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MARIANA M A FLORES PEREIRA

ÉRIKA NEGRI E ANDRÉ NAUFÉL


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COMPLEXO DENTINA-POLPA
Dentina e polpa formam um
complexo em íntima relação
topográfica, embriológica e
funcional
Características biológicas
comuns
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COMPLEXO DENTINA-POLPA
 ESTRUTURA
Corpos dos odontoblastos se
localizam na interface polpa e
dentina
Prolongamentos odontoblásticos
localizam no interior dos túbulos
dentinários Polpa

Moleri et al., 2010 3


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POLPA
 Tecido conjuntivo frouxo
de origem mesenquimal
altamente especializado

 Envolvida pela dentina


exceto no forame apical
onde se comunica com o
periodonto

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FUNÇÕES
 Formativa - produção de dentina

 Nutritiva – nutrição da dentina através


dos prolongamentos odontoblásticos

 Sensorial – fibras sensoriais são responsáveis


sensibilidade da polpa e da dentina

 Defensiva e reparadora – formação de dentina reparadora


- responder com inflamação
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COMPONENTES ESTRUTURAIS
 Células
 Matriz extracelular
 Vasos sanguíneos e linfáticos
 Fibras nervosas

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CÉLULAS DA POLPA
 Mesenquimais indiferenciadas (reserva)
 Odontoblastos
 Fibroblastos
 Células de defesa

 Células de defesa
 Macrófagos
 Linfócitos
 Neutrófilos (PMN)
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MATRIZ EXTRACELULAR
 Fibras
 Fibras colágenas (sustentação)
 Fibras reticulares (suporte vasos e nervos)
 OBS - Ausência de fibras elásticas

 Substância fundamental amorfa


(proteoglicanas e fibronectina)
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VASOS SANGUÍNEOS E LINFÁTICOS
 Arteríolas
 Capilares Microcirculação
 Vênulas
 Vasos linfáticos
 Ausência de circulação colateral

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FIBRAS NERVOSAS
 Origem
 Fibras sensoriais aferentes do gânglio trigêmeo

 Tipos
 Mielínicas: tipo A-delta
 Não-mielínicas: tipo C

DOR
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FIBRAS NERVOSAS
A-DELTA TIPO C
TIPO Mielínicas Amielínicas
Junção dentina- Toda a polpa
LOCALIZAÇÃO
polpa
aguda, rápida, localizada,
DOR
formigamento severa
LIMIAR DE
baixo alto
ESTIMULAÇÃO

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ALTERAÇÕES PULPARES
ETIOLOGIA:
 Fatores Físicos
 Fatores Químicos
 Fatores Biológicos

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FATORES FÍSICOS
 Mecânicos
 Traumáticos (fratura, avulsão, luxação)
 Bruxismo
 Procedimentos clínicos iatrogênicos

 Térmicos
 Preparo de cavidades
 Mudança bruscas de temperatura

 Elétrico
 Galvanismo
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FATORES QUÍMICOS
• Materiais obturadores
• Óxido de zinco e eugenol
• Cimento fosfato de zinco
• Resinas restauradoras
• Cimento ionômero de vidro
• Amálgama

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FATORES BIOLÓGICOS
 Idiopáticos

 Microbiano
 Cárie dental
 Fraturas
 Infecção retrógrada (periodontal)

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ALTERAÇÕES PULPARES
 Regressivas
 Inflamatórias
 Necrose pulpar

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ALTERAÇÕES REGRESSIVAS
 Dentina secundária
 Dentina reparadora
 Calcificações pulpares

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DENTINA SECUNDÁRIA
 Formada após completa deposição da
dentina primária
 Processo normal de envelhecimento
 Depositada em toda superfície da cavidade
pulpar (teto e soalho da câmara
principalmente)

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teto

soalho

Lima Machado, 2007.


