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Sempre que estivermos diante de um problema de análise de dor devemos


pensar nas seguintes situações:
➢ Intensidade = LEVE, MODERADA OU SEVERA
➢ Condição do aparecimento da Dor = PROVOCADA ou ESPONTÂNEA
➢ Duração da Dor = DECLÍNIO RÁPIDO ou LENTO
➢ Frequência da Dor = INTERMITENTE/ HIPEREMIA ou CONTÍNUA
➢ Sede/Localização da Dor = LOCALIZADA ou DIFUSA (quando o paciente
não sabe qual é o dente que está doendo)

Para a análise da dor, utiliza-se os seguintes:


TESTES CLÍNICOS:
Palpação apical: serve para detectar o dente algógeno (dente causador da dor).
• Tem que ter inflamação periapical, apresentar patologia periapical;
• O paciente não sentiu sensibilidade: não existe inflamação periapical,
então a inflamação está na polpa.

Percussão: Localizar o dente algógeno (dente causador da dor). Pode ser feita
pelo vertical e horizontal.
➢ Positivo: patologia periapical, polpa morta;
➢ Negativo: patologia pulpar, polpa viva;

TESTE FISICO:
➢ Mobilidade dental: Se houver mobilidade é presença de abscesso;
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TESTESTÉRMICOS:
➢ Frio: gelo, endo ice.
Positivo Negativo
Polpa viva Polpa morta

➢ Calor: guta-percha aquecida

DIAGNOSTICO EM ENDODONTIA
Diagnostico: conhecimento ou determinação de uma doença pelos seus sinais,
sintomas e/ou exames diversos.
Sintomas: Sentida pelo paciente
Sinais: Observada pelo profissional
Doença aguda: Inicio evolutivo rapido de curta duração
Doença crônica: Desenvolvimento lente e duração prolongada

Polpa viva: polpa vital, vitalizada ou biopulpectomia


Polpa morte: mortificação pulpar, necrose pulpar ou necropulpectomia

Condições patológica
Inflamação aguda: Dor e edema
Inflamação crônica: Assintomática (sem dor), via de drenagem

POLPA VIVA
Pulpite aguda: dor
• Reversível: hiperemia/intermitente (dor provocada);
• Transitória
• Irreversível: Conjuntão vascular (aumento da circulação sanguínea
dentro do canal);
Pulpite crônica: Assintomática – sem dor
• Ulcerativa;
• Hiperplásica;

PULPITES AGUDAS
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PULPITE REVERSÍVEL: os vasos sanguíneos estão dilatados (hiperemia) e há


edema (pressão capilar e permeabilidade vascular).
Sintomas:
➢ Dor provocada pelo frio ou pelo doce;
➢ Dor curta duração, que passa rápido após a remoção do estímulo;
➢ Dor Localizada;
➢ Percussão e palpação – negativo
Caraterística radiográfica: Aspecto de normalidade ou imagem sugestiva a
carie, restauração ou trauma.
Tratamento conservador: Remoção do estimulo causador (carie, restauração
profunda ou fratura).
Proteção dentária – aplicação de curativo a base de Hcall e cimento de ionômero
de vidro (CIV). Restaurar o dente quando o dente apresentar vitalidade e
assintomático.
O tratamento indicado é o conservador, ou seja, a remoção do agente agressor
ou proteção pulpar indireta ou direta.

