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É uma doença com alta mortalidade. Porém hoje com o diagnóstico precoce, sua incidência vem
diminuindo. Por esse motivo é importante investigar os fatores de risco do paciente, para que possamos
suspeitar desse diagnóstico. Os fatores de risco são:
⇨ Hábitos e vícios
⇨ Má alimentação
⇨ Má higiene
● ANATOMIA DO ESTÔMAGO
Porém se o tumor está na região do antro, conseguiremos fazer uma cirurgia com grande
ressecabilidade deixando o segmento de fundo gástrico para que seja feita as anastomoses. Em um tumor
localizado no antro gástrico faremos uma gastrectomia com ressecção em 2/3 do estômago,
preservando o fundo gástrico. Porém em uma neoplasia em corpo ou fundo gástrico, faremos uma
gastrectomia total, além da esofagectomia distal (fundo gástrico). Quanto mais ressecarmos o órgão,
maiores as complicações que o paciente terá em uma cirurgia de grande porte.
● IRRIGAÇÃO DO ESTOMAGO
Feita pelas artérias gástricas esquerda e direita que são ramos do tronco celíaco. O tronco celíaco dá
esses 2 ramos, fazendo a irrigação da grande curvatura do estomago juntamente com os vasos curtos do
baço
● DRENAGEM DO ESTOMAGO
É feita pelos mesmos vasos: artérias gástricas esquerda e direita. A drenagem é feita pelo sistema
portal. O sistema porta é composto pela: Veia mesentérica superior + Veia mesentérica inferior + Veia
esplênica. A drenagem termina no fígado.
● Carcinoma 95%
● Sarcoma 1%
O adenocarcinoma gástrico corresponde a 95% de todas as neoplasias malignas do estômago
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● INCIDÊNCIA
● Picos nos 70 anos em ambos os sexos: Hoje os pacientes acabam tendo carcinoma gástrico em
sua maior parte em idade avançada, pelo fato de terem melhorado sua qualidade de vida
● Proporção de homem para mulher 2:1
● Idosos 3:1
● ETIOLOGIA
Uma variedade de fatores etiológicos, como ambientais, hereditários e dietéticos, tem sido investigada,
mas nenhum fator isolado comprovou o seu desenvolvimento. Essa doença é multifatorial, desse modo é
necessário orientarmos o paciente sobre esses fatores etiológicos.
● Ambientais
Reconhecidamente maior na população de situação socioeconomica mais baixa que os demais
grupos. Em lugares muito remotos, como no sertão, ainda existem pessoas que não tem como conservar
seus alimentos e consequentemente isso aumenta a chance do paciente desenvolver a doença. Uma
vez que esses alimentos serão mais putrefeitos, já que acabam sendo mantidos defumando em locais
inadequados, sem temperatura adequada, sem a correta assepsia.
● Genéticos
− Grupo sanguíneo A
✔ 8% dos canceres gástricos são hereditários, do tipo DIFUSO. Relacionado a mutação do gene da
síntese de E-caderina – CDH1. É de herança autossomica dominante, com mutação em 25 a 50%
dos casos;
▪ Carreadores da mutação – realizar gastrectomia total profilática entre 20 e 40 anos e
endoscopia anual antes dos 20 anos.
● Dietéticos
Ingestão de amido, vegetais em conserva, peixe salgado, alimentos muito quentes, ricos em
nitrosamina (alimentos condimentados: mortadela, salame), tabagismo.
− Adenoma gástrico:
São os polipos gástricos: adenomas tubulares e vilosos. Quanto maiores os polipos, maiores as chances
do paciente ter uma degeneração e desenvolver um adenocarcinoma.
Quando o paciente faz uma endoscopia, esse pólipo deve ser ressecado e mandado para o
anatomopatológico. É sabido que, pólipos maiores do que 2 cm, em 25% dos casos tem focos neoplasicos
podendo sofrer degeneração.
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− Hipocloridria ou acloridria com anemia perniciosa (falta de vitamina)
− Infecção por Helicobacter pylori: cedas que expressam o gene cag A 🡪 Se na endoscopia constar
H.pylori, é obrigatório tratar esse paciente.
