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CIRURGIA ORAL MENOR

PRINCÍPIOS DE TÉCNICA CIRÚRGICA: MANOBRAS FUNDAMENTAIS


Necessidades básicas para sucesso cirúrgico:
 Acesso apropriado;
 Boa iluminação;
 Campo cirúrgico livre de fluidos;
 Instrumental adequado e de boa qualidade;

Acesso apropriado:
 Abertura de boca;
 Exposição do campo cirúrgico;
 Tamanho e tipo da incisão empregada;
 Retração do retalho;

Boa iluminação:
 Visualização; distinguir as estruturas anatômicas e patológicas;
 Foco de refletor, lâmpadas acopladas a cabeça do cirurgião;

Campo cirúrgico livre de fluidos:


 Auxiliar e cirurgião: campo cirurgião livre de sangue, saliva e secreções.
NÃO OCULTAR ESTRETURAS PRESENTES.
 Sucção com pontas adequadas;
 Gaze e compressas;

MANOBRAS FUNDAMENTAIS
Diérese (tecidos moles): Do grego “dividir”, ato pelo qual o cirurgião separa,
divide os tecidos.
 Punção;
 Incisão;
 Divulsão;
 Descolamento;
 Curetagem;
 Dilatação;
Exérese (ósseo):
 Osteotomia (desgaste ósseo);
 Ostectomia (remoção de fragmentação ósseos);
 Avulsão (via alveolar e via não alveolar);
 Curetagem;

Síntese: Manobra empregadas para reunir tecidos separados;


 Para osso: Osteossíntese – fios de aço, placa e parafusos de titânio;
 Tecidos moles: sutura;
 Tipos: por pontos interrompidos e/ou continua;

Hemostasia: Manobras para coibir (parar) o sangramento;


 Compressão local (20 a 30 seg. de compressão sobre vasos de
pequenos calibres. Os de maior calibre requerem 5 a 10 minutos);
 Pinçagem de vasos com pinça tipo Pean, Kelly, Halsted, Rochester, de
Kosher aproximando as paredes do vaso, promovendo coagulação;
 Termocoagulação (bisturi elétrico);
 Substancia químicas: adrenalina, colágeno e trombina;

DIÉRESE

Punção:
 Tipo mais simples;
 Por meio de agulhas ou trocartes, que penetram os tecidos separando-
os sem secciona-los;
 Objetivo: remover substancias liquidas (agulhas) ou mais espessa para
tecido (trocarte);
 Fins de diagnostico;
Incisão:
 Corte nos tecidos;
 Firme, contínua, com lâmina descartável;
 O bisturi – pega de caneta;
 Apoio da mão;
 Cortes superficiais e repetidos: lesão tecidual, sangramento e edemas
pós operatório;
 Incisões longas: campo cirúrgico, visibilidade, com mesma reparação;
 Planejar o retalho e relaxantes;
 Retalhos: SEMPRE sobre osso sadio;
 A base de um retalho com relaxante deve ter aproximadamente o dobro
da medida do seu comprimento – NUTRIÇÂO;

Planejamento das incisões/ Retalhos


 Envelope (língua de mandíbula e palato duro);
 Semilunar com concavidade para apical (partsch);
 Semilunar com concavidade para cervical (Pinchler);
 Triangular (Neumann ou Newmann);
 Trapezoidal (Neumann modificada);
 Evolvendo gengiva inserida e livre (Wassmund);
Divulsão:
 Afastamento sem secção;
 O instrumento é inserido fechado, e a sua abertura proporciona a
“Divulsão” e o afastamento dos tecidos;
 Aproveita-se o plana de clivagem do tecido;
 É utilizado trouças ou pinças;

Descolamento: separação romba dos tecidos, por ação de deslocadores (de


molt), sindemótomos entre outros instrumentais;
Curetagem: instrumentos semelhantes a colher (curetas), bordas cortantes
raspam a superfície de um tecido;
 Curetas de Lucas

Dilatação:
 Visa aumentar o calibre de vias naturais;
 Exemplos de dilatação: A luxação em uma exodontia ou o uso de
cateteres em ductos salivares;

EXÉRESE

EXODONTIA/avulsão/ por via alveolar


 Instrumentos de exérese;
 Instrumentos utilizadas em exodontia: Elevadores e fórceps;

