Você está na página 1de 42

- Patologia Pulpar -

Rita Noites
É um tecido conectivo ricamente vascularizado
e enervado
Compreende:
- Polpa – Polpa camaral
– Polpa radicular
Dentária -
A forma da cavidade pulpar é igual à
forma do dente
• Funções da polpa:
– FORMATIVA

- Fisiologia – NUTRITIVA
– SENSORIAL

Pulpar - – DEFENSIVA
– REGULADORA DO APORTE
SANGUÍNEO
• Formação de dentina secundária e
terciária
• Diminuição do seu volume

• Com o aumento da idade:


Alterações da Redução do volume da polpa por:
polpa ao longo • Diminuição do número de células:
da vida • Diminuição do número de vasos e
nervos
• Aumento do número de fibras
• Aumento da incidência de
calcificações
• Ausência de dor espontânea
• Resposta positiva aos testes de
Polpa saudável sensibilidade pulpar
caracteriza-se por: • A dor (desconforto) cessa quando
o estímulo deixa de atuar
• Atraso na resposta ao calor
Patologia Pulpar

Consequências dos agentes agressores:

– O aumento do volume (tensão) pulpar, pode dificultar a


circulação sanguínea:
• prejudica a sua capacidade de defesa.

– Sensibilidade dolorosa ligeira


• reversível na fase inicial
• Com a continuidade da agressão a dor aumenta
Patologia Pulpar

• Alterações inflamatórias da polpa:

– Resultam de uma resposta primária a vários estímulos


externos;
– A sua intensidade varia consoante o tipo de agressão;

A resposta inflamatória visa reparar os tecidos


alterados
Patologia Pulpar
• Alterações inflamatórias da polpa são provocadas por causas:

– Biológicas
– Químicas
– Térmicas
– Físicas

- Calor gerado no preparo cavitário (falta de refrigeração)


- Polimento mal executado de uma restauração
- Reação de presa de materiais restauradores
- Trauma
Fratura de esmalte e dentina
Patologia Pulpar
Químicas
• Materiais restauradores
• Ataque ácido da dentina
• Desinfetantes usados na cavidade de cárie
• Dessecantes da cavidade de cárie

• Outras Causas Térmicas:


– Cárie dentária - Reação exotérmica durante o
– Traumatismos endurecimento de materiais dentários
- Passagem do calor e frio através de
• Bruxismo restaurações profundas sem base
• Fraturas protetora
– Abrasão
• Causas químicas
• Causas idiopáticas
TIPOS DE INFLAMAÇÃO PULPAR:

Inflamação aguda

Inflamação crónica
Patologia Pulpar
AGUDA
– É de curta duração (2 a 3 dias)
• Quando dura semanas torna-se um processo crónico
– É de natureza exsudativa
• Provoca aumento da permeabilidade vascular

CRÓNICA
– Pode suceder a um episódio de inflamação aguda quando o
agente agressor não foi eliminado;
– Os processos inflamatórios prolongados, provocam destruição
tecidular.
• Estes podem alternar com períodos de reparo
Patologia Pulpar
POLPA SÃ

SINAIS E SINTOMAS
– Ausência de dor espontânea
– Resposta positiva aos testes de sensibilidade pulpar
– A dor cessa quando o estímulo deixa de atuar
– Atraso na resposta ao calor

EXAME CLÍNICO
• Resposta normal aos testes de sensibilidade
• Não há alteração de cor

EXAME RADIOGRÁFICO
– Espaço camaral normal
– Ligamento periodontal sem alterações
Patologia Pulpar

CLASSIFICAÇÃO DA PATOLOGIA PULPAR

• Hiperémia
• LESÃO PULPAR REVERSIVEL
• LESÃO PULPAR IRREVERSIVEL
– AGUDA
– CRÓNICA
Hiperemia
Indica:
– Vasodilatação = Aumento do volume de sangue intravascular

Causas
– Microinfiltrações em obturações
– Trauma oclusal
– Movimentos ortodônticos
– Desnudamento dentário
– Tratamentos periodontais
– Falta de esmalte na zona cervical
– Colocação de ácido ortofosfórico
– Acidez dos cimentos de fosfato de zinco
– Polimerização do acrílico na execução de coroas provisórias
Hiperemia
Sintomas
– Dores provocadas por estímulos térmicos
• Ligeira (dura enquanto o estímulo permanece)
• Se existir dentina exposta os alimentos doces ou condimentados, pode surgir a mesma sintomatologia.
– Ausência de dores espontâneas

