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CÂNCER GÁSTRICO assintomático e, quando sintomático, muitas

vezes avançado.

Tipos de câncer de estômago


COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DO
CÂNCER DE ESTÔMAGO (fatores o Adenocarcinoma. De 90% a 95% das
genéticos e ambientais), SUAS
neoplasias de estômago são
MANIFESTAÇÕES E A EVOLUÇÃO
adenocarcinomas, se desenvolvem a
CLÍNICA
partir da mucosa.

o Linfoma. Esses são cânceres do


sistema imunológico que às vezes são
encontrados na parede do estômago..

o Tumor estromal gastrointestinal


(GIST). Os tumores estromais
O estômago contém diferentes tipos de
gastrointestinais são raros e se iniciam
células glandulares. Existem três tipos
nas células da parede do estômago
principais de células glandulares:
denominadas células intersticiais de
 Células Parietais: Estas células
Cajal.
secretam ácido clorídrico, que ajuda
na quebra dos alimentos e também
o Tumor carcinoide. Esses tumores se
mata muitas bactérias que podem
originam nas células do estômago que
estar presentes nos alimentos.
produzem hormônios.
 Células Principais: Estas células
secretam pepsinogênio, uma enzima
que é convertida em pepsina quando
ADENOCARCINOMA
exposta ao ácido clorídrico. A pepsina
é responsável por iniciar a digestão de
Podem ser divididos em dois principais tipos
proteínas.
morfológicos:
 Células foveolares: Estas células
secretam muco, que reveste o
Adenocarcinoma INTESTINAL de Lauren
revestimento do estômago e protege
contra os efeitos nocivos do ácido e
o É o mais comum, principalmente em
das enzimas digestivas.
homens;
o Surge em situações de fatores de
risco pré-cancerosos (ex: gastrite), em
pacientes com exposição ambienta e
hábitos dietéticos (industrializados);
o A incidência aumenta com a idade;
o Bem diferenciado e manifesta
metástases mais tardiamente
(hematogênicas);
O câncer gástrico é uma doença maligna do o Principal fator de risco: H pylori
estômago e uma das maiores causas de o O desenvolvimento desse tipo de
morte por câncer no Brasil. Assim como o câncer geralmente segue uma
câncer esofágico, é geralmente sequência de eventos, que pode
incluir:
1. Inflamação crônica;
2. Gastrite, atrofia gástrica;
3. Metaplasia intestinal
4. Formação de adenocarcinoma.

Adenocarcinoma DIFUSO de Lauren:

o Possui uma tendência genética de


manifestações (não tem uma
sequência claramente definida de
lesões pré-malignas)
o O evento carcinogênico principal nos
carcinomas difusos do estômago é a
perda de expressão da E-Caderina,
uma proteína de superfície celular que
desempenha um papel crucial na
manutenção das conexões entre as
células e na organização dos tecidos
epiteliais.
o
o Mais comum em mulheres jovens, do
tipo sanguíneo A e com histórico
familiar FISIOPATOLOGIA:
o Caracteristicamente, é indiferenciado
– com presença de anel de sinete Alterações na mucosa que levarão ao câncer
(acúmulo de muco no citoplasma inicia-se com gastrite crônica, evoluindo
deslocando o núcleo para a periferia) então para atrofia, metaplasia intestinal,
o Tem tendencia precoce de metástases displasia, carcinoma precoce e metástase.
(linfática e peritoneais);
o Exposição a fatores endógenos e
o Pior prognostico;
exógenos

Gastrite crônica: a inflamação crônica da


mucosa do estômago, conhecida como
gastrite crônica. A gastrite crônica pode ser
causada por fatores como a infecção por
Helicobacter pylori (H. pylori), consumo
excessivo de álcool, tabagismo e outros
irritantes gástricos.

