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fricção (desgaste mecânico promovido pelo atrito/abrasivo de substâncias externas com o elemento dentário, ou
Grupo de risco Grupo de risco
entre os próprios dentes).7 É importante considerar que a cavidade oral está em mudança constante, seja nos hábi- Moderado Moderado
tos de atrito ou mecanismos de oclusão, fluxo e pH salivares; e que estes fatores atuam de forma simultânea e
sinergista.11 Por isso, distinguir a perda de estrutura dentária cervical de origem não cariosa por mecanismos exclu- Fricção
sivos de desgastes é impraticável e a classificação, ultrapassada.
As LCNC estão associadas a outras alterações orais que não possuem relação direta com processos bacte- Fig. 9.2 – Mecanismo e relação dos fatores etiológicos que originam e favorecem a
evolução das LCNC e HD7.
rianos, como a HD e RG.12 Devido à exposição dentinária cervical promovido pelo desgaste dentário e perda
de inserção conjuntiva periodontal, estímulos externos (químico, térmicos, táteis e osmóticos) podem atuar e
desencadear a sintomatologia dolorosa, definida como hipersensibilidade dentinária. Devido à similaridade 15
entre os fatores etiológicos das LCNC, HD e RG, justifica-se a correlação de prevalência destas alterações orais
12,917
e a necessidade de planos de tratamento multidisciplinar.
10,833
Compreender a etiologia e identificar de maneira mais precisa os principais fatores causais das LCNC e HD
8,75
em determinado indivíduo possibilita maior longevidade dos procedimentos executados. Sendo o comporta-
6,6667
mento do indivíduo e suas condições sistêmicas moduladas e decorrentes de situações específicas, o
4,5833
acompanhamento do paciente é primordial para a obtenção do sucesso do manejo das LCNC e HD – por isso,
evita-se utilizar o termo tratamento de LCNC e HD. Utilizaremos o termo controle ou manejo dos paciente, 2,5
visto que alguns fatores como estresse psicológico e doenças de origem gástrica não serão tratadas por 0,41667
Fig. 9.3 – Análise da distribuição de tensão (Critério de Tensão Máxima Principal) em pré-molar superior em movimentos mandibulares. Por meio deste
critério, é possível observar os maiores valores de tensão de tração (cores mais próximas ao vermelho) e as tensões de compressão (cores mais próximas
ao azul). (A-C) Representam, respectivamente, contatos oclusais com a resultante da força no longo eixo do dente, contato oblíquo na vertente
triturante da cúspide vestibular e contato oblíquo na vertente triturante da cúspide palatina. O contato axial (A) é classificado como fisiológico, pois a
resultante da força é no longo eixo do dente, dissipando de maneira mais homogênea as tensões. Os contatos oblíquos nas cúspides vestibular e lingual
(B,C) representam interferências oclusais no movimento de lateralidade, resultando em concentração de tensão na região cervical. O contato na vertente
triturante da cúspide palatina é considerado o mais potencialmente danoso, pois resulta em concentração de tração, que é a tensão mais propensa em
Fig. 9.1 – (A-C) Aspecto clínico de indivíduo que apresenta múltiplas LCNCs, com diferentes níveis de severidade. promover rupturas/trincas/fraturas em esmalte e dentina.
172 Estética Contemporânea: Sinergia, Design e Tecnologia Capítulo 9 – Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Fatores Etiológicos e Protocolos para Controle Clínico 173
Quadro 9.1 – (Cont.) Aspectos etiológicos, sinais e sintomas que devem ser identificados durante a consulta inicial para manejo das Baseando-se na teoria da hidrodinâmica, a anulação da propagação dos estímulos seja por método quími-
LCNC e HD.
co (mecanismo neural) ou físico (mecanismo obliterador) são aliados do cirurgião-dentista no tratamento da
HD. Os agentes mais utilizados no tratamento de hipersensibilidade da dentina podem ser genericamente
Estímulos mecânicos (atrito da sonda exploradora) e térmicos/osmóticos (jatos de ar da classificados nos grupos citados a seguir.
seringa tríplice) são indicados para mensurar a intensidade de dor relacionada à HD. A Agentes neurais: A hipersaturação de potássio na superfície dentária gera despolarização da membrana
Para o estímulo mecânico por atrito, basta friccionar a extremidade da sonda das fibras nervosas e impede a repolarização, inibindo diretamente o mecanismo de condução nervosa/
exploradora sobre a região cervical. sensitiva que origina a dor.
