Aula 04: Urgência e emergência endodôntica. O diagnóstico correto é fundamental para a
resolução do problema, sendo imprescindível para Data: 25/09/2023. a tomada na decisão do tratamento. Referências: Lopes & Siqueira – Capítulo: 20. Para chegar um diagnóstico é preciso realizar: » Exame subjetivo: História de médica e dental. : » Exame objetivo: Exame clinico e visual, teste de vitalidade (térmico, elétrico e cavidade), teste A dor de origem pulpar ou perirradicular perirradicular (percussão e palpação) e corresponde a cerca de 90% dos casos de sondagem. emergência em consultório dentário. » Exame radiográfico, se necessário podemos Nesses casos, a intervenção endodôntica é complementar com tomografia computadorizada. indispensável para o alívio imediato dos sintomas, sendo o sucesso caracterizado por sua remissão. : Várias alterações pulpares e perirradiculares Lembrando que a dor de origem perirradicular podem levar a dor e tumefação, porém nem ocorre devido à disseminação dos microrganismos sempre é necessária uma intervenção endodôntica invasores para o periápice, dessa maneira para a resolução, ou seja, normalmente esse casos resultando no espessamento do ligamento se configuram como urgências. periodontal, e assim causando o edema. Devido a pressão causada pelo edema o paciente irá relatar Porém, na maioria dos casos, a verdadeira dor. emergência necessita de intervenção no sistema de canais radiculares.
Assim, podemos dividir a linha de tratamento em:
Urgência: Não precisa de intervenção imediata. » Condições que não necessitam de intervenção Emergência: Necessita de intervenção imediata endodôntica. para o restabelecimento do conforto do paciente. » Condições que necessitam de intervenção 1. Como identificar se é uma urgência ou endodôntica. emergência: a) O problema está interferindo no seu sono, alimentação, trabalho e outras atividades? Caso sim, é uma emergência. 1. Pulpite reversível: Basta retirar o estímulo que está causando a alteração pulpar. b) Há quanto tempo esse problema o aflige? Dor não espontânea e localizada. Uma emergência verdadeira não dura mais do que 2 a 3 dias, visto que o curso da resposta 2. Hipersensibilidade: inflamatória aguda dura esse período. Associado muitas vezes com recessão gengival e lesões cervicais não cariosas. c) Você precisou fazer uso de alguma medicação para aliviar a dor? Ela foi eficaz? Características: Dor aguda, fugaz e provocada por estímulos térmicos, osmóticos e bacterianos. Pouco provável que a dor de emergência seja aliviada com analgésico. Pacientes que não possuem os quadros acima, indicamos o uso de pasta com cálcio para causar uma obturação dos túbulos dentinários, Medica com corticosteroide (Decradron ou normalmente o efeito começa entre 10 a 14 dias. Otosporin). Em casos de clareamento receita ibuprofeno ou analgésico.