Elevadores:
 Alavanca é um MOVIMENTO;
Função:
 Luxação do dente, rompendo fibras do ligamento periodontal e
expandindo cortical óssea;
 Remover as raízes fraturadas ou seccionadas;
Compostos de três partes:
 Cabo: porção para pegar o instrumento;
 Haste: transmite a força imposta no cabo até ponta ativa;
 Lâmina: para inserida entre o dente e o osso sadia adjacente. Onde a
força sera despendida (ou seja, é o ponta);
FÓRCEPS
 Deve ter o cabo estriado e boa apreensão;
 O fórceps a ser utilizado depende do formato e da anatomia do colo do
dente a ser extraído;
 Dividido em 3 partes: cabo, articulação e ponta ativa;
FÓRCEPS PARA DENTES SUPERIORES
Fórceps 01: Incisivos e caninos
Fórceps 150: Incisivos e pré-molares
Fórceps 18 R (direto): Molares direto
Fórceps 18 L (esquerdo): Molares esquerdos
Fórceps 65: Raízes residuais
Fórceps 69: Raízes residuais

FÓRCEPS PARA DENTES INFERIORES


Fórceps 151: Incisivos e pré-molares
Fórceps 17 (com coroa integra/ completa): Molares
Fórceps 16 (com extensa destruição Molares
coronária) “chifre de boi”:
Fórceps 65: Raízes residuais
Fórceps 69: Raízes residuais

Princípios mecânicos:
 Alavanca: poca força converte-se em grande movimento. Uso de
elevadores;
 Cunha: Ponta ativa do instrumento toma o lugar do dente, fazendo o
movimento de cunha. Uso de fórceps e elevadores;
 Roda e eixo: elevadores apoiando em osso sadio e dente a ser
removido. Fazer movimento de rotação;

Principais movimentos do fórceps:


 Pressão apical: rompe as fibras do ligamento da região apical;
 Pressão vestíbulo-lingual: expansão das corticais por pressão firme,
controlada;
 Rotação: somente em dentes unirradiculares;
Técnicas complementes a exodontia
Odontosecção (técnica terceira):
 Diminuir a resistência na remoção do dente;
 Evita fratura radiculares e de tabuas ósseas;
 Com alta rotação e brocas diamantadas ou laminadas;

Exodontia por Via não-alveolar


 Fratura radiculares;
 Hipercementose;
 Cárie radicular em estágio avançado;
 Dilaceração radicular importante;

COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA ORAL

COMUNICAÇÃO BUCO-SINUSAL
A comunicação buco-sinusal é uma complicação que pode ocorrer após a
exodontia de pré-molares e molares superiores. Isso acontece devido à
proximidade das raízes com o seio maxilar. A comunicação permite acesso da
cavidade oral ao seio, fazendo com que a flora bacteriana seja alterada.
 Pode evoluir para sinusite crônica e/ou fistula Buco-Sinusal crônica;
 Diagnostico: Manobra de Valsalva (Vassalva);
Prescrição:
 Antibiótico de largo espectro (aeróbios e anaeróbios);
 Amoxicilina com Clavulanato;
 Cefalosporina;
 Clindamicina;
 Metronidazol;

ALVEOLITE SECA
A alveolite seca acontece devido à ausência de coágulo após a extração do
dente, causando dor intensa à medida que as terminações nervosas dos
alvéolos ficam expostas, que pode ser devido a: trauma excessivo; suturas
insuficientes ou inexistentes; enxágue em até 24 horas após a extração, dentes
quebrados durante extração, dentre outras situações. A alveolite seca é uma
doença infecciosa aguda que determina a desordem dos coágulos sanguíneos,
onde as extremidades do osso alveolar são estimuladas pela ação de
microrganismos ou suas toxinas, resultando em dor persistente e insistente.
 Perda de coágulo, alveolar vazio e exposição óssea;
 Dor intensa partir do terceiro ou quarto dia pós operatório;
 Odoro e gosto desagradáveis;

Tratamento:
 Anestesia á distancia;
 Curativo com Alveolsan ou Alveolex (Eugenol e Benzocaína);

ALVEOLITE ÚMIDA
 Presença de coágulo desorganizado, alvéolo possivelmente com corpos
estranhos;
 Ocorre dor de moderada a intensa, e queixa de odor e sabor
desagradáveis;
Tratamento:
 Anestesia;
 Curetagem para remoção de detritos;
 Preenchimento do alvéolo com sangue;
 Sutura;

