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Inetese Instituto para o Ensino e Formação


Prova de Aptidão Profissional

Curso Técnico de Banca e Seguros 2020/2023

Poupança e Inflação: o papel do estado como agente económico na


operacionalização dos conceitos (Exemplos da economia portuguesa)

Fonte (https://www.elmundofinanciero.com/fotos/357/RONDA.jpg) acedido 06/12/2022

Professores Acompanhantes: Jorge Batista e Nuno Serra


Jorgina Fernandes Cadorme

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Agradecimentos

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Índice
1. Introdução
2. Consumo e Poupança
2.1. Conceitos e Factos (Texto 1)
2.2. Escolha intemporal
2.3. Rendimento permanente e ciclo de vida
2.4. Função consumo
3. A poupança das famílias em Portugal: indicadores micro e
macroeconómicos (Texto 5 teams)
3.1. Distribuição da poupança. Quem poupa em Portugal
3.2. Produtos financeiros para aplicação da poupança
4. Fatores explicativos da evolução da taxa da poupança
4.1. Inflação (Texto 9 teams)
4.2. Taxa de Juro real
4.3. Política orçamental
4.4. Taxa de variação do PIB
4.5. Riqueza da população
5. Poupança e Investimento (Líquido)
5.1. Poupança e financiamento da economia portuguesa (Texto 9)
6. O declínio da poupança
6.1. Poupança e endividamento externo
6.2. Contextos e fatores do declínio da poupança
6.3. O crescimento e as expetativas
6.4. A inflação e as taxas de juro
6.5. A redução das restrições de liquidez
6.6. O estado
7. Políticas públicas e a poupança
7.1. Demografia, distribuição o rendimento e a poupança
7.2. Efeitos da tributação e dos benefícios fiscais na poupança
7.3. Propostas para promover a poupança
8. Recortes de imprensa sobre a poupança e inflação no contexto de
intervenção do Estado enquanto agente económico
9. Referências bibliográficas
10. Webgrafia

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Introdução
Neste trabalho será abordado profundamente a importância da inflação e a poupança
na sociedade, como é sabido a inflação é um fator importante na evolução da taxa de
poupança , existido geralmente uma relação de sinal positivo entre as duas variáveis.
Este facto estilizado surge de forma rígida e consistente em estudos que avaliam a
evolução da poupança em diferentes países e em vários períodos amostrais.
Poupar significa prescindir de consumir no presente para ter recursos disponíveis no
futuro. É de prever e é desejável um aumento do nível da poupança. Como, de resto,
se começa a registar. Mas é fundamental ter também uma nova e diferente estratégia
para a aplicação dessa poupança. Para encontrar outro posicionamento e outro
modelo para a economia
Neste trabalho será abordado profundamente a importância da inflação e a poupança
na sociedade

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2. Consumo e Poupança
Consumo é o ato de adquirir bens ou serviços por meio da compra, e pode ser
compreendido como como uma das etapas da atividade económica. O consumo,
portanto, é a fase em que os bens e serviços chegam ao consumidor final, que irá
adquiri-los para a satisfação das suas necessidades, o consumo é realizado por pessoas
individualmente, pelas famílias, pelo Estado e empresas, que adquirem bens e serviços
para desempenhar suas atividades. Os tipos de bens e serviços que serão consumidos
pelos agentes econômicos dependem de vários fatores, como a renda, o preço dos
bens, os hábitos de consumo e a cultura.
Por essa razão, o consumo varia consideravelmente entre indivíduos de diferentes
regiões do globo e também entre indivíduos e famílias de um mesmo país ou região,
mas pertencentes a classes sociais diferentes.
Uma família com menor poder aquisitivo, por exemplo, vai optar por bens de valores
mais acessíveis e priorizará o suprimento das necessidades básicas como alimentação,
higiene e saúde. Famílias de classes sociais mais altas costumam consumir produtos
mais caros e podem ter mais condições de adquirir bens supérfluos.
Poupança é a parte do rendimento que não é gasta, poupar regularmente permite
prevenir dificuldades que surjam no orçamento familiar, para ter algo a recorrer no
futuro em caso de emergência ou outras necessidades. A poupança tem um grande
contributo na vida de cada pessoa ajudando no planeamento adequado de objetivos
ou satisfação de necessidades futuras.
Existem três tipos de planos de poupança:

 Os planos de poupança-reforma (PPR);


 Os planos de poupança-educação (PPE);
 Planos de poupança-reforma/educação.
Conhecer e avaliar os riscos, avaliar se o produto financeiro é rentável correspondendo
as expectativas, não aceitar riscos que possam comprometer a poupança da família,
acompanhar passo as aplicações ao longo do tempo e comparar coma concorrência no
mercado e, por fim, ponderar a diversificação do produto financeiro.
Por essa razão, o consumo varia consideravelmente entre indivíduos de diferentes
regiões do globo e também entre indivíduos e famílias de um mesmo país ou região,
mas pertencentes a classes sociais diferentes.
Consumo é o ato de adquirir bens ou serviços por meio da compra, e pode ser
compreendido como como uma das etapas da atividade económica. O consumo,
portanto, é a fase em que os bens e serviços chegam ao consumidor final, que irá
adquiri-los para a satisfação das suas necessidades, o consumo é realizado por pessoas
individualmente, pelas famílias, pelo Estado e empresas, que adquirem bens e serviços
para desempenhar suas atividades. Os tipos de bens e serviços que serão consumidos

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pelos agentes econômicos dependem de vários fatores, como a renda, o preço dos
bens, os hábitos de consumo e a cultura.
Uma família com menor poder aquisitivo, por exemplo, vai optar por bens de valores
mais acessíveis e priorizará o suprimento das necessidades básicas como alimentação,
higiene e saúde. Famílias de classes sociais mais altas costumam consumir produtos
mais caros e podem ter mais condições de adquirir bens supérfluos.
2.1 Conceitos e Factos
Cada indivíduo ou família decide, em cada momento como dividir o seu rendimento
disponível entre consumo e poupança. Designamos por consumo a despesa em bens e
serviços com vista à satisfação de necessidades e desejos. Estas podem ser
necessidades básicas, como alimentação, vestuário e habitação; ou desejos associados
ao consumo de bens de luxo, como férias num país exótico. A poupança é a diferença
entre o rendimento disponível e a despesa em bens de consumo, sendo igual à
variação da riqueza do indivíduo ou família. A decisão entre consumo e poupança é,
em última análise, uma decisão entre consumo no presente e consumo no futuro.

