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ENDODONTIA

DIAGNÓSTICO DAS ALTERAÇÕES PULPARES


- Funções da polpa:
1. Formar dentina (odontoblastos)
2. Nutrir dentina (a partir da relação íntima da polpa e da dentina, complexo dentinho-pulpar)
3. Sensorial
4. Defesa do dente como todo
- Agentes agressores da polpa:
1. Biológicos/Microbianos: microrganismos em geral que levam a carie dentaria;
2. Químicos: materiais restauradores, medicamentos odontológicos e restaurações sem proteção do
complexo dentina-polpa;
3. Físicos: traumas, altas temperaturas, uso de alta rotação sem refrigeração;
- Diagnóstico:
É necessário um diagnóstico correto para que o tratamento surta o efeito desejado. Para isso deve ser feito
1. Anamnese: queixa principal é a DOR, em endodontia
2. Exame Físico: extra e intra oral
Durante o estabelecimento do diagnóstico é importante observar a localização, frequência, duração,
qualidade e estímulos da dor.
- Testes realizados no exame clínico:
1. Inspeção: visualização da coroa dentária em campo limpo, seco e bem iluminado, com auxílio de
espelho e sonda.
2. Percussão: leves toques na coroa dentária com o auxílio do cabo do espelho podendo ser no sentido
vertical (ao longo eixo do dente) ou no sentido horizontal (diretamente na coroa). A partir desse
método pode-se observar a localização de um dente responsável pela dor de origem endodôntica,
principalmente no sentido VERTICAL.
 Resposta positiva a percussão vertical: reação inflamatória do ligamento periodontal apical,
por pulpite aguda irreversível.
 Resposta negativa a percussão vertical: tecido periapical saudável;
 Resposta positiva a percussão horizontal:
3. Palpação: pressionar firmemente os dedos da mão sobre os tecidos moles e duros da face e da
cavidade bucal para examinar mobilidades, edemas e etc;
4. Testes Térmicos
5. Testes Elétricos
6. Testes cavitários: realizado quando os testes térmicos não são suficientemente conclusivos e o dente
não é hígido ou possui cáries e restaurações;
7. Exames Radiográficos
8. Teste de sensibilidade pulpar: não mais chamado de teste de vitalidade. Esse teste determina a
vitalidade e sensibilidade pulpar.
 Deve ser iniciado no dente homólogo ou vizinho e ser repetido caso seja negativo na
primeira resposta.
 Testes frios: O elemento dentário deve estar seco e em isolamento relativo. O gás
refrigerante deve ser aplicado com o auxílio de uma pelota de algodão durante 5 a 8
segundos a uma temperatura de -50°C (para aerosois congelantes)
 Testes quentes: geralmente é utilizado o bastão de guta-percha aquecida ou brunidores
aquecidos. É menos confiável que o frio. Deve aplicar vaselina à superfície do dente para
evitar grudar a guta. O elemento dentário deve estar seco e em isolamento relativo e a guta
percha deve ser aplicada de 5 a 8 segundos.
Dor é fraca e moderada. Quando o estimulo é
POLPA NORMAL
retirado a dor cessa.
Dor é forte e aguda. Quando o estimulo é retirado a
PULPITE REVERSÍVEL
dor permanece por um pouco de tempo.
Dor é aguda, intensa e de maior duração. Quando o
PULPITE AGUDA IRREVERSÍVEL estímulo é retirado a dor persiste por maior período
de tempo.

NECROSE Não há resposta pulpar.

