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PATOLOGIAS DAS

GLÂNDULAS SALIVARES
APLASIA

• Anomalia de desenvolvimento rara


• Glândulas salivares maiores, isolada ou com envolvimento de síndromes com
a Disostose Mandibulofacial (síndrome de Treacher Collins; microssomia
hemifacial e síndrome lácrimo-aurículodento-digital)
• Homens (2:1)
• Xerostomia é o sintoma de maior significância
• A língua pode se apresentar espessada, risco elevado para cáries e erosão,
ausências das saídas dos ductos glandulares, face simétrica
• Cintilografia com pertecnetato de tecnécio-99m, da tomografia
computadorizada (TC), ou por imagem de ressonância magnética (IRM)
• A conduta é direcionada para a compensação da deficiência de saliva -
substitutos salivares; medicamentos sialogogos, estimulo salivar
MUCOCELE
• Lesão comum da mucosa oral
• Ruptura de um ducto de glândula salivar e o extravasamento da mucina para
dentro dos tecidos moles adjacentes
• Não é um cisto verdadeiro
• Fator predisponente: trauma local
• Crianças e adultos jovens
• Aumentos de volume mucosos em forma de cúpula, tamanhos variando de 1
a 2 mm a alguns centímetros; coloração azulada; flutuante
• Evolução: dias a semanas
RÂNULA

• Mucoceles que ocorrem no soalho de boca


• A origem da mucina extravasada é usualmente a glândula sublingual
• Aumento de volume pode lembrar o ventre translúcido de uma rã (latim, rana)
• Crianças e adultos jovens
• Aumento de volume flutuante, de formato abaulado e coloração azulada no
soalho de boca, elevando a língua; lateralmente a linha média
• Maiores do que as Mucoceles comuns
OLIVEIRA et al., 2015
SIALOLITÍASE
• Estruturas calcificadas que se desenvolvem dentro do sistema ductal salivar
(sialolitos, cálculos salivares)
• Deposição de sais de cálcio ao redor de um ninho de debris (muco espesso,
bactéria, células do epitélio do ducto ou corpos estranhos) na luz do ducto
• Causa dos sialolitos é incerta
• Glândula submandibular é mais afetada – ducto de wharton é longo, tortuoso e
ascendente, secreção mucóide e espessa
• Adultos jovens e meia idade
• Dor ou aumento de volume na glândula afetada de acordo com o grau de
comprometimento
• Dor ou aumento de volume
• Duros, arredondado, oval ou cilíndrico
• Coloração amarelada, embora possam ser
brancos ou marrons-amarelado
• Sialólitos pequenos das glândulas maiores podem, algumas vezes ser tratados de
forma conservadora com massagens na glândula e esforço para expelir
• Sialogogos (drogas que estimulam o fluxo salivar)
• Aplicação local de calor
• Aumento da ingestão de líquidos
• Sialólitos grandes usualmente necessitam de remoção cirúrgica
• A glândula salivar maior também poderá ser removida
SIALODENITE
• Inflamação das glândulas salivares
• Causas infecciosas: caxumba, Coxsackie A, ECHO, coriomeningite,
parainfluenza e o citomegalovírus; a disseminação retrógada das bactérias
através do sistema ductal (sialolitíase, estreitamentos congênitos,
compressão tumoral; diminuição do fluxo salivar por desidratação ou uso de
medicações que inibem as secreções
• Causas não infecciosas: cirurgia recente; xerostomia medicamentosa,
síndrome de Sjögren, sarcoidose, radioterapia, alérgenos
• Mais comum nas glândulas parótidas
• Bilateral em 10% a 25% dos casos
• Aumento de volume, dolorido, a pele pode apresentar-se quente e eritematosa
• Febre baixa e trismo
• Geralmente é observada uma drenagem purulenta a partir do orifício do ducto
• Lipiodol ultra fluido (UF) como substância de contraste, aplicado no Ducto de
Stensen
• Sialectasia (dilatação ductal próximo a área de obstrução)
Infiltrado inflamatório crônico com atrofia acinar associada, dilatação ductal e fibrose
• Antibioticoterapia apropriada e a reidratação do paciente

