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Patologia das glândulas salivares

 De origem ectodérmica
 Parótida com produção de saliva serosa, inervada pelo IX (viscosidade de 1,5)
 Sublingual e menores produz saliva mucosa inervada pelo VII (viscosidade 13,4);
 Submandibular produz saliva mista (75% da saliva, viscosidade 3,4);
 Produção de 1,5l de saliva diária;

Diagnóstico

 Sialografia: (Fase ductal, acinar e evacuação >5min) melhor imagem para ductos,
contraindicada em pessoas alérgicas à iodo e em infecções agudas.
 Cintilografia com tecnécio 99: avalia bem o parênquima da glândula, superior a
sialografia quando se trata de neoplasias.
 USG: considerada superior à sialografia. Quando usada com Doppler melhora a
diferenciação de tumores benignos e malignos.
 IRM: melhor exame para avaliação de tumores em tecido mole, além de ser o único
exame que proporciona avaliação com nervos cranianos.
 AAF é um excelente método diagnóstico.

Mucocele
 Extravasamento de mucina dando coloração azulada ou normocrômicas;
 Raramente ocorre no lábio superior;
 Mucocele superficial pode se desenvolver em áreas posteriores;
Rânula
 Aumento de volume arredondado e azulado/normocrômico no assoalho bucal;
 Se desenvolve sempre lateral à linha média;
 Rânula cervical ou mergulhante disseca o milo-hioideo e gera aumento de volume
cervical, pode envolver via aérea, solicitar TC ou IRM “sinal de cauda”;
Sialolitíase
 Deposição de sais de cálcio dentro da luz do ducto, incluindo muco e bactérias;
 Pode ser promovido pela sialodenite crônica;
 80% dos casos em submandibular, em parótida tem baixa frequência;
 Trajeto tortuoso do ducto de Wharton favorece os cálculos;
 Maior concentração de fosfato de cálcio;
 Podem ocorrer em glândulas menores no lábio superior e palato;
 TC, USS, sialografia e sialoendoscopia são úteis;
 Raros em glândula SL;
 Sialoendoscopia usada para remoçãodo sialolito.
Sialodenite
 Causa infecciosa e não infecciosa envolvendo vírus como caxumba, CMV e HIV;
 Surge por obstrução do ducto ou menor fluxo salivar e cirurgia abdominal recente;
 Mais frequente por Staphylococcus A;
 Bacteriana aguda mais comum em parótida bilateral, dor, eritema, febre baixa e trismo,
associado a ordenha purulenta, além de inchada causando > volume;
 Sialografia mostra sialectasia, pode mostrar forma de linguiça;
 Parotidite juvenil recorrente afeta parótida bilateralmente em crianças;
 Tratar com drenagem cirúrgica, cultura e antibióticos, sialogogos e hidratação;
Queilite glandular
 Condição inflamatória de glândula salivar menor, causada por lues, tabaco, má higiene
e hereditariedade;
 Comum em idosos e homens de meia idade;
 Palato e lábio superior se apresentam inchados
 Glândulas salivares menores se apresentam dilatadas e inflamadas;
 Classificada em simples, superficial e profunda, dos últimos bacterianos;
 Tratamento com vermelhonectomia;
Sialorreia
 Ocorre em usuários de próteses novas, e como tampão nos casos de refluxo;
 Ocorre por antipsicóticos e colinérgicos;
 Deficiência do controle muscular em PC e em Parkinson;
 Pode levar a formação de úlceras no pescoço e lábio;
 Sialorreia idiopática paroxística dura de 2 a 5 minutos;
 Tratar com a melhora do controle muscular, medicação anicolinérgica e injeção
intraglandular de toxina botulínica. Realocação e excisão dos ductos são úteis;
Xerostomia
 Causada por distúrbios de desenvolvimento, perda de água e metabólitos, origem
iatrogênica (fármacos, radio e quimioterapia) doenças sistêmicas e fatores locais;
 Boca seca, podendo ser fissurada com papilas filiformes;
 Suscetível a candidíase e cárie cervical/radicular;
 Tratar com saliva artificial, sialogogos, balas de açúcar.
Doença de IgG4 (Síndrome de Mikulicz)
 Aumento de volume indolor submandibular/glândulas menores e da glândula lacrimal;
 Associada a um processo esclerosante do pâncreas;
 Predileção por mulheres na 5º e 6º década de vida;
 Tratamento com corticoides sistêmicos para evitar a falência do pâncreas;
Síndrome de Sjogren
 Doença autoimune crônica gerando xerostomia e xeroftalmia;
 Síndrome de Sjogren primária (só sicca) e secundária (sicca + outra doença autoimune);
 Critério internacional de classificação;
 Envolvimento lacrimal verificado com o teste de Schirmer, normal >10mm;
 Síndrome primária, secundária e critérios de exclusão;
 Sialografia revela arvore sem galhos com frutos;
 Diagnóstico por IgG, biópsia, Anti-SSA e fator reumatoide, tratar com suporte.
Sialoadenose

 Doença não inflamatória que gera aumento das glândulas salivares;


 Envolve particularmente parótida, geralmente bilateral;
 Pode ser de origem endócrina, nutricional ou neurogênico;
 Evolução lenta podendo causar dor, podendo atingir glândula submandibular;
 A sialografia exibe um aspecto de árvore sem folhas;
 Tratamento com remoção da causa, parotidectomia e pilocarpina;
Hiperplasia adenomatóide

 Doença rara de glândulas salivares menores;


 Aumento localizado que simula neoplasia;
 Aumento de volume séssil, firme ou macio e indolor;
 Ocorre no palato mole e duro, causa incerta, o trauma é uma hipótese;
 Tratamento com biópsia incisional e proservação;
Sialometaplasia necrosante