Atrofia: Com o tempo, a gastrite crônica


pode evoluir para atrofia gástrica, que é a
perda progressiva de células glandulares
normais no revestimento do estômago. A
atrofia gástrica está associada a uma
diminuição na produção de ácido gástrico e
enzimas digestivas.
Metaplasia intestinal: é uma mudança nas  O gene APC, conhecido por sua
células da mucosa gástrica, onde células que associação com a polipose
normalmente revestem o intestino delgado adenomatosa do cólon, também está
começam a aparecer no revestimento do envolvido em mais de 50% dos casos
estômago. Isso é considerado um estágio de câncer gástrico. Sua função como
pré-maligno, pois as células metaplásicas supressor tumoral é comprometida
podem ser mais propensas a se transformar quando mutado
em células cancerígenas.
As anormalidades genéticas relacionadas ao
Displasia: é um estágio em que as células câncer gástrico não estão ainda muito claras.
da mucosa gástrica passam por mudanças Alterações no gene supressor tumoral TP53,
anormais em sua forma e estrutura. É uma no APC (polipose adenomatosa do cólon), na
condição pré-cancerosa que pode evoluir linha germinativa da E-caderina (CDH1) são
para câncer se não for tratada. encontrados em muitos pacientes com
câncer gástrico.
Carcinoma precoce: é a fase inicial do O câncer gástrico familiar está fortemente
câncer gástrico, em que as células associado a mutações na linhagem
cancerígenas começam a crescer no germinativa de perda de função no gene
revestimento do estômago. Neste estágio, o supressor de tumor CDH1, que codifica a
câncer ainda não se espalhou para além da proteína de adesão celular, E-caderina.
camada superficial da mucosa.
Por conseguinte, a perda da E-caderina
Invasão e metástase: Se o carcinoma constitui uma etapa fundamental no
precoce não for tratado, ele pode progredir desenvolvimento do câncer gástrico difuso.
para invadir camadas mais profundas do As mutações do CDH1 também são comuns
estômago e se espalhar para órgãos no carcinoma lobular esporádico e familiar de
próximos (invasão) e, eventualmente, para mama, que, à semelhança do
órgãos distantes do corpo (metástase).
E-CADERINA, também conhecida como
cálcio-dependentes de aderência celular, é
uma proteína de superfície celular que
desempenha um papel crítico na adesão
entre as células e na manutenção da
organização dos tecidos epiteliais. Além de
sua função na adesão celular, a E-caderina
GENÉTICA
atua como um supressor tumoral,
desempenhando um papel importante na
Em relação às alterações genéticas
prevenção do desenvolvimento de cânceres,
associadas ao câncer gástrico:
incluindo o câncer gástrico.
 O gene supressor de tumor TP53 é
o ajuda as células a se ligarem umas às
frequentemente mutado nos tumores
humanos, incluindo o câncer gástrico. outras, formando conexões fortes
A mutação no gene TP53 pode levar à entre as células epiteliais no
perda da função, o que resulta em revestimento do estômago. Essas
problemas na replicação do DNA e na conexões são essenciais para manter
transformação maligna das células a integridade do tecido e a estrutura
(60% dos casos); normal do órgão.
o Quando a expressão da E-caderina é OBS
reduzida, as células perdem a
capacidade de aderir adequadamente
o Na ausência de sinalização Wnt, a
umas às outras, o que pode levar à
beta-catenina é marcada para
proliferação celular descontrolada.
degradação pelo complexo destruidor
Esse aumento na proliferação celular
da beta-catenina (ou complexo
e a perda da coesão entre as células
destruidor do axina, GSK-3β, APC, e
podem contribuir para a progressão de
outros componentes). Isso mantém os
metaplasia (mudanças anormais nas
níveis de beta-catenina baixos na
células) para adenocarcinoma (um tipo
célula.
comum de câncer gástrico).

o Quando ocorre a ativação da via de


sinalização Wnt, a beta-catenina
escapa da degradação e se acumula
no citoplasma. Em seguida, ela entra
no núcleo da célula, onde atua como
um coativador de fatores de
transcrição, regulando a expressão de
genes relacionados ao crescimento
celular, diferenciação e proliferação.

o Mutações que ativam essa via podem


levar ao acúmulo de beta-catenina no
núcleo celular, onde ela atua como um
coativador de fatores de transcrição,
o As E-caderinas estão ligadas à beta-
promovendo a expressão de genes
catenina por meio de interações
relacionados ao crescimento celular e
proteína-proteína. A porção
à proliferação.
intracelular da E-caderina pode se
ligar à beta-catenina.