Para o teste com o jato de ar, o dente que recebe o estímulo é isolado dos demais B Agentes obliteradores: agem de forma a vedar os túbulos dentinários, impedindo a micromovimentação
com tira de poliéster envolvendo as faces mesial e distal, a fim de evitar a passagem dos fluidos dentro dos túbulos, bloqueando o estímulo nervoso indiretamente.
TESTE DE do estímulo para o dente contíguo.
De acordo com esta classificação, os principais agentes dessensibilizantes são descritos de acordo com o
HIPERSENSIBILIDADE Inicialmente, indaga-se ao paciente sobre um dente não apresente HD e ambos
seu mecanismo de ação no quadro 9.2.
DENTINÁRIA os estímulos são realizados nesse dente. Caso o paciente não relate sensibilida-
de, este será o controle negativo – ou seja, ausência de HD. Em sequência, a
Escala Visual Analógica é apresentada, sendo que o elemento controle negativo
representa o índice 0 e a maior experiência de dor já vivenciada será a intensida-
de 10.
O tempo necessário para que a dor passe após a aplicação do estímulo deve ser registrado. Quadro 9.2 – Descrição dos principais agentes dessensibilizantes dentinários e seus mecanismos de ação.
Após o teste no controle, todos os dentes recebem os estímulos.
Testes de percussão vertical, palpação e exames radiográficos auxiliam Único agente dessensibilizante químico de ação neural, age por meio do aumento da
para descartar hipóteses de diagnósticos referentes a processos cariosos, saturação de potássio nas terminações odontoblásticas, atuando no processo de
POTÁSSIO44
alterações periapicais, pericementite e doenças relacionadas a bactérias e despolarização do nervo, impedindo a repolarização e condução do impulso
ANÁLISE ENDODÔNTICA nervoso.
necrose pulpar.
Dentes com LCNC extensas e que não apresentam dor ou testam positivos para os Alta potência: atua de forma a vedar os túbulos por um fenômeno descrito ablação.
estímulos devem ser investigados quanto à presença de necrose pulpar. LASER 45,46
Baixa potência: atua no aumento do limiar de dor do paciente por agir nas terminações
odontoblásticas.
O paciente deve ser orientado a preencher um diário de dieta com duração de sete dias.
Este documento deve ser preenchido após cada refeição com os dados referentes a Agentes obliteradores que agem precipitando cristais de oxalatos, que reagem com o cálcio
dia, horário, quantidade e o tipo de alimento ingerido. OXALATOS 47,48
presente na dentina exposta, formando oxalatos de cálcio.
PERFIL ALIMENTAR Após a identificação de alimentos com efeito potencialmente corrosivo, o paciente Promovem a obliteração de mais de 98% dos túbulos dentinários.
deve ser encaminhado para a avaliação por nutricionista, que irá definir se o
paciente apresenta dieta acídica e orientar quanto à substituição destes alimentos Atua obliterando os túbulos dentinários de modo que ocorra a precipitação de proteínas
por similares com menor nível de acidez e titularidade. após a aplicação de cloreto de estrôncio na dentina exposta.
ESTRÔNCIO49-52,53
Além disso, este agente promove a substituição dos íons cálcio por íons estrôncio, resultan-
do na remineralização da dentina com estrôncio no interior dos túbulos.
