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obesidade – refluxo – câncer gástrico.

Principal
Câncer Gástrico causa de cirurgia gástrica.

○ Existem outras causas como: úlcera perfurada


É um tipo de câncer muito comum em países – lesão que atingiu todas as camadas histológicas
subdesenvolvidos, por conta de fatores daquele estômago.
importantes como: má higienização dos alimentos
(H. pylori) – câncer de estômago relacionado a Hemorragia de difícil controle, as vezes é mais
infecção, baixa educação e saúde da população, fácil retirar a porção que está com aquela ulcera.
infecção relacionada práticas de educação e Neoplasia (tumores), a primeira linha de
saúde inadequadas tratamento de um câncer é a cirurgia.
Fatores de risco – Principais causas Curiosidade: Margem cirúrgica é a não retirada
○ Presença do H. pylori não tratado é uma das somente do tumor e sim de uma área maior. É
causas de câncer, estabelecida uma margem por segurança para
○ Consumo alcóolico, evitar que células cancerígenas estejam fora do
○ Embutidos e defumados – os embutidos tumor e que permaneçam no órgão, podendo se
aumentam o risco de câncer gástrico pois contem proliferar e formar outro tumor. A depender do
nitrito e nitrato conservantes que conferem cor tamanho do tumor essa margem se estende por
avermelhada aos produtos, em contato com o todo o estomago.
suco gástrico formam a substância nitrosamina Alimentos protetores
que tem a propriedade carcinogênica (provocar a Os vegetais frescos são protetores em relação ao
lesão gástrica). O consumo frequente desses câncer gástrico porque são ricos em compostos
alimentos provoca a irritação e lesão da mucosa bioativos, no ponto de vista nutricional não
gástrica levando inicialmente a uma gastrite e se fornecem calorias, mas vão regular processos
esse estimulo (comportamento) não for metabólicos.
modificado pode levar a carcinogênese. Para Substâncias antioxidantes como os fenóis,
reduzir a ocorrência de câncer gástrico é polifenóis e protonas, alimentos com polifenóis e
necessário reduzir o consumo diário desses fenóis inibem a inflamação e a formação de tumor.
alimentos, outra forma de evitar essa conversão A vitamina C também é importante, encontrada
do nitrito e nitrato em nitrosamina é combinar o nos vegetais frescos, justamente para inibir a
consumo desse alimento com a vitamina C em conversão em nitrosamina. Existem outros vários
quantidade significativa que inibe essa conversão. compostos anti-inflamatórios em alimentos
Além disso deve-se aumentar o consumo de frescos como a quersitina encontrada na maçã, a
vegetais que são protetores. Esses fatores nos vitamina E e a curcumina encontrada na cúrcuma.
permitem reduzir pela dieta a disposição ao fator Esses compostos bioativos vão suprimir a reação
lesivo. inflamatória. Os isotiocianatos bloqueiam efeitos
○ Radiação ionizante – ocupacional (radiologia) carcinogênicos de diferentes substâncias
○ Amianto - extremamente carcinogênico, era promotoras do câncer, são encontrados nos
muito utilizado em laboratório e para fabricação de vegetais crucíferos - vegetais folhosos verde
telhas e reservatórios de água (tanques), seu uso escuros, couve-flor, brócolis, couve, rúcula.
em laboratório está proibido. Gastrectomia parcial Billroth I – Anastomose
○ Outro fator de risco importante é a obesidade, com duodeno
principalmente para o câncer na altura da cárdia, A porção do estômago que foi resseccionada e o
região que naturalmente não possui tanto suco estomago residual será anastomisado (costurado)
gástrico, mas pode entrar em contato frequente diretamente com o duodeno, o transito
com o HCl, visto que a obesidade é fator de risco gastrointestinal é mantido (estomago, duodeno,
para o refluxo, esse contato pode estar jejuno e íleo), não tem repercussões mais graves
relacionado com a carcinogênese. Relação: por isso e pela existência de um residual do
estomago. O paciente vai ter saciedade precoce,

Adrielle Cristina Silva de Sales – Nutrição – 5º Semestre.


não vai suportar grandes volumes de dieta, se Perda total do estomago, redução de toda
suportar pode ter vômito. capacidade gástrica. Repuxam o jejuno para cima,
O SNP controla a função gástrica (nervo vago), é algumas vezes eles fazem um pequeno
necessário saber se o paciente fez a vagotomia – reservatório – novo estômago (500ml), o duodeno
retirada do nervo vago, se o nervo vago foi é preservado, mas sai da rota da absorção de
preservado ainda resta um controle nervoso sobre nutrientes, o jejuno é repuxado e ligado
aquele órgão, mas se houve a retirada, toda a diretamente ao esôfago, é feito uma
motilidade gástrica acaba prejudicada. O esofagojejunostomia. O indivíduo não possui mais
esvaziamento gástrico pode ser mais rápido ou capacidade de armazenamento, o alimento vai
mais lento, saciedade precoce (conteúdo gástrico passar, ser digerido, absorvido, mas não
permanece lá por mais tempo), gastroparesia – armazenado. Complicações – alteração no RI que
motilidade prejudicada. será acelerado, risco grande de diarreia pois o
transito intestinal foi reduzido. Formação de letra
Y, por isso é chamado de gastrectomia total com
reconstituição de Y de Roux.

