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Instrumentação Cirúrgica

Técnicas Cirúrgicas e Anestesiologia (Centro Universitário Cesmac)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade


Baixado por Jéssica Teles (jessicatelesbr@gmail.com)
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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC Laís Ferro Barros


TÉCNICAS CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA Acadêmica de Medicina
3ª AVALIAÇÃO

Anatomia do bisturi
Os Bisturis possuem cabo reto com duas

INTRODUÇÃO extremidades. Na extremidade mais estreita


(colo), as lâminas, de tamanhos variados, são
O instrumental cirúrgico pode ser acopladas. Esses cabos podem ser de números 3
classificado de acordo com a sua função ou uso e 4.
principal em: diérese, preensão, hemostasia,
Obs.: O cabo do bisturi é reesterilizável, ou seja,
exposição, especial e síntese.
pode ser reutilizado. Os bisturis que já vem com a
Tempo Função Instrumental lâmina acoplada são descartáveis.
Diérese Criar vias de Bisturis e
acesso cirúrgico tesouras
Preensão Manipulação de Pinças de
estruturas e preensão
tecidos
Hemostasia Conter ou Pinças
prevenir hemostáticas
sangramentos
Exposição Expor o campo Afastadores
operatório
*Bisturis com cabo fino e longo são bons para utilizar na
Especial Expor o campo Peculiares a cavidade oral, torácica e outras cavidades mais profundas
operatório (varia cada
com o tipo de especialidade
cirurgia) cirúrgica
Síntese Unir tecidos Porta-agulha,
seccionados e fios agulhados
ressecados

INSTRUMENTAIS DA DIÉRESE

Bisturi

Com esse instrumento é possível fazer a


As lâminas também têm numerações. As
incisão ou dissecção da estrutura. É através da
menores (nº 10 a 15) são colocadas no cabo
diérese, com o bisturi, que é iniciada a via de
número 3 e as maiores (nº 20 a 25) são colocadas
acesso cirúrgico.
no cabo nº 4.

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3ª AVALIAÇÃO

Montagem do bisturi quais se necessita de maior precisão, empunha-se


o bisturi na forma de lápis. Em incisões mais
longas, costuma-se empunhar na forma de arco-
de-violino.

Tesouras

Tesouras tem como função principal


efetuar secção ou a divulsão de tecidos
orgânicos, sendo assim utilizadas durante a
A colocação e a retirada da lâmina no
diérese cirúrgica. Além disso, podem ser utilizadas
bisturi devem ser guiadas por porta-agulha, nunca
para seccionar materiais cirúrgicos (p. ex.: gaze,
feito com uso dos dedos.
fios etc).
*Deve-se evitar pegar com o porta-agulha na parte de
corte da lâmina, pois isso poderá danificá-la. Para tanto, o
Características
ideal é manipular a partir da parte posterior.
• Tamanho – Longa ou curta;
A lâmina de bisturi contém uma região • Formato da ponta – Pontiaguda, romba
central larga, a qual vai se estreitando. Essa ou mista;
região será encaixada perfeitamente no entalhe • Curvatura – Retas ou curvas.
do cabo de bisturi.
A escolha da tesoura varia com o tipo de
Empunhadura do bisturi procedimento que se quer realizar. Tesouras
pontiagudas são contraindicadas para dissecção
Pode ser realizado de diversas formas,
de tecidos vasculares; dissecções intracavitárias
podendo-se destacar duas: empunhadura tipo
requerem uso de tesouras mais longas; para
lápis ou empunhadura tipo arco-de-violino.
cortar materiais (p. ex.: fios), utiliza-se uma tesoura
reta.

Tipos de tesouras

Tesoura de Metzembaum

• É a mais utilizada para dissecar tecidos


A escolha da empunhadura depende do orgânicos;
tipo de procedimento que será realizado. • Atraumática;
Geralmente, para incisões mais delicadas, nas • Extremidade distal é mais delicada;

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3ª AVALIAÇÃO

• Pode ser reta ou curva, com tamanhos


variados (longa ou curta).

É ideal que haja apenas a introdução das


falanges distais nas argolas da tesoura. O dedo
indicador proporciona precisão e movimento e o
dedo médio auxilia na estabilidade do
instrumental à mão.
INSTRUMENTAIS DE PREENSÃO

*A articulação está mais próxima da extremidade.


São basicamente constituídos pelas
Tesoura de Mayo
pinças de preensão, que destina à manipulação e
• Utilizada para cortar materiais cirúrgicos à apreensão de órgãos, tecidos ou estruturas (p.
(p. ex.: fios); ex.: aponeuroses, tendões).
• Traumática;
Tipos de pinça
• A extremidade distal é mais grosseira;
• Pode ser reta ou curva. Pinça de Adson

Essa pinça possui uma extremidade distal


mais fina/estreita, sendo utilizada em cirurgias
mais delicadas. Pode ser encontrada em três
subtipos:

• Atraumática;
*Sua articulação é central em relação ao comprimento total
da tesoura.