Em consequência do crescimento económico, o rendimento disponível e o consumo


das famílias portuguesas têm crescido ao longo dos anos.

Comparando o consumo atual com o que se observava em 1960, verificamos que a


quantidade de bens materiais à disposição das pessoas é hoje mais do que cinco vezes
maior.

2.2 Escolha intemporal


Dada a sua restrição orçamental, cada indivíduo ou família deve escolher o fluxo de
consumo ao longo do tempo que maximiza o seu bem-estar. Em cada momento, ao
decidir um nível de consumo o indivíduo ou família decide também, implicitamente, a
poupança e as possibilidades de consumo futuro.

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2.3 Rendimento permanente e ciclo de vida
Em geral, os indivíduos e as famílias gostam de manter um nível de consumo estável
ao longo do tempo. Com base nesta perceção, Friedemann (1957) avançou com a
hipótese do rendimento permanente que os consumidores respondem em primeiro
lugar às variações no seu rendimento e só depois ao rendimento corrente. Assim
sendo, se uma determinada variação no rendimento parecer ser permanente (como
por exemplo um aumento no ordenado), o consumidor responderá com um aumento
na parcela de rendimento consumida. Se essa variação no rendimento parecer ser
temporária, (como por exemplo um prémio de produtividade atribuído num
determinado mês), o consumidor tenderá a responder com a poupança de uma
importante parcela dessa variação, enquanto Modigliani e Brumberg (1954)
propuseram a hipótese do ciclo de vida que foi, originalmente, formulada para tentar
explicar padrões de consumo das pessoas, conforme as diferentes “fases” da vida e,
também, como efeito secundário, tentar correlacionar o perfil demográfico médio de
uma população com o nível de poupança nacional.
Tanto a hipótese do rendimento permanente como a hipótese do ciclo de vida
conciliam: o comportamento das séries temporais do consumo e da taxa de poupança
(segundo as quais a taxa de poupança se tem mantido relativamente estável ao longo
do tempo, ainda que o rendimento disponível das famílias tenha aumentado muito
significativamente); com as observações cross-section (segundo as quais os agentes
com maiores níveis de rendimento apresentam taxas de poupança maiores).
2.4 Função consumo
O consumo corresponde à despesa suportada pelas famílias na aquisição de bens e
serviços de vários tipos (alimentares, vestuário, calçado, automóveis,
eletrodomésticos, serviços médicos, etc.) por forma a satisfazerem necessidades e
maximizarem a sua utilidade. Ao mesmo tempo, a importância do consumo a nível
macroeconómico é também muito elevada, correspondendo normalmente à maior
parcela da despesa nacional de uma economia (que inclui ainda, entre outros, as
despesas do estado e as despesas de investimento). Assim, o consumo é por regra uma
das principais componentes da procura agregada de uma economia. O principal
instrumento de análise do consumo é a denominada função consumo, que em termos
microeconómicos relaciona as despesas de consumo total com o valor do rendimento
disponível de um consumidor. Em termos macroeconómicos, a função consumo
representa a relação entre o consumo total de bens e serviços dos agentes privados de
uma economia e o rendimento disponível desta, representado normalmente pelo
produto nacional bruto. Embora os padrões de consumo difiram muito de consumidor
para consumidor, há algumas tendências genéricas identificáveis a esse nível: a
proporção de rendimento gasto em bens de primeira necessidade é superior nas
famílias com menores rendimentos; a proporção de despesa com alguns bens,
designadamente alimentares, decresce à medida que o rendimento aumenta; as
despesas com alguns tipos de bens (vestuário, automóveis, etc.) aumentam mais do
que proporcionalmente face a aumentos do rendimento; quanto maior o rendimento,

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maior a percentagem do seu valor que não é gasta em consumo, destinando-se a
poupança.
3. A poupança das famílias em Portugal: Indicadores micro e macroeconómicos
A evolução da taxa de poupança das famílias tem atraído um interesse crescente no
debate sobre as perspetivas da economia portuguesa. Este interesse é fundado na
permanência de vários desequilíbrios macroeconómicos, em particular das elevadas
necessidades de financiamento externo da economia. Adicionalmente, é bem
conhecido que a taxa de poupança das famílias apresentou uma forte queda no
período de convergência para a área do euro, situando-se posteriormente em níveis
relativamente baixos no quadro europeu, ascendendo a cerca de 10 por cento do
rendimento disponível em 2009 (Gráficos 1 e 2). No entanto, apesar da importância da
evolução da poupança das famílias – bem como dos restantes setores institucionais - a
literatura aplicada ao caso português neste âmbito é ainda bastante escassa.
(Adicionar gráficos, texto 2)
Uma análise aturada do comportamento da poupança das famílias implica a
conjugação de um vasto leque de decisões inter-relacionadas e com uma natureza
intemporal. Deste modo, não surpreende que o estudo da poupança exija a
combinação de várias áreas da economia, como sejam o crescimento económico,
a oferta de trabalho, a política governamental ou as decisões de consumo. Esta
complexidade.
3.2 Distribuição da poupança. Quem poupa em Portugal?
A análise das decisões de poupança das famílias está a um nível microeconómico é um
elemento tipicamente ausente dos estudos sobre a taxa de poupança em Portugal. A
presente secção contribui para suprir esta lacuna, visando caracterizar a
heterogeneidade presente no comportamento da poupança das famílias em Portugal.
Esta caracterização é potencialmente importante não só para interpretar alguns
desenvolvimentos observados a nível macroeconómico, mas também na definição de
políticas que pretendam intervir sobre as decisões de poupança das famílias
Apesar de o número de famílias que consegue poupar ter caído ligeiramente de um
ano para o outro (40% para 34%), a poupança é, de forma geral, vista como uma
prática cultural da sociedade. Cerca de 79% dos portugueses que conseguem poupar
fazem-no para fazer face a momentos de dificuldades que surgem num determinado
momento, e não necessariamente com um fim específico, como é o caso da poupança
para a reforma. De acordo com o estudo, um terço das famílias portuguesas declara
que consegue poupar parte dos rendimentos, sendo que esta percentagem aumenta
quanto mais elevada é a classe social. A tendência é que a poupança seja feita
mensalmente, e o nível de poupança média é de cerca de 18% do rendimento familiar.
 