Gastrectomia parcial Billroth II –


Gastrojejunoanastomose
É a ligação do estômago residual ao jejuno, o
duodeno vai servir apenas como uma alça para
condução do suco pancreático e bile – que são
O que oferecer?
lançados fisiologicamente no duodeno, não vai
Começar a realimentar o paciente com dieta 0 de
passar nutriente no duodeno.
3 a 5 dias, nada via oral, quanto menor esse jejum
Consequências:
melhor para o paciente. A reintrodução dos
○ Redução da absorção de nutrientes no duodeno,
alimentos no pós-cirúrgico deve ser sempre
micronutrientes como ferro, zinco, cálcio que são
discutida com o cirurgião, ele que dá o veredito na
absorvidos na primeira porção do duodeno.
hora da reintrodução. Começar a reintrodução
○ Redução da liberação do suco gástrico.
pela dieta líquida e vai evoluindo (liquida restrita,
○ Redução da capacidade na digestão de
liquida completa, semilíquida, pastosa...), essa
proteínas.
evolução é tanto da consistência da dieta quanto
do volume, nesse início o fracionamento é bem
aumentado (8 a 10 copinhos de cafezinho, de suco
ou água de coco), a medida que vai evoluindo a
dieta o fracionamento vai voltando ao normal ou
não pois depende muito da tolerância do paciente.
O que oferecer no início: Água, chás claros e
caldos (água de cocção dos vegetais) – liquida
restrita. Começar com 50 ml, aumentando volume
conforme o tolerado. A dieta deve ser bem
fracionada e à temperatura ambiente.
Sempre observar a tolerância do paciente, se teve
Gastrectomia total com reconstrução em Y de
diarreia, distensão abdominal, vômitos, síndrome
Roux
de dumping.
Adrielle Cristina Silva de Sales – Nutrição – 5º Semestre.
Pessoas que tem o pequeno reservatório (novo A chegada de grande quantidade de alimento ao
estômago) facilita um pouco mais, reservatório jejuno vai deixar o conteúdo intestinal hipertônico,
este que consegue ser adaptado e aumenta de uma solução muito concentrada em nutriente, com
tamanho, vai mimetizando, mas não será igual ao isso é observado uma entrada rápida do conteúdo
estômago real. do plasma no liquido extracelular. Osmose – 2
Principais consequências: soluções separadas por uma membrana
Quanto mais modificado mais grave, mais semipermeável, uma solução está bem
impactante para quem tem a ressecção total. concentrada e a outra está pouco concentrada, o
○ Redução da capacidade estomacal – reserva foi líquido tende a sair de onde está mais fluido em
retirada, não tem mais como reservar alimento. direção a onde está mais concentrado. O intestino
○ Aceleração da evacuação – modificação da está cheio de nutriente que entrou de vez, vai sair
peristalse, do suco e enzimas – por isso começa a líquido do plasma (sangue) em direção ao
dieta liquida restrita porque não tem resíduo e com intestino para tentar igualar as concentrações do
liquido é mais fácil o controle da digestibilidade, conteúdo intestinal e do sangue (osmolaridade
pouca quantidade de nutrientes. semelhante). Ao retirar água da corrente
○ Diarreia - Mesmo com muito tempo de cirurgia sanguínea o volume de sangue vai diminuir, o
se o indivíduo ingerir volumes elevados irá indivíduo não vai conseguir oxigenar bem o
apresentar. cérebro, os nutrientes não vão chegar
○ Redução da capacidade de secreção de ácido adequadamente às células e para garantir que os
clorídrico – perda de células parietais e distais do eles cheguem às células o coração vai começar a
estômago. realizar taquicardia, por conta da redução do
○ Perda de função e nivelamento de volume de líquido sanguíneo. Possuímos uma
concentrações e temperatura – realizada pelo resposta simpática de adrenalina.
estomago que nivela a temperatura para que seja Paciente tem tendência a apresentar diarreia (3 ou
melhor para todas as enzimas – possuem mais dejeções liquidas ou semilíquidas) por conta
temperatura ótima de funcionamento. da grande quantidade de água, vai reabsorver um
○ Perda da função do antro. pouco.
○ Síndrome de Dumping. Estágio II – ocorre entre 20 minutos a 1 hora após
Síndrome de Dumping a refeição, isso se deve ao aumento da má
É Conjunto de sinais e sintomas que acontecem absorção dos carboidratos. O carboidrato ingerido
no paciente pós-gastrectomia, devido a não será digerido totalmente, mas as bactérias
alimentação. intestinais vão fermentá-lo causando distensão
Estágio I - estágio mais imediato ocorre de 10 a 15 abdominal, produção de flatulências, diarreia,
minutos após a ingestão alimentar, vai ocorrer febre. Produção de ácido na fermentação, o que