o Essa associação é importante para a


formação de junções aderentes entre
células. Quando as E-caderinas se
ligam à beta-catenina, elas ancoram
as células umas às outras e,
indiretamente, à citoesqueleto celular,
fortalecendo a adesão entre as células Receptores do fator de crescimento
epiteliais. epidérmico humano (HER)

A sigla HER refere-se a "receptores do fator


o Além de seu papel na adesão celular, de crescimento epidérmico humano" (em
a beta-catenina também é um inglês, Human Epidermal Growth Factor
componente chave da via de Receptors). Estes receptores estão
sinalização Wnt. envolvidos em processos de crescimento e
diferenciação celular normais, mas também
têm sido implicados no desenvolvimento do
câncer, incluindo o câncer de estômago (ou Como é possível notar, trata-se de sinais
câncer gástrico). inespecíficos. Isso porque, eles tanto
podem ser sintomas do câncer de estômago
A associação entre os receptores da via HER (principalmente, quando não melhoram com
e o câncer de estômago é particularmente cuidados comuns),como de úlceras, gastrites
relevante devido ao papel que esses ou outras doenças benignas.
receptores desempenham na regulação do
crescimento celular. Em alguns casos de Vale destacar que existem outras
câncer gástrico, as células cancerígenas manifestações, mas são mais frequentes em
podem apresentar mutações ou estágios avançados da doença. É o caso da
amplificações nos genes que codificam para presença de:
os receptores da via HER. Isso pode levar a
uma maior expressão ou atividade desses  massa palpável na parte superior
receptores. do abdômen, que pode doer à
palpação;

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO  nódulos ao redor do umbigo;


ADENOCARCINOMA DE ESTÔMAGO  íngua na parte inferior esquerda do
pescoço.
 sensação de estômago sempre

cheio;
 perda de apetite e de peso sem
ANALISAR OS FATORES DE RISCO DO
causa aparente;
CA DE ESTÔMAGO E SUAS FORMAS DE
 náuseas e vômitos (com ou sem PREVENÇÃO
sangue) frequentes;
 presença de sangue nas fezes (que
ficam escurecidas, pastosas e com
odor muito forte);
 sensação de desconforto abdominal
persistente;
 sensação de fadiga constante.

O principal sintoma é o sangramento


digestivo alto crônico a esclarecer, com
melena (sangue digerido nas fezes) e
anemia.

O paciente pode apresentar ainda sintomas


dispépticos (indigestão), dor abdominal Dieta ocidental industrializada: podem
inespecífica, perda ponderal e náuseas. aumentar a inflamação e a irritação do
Também podem ocorrer sintomas obstrutivos revestimento do estômago, contribuindo para
pilóricos nos casos mais avançados: o desenvolvimento do câncer.
distensão epigástrica exclusiva e muitas
náuseas e vômitos.
Tabagismo: as substâncias químicas
presentes no tabaco podem danificar o Baixo nível socioeconômico: podem ter
revestimento do estômago, aumentando o maior exposição a fatores de risco como
risco de desenvolver câncer. dietas menos saudáveis, falta de acesso a
cuidados de saúde preventivos e maior
Tipo sanguíneo A: Estudos mostraram que probabilidade de viver em áreas com alta
pessoas com tipo sanguíneo A têm um risco incidência de H. pylori, contribuindo para um
ligeiramente aumentado de desenvolver aumento do risco de câncer gástrico.
câncer gástrico em comparação com outros
tipos sanguíneos. A razão exata para essa
associação não é totalmente compreendida e
ainda está sob investigação.

Metaplasia intestinal: é uma condição na


qual as células do estômago são substituídas Como estratégia preventiva, a suspensão do
por células semelhantes às encontradas no tabagismo e ingestão alcóolica excessiva é
intestino. Essa mudança nas células uma medida da maior importância.
aumenta o risco de desenvolver câncer
gástrico, especialmente se a metaplasia Outras medidas preventivas incluem a
progredir para displasia (alterações pré- ingestão de dietas ricas em frutas e vegetais
cancerosas nas células). e pobres em carnes vermelhas, alimentos
defumados, muito salgados e embutidos.
Gastrectomia parcial prévia: Indivíduos que
passaram por gastrectomia parcial (remoção CITAR OS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
parcial do estômago) devido a condições DO CA DE ESTÔMAGO,
como úlceras pépticas têm um risco CORRELACIONADO COM OS
aumentado de câncer gástrico em parte PROCESSOS METASTÁTICO (SÍTIOS) E
devido às alterações na anatomia do sistema DESENVOLVIMENTO/PROGRESSÃO DA
digestivo. DOENÇA