DENTINA REPARADORA
 Importante fator de defesa da polpa
 Associada à atrição, abrasão, erosão, cárie e procedimentos
operatórios:
Prolongamentos expostos ou cortados

Dano aos odontoblastos

Substituição por células indiferenciadas da polpa

Formação de tecido mineralizado que circunda


e fecha a área de injúria
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DENTINA
REPARADORA

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CALCIFICAÇÕES PULPARES
 Denominações:
 Degeneração cálcica
 Calcificações distróficas

 Variações biológicas normais e não patológicas


 Etiologia desconhecida
 Ocorre em 80% das pessoas acima de 50 anos
 Ambos os sexos

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CALCIFICAÇÕES PULPARES
 Assintomáticas
 Massas de tamanhos diversos
 Visíveis na radiografia apenas em grande volume

 Tipos
 Nódulos
 Dentículos
 Calcificações lineares difusas

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CLASSIFICAÇÃO DAS
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS
 ASPECTOS HISTOLÓGICOS
 Alterações circulatórias
 Alterações inflamatórias propriamente ditas

 ASPECTOS CLÍNICOS (TRATAMENTO)


 Pulpite reversível
 Pulpite irreversível
- sintomática
- assintomática
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ASPECTOS HISTOLÓGICOS
 Alterações circulatórias
 Hiperemia ou congestão pulpar

 Alterações inflamatórias propriamente ditas


 Pulpite aguda serosa
 Pulpite aguda purulenta
 Pulpite crônica ulcerativa
 Pulpite crônica hiperplásica

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HIPEREMIA PULPAR
 Fenômeno essencialmente vascular
(circulatório)
 Excesso de sangue no interior do vasos
sanguíneos, dilatação desses vasos
 Vasos dilatados repletos de hemácias em áreas
próximas ao estímulo podendo chegar a áreas
extensas

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ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS
PROPRIAMENTE DITAS
 Pulpite aguda serosa
 Pulpite aguda purulenta

 Pulpite crônica ulcerativa

 Pulpite crônica hiperplásica

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PULPITE AGUDA SEROSA
 Estágio mais inicial da pulpite
 Se não tratada pode evoluir para a forma purulenta
ou crônica
 Fenômeno vascular com formação de exsudato
seroso
 Dor
 provocada ou espontânea
 intermitente no início

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PULPITE AGUDA PURULENTA
 Evolução da pulpite serosa
 Formação de áreas de abscesso na polpa
 Dor
 Intolerável
 Intermitente apenas no início
 Pulsátil
 Aliviada pelo frio
 Aumentada pelo calor
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PULPITE CRÔNICA ULCERATIVA
 Inflamação crônica com exposição de tecido
pulpar (úlcera exposição tecido conjuntivo)

 Geralmente assintomático
 Dor - Presente quando da
obstrução da cavidade.

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PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA
 Pulpite hipertrófica ou
pólipo pulpar
 Intensa proliferação de
tecido pulpar cronicamente
inflamado
 Evolução da fase aguda
 Geralmente é assintomático
 Mais comum em molares
jovens 33
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS ASPECTOS CLÍNICOS
– TRATAMENTO-

• Pulpite reversível
• Pulpite irreversível
• Sintomática
• Assintomática

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PULPITE REVERSÍVEL
• SINTOMATOLOGIA
Dor provocada
Cessa após a remoção do estímulo

• INSPEÇÃO
Presença de cáries, restaurações defeituosas
Não há ainda exposição pulpar

• TESTES PULPARES
Positivos (principalmente com o frio)
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PULPITE REVERSÍVEL
• ACHADOS RADIOGRÁFICOS
Presença de cáries ou
restaurações profundas
próximas à câmara pulpar

• TRATAMENTO
Remoção da cárie ou restauração defeituosa, forramento
com CaOH, restauração provisória com ionômero de
vidro e posterior restauração definitiva da estrutura
dental 36
PULPITE IRREVERSÍVEL SINTOMÁTICA
 SINTOMATOLOGIA
Dor espontânea