Empunhadura da tesoura

Para empunhadura adequada, deve-se


utilizar o polegar e o 4º quirodáctilo. Os demais
dedos darão o apoio necessário para o manuseio
da tesoura.

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3ª AVALIAÇÃO

o Possui ranhuras finas e o Utilizada em tecidos mais


transversais na parte interna de grosseiros (p. ex.: planos muscular
sua ponta. e aponeurose).
• Traumática;
Empunhadura da pinça
o Tem endentações e sulco
longitudinal na extremidade As pinças, de modo geral, são instrumentos
auxiliares. Dessa forma, devem ser empunhados
pela mão não dominantes (tipo lápis). O dedo
indicador é responsável pelo movimento de
fechamento da pinça e o dedo médio e polegar
são utilizados para apoio.

• Com dentes – Traumática (dente-de-rato).


o Utilizadas em estruturas mais
rígidas (p. ex.: sutura de pele,
aponeurose).

Deve-se pegar a pinça, mais ou menos, no


meio, no local em que existe a superfície anti-
deslizante.

INSTRUMENTAIS DE HEMOSTASIA
Pinça anatômica
São utilizadas para este fim, essencialmente,
O afinamento dessa pinça é progressivo. as pinças hemostáticas. Estas se parecem com as
Pode ser de dois tipos básicos. tesouras. Diferenciam-se destas por

• Pinça anatômica dissecção; apresentarem uma cremalheira entre as argolas.

o Não possui dentes;


o Possui ranhuras transversais.
• Pinça anatômica dente de rato;
o Contém dentes;

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3ª AVALIAÇÃO

*A cremalheira mantém a pinça presa, mesmo sem o Analogicamente, corresponde a uma


cirurgião estar apertando-a.
pinça de Crile pequena. Por isso, ela também
Tipos de pinças hemostática pode ser chamada de pinça mosquito. É utilizada
em procedimentos delicados (p. ex.: pinçamento
Kelly
de pequenos vasos).

Mixter

Em sua parte interna, é semelhante a


pinça de Kelly, ou seja, está preenchida por
serrilha transversal em apenas uma porção.

São semelhantes, externamente, a pinça


de Crile, porém, internamente, diferem desta por
conter serrilhas apenas na parte distal (2/3) dos
ramos prensores.

Crile

Essa pinça,
internamente, contém
serrilhas em todo o seu
comprimento da haste.
Externamente, sua principal característica
São utilizadas para é possuir uma angulação reta na sua ponta em
hemostasia em estruturas relação ao corpo (maior curvatura). É utilizada
com extensão de vasos maiores. para “arrudiar” estruturas como pedículo
hepático, renal e pulmonar.
Halstead (mosquito)
*É utilizada na passagem de fios ao redor de vasos para
ligaduras, dissecção de vasos e outras estruturas.

Kocher

É uma pinça hemostática traumática, pois


possui dentes de rato na sua extremidade distal.
Dessa forma, ao se fazer uma hemostasia com

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3ª AVALIAÇÃO

esse tipo de pinça, esta será definitiva, pois os o É usado para afastamento de
“dentes” causarão lesão da estrutura pinçada. pele, subcutâneo e músculos em
plano superficial.

• Doyen;
o Contém uma válvula com formato
em 90º;
o É utilizado para afastar estruturas
intrabdominais mais profundas (p.
É muito utilizada para preensão
ex.: fígado), cirurgias plásticas e
aponeurótica, em procedimentos de cirurgia
colecistectomia.
plástica (derme), podendo ser curva ou reta; mais
grosseira ou delicada.

INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO

São utilizados instrumentos com a


finalidade de expor o campo operatório. Os mais
• Deaver;
utilizados são os afastadores.
o É utilizado para
Tipos de afastadores afastamento intratorácico

Afastadores dinâmicos do pulmão e das estruturas


mediastinais.
São aqueles que necessitam da tração
manual contínua por parte de cirurgião.

• Farabeuf; • Válvula maleável.

o Vem em pares, formato de “c”; o Podem ser moldados a depender

o Podem ter comprimentos e da utilização;

larguras variáveis; o Empregadas em cirurgias


torácicas e abdominais;

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o Pode servir para proteger • Finochietto;


vísceras durante suturas na o É utilizado para cirurgias
parede da cavidade abdominal. torácicas;
o As hastes são introduzidas nos
espaços intercostais e a manivela,
quando rotacionada, realiza o
afastamento delas;
o Ao soltar a manivela, o afastador
permanecerá estaticamente no
Afastadores autostáticos
local fixado.
Conseguem manter as estruturas
afastadas e estáveis, sem ser preciso o cirurgião
estar o tempo todo tracionando.

• Gosset;
o É usado para afastar parede
abdominal.

