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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA
Coordenadoria de Assistência Farmacêutica
Núcleo de Fitoterápicos

Farmacognosia de Plantas Medicinais:


Desenvolvimento de Técnicas de
Controle de Qualidade de Fitoterápicos

Profa. Dra. Mary Anne Medeiros Bandeira


CONTROLE DE QUALIDADE
UNIDADES FARMÁCIAS VIVAS

Projeto:
Farmacognosia de
Plantas Medicinais:
Desenvolvimento de
Técnicas de Controle
de Qualidade de
Fitoterápicos

 Apoio: BNB
Açafroa Alecrim-pimenta Aroeira-do-sertão
(Curcuma longa L.) (Lippia sidoides Cham.) (Myracrodruon urundeuva Allemão)

Alfavaca-cravo Babosa Capim santo


(Ocimum gratissimum L.) (Aloe vera (L.) BURM. F.) (Cymbopogon citratus Stapf.)
Chambá Colônia Cidreira
(Justicia pectoralis var.
stenoplylla Leon.)
(Alpinia zerumbet ) (Lippia alba (Mill.) N. E. Brown)

Confrei Eucalípto medicinal


(Symphytum offcinale L.) Cumaru (Amburana (Eucalyptus tereticornis
cearensis (Allemão)
A .C Smith) Labil)
Goiabeira vermelha Guaco Hortelã-japonesa
(Psidium guajava L. var. pomifera L.) (Mikania glomerata Spreng.) (Mentha arvenis L.)

Hortelã-rasteira Macela-da-terra Malva santa


(Mentha x villosa Huds) (Egletis viscosa( L.) Less.) (Plectranthus barbatus Andr.)
Malvariço Maracujá
(Plectranthus (Passiflora edulis Sims.) Mentrasto
amboinicus (Lour.) Spreng.) (Ageratum conizoides L.)

Quebra-pedra Torém
Pau D’Arco (Phyllanthus amarus Romã (Cecropia glaziovii
(Tabebuia avelanedae Lor.) Schum. Et Thorn.) (Punica granatum L.) Sneth)
Desenvolvimento de medicamentos
a partir de plantas medicinais
 Isolamento de Princípios Ativos (Fitofarmacos)
Ex: Digoxina, morfina, vimblastina, vincristina,
pilocarpina, atropina, rutina, hesperidina etc.

 Semi-sintéticos
Ex: Diogenina (Dioscorea sp)  Progesterona, cortisona
 Sintéticos (Modelo para Síntese)
Ex: Cocaína  xilocaína

 PlantaMedicinal e Fitoterápico
(“In Natura” = Complexo Fitoterápico)
Ex: Alecrim-pimenta (Tintura, Sabonete líquido)
Chambá (Xarope), Aroeira (Elixir, Creme)
Confrei (Pomada), Erva-cidreira (Cápsula)
DEFINIÇÕES
 Medicamento fitoterápico:
Medicamento farmacêutico obtido por processos
tecnologicamente adequados, empregando-se
exclusivamente matérias-primas vegetais, com a
finalidade profilática, curativa, paliativa ou para
fins de diagnóstico.

É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e


dos riscos de seu uso, assim como pela
reprodutibilidade e constância de sua qualidade.

Não se considera medicamento fitoterápico


aquele que, na sua composição, inclua
substâncias ativas isoladas, de qualquer origem,
nem as associações destas com extratos
vegetais.
Princípio ativo: substância ou grupo delas
quimicamente caracterizadas, cuja ação
farmacológica é conhecida e responsável, total
ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do
medicamento fitoterápico.

Droga vegetal: planta ou suas partes, após


processos de coleta, estabilização e secagem,
podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou
pulverizada.

Marcadores: componentes presentes na


matéria-prima vegetal, preferencialmente o
próprio princípio ativo, utilizados como
referência no controle de qualidade da
matéria-prima vegetal e dos medicamentos
fitoterápicos.
Matéria-prima vegetal: planta fresca, droga
vegetal ou seus derivados: extrato, tintura,
óleo, cera, suco e outros.

Adjuvante: substância fisiologicamente e


farmacologicamente inerte adicionada ao
medicamento com a finalidade de prevenir
alterações, corrigir e/ou melhorar as
características organolépticas,
biofarmacotécnicas e tecnológicas do
medicamento.
UNIDADES FARMÁCIAS VIVAS
CONTROLE DAS ETAPAS
PLANTA  FITOTERÁPICO  PACIENTE

 Certificação Botânica;
 Preparação da droga;
 Produção de Fitoterápicos;
 Boas Práticas de Fabricação;
 Dispensação de Fitoterápicos;
 Farmacovigilância de Fitoterápicos;
 Cadastro do Paciente.
Verificação da Qualidade
Droga e Fitoterápico
Tipos de Controle

Controle Botânico
 Análise Macroscópica- realizada com vista
desarmada / auxílio de lupa.
Caracteres organolépticos: cor, odor, sabor

 Análise Microscópica – realizada com


auxílio de microscópio (cortes histológicos).
Exame direto e/ou reações histoquímicas
CONTROLE BOTÂNICO: ANÁLISES
MACROSCÓPICA / MICROSCÓPICA DE
FOLHAS