 INSPEÇÃO
Presença de cáries ou restaurações
profundas que, quando removidas
revelam exposição pulpar

 PERCUSSÃO E PALPAÇÃO
Normalmente negativos
Sensibilidade à percussão quando a inflamação pulpar se estende
para o ligamento periodontal apical
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PULPITE IRREVERSÍVEL SINTOMÁTICA
 ACHADOS RADIOGRÁFICOS
Presença de cáries e ou restaurações profundas sugerindo
exposição pulpar

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PULPITE IRREVERSÍVEL SINTOMÁTICA
 TESTES PULPARES
Positivos
Dor persiste após a remoção do estímulo
Nos estágios mais avançados o frio pode aliviar a dor

 TRATAMENTO
Tratamento endodôntico radical ou pulpotomia apenas para
os casos de rizogênese incompleta, quando indicada.

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PULPITE IRREV. ASSINTOMÁTICA
• SINTOMATOLOGIA
Dor provocada

• INSPEÇÃO
Cavidade aberta
Hiperplasia ou ulceração pulpar

 PERCUSSÃO E PALPAÇÃO
Normalmente negativos
Sensibilidade à percussão quando a inflamação pulpar se estende
para o ligamento periodontal
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PULPITE IRREV. ASSINTOMÁTICA
• ACHADOS RADIOGRÁFICOS
Presença de cáries extensas
LP pode apresentar-se
normal ou ligeiramente
espessado.

• TRATAMENTO – Tratamento endodôntico radical ou


pulpotomia apenas para os casos de rizogênese incompleta,
quando indicados. 41
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NECROSE PULPAR
 Resultado final das alterações e NÃO UMA
FORMA ESPECÍFICA DE PATOLOGIA
 Morte celular por enfermidade ou traumatismo

 Tipos
 Liquefação
 Coagulação
 Gangrenosa
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NECROSE PULPAR
Infecção por Bactérias

Ação de enzimas hidrolíticas e radicais livres


liberados por macrófagos

Lise do tecido pulpar

Necrose por Liquefação


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NECROSE PULPAR
Lesão traumática

Rompimento feixe vásculo-nervoso

Isquemia tecidual

Necrose por Coagulação


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NECROSE PULPAR
Tecido necrosado por coagulação

Infecção por bactérias

Liquefação do tecido

Necrose Gangrenosa
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NECROSE PULPAR
• SINTOMATOLOGIA (DOR)
Ausência de sintomas

• INSPEÇÃO
Presença de cáries ou restaurações profundas atingindo a polpa
Em caso de trauma, a coroa pode estar hígida
Escurecimento da coroa dental

• PERCUSSÃO e PALPAÇÃO
Positiva ou negativa (sensibilidade quando a inflamação pulpar
se estende para o ligamento periodontal apical)

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NECROSE PULPAR
• ACHADOS RADIOGRÁFICOS
Presença de cáries extensas
LP pode apresentar-se
normal, espessado ou com o
desenvolvimento de uma
lesão perirradicular

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NECROSE PULPAR
• TESTES PULPARES
Negativos
Em alguns casos pode-se ter um resultado falso positivo com
aplicação do calor (Fibras C)

• TRATAMENTO
Tratamento Endodontico (Limpeza e obturação do Sistema de
Canais radiculares) Associado a medicação intracanal
específica.

 PROGNÓSTICO
Favorável se realizado tratamento adequado

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS
 COHEN, S.; BURNS, R. C. Caminhos da Polpa. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000.
 DE DEUS, Q. D. Endodontia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1992.
 ESTRELA, C. Ciência Endodôntica. São Paulo: Artes Médicas, 2004.
 LEONARDO, M. R.; Endodontia: Tratamento dos canais
radiculares: princípios técnicos e biológicos. São Paulo: Artes
Médicas, 2008.
 LOPES, H. P.; SIQUEIRA JR, J, F. Endodontia, Biologia e Técnica. Rio
de Janeiro: Medsi, 2010.

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