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 Safira Andrade

 Perda dos tecidos dentários na região


cervical, com envolvimento de
esmalte, dentina e cemento, sem a
presença de lesão cariosa.
Perda de estrutura dental com o avanço da idade – fisiológica;
Se a perda for exacerbada , comprometendo a função e/ou estética – patológica.

ABRASÃO ABFRAÇÃO
EROSÃO

Origem multifatorial – pode envolver um único fator, ou ocorrer pelas


associação de 2 ou até dos 3 fatores.
Garone Netto, 2003.
Atinge ampla faixa etária;
A prevalência e severidade aumenta com
o progredir da idade.

É imprescindível um exame clínico e anamnese


apurados para identificar os responsáveis pelas
formação das lesões;
O conhecimento do fator etiológico das LCNC é
importante para prevenir a formação de novas lesões,
evitar a progressão das pré-existentes e determinar o
tratamento mais apropriado.
Garone Netto, 2003.
ABRASÃO

Perda de estrutura dental decorrente de processos mecânicos extrínsecos


independentes da oclusão;

Repetido contato efetuado por substâncias ou corpos


estranhos à cavidade bucal;

Lesões mais pronunciadas na região cervical dos caninos, pré-


molares e molares;

A escovação dental é apontada como a principal causa da


abrasão. O abrasivo da pasta dentifrícia é considerado o
maior responsável pelas perdas estruturais.
Baratieri, 2001; Garone Netto, 2003.
ABRASÃO

Existe um aumento da perda


de tecido dentário
relacionada ao tipo de cerda
As cerdas não arredondadas são
Ocorre quando uma superfície áspera e das escovas dentais. potencialmente abrasivas.
dura desliza sobre uma superfície mais
mole, cortando-a ou sulcando-a na
Outros fatores envolvidos: técnica, força aplicada, frequência de
forma de uma série de ranhuras. escovação, abrasividade do dentifrício utilizado

Baratieri, 2001; Garone Netto, 2003.


Fatores relacionados ao PACIENTE : Fatores relacionados aos MATERIAIS :

Técnica de escovação; Rigidez e arredondamento da


Frequência de escovação; extremidade das cerdas da escova;

Tempo de escovação; Flexibilidade e comprimento do cabo


da escova dental;
Força aplicada durante a escovação;
Onde a escovação da arcada é iniciada; Abrasividade, pH e quantidade de
dentifrício usado.
Uso abusivo de palito dental e/ou escova
interdental.

Baratieri, 2001.
Fatores relacionados ao PACIENTE :

Técnica de escovação:
A técnica horizontal produz maior desgaste
do que a técnica vertical;

Quanto maior a frequência, duração e força aplicada durante a escovação,


maior será a quantidade de remoção de estrutura dental;
Uma força aplicada intensamente pode causar trauma no periodonto e desencadear recessão gengival nas
áreas correspondentes;

Um maior número de lesões causadas por abrasão é encontrado nas áreas


por onde se inicia a escovação.
Garone Netto, 2003.
Fatores relacionados aos MATERIAIS :

A sílica natural empregada como componente abrasivo da


pasta dentifrícia parece produzir maior desgaste se comparada
ao fosfato de cálcio;

A quantidade de dentifrício deve ser controlada, o que não


prejudica a efetividade da profilaxia dental.

Garone Netto, 2003.


ABRASÃO

Lesão cervical em forma de “V”, lisa e brilhante, livre


de biofilme bucal .

Garone Netto, 2003.


EROSÃO

Perda progressiva de estrutura dental por processos


químicos (ácidos), sem envolvimento bacteriano;

Garone Netto, 2003.


EXTRÍNSECA
Resultado da ação de ácidos exógenos provenientes da alimentação, medicamentos ou
produtos ácidos do meio ambiente.
Os ácidos da dieta são o principal fator causativo da erosão dental
extrínseca. Os mais frequentemente consumidos são os de frutas (ácido
cítrico) e os contidos em bebidas, como vinhos, iogurtes, refrigerantes
e bebidas esportivas (ascórbico);

Pode decorrer de contaminantes ácidos trazidos


pelo ar do ambiente de trabalho, como indústrias e
laboratórios químicos, ou água ácida de piscinas;

Associa-se, também, a hábitos do paciente, como chupar limão, fazer


bochechos com vinagre, entre outros.
Baratieri, 2001; Garone Netto, 2003.
INTRÍNSECA
Resultado da ação de ácidos endógenos associados à regurgitação constante de ácido do
sistema digestivo.
Ácido gástrico (pH entre 1 a 1,5) – muito abaixo do nível crítico de 5,5 para a
dissolução do esmalte dental;

