Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pólipos, diagnosticados geralmente à endoscopia de pacientes dispépticos, constituem na sua maioria lesões
hiperplásicas da mucosa (pólipos hiperplásicos, pólipos de glândulas fúndicas), não constituindo, portanto,
neoplasias.
Menos frequentemente, surgem pólipos adenomatosos, mais importantes pelo potencial de transformação
maligna que apresentam. Os tumores não epiteliais mais comuns são linfomas. Tumores do estrema
gastrointestinal são neoplasias de natureza mesenquimal com risco de malignização variável, encontrados no
estômago e no intestino delgado
Pólipo hiperplásico
• Aproximadamente 75% de todos os pólipos gástricos são pólipos inflamatórios ou hiperplásicos
• Mais comuns em indivíduos entre 50 e 60 anos de idade
• Associação com a gastrite crônica
• O risco de displasia se correlaciona com o tamanho
o Pólipos maiores do que 1,5 cm devem ser removidos e examinados histologicamente.
• SEM potencial de malignização
• Macroscopia
o Geralmente menores que 1 cm e sesseis
o Mais comuns no antro (sobretudo na pequena curvatura)
▪ No caso dos patologistas, devem abrir o estomago sempre pela grande curvatura, para
não seccionar uma possível lesão
o Podem ser múltiplos ou isolados
o Superfície geralmente lisa
o Erosões podem ocorrer
o
• Microscopia
o Constituídas por fovéolas alongadas e dilatadas, formando cistos.
o epitélio mostra aumento da produção de muco, e as células podem ter aparência globular,
simulando células caliciformes.
o As glândulas ficam restritas à base do pólipo, sendo normais ou cisticamente dilatadas.
o A lâmina própria é congesta e edemaciada e apresenta infiltrado de mono e
polimorfonucleares.
o Focos de glândulas com metaplasia intestinal
Tumores benignos
Adenomas
• Representam cerca de 10% de todos os pólipos gástricos
• Entre 50 e 60 anos de idade
• Homens são afetados três vezes mais do que as mulheres
• Quase sempre ocorrem em segundo plano em relação à gastrite crônica com atrofia e metaplasia
intestinal.
• O risco de adenocarcinoma em adenomas gástricos está relacionado ao tamanho da lesão e é
o Particularmente elevado em lesões maiores que 2 cm de diâmetro
• Focos de carcinoma na mucosa adjacente são vistos em até 30% dos casos
o OBS: no cólon, ao contrário do estomago, a maioria dos adenocarcinomas surge de adenomas.
• Morfologia
o Neoplasia benigna, circunscrita e formada por estruturas tubulares e/ou vilosas revestidas por
epitélio displásico
o Por definição, todos os adenomas GI têm displasia epitelial
o Superfície lisa e congesta
o Mais frequente no antro
o Em geral é solitária, com menos de 2 cm de diâmetro, séssil ou com pequeno pedículo
o Podendo atingir 4 a 5 cm de diâmetro antes de ser diagnosticada
o A displasia de alto grau é caracterizada por atipia citológica mais grave e arquitetura irregular,
incluindo brotamento glandular e estruturas de glândula-dentro-de-glândula, ou cribriformes.
Tumores malignos
• Carcinoma (90-95%)
• Linfoma (4%)
• Carcinóide/neuroendócrino (3%)
• Mesenquimais (2%)
• Linite plástica
o É uma apresentação de câncer gástrico do tipo DIFUSO
o Lesão infiltrativa, de limites imprecisos, que cresce difusamente na parede, espessando-a, e
que, quando atinge grande extensão ou todo o órgão, é chamada linite plástica.
o O termo linite se refere a um aspecto das células infiltrando a muscular própria dando um
aspecto trabeculado/infiltrativo que lembra, grosseiramente, o tecido linho, ficando uma
trama que decorre da infiltração de células isoladas
• AG precoce: confinado à mucosa, ou à mucosa e submucosa
• AG avançado: já existe invasão da camada muscular
• Microscopia
o Núcleos grandes em relação ao citoplasma, cromatina grumosa, núcleo da célula evidente,
figuras de mitose, padrão de pseudoestratificação, glândulas dentro de glândulas (glândulas
fusionadas sem estroma interposto)
o Adenocarcinoma bem diferenciado: reproduz estruturas acinares ou tubulares
o Adenocarcinoma pouco diferenciado: proliferações sólidas sem configuração acinar ou tubular.
