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CLÍNICA
Vanessa Cristina
de Oliveira Lima
Estômago: úlcera
péptica e câncer
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O estômago é um órgão exposto a condições internas extremas por causa
da presença do suco gástrico, que é rico em ácido clorídrico. Além disso,
a mucosa gástrica é um dos primeiros tecidos do trato gastrintestinal a ter
contato com o alimento. Nestas condições, o estômago é mais propenso
a perigos químicos, físicos e biológicos que podem causar doenças,
mesmo com a presença do sistema de defesa contra agentes agressores.
Neste capítulo, você aprenderá sobre duas doenças de importante
impacto nutricional: a úlcera péptica e o câncer de estômago.
Úlcera péptica
A úlcera péptica é uma lesão profunda que afeta a mucosa gástrica. Ela ocorre
em áreas expostas ao ácido e à pepsina devido à quebra das barreiras de defesa,
como o muco. As lesões demoram para cicatrizar, pois tanto a exposição ao
conteúdo gástrico quanto o tempo de cicatrização são longos, e tornam a úlcera
péptica uma doença crônica e reincidente (GRAHAM, 2014).
80 Estômago: úlcera péptica e câncer
Câncer de estômago
O câncer de estômago (também conhecido como câncer gástrico) surge como-
péptica. Os tumores mais comuns são: adenocarcinoma, linfoma e leiomios-
sarcoma. O câncer de estômago afeta poucos jovens, e a maioria de seus casos
é encontrada em pessoas entre 55 e 80 anos, sendo duas vezes mais alta em
homens do que em mulheres (RUGGE; FASSAN; GRAHAM, 2015). Alguns
hábitos são considerados fatores de risco do câncer de estômago, por exemplo:
A úlcera péptica pode ser diagnosticada por meio de exames de imagem, achados
laboratoriais, sintomatologia e análise do histórico familiar (cerca de 30% dos portadores
de úlcera péptica têm um familiar de primeiro grau que também é portador dessa
doença). A confirmação diagnóstica também pode ser feita pela endoscopia digestiva
alta, que realiza a biópsia do tecido mucoso para confirmar a presença de H. pylori.
perda de peso;
ressecção parcial ou total do órgão;
cirurgia de Bypass;
redução da produção de ácido clorídrico;
sangramentos;
baixa ingestão alimentar.
A flora brasileira é um vasto campo para investigar novas moléculas com potencial
farmacológico. Embora um grande número de plantas seja conhecido, apenas uma
pequena porcentagem foi investigada fitoquimicamente, e apenas uma fração dessa
porcentagem foi aprovada para ser usada. O mesmo acontece com as plantas popu-
larmente medicinais. Temos poucas informações sobre a eficácia e segurança de seus
usos, mas sabemos que as infusões de algumas plantas são comuns no tratamento de
úlceras. Por exemplo, a Maytenus ilicifolia Mart (conhecida como “espinheira-santa”)
é popularmente usada no tratamento da úlcera péptica, mesmo sem a confirmação
de sua ação farmacológica. Outras plantas popularmente usadas para tratar úlceras e
problemas digestivos são Peumus boldus (conhecida como boldo) e Baccharis genis-
telloides (conhecida como carqueja). Embora essas duas plantas tenham compostos
químicos isolados (como flavonoides e antioxidantes), os benefícios desses chás não
foram cientificamente comprovados. A maioria das pesquisas sobre plantas medicinais
está limitada a testes em animais. Além disso, devemos ter cuidado ao usar tratamentos
alternativos para úlcera e outros sintomas digestivos, pois algumas plantas possuem
compostos que podem ser tóxicos.
Estômago: úlcera péptica e câncer 85
de 75% das suas necessidades por mais de 2 semanas. Se a terapia não tiver
efeito em 4 semanas, a alimentação pode ser ofertada via sonda nasogástrica
ou sonda nasoenteral. Depois desse período, sugerimos a alimentação por
meio da jejunostomia. Se o trato gastrintestinal do paciente não estiver em
funcionamento (ou o paciente desenvolveu síndrome de intestino curto após
a ressecção cirúrgica), recomendamos o uso do suporte parenteral(ROSANIA
et al., 2015).
Há três tipos de nutrição adotas por um paciente com câncer de estômago.
São elas:
https://goo.gl/83eByF
88 Estômago: úlcera péptica e câncer
Leituras recomendadas
CUPPARI, L. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar: nutrição clínica no adulto. 3.
ed. Barueri: Manole, 2013.
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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