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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Fábio de Freitas Mariz

Editora Senac São Paulo – São Paulo – 2021


Sumário

Capítulo 1
Inflação
1 Definição de inflação

2 Sistema especial de liquidação e custódia (Selic)

Considerações finais

Referências

Capítulo 2
Juros simples
1 Regime de capitalização simples – juros simples

2 Fórmulas

3 Valor futuro (montante) a juros simples

4 Valor presente (capital) a juros simples

5 Cálculo da taxa (i) e cálculo do tempo (n)

Considerações finais

Referências

Lista de exercícios do capítulo

Introdução

Exercícios

Capítulo 3
Regime de capitalização composto
1 Definição

2 Regime de capitalização composta – juros compostos

3 Valor futuro (montante) a juros compostos


4 Valor presente (capital) a juros compostos

5 Cálculo da taxa (i) e cálculo do tempo (n)

Considerações finais

Referências

Lista de exercícios do capítulo

Introdução

Exercícios

Capítulo 4
Descontos
1 Definição de desconto

2 Operações de desconto – teoria

3 Descontos simples

4 Descontos compostos

Considerações finais

Referências

Lista de exercícios do capítulo

Introdução

Exercícios

Capítulo 5
Taxas
1 Tipos de taxas

Considerações finais

Referências

Lista de exercícios do capítulo

Introdução

Exercícios
Capítulo 6
Taxas e prazos em aplicações financeiras
1 Taxas médias em aplicação financeira – teoria e cálculo

2 Prazos médios em aplicação financeira – teoria e cálculo

Considerações finais

Referências

Lista de exercícios do capítulo

Introdução

Exercícios

Capítulo 7
Sequência de capitais
1 Apresentação dos cenários

2 Sequências uniformes antecipadas

3 Sequências uniformes postecipadas

4 Sequências uniformes diferidas

Considerações finais

Referências

Lista de exercícios do capítulo

Introdução

Exercícios

Capítulo 8
Sistemas de amortização
1 Noções sobre sistema de amortização

2 Sistema de amortização constante (SAC)

3 Sistema de amortização francês (Price)

4 Sistema de amortização americano (SAA)

Considerações finais
Referências

Lista de exercícios do capítulo

Exercícios

Sobre o autor
Capítulo 1
Inflação

A aplicação da matemática está no cotidiano de todos os


profissionais e na vida das pessoas diariamente, como no cálculo do
troco do supermercado, nas compras do shopping e quando se
decide se a melhor opção é à vista ou a prazo, ao calcular o tempo e a
rotina diária e as medidas para uma receita culinária.

Segundo Hazzan e Pompeo (2014, p. 1) “a Matemática


Financeira visa estudar o valor do dinheiro no tempo, nas aplicações
de dinheiro e nos pagamentos de empréstimos”. O valor monetário, o
tempo e os juros são elementos indispensáveis no estudo da
matemática financeira.

Conforme destaca Menezes (2010) em seu artigo, os cálculos


financeiros e a análise de investimentos são ferramentas essenciais
para a tomada de decisões da gestão financeira das empresas e das
pessoas.

Não é diferente com a matemática financeira, muito utilizada na


gestão de empresas. Ela é a base de estratégias como estruturação
de carteira, gerenciamento de risco, simulação de cenário, fluxo de
caixa, cálculos de taxas, prestações de financiamentos, cálculos de
investimentos financeiros e auxilia na redução de custos e na
potencialização dos lucros. Também é aplicada no cotidiano de
quase toda a população. São exemplos disso:

Calcular as prestações de um financiamento de um bem móvel


ou imóvel.

Identificar os recursos em termos de custo.

Analisar investimentos financeiros ou de bens de capital, como


aplicações na poupança, na bolsa de valores, em fundos de
renda fixa, entre outros.

Nessa perspectiva, Lucci et al. (2006, p. 2) destacam que:

Em um mundo de numerosos e variados produtos financeiros (cheque


especial, cartão de crédito, financiamentos e leasing, crédito direto ao
consumidor, poupança, fundos de investimentos, etc.), as pessoas devem
estar preparadas para lidar com situações cada vez mais complexas ao
desejarem adquirir um bem ou serviço.

O conhecimento e a prática da matemática financeira são de


fundamental valor no sistema financeiro da atual economia mundial.

Após introduzirmos os conceitos da matemática financeira no


nosso dia a dia, neste capítulo, conceituaremos inflação e o impacto
diário dela na vida das pessoas e das empresas, bem como
descreveremos as características dos diversos índices que a medem
no Brasil. Por fim, falaremos do objetivo da taxa Selic no sistema
financeiro nacional. Neste primeiro momento, no entanto,
abordaremos definições e conceitos para que você entenda e reflita
sobre o tema da inflação e da taxa média de juros no país (Selic),
pois, no [capítulo 5] desta obra, vamos abordar conceitos práticos de
como calcular as taxas que vamos exemplificar de maneira prática,
como calcular a taxa de juros em um período inflacionário, por
exemplo.

1 Definição de inflação
Para Vasconcellos e Garcia (2014), a inflação é o aumento
generalizado de preços. Se você vai ao supermercado e um certo
produto agrícola, como o tomate, está três vezes mais caro numa
determinada semana, esse aumento não necessariamente é
resultado da inflação. Pode ser consequência de chuvas fortes na
lavoura ou, ainda, de problemas de transporte.

Agora, se, além do preço do tomate, subiram também os preços


de outros produtos, como do feijão, do combustível, do gás de
cozinha, da mensalidade escolar e do aluguel, podemos dizer que
estamos com inflação, ou seja, aumento de cesta de produtos. Em
breve, neste capítulo, veremos como é medida a inflação por meio
dos índices.

NA PRÁTICA
No mês de janeiro de um certo ano, fiz uma compra de produtos: arroz, feijão e
açúcar, por R$ 60,00, e no mês de fevereiro, os mesmos produtos, somados,
estão custando R$ 66,00. Portanto, podemos dizer que essa cesta de produtos
sofreu uma inflação de 10%, ou R$ 6,00.
Segundo Gimenes (2013) e seguindo a mesma linha de
raciocínio de Vasconcellos e Garcia (2014), durante vários anos da
história brasileira o governo tentou o controle efetivo da inflação,
processo muito difícil, pois, por causa dos gastos sem controle dos
governos anteriores a 1990, o país teve que contrair empréstimos e
financiamentos no exterior para sustentar seu desenvolvimento
econômico e financeiro.

Com o intuito de conseguir controlar e minimizar os impactos


das contas públicas, o governo não tinha outra saída além de reduzir
investimentos e controlar gastos. Sem investimentos e crescimento,
o país entrou em uma severa recessão e com uma inflação altíssima,
pois as empresas aumentavam os preços dos produtos de maneira
exorbitante (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). Na matemática,
podemos falar do termo inflação de maneira exponencial.

Em meados das décadas de 1980 e 1990, o governo controlava e


congelava os preços de alguns produtos limitando a quantidade de
compra por pessoa. Como exemplo, aconteceu de um determinado
produto, no horário de abertura do supermercado, ter um preço, e, no
fim da tarde, o preço já estar sendo remarcado com outro valor. Uma
triste passagem no cenário econômico brasileiro.

O controle da inflação no país começou a ser resolvido com a


implementação do Plano Real, em 1994, durante o governo de Itamar
Franco, juntamente de sua equipe econômica.
PARA SABER MAIS
“Até a segunda metade do século 20, o Brasil passou por altos índices
inflacionários, que foram interrompidos em 1994 com a criação do Plano Real.”
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2014)

Nesse contexto, podemos definir inflação o aumento do nível de


preços médios da economia. Em breve, trataremos de alguns índices
que mensuram esse tipo de aumento nos preços.

Temos dois tipos de inflação: de oferta e a de demanda. A


inflação de oferta, que pode ser chamada também de “inflação por
custos”, ocorre quando os preços de matérias-primas e insumos
básicos, como a eletricidade ou a gasolina, aumentam
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). Esses reajustes impactam
diretamente os custos de quase todas as empresas e são
repassados ao consumidor final.

A inflação de demanda acontece quando a economia está indo


bem, e as pessoas têm poder de compra de bens e serviços
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2014), fazendo com que as empresas não
consigam dar conta da demanda provocada pela alta procura,
resultando, assim, em um aumento de preços.

Podemos elencar alguns motivos para a inflação de demanda:

Os indivíduos no processo econômico estão com poder de


compra, ou seja, salários altos.

O crédito no sistema financeiro está mais disponível e de mais


fácil contratação.
PARA PENSAR
Então, para o trabalhador não perder o poder de compra, o reajuste salarial tem
de estar em equilíbrio com a inflação?

1.1 Índices de inflação – cesta de índices


De acordo com Assaf Neto (2009), o Brasil passou por várias
fases inflacionárias e, com isso, surgiram algumas formas de medir a
inflação. Assim, temos alguns institutos que a medem, seguindo suas
metodologias. Os diferentes índices são utilizados para finalidades
distintas.

1.1.1 Índices medidos pelo IBGE


Os índices medidos pelo IBGE são:

Índice de preços ao consumidor amplo (IPCA).

Índice nacional de preços ao consumidor (INPC).

Segundo o IBGE (2020), o objetivo desses índices é medir a


variação mensal de preços da cesta de produtos e serviços
consumida pela população e quanto de investimento mensal é
destinado para cada produto e serviço consumido, como feijão, arroz,
material escolar, tarifa de ônibus, etc.

1.1.2 Diferença entre IPCA e INPC


Segundo o IBGE (2020), o IPCA é elaborado com base na cesta
de consumo de bens e serviços de famílias de renda familiar de 1 a
40 salários mínimos (consegue medir alterações no custo de vida das
famílias), e o INPC analisa a variação nas famílias com rendimento
familiar médio entre 1 e 5 salários mínimos. Esse grupo é mais frágil
nas variações de preços, pois essas famílias gastam seus
rendimentos com itens básicos, como alimentação e medicamentos.

O governo federal utiliza o IPCA como índice oficial de inflação no


país, portanto serve de métrica para a meta de inflação e definições
de taxas de juros.

Se, de um ano para o outro, seu salário teve reajuste menor que o
do IPCA, você está com menor poder de compra, em razão da alta
dos preços dos produtos e dos serviços.

1.1.3 Índice medido pela Fundação Getulio Vargas


Conforme destacam Hazzan e Pompeo (2014) e Gimenes (2013),
o índice geral de preços-mercado (IGP-M) é o índice medido pela
Fundação Getulio Vargas. Por ser um índice divulgado desde a
década de 1940, o IGP-M é um dos mais utilizados pelo mercado. Ele
registra variações de preço de matérias-primas, insumos, (setor
industrial e agrário) e de produtos intermediários e de bens e serviços
finais.

Para a composição do índice mensal, é realizada a coleta de


preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês posterior e, com
isso, possibilita-se que sejam aplicados reajustes contratuais no início
de cada mês. O IGP-M pode ser utilizado em contratos de aluguel,
além de em outras transações que exigem índice para cobrança de
multas, encargos ou reajustes de acordo com o período contratado.
1.1.4 Índice medido pela Fipe
O índice medido pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe) é o índice de preços ao consumidor (IPC).
Segundo o IBGE (2020), esse índice é um dos mais antigos do Brasil
baseado no consumo de famílias da cidade de São Paulo com renda
familiar entre 1 e 10 salários mínimos que utiliza a base de uma cesta
de produtos. O IPC-Fipe é utilizado também como indexador formal
para contratos da Prefeitura de São Paulo.

Agora você sabe um pouco mais sobre como funcionam os


índices de inflação no Brasil e a aplicação direta deles em seu
cotidiano, como na correção salarial, no aumento ou na queda de
preços de produtos e serviços. Assim, é possível identificar aumentos
abusivos e conseguir proteger-se deles.

PARA SABER MAIS


“Inflação significa um aumento generalizado dos preços na economia. Para medi-
la são construídos índices de preços, que tomam uma média de diversos preços
de modo a resumi-los em um único número.” (BANCO CENTRAL DO BRASIL, [s.
d.a]).

2 Sistema especial de liquidação e


custódia (Selic)
Para Assaf Neto (2009), o sistema especial de liquidação e
custódia (Selic) é um sistema informatizado coordenado pelo Banco
Central do Brasil destinado à custódia de títulos públicos nas esferas
federal, estadual e municipal e à emissão e ao controle de títulos do
Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações
com esses títulos. Acompanhe na figura 1 as principais
funcionalidades da Selic.

Figura 1 – Funções da Selic

2.1 Taxa básica de juros


Você ouve falar da taxa Selic ou da taxa básica de juros da
economia brasileira quando assiste a um telejornal ou quando está
visitando algum site de notícias?

No mercado financeiro, temos os agentes superavitários


chamados de poupadores, que têm um excesso de recursos para
emprestar, e os deficitários, chamados também de tomadores, visto
que precisam de recursos de financiamento, ou seja, um ciclo
econômico de poupadores e tomadores.