Regurgitação constante, em geral, está associada a alguma doença crônica;

Desordens alimentares de origem psicossomática –


vômito nervoso, anorexia nervosa ou bulimia;

Causas de origem somática – gravidez, alcoolismo, tratamento


para o abuso do álcool e desordens gastrointestinais, como
disfunção gástrica, hérnia de hiato, úlceras duodenais e refluxo
gastroesofágico;
Baratieri, 2001; Garone Netto, 2003.
Garone Netto, 2003.
EROSÃO ABRASÃO

É praticamente impossível ocorrer lesão provocada apenas por ácido, haja visto que os
fatores mecânicos sempre estão associados, como escovação, atrição dos dentes e
mastigação dos alimentos;
Existe evidências que mostram que as cerdas
dentais, quando não associadas a um meio
ácido não são potencialmente abrasivas
para o esmalte dental.

Baratieri, 2001.
Medidas para minimizar as influências abrasivas

 Informar e instruir o paciente sobre a causa da erosão;


 Aconselhar o paciente quanto a produtos e técnicas apropriadas para higiene oral;
Uso de creme dental com baixa abrasividade contendo flúor e bicarbonato;
Uso de escova dental com baixa abrasão;
Escovação de forma suave, usando técnica de escovação vertical;
 Não executar a escovação dental imediatamente após uma agressão por ácido.
Deve-se aguardar de 30 minutos a 1 hora;
 Enxaguar os dentes com água após o consumo de bebidas ou alimentos ácidos;
 Ingerir bebidas ácidas com um canudo, minimizando o contato com os dentes;
 Diminuir a frequência do consumo de bebidas e alimentos ácidos.
Baratieri, 2001.
ABFRAÇÃO

“Lesões por flexão dental” – perdas na região cervical resultante da flexão da


coroa durante função oclusal, decorrentes do excesso de esforço;
“Forma especial de defeito em forma de cunha na
região cervical de um dente”;

Interferências oclusais, bruxismo, apertamento dental e


esforço mastigatório.

ATENÇÃO: a lesão só ocorre se a estrutura


dental estiver sem mobilidade, firmemente
inserido no alvéolo.
Baratieri, 2001; Garone Netto, 2003.
Lesões observadas, geralmente, em um único dente ou
em dentes não adjacentes são o resultado de forças oclusais
aplicadas excentricamente levando à flexão do dente;

De acordo com a teoria da flexão dental, forças


parafuncionais em áreas nas quais ocorrem interferências,
principalmente em lateralidade, podem expor um ou mais
dentes a fortes pressões tencionais e compressivas;

Baratieri, 2001.
O ponto máximo de flexão coincide com a
região cervical, na junção cemento/esmalte, causando
um dobramento;

Rompimento das uniões entre os cristais de


hidroxiapatita do esmalte, resultando em fendas e
rupturas;

Tratamento ineficaz a longo prazo se os fatores


etiológicos não forem identificados e controlados.

Baratieri, 2001; Garone Netto, 2003.


O sucesso depende da identificação e controle dos fatores etiológicos;

Quando a perda de estrutura é muito discreta, não há necessidade de


qualquer tratamento restaurador. Se for acompanhada de hipersensibilidade ou
clinicamente visível, realiza-se a intervenção restauradora para eliminar a dor, além
da instituição de medidas preventivas e monitoramento periódico;

A restauração de uma lesão cervical não-cariosa, mesmo que pequena, será


indicada como uma medida preventiva, a fim de evitar a progressão da lesão.

Baratieri, 2001; Garone Netto, 2003.


Anamnese detalhada e exame clínico minucioso são
fundamentais para o diagnóstico e plano de tratamento
dessas lesões.

