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TÉCNICAS CIRÚRGICAS

Prof. MSc Anita Ribeiro


Aula – Diérese
Diérese
 Definição – conj. de manobras manuais e/ou
instrumentais que visam dividir os tecidos com finalidade
terapêutica, diagnóstica ou para facilitar o acesso ao
campo operatório.

 Dividida em :
 Cruenta
 Incruenta
Diérese
 Tecidos orgânicos que podem ser submetidos à diérese

Cutâneo/ Ósseo/ Nervoso Parenquima


córneo cartilaginos toso
o
Subcutâneo Glandular Tendinoso Fascial/
ligamentar
Muscular Vascular Seroso/ Escleral
mucoso
Diérese
 Principais instrumentais, materiais e equipamentos de
diérese indicados para os tecidos moles e duros

Tecidos moles Tecidos moles Tecidos duros Tecidos duros Auxiliares


Bisturi Emasculador Pinça-goiva Faca de Pinça de
Bisturi elétrico Burdizzo Cisalha amputação dissecção com
Tesoura Cureta Osteótomo Serra óssea dentes
Trocarte Faca Costótomo Cureta Pinça de
Agulha Pinça Martelo Trépano dissecção sem
Aparelho de hemostática ortopédico Perióstomo dentes
criocirurgia Afastador Fio serra de Broca Afastador
Aparelho de tentacânula gigli Removedor de Pinça de allis
raio laser Pinça de cálculo dental Pinça óssea
Fio de sutura kevison Pinça intestinal
ou de
coprostase
Diérese
 Diérese cruenta
 Curetagem – eliminar tecidos neoformados ou
indesejáveis;
coleta de enxerto ósseo;
Ex: restos placentários aderidos ao endométrio, fibrina dos
oto-hematomas, úlceras cutâneas, OCD.
Diérese
 Diérese cruenta
 Debridamento ou desbridamento – processo no qual as bridas são
removidas;
objetiva oferecer melhor função às estruturas (aderências
abdominais);
reativar o processo de cicatrização de uma ferida.
(Bisturi ou tesoura)

 Escarificação - difere da curetagem pela profundidade;


(lâmina de bisturi, pequenas curetas ou a ponta de uma agulha)
Diérese
 Diérese cruenta
 Exérese – remoção total ou parcial de um órgão ou
estrutura
 Ressecção – remoção parcial

Ex: remoção de tumores, sacos hérniarios, cadeia


mamária, amputação de membros e órgãos inteiros ou
suas porções.
( tesouras ou bisturis, fios de sutura)
Diérese
 Diérese cruenta
 Punção – é a utilização de material perfurante/ punctório,
objetivando a remoção de líquidos, gases ou qualquer
material acumulado em órgãos ocos ou cavidades ou
ainda aplicação de substâncias .

Ex: rumenocentese, toracocentese, pericardiocentese,


cistocentese, angiocentese...

(trocarte, agulha, cateter ou lâmina de bisturi)


Diérese
 Diérese cruenta
 Punço –incisão - é uma punção combinada com uma
incisão;
Ex: drenagem de abscesso ou oto-hematoma
(bisturi, lanceta)
Diérese
 Diérese cruenta
 Incisão – corte ou secção de um tecido com instrumento
cortante, com a finalidade de visualizar o campo operatório.
(bisturi, tesoura)
 Princípios para realização de uma incisão:
 Lâmina do bisturi deitada;
 Incidir exclusivamente o necessário;
 Evitar bisturi elétrico;
 Incisão na mesma direção das fibras;
 Bisturi somente em pele, ligamentos, tendões, remoção de bridas ou
abertura de cavidades, outras estruturas tesoura;
 Incisão única, em um só tempo, seguida da hemostasia;
 A incisão é facilitada quando o tecido esta sob tensão.
Diérese
 Diérese cruenta - incisão

Classificação das incisões de acordo com a linha de incisão:

 Incisão simples – em um único sentido e com uma só manobra


ou movimento.
 Sentido (reta ou curva)
 Plano (longitudinal, transversal ou obliqua)
 Direção (direita para esquerda, esquerda para direita, de cima para
baixo e de baixo para cima)
 Extensão (longa, grande ou magistral longa e curta, pequena ou
magistral pequena)
 Profundidade (superficial ou profunda)
Diérese
 Diérese cruenta - incisão

Classificação das incisões de acordo com a linha de incisão:

 Incisão composta ou combinada


Visa fornecer um campo operatório
Amplo;
Ex: incisão reta com curva;
duas retas;
duas curvas ....
Inúmeras configurações: L, X, H, Y, T, V, Z
Diérese
 Diéreses incruentas
 Arrancamento – tecido é removido por meio de tração
vigorosa e brusca;
 Cuidado com vasos sanguíneos (sequestro)
 Ps. Vasos calibrosos!!!
 Neurorrexe (incomum).

 Descolamento (Divulsão)
 Separar fibras tissulares que se encontram unidas por tecido
conjuntivo;
 Respeito a integridade e funcionalidade dos tecidos;

(Dedos, pinças hemostáticas, afastadores, cabo de bisturi,


tesoura é introduzida fechada)
Diérese
 Diérese incruenta
 Esmagamento linear
 Esmagamento de vasos responsáveis pela irrigação de um tecido -
(pinça de Burdizzo);
 Necrose – decorrente da falta de irrigação.

 Secção com bisturi elétrico


 Monopolar – promove diérese dos tecidos pela passagem de
correntes elétricas de alta frequência;
Hemostasia, menor quantidade de ligaduras, tempo
X
Calor, inflamação, dor pós- operatória, infecção

 Bipolar – secção de pele em pequenas áreas, assim como de


inserção tecidual com irrigação abundante
Diérese
 Diérese incruenta
 Corte e destruição com raio laser
 Corte preciso e com mínimo sangramento.
 Ex: cirurgias oftálmicas.
 Criocirurgia
 Necrose decorrente do congelamento da água presente nas células;
 Principais criógenos - (óxido nitroso, nitrogênio e CO2);
 Afecções neoplásicas e inflamatórias - difíceis de tratar e de baixa
resposta aos tratamentos convencionais.

 Diérese ósseas
Amputações, desvios angulares, coleta de osso esponjoso, excisão de
cabeça e colo femoral
( serra óssea, furadeira/broca, serra de gigli, osteotómo/ martelo)
Diérese
Requisitos básicos de uma boa diérese
1. incisão em um único movimento;
2. extensão suficiente;
3. bordas nítidas e sem irregularidades
4. determinar previamente um plano a atingir;
5. incisão plano a plano;
6. secção sem mudanças de direção;
7. evitar a formação de espaço morto;
8. evitar grandes vasos e nervos importantes;
9. acompanhar as linhas de tensão sempre que possível;
10. hidratação dos tecidos expostos até sua síntese;
11. manipulação delicada dos tecidos
TÉCNICAS CIRÚRGICAS

Prof. MSc Anita Ribeiro


Aula – Diérese

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