Cidreira
(Lippia alba (Mill.) N. E. Brown)
CONTROLE BOTÂNICO: ANÁLISES
MACROSCÓPICA / MICROSCÓPICA DE ÓRGÃOS
SUBTERRÂNEOS

Gengibre officinale L.
CONTROLE BOTÂNICO: ANÁLISES
MACROSCÓPICA / MICROSCÓPICA DE PÓS
VEGETAIS MEDICINAIS

Canela
(Cinnamomum cassia L.)

 células secretoras, epidermes e fibras esclerenquimatosas;


Controle Físico-Químico
Fitoterápico
 Viscosidade;
 Densidade;
 Umidade
 Limpidez;
 pH;
 Volume Médio;
 Peso Médio;
 Caracteres organolépticos etc;

Importante: Reprodução das Técnicas


de Produção de Fitoterápicos.
Controle Químico
Conhecimentos Fundamentais

 Conhecimento das propriedades químicas dos


constituintes vegetais: alcalóides, taninos,
flavonóides, chalconas, cumarinas, saponinas,
digitálicos, antraquinônicos, essências, mucilagens,
gomas etc;

 Colheita  Teor de Princípio Ativo;

 Padronização dos marcadores químicos.


Controle Químico

Identificação de Princípios Ativos


(Marcadores Químicos)

• Reações Gerais e específicas;

• Cromatografia em Camada Delgada;

• Cromatografia de Alta Eficiência (CLAE);

• Cromatografia Gasosa (CG).


DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS
CROMATOGRÁFICAS UTILIZANDO O AMIDO DE
MILHO COMO ADSORVENTE

Amido de Milho Coluna cromatográfica

Placas preparativas Extração


Controle Químico

Dosagem de Princípios Ativos


(Marcadores Químicos)
 Gravimetria
(taninos, alcalóides etc);
 Volumetria
(cafeína, digitálicos etc);
 Espectrofotometria
(flavonóides, chalconas, taninos etc);
 Cromatografia de Alta Eficiência
(substâncias fixas);
 Cromatografia Gasosa
(óleos essenciais).
Controle Microbiológico

 Normas:

 Farmacopéias;
 Principais causas de contaminação:

 Preparação da droga

 (Métodos de dessecação,limpeza de telas, troca


de adubos);
 Práticas de produção de fitoterápicos;

 Acondicionamento e armazenamento;
Avaliação da qualidade de sabonetes a base de
aroeira-do-sertão comercializados em Fortaleza.
Uma marca apresentou pH 8.
As demais marcas,
apresentaram uma faixa de pH
entre 9 e 10, considerados
OH muito básicos.
5
OH
6 4

HO
5' HO H 1
3
6'
4' 7 2
H 8
H 2 ''
3' 1 '' OH
1' 7'' 3 ''
2' 9 8 ''
H 4''
5
OH
OH O O 9'
6 '' 6 4
5'' OH
1''' 5' 1
HO 3
6' 7
4' 2
HO 2 ''' 4 '''
2 ''
8
3 ''' 3' 1 ''
OH 1'
9 8 ''
7'' 3 ''
2'
9' 4''
OH O O 6 ''
1''' 5'' OH

HO 2 ''' 4 '''
3 '''
OH
OH

6
5

4
OH Urundeuvina B
5' 1
HO 3
6' 7
2 OH
4' H
2 '' 5
3'
8
1 ''
OH
1' 7'' 3 '' 6 4
2' 9 8 ''
H 4'' 5' 1
OH O O 9'
6 '' HO 3
6'
5'' OH 4' 7 2
1'''
8
H 2''
1''
HO 3' 1' 7'' 3 ''
HO 2 ''' 4 ''' 2' 9 8 ''
H 4''
3 ''' OH O O 9'
OH 6 ''

Urundeuvina A 1''' 5'' OH

Urundeuvina C HO 2 '''
3 '''
4 '''

OH
COMÉRCIO ILEGAL DE
FITOTERÁPICOS
 Nomes de Santos nos medicamentos

 Comércio de preparações caseiras


Considerações Finais
 Elaboração de Manual: Fitoterápicos padronizados
e técnicas de controle de qualidade (Farmacopéia
Cearense);
 Centrode Apoio: realização de Controle de
Qualidade dos fitoterápicos produzidos nas
Unidades Farmácias Vivas (LACEM, UFC,
NUFITO);
 Capacitação de Farmacêuticos;
 Apoio da Vigilância Sanitária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-TREASE – EVANS. Farmacognosia. 13ed. México: Interamericana
Mc Graw, 1991, p.377. 

2-COSTA, A F. Farmacognosia. Lisboa: Fundação Calouste


Gulbenkian, v.3, 1972. 

3-PARIS, r. r.; MOYSE, H. Matiére Medicale.(Collection de Précis de


Pharmacie) 2ed. França: Masson S.A, 1976, v. I – III.

4-OLIVEIRA, F., AKISSUE, G., Fundamentos de Farmacobotânica.


Ed. Atheneu, 1993.

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