“A Endodontia consiste em uma disciplina clínica voltada para o tratamento ou a
prevenção da lesão perirradicular, doença de interesse do profissional envolvido com a Endodontia. Uma vez que esta doença apresenta etiologia infecciosa, depreende-se então que a Endodontia é a disciplina envolvida com o controle e a prevenção da infecção pulpar e perirradicular. Com base neste conceito, é dever do profissional que se habilita nesta área conhecer as principais nuances do processo infeccioso endodôntico, reconhecendo os principais microrganismos envolvidos, suas vias de acesso ao sistema de canais radiculares, o padrão de colonização microbiana deste sistema e as consequências da infecção endodôntica para o hospedeiro (paciente). Neste conhecimento reside a base sólida e fundamental sobre a qual o profissional irá apoiar sua estratégia para tratar e prevenir uma infecção endodôntica, com o intuito de lograr êxito na terapia endodôntica.”- Lopes & Siqueira, 2005.
As inflamações periapicais interferem no prognóstico do Tratamento
Endodôntico. Interferência entre as alterações periapicais e condições sistêmicas; “Dente doente ➔ Corpo doente”
Histórico: microrganismos e patologias pulpares periapicais
o Estudo de Sundqvist (1976) e posteriormente Moller Dentes traumatizados com coroa íntegra e necrose pulpar – livre de microrganismos – sem alterações periapicais; Presença de alteração periapical ➔ presença de microrganismos; Tecido pulpar necrosado não serve como irritante suficiente para induzir e manter a inflamação perirradicular; Mas serve como fonte de nutrientes para a proliferação microbiana e não oferece resistência ao estabelecimento de uma infecção – Biofilmes bacterianos.
Bactérias anaeróbias facultativas
Bactérias anaeróbias estritas
* Lembrando: a instrumentação não elimina 100% dos microrganismos.
Nova filosofia endodôntica: patência e desbridamento foraminal.
⮩ Passar uma lima de calibre pequeno (dependendo do diâmetro do canal, pode ser uma lima 8, 10 ou 15) que penetre ali passivamente de 0,5 a 1mm além do CRT ➔ desorganizar o plug de microrganismos.
Microrganismos: problemas da infecção endodôntica
Microrganismos e seus subprodutos são relevantes na indução: 1. Da patologia pulpar e perirradicular; 2. Agudização e flare-ups: extrusão de detritos contaminados pelo forame; 3. Sintomatologia e extrusão persistentes: durante, entre sessões ou tratamento sem eliminação satisfatória dos microrganismos; 4. Fracasso no tratamento endodôntico: métodos complementares de desinfecção. - Irrigação ultrassônica passiva; - XP Finisher; - Easy Clean; - aPDT.
Vias de Infecção na Polpa Dental
Exposição pulpar e periodontal; Anacorese (hematogênica): Trauma ➔ rompimento do feixe vasculo- nervoso ➔ inflamação na região periapical ➔ bactérias da corrente sanguínea são atraídas para essa região e ali se alojam ➔ quando o dente sofre necrose essas bactérias se alojam no SCR porque não há mais tecido vital ali; Trinca de esmalte ➔ fluídos gengivais bacterianos ➔ contaminação pulpar; Tipos de Infecção Endodôntica 1. Infecção intrarradicular primária (microrganismos do canal radicular); 2. Infecção intrarradicular secundária (microrganismos que foram levados até o canal radicular durante o tratamento ou entre sessões); 3. Infecção intrarradicular persistente (descontaminação foi ineficiente); 4. Infecção intrarradicular extrarradicular (às vezes exige cirurgia paraendodôntica).
Influência Geográfica: a presença e prevalência dos microrganismos depende da
localização dos pacientes.
Infecções sintomáticas ➔ Abcesso Fênix
Predomínio de bactérias gram -: antibioticoterapia exige associação de amoxicilina
com metronidazol ou clavulanato de potássio (pois as bactérias quebram o anel betalactâmico da penicilina);
Descontaminação: mais importante do tratamento endodôntico!