Você está na página 1de 5

Informações importante: :

Aula 04: Princípios de técnica cirúrgica. Devido a pouca elasticidade da gengiva e pouco tecido não
vão permitir que ocorra uma sutura perfeita, por isso a
Data: 11/09/2023. cicatrização irá ocorrer por segunda intenção.

Referências: Prado & Salim – Cap: 06.


Vamos agora falar com mais detalhes de cada
tempo cirúrgico e seus instrumentais:

O procedimento cirúrgico é uma combinação de


procedimentos técnicos executados de modo
preciso e com instrumentais apropriados.
As manobras da diérese visam romper a
Esses procedimentos são chamados de manobras integridade do tecido para ter acesso ao seu
cirúrgicas fundamentais que recebem o nome de interior e às áreas anatômicas de interesse para o
diérese, exérese, hemostasia e síntese. cirurgião.
Cada manobra cirúrgica é realizada com A diérese pode ser classificada em incisão e
instrumentos específicos, assim para realizar um divulsão.
procedimento cirúrgico adequado é necessário
1. Incisões: Rompimento dos tecidos.
dominar o conhecimento sobre essas técnicas.
Normalmente se usa do bisturi.
Bisturi – Cabo reutilizável + lâmina afiada estéril
descartável.
Os tempos cirúrgicos não seguem essa ordem  Como montar: Encaixe a lâmina na ponta do cabo
necessariamente. Por exemplo, ao anestesiar o com o uso do porta-agulha. Assim, a lâmina deve
paciente, ele sangra um pouco e usamos o ser apreendida pelo porta-agulha na sua parte
roletinho de algodão para conter esse superior. O cabo é posicionado de modo que sua
sangramento, isso é tipo de hemostasia. porção de encaixe fique para cima.

1. Tempos cirúrgicos:
Diérese: Rompimento dos tecidos por meio de
instrumentos cortantes como tesouras ou bisturis.
As manobras de diérese são incisão e divulsão.
 Tesouras e bisturi (elétrico ou frio).
Hemostasia: Detenção de sangramentos
ocasionados pela diérese.
Por fim, a lâmina é deslizada em sentido oposto ao de
 Compressas, pinças hemostáticas, bisturi inserção.
elétrico.
 Retirar: Com o auxílio do porta-agulha pegamos na
Exérese: Retirada parcial ou completa de órgãos parte inferior da lâmina desprendendo-a do
ou tecidos, constando muitas vezes como o encaixe.
objetivo do procedimento, ou seja, é a cirurgia
propriamente dita. a) Princípios para as incisões:

 Fórceps, cinzéis, alavancas, martelos e etc. Realizar incisões evitando estruturas anatômicas
importantes, veias e artérias.
Síntese: União dos tecidos.
Utilização sempre de lâminas novas, afiadas e estéreis.
 Agulhas, porta-agulhas e fios. Realizar incisões planejadas para cada ato cirúrgico.
Incisões firmes, contínuas e com bordas regulares: Modelos de retalhos:
Sangramentos excessivos e dificuldade para cicatrizar
são ocasionados em função a bordas irregulares.  Envelope: Pode ser realizado em qualquer parte da
boca – vestibular, palatina ou lingual.
Incisões longas e contínuas são preferíveis em relação
às curtas e com interrupções.
A incisão é realizada no sulco gengival até a crista
Incisões superficiais devem ser feitas com o bisturi óssea, e através do periósteo rebate apicalmente
perpendicular à superfície. um retalho mucoperiosteal de espessura total.
Incisões devem ser amplas de modo a proporcionar um
afastamento satisfatório dos tecidos, assim O tamanho do retalho deve pegar dois dentes para
proporcionando um campo amplo e visível. mesial e um para distal.

b) Retalhos cirúrgicos: Porção de tecido delimitada


pelas incisões cirúrgicas, o objetivo é obter acesso à
área que vai ser operada ou mover tecidos moles.
Indicações: Remoção de restos radiculares de pré e
molares superiores muito próximo ao seio maxilar.
Molares com raízes finas, longas e divergentes.
Dentes com hipercimentose.  Em L ou em 3 ângulos: Incisão em três ângulos –
Dentes com lesão periapical que precisam de envelope (intra sulcular) + incisão vertical.
curetagem ou enucleação.
Possui boa inclinação para distal e fundo de
Restos radiculares sepultados sob próteses.
vestíbulo, devendo abranger um dente para
Quando empregada força excessiva sem êxito durante anterior e outro para posterior.
exodontias pela técnica fechada.

Além disso, o retalho deve ser planejado de modo a


evitar lesões as estruturas vitais, como nervo lingual,
mentoniano e artéria palatina.
Base deve ser maior que a margem livre e mais ampla
que o ápice – Garantir irrigação adequada.
Tamanho adequado para favorecer visualização.
Margens devem ser apoiadas em osso sadio.  Quadrangular ou trapézio: Duas incisões verticais
relaxantes, inicia com a intra sulcular e sobe. Se
Destruição cortical óssea vestibular deve realizar a trata de um retalho restrito em ampliação para
incisão entre 6 e 8mm da região de perda óssea. mesial e distal.
Devem ser manipulados cuidadosamente e
delicadamente, sem tensões, torções, compressão e
distensões – Caso ocorra essas deformações poderemos
ter recessão gengival ou então alguma área pode não
ser recoberta.
As incisões devem ser mais para as proximais
(preferência para distal) em região papilar, pois
quando fazemos a incisão por vestibular ocorre
retração gengival.