− Indicações absolutas para tratamento contra H.Pylori:
✔ Paciente com antecedentes familiares ou pessoais de doença neoplásica;
✔ Pacientes com anemia;
✔ Pacientes com gastrite crônica confirmada por anatomopatológico;
● PATOLOGIA
95 % dos adenocarcinomas, se desenvolvem a partir das células mucosas do estômago (células que
produzem muco)
Revisão recentemente publicada pelo colégio americano de cirurgiões:
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⇨ Porção antral 26%: Região mais comum de desenvolvimento de adenocardinoma;
A cirurgia mais feita é a gastrectomia em 2/3 do estomago, com linfadenectomia e ressecção dos
ganglios linfáticos de tronco celíaco, do hilo hepático e peripancreáticos para tentar aumentar a chance de
cura do paciente
⇨ Corpo gástrico 14%
⇨ Difuso 10%
● CLASSIFICAÇÃO
● ANATOMIA PATOLÓGICA
CLASSIFICAÇÃO DA SOCIEDADE JAPONESA DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA - LAUREN:
Um tumor nunca se inicia da parede externa indo pra luz
Ele sempre começa no interior da parede, e vai crescendo até que chega a invadí-la externamente
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III – Ulcerado infiltrativo
IV - Infiltrativo
OBS: As camadas do estômago são mucosa, muscular da mucosa, submucosa, muscular própria do órgão e
serosa.
● PROFUNDIDADE DA PENETRAÇÃO
Quanto maior a profundidade de invasão, pior o prognóstico. Sendo assim, maiores são as chances
de ter comprometimento de gânglios perigástricos ou tumores a distância e disseminação
hematogênica do próprio tumor.
CARCINOMA
AVANÇADO
BORRMANN (1926)
Carcinoma
avançado, são tumores
que já ultrapassaram a
submucosa, invadindo a
muscular própria do
órgão. Também é uma
Tumor in situ é aquele que está - Carcinoma em Tis: É o carcinoma mais precoce, é in situ (não tem
localizado somente na mucosa, não invasão de ganglios linfáticos). Sua chance de cura chega até 98%;
ultrapassando a muscular da mucosa. Já - Carcinoma em T1: Já invadiu a mucosa, ultrapassando os limites da
muscular da mucosa, atingindo a submucosa. Sendo assim, 50% desses
carcinoma precoce já invadiu a muscular
pacientes já tem ganglios comprometidos (em azul na foto), tendo chance
da mucosa, mas não ultrapassou os de cura menor do que o carcinoma in situ;
limites da submucosa. Porém a partir do - Carcinoma em T2: Tumor que invadiu a mucosa, submucosa e muscular
momento em que o tumor invade a própria do órgão;
muscular própria, é considerado - Carcinoma em T3: Tumor que já alcançou a camada serosa, porém não
avançado. Ou seja, quanto menor o T, ultrapassou seus limites. Ou seja, o tumor ainda está localizado no próprio
órgão;
melhor o prognóstico do paciente
- Carcinoma em T4:Tumor já invadiu os limites do próprio órgão. Tem o
pior prognóstico.
Quanto mais alto o T, maiores as chances do paciente possuir linfonodos comprometidos (n) e
metástases (m).
● DISSEMINAÇÃO
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● Contiguidade e continuidade: Contiguidade é quando um tumor invade um órgão próximo a ele. Ex:
Tumor no estômago invadiu o pâncreas ou a vesícula. Continuidade: Um tumor de estômago invade por
continuidade o duodeno ou quando um tumor de fundo do estomago invade o esofago diminuindo a
ressecabilidade da lesão.
● Vasos linfáticos e Hematogênica: pelo sangue, as principais metástases do estomago são para
pulmão ou fígado
● Disseminação peritoneal: É a pior, ocorre quando há invasão do tumor no próprio peritoneo
● ESTADIAMENTO
Após o resultado do anatomopatológico, devemos fazer uma estratégia para aumentar a taxa de cura do
paciente. Isso é chamado de estadiamento.
O estagiamento é um pré-requisito para o tratamento e determinação cirúrgica, além da seleção do
procedimento cirúrgico.
● T – Profundidade de penetração do tumor através da parede gástrica OBS: paciente com neoplasia de
estomago, única chance de cura
● N – Extensão do desenvolvimento de linfonodos regionais é pelo tratamento cirúrgico.