SÍNTESE
 Etapa final do procedimento cirúrgico;
 Manobra empregadas para reunir tecidos separados;
 Para ossos: Osteossíntese – fio de aço placa e parafusos de titânio;
 Tecido mole: sutura;
 Tipos: Ponto interrompidos e contínua;
Princípios da sutura
 Fio de sutura sempre agulhado;
 Agulha pelo meio, facilitando a penetração no tecido;
 A penetração da agulha perpendicular ao tecido girando-se o pulso, e
não o braço todo;
 O retalho aproximado e estabilizado com pinça dentada;
 Sutura-se o retalho SEMPRE DO MÒVEL AO TECIDO FIXO;
 A aproximação das bordas: não comprometer a vascularização (não
colocar muita força).
 O ultimo movimento do nó da sutura deve ser invertido. Estabilização;
 PODE-SE suturar utilizando as mãos;
 Corte do fio excedente de 2 a 3 mm acima deste;
 Suturas nas mucosas mantidas por 5 dias, e nas superfícies cutâneas
por 4 dias;
CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS DE SUTURA
- Monofilamentado
Quanto a estrutura:
- Multifilamentado
- Sintético
Quanto à Origem: - Orgânico
- Mineral
- Absorvível
Quando a absorção
- Não absorvível

Quanto a Absorção: Os fios absorvíveis são eliminados por fagocitose


(categute) ou hidrólise (sintéticos reabsorvíveis);
 Fios absorvíeis provocam reações tecidual maior que os não absorvíeis;
 Categute (simples e cromado): fagocitose em 70 dias (simples) ou 120
dias (cromado);
 Ácido glicólico (Vicril, Polivicril, Dexon, Denox plus) absorção leva
cerca de 60 a 90 dias;

Fios não absorvíveis


 Algodão + poliéster (algofil/polycot);
 Poliamida (superlon, manonáilon, dermaflex, neurolon)
 Seda;
 Polipropileno (proleno, propileno, supraleno);

INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS

CELULITE X ABSCESSO
CARACTERÍSTICA CELULITE ABSCESSO
Duração: - Aguda - Crônico
Dor: - Intensa e generalizada - Localizada
Tamanho: - Grande - Pequeno
Localização: - Limite difusos - Bem definida
Palpação: - Pastosa e endurecida - Flutuante
Presença de Pus: - Não - Sim
Grau de gravidade: - Maior - Menor
Bactéria: - Aeróbicas - Anaeróbicas

ANGINA DE LUDWIG
A angina de Ludwig é um tipo de infecção bacteriana que afeta o assoalho da
mandíbula do paciente e seu pescoço.
 Espaço submandibular, sublingual e submentoniano, bilateralmente;
 Celulite;
 Evolução rápida;
 Provoca elevação e deslocamento da língua;
 Area endurecida e tensa na região submandibular, acima do hioide;
 Trismo, sialorreia e disfagia;
 Dificuldade respiratória;
 Risco de vida!
Tratamento:
 Evolução muito rápida;
 Obstrução da via area superior → morte
 Tratamento agressivo INCISÔES E DRENAGEM;
 Antibioticoterapia intensa;
 Atenção a manutenção das vias aéreas;

INFECÇÃO METASTÁTICA
Infecção que ocorre em uma localização distante da porta de entrada das
bactérias.
 Área distante suscetível;
 Propagação bacteriana por via hematogênica;
 Defesas locais enfraquecidas;
Tipos de infecções de metastática:
Endocardite infecciosa: infecção metastática de vegetação (trombo) estéril
existe sobre uma válvula cardíaca anormal;

PROXILAXIA ANTIBIOTICA
Protocolo de antibióticos para procedimento odontológicos
 Via oral: amoxicilina/ dose única/ 60 minutos antes do procedimento
Adulto: 2 g
Criança: 50 mg/kg
 Alergia a penicilina: Clindamicina, Azitromicina, claritromicina/ 60
minutos antes do procedimento.
Adulto: 600 mg / 500 mg
Criança: 20 mg/kg / 15 mg/kg
 Parenteral (EV ou IM): Ampicilina, Cefazolina, Ceftriaxone/ 60 minutos
antes do procedimento.
Adulto: 2 g / 1 g
Criança: 50 mg/kg / 50 mg/kg
 Parenteral (EV ou IM) Alergia a penicilina: Clindamicina/ 60 minutos
antes do procedimento.
Adulto: 600 mg
Criança: 20 mg/kg

Indicação
 Extração dentaria;
 Procedimentos periodontais, incluído cirurgia, raspagem e sondagem;
 Colocação de implante dentário ou reimplantes de dentes avulsionados;
 Tratamento endodôntico;
 Anestesia local Interligamentar;
 Limpeza profilática dos dentes ou implantes, onde o sangramento é
previsto;
Contraindicado:
 Dentística restauradora;
 Anestesia local (exceto Interligamentar)
 Aplicação de isolamento absoluto;
 Remoção de suturas;
 Moldagem;
 Aplicação de flúor;
 Tomadas radiográficas
 Ajuste de aparelhos ortodônticos;
 Esfoliação de dentes decíduos;

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