Diante desse cenário, temos que ter uma taxa mínima de


referência para as remunerações de juros feitas entre os poupadores
e para os tomadores de empréstimo.

A taxa de juros é um índice facilitador nesse processo


econômico que proporciona a circulação de dinheiro na economia.
Assim, a taxa Selic influencia todas as taxas de juros do país, como
das aplicações financeiras, dos financiamentos e dos empréstimos.
Ela serve de parâmetro para a economia brasileira (ASSAF NETO,
2009).

NA PRÁTICA
A taxa Selic é a taxa básica de juros que serve de referência para outras taxas de
juros da economia brasileira. Assim, no sistema de liquidação e custódia, os
títulos públicos emitidos estão atrelados à taxa definida pela Banco Central do
Brasil.

Agora, acompanhe como funciona o processo para determinar a


taxa básica.

2.1.1 Papel e objetivo do Copom


É fundamental a transparência e a confiabilidade no processo
para estabelecimento da meta para a Selic, de modo que, no ano de
1996, foi criado o Comitê de Política Monetária (Copom).

Para Lagioia (2011) e Vasconcellos e Garcia (2014), a política


monetária são ações do governo no controle do dinheiro, que circula
em um ciclo econômico para garantir o controle efetivo da inflação e
das taxas de juros.

O Copom se reúne a cada 45 dias e são realizadas oito reuniões


por ano, sendo cada uma delas dividida em dois dias, a fim de se
definir a taxa Selic (BANCO CENTRAL DO BRASIL, [s. d.b]). A reunião é
dividida em quatro temas:

1. Cenário econômico do país.

2. Inflação.
3. Discussão sobre a condução das políticas monetárias.

4. Decisão final.

NA PRÁTICA
Consulte no site do Banco Central a ata da 228a Reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, ocorrida em fevereiro de 2020,
para entender melhor o andamento dessas reuniões.

Como falamos no início deste capítulo sobre inflação, a taxa


Selic tem um papel importantíssimo para o controle inflacionário no
país.

Acompanhe um exemplo:

Cenário 1: para movimentar a economia e incentivar o consumo,


o Banco Central precisa estimular empréstimos e, com isso,
reduzir a Selic.

Cenário 2: para evitar que os preços aumentem ou saiam do


controle, o governo aumenta a Selic, assim, os indivíduos, no
processo econômico, gastarão menos e o comércio, como um
todo, diminuirá os preços, para que a inflação diminua.

Assim, o Copom determina a meta da inflação e, se houver


algum risco de aumento da inflação, o papel do Banco Central é
elevar os juros na economia para que o poder de compra diminua.

Considerações finais
Neste capítulo, abordamos a inflação e como ela é medida no
Brasil, visando entender qual é o impacto disso no dia a dia. Com isso,
quando alguém comentar sobre a taxa Selic ou quando o governo
criou uma política monetária para conter a inflação, você conseguirá
compreender com maior clareza o que significa esse processo.

O termo "inflação" é bem complexo, pois envolve também


conceitos de economia. Depois da leitura deste capítulo, a ideia é que
você se sinta mais à vontade para falar sobre economia, taxa de
juros, Selic e inflação.

Sugerimos que você faça uma pesquisa sobre a história da


inflação brasileira para ir além. É interessar também ter um olhar
antes e após a criação do Plano Real, em 1994.

O tema economia e indicadores econômicos é bem vasto. Não


se contente apenas em acompanhar os índices de inflação.
Acompanhe revistas, jornais e sites especializados sobre economia
para conseguir tomar decisões certas e não sofrer no futuro.

A matemática financeira está diariamente em nosso cotidiano.


Nos próximos capítulos, aprenderemos a calcular as prestações de
um financiamento de um bem móvel ou imóvel e analisar
investimentos financeiros ou de bens de capital, como aplicações na
poupança, na bolsa de valores, em fundos de renda fixa, entre outros.

Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações.
São Paulo: Atlas, 2009.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Comitê de Política Monetária


(Copom). [s. d.b]. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/copom. Acesso em: 9 jul.
2020.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Índices de preços. [s. d.a]. Disponível


em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/indicepreco. Acesso em:
9 jul. 2020.

GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e


Excel: uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson,
2013.

HAZZAN, Samuel; POMPEO, José Nicolau. Matemática financeira. 7.


ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).


Inflação. 2020. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/explica/inflacao.php. Acesso em: mar. 2020

LAGIOIA, Umbelina Cravo Teixeira. Fundamentos do mercado de


capitais. São Paulo: Atlas, 2011.

LUCCI, Cinthia Retz et al. A influência da educação financeira nas


decisões de consumo e investimento dos indivíduos. In: SEMINÁRIOS
EM ADMINISTRAÇÃO FEA-USP, 9., 2006, São Paulo. Anais eletrônicos
[…] São Paulo: FEA-USP, 2006. Disponível em:
http://sistema.semead.com.br/9semead/resultado_seMead/trabAlho
sPDF/266.pdf. Acesso: 9 jul. 2020.

MENEZES, Valdelício. Aplicação da matemática financeira.


Administradores.com, 7 set. 2010. Disponível em:
https://administradores.com.br/artigos/matematica-financeira.
Acesso em: 9 jul. 2020.

VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel Enriquez.


Fundamentos da economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Capítulo 2
Juros simples

No capítulo anterior, compreendemos que a matemática


financeira está diretamente ligada ao cotidiano das pessoas, ou seja,
em diversas situações do sistema econômico. Ao realizar uma
operação de financiamento, compras a prazo ou investir em uma
aplicação financeira, por exemplo, temos atreladas as taxas de juros.
Ao fazer uma operação de crédito, como um empréstimo, e pagar
prestações mensais, o valor final dela será bem superior ao valor
contratado. Essa diferença de valor entre o valor inicial e o valor final
recebe o nome de juros.

Neste capítulo, apresentaremos o conceito de juros simples por


meio de exemplos numéricos e as características do regime de
capitalização simples.

1 Regime de capitalização simples –


juros simples
Segundo Gimenes (2013), a maioria das operações do sistema
financeiro é calculada e baseada no regime de capitalização
composta que será apresentado no próximo capítulo.

Mas onde observamos operações de juros simples em nosso dia


a dia? Algumas situações que estão atreladas ao sistema de
capitalização simples. Um boleto bancário para pagamento de uma
conta dentro de um mês, por exemplo: “Senhor Albuquerque se
esqueceu de pagar um boleto e já se passaram 4 dias do vencimento.
O valor original do boleto é de R$ 180,00. Para pagamento em atraso,
constam as seguintes informações no boleto: os juros de multa são
de 10% e o valor de mora por atraso é de R$ 0,43 ao dia”. Diante
dessa situação, descubra quanto o Senhor Albuquerque tem que
pagar.

Juros = valor do boleto · taxa J = 180 · 0,10

J = 18,00

Ainda falta calcular a mora por atraso, de R$ 0,43 ao dia. Como o


boleto está atrasado 4 dias, multiplique o valor da mora pelos dias de
atraso: (0,43 · 4 = 1,72). Some o valor encontrado com o valor dos
juros. Senhor Albuquerque terá que pagar R$ 199,72.

Valor do boleto: 180,00

Juros: 18,00

Mora: 1,72
IMPORTANTE O TERMO “JUROS DE MORA” INDICA UM

VALOR QUE DEVE SER PAGO AO CREDOR SEMPRE QUE O DEVEDOR


NÃO CUMPRIR COM O PRAZO PARA UM PAGAMENTO (MIGLIOLI,
2014).

Segundo Hazzan e Pompeo (2014, p. 5), no regime de


capitalização simples, “o juro gerado em cada período é constante e
igual ao produto do capital pela taxa. Além disso, os juros são pagos
somente no final da operação”.

1.1 Conceitos básicos: juros simples


Para iniciarmos o estudo do capítulo, vamos entender alguns
termos fundamentais para calcular os juros simples (ASSAF NETO,
2009):

Juro (J): valor pago, ou seja, rendimento do capital investido ou


emprestado, que vamos representar com a letra (J):

Portanto, juros são:

a. Quantia paga proporcionalmente a certo dinheiro emprestado.

b. Quantia recebida proporcionalmente a certo dinheiro investido.

Capital (VP): valor presente: é a quantia emprestada ou


investida, que vamos representar com a sigla VP.

Taxa de juros (i): é a porcentagem cobrada ou recebida que


está relacionada com uma unidade de tempo (dia, semana,
mês, semestre, ano), que vamos representar com a letra (i),
do inglês interest, que significa juro.

Tempo (n ou t): período da operação de empréstimo ou


investimento.

Montante (M): podemos representar por M ou VF (valor


futuro), e representa o capital + juros.

IMPORTANTE OS JUROS SÃO O CUSTO DO CAPITAL

DURANTE UM PERÍODO DE TEMPO. NO REGIME DE


CAPITALIZAÇÃO SIMPLES, ELES INCIDEM SEMPRE SOBRE O
CAPITAL INICIAL A PARTIR DE UMA TAXA DURANTE UM CERTO
PERÍODO DE TEMPO (ASSAF NETO, 2009).

2 Fórmulas
Para Assaf Neto (2009), no regime de capitalização simples, os
juros gerados em cada período são constantes e iguais em relação
ao capital e à taxa de juros do período, ou seja, calculados
linearmente.

Acompanhe o exemplo na sequência:

Exemplo 1: Um capital de R$ 500,00 foi aplicado durante 3 anos


à taxa de 10% ao ano, no regime de juros simples. Calcular os juros
do período e o montante.

Conforme destacam Hazzan e Pompeo (2014), para visualizar o


comportamento linear do cálculo dos juros simples, o cálculo de juros
simples é baseado no capital inicial, assim, com o capital aplicado por
um ano à taxa de 10% ao ano, os juros são iguais a 10% de R$ 500,
que são R$ 50,00.

IMPORTANTE PARA CALCULAR 10% DE R$ 500,00, BASTA

MULTIPLICAR R$ 500,00 POR 0,10, QUE É A FORMA DECIMAL DE


10% (10% = 10 DIVIDO POR 100 = 0,10)

Durante o primeiro ano, os juros gerados foram de R$ 50,00


(capital de R$ 500,00 multiplicado pela taxa de juros do período, de
0,10).

Durante o segundo ano, os juros gerados foram de R$ 50,00


(capital de R$ 500,00 multiplicado pela taxa de juros do período, de
0,10).

Durante o terceiro ano, os juros gerados foram de R$ 50,00


(capital de R$ 500,00 multiplicado pela taxa de juros do período, de
0,10).

Veja que somente o capital aplicado é que rende juros. Portanto,


os juros totais dessa operação são R$ 150,00 e o montante, de R$
650,00 (M = C + J).

No exemplo apresentado, por ser um período de 3 anos,


conseguimos enxergar e entender o modelo de juros simples. Vamos
agora aplicar a fórmula no exemplo: Primeiro, vamos coletar as
informações do Exemplo 1: C: R$ 500,00

t: 3 anos
i: 10% ao ano

J=?

M=?

Conforme destaca Assaf Neto (2009) e seguindo a mesma linha


de raciocínio de Gimenes (2013), a nomenclatura de C para o capital,
M para o montante, J para os juros, i para a taxa e t para o tempo,
criamos as seguintes fórmulas: Fórmula de juros:

J = C · i · t ou J = VP · i · n J = 500 · 0,10 · 3

J = 150

Fórmula do montante:

M=C+J

M = 500 + 150

M = 650,00

Como apresentado anteriormente, o valor pago de uma operação


de juros simples segue a seguinte fórmula: J = C · i · t ou J = VP · i · n J
representa o valor dos juros obtido no período de tempo determinado,
que é representado por n.

i é a taxa de juros expressa em forma decimal ajustada na


mesma base do período t (tempo).
IMPORTANTE A TAXA DE JUROS REPRESENTADA POR I

TEM QUE ESTAR NA MESMA BASE DO PERÍODO DE TEMPO, OU


SEJA, NA MESMA PROPORÇÃO, POR SE TRATAR DE UMA
RELAÇÃO LINEAR. O TEMPO PODE SER AJUSTADO EM RELAÇÃO À
TAXA. EXEMPLO: UM CAPITAL DE R$ 8.000,00 É APLICADO
DURANTE 2 ANOS À TAXA DE 22% AO ANO.

No mundo das finanças, usamos algumas terminologias que


facilitam os cálculos quando utilizamos a financeira HP 12C. Mas não
se preocupe! No decorrer deste capítulo, vamos apresentar alguns
exemplos utilizando essa calculadora.

NA PRÁTICA A CALCULADORA FINANCEIRA HP 12C É

UTILIZADA PARA A REALIZAÇÃO DE CÁLCULOS FINANCEIROS


ENVOLVENDO JUROS, TAXAS E AMORTIZAÇÃO. ATUALMENTE, NA
LOJA DE APLICATIVOS DO SEU CELULAR, VOCÊ PODERÁ FAZER O
DOWNLOAD DO APP OU ACESSAR O EMULADOR VIA NAVEGADOR
DO SEU COMPUTADOR.