Características da dor
– Sensação dolorosa estímulos térmicos (frio e calor)
– A dor desaparece mal cessa o estímulo
– Não há antecedentes de dor espontânea
– Percussão é negativa

Diagnóstico clínico:
– Sensibilidade positiva (térmica e elétrica)
– Restaurações fraturadas ou desadaptadas
– Lesões de cárie
– Pelo tipo de dor
– Limiar doloroso diminuído
Hiperemia
Exame radiográfico
– Não se observam alterações nas estruturas dentárias e de
suporte
– Só é útil para detetar cáries proximais

Tratamento
– Consiste na eliminação da causa
– Normalmente não necessita de tratamento = defesas
pulpares
– Prescrever a aplicação de fluor ou de outros produtos
(obliteram os túbulos expostos)
– Se existir uma cavidade deve-se restaurar
Pulpite Reversível
Surge quando os agentes causadores da hiperémia pulpar se mantêm
sem tratamento
– Microinfiltrações em obturações
– Trauma oclusal
– Movimentos ortodônticos
– Colocação de ácido ortofosfórico
– Acidez dos cimentos de fosfato de zinco
– Polimerização do acrílico na execução de coroas provisórias

Causa Principal
– Continuação dos agentes agressores da hiperémia sem
tratamento
Pulpite Reversível
HISTOPATOLOGIA
– Alterações inflamatórias ligeiras a moderadas
• Limitadas à área dos túbulos dentinários atingidos
• Formação de dentina reparativa
– Interrupção da camada odontoblástica
– Vasos sanguíneos dilatados
– Líquido edematoso
– Presença de células inflamatórias crónicas
Pulpite Reversível
– Causas:
• Físicas
• Térmicas
• Biológicas
Físicas
– Pressão exagerada sobre o dente
– Trauma oclusal/Ortodontia
– Bruxismo/atrição/abrasão
– Acidentes
– Procedimentos operatórios
Térmicas
– Materiais obturadores (cimentos, pastas, acrílicos)

Biológicas
– Agressão bacteriana na lesão de cárie
– Espessura dentinária fina em cavidade de cárie profunda
Pulpite Reversível
Sintomatologia
– Dores provocadas (frio, doces, ácidos=refeições)
– Cessam com o estímulo
– Ausência de dores espontâneas
• Períodos assintomáticos longos
– Testes de sensibilidade
– Frio, calor e elétrico positivos

Exame clínico
• Observação
– Dente são
– Lesão de cárie
– Pancada /ativação de aparelho ortodôntico com força exagerada
– Obturações fraturadas ou desadaptadas
Pulpite Reversível
Palpação
– Negativa

Percussão
– Negativa

Diagnóstico
– Dificuldade em identificar o dente
– Rx é útil na identificação de cáries proximais
– Limiar doloroso diminuído
– Dificuldade em saber o dente que doi

Prognóstico
– É bom

Exame radiográfico
– Lesão de cárie:
• não visível
• visivel
– Restauração
– O ligamento periodontal pode estar ligeiramente espessado
Pulpite Reversível
TRATAMENTO

• Eliminação da causa da irritação


• Cárie dentária:
– Remoção do tecido cariado
– Restauração defeituosa do dente
• Restauração
– Proteção pulpar indireta e restauração provisória
– Restauração definitiva 15/30 dias após a restauração provisória
• Provocada por tratamento restaurador recente:
– Retificar/acertar a oclusão
– (eliminar o traumatismo oclusal causador da patologia)
– CONTROLAR A SENSIBILIDADE
Pulpite fase Transição

• Os sinais e os sintomas estão entre as duas fases, podendo ter características das duas fases.

