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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

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Roteiro de aula Endodontia II


Aula 4: Patologias Infecciosas da Polpa - Profa. Dra. Naiana Viana Viola

Polpa está contaminada!

Alterações inflamatórias Necrose e morte pulpar Gangrena pulpar

Necropulpectomia Necropulpectomia
I: tratamento de II: tratamento de
polpa morta e polpa morta e
necrosada SEM necrosada COM
alteração periapical. alteração periapical.

Necrose pulpar: alterações morfológicas que acompanham a morte celular em um tecido

- Necrose de Liquefação: invasão por microrganismos;


Tipos - Necrose de Coagulação: trauma;
- Necrose Gangrenosa: trauma + invasão por microrganimos;

Como saber se é alteração aguda ou crônica? DIAGNÓSTICO Alterações agudas


apresentam dor e edema, enquanto infecções crônicas são silenciosas.

Controle da infecção: o tratamento torna o ambiente impróprio para microrganismos

Importância do vedamento coronário: importante para evitar matéria


orgânica que proporcione ativação/ reprodução dos microrganismos remanescentes.
* Microrganismos que causam infecção pulpar estão dentro do canal radicular, próximo
ao forame Instrumentação no limite apical do dente. Poucos microrganismos
conseguem sair do forame apical e na região periapical ficam sujeitos a defesa do
organismo, por isso as alterações são denominadas ALTERAÇÕES
INFLAMATÓRIAS PERIAPICAIS (apesar do tecido pulpar estar morto a região
periapical não morreu por isso são considerados processos inflamatórios.
 Lesões tumorais ou pseudotumorais: não tem relação com endodontia;
 Processos crônicos podem agudizar ABCESSO FÊNIX ou ABCESSO
PERIAPICAL AGUDO COM LESÃO;

Direcionamento de Reações com Predominância de Sinais e Sintomas Devido a


Fatores Locais e Sistêmicos

- Número de microrganismos;
- Resistência do hospedeiro;
- Microbiota predominante;

Abcesso Dentoalveolar Agudo


* Dor mais intensa que na Pericementite Apical Aguda
- Fase inicial;
- Fase em evolução;
- Fase evoluída;
Características clínicas e radiográficas
Fase inicial
Ausência de vitalidade pulpar;
Dor espontânea, intensa e localizada;
Mobilidade e extrusão dentária;
Sensível à palpação apical e percussão;
Sem edema evidente;
Sem sinais radiográficos;

Fase em evolução - Não há ponto de flutuação


Ausência de vitalidade pulpar;
Dor espontânea difusa;
Acentuada mobilidade dentária;
Extrusão dentária;
Sensível à palpação apical;
Sensibilidade ao toque vertical;
Edema consistente sem ponto de flutuação;
Aumento de volume da área;
Febre;
Trismo;
Cefaleia;
Prostração;
* Radiografia: pode haver espessamento do ligamento periodontal.
* Difícil de identificar clinicamente!

Fase evoluída
Ausência de vitalidade pulpar;
Dor espontânea e difusa;
Acentuada mobilidade dentária;
Extrusão dentária;
Sensível à palpação apical;
Sensibilidade ao toque vertical;
Edema consistente com ponto de flutuação;
Sinal Patognomônico!
Aumento de volume da área;
Febre; Drenagem: dose profilática de
antibioticoterapia (1g de amoxicilina)
incisão no ponto de flutuação dreno trocar
a cada 24h.
Trismo;
Cefaleia;
Prostração;

Tratamento (independente da fase)


Local: no foco dos microrganismos;
1. Abertura Coronária;
2. Neutralização do conteúdo séptico tóxico: lima fininha →
terço cervical → irriga – aspira – inunda → terço médio →
irriga – aspira – inunda → terço apical;
Atenção: deixar aberto 24h → drenar secreção via canal;
Só avançar o tratamento se drenar tudo no momento do
atendimento!!
3. Irrigar abundantemente com Hipoclorito de sódio;
4. Curativo de demora: bolinha de algodão com formocresol na
Coroa- ápice câmara pulpar (APENAS SE NÃO SAIR NADA DOS
CANAIS) → 24 a 48h depois: retorno → Tirar provisório →
remover medicação → irrigar;
5. Odontometria: no limite apical;
6. Desbridamento foraminal → Passa lima a 0,5 a 1mm além do
forame → desorganizar bactérias;
7. Instrumentação;
* Se drenar, voltar para formocresol;
8. MIC: hidróxido de cálcio puro ou callen com PMCC;
9. Selamento provisório.

Tratamento sistêmico: Antibioticoterapia para controle da DOR!


