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TEMPO CIRÚRGICO E

INSTRUMENTAL CIRÚRGICO

Profª Enfª Sibelly


PREPARO CIRÚRGICO DA PELE

Objetivos
• Remoção da sujidade;
• Redução da flora microbiana
local;
• Inibição da rápida
reprodução de
microrganismos.
ETAPAS DO PREPARO DA PELE
SEGUNDO A AORN

1. Higiene da pele;
2. Exame local e remoção dos pêlos;
3. Antissepsia.
ANTISSEPSIA DA PELE

• Peles com ferimentos podem ser


preparadas com soro fisiológico para
evitar hipersensibilidade;
• A área deve ser ampla para servir para
possíveis incisões adicionais;
• A aplicação se inicia da área de incisão
para a periferia com auxílio de uma
gaze sob fricção;
• Deve esperar que o antisséptico seque
antes de colocar os campos cirúrgicos.
ANTISSEPSIA DA PELE

Pinça Cheron
EXEMPLO DE ANTI-SÉPTICO
DELIMITAÇÃO DA
ÁREA OPERATÓRIA
ÁREA OPERATÓRIA

Backhaus: conhecida como pinça de campo.


Utilizada para realizar a fixação dos campos
cirúrgicos.
STERIDRAP- CAMPO
CIRÚRGICO TRANSPARENTE
TEMPOS CIRÚRGICOS
São procedimentos consecutivos que o
cirurgião realiza, desde o início até o
término da cirurgia.
As intervenções cirúrgicas são realizadas
em 4 tempos:
1. Diérese
2. Hemostasia
3. Exérese
4. Síntese
Algumas vezes, apenas um tempo cirúrgico
DIÉRESE

É o rompimento da continuidade
dos tecidos e órgãos, para facilitar a
abordagem de um órgão ou região.

Classificada:
• Mecânica (instrumentos
cortantes)
• Física (recursos especiais)
DIÉRESE MECÂNICA

Secção: rompimento do segmento com


algo cortante;
Punção: introdução de uma agulha ou
trocarte nos tecidos. Com a finalidade
de drenar líquidos ou coletar
fragmentos de tecidos ou líquidos;
Divulsão: afastamento dos tecidos nos
planos anatômicos (tesouras de ponta
romba, afastadores, tentacânula);
DIÉRESE MECÂNICA

Curetagem: raspagem da superfície


de um órgão com auxílio de uma
cureta.
Dilatação: procedimento no qual
aumenta-se o tamanho do diâmetro
de canais e orifícios naturais.
Ex.: dilatação de uma artéria;
Descolamento: separação dos tecidos
de um espaço anatômico.
INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Cureta

Trocar Tentacân
te ula
DIÉRESE – DILATAÇÃO

Sten
t
DIÉRESE - CURETAGEM
DIÉRESE - LAPAROSCOPIA
Trocart
e
INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Cabo de bisturis

Tamanhos: 3, 3L, 4, 4L, 7


Uso: dissecção cortante

Conjunto de lâminas:
Cabo 3 - 10,11,12,15
Cabo 4 - 20,21,22,23,24
Cabo 7 – 10,11,12,15
CABO DE BISTURIS

Cabo 3 Cabo 4 Cabo 7


CONJUNTO DE LÂMINAS
MANUSEIO DO BISTURI

Correto
Errado
TESOURAS

As tesouras cirúrgicas vão ser


encontradas em algumas variações
de tamanhos (longas, médias e
curtas) e formas anatômicas (curvas
e retas). Irão ter sua utilização
específica em cada tempo, e pontas
cortantes ou romba.
TESOURAS

Curvas: utilizadas pelo cirurgião para a


realização de cortes no tecido do
paciente, dissecção de planos
anatômicos.

Retas: utilizadas para auxiliar no


procedimento, cortando fios de Sutura,
compressas e outros materiais,
TESOURAS

Tesoura de Mayo

Características: tesoura pesada de


operação, pode ter pontas romba-romba,
fina-fina ou fina-romba, e pode ser reta ou
curva.
Uso: tecidos mais fortes resistentes ou
remoção de fio dentro da cavidade do
paciente.
TESOURAS
Ponta romba-romba:
Divulsão dos tecidos, separar os planos anatômicos,
identificar os vasos, as estruturas. Ponta romba
evita traumas e danos nas estruturas.