Ocorre devido à pressão hidrostática que causa
uma compressão nas fibras nervosas. Essa compreensão é crítica ao ligamento 1. Pulpite irreversível assintomática: periodontal, e irá ocasionar a sintomatologia dolorosa. Normalmente o paciente não sente sintomatologia dolorosa, todavia existem exceções. Os mediadores inflamatórios e produtos bacterianos também podem causar dor. Devido a Polpa estará inflamada irreversivelmente quando isso, quando realizamos o exame de percussão, o exposta por cárie, o dente apresenta dor grave, paciente irá relatar muito desconforto. contínua e excruciante, fastidiosa, espontânea e às vezes, difusa. A instrumentação limitada aos terços coronários do canal jamais deve ocorrer, a não ser em casos Analgésico não irá avaliar a dor. de extrema emergência onde não se tem tempo a) Tratamento de primeira opção quando tiver disponível. tempo disponível: Outro fator de relevância é a extrusão de detritos Preparo inicial – Anestesia, raspagem e polimento contaminados durante a instrumentação que pode coronário, isolamento absoluto, descontaminação ocorrer em qualquer etapa da instrumentação. do campo operatório com hipoclorito de sódio a 2,5%, clorexidina a 2% ou álcool iodado a 2%. Realiza o acesso. Exploração do canal e obtenção dos Analgésico de longa duração. comprimentos, retirada da polpa em seguida Analgésicos/Antiflamatórios – Ibuprofeno, tratamento endodôntico seguindo a sequência diclofenaco, naproxano, cetoprofeno e cetorolaco. clínica. Dor grave – Paracetamol de 500mg a 1.000 Como essa opção é para sessão única não é associado a um opioide (30 a 60mg de codeína ou indicado uso de medicação intracanal. Além disso, 10g de hidrocona) 2x ao dia, durante 1 ou 2 dias. caso o cone de papel absorvente não venha seco, não podemos obturar no mesmo dia. Em casos de lesão perirradicular, não devemos realizar sessão única. Deve-se medicar e marcar a próxima sessão. Dor intensa a mastigação. Positivo para percussão, e às vezes para palpação. b) Tratamento de segunda opção sem tempo disponível. Dor ao toque: Sensação de dente crescido devido a ligeira extrusão do dente no alvéolo em virtude do » Dentes unirradiculares: Pulpectomia e medicação espessamento lá no ligamento periodontal. com corticosteroide (Decradron ou Otosporin). Podemos usar limas de pequenos calibres em » Dentes multirradiculares: movimentos de vai e vem com a solução irrigadora Pulpectomia do canal mais amplo (Molares em todos os terços para remover e limpar o tecido inferiores – Raiz distal/ Molares superiores – raiz necrosado presente. palatina). Podemos usar: Hidróxido de cálcio com veículos inertes e deposita-lo com as limas especiais. Pouquíssimo tempo → Pulpotomia – Retirada da polpa coronária. Dor espontânea, pulsátil e à mastigação. 1. Devemos esperar a saída de todo o exsudato, depois limpa, modela, seca e medica, depois selar. Sintomatologia dolorosa a todos os testes, e possível mobilidade dental. 2. Caso ocorra o desenvolvimento de edema generalizado e difuso para outros espaços Pode ou não apresentar envolvimento sistêmico. anatômicos de cabeça e pescoço. 1. Tratamento: 3.Antibiótico: O abcesso perirradicular apresenta alguns estágios e o tratamento irá depender da fase na Para casos de envolvimento sistêmico – Febre, mal estar e etc. qual ele se encontra: Pacientes debilitados ou com risco de a) Estágio inicial: Sem tumefação, dor excruciante, desenvolvimento de endocardite bacteriana. diagnóstico por meio do exsudato purulento drenado após abertura coronal. 4. Pode ocorrer flare up que se configuram como emergências verdadeiras que se desenvolvem Trata através da drenagem da coleção purulenta, entre as sessões do tratamento endodôntico. normalmente a saída do exsudato dura de 15 a 30 minutos e: 5. Pode ocorrer devido o produto das bactérias ou iatrogenia (Sobreobturação, sob obturação, Uso de medicação intra canal com pasta HPG extravasamento da solução irrigadora pelo forame (Paramonoclorofenol canforado + hidróxido de apical, perfurações e etc). cálcio + glicerina) ou HCX (Hidróxido de cálcio em clorexidina de 0,12 a 2%). Selamento coronário com cimento temporário. Prescrição de analgésico/anti-inflamatório.
b) Em evolução: Apresenta tumefação consistente,
endurecida e não flutuante. Dor quando o abscesso está em espaço subperiosteal devido a rica inervação local. Tratamento igual ao da fase inicial: Caso a tumefação seja intraoral é recomendado incisar a mucosa antes do preparo mesmo com a ausência de flutuação. Porém, na presença de tumefação extra oral fazemos uma incisão extraoral e coloca o dedinho de uma estéril, fazendo um caminho, e sutura. Podemos também utilizar bochechos com soluções aquecidas junto com compressas frias, e receita analgésico e anti-inflamatório, devemos pesar a necessidade de emprego de antibióticos.
c) Evoluído: Muito similar aos quadros anteriores,
porém a tumefação é flutuante. Incisão e abre o tecido quebrando os coágulos formados.