Quadro 1 – Quadro-resumo dos conceitos de juros simples


REPRESENTAÇÃO FUNÇÃO
FUNÇÃO DEFINIÇÃO
NO LIVRO HP 12C

Valor presente – valor inicial de uma operação Na HP


CAPITAL VP (C) PV
12C, o capital (C) é representado pela tecla PV
REPRESENTAÇÃO FUNÇÃO
FUNÇÃO DEFINIÇÃO
NO LIVRO HP 12C

Taxa de juros, que poderá ser diária, semanal ,


quinzenal, mensal, semestral, anual, entre
outras.Nomenclatura: 5% a.a. ==> 5% ao ano Ao usar na
TAXA DE fórmula, sempre dividir por cem (linear)Nomenclatura: i
i
JUROS 5% ao ano ==> 0,05
Na HP 12C, a taxa de juros (i) é representada pela tecla
i

Número de períodos da operação. Não esqueça que o


tempo tem que estar de acordo com a taxa de juros e
TEMPO n(t) n
vice-versa. Na HP 12C, o tempo (t) é representado pela
tecla n

Valor futuro – valor final, valor do resgate ou saldo


MONTANTE VF (M) futuro de uma operação. Na HP 12C, o montante (FV) é FV
representado pela tecla FV

2.1 Diagrama do fluxo de caixa – regime de


capitalização simples
No exemplo apresentado, de um capital de R$ 500,00, foi
aplicada durante 3 anos a taxa de 10% ao ano, no regime de juros
simples. Vimos que somente o capital aplicado é que rende juros, e o
montante, após 3 anos, foi de R$ 650,00. Acompanhe o esquema da
figura 1.
Figura 1 – Diagrama do fluxo de caixa em
regime de capitalização simples

Fonte: adaptado de Hazzan e Pompeo (2014).

3 Valor futuro (montante) a juros simples


Para calcular o montante (valor futuro) de forma direta no
sistema de capitalização simples, Assaf Neto (2009) destacou a
seguinte fórmula: M = C · [(1 + (i · t)], ou VF = VP · [(1 + (i · n)]

O montante M (VF) representa o valor final, ou futuro, da


operação.

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo prático?

O pagamento da dívida foi feito com 12 dias de atraso. O


emitente cobra uma taxa de juros simples de 15% ao mês. O valor da
dívida é de R$ 800,00. Calcular os juros simples e o montante diante
do atraso apresentado.

Resolução:

Valor da dívida: (C) R$ 800,00


Taxa (i): 15% ao mês, ou 0,15 (taxa dividida por 100) Tempo: (t)
12 dias – ponto de atenção: a taxa é ao mês e o tempo é contado em
dias. Lembre-se de que a taxa de juros e o tempo têm que estar na
mesma base, ou seja, na mesma proporção, por se tratar de uma
relação linear.

30 dias, corresponde ==> 1 mês

12 dias, corresponde ==> x mês

Portanto: 12 dias equivalem a 0,40 de um mês.

Valor a ser pago: (M) é o montante que vamos calcular.

Aplicação da fórmula:

M = C · [(1 + (i · t)] ou VF = VP · [(1 + (i · n)]

M = 800 · [(1 + (0,15 · 0,40)]

M = 800 · [(1 + (0,06)]

M = 800 · (1,06)

M = 848,00

Resposta: montante de R$ 848,00 e juros de R$ 48,00.

O valor dos juros pode ser encontrado com o uso da seguinte


fórmula: Juros = montante – capital
3.1 Utilizando as funções financeiras da HP 12C para
juros simples – função INT (juros)
Na HP 12C, é possível calcular o valor dos juros e o montante no
regime de capitalização simples (GIMENES, 2013). A função INT está
em amarelo e, para ativá-la, temos que pressionar a função “tecla f”.
Vamos utilizar o exemplo anterior para calcular o valor dos juros e o
do montante.

Passo a passo:

1. Para limpar os registros da calculadora, pressionar as teclas f e


CLX.

2. Inserir o valor presente (capital) negativo, 800, e pressionar as


teclas CHS e PV.

Obs.: como estamos iniciando o cálculo para encontrar o


montante, o capital tem que estar negativo, pois estamos
desembolsando esse valor e iniciando o fluxo.

3. Introduzir a taxa ao ano. No exemplo, ela está a 15% a.m. Nesse


procedimento para cálculo dos juros simples, temos que colocá-
la ao ano. Para encontrar esse valor, multiplicar a taxa mensal
por 12, que corresponde ao número de meses do ano: 15 · 12 =
180i.

4. Introduzir o tempo em dias. O tempo, no exemplo, já está em


dias: 12 n.
5. Aperte a tecla f e, em seguida, pressionar i. No visor, será exibido
o valor dos juros: R$ 48,00.

6. Pressionar a tecla mais (+) e o valor dos juros será somado ao


capital. Então, será exibido o montante: R$ 848,00.

IMPORTANTE PARA O CÁLCULO DOS JUROS E DO

MONTANTE NO REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES,


UTILIZANDO A HP 12C, AO INSERIR AS FUNÇÕES FINANCEIRAS, A
TAXA SEMPRE TEM QUE ESTAR AO ANO E O TEMPO, EM DIAS.

4 Valor presente (capital) a juros simples


Apresentamos anteriormente a fórmula para o cálculo do
montante (valor futuro) e, para encontrar o valor presente (ou capital),
devemos isolá-lo à resolução, ou seja, utilizaremos a fórmula do
montante.

Segundo Assaf Neto (2009) para calcular o capital (valor


presente) de forma direta no sistema de capitalização simples, temos
a seguinte fórmula:

O capital (C) representa o valor inicial da operação, o valor


presente.

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo prático?

O pagamento da dívida foi feito com 12 dias de atraso. O


emitente cobra uma taxa de juros simples de 15% ao mês. O valor
pago com atraso é de R$ 848,00. Qual é o valor original dessa dívida?

Resolução:

Valor da dívida (C): ?

Valor pago (M): 848,00

Taxa (i): 15% ao mês, ou 0,15 (taxa dividida por 100) Tempo (t):
12 dias – ponto de atenção: a taxa está ao mês e o tempo, em dias.
Lembre-se de que a taxa de juros e o tempo têm que estar na mesma
base, ou seja, na mesma proporção, por se tratar de uma relação
linear.

30 dias correspondem ==> 1 mês

12 dias correspondem ==> x mês

Portanto: 12 dias equivalem a 0,40 de um mês.

Aplicando a fórmula

Resposta: o valor do capital é de R$ 800,00.


4.1 Utilizando a HP 12C para a resolução pela
fórmula
Passo a passo na HP 12C utilizando a fórmula e os dados do
exemplo anterior:

1. Para limpar os registros da calculadora, pressionar as teclas f e


CLX.

2. Inserir o valor do montante, 848, e pressionar a tecla Enter.

3. Inserir o valor da taxa, 0,15, e pressionar a tecla Enter.

4. Inserir o valor do tempo, 0,40, e multiplicar a taxa com o tempo


(parênteses). Pressionar a tecla de multiplicação (×).

5. Inserir o valor 1 da fórmula e pressionar a tecla mais (+).

6. Finalizar o cálculo dividindo. Pressionar a tecla de dividir (÷).

7. Será exibido no visor o valor 800.

Resposta: O valor do capital é de R$ 800,00.

5 Cálculo da taxa (i) e cálculo do tempo


(n)
Apresentamos neste capítulo as fórmulas de juros simples e,
para encontrar a taxa ou o tempo, basta isolar o que você precisa
encontrar.

Exemplo: Taxa (i)


O capital de R$ 12.000,00 aplicado em 3 meses gerou juros de
R$ 540,00. Qual a taxa de juros simples empregada nessa aplicação?

Primeiro, vamos coletar as informações do exemplo:

C = 12.000

t = 3 meses

J = 540

i = ??

Aplicando a fórmula matemática de juros simples:

J = C · i · t ou J = VP · i · n 540 = 12.000 · i · 3

36.000i = 540

i = 0,0150 · 100 (para encontrar a taxa em percentual %) i = 1,50%


ao mê s

A taxa de juros que foi empregada nessa aplicação é de 1,50% ao


mês.

Exemplo: Tempo (n)

O capital de R$ 12.000,00 foi aplicado à taxa de juros simples de


1,50% ao mês e gerou juros de R$ 540,00. Qual foi o prazo empregado
nessa aplicação?

Primeiro, vamos coletar as informações do exemplo:


C = 12.000

t = ??

J = 540

i = 1,50% (0,0150)

Aplicando a fórmula matemática de juros simples:

J = C · i · t ou J = VP · i · n 540 = 12.000 · 0,0150 · t

540 = 180t

t = 3 meses

O prazo empregado nessa aplicação foi de 3 meses.

IMPORTANTE O ANO COMERCIAL CONSIDERA 360 DIAS E

CADA UM DOS MESES, 30 DIAS.

Considerações finais
Apresentamos neste capítulo características do regime de
capitalização simples, que é o processo de formação dos juros sobre
o valor do capital inicial.

É importante que a população saiba calcular os juros e o


montante, pois facilita para lidar com seu cotidiano no sistema
financeiro, desde para pagar uma conta atrasada até para fazer
aplicações financeiras.

De fato, os conceitos de juros, capital, taxa, montante e prazos


são importantes para que pessoas e empresas consigam se
organizar financeiramente e entendam o que ocorre nas operações,
como em uma aplicação ou em um pagamento de uma fatura em
atraso.

O cálculo de juros simples é utilizado em situações mais


restritas, em alguns contratos de pessoa física e em algumas
operações de curto prazo, como nos boletos bancários para o
pagamento de dívidas dentro do mês de vencimento.

Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações.
São Paulo: Atlas, 2009.

GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e


Excel: uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson,
2013.

HAZZAN, Samuel; POMPEO, José Nicolau. Matemática financeira. 7.


ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

MIGLIOLI, Marcio Asbahr. Mora: conceitos, normas e requisitos.


Âmbito Jurídico, 1 fev. 2014. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/mora-conceito-
formas-e-requisitos/. Acesso em: 17 jul. 2020.
Lista de exercícios do capítulo
Introdução
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos adquiridos
neste capítulo sobre juros simples. Utilize as fórmulas apresentadas
no capítulo para resolver os exercícios a seguir.

Exercícios
1. Uma aplicação de R$ 5.000,00 de duração de 4 meses com uma
taxa de 9,75% ao ano. Calcule os juros e o montante dela.

Resposta: Juros: R$ 1.666,66. Montante: R$ 6.666,66.

2. Determinar o valor aplicado que produziu um montante de R$


2.000,00 em 4 anos a uma taxa de 8,00% ao ano.

Resposta: Capital (VP) = R$ 1.515,15.

3. Calcular os juros produzidos por R$ 8.000,00, à taxa de 12% ao


ano, durante 120 dias.

Resposta: Juros = R$ 320,00.


Capítulo 3
Regime de capitalização composto

Em diversas situações no sistema econômico, os juros


compostos são recorrentes nas relações comerciais, como nos
parcelamentos a longo prazo, nos empréstimos e financiamentos, no
cartão de crédito e nos investimentos atrelados a uma taxa de juros.

Neste capítulo, apresentaremos o conceito de capitalização


composta, bem como suas características a partir de exemplos
numéricos.

1 Definição
Conforme destaca Gimenes (2013), a maioria das operações do
sistema financeiro é calculada e baseada em juros compostos. A
diferença entre os juros simples e os compostos é que os compostos,
ou capitalização composta, ao final de cada período, tem os juros do
período adicionados ao capital para calcular os do próximo período,
ou seja, os juros a cada período serão incorporados ao valor principal
para o cálculo dos juros do período seguinte. Acompanhe o exemplo.
Um familiar empresta a você o valor de R$ 1.000,00 a uma taxa
de 10% para devolver o valor emprestado mais os juros daqui a 3
meses.

No final do terceiro mês, com juros simples, ou seja, linearmente,


o valor a ser pago será de R$ 1.300,00.

Tabela 1 – Juros simples


JUROS SIMPLES

VALOR DOS JUROS


MÊS CAPITAL TAXA
C·i

1 R$ 1.000,00 0,10 100

2 R$ 1.000,00 0,10 100

3 R$ 1.000,00 0,10 100

Para Assaf Neto (2009), a diferença entre a capitalização simples


e a composta é que os juros pago no final de cada mês (período) são
atualizados ao capital do mês seguinte.

Tabela 2 – Juros compostos


JUROS COMPOSTOS

VALOR DOS JUROS MONTANTE


MÊS CAPITAL TAXA
C*i C+J

1 R$ 1.000,00 0,10 100 R$ 1.100,00

2 R$ 1.100,00 0,10 110 R$ 1.210,00

3 R$ 1.210,00 0,10 121 R$ 1.331,00


No final do terceiro mês em juros compostos, o valor a ser pago
será de R$ 1.331,00, ou seja, ao regime de capitalização composta é
aplicado o conceito de juros sobre juros.