● M – Metástase a distância: Ocorrem principalmente em fíago e pulmão
● T3: tumor presente através da serosa, porém sem invação de estruturas contíguas.
● N1: envolvimento de linfonodos perigástricos até 3cm do tumor primário ao longo da pequena e grande
curvatura.
● N2: envolvimento de linfonodos além de 3cm do tumor primário, os quais são removíveis
cirurgicamente, incluindo os linfonodos localiados ao longo das artérias gástrica esuqerda, esplênica,
tronco celíaco e artéria hepática comum.
● N3: envolvimento de outros linfonodos abdominais,
que não são removívies cirurgicamente, como os
O quadro clínico em fase inicial é assintomático, e as manifestações clínicas são dependentes da:
-Localização -Disseminação -Sangramento
-Tamanho -Presença ou ausencia de ulceração -Idade
-Extensão -Estenose ou obstrução -Outras condições do paciente
Ou seja, quando os sintomas aparecem é sinal de que a doença se encontra avançada.
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● SINTOMAS: Não existe sinal patognomonico da doença, eles são inespecificos
-Dor epigástrica -Fadiga Na suspeita clínica, o paciente
-Perda de peso, de apetite -Anemia (que não melhora mesmo deve ser investigado sobre hábitos e
-Plenitude gástrica com o tratamento) vícios desregrados, fatores de risco,
-Náuseas e vômitos -Hemorragia digestiva (paciente tem história familiar de adenocarcinoma
-Massa abdominal melena, hematemese) gástrico.
- Dor abdominal
● EXAME FÍSICO:
− Massa abdominal
✔ Tumor de Krukenberg: Tumor do aparelho digestivo que pode comprometer a região ovariana. Sua
localização mais comum é no estomago, dando metástase para o ovário
✔ Prateleira de Blumer: Paciente que tem pelve congelada, e ao toque retal ou vaginal, o médico sente
uma massa endurecida na região retal.
● DIAGNÓSTICO
O exame definitivo deve ser confirmado pelo anatomopatológico
● SEED: Radiografia contrastada do esofago. Hoje não é muito utilizado porque a endoscopia é a
melhor
● Endoscopia: E o melhor exame porque além de visualizar a lesão, faz a biópsia dela
É uma lesão friável, de fundo sujo, irregular, Úlcera de pregas convergentes, de fundo limpo.
sangrante ao toque do aparelho. Tem aspecto Tem aspecto benigo (A maioria das úlceras
maligno pépticas são benignas)
● TRATAMENTO
O tratamento na verdade, deve ser multidisciplinar. Só de falar a palavra câncer, acaba assustando o
paciente e para ele colaborar com o tratamento ele deve ter saúde mental e apoio da família.
► Cirúrgico: Oferece a única chance de cura 🡪 Gastrectomia + Linfadectomia D2
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▪ Tumores dos terços proximal e médio: gastrectomia total.
- R2: Ressecou a lesão, porém a margem cirúrgica macroscopicamente esta comprometida 🡪 A cirurgia
nesses casos é feita somente para citorredução e melhorar a qualidade de vida do paciente (é paliativa,
não para cura).
Essas são as cadeias ganglionares que
devemos ressecar:
-Tronco celíaco
-Peripancreático
-Hilo hepático (proximo a vesícula)
Devemos saber que as cirurgias mais feitas
em adenocarcinoma gástrico é a:
-Gastrectomia 2/3
-Cirurgia de ressecção dos ganglios linfáticos
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Y em Roux: Cirurgia na qual faremos
uma ressecção da lesão (imagem em
azul), fechando o duodeno.
Posteriomente é feita uma transecção
daquele segmento (letra C), ficando com
duas alças intestinais
A alça intestinal C, será destinada a levar
Na cirurgia é importante a preservação de
o alimento.
estrututuras como tronco celíaco, veia porta,
Na Não
colédoco. segunda
podemosimagem, vemos
lesar essas uma
estrtuturas
flexa,
vitais para indicando a descida
o paciente. Porém do ealimento
os ganglios tecidos
(De a para
desvitelizados c), entrando
deverão em contato com
ser resseccionados.
uma alça intestinal. A secreção bile
pancreática vem pela alça B até D. Nesse