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LESÕES E CONDIÇÕES PRÉ-

MALIGNAS
Profª Lorena Karla R. S. Hassumi
Câncer Bucal
LEUCOPLASIAS
• Leucoplasia oral (leuco=branco, plakia=mancha)
• OMS – uma placa ou mancha branca que não pode ser
caracterizada clínica ou histopatologicamente como qualquer
outra doença
• Termo estritamente clínico e não implica uma alteração tecidual
histopatológica específica

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LEUCOPLASIAS
 Diagnóstico se faz da exclusão de outras entidades que
surgem como placas brancas orais como:
 Líquen plano,
 Morsicátio,
 Ceratose friccional,
 Ceratose da bolsa de tabaco,
 Estomatite nicotínica,
 Leucoedema,
 Nevo branco esponjoso.

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LEUCOPLASIAS
• A coloração - espessamento da camada superficial de ceratina;

• Considerada uma lesão pré-cancerosa ou pré-maligna;

• A frequência de transformação em uma malignidade - maior que


o risco de uma mucosa normal ou não alterada.

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LEUCOPLASIAS

• 5 a 25% das biópsias - epitélio displásico ou carcinoma invasivo


• Potencial de transformação maligna é de 4%
• Lesão pré-cancerosa oral mais comum (85% das lesões)
• Prevalência mundial entre 1,5% a 4,3%
• Sexo masculino 70%

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LEUCOPLASIAS
• Causas: permanecem desconhecidas

HIPÓTESES

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TABACO

• 80% dos pacientes são tabagistas;

• Tabagistas inveterados apresentam maior número de lesões e


lesões maiores;

• Lesões desaparecem ou tornam-se menores quando deixam o


vício.

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ÁLCOOL

• Não tem sido associado a leucoplasia;


• Atua sinérgicamente – câncer oral;
• Uso de enxaguatórios bucais com teor alcoólico de mais de
25%;
• Placas mucosas jugais acinzentadas;
• Não são leucoplasias verdadeiras.

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SANGUINÁRIA

• Erva presente em dentifrícios ou enxaguatórios bucais,


leucoplasia verdadeira;
• Vestíbulo da maxila ou sobre a mucosa alveolar da maxila;
• Epitélio exibe displasia idêntica à outras leucoplasias;
• Potencial para desenvolvimento do câncer: incerto
• Lesões persistentes.

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RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

• Leucoplasia de vermelhão do lábio inferior;

• Lesão associada a queilose actínica;

• Pacientes imunocomprometidos mais propensos ao


desenvolvimento das lesões.

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MICRORGANISMOS

• Treponema pallidum – glossite em estágio tardio da sífilis;


• Língua endurecida, dificuldade de movimentação, leucoplasia
dorsal;
• Candida albicans – produz placa espessa granular com
coloração mista de vermelho e branco (leucoplasias por
candida e hiperplasia por candida)
• Biópsia mostra alterações hiperplásicas ou displásicas.

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MICRORGANISMOS

• Fungos produz displasia ou infecta secundariamente um epitélio


já alterado?
• Lesões desaparecem ou tornam-se menores após terapia anti-
fúngica;
• HPV 16 e 18: identificados em algumas leucoplasias e
carcinomas de células escamosas oral;
• Tais vírus podem ser encontrados em células normais do
epitélio oral.

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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
• Afeta pacientes acima de 40 anos, sexo masculino;
• Prevalência aumenta com a idade;
• Idade média de 60 anos (similar à média de pacientes com
câncer bucal);
• Leucoplasia geralmente ocorre cerca de 5 anos antes;
• 70% dos casos acometem vermelhão do lábio, mucosa jugal e
gengiva;
• Lesões na língua, vermelhão do lábio e soalho bucal – 90%
exibem displasia ou carcinoma.

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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Leucoplasia fina ou branda
• Lesões iniciais – placas elevadas cinzentas ou branco-
acinzentadas, translúcidas, fissuradas ou enrrugadas, macias e
planas.
• Raramente apresenta displasia na biópsia;
• Pode desaparecer ou continuar inalterada;
• Prevalecendo hábito de fumar ;

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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Leucoplasia espessa ou homogênea


• Aumentam lateralmente ficando espessas e aparência branca
marcante;
• Mucosa pode assumir consistência de couro e fissuras mais
profundas e numerosas.

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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
• A maioria permanecem nesse estágio
• 1/3 regridem ou desaparecem
• Outras tornam-se ainda mais intensas, irregularidades maiores
na superfície – leucoplasia nodular ou granular

• Lesões com projeções agudas ou embotadas – leucoplasia


verruciforme ou verrucosa

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LEUCOPLASIA VERRUCOSA
PROLIFERATIVA (LVP)
ALTO RISCO
LEUCOPLASIA VERRUCOSA PROLIFERATIVA
• Múltiplas placas ceratóticas com projeções ásperas;

• Disseminação lenta pela mucosa oral;

• Mais frequente na gengiva;

• Crescimento persistente, natureza exofítica e verrucosa;

• Carcinoma verrucoso (clinicamente).

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LEUCOPLASIA VERRUCOSA PROLIFERATIVA

• 8 anos após o 1º diagnóstico,


• Transformação em carcinoma de células escamosas;
• Lesões raramente regridem, mesmo com terapia;
• Mais comum em mulheres 4:1;
• Associação mínima com o uso de tabaco.

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• A leucoplasia pode tornar-se displásica e invasiva sem alterar
aparência clínica;
• Lesões antigas podem apresentar-se com manchas
disseminadas avermelhadas;
• Lesões com áreas vermelhas e brancas – eritroleucoplasia ou
leucoplasia mosqueada;
• Revela displasia avançada na biópsia.