Polipose gástrica: A polipose gástrica Frente a um paciente como esse, o exame


refere-se à presença de pólipos sofrer de eleição é a ENDOSCOPIA DIGESTIVA
mutações no estômago e se transformar em ALTA, que permite visualizar a lesão,
câncer ao longo do tempo. observar sua Classificação Endoscópica de
Borrmann e realizar biópsia da lesão. O
H. pylori: esta bactéria pode causar exame encontrará uma lesão de
inflamação crônica no estômago, características malignas (ulcerada,
aumentando o risco de desenvolver câncer. vegetativa, infiltrativa etc.).

Gastrite atrófica: é uma inflamação crônica


do estômago que pode levar à perda
progressiva de células do estômago. Esta
condição está fortemente associada ao
câncer gástrico.

Doença de Menétrier: é uma condição rara


do estômago caracterizada por grandes
pregas no revestimento do estômago.
estágio avançado. O uso de contraste
possibilita a detecção de lesões menores
num estágio mais precoce.

Diagnóstico Clínico
A anamnese basear-se-á na busca de fatores
de risco para o câncer gástrico, nos sintomas
e tempo de aparecimento destes, assim
como mudanças ocorridas nos mesmos. Os
sintomas mais precoces são:
 plenitude pós-prandial
 anorexia;

São usualmente mal interpretados tanto


pelos doentes como pelos médicos, não
sendo investigados na maioria das vezes

ESTÁGIOS/ PROGRESSÃO DO CA DE
ESTÔMAGO

Estágio 0: As células tumorais estão


presentes no revestimento interno do
estômago, mas ainda não são infiltrativas. A
cirurgia é necessária para a cura, podendo
envolver a remoção parcial ou total do
estômago, além dos gânglios linfáticos
próximos.

Estágio I: O tumor é infiltrativo no


revestimento do estômago e pode ter se
espalhado para os nódulos linfáticos. Cirurgia
para remover parte ou todo o estômago,
juntamente com os gânglios linfáticos, é
realizada. Quimioterapia ou quimioterapia
com radioterapia pode ser usada antes ou
após a cirurgia.

Estágio II: O câncer se espalhou para


camadas mais profundas do estômago e
possivelmente para os gânglios linfáticos
Toda lesão gástrica deve ser biopsiada. O
próximos. A cirurgia ainda é o tratamento
tipo histológico mais comum é o
principal, frequentemente seguida por
adenocarcinoma gástrico, que pode ser
quimioterapia com ou sem radioterapia.
dividido, segundo a CLASSIFICAÇÃO DE
LAUREN, em INTESTINAL e DIFUSO.
Estágio III: O câncer pode estar em todas as
camadas do estômago ou atingir
Diagnóstico Radiológico
profundamente os gânglios linfáticos.
A radiologia convencional geralmente só
permite diagnosticar o câncer gástrico em
Quimioterapia pode ser realizada antes ou Qual exame deve ser solicitado para
após a cirurgia. estadiamento
no câncer gástrico?
Estágio IV: O câncer se espalhou para TC de tórax, de abdome e de pelve, +
órgãos distantes como fígado, pulmões ou ecoendoscopia
cérebro. O tratamento é mais desafiador e (se disponível).
pode envolver quimioterapia, radioterapia e
procedimentos cirúrgicos, embora o controle
completo seja mais difícil de alcançar.