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3.4 Produtos financeiros para aplicação da poupança
Na escolha dos produtos financeiros, além da avaliação dos vários tipos de riscos, é
importante ter em conta um conjunto de princípios básicos:

 Conhecer previamente as caraterísticas específicas dos produtos financeiros


e avaliar os riscos de cada um;
 Acompanhar o comportamento do produto ao longo do tempo e compará-
lo com produtos financeiros alternativos disponíveis no mercado;
 Diversificar a aplicação da poupança em produtos financeiros com prazos e
riscos diferentes;
 Não assumir riscos que comprometam a poupança do agregado familiar;
 Escolher produtos financeiros adequados aos objetivos da poupança. Por
exemplo, se a poupança tem como objetivo fazer face a imprevistos, não
deve ser aplicada num produto com prazo longo e que não permita a
mobilização antecipada do dinheiro.
Há vários produtos financeiros para aplicação da poupança, como os depósitos a
prazo, as ações, obrigações, fundos de investimento e planos de poupança e os
certificados de aforro ou do tesouro.
Os depósitos a prazo são a forma mais tradicional de aplicação de poupança:
 Um depósito a prazo consiste na entrega de dinheiro a uma instituição de crédito que
fica obrigada a devolver esse dinheiro e a pagar uma remuneração (os juros) no fim de
um determinado prazo;
 Os depósitos a prazo podem ser simples ou indexados, consoante a maior ou menor
complexidade da sua forma de remuneração;
 Os depósitos a prazo estão sujeitos à supervisão do Banco de Portugal.
As ações são frações do capital social de uma sociedade anónima:

 As obrigações são títulos de dívida emitidos por uma entidade, como uma
empresa, uma instituição de crédito ou até o próprio Estado. A aplicação de
poupança em obrigações representa um empréstimo à entidade que as emite.
 Os fundos de investimento são patrimónios autónomos que resultam da
agregação de poupanças de diversas entidades (pessoas individuais ou
coletivas) e são geridos pelas Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento.
Por sua vez, estes patrimónios autónomos são aplicados em produtos
financeiros.
 Estes produtos têm geralmente associados maiores riscos que os depósitos a
prazo, nomeadamente em termos de risco de remuneração, risco de capital e
risco de crédito.
 As ações, obrigações e fundos de investimento estão sujeitos à supervisão da
Comissão de Valores de Mercados Mobiliários (CMVM)
Os planos de poupança são produtos de longo prazo e podem estar associados a
seguros ou a fundos de investimento:

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 Alguns destes produtos têm finalidades específicas como poupar para fazer
face a despesas com educação (Planos de Poupança Educação) ou para a
reforma (Planos de Poupança Reforma);
 Os planos de poupança associados a seguros são supervisionados pela
Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF);
 Os planos de poupança associados a fundos de investimento são
supervisionados pela CMVM.
Os certificados de aforro e os certificados do tesouro representam dívida pública
emitida pelo Estado português. A aplicação de poupança neste produto é um
empréstimo ao Estado português, que pagará juros e devolverá o dinheiro aplicado no
final do prazo contratado.
4. Fatores explicativos da evolução da taxa da poupança
Nesta secção pretende-se explorar e compreender as características próprias e
mutáveis da poupança. Como já foi dito anteriormente, estas características variam
conforme as decisões e as variáveis que influenciam direta e indiretamente o
comportamento das famílias, em relação à poupança é influenciado diretamente por
variáveis, tais como: as taxas de juro, o desenvolvimento do sistema financeiro, as
políticas sociais, a política orçamental, a variação da riqueza líquida, a demografia, a
incerteza em relação aos rendimentos futuros e a variação da taxa de crescimento do
PIB. De entre os estudos realizados que analisam os fatores que influenciam a taxa de
poupança, não há, no entanto, resultados conclusivos.
4.1 Inflação
A inflação é um fator importante a considerar quando analisamos a evolução da taxa
de poupança, existindo geralmente uma relação positiva entre estas duas variáveis.
Existe, no entanto, algumas reações negativas no rendimento das famílias. Causa
direta na distorção da realidade económica, a inflação influência diretamente a
distribuição da riqueza, já que as famílias não têm a mesma capacidade de expurgar os
seus custos através dos mecanismos de declaração de rendimentos, estas vêm os seus
rendimentos diminuírem até ao momento de reajuste, aquando da distribuição da
riqueza. Outra realidade distorcida pela inflação é provocada pelo nível de incerteza
nos investidores, que perante uma realidade de inflação tendem a diminuir o seu
investimento e consequentemente a verificar-se a redução de criação de postos de
trabalho.
Fator aliado ao anterior, é a migração dos capitais para bens mais estáticos e mais
simples, em vez de aplicarem os rendimentos em forma de produtos bancários e
rentabilizar nos mercados de capitais, as famílias preocupam-se em adquirir bens
duradouros (bens imóveis) e não tão lucrativos (bens móveis). Por fim, outro dos
aspetos que a inflação distorce é a noção da realidade do salário real e do salário
nominal, a perceção errada que a remuneração elevada dos agregados familiares
permite aquisição de bens de consumo elevados e de serviços, podem provocar um
conjunto de decisões equivocadas e de difícil cumprimento das obrigações pelas
famílias.
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Por sua vez, a inflação pode ser vista como positiva no incentivo da construção da taxa
de poupança, realçamos as seguintes visões: em períodos de elevada inflação revelam
normalmente maior incerteza, tendendo a aumentar a poupança por motivo de
precaução. Por outro lado, uma inflação mais elevada tende a degradar o valor da
riqueza das famílias, o que promove o aumento da poupança de forma a compensar
este efeito. Aspeto positivo da inflação recai sobre as obrigações naturais, pois a
existência de uma inflação alta obriga as famílias ao pagamento de um serviço de
dívida mais elevado, originando a uma contração do crédito forçada e do lado oposto a
uma poupança forçada.
O aumento recente dos preços das matérias-primas contribuirá para manter elevada a
inflação global em 2022 (Gráfico I.2.4 texto 9teams). O preço do petróleo aumenta
45,7% em 2022, para 103,6 dólares por barril, e reduz-se nos anos seguintes, atingindo
81,7 dólares em 2024. O custo das outras matérias-primas também regista novo
aumento em 2022, assumindo-se uma reversão nos anos seguintes. Na área do euro,
as projeções do BCE apontam para uma subida significativa da inflação em 2022, para
5,1% (2,6% em 2021) e uma redução posterior, para 2,1% em 2023 e 1,9% em 2024.
Este perfil é muito influenciado pela componente energética. No entanto, a inflação
excluindo bens energéticos também aumenta em 2022, para 2,6% (1,5% em 2021),
refletindo os efeitos indiretos da subida dos preços da energia, as pressões ao longo da
cadeia de produção associadas às disrupções da oferta global e a continuação da
recuperação dos serviços. A inflação regista valores mais baixos em 2023 e 2024, 1,8%
e 1,9%, respetivamente, com a dissipação dos fatores acima referidos, parcialmente
compensada por maiores pressões sobre os salários associadas à redução dos recursos
disponíveis no mercado de trabalho.