 Semi lunar: Acesso à região do periápice sem


Características do retalho e como deve ser a incisão traumatizar a papila. Indicado para cirurgias de
periápice.
Exemplos de exérese – remoção de lesões
patológicas, curetagem, osteotomias e etc.
1. Instrumentais:
a) Alavancas: Iniciar a luxação e remoção de
raízes após extração.

Incisão em Y: Remoção de torus palatino. Pode


ser realizada em firma de duplo Y quando se
deseja maior exposição da região posterior do
palato.

b) Fórceps:

A sutura do retalho deve seguir a seguinte ordem:


Alvéolo → Base → Ápice.
c) Cinzéis e martelos: Cirurgias orais por trauma
e ortognáticas.
2. Divulsão: Afastamento, separação e divisão dos
tecidos. d) Curetas de Lucas: Remoção de lesão periapical.
Tecidos moles: Tesoura cirúrgica de ponta romba e) Osteotomia: Remoção do tecido ósseo. Podemos
de Metzenbaum com o auxílio de pinças de usar:
dissecção.
 Lima para osso – Remoção do alvéolo.
 Brocas cirúrgicas: Remoção de tecido ósseo e
facilitar a exodontia.
 Fórceps.

Separação do periósteo do osso adjacente – : Durante a exérese ocorre a secção


deslocador de periósteo do tipo Molt. vasos sanguíneos de menor ou maior calibre com
extravasamento de sangue. As hemorragias
podem ser classificadas de acordo com origem e
do momento em que ocorrem:
Origem: Venosa, capilar e arterial.
Período: trans e pós operatória (imediata ou
tardia).
Dessa maneira, existem algumas manobras
Remoção de órgãos ou tecidos. Em caso de específicas para contornar e parar esse
exodontia temos a remoção do órgão completo. Já sangramento:
nas biópsias temos a remoção de tecido.
1. Compressão: Deve ser feita com uma compressa
de gaze. Se configura como um método rápido,
simples e eficiente. Sendo ideal para a contenção Etapa que objetiva aproximar os tecidos. Porém,
de hemorragias de origem capilar. devido a pouca elasticidade da mucosa, nem
sempre é possível.
Compreensão manual ou com uso de algum
instrumento cirúrgico por no mínimo 10 minutos. Quando conseguimos aproximar as bordas,
chamamos de cicatrização por 1° intenção.
2. Pinçagem: Realizada com a pinça hemostática
onde é colocada nas extremidades dos vasos A síntese é super importante para a recuperação,
seccionados. cicatrização e estabilização dos tecidos no pós-
cirúrgico:
A pinça é removida após hemostasia do vaso
sangrante, ou ligadura da extremidade do vaso 1. Instrumental: fios, agulhas, porta-agulha e íris
com fios de sutura. arredondada.

3. Ligadura: Oclusão do lúmen de um vaso por Fios: Absorvíveis e não absorvíveis.


meio de fios de sutura que geralmente são
reabsorvíveis.
4. Temocoagulação:
Uso de aparelho eletrônico (bisturi elétrico) que
aplica uma corrente elétrica no vaso sanguíneo
que foi pinçado previamente.
Deve ser realizada a remoção de metais como
anéis e brincos.
Fio-terra deve ser colocado em contato com o Em suturas intradérmicas usamos os absorvíveis.
paciente para permitir que a corrente elétrica a) Fios e agulhas:
entre no seu corpo.
Ponta do cautério não pode tocar qualquer outra
parte do corpo, e o sangue deve ser totalmente
removido do local.
5. Substâncias hemostáticas:
Muitos pacientes possuem deficiência de vitamina
K. A função principal dessa vitamina é coagulação
sanguínea.
Assim, na ausência de consumo das principais
fontes pode ocorrer a carência da vitamina e
consequentemente hemorragias recorrentes e
2. Suturas: Simples ou interrompida e contínua.
sangramentos gengivais.
a) Esponja de fibrina – Hemospon:
Obtido por meio do fracionamento do plasma
humano.
Como usar: Embebe a esponja em uma solução de
trombina e coloca diretamente no foco
hemorrágico.
Como é reabsorvível não precisa de remoção. Quando se tem uma cavidade muito profunda é
ideal que se tenha uma sutura interna.

b) Hemostop: É necessário que as margens estejam adequadas.


a) Suturas isolada simples.
b) Isolada em vertical.
c) Isolada em horizontal - X.
A forma que entramos com o fio irá definir como
devemos sair com o mesmo.
d) Contínua simples.
e) Contínua festonado.
f) Contínua U horizontal.

3. Remoção do fio de sutura: Antes de retirar a


sutura é necessário o uso de digluconato de
clorexidina.
7 a 10 dias para remover.
Remoção: Traciona suavemente o fio e corta a
porção que está dentro do tecido.
O fio que está por fora não deve passar por
dentro da ferida.

Você também pode gostar