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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

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Roteiro de aula Endodontia II


Aula 3: Doenças Inflamatórias do Complexo Dentino-pulpar
Profa. Dra. Naiana Viana Viola

- Agudas;
Doenças Inflamatórias Polpa Viva
- Crônicas;

Processo inflamatório microrganismos da cárie dentária inflamação pulpar;

O tecido pulpar responde a agressão;

Depende do tipo, do período, da forma e da agressão.

* Processo infeccioso: microrganismos atingiram o tecido pulpar.

É acompanhado de processo inflamatório.

Lesões Agudas
Agressão ao tecido Substâncias químicas liberadas na região Mediadores químicos
da inflamação Desnutrição tecidual e DOR.
• O avanço das lesões cariosas afeta os túbulos dentinários isso desencadeia uma
inflamação do tecido pulpar de diferentes graus;
* Não são apenas cáries que podem levar a inflamação pulpar, outras possíveis razões
são: raspagem radicular que leve a exposição de túbulos dentinários; aberturas para
remoções de cáries; e/ ou traumas leves como bruxismo e apertamento.

- Fases da Alteração Pulpar


1. Pulpite Aguda Reversível

Alteração inflamatória leve, estágio inicial de inflamação.


• Natureza da dor: provocada (frio, quente, doce, ar);
• Localizada e de curta duração (paciente aponta onde está a dor);
• Remoção do agente causal Resolve o problema;
• Normalmente os aspectos radiográficos estão normais;
• Pode haver hiperemia;
• Polpa: VITAL!
• IMPORTANTE: Como responde ao teste de sensibilidade?
• Formação discreta de edema: pode interferir na resposta ao teste de
sensibilidade;

Muitas modificações alteram o padrão dentinário.

Altera resposta ao frio.


• Tratamentos (objetivo: preservar tecido dentário sadio): proteção pulpar
indireta; proteção pulpar direta (exposição acidental ou em traumatismos com
até 24h); biopulpectomia.
• IMPORTANTE: Avaliar o tamanho da exposição, contaminação e idade do
paciente.
• Acompanhamento clínico e radiográfico.
• Prognóstico favorável;
• Causas: lesões cariosas, materiais irritantes sobre tecido pulpar, agressões
físicas/ mecânicas, restaurações fraturadas, recessões gengivais.

2. Pulpite Aguda em Transição


• Clinicamente difícil de diagnosticar;
• Dor provocada ao frio e ao calor; intensa; declínio lento;
• Às vezes, necessita de analgésicos;
• Tratamento: biopulpectomia.

3. Pulpite Aguda Irreversível


• DOR: Intensa, espontânea, pulsátil, de longa duração podendo ser também
difusa e reflexa (paciente não consegue dormir a noite; em decúbito a dor
aumenta; sensação de “coração batendo” no dente);
• Inicialmente: intermitente Evolução: contínua;
• Analgésicos: ineficientes;
• Radiograficamente: periodonto normal ou ligeiramente espessado;
• Sensibilidade pulpar: em casos de dor muito intensa, o frio pode aliviar;
• Estímulos: intensificam a dor ou demoram mais a passar;
• Macroscopicamente: polpa alterada;
• Tratamento: biopulpectomia;
* Problema: rizogênese incompleta em dentes jovens.
- Muito grande: biopulpectomia com troca
de medicação (hidróxido de cálcio puro);
Grau de Inflamação
- Pulpite reversível: pulpotomia (permite a
formação radicular);
Paciente jovem com alto metabolismo tem
maiores chances de sucesso.

Pulpotomia

Depende do grau de sangramento, resistência ao corte e coloração da polpa.

Normalidade X Anormalidade
1. Consistência (corpo); 1. Sem consistência (pastosa);
2. Resistência ao corte; 2. Em desintegração;
3. Hemorragia suave; 3. Ausência de hemorragia;
4. Sangue com coloração vermelho brilhante 4. Sangue com coloração escura ou muito
clara;
4.
• Critérios clínicos: polpa normal; pulpite aguda reversível; pulpite aguda
irreversível; pulpite crônica ulcerada; pulpite crônica ulcerada; pulpite crônica
hiperplásica; necrose ou gangrena pulpar.