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4.2 Taxa de juro Real
A taxa de juro real é a taxa de juro ajustada pela inflação. Ela indica a taxa de
remuneração real que um investimento ou empréstimo oferece, descontando-se a
inflação do período. Por exemplo, se uma aplicação financeira tem uma taxa de juros
nominal de 8% ao ano e a inflação do período foi de 5%, a taxa de juros real seria de
apenas 3%. É importante avaliar a taxa de juros real para tomar decisões de
investimento e empréstimo mais bem informadas e para avaliar o poder de compra do
dinheiro ao longo do tempo.
Não se pode conhecer a taxa de inflação antes de fazer o investimento, pelo que a taxa
de juro real implica volatilidade financeira e incerteza quanto ao seu valor. Isto baseia-
se na premissa de que deve-se ter em conta que o valor do dinheiro não é o mesmo
agora que no futuro, ou seja, com uma determinada quantia, não podemos comprar a
mesma coisa hoje, que dentro de um, dois ou doze meses, dependendo do prazo da
operação financeira.
4.3 Política Orçamental
A política orçamental é promovida exclusivamente pelo Estado, permite definir um
orçamento e quais os seus componentes, quais os gastos públicos e impostos a
recolher. Desta forma, o Estado através destas variáveis visa garantir e manter a
estabilidade económica, reajustando-se conforme os ciclos económicos e fomentando
o crescimento. Ainda assim, a definição da taxa de juro leal, está repleta de decisões
das administrações públicas que influenciam direta e indiretamente as decisões de
poupança e consumo das famílias.

Cabe ao Estado através da política orçamental, promover o fornecimento de certas


necessidades, que a economia não consegue promover de forma eficiente. No
princípio do contrato social, é papel do Estado garantir a existência de um conjunto de
necessidades que possam auxiliar as famílias, tais como: segurança social, saúde,

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educação e a defesa. A garantia destes bens, que não podem ser fornecidos de forma
eficiente pela economia livre, tem custos elevados que são absorvidos pelo Estado.
Custos estes, que estão definidos pelo orçamento e garantidos pela política
orçamental. Ora, um aumento deste custo promove o aumento da necessidade de
afetação de recursos do Estado, o que induz no aumento dos impostos diretos e
indiretos e consequentemente uma diminuição do rendimento das famílias.
Igualmente, este raciocínio aplica-se numa situação de descarte das obrigações do
Estado na garantia de algum destes bens.
Se o Estado descartar de garantir um sistema de saúde público ou de um sistema
educativo público e entregar estas funções exclusivamente ao mercado, promove que
os reais custos destes bens sejam induzidos nas famílias, promovendo que estas
tenham de despender mais rendimento para aquisição destes bens. Ora, isto promove
duas situações: uma primeira reação será o real suporte dos custos estarem induzidos
nas famílias, isto quer dizer que as famílias terão de redirecionar mais rendimentos
para aquisição daqueles bens; segunda reação, é que haverá uma poupança forçada
das famílias para garantir que estas consigam adquirir um destes bens.
Por forma a garantir a existência de uma correta execução orçamental e um saldo
orçamental favorável à contínua promoção das necessidades das famílias, é necessário
que a afetação dos recursos não seja influenciada, nem a despesa do Estado aumente
para níveis insustentáveis. Caso estejamos perante um desses cenários, a teoria
económica sugere uma relação negativa entre o saldo orçamental das administrações
públicas e a taxa de poupança das famílias.
Assim, uma diminuição do saldo orçamental, associada a uma política orçamental
expansionista, especialmente associado a uma diminuição de impostos ou a um
aumento das despesas das famílias (subsídios da segurança social, despesas de saúde e
de educação) tende a refletir-se num aumento da taxa de poupança. Por outro lado, se
existir um desequilíbrio das contas públicas e se o fenómeno for tendencialmente
crescente, haverá a necessidade de aplicar uma política orçamental severa ou de
contração, sendo que as famílias tenderão a aumentar ainda que parcialmente as suas
poupanças, antecipando uma eventual necessidade de aumentos futuros de impostos.
4.3 taxa de variação do PIB