Caracterizado como fixador biológico e reagem com os grupos amino presentes no coláge-
no exposto da dentina, promovendo a formação de uma barreira proteica que oblitera os
GLUTARALDEÍDO54,55 túbulos.
Possui características hidrofílicas que permite maior penetração do agente nos túbulos
Hipersensibilidade Dentinária – Protocolo Associativo de dentinários.
Agentes Neurais e Obliteradores Elaborados pelo Grupo de
Pesquisa LCNC da FO-UFU (MG) Veículo à base de compósito resinoso para a atuação de agentes como os fluoretos e clorexidina.
Os vernizes criam uma barreira mecânica aderida à estrutura de dentina exposta e sela
A hipersensibilidade dentinária (HD) cervical é definida como dor aguda e de curta duração derivada de VERNIZES56
efetivamente os túbulos dentinários.
dentina exposta em resposta a estímulos osmóticos química, térmica ou tátil, que não pode ser explicado
Possuem a necessidade aplicação periódica.
como o resultado de qualquer outro defeito dental ou doença.24-27 A teoria hidrodinâmica, proposta por Brän-
nström,28 é a mais aceita na literatura como explicação do processo de dor. Essa teoria é baseada nos princípios Promovem a precipitação dos íons Ca+ sobre a estrutura de dentina que perdeu cálcio e
de determinação de quando os túbulos dentinários estão desprovidos de recobrimento na cavidade oral, o DERIVADOS DO
potássio no processo de desmineralização, permitindo a formação de hidroxiapatita e
fluido dentro destes movimenta-se para o interior ou exterior, estimulando mecanorreceptores (fibras de dor, CÁLCIO57,58
obliteração dos túbulos.
principalmente fibras A-delta da polpa) e provocando o estímulo sensitivo no paciente.28,29
176 Estética Contemporânea: Sinergia, Design e Tecnologia Capítulo 9 – Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Fatores Etiológicos e Protocolos para Controle Clínico 177
Diversos fatores podem influenciar na opção do agente dessensibilizante a ser indicado, por isso, o cirur- Carregamento Carregamento Carregamento
gião-dentista deve atentar ao máximo à identificação do principal motivo pelo qual a sensibilidade foi
originada. A HD cujo fator primordial está relacionado ao fator biocorrosivo irá apresentar maior quantidade
Axial – HI Axial – NR Axial – NR
45
de fibrilas colágenas expostas e escassez de matriz inorgânica devido à remoção de cristais inorgânicos. Neste 41,25
caso, o agente dessensibilizante mais indicado é o de ação obliteradora cujo mecanismo é realizado por meio 37,5
da precipitação de proteínas. Este agente, então, irá associar à matriz orgânica exposta, promovendo a 33,75
obliteração dos túbulos dentinários. Em contrapartida, caso a exposição dos túbulos dentinários tenha como 30
principal fator etiológico mecanismos mecânicos (fricção ou tensão), a dentina exposta terá grande quantida- 26,25
de de matriz inorgânica exposta, recomendando a aplicação de agentes com ação de precipitadora de cristais 22,5
18,75
e agentes cálcio-dependentes. Sendo assim, indica-se ao profissional a associação de mecanismos diferentes
15
para reduzir a dor oriunda de HD. Desse modo, inicialmente, utilizam-se agentes à base de potássio, que pro- 11,25
moverá a dessensibilização das terminações nervosas. Em sessões subsequentes, agentes de ação obliteradora 7,5
serão aplicados para vedar os túbulos dentinários e complementar a ação dessensibilizadora (Quadro 9.3). 3,75 A B C
0
Quadro 9.3 – Protocolo associativo para a aplicação de agente dessensibilizante dentinário dividido em sessões e relacionado ao fator
etiológico predominante da HD.