Sintomas
• Dores provocadas pelo frio e pelo calor:
• - demoram a desaparecer, mas não ultrapassam 1 minuto
• Falsas dores espontâneas por aumento da circulação cefálica (esforço ou decúbito)
• Períodos assintomáticos curtos

Diagnóstico
Testes de sensibilidade pulpar:
• Positivos:
• Mais intensos que na fase reversível
• Dores ao frio e ao calor com menos estimulo
• As dores demoram mais do que o desaparecimento do estímulo, mas menos de 1 minuto
• Podem surgir dores por aumento da circulação cefálica (esforços ou decúbito)
• Limiar doloroso diminuído
Pulpite fase Transição
Tratamento:
• Remoção do tecido cariado
• Obturação provisória com Hidróxido de cálcio + óxido de zinco
eugenol (30 dias)
• Ausência de sintomatologia e testes sensibilidade positivos
• Restauração definitiva

Prognóstico : Duvidoso
• Ausência de sintomatologia e testes de sensibilidade negativos
– TER
• Continuação dos sintomas prévio
– TER
Pulpite Irreversível

• = Pulpite aguda
• A polpa encontra-se:
– Ainda com vitalidade
– Inflamada
– Sem capacidade de recuperação

- Mesmo que se tenham eliminado os estímulos


esternos que provocam a inflamação
Pulpite Irreversível
Causas:

• São as mesmas que deram origem às lesões reversíveis, (não foram eliminadas)
• A polpa no inicio ainda pode ter alguma vitalidade
• Está inflamada e/ou infetada
• Posteriormente necrosa
• Sem capacidade de recuperação
• A vasodilatação causa uma dor violenta que não cessa com analgésicos

SINTOMAS
• Dores espontâneas provocadas, principalmente pelo calor
• Demoram muito tempo a passar
• Dores espontâneas podem acalmar com o frio
• Dores desaparecem lentamente
• Períodos de acalmia cada vez mais curtos
Pulpite Irreversível
Estado inicial (ainda existe alguma vitalidade)

• Características das dores:


• Dores de intensidade moderada
• Dores espontâneas, exacerbadas pelo calor
• Demoram algum tempo a passar (desaparecem lentamente)
• Variam com alterações posturais
• Períodos de acalmia curtos
• Paciente não sabe qual é o dente causador
Pulpite Irreversível
Estado avançado
• Características das dores
• Dor constante, persistente e intensa
• Dor contínua ou intermitente
• Dor localizada (identifica o dente)
• Desaparecimento da dor lento
• Períodos de acalmia muito curtos/inexistentes
• A dor aumenta com o calor e diminui com o frio
• Irradiada
• Dores irradiadas:
• No inicio o paciente pode não indicar qual é o dente que doi
• Dentes anteriores maxilares – Região infraorbitária
• Dentes posteriores maxilares – Seio maxilar e região temporo-mandibular
• Molares mandibulares - Ouvido
Pulpite Irreversível
Diagnóstico
• Efetuado com base na sintomatologia
• Características das dores
• O paciente refere qual é o dente
• Testes pulpares positivos com o calor (frio?)
• Percussão negativa no inicio e positiva com o avançar da lesão
• No início o limiar doloroso diminuído, por fim aumentado.

Prognóstico
• Impossível conservar o tecido pulpar

Tratamento
• Tratamento endodôntico radical (TER)
LESÕES PULPARES DEGENERATIVAS

Pulpite Crónica Hiperplásica - Pólipo pulpar

• É pouco frequente, ocorre quando a cárie invade a polpa de um dente imaturo (ápices
abertos).
• Clinicamente, aparece como uma massa de tecido ligado ao espaço pulpar.
• Parece estar a crescer para fora do dente.
• Não despertam dor
LESÕES PULPARES DEGENERATIVAS

Pulpite Crónica Hiperplásica - Pólipo pulpar

- Surge em indivíduos jovens, com boas defesas orgânicas, com ápices


largos

- Como a polpa exposta, cria-se um tecido conjuntivo de granulação, que


invade a cavidade de cárie.

