agulhas também vão ter a CURVATURA – pode ter uma


reta ou uma totalmente circular
o Utiliza geralmente as curvas para o ato cirúrgico

INSTRUMENTOS ESPECIAIS

 Rugina de Doyen e Costótomo – usados em cirurgia


torácica
 Clamp Vasculares e Bulldog – usados em cirurgias
vasculares

OUTROS
 Tesoura de Potis – tem a haste e uma extremidade
o Usada para cortar o vaso sanguíneo sem pegar a
parede posterior e anterior
o Só é usada nas cirurgias vasculares

Marina Cavalcante Chini

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