ESTADIAMENTO

Para estadiar corretamente, deve-se realizar,


além de um exame físico completo e
minucioso, e do estudo endoscópico
diagnóstico com biópsia, a TOMOGRAFIA
DE TÓRAX, ABDOME E PELVE. O exame é Dela toda, há 2 dicas que você não pode
feito à procura de características da lesão esquecer:
local e invasões (T), linfonodos aumentados u Se houver metástases (M1), a doença é
(N) e metástases hepáticas/pulmonares ou necessariamente
peritoniais (M). estágio IV.
A ecoendoscopia também pode ser utilizada u Se houver linfonodos doentes (N+), a
e é considerada o exame mais acurado para doença é
avaliação do T e do N. Deve ser utilizada em necessariamente estágio III.
casos selecionados, ou sempre que
disponível. METÁSTASE

A disseminação por extensão direta através


da parede gástrica para órgãos adjacentes
afeta principalmente o baço, o pâncreas, as
vias biliares, o fígado e o colo transverso.
O duodeno está comprometido em 25% dos
casos distais. A disseminação para
linfonodos ocorre quando o tumor invade o
sistema linfático da parede gástrica.
Primeiramente atinge os linfonodos regionais
e, posteriormente, aqueles situados a
FLASHCARD distância, como nas regiões supraclavicular
esquerda (Virchow) e umbilical.
desse marcador. Em cânceres, as
Os locais mais comuns são: fígado (48%), células tumorais frequentemente
peritônio (32%), pulmão (15%) e osso (12%). produzem quantidades excessivas de
(Riihimäki M, 2016). CEA

CONHECER OS MARCADORES o é útil na detecção de recorrências


TUMORAIS CA DE ESTÔMAGO E SUA após o tratamento do câncer.
INFLUÊNCIA NO DIAGNÓSTICO Aumentos nos níveis de CEA podem
sugerir que o câncer está retornando.
Os marcadores tumorais são proteínas ou
outras substâncias produzidas tanto por o Níveis mais altos geralmente estão
células normais quanto por células associados a um prognóstico menos
cancerígenas, mas em quantidades favorável
maiores pelas células cancerígenas.

