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HISTÓRIA

A Importância do Açúçar para a Economia Local


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A IMPORTÂNCIA DO AÇÚÇAR PARA A


ECONOMIA LOCAL
Em continuidade a história de Pernambuco. Como foi dito em aulas passadas, Duarte
Coelho incentivou a produção canavieira e o açúcar. Mas para aprofundar no tema da
produção do açúcar é preciso compreender o seu contexto e toda sua história.
Brasil: Colônia de exploração nos quadros da política econômica mercantilista

• Função da colônia: enriquecer a metrópole.


• Objetivos: enriquecimento da burguesia metropolitana e o fortalecimento do
poder real.

O sistema colonial

A metrópole exerce o monopólio sobre a colônia, os gêneros tropicais são levados


para a metrópole e ela realiza a distribuição para quem ela bem entender. Os manufatu-
rados da Colônia eram apenas da metrópole.
Sendo assim, a função da colônia é enriquecer a metrópole.
Portugal então precisava garantir a ocupação do território e assim criou as capita-
nias hereditárias. As capitanias que prosperaram foram Vicente e Pernambuco, houve
um destaque maior na cidade de Pernambuco devido a sua capacidade produtiva da
cana e do açúcar.

Obs.: Cuidado com as afirmações de que a cana-de-açúcar é originária dos indígenas e


da cidade de Pernambuco pois a sua planta não era nativa do Brasil.

“O plantio da cana, o fabrico do açúcar já eram práticas conhecidas dos portugueses


e no Algarve produzia-se açúcar desde o século XIII. Entretanto, eram atividades circuns-
critas. Só com a decisão do Infante Navegador de trazer canas da Sicília e montar um
engenho real, movido a água, na Madeira, por volta de 1452, é que a atividade começa a

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tomar o vulto de grande empresa, providenciando-se, através de razzias nas ilhas Caná-
rias, escravos para trabalhar na terra e no fabrico do açúcar. Com a melhoria técnica – os
engenhos que substituem as alçapremas manuais – e o afluxo constante de escravos, a
produção de açúcar avoluma-se, chegando a atingir 130 mil arrobas (1 arroba tem cerca
de 15 quilos), no reinado de dom Manuel.
Por Francisco Carlos Teixeira da Silva em Linhares, Maria Yedda História geral do Brasil
/ Maria Yedda Linhares. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.”
O século XIII foram nos anos de 1201 até 1300, ainda na idade média (conhecido
como baixa idade média) já havia produção de açúcar, entretanto eram atividades cir-
cunscritas, ou seja, não eram as principais atividades.
Escravos africanos já estavam sendo utilizados para a economia açucareira, de forma
onde pode-se observar o solo e o meio de cultivo.
5m

A era açucareira

• Elevado valor e demanda crescente na Europa;


• Experiência anterior dos portugueses na Madeira e Açores;
• Clima e solo favoráveis no litoral do Nordeste;
• Financiamento pelo capital holandês;

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Na aula passada foi passado a seguinte informação sobre Duarte Coelho: “Associou-se
financeiramente a comerciantes do Reino, que faziam a distribuição de sua produção
açucareira para a Europa. O incremento do comércio levou à criação de estaleiros, para a
construção de barracos para transporte de mercadorias.
Formou-se as capitanias hereditárias, distribuiu-se as capitanias dentro desse sistema,
algumas prosperaram outras não. As que prosperaram em comum possuíam a produção
açucareira, com isso, Portugal incentivou a formação dos engenhos.

Os holandeses mantinham bastante capital enquanto em outros locais permane-


cia escasso.
O açúcar saia do Brasil e era encaminhado para Portugal (Metrópole) para e a distri-
buição fosse feita, mas o financiamento vinha por meio do capital Holandês, por isso
Portugal distribuiu o açúcar para os Holandeses e Portugal se tornou intermediário.