 Inflamação comum e destrutiva após isquemia seguida de infarto local;


 Predileção por região posterior do palato duro, glândulas salivares menores;
 Comum na idade média, mais comum em homens, sendo em 2/3 unilateral;
 Inicia com uma lesão ulcerada que em semanas;
Sarcoidose

 Causa aumento bilateral da parótida;


 Pode causar paralisia do facial;
 Uveoparotidite (Síndrome de Heerfordt) e síndrome de Melkerson Rosenthal;

Neoplasia de glândulas salivares (benignas)


Adenoma pleomórfico (misto)
 Tumor mais comum, maior prevalência em parótida e submandibular, respectivamente;
 Derivado de uma mistura de elementos ductais e mioepiteliais, gene PLAG1;
 Aumento de volume firme e indolor de crescimento lento, dos 30 a 60 anos > mulher;
 Neoplasia de glândula salivar menor primária mais comum na infância;
 A maioria ocorre no lobo superficial, gerando aumento de volume no ramo/orelha;
 Na região intra oral o palato é a localização mais comum, seguida por lábio superior;
 Tratar com excisão cirúrgica e parotidectomia em casos superficiais, nos casos
profundos excisão da lesão com a glândula envolvida, prognóstico excelente;
Oncocitoma
 Composto de grandes células epiteliais conhecidas como oncócitos;
 Prevalência em pacientes na 8º década de vida, sem predileção por gênero;
 Maior prevalência em parótida, crescimento firme, lento e indolor, não passa de 4cm;
 Maior frequência no lóbulo superficial de parótida, unilaterais;
 Tratamento com parotidectomia parcial, excisão total em submandibular;
Oncocitose
 Metaplasia de células ductais e acinares em oncócitos;
 Envolve parótida, submandibular e menores, respectivamente;
 Geralmente é multifocal e nodular, maior prevalência em idosos;
 Nenhum tratamento é necessário;
Tumor de Warthin (adenolinfoma)
 Quase exclusivo de parótida, 2º mais comum;
 Podem se originar do tecido glandular heterotópico dentro dos linfonodos parotídeos;
 Estudos mostram forte associação ao tabaco;
 Crescimento lento, firme ou flutuante a palpação;
 Maior ocorrência na cauda da parótida, região caudal, sendo bilateral;
 Maior frequencia em idosos da 6º ou 7º década de vida > homens;
 Excisão cirúrgica, parotidectomia e tratamento conservador;
Adenoma canalicular
 Neoplasia incomum das glândulas salivares menores, chamado de adenoma mono;
 75% dos casos em lábio superior, mucosa j, só perdendo para o adenoma pleomórfico;
 7º década de vida, maior frequência em mulheres;
 Aumento de volume firme ou amolecido a palpação, alguns mm a 2cm;
 Tratar com excisão local;
Adenoma de células basais
 Classificado como monomórfico, aparência basalóide das células neoplásicas;
 75% dos casos em parótida no lobo superficial, seguido por glândulas menores;
 Qualquer idade, entretanto, pacientes da 7º década são mais afetados;
 Massa móvel, crescimento lento com 3cm de diâmetro/ adenoma de células membrana;
 Tratar igual adenoma pleomórfico, adenocarcinoma de células basais maligno;

Papilomas ductais
 Sialoadenoma papilífero: ocorre em glândulas menores do palato, embora possa ocorrer
em parótida, maior em homens, crescimento exofítico papilar.
 Papiloma intraductal: aumento de volume submucoso em glândulas menores;
 Papiloma ductal invertido: glândulas salivares menores de adultos, lábio inferior e
fundo de vestibulo, representada por nódulos assintiomáticos com edentações;
 Tratar com remoção cirúrgica conservadora;

Neoplasia de glândulas salivares malignas


Carcinoma mucoepidermoide

 Patologia maligna mais comum das glândulas salivares, maior prevalência em menores;
 Radiação é um fator de risco, além de oncogene e translocação recíproca;
 Neoplasia maligna mais comum em crianças, pacientes da 3º a 7º década;
 Mais comum na parótida, apresenta um aumento de volume assintomático;
 Glândulas salivares menores são as segundas mais acometidas;
 Aumento de volume azulado ou vermelho;
 Histologia dividida em quantidade de formação cística, grau de atipia celular e número
relativos de células mucosas;
 Tratamento determinado a partir do grau, esvaziamento cervical em pacientes de alto
grau;
Carcinoma mucoepidermoide intraósseo
 Surge por meio de tecido glândular ectópico intra-ósseo ou de um dente impactado;
 São mais comuns na mandíbula do que na maxila, frequente em mulheres;
 Área mais irregular e mal definida de destruição óssea;
 Tratar com ressecção cirúrgica e radioterapia em casos graves;

Adenocarcinoma de células acinares


 Exibe células acinares e glândulas salivares;
 85 a 90% dos casos em parótida, única inteiramente de elementos serosos;
 Após a parótida, também é comum em glândulas menores;
 Segunda a sétima década de vida, de crescimento lento e assintomático;
 Lobotomia parcial da parótida em casos superficiais e em casos profundos é necessária
a parotidectomia total, se o nervo facial estiver envolvido, deve ser sacrificado;
 Remoção total da submandibular;
Carcinoma adenoide cístico (cilindroma)
 Maior frequencia em glândulas salivares menores;
 O palato é o local de maior frequência;
 Comum em indivíduos de meia idade e rara em pessoas abaixo de 20 anos;
 Aumento de volume de crescimento lento com DOR;
 Na parótida pode causar paralisia do nervo facial;
 Causa destruição do palato na radiografia;
 Forma histológica de cribiforme, tubular e sólido (o pior padrão);
 Tratar com excisão cirúrgica local e radioterapia, prognóstico é reservado;

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