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ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS

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ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS DA
DISPLASIA
• Células e núcleos aumentados;
• Nucléolos grandes e proeminentes;
• Relação núcleo-citoplasma aumentada;
• Núcleos hipercromáticos;
• Células e núcleos pleomórficos;
• Disceratose (ceratinização prematura de células individuais).

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ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS DA
DISPLASIA
• Atividade mitótica aumentada;
• Figuras de mitose anormais;
• Cristas epiteliais em formato bulbar ou em forma de gota de
orvalho;
• Perda de polarização;
• Pérolas de ceratina;
• Perda da coesão típica entre as células epiteliais.

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DISPLASIA EPITELIAL LEVE
• Alterações limitadas principalmente à camada basal e
parabasal

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DISPLASIA EPITELIAL MODERADA
• Envolvimento da camada basal e porção média da camada
espinhosa
DISPLASIA EPITELIAL SEVERA
• Alterações desde a camada basal até um nível acima da porção
média do epitélio

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CARCINOMA IN SITU
• Toda a espessura do epitélio envolvida

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• Lesão pré-cancerígena ou malignidade?
• Nenhuma invasão ocorreu;
• Sem invasão a metástase não pode ocorrer;
• Pérolas de ceratina é rara no carcinoma in situ.

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TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
• Primeiro passo: diagnóstico definitivo através da biópsia;
• Tecido retirado das áreas de envolvimento mais severas;
• Lesões extensas ou múltiplas – várias biópsias podem ser
necessárias;
• Lesões com displasia epitelial moderada ou severa – destruição
ou remoção completa da lesão;

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TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
• Lesões brandas ou iniciais – conduta guiada pelo tamanho e
respostas a medidas preventivas como remoção do hábito de
fumar;
• Remoção completa – realizada pela excisão cirúrgica,
eletrocauterização, criocirurgia ou laser.

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TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
• Acompanhamento de longa duração;

• Recidivas frequentes ou aparecimento de novas lesões;

• Avaliação clínica a cada 6 meses;

• Possibilidade de progressão.

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ERITROPLASIA
(ERITROPLASIA DE QUEYRAT)
ERITROPLASIA

 Mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente


diagnosticada como qualquer outra condição;
 Eritroplasias verdadeiras apresentam displasia epitelial
significativa – carcinoma in situ ou carcinoma de células
escamosas invasivo;
 Causas desconhecidas;
 Associadas ao carcinoma de células escamosas da boca.

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ERITROPLASIA
• Prevalência: 1 em cada 2.500 adultos;

• Incidência de carcinomas in situ – grande maioria das


eritroplasias, estima-se de 1,2 por 100.000 habitantes;

• Relação homem:mulher 2:0,5 (EUA).

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ERITROPLASIA
• Associada a leucoplasia;
• Observada em grande proporção dos carcinomas invasivos em
estágio inicial;
• Menos comum que a leucoplasia;
• Potencial de malignização muito maior.

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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
• Acomete adultos de meia-idade a idosos;

• Soalho da boca, língua e palato mole - sítios mais comuns;

• Múltiplas lesões podem estar presentes;

• Mucosa alterada (mácula ou placa eritematosa bem delimitada,


macia e aveludada).

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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
• Assintomática;

• Mucosite não-específica, candidíase, psoríase ou lesões


vasculares podem mimetizar a eritroplasia;

• Biópsia é mandatória.

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CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
• Epitélio: ausência de produção de ceratina, atrófico, porém
pode ser hiperplásico
• Conjuntivo com inflamação crônica
10%

• Displasias epiteliais severas


• Carcinoma in situ
• Carcinoma de células escamosas superficialmente invasivos

90%

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TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
 Guiado pela biópsia;
 Observar com desconfiança lesões de soalho de boca e
regiões ventral e lateral de língua;
 Fonte de irritação quando houver – remoção e aguardar 2
semanas;
 Displasias moderadas e severas – mesmo tratamento das
leucoplasias;
 Recidivas e envolvimento oral multifocal são comuns;
 Razão para acompanhamento por longos períodos.

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QUEILOSE ACTÍNICA
• Exposição excessiva raios ultravioleta;
• Lábio inferior;
• Pacientes de pele clara;
• Profissões ao ar livre (lábio do fazendeiro ou do marinheiro);
• Exposição crônica ao sol e baixa imunidade;
• Risco elevado para o câncer de lábio inferior.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
• Sexo masculino 10:1;
• Acima de 45 anos;
• Desenvolvimento lento;
Inicialmente: atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior,
superfície lisa e áreas de manchas pálidas. Apagamento da
margem entre vermelhão de lábio e a porção cutânea observado.
Tardiamente: áreas ásperas nas porções mais secas do
vermelhão do lábio. Espessamento e semelhanças à lesões
leucoplásicas.

Ulceração crônica focal em mais de um sítio – progressão para


um carcinoma de células escamosas em estágio inicial.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
• Epitélio escamoso estratififacado atrófico;
• Marcante produção de ceratina;
• Displasia epitelial encontrada;
• Infiltrado inflamatório crônico subjacente ao epitélio displásico;
• Conjuntivo subjacente mostra elastose solar(alteração
basofílica amorfa acelular);
• Alteração das fibras induzidas pelos raios ultravioleta.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
• Protetores labiais;
• Áreas endurecidas, espessas, ulceradas ou leucoplásicas –
biópsia;
• Lesões graves sem malignidade clara vermelhectomia;
• Laserterapia;
• Eletrodissecção ;
• Medicamentos tópicos;
• Carcinoma – protocolo de tratamento do câncer.

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