A análise formal da riqueza estabelece uma relação positiva entre a taxa de poupança e o
crescimento económico, existindo um nexo de casualidade evidente que corrobora a
existência da teoria do ciclo de vida/rendimento permanente. O consumo das famílias tenderá
a ser ajustado em conformidade com o rendimento que em média as famílias esperam vir a
receber ao longo do ciclo de vida. Assim flutuações inesperadas e temporárias no rendimento
disponível das famílias, serão espelhados da mesma forma em flutuações da poupança.
Cenário interessante, verifica-se quando as famílias se apercebem de uma alteração do seu
rendimento, haverá, pois, um ajustamento gradual no consumo por via da existência de um
conjunto de hábitos e de decisões de consumo, pelo que a relação entre a taxa de poupança e
o rendimento tenderá a ser também positiva.

4.4 Riqueza da população

Simultaneamente com os diversos estudos, sobre as alterações na riqueza, é ponto fulcral na


análise que a riqueza tem um efeito significativo no poder de compra das famílias. Realçamos

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que o conceito de riqueza utilizado na análise deste ponto, é o de riqueza líquida, ou seja, a
riqueza total deduzida do endividamento.

Se no ponto anterior estabelecemos o seguinte nexo de casualidade, que a variação do


rendimento é espelhada de igual modo na taxa de poupança, neste ponto estabelecemos, que
a variação do rendimento reflete de igual forma o consumo das famílias. Por exemplo, uma
valorização nos preços dos ativos.

5. Poupança e Investimento

Economistas modernos usam os conceitos de poupança e investimento em dois sentidos


diferentes. Em certo sentido, poupança e investimento são sempre iguais, equilíbrio ou não-
equilíbrio. No segundo sentido, poupança e investimento são iguais apenas em equilíbrio; eles
são desiguais sob condições de desequilíbrio. Vamos explicar abaixo em detalhes a relação
entre poupança e investimento nesses dois sentidos diferentes.

Poupar é acumular valores no presente para utilizá-los no futuro, o que geralmente envolve
mudança de hábitos, pois requer uma redução nos gastos pessoais e familiares. Reduzir
despesas pode significar desde simples cuidados para evitar o desperdício até o esforço, por
vezes árduo, no sentido de conter gastos. Além disso, poupar exige a avaliação objetiva das
despesas, a fixação de metas e, principalmente, muita persistência, a fim de manter-se
economizando pelo tempo necessário até que sejam alcançados os objetivos que motivaram a
poupança.

Investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações que rendam juros ou outra forma de
remuneração ou correção. O investimento é tão importante quanto a poupança, pois todo o
esforço de cortar gastos pode ser desperdiçado quando mal investido.

Ainda que a maioria das pessoas esteja acostumada a pesquisar e comparar preços de bens e
serviços, isso nem sempre acontece quando o objetivo é escolher serviços financeiros. Quando
se trata de finanças, tendemos confiar mais na opinião de amigos e familiares do que em
conselhos de profissionais especializados. Isso se deve, em parte, à escassez de informações
sobre as características dos investimentos, mas também ao fato de que há opções demais a
considerar e comparar. Quando se tem muitas alternativas, a tendência é simplificar o
processo de decisão, apoiando-se em opiniões e dicas nem sempre técnicas.

É comum o investidor prestar mais atenção à promessa de rentabilidade do que às chances de


perda do que foi aplicado. Vejamos, por exemplo, um imóvel. Mesmo quando utilizado como
moradia, tem todas as características de um investimento e, portanto, está sujeito a riscos.
Apesar do imóvel poder ser vendido, permitindo a recuperação do valor investido, seu preço
está sujeito às altas e baixas do mercado e, dependendo do momento da venda, pode não ser
fácil encontrar alguém disposto a pagar o preço desejado.

Além disso, em caso de emergência, pode ser necessário vender a um valor mais baixo do que
o considerado justo. Sendo assim, há pelo menos dois riscos principais: o de não conseguir
vender o imóvel no momento desejado e o de não conseguir recuperar o valor investido.
Porém, apesar de ser fácil perceber, pelo exemplo acima, que o risco faz parte do negócio de
investir, ainda assim, quem investe bem pode atingir mais rápido seus objetivos, além de
poder alcançá-los com menor esforço.

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Os investimentos de baixo risco são ótimos para quem quer acumular dinheiro ao longo do
tempo sem a chance de perder dinheiro. A poupança é a porta de entrada do investidor para o
mundo dos investimentos.

Fala-se de um ativo de renda fixa de baixo risco, porém, é fundamental que as pessoas
conheçam outros produtos tão ou mais interessantes e rentáveis, tais como:

 contas de poupança de alto rendimento;


 Títulos de capitalização da série I;
 Certidões de depósito de curto prazo;
 Fundos do mercado monetário;
 contas do mercado monetário.

É muito importante compreender a diferença entre poupança e investimento e a importância


de cada um deles, pois dificilmente atingiremos nossos objetivos financeiros sem utilizarmos
ambos os conceitos.

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5.1. Poupança e financiamento da economia portuguesa

A economia portuguesa deverá manter um perfil de crescimento no horizonte de projeção,


num contexto em que a invasão militar da Rússia à Ucrânia introduz elevada incerteza. O
Produto Interno Bruto (PIB) cresce 4,9% em 2022 (4,9% em 2021) e converge nos anos
subsequentes para taxas mais próximas do ritmo estimado de crescimento de longo prazo:
2,9% em 2023 e 2,0% em 2024 (Quadro I.1.1). A expansão da atividade económica traduz-se
num aumento do emprego e numa redução da taxa de desemprego. A inflação aumenta em
2022 para 4,0%, e reduz-se para 1,6% em 2023 e 2024.