Reta Curva
TESOURAS

Tesoura de Mayo ponta fina-


fina

Reta Curva
TESOURAS

Tesoura de Mayo ponta


romba-fina

Curva Reta
TESOURAS

Tesoura Metzenbaum

Características: tesoura leve e fina, pontas


romba-romba, os ramos tem metade do
comprimento das hastes, podem ser curvas
ou retas.
Uso: dissecção de tecidos finos.
TESOURAS

Tesoura Metzenbaum

Reta Curva
TESOURAS

Tesoura Iris

Características: tesoura delicada de ponta


fina, podendo ser nas formas curva e reta.
Uso: muito utilizada em cirurgias delicadas
como as cirurgias de mão, pediátricas de
tecidos leves.
TESOURAS

Tesoura Iris

Reta Curva
INSTRUMENTOS DE DIÉRESE

Dentro dos instrumentos de diérese,


ainda temos as pinças de
empunhadura digital (substituem as
pontas dos dedos), conhecidas como
pinças de dissecção, irão auxiliar no
procedimento estabilizando os tecidos
para a realização dos cortes.
INSTRUMENTOS DE AUXÍLIO
NA DIÉRESE
Pinça dissecção Anatômica

Características: pinça atraumática,


em sua ponta apresenta-se serrilhas e
sua estrutura de empunhadura é mais
estreita.
Uso: manipulação dos tecidos
auxiliando na dissecção.
INSTRUMENTOS DE AUXÍLIO
NA DIÉRESE
Pinça de dissecção Pinça
Anatômica dente de
rato
INSTRUMENTOS DE AUXÍLIO
NA DIÉRESE
Pinça Adson Pinça Adson
com serrilhas com dente
DIÉRESE FÍSICA

Térmica: realizada com o uso do calor,


e utiliza energia elétrica com fonte.
Ex.: bisturi elétrico
Crioterapia: ocorre o resfriamento
brusco e intenso da área a ser utilizada
na cirurgia.
Ex.: nitrogênio líquido
Laser: ocorre uma concentração de
alta potência de um feixe de radiação.
DIÉRESE FÍSICA
BISTURI ELÉTRICO

O Bisturi elétrico é um aparelho que é


utilizado em cirurgias e em alguns
pequenos procedimentos, ao qual é
conectado uma caneta, podendo em
alguns casos ser utilizado na diérese, mas
sua principal função está diretamente
ligada à hemostasia e cauterização de
alguns vasos e lesões.
APARELHO BISTURI ELÉTRICO
APARELHO BISTURI ELÉTRICO

Monopola Bipolar Placa


r
AFASTADOR FARABEUF

Características: ponta dupla em


curva.
Uso: camadas próximas à superfície.
SECÇÃO
HEMOSTASIA

É o processo pelo qual se previne ou


impede o sangramento.

Pode ser feita por meio de:


• Pinçamento de vasos
• Ligadura de vasos
• Eletrocoagulação
• Compressão
HEMOSTASIA

Hemostasia prévia, pré operatória:


Esse método de hemostasia é realizado
antes da intervenção cirúrgica.
Medicamentosa: através de exames
laboratórios de coagulação.
Cirúrgica: interrupção de caráter provisório
no fluxo de sangue para área a ser operada,
com o objetivo de prevenir ou diminuir a
perda sanguínea.
Garrote pneumático
HEMOSTASIA PRÉVIA
HEMOSTASIA

Hemostasia temporária:
Realizada durante a intervenção cirúrgica
para impedir ou diminuir, temporariamente
o fluxo de sangue no local da cirurgia.