Nos casos de erosão causadas por desordens crônicas, é necessária avaliação


e orientação médica, a fim de solucionar a causa das regurgitações e,
posteriormente, executar tratamento restaurador para completar o tratamento;

Diante de lesões de abfração, o procedimento restaurador só será iniciado


após ajuste oclusal e correção dos contatos prematuros. A confecção de uma placa
de mordida de acrílico pode ser utilizada para dissipar a sobrecarga mastigatória.
D´Arce, MB.
SEQUÊNCIA CLÍNICA

Anamnese cuidadosa; Limpeza da cavidade;


Profilaxia; Proteção do complexo
Seleção de cor; dentina-polpa (quando
necessário);
Checagem/ajuste da oclusão;
Inserção do material
Anestesia (quando necessário); restaurador;
Isolamento do campo operatório;
Acabamento/polimento.
Preparo da cavidade;
Remoção do tecido cariado (quando necessário);
SEQUÊNCIA CLÍNICA

Anamnese cuidadosa; Limpeza da cavidade;


Profilaxia;
Proteção do complexo
Seleção de cor; dentina-polpa (quando
necessário);
Checagem/ajuste da oclusão;
Anestesia (quando necessário); Inserção do material
restaurador;
Isolamento do campo operatório;
Acabamento/polimento.
Preparo da cavidade;
Remoção do tecido cariado (quando necessário);
SEQUÊNCIA CLÍNICA

Anamnese cuidadosa; Limpeza da cavidade;


Profilaxia;
Proteção do complexo
Seleção de cor;
dentina-polpa (quando
Checagem/ajuste da oclusão; necessário);

Anestesia (quando necessário); Inserção do material


restaurador;
Isolamento do campo operatório;
Acabamento/polimento.
Preparo da cavidade;
Remoção do tecido cariado (quando necessário);
SEQUÊNCIA CLÍNICA

Anamnese cuidadosa; Limpeza da cavidade;


Profilaxia;
Proteção do complexo
Seleção de cor;
dentina-polpa (quando
Checagem/ajuste da oclusão; necessário);

Anestesia (quando necessário); Inserção do material


restaurador;
Isolamento do campo operatório;
Acabamento/polimento.
Preparo da cavidade;
Remoção do tecido cariado (quando necessário);
Esse tipo de cavidade tem como característica a proximidade
com o periodonto marginal, podendo estender-se
subgengivalmente.
Busato, 2002.

Isolamento absoluto Isolamento relativo


Modificação grampo 212 Fio afastador
Modificação grampo 212

Curvatura da garra lingual para incisal e da


vestibular para apical.
Mello, M.
Aquecimento do grampo ao rubro;

Apreensão do grampo com alicate 121


e com outro do mesmo tipo, faz-se as
curvaturas das garras. Mello, M.
SEQUÊNCIA CLÍNICA

Anamnese cuidadosa; Limpeza da cavidade;


Profilaxia;
Seleção de cor;
Proteção do complexo
dentina-polpa (quando
Checagem/ajuste da oclusão; necessário);
Anestesia (quando necessário); Inserção do material
Isolamento do campo operatório; restaurador;
Preparo da cavidade; Acabamento/polimento.
Remoção do tecido cariado (quando necessário);
CIV CIV
Convencional Modificado por Resina
Indicações

Lesões de erosão/abrasão
Não requerem preparo adicional com instrumentos rotatórios;

Lesões de cárie
Há necessidade de preparo cavitário;
Adequação do meio bucal (restaurações provisórias utilizando CIV
convencional);

Busato, 2002.
Cimento de
Ionômero de Vidro Resina Composta
Indicações

Principal indicação da técnica: cavidades Classe V sem esmalte na


parede gengival.

Reúne as vantagens da associação ionômero-resina: melhor


vedamento marginal, diminuição do volume da resina, liberação de
flúor, adesão à dentina propiciado pelo CIV e melhor estética
proporcionada pela resina.

Busato, 2002.
• BUSATO, ALS. Dentística – Restaurações estéticas. 1.ed. Ed. Artes Médicas, 2002;

• MONDELLI, J. et al. Dentística – Procedimentos Pré-Clínicos. São Paulo, Ed. Santos, 2002;

• MONDELLI, J. et al. Dentística Operatória. 2.ed., São Paulo: Sarvier, 1976;

• GARONE NETTO, N. et al. Inrodução à Dentística Restauradora. Ed. Livraria Santos, 2003;

• BARATIERI, LN. et al. Dentística – Procedimentos Preventivos e Restauradores. 2. ed., Ed. Livraria
Santos, 1989;

• BARATIERI, LN et al. Odontologia Restauradora – Fundamentos e Possibilidades. 1ed., Ed. Livraria


Santos, 2001;

• HÖRSTED - BINDSLEV, P. & MJÖJ I.A. Dentística Operatória Moderna. l..ed., Trad. Sylvio Monteiro Jr.
et al., 3ª.ed. São Paulo, Ed. Santos, 1999.
MUITO
OBRIGADA!

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