Nesse regime, a cada intervalo de tempo, são calculados novos


juros, que serão somados ao capital final de cada período.

IMPORTANTE
Para ter melhor entendimento de juros compostos, é necessário ter o
conhecimento apresentado no capítulo de juros simples como capital e
montante.

2 Regime de capitalização composta –


juros compostos
O regime de juros compostos é o mais comum no sistema
financeiro e, portanto, o mais útil para cálculos de problemas do dia a
dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao principal
para o cálculo dos juros do período seguinte. Matematicamente, o
cálculo de juros compostos é conhecido por cálculo exponencial de
juros (BRANCO, 2002).

NA PRÁTICA
Juros compostos são calculados sobre o capital apenas no primeiro período.
Nos demais, são calculados sobre o montante obtido no período anterior.

Podemos dizer que o fato de a capitalização composta ser uma


função exponencial é decorrente do rápido crescimento dos juros.
Para visualizarmos o comportamento exponencial do cálculo dos
juros compostos destacado por Hazzan e Pompeo (2014), veremos o
exemplo a seguir.

Exemplo 1: um capital de R$ 500,00 foi aplicado durante 3 anos à


taxa de 10% ao ano em regime de juros compostos. Calcular os juros
do período e o montante final.

Tabela 3 – Juros compostos


JUROS COMPOSTOS

ANO CAPITAL TAXA VALOR JUROS MONTANTE

1 R$ 500,00 0,10 R$ 50,00 R$ 550,00

2 R$ 550,00 0,10 R$ 55,00 R$ 605,00

3 R$ 605,00 0,10 R$ 60,50 R$ 665,50

Durante o primeiro ano, os juros gerados foram de R$ 50,00


(capital de R$ 500,00 multiplicado pela taxa de juros do período, de
0,10).

Durante o segundo ano, os juros gerados foram de R$ 55,00


(capital atualizado de R$ 550,00 multiplicado pela taxa de juros do
período, de 0,10).

Durante o terceiro ano, os juros gerados foram de R$ 60,50


(capital de R$ 605,00 multiplicado pela taxa de juros do período, de
0,10).
NA PRÁTICA
O regime de capitalização composta é o mais utilizado no mercado financeiro,
por oferecer maior rentabilidade.

Os conceitos adquiridos sobre capitalização simples


aplicaremos, de forma análoga, na capitalização composta.

Para o regime de capitalização composta, por ser exponencial,


apresentamos a fórmula do montante, em que o tempo está em uma
potência (exponenciação). É por esse motivo que em juros
compostos temos o conceito de juros sobre juros.

Vamos coletar as informações do exemplo anterior:

C: R$ 500,00 J = ?

t: 3 anos M = ?

i: 10% ao ano

Conforme destaca Assaf Neto (2009) e seguindo a mesma linha


de raciocínio de Gimenes (2013), a nomenclatura de C ou VP para
capital, M ou VF para o montante, J para o juro, i para a taxa e t ou n
para o período, a fórmula do montante é: M = C · (1 + i)t ou VF = VP · (1
+i)n

M = 500 · (1 + 0,10)3

M = 500 · (1,10)3

M = 500 · (1,331)
M = 665,50

J=M–C

J = 665,50 – 500

J = 165,50

Nesse exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C para


desenvolver o cálculo de 2 maneiras. Vamos praticar?

Nas calculadoras cientificas ou na própria HP 12C, temos a tecla


de potência. Veja o passo a passo: M = 500 · (1,10)3

1. Limpar os registros da calculadora, pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor 500 e pressionar a tecla Enter.

3. Inserir o valor 1,10 e pressionar a tecla Enter.

4. Inserir o valor 3 e pressionar a tecla de potenciação (yx).

5. Finalizar o cálculo multiplicando. Pressionar a tecla de


multiplicação (×).

6. Será exibido no visor o valor do montante, de R$ 665,50. Para


encontrar os juros, digitar 500 de capital inicial e pressionar a
tecla de subtração (–). Será exibido no visor o valor dos juros, R$
165,50.

2.1 Utilizando a HP 12C – teclas financeiras


A calculadora HP 12C apresenta uma série de funções
financeiras. Neste exemplo, relembraremos os conceitos por meio do
quadro 1.

Quadro 1 – Quadro-resumo
REPRESENTAÇÃO FUNÇÃO
FUNÇÃO DEFINIÇÃO
NO LIVRO HP 12C

Valor presente – valor inicial de uma operação Na HP


CAPITAL C ou VP PV
12C, o capital (C) é representado pela tecla PV

Taxa de juros, que poderá ser diária, semanal,


TAXA DE quinzenal, mensal, semestral, anual, entre
i i
JUROS outras.Nomenclatura: 5% a.a. ==> 5% ao ano Na HP
12C, a taxa de juros (i) é representado pela tecla i

Número de períodos da operação. Não esqueça que o


TEMPO ou prazo tem que estar de acordo com a taxa de juros e
t ou n n
PRAZO vice-versa. Na HP 12C, o tempo (t) é representado pela
tecla n

Valor futuro – valor final, valor do resgate ou saldo


MONTANTE M ou VF futuro de uma operação Na HP 12C, o montante (FV) é FV
representado pela tecla FV

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar a tecla f e CLX.

2. Inserir o valor presente (capital) negativo, 500, e pressionar as


teclas CHS e PV.

Obs.: como estamos iniciando o cálculo para encontrar o


montante, o capital tem que estar negativo, pois estamos
desembolsando esse valor e iniciando o fluxo.

3. Introduzir a taxa ao ano, 10, e pressionar a tecla i.

4. Introduzir o tempo, 3, e pressionar a tecla n.

5. Pressionar a tecla FV e o valor do montante será exibido no visor,


R$ 665,50. Para encontrar os juros, digitar 500 de capital inicial e
pressionar a tecla de subtração (–). Será exibido no visor o valor
dos juros, de R$ 165,50.

Resposta: um capital de R$ 500,00 foi aplicado durante 3 anos à


taxa de 10% ao ano, em regime de juros compostos. Os juros do
período foram de R$ 165,50 e o montante final, de R$ 665,50.

Pronto! O que achou de utilizar as funções da HP 12C? Conforme


destaca Gimenes (2013), utilizando essa calculadora, podemos
utilizar os cálculos no regime de capitalização composta. Com o uso
das teclas financeiras, é possível calcular o capital (ou valor presente),
o valor futuro (ou montante), a taxa e o prazo inserindo as
informações em suas respectivas funções.

Veremos um exemplo a seguir em que a taxa está ao ano e o


período, em meses.

Temos uma aplicação inicial com o valor de R$ 16.000,00. Qual o


valor futuro daqui a 24 meses com uma taxa de 13% ao ano?

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor presente (capital) negativo, 16.000, e pressionar as


teclas CHS e PV.

Obs.: como estamos iniciando o cálculo para encontrar o


montante, o capital tem que estar negativo, pois estamos
desembolsando esse valor e iniciando o fluxo.

1. Introduzir a taxa ao ano, 13, e pressionar i.


2. Introduzir o tempo (prazo), 2, e pressionar n. Inserimos 2 porque
corresponde a 2 anos (24 meses, pois a taxa e o prazo devem
estar equivalentes).

3. Pressionar a tecla FV e o valor do montante será exibido no visor,


R$ 20.430,40.

IMPORTANTE
No [capítulo 5], abordaremos o conceito de taxa equivalente. Ela cresce
exponencialmente em relação ao tempo no regime de capitalização composta.

3 Valor futuro (montante) a juros


compostos
Como acompanhamos anteriormente, a fórmula do montante no
regime de capitalização composta é a seguinte: a partir de um valor
inicial, o capital é corrigido por uma taxa de juros em um determinado
período, e, assim, será produzido um valor futuro. Por exemplo: uma
aplicação financeira tem um prazo para resgate. Esse valor que será
resgatado é o valor futuro em função do valor investido inicialmente,
denominado valor presente. Essa relação é a base do conhecimento
do conceito de juros compostos, conforme destacam Gimenes
(2013) e Assaf Neto (2009).

M = C · (1 + i)t

O montante M representa o valor final ou futuro da operação.


IMPORTANTE
O valor futuro de uma operação financeira é o valor dos juros acrescido do capital
inicial.

Para determinar o valor futuro a partir do valor presente, veremos


o caso a seguir: Almir emprestou um dinheiro para seus amigos para
pagamento em 5 meses a uma taxa de 4% ao mês. Calcular o valor a
ser pago por cada um deles no final de 5 meses.

Joaquim – R$ 3.000,00

Henrique – R$ 2.500,00

Francisco – R$ 1.500,00

M = C · (1 + i)t

Para cada amigo, Almir terá que fazer os seguintes passos:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor presente (capital) negativo e pressionar as teclas


CHS e PV.

3. Introduzir a taxa ao mês e pressionar a tecla i.

4. Introduzir o tempo em meses e pressionar a tecla n.

5. Pressionar a tecla FV e o valor do montante será exibido no visor.


Para encontrar o valor dos juros, digitar o capital inicial
emprestado e pressionar a tecla de subtração (–). Será exibido
no visor o valor dos juros.
PARA PENSAR
Quanto cada amigo terá que pagar ao Almir no final do período acordado do
empréstimo?

4 Valor presente (capital) a juros


compostos
Apresentamos anteriormente a fórmula para o cálculo do
montante (valor futuro). A partir dela, podemos encontrar o valor
presente isolando o capital para a resolução.

Segundo Assaf Neto (2009), para calcular o capital (valor


presente) de forma direta no sistema de capitalização composta,
temos a seguinte fórmula:

O capital (C) representa o valor inicial da operação, o valor


presente.

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo prático?

Aline precisará de R$ 35.000,00 daqui a 36 meses para fazer seu


sonhado intercâmbio no exterior. O banco em que Aline tem conta
oferece uma aplicação de 1% ao mês. Quanto Aline terá que aplicar
hoje para receber essa quantia no final do período?

Nas calculadoras científicas ou na própria HP 12C, temos a tecla


de potência (yx).

Aplicando a fórmula:
Resposta: O valor do capital será de R$ 24.462,37.

4.1 Utilizando a HP 12C


Acompanhe os passos na calculadora HP 12C:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas F e


CLX.

2. Inserir o valor futuro (montante), 35.000, e pressionar a tecla FV.

3. Inserir a taxa, 1, e pressionar a tecla i.

4. Inserir o tempo, 36, e pressionar a tecla n.

5. Pressionar a tecla PV e o valor do capital será exibido no visor, –


24.462,37. O valor é negativo pois indica quanto você precisa
desembolsar.

Resposta: Aline terá que aplicar R$ 24.462,37 para conseguir o


valor futuro desejado em 36 meses.

5 Cálculo da taxa (i) e cálculo do tempo


(n)
Apresentamos neste capítulo as fórmulas do montante e do
capital e, para encontrarmos a taxa ou o tempo, basta isolar o que
você precisa encontrar. Vamos utilizar fórmulas e aplicar funções da
HP 12C para otimizar os cálculos.

M = C · (1 + i)t

Exemplo: Taxa (i)

O capital de R$ 12.000 aplicado em 3 meses gerou juros de R$


548,14. Qual taxa de juros compostos foi empregada nessa
aplicação?

Primeiro, vamos coletar as informações do exemplo:

C = 12.000 M = C + J = 12.548,14

t = 3 meses i = ??

Aplicaremos a fórmula matemática com a seguinte resolução


algébrica, conforme destaca Gimenes (2013) e seguindo a mesma
linha de raciocínio de Assaf Neto (2009): M = C · (1 + i)t

Teremos que isolar a taxa (i). Para que isso seja possível,
utilizaremos o recurso de radiciação.

12.548,14 = 12.000 · (1 + i)3


1,0457 = (1 + i) 3

Nessa situação, o (i) está dentro dos parênteses. Para isolá-lo


deve-se extrair a raiz cúbica em ambos os lados.

A raiz poderá ser reescrita em forma de potência:

1,0150 = 1 + i

i = 1,0150 – 1

i = 0,0150

O valor encontrado refere-se à taxa (i). Para encontrá-lo em


porcentagem, deve-se multiplicar por 100.

i = 0,0150 · 100

i = 1,50% ao mê s

Aplicando as funções da HP 12C:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor presente (capital) negativo, 12.000, e pressionar as


teclas CHS e PV.

3. Inserir o valor futuro (montante), 12.548,13, e pressionar FV.


4. Inserir o tempo, 3, e pressionar n.

5. Pressionar a tecla i e o valor da taxa será exibido no visor, 1,50.

Resposta: a taxa de juros que foi empregada nessa aplicação é


de 1,50% ao mês.

IMPORTANTE
Ao utilizar as funções da HP 12C, a última tecla pressionada no passo a passo é
o valor que precisa ser calculado.