• Análgésicos

• Sialogogos

• Massagem glândular

• Drenagem cirúrgica pode ser necessária se houver formação de abscesso

• Risco de disseminação infecciosa e sepse

• A remoção cirúrgica da glândula afetada poderá ser necessária se não


houver resposta clínica ao métodos conservadores
SIALORREIA
• Salivação excessiva, incomum
• Irritação local (úlceras aftosas ou próteses removíveis novas/mal adaptadas); raiva
ou no envenenamento por metais pesados; refluxo gástrico; medicamentos
(agentes antipsicóticos); controle neuromuscular deficiente
• escorrimento salivar e o engasgo - constrangimentos sociais; queilite
• Transitórios/discretos; Persistente/intenso
• Fonoaudiologia; Medicações anticolinérgicas; injeção intraglandular de toxina
botulínica; Cirurgia: Realocação dos ductos (submandibular e parótida), Excisão da
glândula submandibular, ligação dos ductos, neurectomia timpânica bilateral (nervo
corda do tímpano)
XEROSTOMIA
• Sensação subjetiva de boca seca
• É frequentemente associada à hipofunção da glândula salivar
• Aplasia de glândula salivar; deficiência de ingestão de líquidos; hemorragia;
vômito/diarreia; medicações; radioterapia da região de cabeça e pescoço; quimioterapia;
síndrome de sjögren; diabetes melito; diabetes insípido; sarcoidose; infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV); infecção pelo vírus da hepatite C; doença do enxerto –
versus – hospedeiro (GVHD); desordens psicogênicas; mastigação diminuída; tabagismo;
respiração bucal
• Pacientes idosos
• redução da secreção salivar, saliva residual espumosa ou espessa e formando fios;
mucosa parece seca, atrofia papilar – dificuldade mastigatória e disfagia
SIALADENITE MIOEPITELIAL

• Lesão linfoepitelial benigna (1800 – Johann Von Mikulicz-radecki)


• Pode ser um componente relacionado a Síndrome de Sjögren (bilateral)
• Normalmente, é uma condição unilateral
• Adultos (média de 50 anos), maioria do sexo feminino
• Glândula parótida é mais afetada, seguida da submandibular e menores
• Aumento de volume firme e difuso na glândula afetada, que algumas vezes
aumenta dramaticamente de tamanho. Tais lesões podem ser assintomáticas
ou apresentar-se associadas a dor moderada
Presença de um intenso infiltrado inflamatório linfocítico associado à destruição
dos ácinos salivares, persistência do ducto; Ilhas Epimioepiteliais
• Frequentemente a remoção cirúrgica da glândula envolvida é indicada
• Prognóstico bom
• Risco aumentado de desenvolver linfomas
• Lesão Linfoepitelial Maligna ou Carcinoma Linfoepitelial - vírus Epstein-Barr
SÍNDROME DE SJÖGREN
• Desordem autoimune crônica sistêmica que envolve principalmente as glândulas
salivares e lacrimais, rara
• Causa desconhecida
• Adultos de meia idade
• Xerostomia (boca seca) e xeroftalmia (secura ocular) - síndrome sicca
• Primária: somente síndrome sicca; nenhuma outra desordem autoimune
• Secundária: síndrome sicca associada a outra desordem autoimune (artrite
reumatóide; lúpus eritematoso)
• Xerostomia, candidíase secundária, Sialodenite bacteriana retrógada, queilite
angular, úlceras traumáticas, cáries; ceratoconjutivite sicca
Aumento firme e difuso das glândulas salivares maiores durante o curso da
doença, geralmente bilateral, indolor ou levemente sensível, de natureza
intermitente ou persistente
• Teste de schirmer - um pedaço de filtro de papel estéril e padronizado é
colocado sobre a margem da pálpebra inferior, entre os terços medial e
lateral da pálpebra do olho não anestesiado, para que a ponta ativa seja
inserida no terço inferior da pálpebra. A produção de lágrima pode ser
avaliada medindo o tamanho da porção úmida do filtro de papel por 5
minutos
• < 5mm - ceratoconjutivite sicca
• Pele seca, bem como as mucosas nasal e vaginal. A fadiga é relativamente
comum; depressão. Outros problemas associados incluem a linfoadenopatia,
a cirrose biliar primária, o fenômeno de raynaud, a nefrite intersticial, a
fibrose pulmonar intersticial, a vasculite e as neuropatias periféricas.
• Sialografia - sialectasia pontual e perda da arborização normal do sistema ductal,
tipicamente demonstrando um padrão de “árvore carregada de frutos, sem galhos”
• Infiltração linfocítica nas glândulas salivares, com destruição das unidades
acinares
Características ilhas epimioepiteliais em um estroma linfoide
• O tratamento do paciente com a Síndrome de Sjögren é principalmente de
suporte
• Lágrima artificial, saliva artificial
• Balas ou gomas de mascar sem açúcar
• Os sintomas geralmente podem ser aliviados pelo uso de produtos de
higiene oral que contenham lactoperoxidase, lisozima e lactoferrina (p. ex.,
creme dental Biotene e enxaguatório bucal, gel Oralbalance)
• Medicamentos sialogogos
• Pacientes com alto risco de desenvolver linfomas

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