Fig. 9.6 – Análise da distribuição de tensão pelo critério de Von Mises em pré-molar superior. Por este critério, é possível observar todas as tensões
presentes na estrutura, onde as cores mais próximas ao vermelho representam os maiores valores. (A-C) simulam, respectivamente, dente hígido, com
Protocolo associativo de agente dessensibilizante dentinário LCNC e LCNC restaurada (com material em transparência). Mesmo em um contato com resultante ao longo eixo do dente, a presença de LCNC é fator
modulador para a concentração de tensão. Após a restauração com resina composta, a tensão é dissipada com um padrão biomecânico próximo ao
hígido.
1ª SESSÃO 2 ª SESSÃO 3 ª SESSÃO 4 ª SESSÃO 5 ª SESSÃO
A perda de tecido dentário, seja de origem cariosa, acesso endodôntico ou LCNC, é considerada um fator
modulador para a alteração do padrão de distribuição de tensão e deformação, modificando também a sua Autor Ano Acompanhamento Taxa de sucesso
resistência.30-33 A substituição do tecido dentário desgastado por material restaurador é recomendada para
minimizar os prejuízos ao comportamento biomecânico30-32,34 (Fig. 9.6) como agente obliterador da hipersen- Zander-Grande C et al.62 2014 2 anos 80,7–96,8%
sibilidade dentinária, prevenção a desgastes mais agressivos e melhoria dos requisitos estéticos.5,35 Entretanto,
mesmo com o efeito benéfico que o material restaurador adesivo possui no padrão de distribuição de tensão, Torres CRG et al.63 2014 5 anos 68–77%
realizar apenas a restauração da cavidade não significa que a LCNC está sendo tratada, pois é necessário iden-
tificar e controlar os principais fatores etiológicos. Dutra-Correa M et al.64 2013 1,5 anos 91,3–100%
Materiais restauradores diretos, como resina composta, cimentos de ionômero de vidro e resinas fluidas,
são habitualmente os mais utilizados para repor a estrutura perdida na região cervical.8,34-36 No entanto, ainda Perdigão J et al.65 2012 1 ano 92,6–100%
que estes materiais possuam facilidade e simplicidade da técnica de inserção, a taxa de sucesso e de sobrevida
destes procedimentos restauradores é bastante determinada pela degradação química, atrição, diminuição da Burrow MF.66 2011 3 anos 85%
dureza, concentração de altos níveis de tensão resultantes da força da mastigação.37-40
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Protocolo Clínico para o Tratamento de Hipersensibilidade Na primeira e segunda sessões, agente de ação neural composto por potássio foi aplicado uniformemente
na região cervical com o auxílio de brush (Fig. 9.9). Durante 10 minutos, friccionou-se o gel com auxílio do
Dentinária – Caso 1 microaplicador, melhorando, assim, o desempenho do produto (Fig. 9.10). Após este tempo, removeu-se o fio
Paciente S.C.C.P, 20 anos de idade, gênero masculino, em tratamento ortodôntico, compareceu ao Programa afastador (Fig. 9.11) e com o tecido gengival afastado, aplicou-se novamente o produto, para permitir que
de Reabilitação de Pacientes com Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária da Faculdade este atinja a região mais subgengival (Fig. 9.12). Em seguida, o gel é removido com algodão umedecido e o
de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia queixando-se de dor ao ingerir alimentos ácidos. Ao remanescente, retirado com jatos de água em abundância (Fig. 9.13). Ao início de cada sessão, a mensuração
realizar o exame intrabucal e aplicar o diário de dieta, constataram-se perdas superficiais de estruturas dentá- da HD do paciente pela EVA deve ser realizada por meio de jato de ar e atrito da sonda exploradora.
rias e presença de recessões gengivais nas arcada superior e inferior. Devido o paciente estar em tratamento Na terceira e quarta sessões, após a inserção do fio afastado (#000) e o isolamento relativo, aplicou-se
ortodôntico, o ajuste oclusal será realizado após a remoção dos dispositivos ortodônticos. Nos exames com- agente de ação obliteradora na região cervical. Neste caso, devido o desgaste dentário estar relacionado no-
plementares, verificaram-se ausência de lesões cariosas e alterações pulpares. O paciente relatou utilizar toriamente a princípios biocorrosivos e o substrato dentinário apresentar grande quantidade de fibrilas
dentifrício convencional – sem ação dessensibilizadora. Ao realizar o teste de estímulo da HD com jatos de ar colágenas, optou-se por utilizar agente obliterador à base de glutaraldeído por ser fixador biológico (Fig. 9.14).