Exemplo: Tempo (n)

O capital de R$ 12.000,00 aplicado à taxa de 1,50% ao mês gerou


juros de R$ 548,14. Qual foi o prazo empregado nessa aplicação?

Primeiro, vamos coletar as informações do exemplo:

C = 12.000

t = ??

M = C + J = 12.548,14

i = 1,50% ao mê s

Aplicaremos a fórmula matemática com a seguinte resolução


algébrica, conforme destaca Gimenes (2013) e seguindo a mesma
linha de raciocínio de Assaf Neto (2009): M = C · (1 + i)t

Teremos que isolar o prazo (n). Para que isso seja possível,
utilizaremos o recurso de logaritmo.

12.548,14 = 12.000 · (1 + 0,0150)n


1,0457 = (1,0150) n

Nessa situação, o (n) está no expoente. Para isolá-lo aplicaremos


o logaritmo natural (ln) em ambos os lados.

ln 1,0457 = ln(1,0150)n 〗

Pela propriedade da potência do log, o n (prazo) sai do expoente


e multiplica o log.

ln 1,0457 = n · ln(1,0150)

Nessa fase do cálculo, você poderá utilizar a calculadora


científica para o cálculo do logaritmo ou utilizar a função da HP 12C .

NA PRÁTICA
Para calcular ln 1,0457 na HP 12C, digitar 1,0457 e pressionar a tecla g e %T, que
será exibido o valor de 0,044686518. Faça o mesmo procedimento para o
numerador.

n=3

Resposta: O prazo empregado nessa aplicação foi de 3 meses.

Aplicando as funções da HP 12C:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.


2. Inserir o valor presente (capital) negativo, 12.000, e pressionar as
teclas CHS e PV.

3. Inserir o valor futuro (montante), 12.548,13, e pressionar a tecla


FV.

4. Inserir a taxa, 1,50, e pressionar a tecla i.

5. Pressionar a tecla n e o valor do tempo será exibido no visor: 3.

Resposta: o prazo empregado nessa aplicação foi de 3 meses.

Perceba que, nos casos apresentados com fórmula matemática,


tanto o recurso de potência como no recurso de logaritmo poderá ser
utilizada uma calculadora científica.

Considerações finais
Apresentamos neste capítulo características do regime de
capitalização composta, que é o processo de formação dos juros
sobre juros.

A diferença entre os juros simples e os compostos é que, ao final


de cada período de capitalização, os juros do período são somados
ao capital para calcular os do próximo período, ou seja, sobre o
montante obtido no período anterior.

Em economia inflacionária ou em economia de juros elevados, é


recomendada a aplicação de capitalização composta, pois a
aplicação de capitalização simples poderá produzir distorções
significativas principalmente em aplicações de médio e longo prazo,
e, em economia com altos índices de inflação, poderá produzir
distorções mesmo em aplicações de curto prazo (KUHNEN, 2008).

Conhecer o valor de juros é de extrema importância quando


falamos de educação financeira, pois, dessa forma, o indivíduo
saberá realmente se é necessário comprar a prazo devido às altas
taxas de juros aplicadas em financiamentos, empréstimos e contas
parceladas.

Esses conceitos de juros, capital, taxa, montante e prazos são


importantes para que as pessoas e as empresas consigam se
organizar financeiramente em seus cotidianos.

Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações.
São Paulo: Atlas, 2009.

BRANCO, Anísio Costa Castelo. Matemática financeira aplicada. São


Paulo: Pioneira Thompson, 2002.

GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e


Excel: uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson,
2013.

HAZZAN, Samuel; POMPEO, José Nicolau. Matemática financeira. 7.


ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

KUHNEN, Osmar Leonardo. Finanças empresariais. 2. ed. São Paulo:


Atlas, 2008.
KUHNEN, Osmar Leonardo. Matemática financeira aplicada e
análise de Investimentos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

Lista de exercícios do capítulo


Introdução
Chegou a hora de você testar os conhecimentos que adquiriu
neste capítulo sobre juros compostos. Utilize as fórmulas
apresentadas para conseguir resolver os exercícios a seguir.

Exercícios
1. Uma aplicação de R$ 6.000,00 com duração de 7 meses a uma
taxa de 0,80% ao mês. Calcule o montante dessa aplicação.

Resposta: R$ 6.344,17.

2. Determinar o valor aplicado que produziu um montante de R$


2.000,00 em 4 anos a uma taxa de 8,00% ao ano. Calcule o valor
presente dessa operação.

Resposta: R$ 1.470,06.

3. O capital de R$ 10.000,00 aplicado à taxa de 2,00% ao mês gerou


o montante de R$ 11.261,62. Qual foi o prazo empregado nessa
aplicação?

Resposta: 6 meses.
Capítulo 4
Descontos

Neste capítulo, apresentaremos e compreenderemos as


operações de desconto de títulos por meio de suas características e
de exemplos numéricos.

1 Definição de desconto
Conforme destacam Hazzan e Pompeo (2014), desconto é a
compensação recebida por alguém que antecipa o pagamento de
uma dívida, ou seja, está associado a um abatimento de um valor em
suas determinadas condições. Por exemplo: você faz uma grande
compra e geralmente o vendedor poderá conceder desconto no preço
por unidade ou, ainda, quando você deseja pagar à vista e o
estabelecimento lhe oferece um desconto sobre o preço ofertado por
não utilizar o parcelamento ou o cartão de crédito.

No sistema financeiro, temos situações envolvendo operações


de desconto. Quando uma empresa vende produtos a prazo, é
emitida uma duplicata que indica que ela tem direito de receber do
comprador do produto o valor combinado na data acordada. Porém,
nessa negociação, a empresa pode precisar de dinheiro antes do
prazo acordado para o seu caixa e, nesse processo, surge o
intermediador financeiro, o banco. A empresa passa ao banco o
direito do recebimento da duplicata em troca do valor recebido
antecipadamente. Por exemplo: a empresa ABC emitiu uma duplicata
com vencimento para 5 meses no valor de R$ 12.000,00 referente à
venda de seus produtos. Porém, no segundo mês após essa venda, a
empresa, que precisa de capital de giro, leva a duplicata ao banco e
retorna com a proposta de adiantar o valor de R$ 11.520,00, ou seja, o
banco propôs um desconto de R$ 480,00.

As operações de desconto utilizadas pelos bancos são


operações financeiras para antecipação de recebíveis atreladas a
uma taxa de juros de desconto e um prazo (HAZZAN; POMPEO,
2014).

Algumas operações comuns no sistema financeiro são:

Duplicatas.

Notas promissórias.

Letras de câmbio.

Antecipação de recebíveis – (maquininhas de débito e crédito).


IMPORTANTE AS OPERAÇÕES DE EMPRÉSTIMO GERAM AO

CREDOR UM TÍTULO DE CRÉDITO PARA FORMALIZAÇÃO DA


DÍVIDA. OS TÍTULOS POSSUEM UMA DATA DE VENCIMENTO DA
OPERAÇÃO, CONTUDO, O DEVEDOR TEM O DIREITO DE ANTECIPAR
O PAGAMENTO, SENDO ATRIBUÍDO UM DESCONTO PELA
ANTECIPAÇÃO DO TÍTULO.

2 Operações de desconto – teoria


Para Assaf Neto (2009) e seguindo a mesma linha de raciocínio
de Samanez (2010), os descontos nada mais são que operações
inversas ao processo de capitalização, pois a capitalização determina
o valor futuro de uma operação financeira e o desconto corresponde
à determinação do valor atual do título em razão de sua antecipação
ao pagamento ou resgate do título.

A diferença entre o valor nominal (valor futuro) e o valor atual


denomina-se desconto (D), conforme ilustrado n na figura 1.

Figura 1 – Diagrama da diferença do valor


nominal e do valor atual

Fonte: adaptado de Samanez (2010).

Diante disso, entenderemos alguns conceitos sobre o desconto.


Nomenclaturas:

Valor nominal: é o valor a ser pago até o vencimento, que


podemos chamar de valor de face, valor futuro ou valor de
resgate.

Valor atual: é o pagamento feito antes do vencimento, ou seja, o


valor com o desconto.

Tempo: é o prazo do título até o dia do seu vencimento.

Taxa de juros: como ocorre nos juros, o valor do desconto é


associado a uma taxa de juros.

Desconto: o valor do desconto feito em razão da antecipação do


pagamento.

Os descontos podem ser classificados em simples e compostos


e são divididos em racional e comercial. Esses conceitos serão
apresentados a seguir.

3 Descontos simples
Os descontos simples são aplicados em operações de juros
simples.

a. Desconto racional simples

Para Assaf Neto (2009), o desconto racional simples é aquele em


que a taxa é aplicada sobre o valor atual do título durante o período
antes do vencimento, de acordo com as características da
capitalização simples, ou seja, de forma linear. Nada mais é que o
cálculo de juros simples sobre o capital inicial.

Nomenclaturas:

N = valor nominal

A = valor atual

i = taxa de desconto

D = desconto

t = período (prazo de antecipação) Fórmulas do desconto


racional simples:

D=N–A

Desconto = valor nominal subtraído do valor atual

D=A·i·t

Desconto é igual ao produto entre o valor atual, a taxa de


desconto e o período.

Valor atual = divisão do valor nominal pela taxa de desconto e o


tempo.

N=A·(1+i·t)

Valor nominal = valor atual mais o produto entre o valor atual, a


taxa e o prazo de antecipação.
Vejamos uma aplicação envolvendo desconto racional simples.

Exemplo 1: A loja ABCD recebeu uma duplicata para daqui a 5


meses no valor de R$ 15.000,00 como pagamento. Como a loja
necessita imediatamente do dinheiro, foi ao banco para
operacionalizar essa duplicata. A taxa mensal de desconto é de 5,00%
ao mês. Qual é o valor do desconto? Considere a modalidade de
desconto simples racional.

Perceba que, nesse exemplo, temos a informação do valor


nominal da duplicata, o prazo e a taxa. Qual é a fórmula mais
indicada? Aplicaremos a fórmula do valor atual racional.

IMPORTANTE SIGA AS MESMAS REGRAS DOS JUROS

SIMPLES QUE ABORDAMOS NO [CAPÍTULO 2].

O valor atual dessa operação é de R$ 12.000,00.

Para encontrarmos o desconto, aplicaremos a seguinte fórmula:

Desconto = valor nominal subtraído do valor atual

D=N–A

D = 15.000 – 12.000
D = R$ 3.000

Resposta: o valor do desconto é de R$ 3.000,00.

Temos uma fórmula de aplicação direta para encontrar o


desconto racional simples. Assaf Neto (2009) destacou a seguinte
fórmula, na qual aplicaremos os mesmos dados do exemplo anterior:

Relembrando as informações do exemplo:

N = valor nominal = 15.000

A = valor atual: ??

i = taxa de desconto: 5% a.m.

D = desconto: ??

t = perı́odo (tempo): 5 meses

D = 3.000

Resposta: O valor do desconto é de R$ 3.000,00.

IMPORTANTE O DESCONTO RACIONAL É CALCULADO EM


RELAÇÃO AO VALOR ATUAL DO TÍTULO.
b. Desconto comercial simples

Para Gimenes (2013), o desconto comercial simples, também


conhecido como desconto bancário, é o desconto calculado em
relação ao valor nominal do título.

É equivalente aos juros simples produzidos pelo valor nominal no


período correspondente, ou seja, a taxa de desconto incide sempre
sobre o montante (valor nominal) e se quer determinar o valor atual
na data de resgate.

Fórmulas do desconto comercial simples:

Nomenclaturas:

N = valor nominal

A = valor atual

i = taxa de desconto

D = desconto

t = perı́odo (prazo de antecipaçã o)

D=N–A

Desconto = valor nominal subtraindo o valor atual

D=N·i·t

Desconto é igual ao produto entre o valor nominal, a taxa de


desconto e o prazo de antecipação.

A = N · (1 – i · t)
Valor atual = valor nominal é o produto formado pela taxa de
desconto e o tempo.

Valor nominal = divisão do valor atual pela taxa de desconto e o


tempo.

Acompanhe uma aplicação envolvendo o desconto comercial


simples.

Um boleto de R$ 3.000,00 com vencimento para daqui a 6 meses


foi antecipado com taxa de desconto simples comercial de 3% a.m.
Calcule o valor do desconto e o valor atual.

N = valor nominal = 3.000

A = valor atual: ??

i = taxa de desconto: 3% a.m

D = desconto: ??

t = perı́odo (tempo): 6 meses

A = N · (1 – i · t )

A = 3.000 · (1 – 0,03 · 6)

A = 3.000 · (1 · 0,18)

A = 3.000 · 0,82

A = 2.460
Resposta: o valor atual é de R$ 2.460,00.

Para calcular o desconto, precisamos do valor nominal,


subtraindo o valor atual: D = N – A

D = 3.000 – 2.460

D = 540

Resposta: O valor do desconto é de R$ 540,00.