✓ Dentes com vitalidade pulpar em determinados tipos de alterações


inflamatórias da polpa;
Indicações ✓ Falta de predicados técnicos para executar a endodontia radical;
✓ Rizogênese incompleta;
✓ Socialização e falta de condições econômicas.
Apicigênese ≠ Apicificação
Apicificação: indução do fechamento do forame apical, por meio de deposição
de uma barreira de tecido duro, em nível apical indicado para dentes jovens,
imaturos que estão com tecido pulpar necrosado.
Apicigênese: terapia de complementação radicular em dentes jovens imaturos
que apresentam a polpa com vitalidade e que sofreram exposição pulpar
devido a traumas ou fraturas coronárias, assim como, cáries dentárias ou
restaurações inadequadas.
Problema: localizar os canais depois da formação da barreira mineralizada.
Terapia sistêmica não é necessária.

Alterações Crônicas
1. Pulpite Crônica Ulcerada
• Dor localizada, moderada (suportável) e provocada (pode se tornar
espontânea quando houver fechamento de cárie por alimento);
• Agente álgico: compressão de alimentos ou instrumento clínico numa cavidade de
cárie ou restauração defeituosa;
• Sensibilidade pulpar: podem dar resultados errados pela profundidade do
tecido pulpar normal;
• Aspecto pulpar: presença de úlcera na superfície exposta da polpa;
• Polpa remanescente com consistência, resistência ao corte, hemorragia
abundante e sangue vermelho brilhante;
• Evolução: processos agudos ou necrose lenta;
• Radiografia: exposição pulpar sob restaurações, ligamento periodontal normal
ou ligeiramente espessado;
• Tratamento: depende da rizogênese e do aspecto pulpar;

2. Pulpite Crônica Hiperplásica (Pólipo pulpar)


• DOR provocada (pela compressão de alimentos e objetos no local), localizada,
de pequena duração (enquanto durar o agente álgico) e moderada;
• Tecido pulpar vital;
• Presença de pólipo pulpar, remanescente com consistência, resistência ao corte,
hemorragia abundante, sangue de coloração vermelha brilhante;
• Radiografia: comunicação direta da câmara pulpar com a cavidade de cárie,
periodonto normal ou ligeiramente espessado;
• Diagnóstico diferencial: invaginações gengivais ou periodontais como em
perfurações do assoalho da câmara pulpar;
• Pode ocorrer uma involução (redução do aporte sanguíneo), surtos de
agudização e/ou necrose lenta;
• Tratamento: depende da rizogênese;

RIZOGÊNESE INCOMPLETA: Pulpotomias ou pulpectomias.

Apicigênese!

*Importante: alterações crônicas geralmente observadas em jovens Irritações de


baixa intensidade, longa duração em uma polpa com elevada resistência Alto
metabolismo.

Periodontite Apical Aguda Traumática


Não está relacionada com as Periapicopatias inflamatórias!
• Relacionadas a traumas: restaurações elevadas, falta de ajuste oclusal após
tratamento ortodôntico;

Remoção do agente causal resolve o problema.


• Não tratada pode evoluir para problema endodôntico que requeira tratamento
endodôntico;
• Medicações sistêmicas: analgésicos e antinflamatórios.

Alterações Degenerativas
Degenerações cálcicas ou Nódulo pulpar
• Calcificação pulpar na câmara pulpar, detectável radiograficamente.

Calcificação difusa
• Calcificação parcial ou total da câmara pulpar e/ ou canais radiculares.
Detectável radiograficamente.

TRATAMENTO (ambos): podem requerer guias endodônticos (dificuldade no tratamento


endodôntico convencional)
Reabsorções
1. Reabsorção Interna
• Reabsorções da parede do interior do canal;
• Atividade clástica: alteração vascular ou celular;
• Descontinuidade da camada de odontoblastos Dentina exposta em contato
com o tecido conjuntivo pulpar induz o aparecimento de clastos reabsorção;
• Polpa se mantém com vitalidade: geralmente assintomática;
• Diagnóstico: exame radiográfico;
• Tratamento: pulpectomia;
• Por longo período pode atingir/ envolver o ligamento periodontal
prognóstico desfavorável cirurgia paraendodôntica;
• Detecção radiográfica;
• Pode causar alteração na cor da coroa: mancha rósea acontece na câmara
pulpar.

2. Reabsorção Externa
• Reabsorção da parede externa radicular;
• Detectável radiograficamente;
• Tratamento: pulpectomia ou necropulpectomia.
* Lesão em J: pode indicar presença de trinca ou fratura desencadeando reabsorção.

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