TRANSITORIA
Sintomas: dor espontânea, de alta intensidade e longa duração.
O paciente sente sintomas de dor espontânea ou provocada, toma o medicamento e
o dente para de doer, mas quando o efeito do remedio acaba a dor volta.
➢ Necessidade de analgésico;
➢ Intermitente (dor provocada)
➢ Intervalos assintomáticos;
Tratamento: Nesse tipo de caso, o tratamento via depender da idade da polpa.
Idosos possuem pouca polpa, assim indicado para tratamento de canal, mas se
for jovem o tratamento é capeamento pulpar/tratamento conservador.
Pode ter patologias que pode envelhecer a polpa dentaria mais rapido, por
exemplos trauma funcional (bruxismo) e problemas periodontais, levando nesse
caso o tratamento de canal independentemente da idade.
Diante de tal condição pulpar, realiza-se tratamento conservador. No entanto é
importante deixar claros para o paciente o risco de evolução para uma pulpite aguda
irreversível e a necessidade de tratamento endodôntico.
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PULPITE IRREVERSÍVEL
Sintomas:
➢ Dor espontânea;
➢ Exacerbada pelo calor (aumenta em contato com o calor);
➢ Continua;
➢ Raramente localizada;
➢ Frio alivia a dor;
➢ Dor aumenta com irrigação cefálica (acontece quando o paciente vai
deitar, dai sente o dente pulsando);
Característica radiográfica: Imagem sugestiva de carie extensa e/ou profunda,
restauração ou trauma, coroas protéticas.
Tratamento: Endodôntico, pulpectomia.
Em caso de urgência: Pulpotomia (para tirar a dor).

PROTOCOLO
Anestesia
Início da abertura coronária
Isolamento absoluto
Termino da abertura coronária
Irrigação e aspiração com NaOCl a 1%
Remoção da polpa coronária
Irrigação e aspiração e secagem da câmara pulpar
Pingar OTOSPORIM em bolinha de algodão estéril e colocar dentro da
câmara pulpar (ou NDP).
Restauração provisória (ex: ionômero de vidro)

PULPITES CRÔNICAS
ULCERATIVA/ PULPITE CRÔNICA ULCERATIVA: A superfície da polpa, em
contato com o meio bucal transforma-se em úlcera tópica de aspecto granuloso
e que sangra facilmente.
Sintomas:
➢ Assistemática ou leve desconforto;
Sinais:
➢ Dor ao toque;
➢ Sangramento ao toque;
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Característica radiográficas: Leve espaçamento de lâmina dura. Geralmente


ocorre em dentes jovens, por conta do ápice aberto (rizogênese incompleta).

Tratamento: Endodôntico (pulpectomia)


HIPERPLASIA/ PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA
➢ Provém de uma pulpite ulcerativa crônica não tratada;
➢ Formação de pólipo pulpar (polpa em formato de couve-flor);
➢ Em dentes com ápice incompleto (rizogênese incompleta).;
➢ O trauma constante de alimentos e da mastigação (fator mecânico) sobre
a superfície pulpar ulcerada leva à formação do pólipo pulpar;
Sintomas:
➢ Assintomática;
➢ Dor e sangramento;
Característica radiográfica: Leve espaçamento da lâmina dura;

Tratamento: Endodôntico (pulpectomia)

POLPA MORTA
A polpa morre, virou periodontite apical
Agudo:
➢ Periodontite apical aguda, se não tratar, pode evoluir para abscesso
periapical agudo;
Crônico: assintomática
➢ Periodontite apical crônica;
➢ Abscesso periapical crônico;
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AGUDA
PERIODONTITE APICAL AGUDA/ PERICEMENTITE: traumática e a
infecciosa.
TRAUMÁTICA: devido a trauma
• Primeira (sinônimo)
• Polpa vital (positivo aos testes de vitalidade);
• Dor ao toque;
• Sensação de “dente crescido”
• Dor contínua;
• Quase sempre pulsátil;
• Mobilidade dental;
• Sensibilidade à percussão;

Tratamento: conservador, alivio oclusal e anti-inflamatório.