devido a resposta fisiológica a presença de deixa as fezes com característica ácida. Esse
alimento no jejuno (antes não chegava alimento no estágio é causado pela grande quantidade de
jejuno e sim nutriente), essa chegada de alimento nutriente, volume, soluções muito concentradas e
ao jejuno gera uma sensação de plenitude especialmente carboidratos fermentáveis.
abdominal, distensão abdominal, náuseas, cólica,
Estágio III – hipoglicemia alimentar, 1 a 2 horas
diarreia, tontura, fraqueza, pulsação acelerada e
após a refeição. o carboidrato fermentado
sudorese fria. O paciente é orientado para
(pequenininho), dissacarídeo que estava no
identificar a sintomatologia de dumping. Depende
alimento vai ser digerido e absorvido, outra parte
do volume, da consistência e da composição
vai para o intestino grosso ser fermentada. A parte
nutricional, o paciente precisa ser muito bem
desse carboidrato que vai ser digerido e absorvido
esclarecido e orientado antes da cirurgia sobre o
causará uma hiperglicemia (pico glicêmico),
que deve e não deve consumir principalmente no
quando a glicemia aumenta muito libera-se
pós-cirúrgico imediato.
insulina na mesma proporção, com liberação de
muita insulina a glicemia vai cair gerando uma
Adrielle Cristina Silva de Sales – Nutrição – 5º Semestre.
hiperglicemia de rebote - ele absorve aquela Alteração gritante da flora bacteriana intestinal,
glicemia muito rapidamente, causa um pico pela alteração do pH, o quimo ácido é um
glicêmico, um pico insulinêmico e a hipoglicemia regulador importante das bactérias que proliferam
de rebote. Sintomas são sudorese, náuseas, o intestino. Mas o quimo não está tão ácido e vai
tremor e etc. começar a proliferar outras bactérias que antes
Conduta nutricional não proliferava, isso vai fazer com que algumas
○ Medidas comportamentais como o repouso após bactérias diferentes colonizem o intestino,
a refeição, para garantir repouso gástrico. inclusive bactérias que desconjugam sais biliares
○ Proteínas e gorduras são melhor toleradas do fazendo com que os sais biliares não consigam
que carboidratos, pois tem menor velocidade de emulsificar as gorduras, se não emulsifica não
ação e absorção, reduzem o trânsito digere.
gastrointestinal. Anemia por sangramentos e/ou pela má absorção
○ Carboidratos complexos possui hidrólise mais do ferro porque deixa de produzir HCl e o ferro
lenta do que os simples. precisa do ambiente ácido para ser absorvido,
○ Os líquidos devem ficar entre as refeições e não também pode estar relacionada a saída do
junto às refeições, eles aumentam a velocidade do duodeno do trânsito visto que o ferro não passa
esvaziamento gástrico. mais pelo duodeno seu local de absorção.
○ Usar fibras solúveis para lentificar a ação dos Ocitomalácia perda da densidade óssea pois o
carboidratos. duodeno é o principal local de absorção de cálcio,
○ Geralmente oferta-se uma dieta hipercalórica e além disso o cálcio também precisa de um
hiperproteica, não no pós-operatório imediato pois ambiente ácido para ser bem absorvido.
estará em dieta liquida. Prescreve-se muito wey Ainda pode ter a deficiência de B12 que causa a
protein hidrolisado, melhor do que ofertar anemia megaloblástica, devido à ausência do fator
proteínas grandes que demoram muito a serem intrínseco produzido no estomago.
digeridas garantindo melhor aproveitamento. A proliferação bacteriana pode competir com o
○ Dieta normoglicídica (redução dos carboidratos organismo para absorção de B12, precisa
simples – evitar lactose e sacarose) e algumas vezes suplementar B12 por via
normolipídica intramuscular, pela falta de fator intrínseco.
○ Volume reduzido Paciente tem tendência a perder peso e ter má
○ Fracionamento normal a aumentado absorção.
Má absorção
Má absorção generalizada (mais grave para
pacientes que perderam todo o estômago).
Dos macronutrientes o paciente terá uma má
absorção importante das gorduras por conta da
redução da secretina e CCK (produzidas e
liberadas pelo duodeno estimulado pela presença
do alimento) por conta da modificação do trânsito
intestinal, isso pode levar a menor liberação de
suco pancreático e bile, consequentemente esse
paciente pode sofrer esteatorréia – perda de
gordura nas fezes.
Pode ter uma assincronia entre o esvaziamento
gástrico e a liberação dos sais biliares, existe uma
demora para a liberação da bile, isso também
prejudica a digestão das gorduras e
consequentemente leva a esteatorréia.

Adrielle Cristina Silva de Sales – Nutrição – 5º Semestre.

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