PARA PENSAR
Das fórmulas apresentadas de desconto comercial, haveria outra forma de
encontrar o que foi solicitado no exemplo?

4 Descontos compostos
Os descontos compostos são aplicados em operações de
capitalização composta.

a. Desconto racional composto

Para Assaf Neto (2009), para calcular o desconto racional


composto, podemos seguir as relações do regime de juros
compostos nas quais consideramos o valor atual A, como o capital
inicial (valor presente), e o valor nominal N, como o montante (valor
futuro).

IMPORTANTE SIGA AS MESMAS REGRAS PARA JUROS


COMPOSTOS ABORDADAS NO [CAPÍTULO 3].
Fórmula do desconto racional composto:

D=N–A

Desconto = valor nominal subtraindo o valor atual.

Valor atual = divisão do valor nominal pela taxa de desconto e o


tempo em regime de capitalização composta.

N = A · ( 1 + i)t

Valor nominal = é o produto do valor atual pela taxa de desconto


e o tempo em regime de capitalização composta.

Acompanhe um exemplo de desconto racional composto.

Qual é o desconto racional composto de um título cujo valor


nominal é de R$ 8.500,00 e o prazo de vencimento é de 6 meses, com
uma taxa de desconto de 5% ao mês?

D = desconto: ??

N = valor nominal = 8.500

i = taxa de desconto: 5% a.m.

t = perı́odo (tempo): 6 meses

Qual é a fórmula mais adequada para encontrar a resposta?


Nas calculadoras cientificas ou na própria HP 12C, temos a tecla
de potência yx: A = R$ 6.342,83

Resposta: O valor atual dessa operação é de: R$ 6.342,83.

Para calcular o desconto, precisamos do valor nominal


subtraindo o valor atual.

D=N–A

D = 8.500 – 6.342,83

D = 2.157,17

Resposta: O valor do desconto é R$ 2.157,17.

Utilizando a HP 12C no desconto racional composto

Como mencionamos que temos que seguir as relações do


regime de juros compostos em que podemos considerar o valor atual
A, como o capital inicial (valor presente) e o valor nominal N, como o
montante (valor futuro), podemos utilizar as funções da HP 12C.

Vamos aplicar o exemplo utilizando as funções financeiras:

D = desconto: ??

N = valor nominal = 8.500

i = taxa de desconto: 5% a.m

t = perı́odo (tempo): 6 meses


1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor futuro (montante), 8.500, e pressionar FV.

3. Inserir a taxa 5 e pressionar a tecla i.

4. Inserir o tempo 6 e pressionar a tecla n.

5. Pressionar a tecla PV e o valor atual (capital) será exibido no


visor: –6.342,83. Digitar o valor nominal de 8.500 e pressionar a
tecla de adição (+). Será, então, exibido no visor o valor de
2.157,17 referente ao desconto.

b. Desconto comercial composto

O desconto comercial composto é também conhecido como


desconto bancário composto e segue a base da capitalização
composta.

A taxa de desconto incide sobre o valor nominal, ou valor futuro.

D=N–A

Desconto = valor nominal subtraído do valor atual.

Valor nominal = divisão do valor atual pela taxa de desconto e o


tempo em regime de capitalização composta.

A = N · (1 – i)t

Valor atual: é o produto do valor nominal pela taxa de desconto e


o tempo em regime de capitalização composta.
Acompanhe um exemplo de desconto comercial composto.

Qual é o desconto comercial composto de um título cujo valor


nominal é de R$ 8.500,00 se o prazo de vencimento é de 6 meses e a
taxa de desconto é de 5% ao mês?

D = desconto: ??

N = valor nominal = 8.500

i = taxa de desconto: 5% a.m.

t = perı́odo (tempo): 6 meses

Qual é a fórmula mais adequada para encontrar a resposta?

A = N · (1 – i)t

A = 8.500 · (1 – 0,05)⁶

A = 8.500 · (0,735091891) Resposta: O valor atual dessa


operação é de: R$ 6.248,28.

Para calcular o desconto, precisamos do valor nominal,


subtraindo o valor atual.

D=N–A

D = 8.500 – 6.248,28

D = 2.251,72

Resposta: o valor do desconto é de R$ 2.251,72.


IMPORTANTE UMA DICA: EM ALGUMAS SITUAÇÕES NA
QUAL SE QUEIRA DETERMINAR UMA VARIÁVEL, SEPARE AS
INFORMAÇÕES DO PROBLEMA E ISOLE O QUE VOCÊ PRECISA
ENCONTRAR NAS FÓRMULAS APRESENTADAS DE DESCONTOS
SIMPLES OU COMPOSTOS.

Considerações finais
Apresentamos, neste capítulo, características e fórmulas que
envolvem descontos simples e compostos.

Segundo Samanez (2010, p. 69) o “desconto é a denominação


dada a um abatimento que se faz quando um título de crédito é
resgatado antes do seu vencimento”. É operacionalizado por bancos e
no setor comercial, ou seja, um título de crédito é o documento que
comprova uma dívida, como notas promissórias, duplicatas, entre
outros. Esses títulos têm o valor declarado, denominado valor
nominal, valor de face ou valor de resgate, que corresponde ao valor
que pode ser recebido pelo título em sua data de vencimento. Ele é
dividido em racional e comercial, seguindo a capitalização simples ou
composta.

O desconto comercial, também chamado de desconto bancário,


é calculado sobre o valor nominal do título, e o desconto racional é o
desconto calculado sobre o valor atual do título. O desconto simples é
regido pela capitalização simples, e os valores de descontos obtidos
são lineares. O desconto composto é regido pela capitalização
composta, e os valores de descontos obtidos são exponenciais.

As operações de desconto são bem comuns entre empresas e


bancos para otimizar o caixa e as finanças da empresa, caso esta
esteja precisando de capital de giro.

Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações.
São Paulo: Atlas, 2009.

GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e


Excel: uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson,
2013.

HAZZAN, Samuel; POMPEO, José Nicolau. Matemática financeira. 7.


ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática financeira. 5. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2010.

Lista de exercícios do capítulo


Introdução
Chegou a hora de você testar os conhecimentos que adquiriu
neste capítulo sobre descontos. Utilize as fórmulas apresentadas
para conseguir resolver os exercícios a seguir.
Exercícios
1. A Empresa XYZ deseja descontar hoje uma duplicata de valor
nominal igual a R$ 8.000,00, com vencimento para daqui a 5
meses. Considerando que o banco cobra uma taxa de 6% a.m.,
calcule o valor do desconto simples racional.

Resposta: R$ 1.846,15.

2. Qual o valor do desconto comercial simples de um título de R$


4.000,00, com vencimento para 3 meses e a taxa de de 2,5% ao
mês?

Resposta: R$ 300,00.

3. Qual é o desconto racional composto de um título cujo valor


nominal é de R$ 12.000,00, se o prazo de vencimento é de 8
meses e a taxa de desconto é de 7% ao mês?

Resposta: R$ 5.015,89.
Capítulo 5
Taxas

No [capítulo 1], sobre inflação na economia, compreendemos


que as taxas de juros são uma variável importante para o controle
inflacionário dos preços sobre a taxa básica de juros Selic.

As taxas de juros usadas nas operações do sistema financeiro


direcionam o consumidor para que consiga identificar os juros
praticados para o financiamento de bens ou o rendimento de uma
aplicação financeira. Dessa forma, ele pode decidir qual a melhor taxa
para fazer um financiamento ou qual a melhor aplicação financeira
com sua taxa de juros atrelada, para garantir um melhor rendimento.

Neste capítulo, vamos compreender os diversos tipos de taxas e


apresentar fórmulas para calculá-las.

1 Tipos de taxas
Em nosso cotidiano, as variações de preços, como aumentos,
ocorrem devido a uma série de fatores econômicos, como escassez
de produtos (HAZZAN; POMPEO, 2014).
A inflação é o aumento dos preços de bens e serviços, que gera
perda de poder de compra por parte da sociedade.

Diante de um cenário inflacionário, Assaf Neto (2009) destaca


que é fundamental analisar as taxas de juros para não ter prejuízos
financeiros em uma aplicação financeira ou ter um custo muito caro
em uma prestação de financiamento e empréstimo. As taxas de juros
correspondem à taxa de remuneração do capital em um determinado
tempo, podendo ser:

Taxa real e taxa acumulada: conceitos ligados à inflação, ao


aumento ou à diminuição de preços e à variação percentual das
situações que provocam variações de preço no cotidiano dos
consumidores.

Taxa proporcional: conceito ligado aos cálculos do regime de


capitalização simples.

Taxa equivalente: conceito ligado aos cálculos do regime de


capitalização composta.

Podem ocorrer reajustes de preços envolvendo índices


percentuais. O reajuste que ocorre sempre sobre o preço original de
um produto muitas vezes é chamado de taxa de juros acumulada. Na
sequência, vamos entender melhor o que seria essa taxa.

1.1 Índice de preços e taxa acumulada


Para Hazzan e Pompeo (2014), a taxa acumulada é a variação
percentual de preços entre a data inicial e a data final.
Para calculá-la, temos a seguinte fórmula:

iac= (1 + i1) · (1 + i2) · (1 + i3) … (1 + in) – 1] · 100

I1 = taxa de juros referente ao período 1

I2 = taxa de juros referente ao período 2

In = taxa de juros referente ao período n

NA PRÁTICA
Dentro da fórmula de taxa acumulada, você poderá inserir várias taxas. Os
exemplos a seguir vão demonstrar esse conceito.

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo:

Exemplo 1: Por causa de questões econômicas, em diversos


meses, o preço do tomate foi reajustado: Janeiro: 6%

Fevereiro: 8%

Março: 10%

Determine a taxa de juros acumulada durante esses 3 meses.

Primeiro, dividir todas as taxas por 100 para poder aplicar na


fórmula em taxas unitárias.

Janeiro: 6% ==> 0,06

Fevereiro: 8% ==> 0,08

Março: 10% ==> 0,10

iac=[(1 + 0,06) · (1 + 0,08) · (1 + 0,10) – 1] · 100


Veja que podemos inserir quantas taxas quisermos para o
cálculo da taxa acumulada.

iac= [(1,06) · (1,08) · (1,10) – 1] · 100

iac= [(1,25928) – 1 ] · 100

iac= 0,25928 · 100 = 25,928 ≅ 25,93%

A taxa acumulada nesse período de 3 meses é de 25,93%.

Exemplo 2: Taxa acumulada e índice de aumento.

Certo produto teve seu valor registrado nos últimos dias de


alguns meses seguidos: Janeiro: R$ 5,00

Fevereiro: R$ 5,30

Março: R$ 5,60

Abril: R$ 6,00

Maio: R$ 6,30

Para calcular a taxa acumulada do período apresentado, será


necessário, primeiro, encontrar o índice de preço desse produto mês
a mês. Perceba que, de janeiro a maio, o produto apenas aumentou a
cada mês, ou seja, o preço somente teve evolução. Então, qual é o
percentual de evolução de preço do mês de janeiro para fevereiro?
Vamos aplicar a seguinte fórmula de variação (GIMENES, 2013).
Variação percentual (Δ%): é o quociente da subtração entre o
valor atual e o valor antigo dividido pelo valor antigo. Multiplicamos o
resultado por 100 para transformar em porcentagem.

Para calcular a primeira evolução de janeiro para fevereiro, do


preço atual, que é o valor de fevereiro, subtrai-se o valor antigo, que é
o valor de janeiro, e divide-se pelo valor de janeiro, que é, então,
multiplicado por 100 para encontrarmos a porcentagem de evolução,
que será de 6,00%.

Portanto, o preço desse produto teve um aumento de 6,00%


entre os meses de janeiro e fevereiro.

Conforme destaca Gimenes (2013), na calculadora HP 12C,


temos a tecla de variação representada por delta e um sinal de
porcentagem (Δ%) para o cálculo de variações percentuais. Para
utilizarmos esse recurso entre dois valores, siga o passo a passo:
Cálculo de variações percentuais utilizando a HP 12C.

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor do mês de janeiro, 5, e pressionar a tecla Enter.

3. Inserir o valor do mês de fevereiro, 5,30, e pressionar a tecla de


variação (Δ%).

4. Será exibido no visor o valor de 6.

5. O preço desse produto teve um aumento de 6,00% entre os


meses de janeiro e fevereiro.
IMPORTANTE
Ao utilizar a calculadora HP 12C para a variação percentual (Δ%) entre dois
valores, sempre insira primeiro o valor antigo e depois o novo, como
apresentamos no exemplo anterior.

Agora, faça a evolução percentual dos outros meses. Depois


disso, teremos os índices de aumento para o cálculo da taxa
acumulada no período.

Tabela 1 – Valores percentuais/meses

Var. percentual
= 5,66%
Fev.-Mar.

Var. percentual
= 7,14%
Mar.-Abr.