O aumento da inflação em 2022 está associado à subida do preço das matérias-primas,


energéticas e outras, e à manutenção de constrangimentos nas cadeias de abastecimento
globais. A recuperação da procura dos serviços mais afetados pela pandemia contribui
também para o aumento da inflação.

Estes efeitos dissipam-se no horizonte de projeção, mas são parcialmente contrabalançados


por pressões acrescidas sobre salários e preços, num contexto de utilização mais intensiva dos
recursos na economia portuguesa. A invasão da Ucrânia pela Rússia em finais de fevereiro
contribui para intensificar as pressões inflacionistas e para limitar o dinamismo económico na
área do euro e em Portugal. O conflito veio agravar a subida de preços das matérias-primas
energéticas e de diversos bens primários. O impacto negativo sobre a atividade decorre
também da redução da confiança das famílias e dos empresários, da turbulência nos mercados
financeiros, bem como dos efeitos das sanções impostas à Rússia sobre os fluxos comerciais e
financeiros. No exercício de projeção, assume-se que não se verifica uma escalada do conflito
e o impacto destes fatores se dissipa no médio prazo. A atividade económica beneficia de
maiores recebimentos de fundos da União Europeia e da manutenção de condições financeiras
favoráveis, apesar de o mercado antecipar um aumento gradual das taxas de juro. A projeção
assenta também no pressuposto de que os constrangimentos de oferta global se extinguem
em 2023.

A economia portuguesa volta a convergir com a área do euro no período 2022-24 e continua a
apresentar taxas de inflação inferiores. A taxa de crescimento média do PIB em Portugal no
período 2022-24 é superior em 0,6 pp à projetada pelo BCE para a área do euro em março. À
semelhança do observado em 2021, a evolução do IHPC é mais moderada em Portugal,
traduzindo-se num diferencial de inflação de -0,7 pp em média no período considerado. As
projeções apresentam uma incerteza acrescida e o balanço de riscos é enviesado em alta para
a inflação e em baixa para a atividade, especialmente em 2022.

Uma deterioração do enquadramento externo da economia portuguesa, determinada pelo


escalar do conflito na Ucrânia, constitui o principal fator de risco. Tal implicaria uma
intensificação das pressões inflacionistas e um impacto mais negativo sobre a confiança e os
fluxos comerciais – incluindo a possibilidade de maiores problemas nas cadeias de
fornecimento globais. O impacto da materialização destes riscos é ilustrado na Caixa 1, que
descreve um cenário adverso para a economia portuguesa. O aumento de incerteza é
parcialmente contrabalançado por uma melhoria da situação epidemiológica.

16
6. O declínio da poupança

O declínio da poupança refere-se à redução da quantidade de dinheiro que as pessoas


economizam regularmente. Isso pode ocorrer por várias razões, incluindo baixos níveis de
renda, aumento de despesas, inflação, aumento do endividamento, falta de confiança na
economia, entre outros fatores. A poupança é importante porque fornece segurança
financeira e uma rede de segurança em caso de emergências ou crises. A poupança também
permite que as pessoas invistam em suas metas financeiras de longo prazo, como
aposentadoria ou a compra de uma casa. Além disso, a poupança também é essencial para a
economia global, pois ajuda no financiamento de empréstimos e investimentos em negócios e
projetos. Quando a poupança diminui, a disponibilidade de capital para investimentos é
reduzida, o que pode afetar negativamente o crescimento econômico a longo prazo.

Em resumo, o declínio da poupança é um sinal preocupante de dificuldades financeiras


pessoais e pode ter consequências negativas mais amplas na economia global. É importante
incentivar a poupança e adotar políticas econômicas que promovam a estabilidade financeira e
o crescimento.

6.1. Poupança e endividamento externo

A poupança e o endividamento extremo são duas situações financeiras opostas que têm
sentido na vida de uma pessoa. Vou explicar cada uma delas separadamente:

Poupança: A poupança refere-se à prática de reservar uma parte do seu rendimento


regularmente para o futuro. Quando você economiza dinheiro, está acumulando recursos para
atender às necessidades futuras, como emergências, objetivos financeiros de longo prazo
(como a compra de uma casa) ou para ter uma reserva para a aposentadoria.

A poupança é uma estratégia financeira sólida, pois permite que você tenha uma rede de
segurança em caso de imprevistos e ajuda a alcançar metas financeiras importantes. Ela pode
ser realizada por meio de poupança em bancos, investimentos em fundos de investimento ou
até mesmo mantendo dinheiro guardado em casa.

Endividamento extremo: O endividamento extremo ocorre quando uma pessoa acumula uma
quantidade excessiva de dívidas e não consegue administrar ou pagar essas dívidas de forma
adequada. O endividamento excessivo geralmente resulta em problemas financeiros graves,
pois as pessoas podem ter dificuldade em fazer pagamentos mínimos, pagar juros altos e
manter seu estilo de vida.

As principais causas do endividamento podem incluir gastos excessivos, ajudas irresponsáveis,


falta de controle financeiro, desemprego ou eventos imprevistos que satisfizeram a situação
financeira de uma pessoa.

O endividamento extremo pode levar a consequências negativas, como a motivação da saúde


financeira, estresse, problemas de relacionamento, perda de bens e, em casos extremos, até
mesmo a falência. É importante buscar ajuda financeira profissional, como aconselhamento de
crédito, quando se encontra em uma situação de endividamento extremo para identificar
opções viáveis de segurança financeira.

Em resumo, enquanto a poupança é uma estratégia de reserva de dinheiro para atender às


necessidades futuras, o endividamento extremo é o resultado de excesso de dívidas que

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podem causar problemas financeiros alcançados. É importante adotar práticas de poupança
responsável e evitar o endividamento excessivo para ter uma saúde financeira equilibrada.

A taxa de poupança das famílias recuperou ligeiramente no final do ano passado depois de
dois trimestres em queda. Ainda assim, a taxa de poupança das famílias portuguesas foi de 6%
em 2022, muito abaixo da média da zona euro que se situa nos 13,9%. Observam-se esses
números e para as opções de poupança que existem num cenário de subida da inflação e taxas
de juro elevadas. Para nos ajudar a perceber as oscilações registadas, os instrumentos de
poupança ao dispor e o endividamento em curso fruto do aumento do custo de vida.