Esta formação é devida à excelente irrigação sanguínea pulpar devido


ao ápice estar aberto

- O pólipo sofre uma epitelização com células da mucosa oral contidas na


saliva.
LESÕES PULPARES DEGENERATIVAS
• Sintomas
• Só surgem dores em moedeira devidas ao empaquetamento
alimentar.
• Hemorragias frequentes
• Indolor ao toque (ausência de elementos nervosos sensitivos)
• Exame clínico
• Cáries de evolução longa com exposição pulpar
• Testes de sensibilidade positivos
LESÕES PULPARES DEGENERATIVAS
Diagnóstico
• Sintomas + visualização do pólipo

Tratamento
– Ápices formados – remoção da polpa e TER
– Ápices imaturos:
• Polpa viva: Pulpotomia (TER)
• Polpa necrosada : TER (técnica para dentes com rizogénese
incompleta)
LESÕES PULPARES DEGENERATIVAS

Pulpite Crónica Ulcerativa

• Encontra-se em adultos (jovens)


• Polpa exposta ao meio bucal que prolifera para a cavidade de cárie.
• Com a sua exposição a polpa é agredida surgindo uma ulceração (camada superficial necrótica.
• Na ulceração não existem fibras nervosas (diferença do pólipo pulpar)

Sintomas
• Dor em moedeira
• Dores violentas ao toque (vão diminuindo de intensidade)
• Dores violentas por empaquetamento alimentar
• Sangra com facilidade
• Variações térmicas não causam grande incómodo

Diagnóstico
• Sintomas + visualização da ulceração
• Limiar doloroso aumentado

Tratamento
• Ápices formados – TER
LESÕES PULPARES DEGENERATIVAS
Alterações Degenerativas

Reabsorção interna

Resulta da ação de células clásticas multinucleadas fagócitarias,


DENTINOCLASTOS, dentro do tecido pulpar:
• Removem a dentina da parede canalar de forma simétrica ou assimétrica.

• É geralmente idiopática (não é conhecido a causa da transformação das


células pulpares normais em células reabsortivas).
Alterações Degenerativas

Reabsorção interna

Características:
• Costuma ser um “achado radiográfico”;
• A lesão aparece associada ao canal radicular, mesmo quando se varia a
angulação do Rx;
• Por vezes é rápida, mas podem seguir-se períodos de acalmia;
Sintomatologia:
• É (geralmente) assintomática
• O dente pode responder aos testes de sensibilidade, ocasionalmente
podem ser negativos, se houver necrose parcial da polpa.
• Se houver perfuração da estrutura dentária, pode surgir dor.
• A coroa pode ter uma coloração rosa.
• É considerada uma forma de pulpite irreversível,
• - necessita de TER para parar o processo.
Alterações Degenerativas

Reabsorção externa
Características:

• Consiste na remoção da estrutura radicular do dente


• Começam no tecido conjuntivo periodontal, atingem o cimento e depois a
dentina
• Pode começar em qualquer zona da superfície radicular
• No exame radiográfico vê-se sobreposta sobre o contorno do canal
radicular
• Não constituem quadro degenerativo pulpar
• É mais frequente nos dentes inferiores anteriores (até PM)
• Não produz sintomatologia
• Em casos avançados pode haver sintomatologia
• Normalmente afeta os ápices
• Por vezes surge nas superfícies laterais
• Então o osso alveolar e a lâmina dura também são reabsorvidos
Alterações Degenerativas

Reabsorção externa

Causas
• Fatores locais que levam à transformação das células do tecido
conjuntivo do ligamento periodontal em osteoclastos:
• Forças mecânicas
• Infeções crónicas
• Dentes reimplantados
• Quistos e neoplasias

Tratamento:
• Interrupção das forças mecânicas excessivas
• Resseção do quisto ou tumor
• Pulpectomia e curativo de demora
• Hidróxido de cálcio
NECROSE PULPAR

• Ocorre lentamente
• Geralmente é acompanhada de lesão nos tecidos periapicais
• Os sintomas variam desde:
- a ausência de sintomas até à dor severa,
- dor à mastigação e sensação de dente alto

• Testes térmicos e elétricos negativos


• Ocasionalmente pode haver alteração da cor do dente
• Radiograficamente pode variar de aparentemente normal a
grande radiolucência apical
NECROSE PULPAR
Tratamento
• Tratamento Endodontico Radical (TER)

Gangrena Pulpar

• É a morte pulpar, acompanhada de contaminação bacteriana.


Normalmente o processo carioso é o responsável pela
contaminação.
• Quando a necrose não é bacteriana na sua origem, é chamada de
mumificação da polpa.

Tratamento
• Tratamento Endodontico Radical (TER)

Você também pode gostar