Realizada através de:


• Pinças
• Bisturi elétrico
• Compressas
• Uso de medicamentos hemostáticos
HEMOSTASIA
TEMPORÁRIA
Pinças mais comuns:
• Halstead ou mosquito
• Kelly
• Crile
INSTRUMENTAIS DE USO
NA HEMOSTASIA
TEMPORÁRIA
Halstead ou mosquito:
Características: ponta fina, ramo curto,
serrilhas no comprimento total do ramo,
reta ou curta.
Uso:
Curva – hemostasia, auxilia no pinçamento
de vasos.
Reta – reparação, auxilia em uma sutura
intradérmica, pinçar uma compressa
INSTRUMENTAIS DE USO
NA HEMOSTASIA
TEMPORÁRIA
Halstead ou
mosquito:
INSTRUMENTAIS DE USO
NA HEMOSTASIA
TEMPORÁRIA
Pinça Kelly/Hemostática
Características: o seu ramo corresponde a
um terço da haste, e contém serrilhas até a
metade do seu comprimento. Podendo ser
curva e reta.
Uso:
Usada para vasos, fios grossos mantendo a
tração, e pinçamento pela ponta de tecidos
menos grosseiros.
INSTRUMENTAIS DE USO
NA HEMOSTASIA
TEMPORÁRIA
Pinça Kelly
INSTRUMENTAIS DE USO
NA HEMOSTASIA
TEMPORÁRIA
Pinça Crile:
Características: contém serrilhas em
todo o seu ramo. Podendo ser curva e reta.
Uso: Utilizada em vasos e pinçamento de
pedículos.
INSTRUMENTAIS DE USO
NA HEMOSTASIA
TEMPORÁRIA
Pinça Crile
ANATOMIA DO
INSTRUMENTO

RAMO
ARTICULAÇÃO

HASTE

CAT
CRE RACA
MA D
ANÉIS LHE A
IRA
INSTRUMENTAIS DE USO
NA HEMOSTASIA
TEMPORÁRIA
CLASSIFICAÇÃO DA
HEMOSTASIA
Mecânica: compressão ou esponjas
sintéticas. Compressas, algodão de neuro.
Física: bisturi elétrico.
Biológica: surgicel, geofoan (mais
utilizado em órgãos parenquimatosos -
composto por células vivas) cera óssea,
beriplast (hemostático e selante).
BERIPLAST
SURGICEL
SURGICEL
EXÉRESE

