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CAP.

9 – AMÉRICA PORTUGUESA:
COLONIZAÇÃO – parte 4
Prof. PEDRÉ VERAS
História

7º ano
A ECONOMIA
COLONIAL
Para dar início à exploração da América portuguesa, o rei de Portugal escolheu o açúcar
de cana.
Havia três boas razões para essa escolha:

a) o solo, o clima do litoral nordestino e a


existência floresta para obtenção de
madeira (lenha) favoreciam o cultivo
ede o
beneficiamento da cana;

b) os portugueses já tinham produzido


açúcar
nas ilhas da Madeira e Cabo Verde;

c) o açúcar alcançava bons preços na Europa,


gerando recursos para a monarquia portuguesa.
A ECONOMIA
COLONIAL
 Inicialmente, os capitais investidos nos primeiros engenhos
foram emprestados por holandeses, italianos e portugueses.

 Mas algum tempo depois os senhores de engenho já


produziam açúcar com capitais próprios.

 Quanto à mão de obra, a monarquia portuguesa autorizou o


governo-geral a promover “guerras justas” contra os
indígenas a fim de escravizá-los.

 Isso explica por que os três primeiros governadores- gerais


fizeram guerras aos nativos, destruíram aldeias e obtiveram O desenho é uma das raras
terras e escravos para os engenhos. imagens de resistência indígena ao
avanço dos colonizadores. A cena
 Basta ver que, em 1572, no engenho Sergipe do Conde, um buscou representar os Kaingang
dos maiores da Bahia, mais de 90% dos trabalhadores eram resistindo à ocupação de suas terras
indígenas. onde é hoje o Paraná. Conquista
dos campos de Guarapuava,
atribuída a Joaquim José de Miranda,
século XVIII.
CHEGAM OS
AFRICANOS
Na passagem do século XVI para o XVII, no Nordeste, os senhores de engenho começaram a comprar
africanos para substituir os indígenas no trabalho.

E o fizeram pelas seguintes razões:

a) a falta de indígenas nas áreas açucareiras por


fuga ou morte devido a doenças e maus-tratos;

b) os interesses envolvendo o tráfico de africanos


pelo Atlântico;

c) a experiência dos africanos na produção de açúcar nas


plantações portuguesas das ilhas de Cabo Verde e Rapaz angolano e
Madeira. moça moçambicana
em atuais. fotografias
Muitos africanos trazidos para o Brasil nos séculos indivíduos Ambos
XVI e XVII eram bantos, povos agricultores e pastores
com grande domínio da metalurgia do ferro. pertencem a povos
bantos.
O
 Nos tempos coloniais, o ENGENHO
era
açúcar
produzido em engenhos.
 Inicialmente, engenho era o nome que se dava
ao equipamento usado na fabricação do açúcar.

 Com o tempo, passou a significar um conjunto


que incluía as matas, o canavial, a casa de
engenho (onde se produzia o

açúcar), a roça (onde se plantavam os


alimentos), a casa-grande (habitação do
senhor do engenho), a senzala (moradia dos
escravos), a capela (onde se realizavam
batizados, missas etc.) e a moradia dos
trabalhadores livres.
O
ENGENHO
 O TRABALHO NO ENGENHO
O
ENGENHO
AMÉRICA PORTUGUESA: UM GRANDE
CANAVIAL?
 Durante muito tempo, a
portuguesa foi descrita América
livros de
História como um grande canavial
nos escravista
voltado exclusivamente para a venda de açúcar
à Europa.

 Segundo essa visão, a economia colonial não


tinha uma dinâmica própria, pois dependia das
vendas para o exterior.

 Estudos recentes, no entanto, provaram que a


economia colonial era diversificada e tinha
dinâmica própria, como veremos a seguir.
AMÉRICA PORTUGUESA: UM GRANDE
CANAVIAL?
 AGRICULTURA DIVERSIFICADA

No Brasil colonial, além do açúcar, eram produzidos muitos outros gêneros, como fumo, algodão, cacau,
castanha-do-pará, guaraná, couro e alimentos como mandioca, feijão, milho, frutas e legumes.
AMÉRICA PORTUGUESA: UM GRANDE
CANAVIAL?
 O fumo ou tabaco, planta conhecida dos indígenas,
começou a ser cultivado a partir do século XVII, no
interior da Bahia, incluindo Sergipe, então comarca
baiana, e no litoral de Pernambuco.

 Há notícias de sua produção também no Pará, Maranhão


e Rio de Janeiro. Por ser mais simples e mais barata do
que o cultivo de cana-de-açúcar, a lavoura fumageira
cresceu rapidamente.

 Ao lado da cachaça, era um produto muito consumido,


tanto no território colonial quanto no exterior.

 O tabaco não se destinava somente à Europa, mas


circulava por todo o império português. Nas Índias, era
trocado por tecidos e na África, por escravos.
AMÉRICA PORTUGUESA: UM GRANDE
CANAVIAL?
 O algodão, um produto nativo da
América, também era conhecido dos
indígenas, que o utilizavam, entre outras
coisas, para tecer suas redes.

 Na colônia portuguesa, o cultivo de


algodão ganhou importância no século
XVIII, quando a região dos atuais estados
do Maranhão, Pernambuco, Ceará e Pará
se destacou como grande exportadora de
fibras para as fábricas da Inglaterra.
AMÉRICA PORTUGUESA: UM GRANDE
CANAVIAL?
 A pecuária teve, desde cedo, importante papel nos
engenhos coloniais, onde fazia girar a moenda,
transportava a cana e servia como alimento.

 Os carros de boi eram usados também para transportar


pessoas e artigos que circulavam pela colônia.

 A pecuária era, portanto, um setor decisivo para o


funcionamento da economia colonial como um todo.

 No século XVII, já havia uma pecuária diversificada Prancha de Jean-


que incluía bovinos, ovinos, equinos e muares, além Baptiste Debret de
de aves. 1835, intitulada
Transporte da
 Os currais atendiam tanto à população carne de corte.
do
engenho quanto à das vilas e cidades.
AMÉRICA PORTUGUESA: UM GRANDE
CANAVIAL?
 PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
Havia uma grande quantidade de chácaras nas proximidades dos engenhos e ao redor de vilas
e cidades. Essas chácaras cultivavam:
Mandioca
•mandioca, da qual se fazia farinha, era bastante
cultivada na Bahia, em Pernambuco e no Rio de
Janeiro;

• feijão, milho e legumes;

• frutas, com destaque para o limão,


a laranja e a banana.

 Essa produção de alimentos abastecia os produtores e suas famílias, a


população dos engenhos, as vilas e as cidades coloniais. Milho

 Essas lavouras todas, portanto, produziam para o


mercado
interno.
AMÉRICA PORTUGUESA: UM GRANDE
CANAVIAL?
 Durante muito tempo, acreditou-se que
as relações entre colônia (Brasil) e
metrópole (Portugal) eram reguladas
pelo Pacto Colonial.

 Ou seja, pela obrigação de o Brasil


colonial só comerciar com Portugal, sua
metrópole.

 Pesquisas recentes, no
entanto, Novos estudos informam que na
mostraram que não era bem assim. colônia havia um intenso comércio
interno, como sugere a imagem
desse armazém de secos e
molhados. Venda no Recife,
obra de Rugendas.

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