• “plantation”: latifúndio, monocultura, trabalho escravo, produção para exportação;

Os escravos iniciais foram os indígenas, mas com o tempo observou-se a não adap-
tação dos indígenas para o trabalho sedentário, por conta de sua cultura.
10m
O tráfico negreiro se tornou lucrativo e por isso tornou-se uma atividade principal. A
coroa Portuguesa não autorizava a escravização indígena, permitindo apenas em situa-
ções esporádicas, a mão de obra indígena era recrutada de três formas: Alguns eram
convencidos a trabalhar para um branco por um salário, normalmente eram índios aldea-
dos, repartidos ou descidos, em casos de resgates quando havia confronto de uma tribo
para outra e por conta disso fazia-se refém, tropas de resgate portuguesas eram auto-
rizadas a invadirem essas tribos e resgatarem os indígenas, assim os índios se tornavam
escravos, a escravidão indígena poderia ocorrer também por meio da guerra justa, que é
quando uma tribo atacava injustamente o português ou por rebelião, nesses casos eram
autorizados a escravização dos indígenas.
A igreja também se opôs contra a escravização indígena, mas não foram contra o tra-
balho escravizado do africano. É importante lembrar que o plantation é o mel.

• exclusivo metropolitano dentro da ótica mercantilista;


• Os engenhos multiplicaram-se rapidamente pela costa da América portuguesa,
chegando a 400 em 1610.

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No período do apogeu da mineração (século XVIII): superior a 300 milhões de


libras esterlinas, enquanto a mineração, na mesma época, gerou um lucro de cerca de
200 milhões.

O quadro acima relata a quantidade de engenhos instalados no Brasil no ano de 1570.


Em Pernambuco teve a marca de 23 engenhos, Bahia 18 engenhos, Ilhéus 8 engenhos,
Porto Seguro 5 engenhos, São Vicente 4 engenhos, Espírito Santos 1 engenho e Itama-
racá 1 engenho.
15m
Esses dados demonstram a importância que a economia açucareira teve para o
desenvolvimento da capitania.

• A produção de açúcar voltava-se especialmente para a exportação.

O que não exclui que houvesse plantação de milho, feijão, arroz, criação de ani-
mais e gados.

• Movimentou um mercado interno e gerou hábitos alimentares, técnicas de produ-


ção e consumo dos derivados do açúcar.

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O gráfico demonstra a importância do processo econômico trazido pela economia


açucareira, é possível observar o seu volume em toneladas no decorrer dos anos de
1570 a 1760.

AGROINDÚSTRIA DO AÇÚCAR
Iniciou-se nos engenhos, onde causou mudanças e diferenças. Na época existiam
engenhos movidos a água conhecido como “engenho real” e os engenhos movidos pela
atração animal, chamado de “engenho trapiche”. É importante compreender que os
engenhos eram grandes, e possuem espaços para diversas divisões, como:

• Casa do engenho – com instalações como a moenda e as fornalhas;


• Casa de purgar – onde o açúcar, depois de resfriado e condensado, era branqueado;
• galpões – onde os blocos de açúcar eram quebrados em várias partes e redu-
zidos a pó;
• capela – onde a comunidade local reunia-se aos domingos e em dias festivos.

Dentro da exploração do açúcar, houveram senhores de engenhos e os senhores


de terras.
Os senhores de terras são aqueles que possuíam a terra, mas não possuíam o enge-
nho, não conseguindo realizar a produção do açúcar apenas a sua plantação.
20m
Por isso o senhor de engenho está no topo da pirâmide social da época, para melhor
compreender é importante verificar alguns trechos citados em uma biografia:
Brasil: uma biografia.
Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling:

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• Os primeiros engenhos começaram a funcionar em Pernambuco no ano de 1535, sob


a direção do donatário Duarte Coelho. A partir daí os registros não parariam de cres-
cer: quatro estabelecimentos em 1550; trinta em 1570, e 140 no fim do século XVI.
• A produção de cana alastrava-se não só numericamente como espacialmente, che-
gando à Paraíba, ao Rio Grande do Norte, à Bahia e até mesmo ao Pará. Mas foi em
Pernambuco e na Bahia, sobretudo na região do Recôncavo baiano, que a economia
açucareira de fato prosperou. Tiveram início, então, os anos dourados do Brasil da
cana, a produção alcançando 350 mil arrobas no final do XVI e a colônia comportan-
do-se como mercado monopolista.
• A comercialização do açúcar, porém, logo passou para os porões dos navios holande-
ses com destino aos portos do hemisfério Norte.