Var. percentual
= 5,00%
Abr.-Maio

De acordo com o exemplo, encontramos os respectivos índices


para calcular a taxa acumulada do período de janeiro a maio.

iac = [(1 + 0,06) · (1 + 0,0566) · (1 + 0,0714) · (1 + 0,05) – 1] · 100

iac = [(1,06) · (1,0566) · (1,0714) · (1,05) – 1] · 100

iac = [1,259919 – 1] · 100

iac = 26% no perı́odo A taxa acumulada desse produto do período


de janeiro até maio foi de 26%.
IMPORTANTE
Se o valor antigo na variação percentual for menor que o novo valor, a variação
será positiva, ou seja, um aumento percentual. Se, ao contrário, for uma queda,
haverá uma diminuição no valor percentual.

Exemplo 3: Em janeiro de um certo ano, o preço da cesta básica


era de R$ 190,00, e, no mês seguinte, o preço era de R$ 195,00. Qual é
a taxa de inflação de fevereiro?

Resolução: Neste exemplo, podemos aplicar a fórmula ou utilizar


a função delta percentual (Δ%) de variação percentual da calculadora
HP 12C.

∆% = 2,63%

Resposta: A taxa de inflação de fevereiro foi de 2,63%.

PARA PENSAR
A renda familiar de João caiu de R$ 4.000,00 para R$ 2.900,00. Quanto foi a
redução percentual salarial?

1.2 Taxa real


Para Vasconcellos e Garcia (2014) e seguindo a mesma linha de
raciocínio de Assaf Neto (2009), a inflação é um aumento
generalizado dos preços em um processo econômico e, dessa forma,
o dinheiro perde o poder de compra nesse período inflacionário. Por
exemplo: uma aplicação financeira apresenta uma determinada taxa
de rentabilidade, porém, com a inflação, o rendimento dessa
aplicação não é real.

Os conceitos básicos de taxas nominal, de inflação e real são:

Taxa nominal: é a taxa de remuneração, de lucro ou de juros do


capital investido em um determinado período.

Taxa de inflação: é a taxa de aumento geral de preços a um


determinado período.

Taxa real: é a taxa em que o investimento aplicado proporcionou


retorno, descontando-se a inflação do período apresentado.

Vamos calcular a taxa real após os conceitos apresentados?

Na sequência, acompanhe a fórmula do cálculo da taxa real


(VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).

inom é a taxa nominal

iinf é a taxa de in laçã o

A taxa real é a divisão entre a taxa nominal pela taxa de inflação


menos 1 vezes 100, para encontrarmos a taxa real em porcentagem
Exemplo 1: Certo capital foi aplicado por um ano com uma taxa de
juros de 20% ao ano e, no mesmo período, a taxa de inflação foi de
14%. Qual é a taxa real de juros?
Para a resolução desse exemplo, não se esqueça de, primeiro,
dividir a taxa nominal e a de inflação por 100, para poder aplicá-las na
fórmula em taxas unitárias.

ireal = (1,052631579 – 1) · 100

ireal = 5,26% ao ano

Resposta: A taxa real dessa aplicação foi de 5,26% a.a.

Exemplo 2: João aplicou em um fundo de investimentos por 20


meses. O rendimento desse período foi de 26%, e a inflação
acumulada no período foi de 11%. Qual o rendimento real dessa
aplicação?

João fez uma conta rápida em que a taxa real seria de 15%, que
foi obtida de 26% do rendimento menos 11% de inflação. Porém, foi
informado por seu gerente que a taxa real foi de 13,51%.

Diante disso, vamos aplicar a fórmula da taxa real e comprovar o


que o gerente informou a João?

ireal = (1,135135135 – 1) · 100 = 13,51%


ireal = 13,51%

Resposta: A taxa real dessa aplicação no período apresentado foi


de 13,51%.

NA PRÁTICA
A taxa real de juros também é conhecida como equação de Fisher, desenvolvida
pelo economista estadunidense Irving Fisher.

Exemplo 3: A taxa de inflação esperada para ano é de 5%.


Supondo que o Comitê de Política Monetária (Copom) fixará a taxa de
juros Selic (nominal) em 8% para o ano, qual será a taxa real de juros?

ireal = (1,028571429 – 1) · 100 = 2,85714%

ireal = 2,86% ao ano

Resposta: A taxa real de juros é de 2,86% ao ano.

NA PRÁTICA
Pesquise a taxa de inflação esperada atualmente e a taxa Selic definida na última
reunião do Copom para determinar a taxa de juros real no Brasil. Aplique a
fórmula.

1.3 Taxa proporcional


A taxa proporcional está ligada ao regime de juros simples.
Sendo assim, é determinada pela relação linear e a quantidade de
vezes em que ocorrem os juros no período de capitalização, pois, em
juros simples, o valor dos juros é proporcional apenas ao tempo.

Segundo Parente (1996), quando temos duas ou mais taxas de


juros simples, as taxas proporcionais apresentam seus valores e o
prazo reduzidos em uma mesma unidade, que formam uma
proporção.

IMPORTANTE
O termo “proporcional” é a expressão da taxa em um diferente período com a
mesma proporção.

Vamos aplicar esse conceito em alguns exemplos?

Exemplo 1: Determinar taxas proporcionais.

1. Qual é a taxa anual proporcional a 2,00% ao mês?

Resolução: Se a taxa está ao mês, temos que multiplicar pela


quantidade de meses do ano, ou seja 2,00% · 12 = 30% ao ano.

2. Qual é a taxa anual proporcional a 4,00% ao semestre?

Resolução: Temos 2 semestres no ano, ou seja, cada 4,00% ao


semestre, correspondem a 4,00% · 2 = 8% ao ano.

3. Qual é a taxa mensal proporcional a 15% ao ano?

Resolução: Se a taxa está ao ano, temos que dividir pela


quantidade de meses do ano, ou seja, a taxa será de 1,25% ao mês.
15/12 = 1,25

PARA PENSAR
Qual é a taxa diária proporcional a 2% ao mês?

Exemplo 2: Calcular o montante ao final de 4 anos a partir de um


capital de R$ 1.000,00 no regime de juros simples considerando as
seguintes taxas: 6% ao ano

M = C · [(1 + (i · t)]

M = 1.000 · [(1 + (0,06 · 4)]

M = 1.000 · 1,24

M = 1.240

1. 0,50% ao mês

Neste exemplo, a taxa está ao mês, e o período, em anos. Se


você deixar a taxa no mesmo período ao ano, terá que multiplicar a
taxa mensal pela quantidade de meses do ano, que será de 6% ao
ano, ou colocar o tempo em 48 meses, que correspondem a 4 anos.

Vamos aplicar a taxa ao mês e o período na mesma relação.

M = C · [(1 + (i · t)]

M = 1.000 · [(1 + (0,005 · 48)]

M = 1.000 · 1,24

M = 1.240
IMPORTANTE
Lembre-se de que a taxa de juros e o tempo têm que estar na mesma base do
período de tempo, ou seja, na mesma proporção, por se tratar de uma relação
linear – juros simples.

1.4 Taxa equivalente


A taxa equivalente está ligada ao regime de juros compostos. No
regime de juros simples, as taxas proporcionais são equivalentes,
conforme apresentado no exemplo anterior, visto que, com a taxa de
6% ao ano, ou 0,5% ao mês, obtivemos o mesmo montante para o
período considerado.

No regime de juros compostos, as taxas de juros não são


proporcionais, ou seja, uma taxa de 6% ao ano não é equivalente a
0,50% ao mês.

Na fórmula do montante no regime de capitalização composta,


M = C · (1 + i)t, o prazo tem que estar na mesma unidade de tempo da
taxa, e a taxa, de acordo com a unidade utilizada para o tempo.

Segundo Hazzan e Pompeo (2014), duas taxas são equivalentes


a juros compostos quando aplicadas em um mesmo capital e
quando, durante um mesmo prazo, produzem montantes iguais.

Para Gimenes (2013), as taxas podem ser equivalentes de um


período menor para o maior, como: a taxa está ao mês (período
menor) e desejo encontrar a taxa equivalente ao ano (período maior).
Para isso, aplicaremos a seguinte fórmula: Imaior = [ (1 + imenor )t – 1] ·
100
Vamos aplicar esse conceito em alguns exemplos?

Exemplo 1: O Banco ABC está cobrando uma taxa de 6% ao mês


em um empréstimo. Calcule a taxa anual equivalente cobrada por
esse banco.

Imaior = [ (1 + imenor )t – 1] · 100

Para calcular a taxa equivalente Imaior, a taxa menor deve ser


dividida por 100 para deixar a taxa unitária e somada com 1 na
fórmula. No exemplo, precisamos encontrar a taxa equivalente do
período mensal para anual, que na fórmula indica o tempo
exponencial, e, para sabermos a taxa equivalente, subtrair 1 e
multiplicar por 100 o resultado da potência.

Aplicação da fórmula:

Veja que na parte exponencial temos o tempo de 12 meses. Em


1 ano, temos o período de 12 meses. A taxa está no período mensal e
vamos encontrar a equivalência para 1 ano.

Imaior = [(1 + 0,060 )12 – 1] · 100

Imaior = [(1,060 )12 – 1] · 100

Imaior = [(2,012196472 ) – 1] · 100

Imaior = [ 1,012196472 ] · 100

Imaior = 101,22% a.a.

A taxa de 6% ao mês equivale a 101,22% ao ano em regime de


capitalização composta.
PARA SABER MAIS
Se o exemplo anterior fosse em juros simples, teríamos a taxa de 72% ao ano.
Essa variação de valores demonstra o conceito que, no regime de juros
compostos, significa juros sobre juros.

Conforme destaca Gimenes (2013), essa fórmula deve ser


sempre usada toda vez que for solicitada a equivalência de taxa de
um período menor para um período maior, como a taxa em dia para
uma taxa em mês, uma taxa em semestre para uma taxa em ano, e
assim sucessivamente.

Considerar um ano com:

360 dias;

48 semanas;

24 quinzenas;

12 meses;

6 bimestres;

4 trimestres.

Aplicando a fórmula na HP 12C.

Imaior = [(1 + 0,060 )12 – 1] · 100

Na calculadora financeira HP 12C, proceder da seguinte forma:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor de 1 e pressionar a tecla Enter.


3. Inserir o valor de 0,06 e pressionar a tecla de adição,
representada pelo sinal de mais (+).

4. Inserir o valor 12 e pressionar a tecla de potenciação (yx ).

5. Inserir o valor de 1 e pressionar a tecla de subtração (–).

6. Finalizar o cálculo multiplicando. Inserir 100 e pressionar (×).

7. Será exibido o valor: 101,22.

Exemplo 2: O Banco ABC cobra juros diários de 0,30% em seus


financiamentos. Qual é a taxa anual?

Não se esqueça de dividir a taxa por 100 antes de inserir na


fórmula e veja que, em um ano, temos 360 dias, que constam na
exponenciação.

Imaior = [(1 + 0,0030 )360 – 1] · 100

Na calculadora financeira HP 12 C, proceder da seguinte forma:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor de 1 e pressionar a tecla Enter.

3. Inserir o valor de 0,0030 e pressionar a tecla de adição (+).

4. Inserir o valor de 360 e pressionar a tecla de potenciação (yx).

5. Inserir o valor de 1 e pressionar a tecla de subtração (−).

6. Finalizar o cálculo multiplicando. Inserir 100 e pressionar (×).

7. Será exibido o valor: 193,99%.


Resposta: A taxa de 0,30% ao dia equivale a 193,99% ao ano em
regime de capitalização composta.

PARA PENSAR
Certa aplicação de R$ 12.000,00 tem uma taxa de juros de 0,12% ao dia. Qual
será o montante ao final de 10 meses?

Para Gimenes (2013), as taxas também podem ser equivalentes


de um período maior para o menor. A taxa está ao ano (período
maior) e desejamos encontrar a taxa equivalente ao mês (período
menor). Para isso, aplicaremos a seguinte fórmula:

Exemplo: O Banco ABC está cobrando uma taxa de 101,22% ao


ano por um empréstimo. Calcule a taxa mensal equivalente cobrada
por esse banco.

Para calcular a taxa equivalente menor, a taxa maior deve ser


dividida por 100 para deixar a taxa unitária e somada com 1 na
fórmula. No exemplo, precisamos encontrar a taxa equivalente do
período anual para o período mensal, que, na fórmula, indica o
processo de descapitalização com o tempo exponencial. Para
sabermos a taxa equivalente, subtrair 1 e multiplicar por 100 o
resultado da potência.
Aplicação da fórmula:

Veja que, na parte exponencial, temos o 1 dividido pelo tempo.


Em 1 ano, temos o período de 12 meses. A taxa está no período anual
e vamos encontrar a equivalência para 1 mês.

Na fórmula matemática, você pode fazer a divisão primeiro do


valor que está na exponenciação e, depois, fazer o cálculo da
potência.

Nesse exemplo, vamos utilizar a HP 12C:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor de 1 e pressionar a tecla Enter.