Tempo cirúrgico principal, voltado para o


objetivo do procedimento. Nessa fase pode
ocorrer a retirada parcial ou total de um
órgão ou tecido.
São utilizados instrumentos específicos de
acordo com a cirurgia. Esses terão a função
de: preensão, extirpação, estabilização de
estruturas anatômicas.
Podendo ser instrumentos traumáticos ou
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça Kocher:
Características: serrilhas no comprimento
total do ramo, instrumento pesado, possui
dentes na ponta. Se apresenta curva e reta.
Uso: prender firme o tecido, tração de
aponeuroses, e até o músculo.
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça
Kocher
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça Dente de Rato
Características: pinça de empunhadura
digital, apresenta em sua ponta um
dente, e é traumática.
Uso: manipulação firme de tecidos.
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça Dente de
Rato
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça Duval-Collin
Características: abertura triangular com
serrilhas, hastes e ramos são retos.
Uso: estabilizar prendendo pontas de
tecidos maiores, com o objetivo de
aproximação. Usada também para
estabilizar um órgão, vesícula biliar.
Instrumental atraumático.
Podem ser usada também na antissepsia.
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça Duval-Collin
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça Allis
Características: dentes na ponta do
ramo, pode ter ramo reto ou anulado.
Uso: segurar bordas de tecidos.
Muito utilizada na ginecologia-
obstetrícia, auxiliando o fechamento
do útero, na cesária. Na ortopedia,
com a intenção de puxar um músculo,
fragmentos.
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça Babcock
Características: ramo em forma de
circunferência, serrilhas em toda a borda
da ponta do ramo, atraumática.
Uso: segurar tecido delicado e estruturas
tubulares, remoção do apêndice.
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça
Babcock
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça Mixter
Características: possui uma maior
curvatura no seu ramo, com serrilhas até
a metade.
Uso: por sua curvatura na ponta, é
bastante utilizada para dissecção de vasos,
e na passada de fios em torno deles. Usa-se
bastante em pedículos hepáticos, renais e
pulmonares.
EXÉRESE –
INSTRUMENTO DE
PREENSÃO
Pinça
Mixter
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
São os afastadores, instrumentos para
afastar os tecidos seccionados, expondo os
planos anatômicos ou órgãos subjacentes.
Classificam-se em :
• Auto estáticos: são aqueles que se
mantém aberto e na posição sem a
necessidade de segurá-los.
• Dinâmicos: são aqueles manuseados pelos
auxiliares, com a possibilidade de mudar
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador
dinâmico
Farabeuf - usado
para afastamento
de pele, e músculo
de plano
superficial.
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador
dinâmico
Langenback -
usado para
afastamento de
pele, e músculo de
plano superficial.
Por ter o cabo mais
longo, pode atingir
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador dinâmico
Afastador Doyen
Características: por
possuir lâmina larga,
distribui melhor a
comprensão, evitando
traumas nas alças
intestinais.
Uso: no afastamento da
cavidade abdominal,
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador
dinâmico
Afastador
Volkmann
Características:
possui garras em sua
curvatura,
favorecendo uma
maior aderência ao
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador
dinâmico
Afastador Seen
Muller
Características:
usado para afastar as
bordas e retalhos da
ferida operatória,
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Espátulas Espátula de Deaver
São lâminas de
várias larguras
usadas na
cavidade pleural
ou abdominal.
Adaptáveis a
qualquer
necessidade no
Espátula maleável
ato operatório.
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador Auto-
estático
Afastador de Gosset
Características: não
traumático, ajustável.
Uso: muito usado para
afastar parede
abdominal.
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador Auto-
estático
Afastador de
Balfour
Características:
robusto, ajustável,
possui uma terceira
lâmina curva, que
facilita visualizar uma
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador Auto-
estático
Afastador
Finochietto
Características:
ajustável, possui
catraca.
Uso: em cirurgias de
tórax, para realizar a
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador Auto-
estático
Afastador Gelpi
Características:
possui dentes duplos
cortantes, com catraca
da cremalheira, hastes
curvas.
Uso: hérnias e tecidos
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
EXPOSIÇÃO
Afastador Auto-estático
Afastador Weitlaner
Características:
conhecido por auto
estático, possui garras e
catraca de cremalheira.
Uso: afastar tecidos
intermediários a
superficiais. Muito
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
ASPIRAÇÃO

São instrumentos importantes para o


ato cirúrgico, promovem uma melhor
visualização do campo operatório
através da remoção de fluidos, e
temos também um controle rigoroso
do sangramento do paciente durante a
intervenção cirúrgica.
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
ASPIRAÇÃO
Mangueira de
aspiração
Reservatór
io Vácuo rede do
hospital
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
ASPIRAÇÃO

Aspirador Yankauer – Pontas de


aspiração
Pontas com diâmetros diferentes para
cirurgias específicas.
Ex.: Neuro, bucomaxilo, coluna.
EXÉRESE -
INSTRUMENTO DE
ASPIRAÇÃO
SÍNTESE

É a união dos tecidos, que ficará


mais perfeita conforme foi feita a
separação anatômica.
O objetivo da síntese é cicatrizar os
tecidos por primeira intenção.
FORMAS QUE A SÍNTESE
PODE SER
Cruenta: usa agulhas e fios de sutura.
Incruenta: aproximação dos tecidos com
a ajuda de gesso e atadura.
Completa: realizada em toda a extensão
da incisão.
Incompleta: realizada de forma
incompleta na incisão, colocando dreno.
Imediata: realizada imediatamente após o
trauma.
Mediata: realizada algum tempo depois
SÍNTESE CRUENTA E
INCRUENTA
SÍNTESE COMPLETA E
INCOMPLETA
INSTRUMETAIS E MATERIAIS DE
SÍNTESE
FIOS DE SUTURA - ESPERADO

• Manter a sutura até a cicatrização


do tecido;
• Provocar o mínimo ou nenhuma
reação;
• Resistência ao tecido suturado.
DIÂMETRO DO FIO

Quanto maior o N° de zeros, mais


fino o diâmetro do fio.
Ex.: Nylon 2.0 é mais grosso que
Nylon 4.0

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