e sonda exploradora, o paciente relatou índices de 8 e 6 de acordo com EVA, respectivamente, no canino Após a aplicação (Fig. 9.15), aguardaram-se 60 segundos e jatos de ar foram aplicados para completar a vola-
superior esquerdo (Figs. 9.7 e 9.8). tilização do agente. Após este tempo, removeu-se o fio afastador e com o tecido gengival afastado, aplicou-se
Previamente à aplicação dos agentes dessensibilizantes, realizaram-se a análise e orientação da alimenta- novamente o produto para permitir que este atinja a região mais subgengival (Fig. 9.16).
ção ácida, já que este relatava possuir dieta ácida devido ao uso de refrigerantes em excesso e consumo Na quinta sessão, o paciente deve relatar ausência de sintomatologia dolorosa (EVA = 0) para ambos os
frequente de frutas cítricas, além de desordens gastrointestinais. A profilaxia deve ser realizada com solução estímulos e também ao exercer atividades cotidianas. Caso isso não ocorra, pode-se realizar uma sessão de
de pedra-pomes e água destilada, utilizando taça de borracha e micromotor em baixa rotação. A região deve aplicação de agente selador. A preservação é importante para acompanhar e identificar mudanças de hábitos,
ser isolada relativamente com inserção de fio afastador gengival (#000) associado a algodão, gaze e afastado- aspectos clínicos e constatar a recidiva da hipersensibilidade dentinária.
res labiais.
A B
Fig. 9.8 – Recessão gengival, com exposição de dentina e Fig. 9.10 – Aplicação de agente de ação neural com fio afastador gengival.
desgaste superficial no dente 23. Fig. 9.11 – Remoção do fio afastador gengival.
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9.15
9.16
Fig. 9.14 – Agente de ação obliteradora composto Fig. 9.15 – Aplicação de agente de ação obliteradora com fio afastador gengival.
por glutaraldeído. Fig. 9.16 – Aplicação de agente de ação obliteradora após a remoção do fio afastador gengival.
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Protocolo Clínico para o Tratamento de Hipersensibilidade Na primeira e segunda sessões, agente de ação neural composto por potássio foi aplicado uniformemente na
região cervical com o auxílio de brush. Durante 10 minutos, friccionou-se o gel com auxílio do microaplicador,
Dentinária – Caso 2 melhorando, assim, o desempenho do produto (Fig. 9.23). Após este tempo, removeu-se o fio afastador (Fig. 9.24)
Paciente C.A.P., 19 anos de idade, gênero feminino, compareceu ao Programa de Reabilitação de Pacientes e com o tecido gengival afastado (Fig. 9.25) aplicou-se novamente o produto (Fig. 9.26). Em seguida, o gel foi re-
com Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária da Faculdade de Odontologia da Universi- movido com algodão umedecido e o remanescente, retirado com jatos de água em abundância. Ao início de cada
dade Federal de Uberlândia queixando-se de dor localizada ao ingerir alimentos gelados. Ao realizar o exame sessão, a mensuração da HD do paciente pela EVA foi realizada por jato de ar e atrito da sonda exploradora.