• Adson.
o Muito utilizado em cirurgias
vasculares;
o Mantém a pele e o subcutâneo
abertos para que o cirurgião
• Balfour;
vascular possa atuar nos vasos;
o É representado pela associação
o Pode ser utilizado na ortopedia
de uma válvula supra púbica +
(operar tendões, membros,
afastador de Gosset;
coluna), cirurgias neurológicas
o É utilizado em cirurgias pélvicas.
(afastamento do couro cabeludo).

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3ª AVALIAÇÃO

*A cremalheira mantém aberta a curvatura definida pelo Pinça de Collin


cirurgião.

INSTRUMENTAIS ESPECIAIS

São instrumentais utilizados em


determinados tipos de modalidades cirúrgicas.
Variam a depender da especialidade. Alguns são:

Pinça de Allis Pinça de Babcock

• Tem endentações na extremidade distal;


• Traumática;
• Utilizada em tecidos grosseiros ou que
irão sofrer exérese.

*Babcock, Collin e Durval são pinças de preensão


atraumáticas. Tem ampla superfície de contato com
ranhuras.

Pinça de Backhaus

Pinça de Durval • Também chamada de pinça de campo,


pois fixa os campos operatórios entre si.

Pinça de Foerster
• Também chamada de pinça triangular;
• Contém ranhuras longitudinais na face Servem para realizar a preensão da
interna da ponta; vesícula biliar. Com a reta, normalmente,
• Serve para preender instrumentos ou preende-se o fundo da vesícula e com a curva, o
materiais (p. ex.: gaze) e alguns tecidos infundíbulo para realizar a colecistectomia.
orgânicos (p. ex.: alças intestinais).

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Mayo-Hegar

A única diferença em relação ao porta


agulha de Hegar é que ele possui uma fenda na
parte interna, a qual serve para segurar melhor a
agulha.

INSTRUMENTAIS DE SÍNTESE

Principalmente são utilizados os porta-


agulhas e os fios agulhados.

Tipos de porta-agulhas

Hegar

Obs.: Os instrumentais com cabo dourado são


mais delicados, sendo mais utilizados em
estruturas que necessitam de maior precisão. Em
sua parte interna, possuem videa,
É um instrumento muito parecido com a
proporcionando manipulação segura de fios
pinça hemostática. Possui cremalheira e ramos muito finos.
prensores na sua região interna das hastes. Pode
ser longo, curto, grosseiro ou delicado, a
depender do tipo de cirurgia que será realizada.

Mathieu

É utilizado em
suturas de estruturas MONTAGEM DA MESA DE INSTRUMENTAÇÃO
CIRÚRGICA
que oferecem pouca
resistência à
• Deve ser feita de forma padronizada, de
passagem da agulha.
acordo com a ordem de utilização nos
(p. ex.: cirurgias bucomaxilares).
tempos cirúrgicos (diérese → síntese);
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3ª AVALIAÇÃO

• Estudante instrumentador deve estar Cicurgias supra-umbilical – instrumentador destro


escovado e paramentado para iniciar a
montagem da mesa;

*Indagar ao cirurgião sobre: uso de instrumental especial,


uso de fios de sutura especiais, uso de bisturi elétrico etc

• Mesa dividida em 6 campos, seguindo a


ordem dos tempos cirúrgicos;
O cirurgião deve estar à direita do
o Diérese – Bisturis e tesouras;
paciente. O 1º auxiliar a sua frente;
o Preensão – Pinças de preensão;
instrumentador ao lado deste.
o Hemostasia – Gazes, compressas,
fios, pinças hemostáticas; Deve-se seguir a sequência de utilização
o Exposição – Afastadores; de acordo com os tempos cirúrgicos. Sentido
o Especial; horário.
o Síntese – Agulhas, fios e porta-
*Para instrumentadores canhoto, monta-se a mesa no
agulhas. sentido anti-horário.

• Primeiro vem os menos traumáticos e


depois os mais traumáticos;
Cirurgias infra-umbilicais
• Curvaturas dos instrumentais voltadas
para cima e as extremidades distais
voltadas para o instrumentador;

*Exceto bisturi e porta-agulhas.

• Na mesa de Mayo, devem estar


posicionados apenas os materiais que
serão utilizados de imediato na cirurgia. O cirurgião deve estar a esquerda do
paciente. O 1º auxiliar a sua frente e o

10 | P á g i n a

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instrumentador ao lado deste. A arrumação deve


serguir o sentido anti-horário.

VIDEOLAPAROSCOPIA

É uma cirurgia feita a partir de pequena


incisão, que possibilita a magnificação da imagem
a partir da utilização de câmeras específicas.

Obs.: Atualmente, é a modalidade de escolha


quando se deseja realizar colecistectomia.

• Provoca baixo dano tecidual;


• Recuperação mais rápida ao paciente;
• Menor trauma cirúrgico.

São utilizadas pinças específicas com encaixe


para o bisturi elétrico e outros instrumentais.

Os instrumentais que podem ser


acoplados são de diversos tipos e formas,
podendo ser utilizados intracavitariamente com
diversas finalidades.

As pinças são introduzidas na cavidade


abdominal através dos Trocateres.

11 | P á g i n a

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