INFECCIOSA (INFLAMAÇÃO): causado por bactérias, suas toxinas atravessam


o ápice e atinge o espaço periodontal.
• Secundaria (sinônimo)
• Os testes pulpares são negativos;
• Teste de Percussão positivo;
• Necrose pulpar;
• Dor ao toque;
• Sensação de dente crescido;
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Tratamento: Endodôntico com medicação intra-canal e prescrição de anti-


inflamatório e analgésico;

ABSCESSO PERIAPICAL AGUDA (ADAA)


FASE INICIAL EM EVOLUÇÃO
• Dor presente/intensa; • Dor presente;
• Sensibilidade ao toque/percussão; • Violenta;
• Ausência de mobilidade e edema; • Extremamente sensível ao toque;
• Dor difusa e irradiada;
• Mobilidade dental;
• Pode presentar edema intra-oral;
• Ausência de ponto de flutuação;

EM EVOLUÇÃO
• Dor presente;
• Violenta;
• Extremamente sensível ao toque;
• Dor difusa e irradiada;
• Mobilidade dental;
• Pode presentar edema intra-oral;
• Ausência de ponto de flutuação;

Pode evoluir para o abscesso crônico quando aparecer a fistula


Tratamento: Trepanação (drenagem do canal após abertura coronária), depois
fazer o tratamento do canal (pulpectomia), e repetir várias sessões para
desinfectar o canal e colocar curativo de demora.
• A drenagem pode ser feita via canal, via ligamento periodontal,
trepanação apical e incisão.
• Usar o curativo de demora: fazer uma pasta com hidróxido de cálcio
com soro fisiológico (solução aquosa). E prescrever um anti-inflamatório
e analgésico.
• Se o paciente apresentar febre ou perturbações tóxicas, deve-se
administrar antibióticos apropriados para atingir um nível sanguíneo alto
e rápido. Caso o paciente não seja alérgico, indica-se penicilina. Caso
contrário, eritromicina.
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CRÔNICO
PERIODONTITE APICAL CRÔNICA
• Assintomatica;
• pulpares: negativos
• Testes perirradiculares: negativos.
Tratamento: limpeza, desinfecção dos canais, medicação intracanal e
posterior obturação.

ABSCESSO PERIAPICAL CRÔNICO


Ele é detectado pelo exame radiográfico de rotina. Quando ele se apresenta
com fístula, é detectado pelo exame de inspeção.
• Assintomático;
• Apresenta fistula
Tratamento: Endodôntico pulpectomia

NÓDULO PULPAR E CALCIFICAÇÃO DIFUSA: As calcificações pulpares


podem ser discretas como dentículos, nódulos e pedras geralmente na polpa
coronária ou como calcificações difusas, ou seja, áreas de calcificação irregular,
paralelas aos vasos, frequentemente afetando a polpa radicular.
Sintomas: assintomáticos
Aspecto clínico: geralmente sem alterações
Sinais radiográficos: calcificações dentro da câmara pulpar
Vitalidade pulpar: Negativo e perirradiculares: geralmente negativos
Tratamento: tratamento endodôntico, porém somente obturar depois do
desaparecimento da fistula.
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REABSORÇÃO INTERNA: A reabsorção interna é uma condição inflamatória


que resulta na destruição progressiva da dentina intrarradicular, podendo se
localizar na porção coronária ou nos terços cervical, médio ou apical das paredes
do canal.
Sintomas: assintomática;
Aspecto clínico: sem sinais clínicos, ou presença de mancha rósea na câmara
pulpar;
Sinais radiográficos: rarefação nas paredes da câmara pulpar ou do canal
radicular;
Vitalidade pulpar: TSP positivo
Tratamento: Tratamento endodôntico, com o cuidado de usar técnica
obturadora que preencha o local da reabsorção.