intrabucal e avaliar o perfil alimentar do paciente, constataram-se presença de lesões cervicais não cariosas e Na terceira e quarta-sessões, após inserção do fio afastado (#000) e isolamento relativo, agente de ação
recessões gengivais na arcada superior, associadas ao desequilíbrio oclusal, hábitos parafuncionais e rotina obliteradora foi aplicado na região cervical. Neste caso, devido ao desgaste dentário estar relacionado princi-
estressante (Fig. 9.17). Nos exames complementares, foram verificadas ausência de lesões cariosas e alterações palmente à ação mecânica (acúmulo de tensão), optou-se por aplicar agente obliterador à base de oxalato,
pulpares. O paciente relatou que durante anos utilizou dentifrício dessensibilizador, mas naquele momento já que reage com a grande quantidade de cálcio presente na dentina exposta (Fig. 9.27). A aplicação é de forma
não havia mais efeito de redução da dor. Então, recomendou-se cessar o uso de dentifrício com ação dessen- uniforme na região da dentina exposta e terço cervical, com o auxílio de microaplicador (Fig. 9.28). Durante
sibilizadora para não mascarar os sintomas e interferir no sucesso do tratamento. Ao realizar o teste de os 10 minutos de aplicação, recomenda-se friccionar o gel e após este período o gel deve ser removido com o
estímulo da HD com jatos de ar e sonda exploradora, o paciente relatou índices de 7 e 4, de acordo com EVA, auxílio de algodão umedecido seguido de jatos de água em abundância. Após este tempo, remove-se o fio
respectivamente, no pré-molar superior direito (Fig. 9.18). afastador e com o tecido gengival afastado, aplica-se novamente o produto para permitir que este atinja a
Para o tratamento da HD, realizaram-se ajuste oclusal e controle multiprofissional do apertamento dentário região mais subgengival (Fig. 9.29).
e bruxismo. A profilaxia foi realizada com solução de pedra-pomes e água destilada, utilizando taça de borra- Na quinta consulta, o paciente deve relatar ausência de sintomatologia dolorosa (EVA = 0) para ambos os
cha e micromotor em baixa rotação (Figs. 9.19 e 9.20). A região foi isolada relativamente com inserção de fio estímulos e também ao exercer atividades cotidianas. Caso isso não ocorra, pode-se realizar uma sessão de
afastador gengival (#000) associados a algodão, gaze e afastadores labiais (Figs. 9.21 e 9.22). aplicação de agente selador. A preservação é importante para acompanhar e identificar mudanças de hábitos,
aspectos clínicos e constatar a recidiva da hipersensibilidade dentinária.
9.17 9.18
9.19 9.20
9.30
9.29
9.31
Fig. 9.32 – Inserção do fio afastador (#000 Ultrapack - Ultradent) nos Fig. 9.36 – Aplicação ativa do adesivo autocondicionante Palfique Bond
dentes 23 e 24. (Tokuyama Dental) de 1 passo.
A B
Fig. 9.39 – (A,B) Aplicação de pincel para regularizar a superfície da restauração previamente à fotoativação.
A B
Fig. 9.45 – Remoção de excessos de resina composta na região cervical
Fig. 9.41 – (A) Aplicação de camada de gel hidrossolúvel para bloquear a camada inibida pelo oxigênio. (B) Fotoativação com a aplicação do gel hidrossolúvel. com lâmina de bisturi.
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A B
Protocolo Clínico para Restauração Direta de Resina Composta
para LCNC – Caso 4
Paciente M.F.M., 37 anos de idade, gênero feminino, compareceu para atendimento odontológico para ava-
liação. Ao realizar a triagem, constatou-se a presença de diversas LCNC relacionadas principalmente à etiologia
da biocorrosão e fricção, pois a paciente relatou apresentar vários episódios de refluxo e escovação com força
excessiva (Fig. 9.48). Nos exames complementares, excluiu-se a hipótese de dor por lesões cariosas ou altera-
ções pulpares. Para o controle dos fatores, a paciente foi encaminhada ao médico gastroenterologista, e a
restauração das LCNC executada como parte do manejo do paciente.