• Quadro clínico:
o Nas fases iniciais é assintomático ou com sintomas inespecíficos
o Doença avançada, manifesta perda de peso, perda de apetite, anorexia, dor, anemia,
hemorragia ou vômitos
o A sobrevida está relacionada ao estadiamento
▪ Intramucosa: tem 99% de sobrevida em 5 anos (praticamente curável)
▪ Submucosa: 95% de sobrevida em 5 anos (também considerado estágio precoce)
▪ Muscular (própria): 50 a 70% de sobrevida em 5 anos
▪ Serosa: 8 a 20% de sobrevida em 5 anos
Linfomas
• Embora os linfomas extranodais possam surgir em praticamente todos os tecidos, eles ocorrem mais
comumente no trato GI, particularmente no estômago
• É uma proliferação de tecido linfoide associado a mucosa
o As células linfoides ocupam a lâmina própria, infiltram-se nas glândulas gástricas e no epitélio
foveolar e os destroem, originando o aspecto característico desse tumor conhecido como lesão
linfoepitelial
• A causa mais comum da inflamação “pró-linfomatosa” no estômago é a infecção crônica por H. pylori
o 80% são associados a gastrite e infecção por H. pylori
o Quando erradicado o H. pylori a lesão tende a regredir
• O principal tipo de linfoma gástrico é o LINFOMA MALT, que surge do tecido linfoide associada a
mucosa.
• Morfologia:
o Pregas ficam engrossadas, alargadas, cinzentas e, ao corte, a superfície fica homogênea,
brilhante, pardo clara, elástica ou macia, com consistência e aspecto bastante semelhante ao
tecido linfoide.
NEOPLASIAS NEUROENDÓCRINAS:
• Bem diferenciado é o mesmo tumor carcinoide, mas o nome empregado hoje em dia é tumor
neuroendócrino bem diferenciado.
• São lesões que crescem a partir de células neuroendócrinas, semelhante ao que descrevemos no
intestino, ele está bem na base da cripta. v Podem crescem como nódulos murais (na parede,
intramurais) ou submucosos.
• Caracteristicamente tem uma aparência amarelada (ou acastanhada) e uma consistência firme.
• Padrão celular é bem característico, sendo células pequenas, monomórficas, que costumam se agrupar
em ninhos, trabéculas, cordões ou ácinos. Quando ele forma ácinos, alguma confusão com
adenocarcinoma pode ocorrer, mas geralmente a imunohistoquímica define a natureza
neuroendócrina da lesão.
• O fator prognóstico mais importante para os tumores carcinoides GI é a localização.
o Tumores carcinoides do intestino anterior, aqueles encontrados no estômago, duodeno
próximo ao ligamento de Treitz e esôfago, raramente dão metástases e são geralmente
curados pela amputação. Isso é particularmente verdadeiro para os tumores carcinoides
gástricos que surgem em associação com a gastrite atrófica, enquanto os tumores carcinoides
sem fatores predisponentes são mais agressivos.
o Os tumores carcinoides do intestino médio que surgem no jejuno e íleo são frequentemente
múltiplos e tendem a ser agressivos. Nesses tumores, a grande profundidade de invasão local,
o tamanho aumentado e a presença de necrose e mitose estão associados com um resultado
pobre.
o Os carcinomas do intestino inferior que surgem no apêndice, no cólon e no reto são
geralmente descobertos acidentalmente. Aqueles encontrados no apêndice ocorrem em
qualquer idade e geralmente estão localizados na ponta. Esses tumores raramente têm mais de
2 cm de diâmetro e são quase uniformemente benignos. Os tumores carcinoides retais tendem
a produzir hormônios polipeptídicos e, quando sintomáticos, apresentam dor abdominal e
perda de peso. A metástase dos tumores carcinoides retais é incomum. Em contraste, os
tumores do cólon proximal são incomuns, mas podem crescer muito e se metastatizar.
• Estômago, esôfago e duodeno
o Raramente metastatizam
o Geralmente curam pelo tratamento cirúrgico.
• Jejuno e íleo
o Tendem a ser múltiplos
o Podem ser agressivos.
• Apêndice cecal
o Baixa agressividade
o Boa resposta ao tratamento cirúrgico
o Geralmente são benignos.
• Cólon e reto
o Achados incidentais
o Raramente metastatizam
o Comportamento menos agressivo