REABSORÇÃO EXTERNA: As reabsorções radiculares externas são processos


de origem patológica, caracterizados pela perda progressiva do tecido
mineralizado que compõe a estrutura do órgão dentário.
Sintomas: geralmente assintomática
Aspecto clínico: em alguns casos, área de erosão na coroa, presença de fístula,
bolsa gengival, dente em infra oclusão, característica de anquilose
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Sinais radiográficos: rarefação nas paredes externas da raiz, podendo haver


área irregular se superpondo ao canal, contorno irregular da raiz, ápice irregular,
raiz mais curta que a do dente homólogo, ausência do espaço periodontal com
o osso aderido à raiz (anquilose)
Vitalidade pulpar: TSP positivo ou negativo
Tratamento: Se a reabsorção for inflamatória, tratamento endodôntico. Se a
reabsorção for em resposta a trauma, o tratamento consiste na remoção da
causa. Dependendo do local da reabsorção e do grau de comprometimento da
estrutura da raiz, além do tratamento endodôntico, pode ser indicada a
complementação cirúrgica ou a exodontia.

Reabsorção dentária externa. Contorno do canal presente na


área de reabsorção externa.
MEDICAÇÃO INTRACANAL
NECROPULPECTOMIA
BIOPULECTOMA (POLPA
(NECROSE POLPA
VIVA)
MORTA)
Associação (anti-inflamatório)
Paramonoclorofenol
corticoide-antibiótico (otosporin)
NDP Formocresol
Hidróxido de cálcio Tricresol formalia
Hidróxido de cálcio
PRP

Paramonoclorofenol
Indicações:
• Tratamento de dentes despolpados quando é tecnicamente difícil o uso
do hidróxido de cálcio.
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• Quando o tempo de permanência do curativa for curto (inferior a 7 dias).


• Período de permanência no interior do canal de 3 a 5 dias.
Quando não termina o preparo biomecânico, usar o Paramonoclorofenol, mas se
terminar o preparo biomecânico usar hidróxido de cálcio.
Formocresol
Indicações:
• Utilizado em odontopediatria na realização de pulpotomias.
• Alguns autores recomendam seu uso quando o canal não foi
completamente instrumentado.
• Aplicação com bolinha de algodão embebida na solução.
Tricresol Formalina
Indicação:
• Casos de necropulpectomia em que o canal radicular não foi
instrumentado ou o foi parcialmente.
• Como neutralizador de conteúdo séptico-necrótico do canal radicular
(URGÊNCIAS).
Hidróxido de cálcio
Indicações:
• Biopulpectomias, quando não é possível a obturação na mesma sessão
do preparo biomecânico.
• Polpa necrosada, estando o canal devidamente instrumentado
• Formação de barreira apical em casos de rizogênese incompleta
• Tempo de permanência: de 7 a 30 dias (dependendo do veiculo utilizado).

COMPOSTOS HALOGENADOS
(Solução irrigadoras)
Hipoclorito de sódio
• Ação antimicrobiana;
• Dissolvente de matéria orgânica (remove todo o tecido orgânico dentro
do canal);
• Baixa tensão superficial (penetra com facilidade dentro dos canais e
túbulos dentinarios);
• pH alcalino (10,5), impróprio para os microrganismos;
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• Ação clareadora
• Ser lubrificante: favorece a instrumentação atras do umedecimento das
paredes do canal;
Clorexidina
• Ação bacteriostática e fungo.
• Utilizada na endodontia a 2%
• Apresenta substantividade: se liga a superfície do esmalte e dentina
• Indicações: casos de hipersensibilidade ao hipoclorito de sódio e
rizogênese incompleta devido a relativa ausência de toxicidade.
Solução Quelantes
• São sustâncias capazes de fixar íons metálicos;
• Os quelantes “quelam” os íons cálcio da superfície dentinária,
determinada maior facilidade para este tecido se desintegrar;
• Não possuem ação antimicrobiana;
• EDTA 17%: sua função é remover o Smear Layer do canal radicular
O termo smear layer é usado para descrever os microfragmentos ou
microdetritos deixados sobre a dentina durante preparo cavitário, durante a
instrumentação.
Indicação: canais atresicos ou calcificados, remoção de “plug” de dentina, para
toilete final, removendo a camada residual provocada pela instrumentação.

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