Eles podem ser encontrados no sangue, CA 19-9 (ANTÍGENO CARBOHIDRATADO


urina, fezes, tumores ou em outros tecidos 19-9):
ou fluídos corporais de alguns pacientes
com câncer. o O CA 19-9 é uma glicoproteína que
pode ser encontrada em quantidades
A alteração laboratorial mais precoce é o muito baixas no sangue de indivíduos
aumento significativo do: saudáveis. É produzido principalmente
pelas células epiteliais do trato
o nível sérico da gastrina correlacionado gastrointestinal;
com hipocloridria gástrica.
o No entanto, a elevação dos níveis de
o Níveis alterados do antígeno CA 19-9 não é exclusiva do câncer e
carcinoembriogênico (CEA) também pode ocorrer em doenças não
cancerosas, como pancreatite,
hepatite, doenças biliares e cirrose.
ANTÍGENO CARCINOEMBRIONÁRIO
(CEA): o Em cânceres, as células tumorais
podem produzir quantidades elevadas
o são uma proteína glicoproteica que é de CA 19-9, que é secretado para a
produzida naturalmente pelo corrente sanguínea.
organismo durante o desenvolvimento
fetal. Em adultos saudáveis, a o Após o diagnóstico de câncer, o CA
produção de CEA é muito baixa ou 19-9 é frequentemente usado para
indetectável em circunstâncias monitorar a resposta ao tratamento.
normais. Reduções nos níveis de CA 19-9
o o mecanismo exato pelo qual o CEA é podem indicar uma resposta positiva
produzido em células cancerígenas ao tratamento
não é totalmente compreendido, mas
é uma consequência da transformação
o O EGFR é uma proteína de superfície
celular que ocorre no câncer. As
celular que desempenha um papel
células cancerígenas podem secretar
importante na regulação do
CEA na corrente sanguínea, levando
crescimento celular.
ao aumento dos níveis sanguíneos
o Alterações no EGFR podem estar a um câncer subjacente. Estas síndromes
envolvidas no desenvolvimento de ocorrem devido à produção anormal de
alguns tipos de câncer gástrico. substâncias químicas pelo próprio tumor ou
Testes de EGFR podem ajudar na em resposta ao tumor pelo sistema
escolha de tratamentos direcionados imunológico do corpo.
específicos.
As síndromes paraneoplásicas podem afetar
HER2 (Receptor 2 do Fator de Crescimento diversos órgãos e sistemas do corpo, e os
Epidérmico Humano): sintomas variam amplamente dependendo do
• Quando funcionando normalmente, o HER2 tipo de câncer e das substâncias químicas
desempenha funções essenciais na regulação envolvidas. Algumas síndromes
do crescimento e na divisão celular. No paraneoplásicas são mais comuns em
entanto, em alguns casos de câncer gástrico determinados tipos de câncer.
(câncer de estômago) e outros tipos de câncer,
o HER2 pode estar superexpresso, o que Síndrome de Cushing: Caracterizada por
significa que há uma quantidade anormalmente hipercortisolismo, pode ocorrer em casos de
elevada dessa proteína na superfície das tumores produtores de ACTH (hormônio
células cancerosas. adrenocorticotrófico), geralmente associados
• A superexpressão do HER2 pode levar a uma a câncer pulmonar de pequenas células.
sinalização celular anormal, resultando em um
aumento descontrolado do crescimento e da Síndrome de Lambert-Eaton: Associada a
divisão celular, o que é uma característica do fraqueza muscular devido a anticorpos que
câncer. atacam as junções neuromusculares. É
frequentemente observada em pacientes
AFP (Alfa-fetoproteína): com câncer de pulmão de pequenas células.
• Papel: A AFP é um marcador tumoral que,
embora mais comumente associado ao câncer Síndrome de Hipercalcemia: Pode ocorrer
de fígado, também pode estar elevado em devido à produção de uma substância
alguns casos raros de câncer gástrico, como o semelhante ao hormônio da paratireoide pelo
carcinoma hepatóide. Pode ser útil na tumor, levando a níveis elevados de cálcio no
diferenciação de subtipos histológicos do sangue.
câncer gástrico.
Dermatomiosite e Polimiosite: Inflamação
O marcador gastrina-17 (G-17) muscular que pode estar associada a vários
• é uma substância presente no corpo humano tipos de câncer, incluindo câncer de pulmão,
que está relacionada à regulação da produção ovário e estômago.
de ácido no estômago. Relacionado ao tumor
gastrinoma Acantose Nígricans: Escurecimento e
espessamento da pele, frequentemente
associado a tumores internos, como câncer
de estômago ou câncer de pulmão.
DEFINIR SÍNDROME PARANEOPLÁSICA E
SUA CORRELAÇÃO COM A OBS: Em alguns tipos de cânceres
EPIDEMIOLOGIA gastrointestinais, como o adenocarcinoma
gástrico, os tumores podem produzir
A síndrome paraneoplásica é um conjunto de substâncias, como fatores de crescimento e
sinais e sintomas que NÃO são causados hormônios, que podem afetar a regulação
diretamente pelo crescimento do tumor ou dos níveis de insulina e IGF-1 no corpo.
pela invasão de tecidos, mas são associados
Essas substâncias podem contribuir para a
resistência à insulina e, consequentemente, Obesidade: A obesidade está associada a
para o desenvolvimento da AN. inflamação crônica e desequilíbrios
hormonais, promovendo a proliferação
celular descontrolada e aumentando o risco
Síndrome de Eaton-Lambert: Associada a de mutações genéticas.
fraqueza muscular, especialmente na
proximidade do tumor. ELUCIDAR AS FORMAS DE
TRATAMENTO DAS NEOPLASIAS
DESCREVER A INFLUÊNCIA DOS GÁSTRICA (INOVAÇÃO TERAPÊUTICA)
HÁBITOS DE VIDA NA GÊNESE DAS
NEOPLASIAS O tratamento padrão é a ressecção cirúrgica
do tumor em uma gastrectomia com
Tabagismo: introduz no corpo substâncias linfadenectomia a D2.
químicas tóxicas e carcinogênicas que,
quando inaladas, entram em contato com a A gastrectomia total ou subtotal?
mucosa do estômago. Essas substâncias A gastrectomia, a princípio, é TOTAL. Aplica-
podem causar danos ao DNA das células do se com segurança a todos os casos e é
estômago, levando a mutações genéticas e obrigatória nas lesões proximais ou com
ao desenvolvimento de tumores malignos. margem indefinível (como na linite plástica) e
tendência no tipo difuso de Lauren.
Consumo Excessivo de Álcool e Câncer Entretanto, lesões distais, sobretudo se bem
de Estômago: O álcool é metabolizado no diferenciadas, são passíveis de ressecção
fígado, gerando compostos tóxicos como o em uma gastrectomia SUBTOTAL.
acetaldeído, que pode afetar a mucosa do
estômago. O acetaldeído e outros produtos Na linfadenectomia D1, ressecamos todos os
metabólicos do álcool podem causar linfonodos perigástricos: pericárdicos direitos
inflamação crônica da mucosa gástrica, e esquerdos, pequena curvatura, grande
aumentando o risco de câncer de estômago. curvatura e supra e infrapilóricos.