- O exame radiográfico
O exame radiográfico não traz evidências das alterações patológicas da polpa (pulpites agudas irreversíveis e
reversíveis), porém devemos avaliar:
1. ESTRUTURAS MINERALIZADAS
2. PRESENÇA DE CÁRIES
3. RESTAURAÇÕES DEFEITUOSAS
4. NORMALIDADE DO PERIODONTO
5. CANAL RADICULAR
- Classificação Clínica das Alterações Pulpares
Quando a polpa é alterada pode ser por fatores como:
REVERSÍVEL
INFLAMA IRREVERSÍVEL -
ÇÃO Sintomático/
Assintomático

ENVELHEC
IMENTO
PRECOCE

Reabsorç
ão
interna


ENVELHECIMENTO PRECOCE DA POLPA
Pode se dar por:
*ALTERAÇÕES REGRESSIVAS:
- Atrofia Pulpar
- Esclerose dentinária
- Calcificações pulpares
- Fibrose
- Reabsorção dentinária
*FATORES QUE INDICAM ENVELHECIMENTO PRECOCE:
- Testes de sensibilidade reduzidos, indicando maior presença de dentina
- Desgaste oclusal
- Pouco sangramento
-Polpa mais fibrosa
- Na radiografia, a dentina se mostra mais espessa e a cavidade pulpar mais irregular
*REABSORÇÃO DENTINÁRIA
- Polpa se mostra viva, mas inflamada
- Histologicamente, apresenta células clásticas
-Radiograficamente, a área afetada pode sofrer desvios no trajeto do canal radicular;
- Lesões Inflamatórias
1. PULPITE REVERSÍVEL
- Diagnosticada por testes térmicos;
- Dor ocorre quando é provocada
- Sangramento ao toque
- Sangue vermelho ‘’vivo’’ é abundante;
- Em situações de exposição pulpar, há resistência ao corte;
- Tratamento deve ser conservador
2. PULPITE TRANSICIONAL
- Dor espontânea/provocada e intermitente, prolongada;
-A dor é desencadeada pelo frio
-Analgésicos fazem efeito
- Tratamento: deve ser conservador em pacientes jovens. O prognóstico é duvidoso e o paciente além de ser
alertado sobre possível agravo futuro, também deve ser acompanhado.

3. PULPITE IRREVERSÍVEL
- Dor predominante a noite, espontânea e
difusa
- Analgésico não fazem efeito
- Quando a polpa é acessada, há
sangramento discreto, sendo muito
escuro ou muito claro, quando há. Além
disso, tem uma consistência pastosa ou
liquefeita
- Tratamento é radical = Pulpectomia

 TRATAMENTOS
1ª OPÇÃO:
- Usada quando tem tempo suficiente
disponível;
1º Preparo Inicial
2º Exploração do canal radicular e
obtenção do comprimento de trabalho;
3º Pulpectomia = obrigatório para
remover a dor;
4º PQM completo
5º MIC e obturação
6º Selamento coronário
2ª OPÇÃO:
- Em dentes unirradiculares: pulpectomia + medicação com corticoesteróides;
- Em dentes multirradiculares: pulpectomia do canal mais amplo + medicação
 DOR REFERIDA
- É a dor difusa;
- É necessário observar e investigar fontes de dor obvias;
- Quando não se acha a fonte da dor, deve-se fazer investigação de todos os dentes superiores/inferiores do
lado da dor.
- Se nenhuma das alternativas encontra a fonte de dor, parte-se para o teste cavitários ou outras tentativas
mais agressivas.

4. PULPITE
ASSINTOMÁTICA
- Em endodontia, considera-se essa
pulpite como crônica, podendo ser
também a hiperplásica
- Nessa pulpite, o tecido pulpar se
expande por conta da tumefação da
inflamação e a câmara pulpar se
expõe pela cavitação da cárie que,
nesse caso, geralmente é profunda.
Por conta do trauma mastigatório que
possa existir, a polpa exposta vai
apresentar sangramento;
- Tratamento: pulpectomia e
obturação

5. NECROSE PULPAR
- Pode ser parcial ou total
- Coroa escurecida indica necrose
- Dente não responde a testes de
sensibilidade
- Tratamento: pulpectomia (esvaziamento do conteúdo da cavidade pulpar) e obturação.

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