O quadro mostra o número de engenhos das Capitanias do Norte e seu ano de


referência.
Pernambuco:

• 1570, 23 engenhos;
• 1583, 66 engenhos;
• 1612, 90 engenhos;
• 1629, 150 engenhos
• 1630 – 1654, 118 engenhos;

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Obs.: Nessa época o Brasil foi invadido pelos Holandeses, e a guerra de invasão proporcionou
a destruição de engenhos, a queima de plantações, a fuga de escravos. Logo depois
da expulsão dos Holandeses do Brasil, eles migram para a região das Antilhas e
começam a fabricar açúcar de uma forma mais barata se tornando assim um
concorrente para o açúcar brasileiro.
25m

• 1655, 109 engenhos;


• 1710
• 1749, 202 engenhos;
• 1760 – 1777, 297 engenhos;
• 1777, 318 engenhos

Itamaracá:

• 1570, 1 engenho;
• 1583,
• 1612, 10 engenhos;
• 1629, 18 engenhos
• 1630 – 1654, 22 engenhos;
• 1655,
• 1710
• 1749, 28 engenhos;
• 1760 – 1777, 56 engenhos;
• 1777, 51 engenhos

Paraíba:

• 1570,
• 1583,
• 1612, 12 engenhos;
• 1629, 24 engenhos;
• 1630 – 1654, 20 engenhos;
• 1655,
• 1710
• 1749,
• 1760 – 1777, 32 engenhos;
• 1777, 42 engenhos;

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Rio Grande:

• 1570,
• 1583,
• 1612, 1 engenho;
• 1629,
• 1630 – 1654, 2 engenhos;
• 1655,
• 1710
• 1749, 4 engenhos;
• 1760 – 1777, 6 engenhos;
• 1777, 145 engenhos;

Ceará

• 1570,
• 1583,
• 1612,
• 1629,
• 1630 – 1654,
• 1655,
• 1710
• 1749,
• 1760 – 1777,
• 1777, 876 engenhos;

Texto abaixo de Ana Lunara da Silva Morais que explica um pouco sobre as capitanias;
“A sociedade das Capitanias do Norte do Estado do Brasil, especialmente Pernam-
buco, ao longo de todo seu período colonial desenvolveu-se por meio de uma economia
açucareira agrícola e escravista que ditou as relações sociais daquela sociedade. Os pri-
meiros registros acerca da implementação da atividade açucareira na capitania de Per-
nambuco são de finais de 1530 e início de 1540 (Mello, Albuquerque, 1967, p. 100-105).2
A partir de então o número de engenhos daquela capitania cresceu significativamente,
ultrapassando três centenas no final do terceiro quartel do século XVIII:
Ana Lunara da Silva Morais -A formação e consolidação de um grupo de produtores
de açúcar da nobreza da terra. Capitania de Pernambuco, séculos XVI-XVIII.”

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• A produção açucareira da América portuguesa teve Pernambuco como o princi-


pal produtor até o momento da invasão dos holandeses (1630): Grande baixa do
número de engenhos e das pessoas que escravizavam;
• Metade dos engenhos das Capitanias do Norte foi abandonada;
• Mesmo perdendo o status de maior produtor de açúcar, Pernambuco manteve a
produção e o açúcar foi a principal atividade até o final do século XVIII.

A sociedade dessa época caracterizava-se como sociedade piramidal, onde existe


o alto da sociedade (senhores de engenhos e grandes proprietários de terras), existe
também uma classe pequena de trabalhadores livres e a mão de obra Africana escravizada.
O ponto forte da economia açucareira nessa época foi o desenvolvimento de regiões,
os comércios que foram iniciados e a prosperidade, trazendo um movimento que poucas
capitanias realizaram. O estado de Pernambuco deixou a sua marca na história em vários
momentos com bastante relevância para a história brasileira.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa Santos.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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