Se os consumidores tiverem acesso ao mercado de crédito, poderiam alterar os recursos


disponíveis para consumo em dado período, poupando ou emprestado.

Ao poupar, o consumidor abre mão do consumo e transfere esses recursos para o futuro, de
maneira similar, se emprestado, conseguir dispor de mais recursos hoje, possibilitando um
consumo mais alto (por exemplo, uma viagem para o exterior). Entretanto, no futuro, para
repagar a dívida com juros, terá de se abdicar de recursos que poderiam ser utilizados para
consumir. Novamente, há uma troca entre consumo corrente e consumo futuro.

Assim, é sempre bom ter cuidado com o uso de instrumentos financeiros (como empréstimos,
cartão de crédito, cheque especial, entre outros) que possibilitam endividamento. Eles podem
trazer satisfação no presente, mas a conta chega no futuro. E pode demandar um grande
sacrifício no futuro. 

6.2. Contextos e fatores do declínio da poupança


Existem vários fatores que contribuem para o declínio da poupança, incluindo:

 Baixas taxas de juros: as taxas de juros historicamente baixas nos últimos anos
têm levado muitas pessoas a procurar opções de investimento mais lucrativas;

 Aumento do custo de vida: o aumento dos preços dos alimentos, habitação,


serviços públicos e outros itens essenciais têm reduzido a renda disponível das
pessoas e deixando menos dinheiro para poupar;

 Mudanças comportamentais: mudanças na cultura de consumo e a facilidade


de fazer compras online têm levado muitas pessoas a gastar mais do que
economizar;

 Desemprego: pessoas desempregadas ou que enfrentam dificuldades


financeiras muitas vezes não conseguem poupar devido às suas despesas
básicas;

 Inflação: a inflação pode corroer o valor dos fundos de poupança ao longo do


tempo, tornando menos atraente economizar em comparação com outras
formas de investimento;

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 Baixo nível de educação financeira: muitas pessoas simplesmente não sabem
como poupar dinheiro ou não entendem os benefícios de fazê-lo.

 Endividamento: o endividamento excessivo reduz a renda disponível das


pessoas, tornando mais difícil poupar dinheiro;
Estes são apenas alguns dos fatores que contribuem para o declínio da poupança. É
importante que as pessoas entendam a importância de poupar dinheiro e tomem
medidas para fazê-lo, mesmo que seja apenas um pequeno valor por mês.
6.3.
6.4. A inflação e as taxas de juro
A inflação e as taxas de juros estão intimamente relacionadas, pois a inflação é um dos
principais fatores que influenciam as decisões dos bancos centrais a respeito das taxas
de juros. A inflação ocorre quando há um aumento geral nos preços de bens e serviços
em uma economia. Isso pode acontecer por vários motivos, como aumento da
procura, aumento dos custos de produção, entre outros.
Quando a inflação começa a aumentar, os bancos centrais geralmente aumentam as
taxas de juros para tentar controlar o aumento dos preços. Isso ocorre, pois, ao
aumentar as taxas de juros, os bancos centrais tornam os empréstimos mais caros, o
que desestimula o consumo e aumenta a poupança. Com isso, a demanda é reduzida,
o que leva a uma menor pressão sobre os preços.
Por outro lado, quando a inflação está baixa e a economia está em uma fase de
desaceleração, os bancos centrais podem reduzir as taxas de juros para estimular o
consumo e a atividade econômica. Isso ocorre, pois, ao reduzir as taxas de juros, os
bancos centrais tornam os empréstimos mais baratos, o que estimula o consumo e
reduz a poupança. Com isso, a demanda é estimulada, o que ajuda a reaquecer a
economia.
Em resumo, a inflação e as taxas de juros estão diretamente relacionadas, sendo que
os bancos centrais utilizam as taxas de juros como uma ferramenta para tentar
controlar a inflação e estimular a atividade econômica.
6.5. A redução das restrições de liquidez
A evolução das restrições de liquidez pode, em parte, ser explicada pelas importantes
alterações que ocorreram em Portugal ao longo das décadas de 80 e 90,
nomeadamente o processo de liberalização e desregulamentação do mercado
financeiro e a descida das taxas de juro. Pretende-se ainda testar se as restrições de
liquidez podem estar relacionadas com o ciclo económico e com a taxa de
desemprego.
6.6. O estado
Na economia, o termo "estado" refere-se ao papel desempenhado pelo governo em
relação à atividade econômica de um país. O estado na economia engloba todas as

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políticas, regulamentações e intervenções realizadas pelo governo para influenciar o
funcionamento do sistema econômico e alcançar certos objetivos.
O estado pode exercer várias funções na economia, incluindo:

 Política fiscal: Refere-se às decisões do governo sobre o nível de gastos públicos


e a arrecadação de impostos. O estado pode utilizar políticas fiscais para
estimular a procura agregada, através de estímulos econômicos, ou para
controlar a inflação, por exemplo, aumentando os impostos.

 Política monetária: Refere-se às ações tomadas pelo banco central de um país


para controlar a oferta de moeda, as taxas de juros e o sistema financeiro como
um todo. O estado pode utilizar políticas monetárias para influenciar a
atividade econômica, estimular o investimento, controlar a inflação ou
gerenciar crises financeiras.

 Regulação econômica: O estado desempenha um papel importante na


regulação de setores-chave da economia, como serviços financeiros, energia,
telecomunicações e transporte. Através da regulação, o governo busca garantir
a concorrência justa, proteger os consumidores e promover o bem-estar social.

 Política industrial: O estado pode adotar políticas para promover o


desenvolvimento e a competitividade de setores específicos da economia. Isso
pode envolver subsídios, incentivos fiscais, investimentos em infraestrutura e
pesquisa, entre outras medidas.