Após a seleção de cor e inserção de fio afastador (#000) (Fig. 9.49), realizou-se profilaxia com pasta profi-
lática hidrossolúvel utilizando escova de nylon e micromotor em baixa rotação (Fig. 9.50). Em seguida, pasta
adstringente foi inserida no sulco durante 2 minutos para otimizar o afastamento gengival (Fig. 9.51). Por se
tratar de sistema adesivo autocondicionante, realizou-se o condicionamento seletivo do esmalte com ácido
fosfórico a 37% durante 15 segundos (Fig. 9.52). Após o enxágue e o controle de umidade (Fig. 9.53), duas
C D
camadas do adesivo foram aplicadas de forma ativa (friccionando) com um intervalo de 20 segundos entre as
camadas (Fig. 9.54). Após a remoção de excesso com brush seco, aplicam-se de jatos de ar indiretamente e
fotoativa-se durante 20 segundos (Figs. 9.55 e 9.56). Considerando a profundidade média de 1,5 mm, dois
incrementos dispostos obliquamente foram suficientes para restaurar a cavidade (Figs. 9.57 e 9.58). Cada in-
cremento é fotoativado por 20 segundos com LED de irradiância próxima a 1000 mw/cm2. Após o último
incremento, o fio afastador foi removido (Fig. 9.59) e o acabamento, realizado com discos abrasivos de granu-
lação fina e extrafina e lâmina de bisturi (Fig. 9.60). O polimento foi executado com pontas de silicones
abrasivos de granulações diferentes, disco de pelo de cabra e feltro de algodão (Fig. 9.61). A figura 9.62 mos-
tra o resultado final do protocolo restaurador de LCNC.
Fig. 9.46 – Protocolo de polimento. (A,B) Pontas de silicone abrasivas de granulações diferentes. (C) Disco de pelo de cabra. (D) Disco de feltro sem 9.48 9.49
pasta em alto giro com movimentos intermitentes.
9.50
Fig. 9.48 – Vista vestibular dos dentes 13, 14 e 15 que apresentam LCNC.
Fig. 9.49 – Inserção do fio afastador (#000, Ultrapack - Ultradent) nos
Fig. 9.47 – Aspecto final das dentes 13, 14 e 15.
restaurações de LCNC com resina Fig. 9.50 – Profilaxia realizada com pasta profilática hidrossolúvel
composta. utilizando escova de nylon e micromotor em baixa rotação.
192 Estética Contemporânea: Sinergia, Design e Tecnologia Capítulo 9 – Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Fatores Etiológicos e Protocolos para Controle Clínico 193
9.51 9.52
9.53 9.54
Fig. 9.59 – Remoção do fio afastador e aspecto da restauração previamente ao protocolo de acabamento e polimento.
9.55 9.56
9.57 9.58
Fig. 9.51 – Inserção de pasta adstringente (3M ESPE) no sulco gengival para melhorar o afastamento das margens.
Fig. 9.52 – Condicionamento seletivo do esmalte com ácido fosfórico a 37% durante 15 segundos (Potenza Attaco – PHS).
Fig. 9.53 – Aspecto do esmalte após o condicionamento seletivo.
Fig. 9.54 – Aplicação ativa do adesivo autocondicionante de 1 passo Palfique Bond (Tokuyama Dental).
Fig. 9.55 – Fotoativação do sistema adesivo por 20 segundos.
Fig. 9.56 – Aspecto da cavidade após a fotoativação do sistema adesivo.
Fig. 9.60 – Protocolo de acabamento. (A) Remoção de excessos de resina
Fig. 9.57 – Inserção de camada de resina opaca seguida de resina de esmalte Palfique LX5 (Tokuyama Dental) no dente 13. composta na região cervical com lâmina de bisturi. (B) Uso de discos
Fig. 9.58 – Inserção de camada de resina opaca seguida de resina de esmalte nos dentes 14 e 15. abrasivos para regularizar a superfície. B
194 Estética Contemporânea: Sinergia, Design e Tecnologia Capítulo 9 – Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Fatores Etiológicos e Protocolos para Controle Clínico 195
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