Amoxicilina 500 mg por 5 a 7 dias de 8 em 8h (Se em 48h não der nenhum
resultado → associar com metronidazol ou clavulanato de potássio);
OU
Clindamicina 300 mg por 5 a 7 dias de 8 em 8h;
OU Alérgicos a Penincilinas.
Azitromicina 500 mg por 3 dias de 24 em 24h;
Ideal: SE FOR DRENAR: FAZER MEDICAÇÃO PRÉ- DRENAGEM – 1h antes do
atendimento (500 mg de amoxicilina ou 300mg de clindamicina ou 500 mg de
azitromicina); 2 g de amoxicilina;
300 mg de clindamicina;
 Profilaxia antibiótica para prevenir endocardite bacteriana 500 mg de azitromicina

Dipirona: 30 a 40 gotas de 4 em 4h por 24 à 48h;


Paracetamol: 750 mg de 8 em 8h ou de 6 em 6h por 24 à 48h;
Analgesia
Opióides: Tramadol 50 a 100 mg de 12 em 12h por 24 à 48h;
Codeína 30 mg a cada 4 ou 6h por 24 à 48h;

Atenção: infecção aguda pode se disseminar e levar a problemas apicais que


podem levar a óbito.

Evolução, complicações e consequências clínicas do abcesso dentoalveolar agudo


- Abcesso dentoalveolar/ periapical crônico;
- Angina de Ludwig;
Atendimento hospitalar
- Osteomielite;
- Algumas vezes óbito.

Alterações Periapicais Crônicas

Osteíte Rarefaciente:
Lesão periapical → radiografia: rarefação óssea difusa ou circunscrita;
Alto número de microrganismos;

- Fatores locais e sistêmicos Alta resistência dos hospedeiros;


Microbiota predominante;

Granuloma ou osteíte rarefaciente circunscrita


Anamnese → Relativo;

Diagnóstico Exame clínico → Relativo;

dos Testes de sensibilidade → Fundamental;

Granulomas Exame radiográfico → Fundamental;


Sinais → Escurecimento coronário;
Sintomas → Assintomático;
Evolução do Granuloma
 Manutenção do processo;
 Reparo pós tratamento endodôntico;
 Reagudecimento;
 Cisto periodontal apical;

* Diferença entre cisto e granuloma é histológica → Não altera o tratamento clínico.

Normalmente maior sem delimitação por linha radiopaca.

Cisto periodontal apical: osteíte rarefaciente circunscrita


Anamnese → Relativo;
Exame clínico → Relativo;
Testes de sensibilidade → Fundamental;
Diagnóstico de cisto periodontal apical Exame radiográfico → Fundamental;
Sinais → Escurecimento coronário;
Sintomas → Assintomático;

Evolução do Cisto Periodontal Apical


 Manutenção do quadro;
 Raramente transformação neoplásica;
 Reagudecimento;
 Reparo pós tratamento;

Abcesso Periapical Crônico: osteíte rarefaciente difusa

Anamnese → Relativo;
Exame clínico → Relativo;
Testes de sensibilidade → Fundamental;
Diagnóstico de Abcesso Crônico Exame radiográfico → Fundamental;

Sinais → Escurecimento coronário;


Sintomas → Assintomático ou presença de fístula;
Fístula

o Periodontal;
Diagnóstico Diferencial Endo/ Perio?
o Endodontia;
Origem
o Endo/ Perio;
Teste de sensibilidade pulpar.
o Perio/ Endo

* Fistulografia.

Tratamento de Necropulpectomia II

Tratamento de polpa morta com Lesão Periapical

1. Abertura Coronária;
2. Neutralização do conteúdo séptico tóxico;
3. Odontometria em ZERO;
4. Desbridamento foraminal;
5. Instrumentação;
6. Colocação de MIC: Callen com PMCC por 15 DIAS → Estimular regeneração
óssea → Lesões muito grandes → deixar cerca de 30 a 60 dias → potencial
máximo do hidróxido de cálcio;
7. Selamento coronário;

Tratamento → LOCAL
Processos crônicos não requerem medicação sistêmica!

Abcesso fênix → AGUDIZAÇÃO!

Antibioticoterapia é diferente: associar um inibidor de penicilinase ou de


bactérias anaeróbias → Divisão em Gram + e Gram – devido a diferenças na
composição e estrutura da parede celular.
Amoxicilina (500 mg) por 5 a 7 dias + Metronidazol (400 mg) por no máximo 5
dias.
OU
Clavulin BD 875mg por 5 a 7 dias;
OU
Clindamicina 300 mg por 5 a 7 dias de 8 em 8h;
OU
Azitromicina 500 mg por 3 dias de 24 em 24h;

Se necessário: analgésicos → em casos raros opioides;


Dose de ataque: dobrar a dose do antibiótico antes de intervir;
Profilaxia antibiótica: risco de endocardite bacteriana

Tanto em processos agudos como crônicos → risco de disseminar


infecção.

Métodos auxiliares de descontaminação


 Irrigação ultrassônica passiva: Irrisonic E1 (Else);
 Lima XP finisher (FKG);
 Easy clean (Easy);
 Terapia fotodinâmica (aPDT): laser de baixa potência + fibra + corante
(chimuolux: azul de metileno 0,01% a 0,005%) → Movimento de apical para
cervical → Protocolos variam.

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