 Bem-estar social: O estado também desempenha um papel na promoção do


bem-estar social e na redução das desigualdades econômicas. Isso pode ser
feito através de programas de assistência social, políticas de redistribuição de
renda, acesso à saúde e educação, entre outros.
É importante ressaltar que o grau de intervenção do estado na economia varia de
país para país e ao longo do tempo. Diferentes teorias econômicas têm diferentes
perspetivas sobre qual deve ser o papel do estado na economia, indo desde uma
intervenção mínima até uma participação mais ativa e abrangente.
7. Política pública e a poupança
Política pública e poupança são conceitos distintos, mas podem estar relacionados
em termos de impacto econômico. Vamos entender cada um deles:
Política pública: Refere-se às ações, decisões e diretrizes tomadas pelo governo
com o objetivo de alcançar metas específicas e promover o bem-estar da
sociedade como um todo. As políticas públicas podem abranger uma ampla gama
de áreas, como saúde, educação, segurança, meio ambiente, infraestrutura e
economia.
As políticas públicas relacionadas à economia geralmente têm o objetivo de
estimular o crescimento econômico, promover a estabilidade financeira, reduzir a

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pobreza e a desigualdade, entre outros. Essas políticas podem envolver medidas
fiscais, monetárias, regulatórias e de investimento que buscam criar um ambiente
propício ao desenvolvimento econômico sustentável.
Poupança: Refere-se à parcela da renda de uma pessoa, família ou empresa que
não é consumida imediatamente e é reservada para uso futuro. A poupança é uma
forma de acumulação de recursos financeiros ao longo do tempo e pode ser
investida ou mantida como reserva para emergências.
A poupança desempenha um papel fundamental na economia, pois fornece
recursos para investimento e financiamento de projetos produtivos. Quando as
pessoas poupam, esses recursos podem ser direcionados para a formação de
capital, como a construção de fábricas, infraestrutura ou pesquisa e
desenvolvimento. Isso, por sua vez, impulsiona o crescimento econômico e gera
empregos.
As políticas públicas podem ter um impacto na poupança, seja diretamente ou
indiretamente. Por exemplo, políticas que incentivam a educação financeira e a
cultura de poupança podem levar as pessoas a economizarem mais. Além disso,
políticas de estímulo econômico, como redução de impostos ou programas de
subsídio, podem aumentar a disponibilidade de recursos para poupança.
Por outro lado, políticas públicas que afetam a renda disponível das pessoas, como
mudanças nos impostos ou benefícios sociais, podem ter impacto na capacidade de
poupança. Além disso, a estabilidade econômica e a confiança na economia
também podem influenciar a decisão das pessoas em poupar.
Em resumo, embora política pública e poupança sejam conceitos diferentes, as
políticas públicas podem afetar a capacidade e o incentivo das pessoas em poupar,
bem como influenciar o ambiente econômico no qual a poupança é utilizada para
investimentos produtivos.
7.1. Demografia, distribuição o rendimento e a poupança
A demografia, a distribuição de renda e a poupança estão interconectadas e
podem influenciar-se mutuamente. Será analisado cada um desses elementos e
sua relação:

 A demografia refere-se ao estudo estatístico das características da


população, como tamanho, composição por idade, sexo, educação,
localização geográfica, entre outros. A estrutura demográfica de uma
população pode afetar a economia de várias maneiras.
Em relação à poupança, a demografia desempenha um papel importante. Por
exemplo, o envelhecimento da população, com um aumento proporcional da
população idosa, pode influenciar a taxa de poupança. Em geral, os idosos tendem
a poupar mais, por conta da reforma e a necessidade de renda no futuro. Isso pode

21
ter implicações para a economia, pois uma maior taxa de poupança pode fornecer
recursos para investimento e financiamento.

 A distribuição de renda refere-se à forma como a renda é distribuída entre


os indivíduos ou grupos na sociedade. Uma distribuição de renda mais
igualitária implica em menor desigualdade, enquanto uma distribuição de
renda mais desigual indica uma maior disparidade econômica.
A distribuição de renda pode afetar a poupança de várias maneiras. Em geral,
quando a renda é mais igualmente distribuída, mais pessoas têm recursos
disponíveis para poupar. Isso pode resultar em uma maior taxa de poupança
agregada na sociedade. Por outro lado, em uma distribuição de renda mais
desigual, a capacidade de poupança pode ser limitada para aqueles com rendas
mais baixas, o que pode impactar negativamente a poupança.
Além disso, a distribuição da renda também pode influenciar o destino da
poupança. Por exemplo, quando a renda está concentrada em grupos de alta
renda, a poupança desses grupos pode ser direcionada para investimentos
financeiros ou ativos de maior retorno, em vez de ser canalizada para
investimentos produtivos que impulsionam o crescimento econômico.

 A poupança, como mencionado anteriormente, é a parte da renda que não


é consumida imediatamente e é reservada para uso futuro. A taxa de
poupança de uma economia pode ser influenciada pela demografia e pela
distribuição de renda.
A demografia, especialmente o envelhecimento da população, pode afetar a taxa
de poupança agregada, como mencionado anteriormente. Uma maior proporção
de pessoas na idade ativa poupa para a reforma e isso pode aumentar a taxa de
poupança geral.
A distribuição de renda também pode ter impacto na poupança. Uma distribuição
de renda mais igualitária pode levar a uma maior taxa de poupança, uma vez que
mais pessoas têm capacidade de poupar. Por outro lado, uma distribuição de renda
mais desigual pode resultar em menor poupança entre os grupos de baixa renda.
Em suma, a demografia e a distribuição de renda podem influenciar a capacidade e
o incentivo à poupança em uma economia. Uma demografia mais envelhecida e
uma distribuição de renda mais igualitária tendem a estimular uma maior taxa de
poupança, o que pode ter implicações para o investimento, o crescimento
econômico e o bem-estar geral da sociedade.
7.2. Efeitos da tributação e dos benefícios fiscais na poupança

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