Dieta Não Saudável e Câncer de Na linfadenectomia D2, além dos acima,


Estômago: uma dieta rica em alimentos ressecamos os linfonodos das cadeias
processados, gorduras saturadas e carnes vasculares próximas: artérias gástrica
vermelhas contribui para a inflamação e o esquerda, esplênica, hepática comum e
estresse oxidativo no corpo. A inflamação própria.
crônica e o estresse oxidativo podem causar
danos às células do estômago, aumentando A reconstrução após a gastrectomia
o risco de mutações genéticas e o oncológica é em Y de Roux. Na gastrectomia
desenvolvimento de câncer. total, temos uma anastomose esofagojejunal
e, na subtotal, uma anastomose
Nitritos, Nitratos e Nitrosaminas: Alimentos gastrojejunal.
industrializados, especialmente embutidos,
contêm nitritos e nitratos, que podem se
transformar em nitrosaminas no ambiente
ácido do estômago. As nitrosaminas são
carcinogênicas, causando danos ao DNA das
células e aumentando o risco de câncer de
estômago.
O paciente é candidato à quimioterapia
paliativa, sem intuito curativo. Se houver
sintomas decorrentes da presença do tumor
e o paciente tiver condições clínicas, ele
pode ser candidato a uma abordagem
cirúrgica.

Pode-se fazer gastrectomia higiênica para


ESTADIAMENTO PATOLÓGICO E reduzir sintomas de dor e sangramento, por
QUIMIOTERAPIA ADJUVANTE exemplo, ou gastroenteroanastomose para
O primeiro passo aqui é olhar o estadiamento se estabelecer trânsito em um tumor
fruto da análise anatomopatológica do obstrutivo.
estômago ressecado.
A quimioterapia adjuvante está indicada, em CÂNCER GÁSTRICO PRECOCE
geral, aos pacientes com T ≥ 3 e/ou N+. Se a E RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA
doença for metastática, por sua vez, estará
indicada a quimioterapia paliativa e não O câncer gástrico precoce é aquele cujo
adjuvante. crescimento está limitado à mucosa (T1a
carcinoma intramucoso) ou submucosa (T1b
DICA Quimioterapia adjuvante é aquela carcinoma submucoso) do estômago,
que é feita APÓS uma cirurgia. independentemente do acometimento
linfonodal presente ou ausente. Essa
QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE E definição.
ESTADIAMENTO CLÍNICO
DICA Quando se fala em câncer gástrico
A quimioterapia neoadjuvante é indicada em precoce, naturalmente se pensa em
casos de exceção. Diferentemente da ressecção endoscópica. Isso porque essa
adjuvante, esta é indicada baseada no mucosectomia endoscópica pode ser o
estadiamento clínico (as imagens feitas ao tratamento definitivo do paciente.
diagnóstico).
Entretanto, o câncer gástrico precoce pode
A indicação não é tão objetiva. Indica-se ou
quando há impressão de doença de grande não ter acometimento linfonodal
volume tumoral (T) ou grande acometimento microscópico associado. Assim, julgamos
linfonodal (N). que a ressecção endoscópica não é
adequada quando há risco de doença
Um pré-requisito para QT adjuvante é a linfonodal micrometastática.
realização de uma videolaparoscopia
diagnóstica antes, para garantir que não há CONTRA a ressecção endoscópica do
carcinomatose peritoneal. câncer gástrico precoce: doença atingindo
submucosa (T1b) ou mais profunda, tipo
São contraindicações à QT adjuvante: difuso de Lauren (indiferenciado/ anel de
tumores obstrutivos e/ou hemorrágicos. sinete), lesão primária ulcerada e tamanho
da lesão > 2 cm
DICA Quimioterapia neoadjuvante é aquela
que é feita ANTES de uma cirurgia.
UM PACIENTE COM DOENÇA AVANÇADA

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