3. Inserir o valor de 1,0122 e pressionar a tecla de adição (+).

4. Inserir o valor de 12, pressionar a tecla 1/x (estamos dividindo 1


por 12) e, depois disso, pressionar a tecla de potenciação (yx).

5. Inserir o valor de 1 e pressionar a tecla de subtração (–).

6. Finalizar o cálculo multiplicando. Inserir 100 e pressionar a tecla


de multiplicação (×).

7. Será exibido o valor: 6,00.

Resposta: A taxa de 101,22% ao ano equivale a 6,00% ao mês em


regime de capitalização composta.
Conforme destaca Gimenes (2013), essa fórmula deve ser
sempre usada, toda vez que for solicitada a equivalência de taxa de
um período maior para um período menor, como a taxa ao mês para a
taxa ao dia, a taxa ao ano para a taxa ao mês, e assim
sucessivamente.

PARA PENSAR
Certa aplicação de R$ 3.000,00 tem uma taxa de juros de 20% ao ano. Qual será o
montante ao final de 8 meses?

Considerações finais
Neste capítulo, aprendemos a distinguir as diferentes formas
como as taxas de juros são apresentadas no mercado financeiro e a
importância de saber lidar com esse tema e suas aplicações:

Taxa real.

Taxa acumulada.

Taxa proporcional.

Taxa equivalente.

Entendemos, também, a importância de sabermos o impacto da


inflação nos produtos em razão das variações de preço.
Apresentamos o conceito sobre a taxa real, visto que, com a inflação,
perdemos o poder de compra e, assim, a taxa real retrata o que o
investimento aplicado proporcionou de retorno, descontando a
inflação do período apresentado.
A equivalência de taxas é importante para fazer comparações e
conseguir tomar boas decisões em aplicações financeiras,
empréstimos e financiamentos ou qualquer operação que está
atrelada a uma taxa de juros, visto que no sistema financeiro
trabalhamos com o conceito de juros sobre juros.

Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações.
São Paulo: Atlas, 2009.

GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e


Excel: uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson,
2013.

HAZZAN, Samuel; POMPEO, José Nicolau. Matemática financeira. 7.


ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

PARENTE, Eduardo Afonso de Medeiros. Matemática comercial e


financeira. São Paulo: FTD, 1996.

VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel Enriquez.


Fundamentos da economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

Lista de exercícios do capítulo


Introdução
Chegou a hora de você testar os conhecimentos que adquiriu
neste capítulo sobre taxa de juros. Utilize as fórmulas apresentadas
para conseguir resolver os exercícios a seguir.

Exercícios
1. Certa aplicação de R$ 10.000,00 tem uma taxa de juros de 13%
ao ano. Qual será o montante ao final de 9 meses?

Resposta: R$ 10.956,36.

2. Certa aplicação de R$ 1.000,00 tem uma taxa de juros de 0,10%


ao dia. Qual será o montante ao final de 11 meses?

Resposta: R$ 1.432,42.

3. Suponha uma taxa de 15% ao mês em um cenário financeiro.


Calcule a equivalência em juros simples e compostos calculando
a taxa anual e faça a comparação dos resultados.

Resposta:

Juros simples: 180% a.a.

Juros compostos: 435,02% a.a.


Capítulo 6
Taxas e prazos em aplicações
financeiras

Neste capítulo, mostraremos tanto como calcular as taxas médias


quanto os prazos médios das operações financeiras.

1 Taxas médias em aplicação financeira –


teoria e cálculo
Qual a necessidade e a utilidade de conhecer a taxa média em um
prazo médio nas operações financeiras?

Vamos supor que você tenha um capital de R$ 10.000,00 para


investimento e poderá fazer uma aplicação individual de R$ 10.000,00
com uma determinada taxa e prazo ou, ainda, selecionar outros
investimentos para a diversificação de sua carteira de investimentos.
Para Gimenes (2013), você pode aplicar seu capital a taxas e prazos
diferentes e, com isso, analisar essas variáveis como um todo,
identificando uma taxa única, na qual você poderia aplicar todo o
capital, que renderia o mesmo valor final com essas aplicações
individuais, bem como identificar um prazo de aplicação, de maneira
única, em que o capital aplicado, o valor dos juros e o valor do
rendimento seriam equivalentes.

Sendo assim, Assaf Neto (2009) destaca:

Taxa média: utilizada quando temos vários títulos de aplicações ou


operações financeiras e queremos acumular todos em um único
título ou fazer uma operação para que todos estejam em uma
mesma taxa para ter melhor rendimento e vantagem financeira.

Prazo médio: utilizado quando temos vários títulos de aplicações


ou operações financeiras e queremos acumular todos em um único
título ou fazer uma operação para que todos estejam em um prazo
para ter melhor rendimento e vantagem financeira.

Temos três contextos para calcular a taxa média: capital igual e


prazo igual, capital diferente e prazo igual e capital diferente e prazo
diferente.

1.1 Capital igual e prazo igual


Cenário em que temos o mesmo capital e o mesmo prazo
empregado para cada um dos títulos. A única diferenciação dessas
aplicações será a própria taxa. Nessa situação, aplicaremos a média
aritmética simples, que funciona de forma mais adequada quando os
valores são relativamente uniformes. A média aritmética simples é o
somatório de cada uma das observações dividido pelo número total de
elementos que compõem a amostra. Diante desse primeiro contexto,
apresentamos a seguinte fórmula:
Consideramos o somatório de todas as taxas, dividido pela
quantidade de títulos em que foi realizada a aplicação.

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo prático?

Considerar 3 títulos financeiros no valor de R$ 10.000,00 no prazo


de 3 meses, com as respectivas taxas: Título da aplicação 1: 2% ao mês

Título da aplicação 2: 3% ao mês

Título da aplicação 3: 4% ao mês

Determinar a taxa média desse cenário.

Primeiro, devemos transformar as taxas na base decimal (dividir


por 100), realizar o somatório delas e dividir pela quantidade de títulos.
Ao final, multiplicar por 100 para encontrar a taxa média na forma
percentual.

Resposta: A taxa média desse cenário é de 3%.

1.2 Capital diferente e prazo igual


Cenário em que temos o capital diferente empregado para cada um
dos títulos e o mesmo prazo. Nessa situação, aplicaremos a média
aritmética ponderada, que é calculada multiplicando-se cada valor do
conjunto de dados pelo seu peso. A média aritmética ponderada é o
somatório de cada uma das observações com seus respectivos pesos
dividido pelo número de pesos que compõem a amostra. O peso nesse
caso será o capital. Diante desse segundo contexto, apresentamos a
seguinte fórmula:

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo prático?

Considerar três títulos financeiros, A, B e C, no prazo de 3 meses,


com as seguintes informações: Título da aplicação A: capital de R$
10.000,00 a 2% ao mês.

Título da aplicação B: capital de R$ 15.000,00 a 3% ao mês.

Título da aplicação C: capital de R$ 20.000,00 a 4% ao mês.

Determinar a taxa média desse cenário.

Primeiro, devemos transformar as taxas na base decimal (dividindo


por 100) e multiplicar cada taxa pelo seu capital, para, na sequência,
somar esses produtos. Em seguida, dividir esse resultado pelo
somatório monetário de títulos. Ao final, multiplicar por 100 para
encontrar a taxa média na forma percentual.
Resposta: A taxa média desse cenário é de 3,22%.

1.3 Capital diferente e prazo diferente


Cenário em que temos capital e prazo diferentes para cada um dos
títulos. Nessa situação, aplicaremos a média aritmética ponderada, que
é calculada multiplicando cada valor do conjunto de dados pelo seu
peso. A média aritmética ponderada é o somatório de cada uma das
observações com seus respectivos pesos dividido pelo número de
pesos que compõem a amostra. Os pesos, nessa situação, serão o
capital e o tempo. Diante desse terceiro contexto, apresentamos a
seguinte fórmula:

Considerar três títulos financeiros, A, B e C, com as seguintes


informações: Título da aplicação A: capital de R$ 10.000,00 a 2% ao
mês, prazo de 3 meses.

Título da aplicação B: capital de R$ 15.000,00 a 3% ao mês, prazo


de 8 meses.

Título da aplicação C: capital de R$ 20.000,00 a 4% ao mês, prazo


de 12 meses.

Determinar a taxa média desse cenário.


Primeiro, devemos transformar as taxas na base decimal (dividindo
por 100) e efetuar a multiplicação de cada taxa pelo prazo e pelo
capital. Na sequência, adicionamos esses produtos e dividimos esse
resultado pelo somatório da multiplicação dos prazos pelo capital. Ao
final, multiplicamos por 100 para indicar a taxa na forma percentual.

Resposta: A taxa média desse cenário é de 3,54%.

2 Prazos médios em aplicação financeira –


teoria e cálculo
Para Hazzan e Pompeo (2014) e seguindo a mesma linha de
raciocínio de Assaf Neto(2009), para calcular o prazo médio de um
conjunto de títulos, utilizaremos os mesmos contextos para o cálculo
das taxas médias e aplicaremos no prazo médio: capital igual e prazo
igual, capital diferente e prazo igual e capital diferente e prazo diferente.

2.1 Capital igual e taxa igual


Cenário em que temos o mesmo capital e a taxa empregada para
cada um dos títulos. Nessa situação, aplicaremos a média aritmética
simples, que funciona de maneira mais adequada quando os valores
são relativamente uniformes. A média aritmética simples é o somatório
de cada uma das observações dividido pelo número total de elementos
que compõem a amostra. Diante desse primeiro contexto,
apresentamos a seguinte fórmula:

Consideramos o somatório de todos os prazos dividido pela


quantidade de títulos em que foi realizada a aplicação.

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo prático?

Considerar três títulos financeiros no valor de R$ 10.000,00, com a


taxa de 2%, com os respectivos prazos: Título da aplicação 1: 20 dias.

Título da aplicação 2: 25 dias.

Título da aplicação 3: 30 dias.

Determinar o prazo médio desse cenário.

Resposta: O prazo médio desse cenário é de 25 dias.

IMPORTANTE
No exemplo apresentado, se você aplicar o capital total de R$ 30.000, o prazo médio
de 25 dias é o tempo para que, no final, a uma mesma taxa, tenhamos o mesmo
rendimento.

2.2 Capital diferente e taxa igual


Cenário em que temos o capital diferente empregado para cada um
dos títulos e a mesma taxa. Nessa situação, aplicaremos a média
aritmética ponderada, que é calculada multiplicando-se cada valor do
conjunto de dados pelo seu peso. A média aritmética ponderada é o
somatório de cada uma das observações com seus respectivos pesos
dividido pelo número de pesos que compõem a amostra. O peso, nesse
caso, será o capital. Diante desse segundo contexto, apresentamos a
seguinte fórmula:

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo prático?

Considerar 3 títulos financeiros, A, B e C, com taxa de 2%, e com os


respectivos prazos: Título da aplicação A: capital de R$ 10.000,00 com
prazo de 20 dias.

Título da aplicação B: capital de R$ 15.000,00 com prazo de 25


dias.

Título da aplicação C: capital de R$ 20.000,00 com prazo de 30


dias.

Determinar o prazo médio desse cenário.

Multiplicar cada prazo pelo seu capital e dividir pela somatória


monetária de títulos.
Resposta: O prazo médio desse cenário é de 26 dias.

NA PRÁTICA
O resultado de 26 dias significa que, se substituirmos os períodos diferentes
apresentados no exemplo para 26 dias e calcularmos a soma dos juros totais de
cada aplicação, teremos o mesmo valor que a soma dos juros totais na aplicação
inicial.

2.3 Capital diferente e taxa diferente


Cenário em que temos o capital e a taxa diferentes para cada um
dos títulos. Nessa situação, aplicaremos a média aritmética ponderada,
que é calculada multiplicando cada valor do conjunto de dados pelo seu
peso. A média aritmética ponderada é o somatório de cada uma das
observações com seus respectivos pesos dividido pelo número de
pesos que compõem a amostra. O peso, nessa situação, será o capital
e a taxa. Diante desse terceiro contexto, apresentamos a seguinte
fórmula:

Vamos aplicar a fórmula em um exemplo prático?

Considerar 3 títulos financeiros, A, B e C, com as seguintes


informações: Título da aplicação A: capital de R$ 10.000,00 a 2%, prazo
de 20 dias.

Título da aplicação B: capital de R$ 15.000,00 a 3%, prazo de 25


dias.
Título da aplicação C: capital de R$ 20.000,00 a 4%, prazo de 30
meses.

Determinar o prazo médio desse cenário.

Primeiro, coloque as taxas na base decimal (dividindo por 100). Na


sequência, multiplique cada prazo pela taxa e pelo capital. Realize o
somatório dos produtos e divida esse resultado pelo somatório da
multiplicação das taxas pelos capitais.

Resposta: O prazo médio para esse cenário é de 27 dias.

É importante ressaltar que é necessário fazer as devidas


ponderações nos prazos e nas taxas médias, pois, quando temos
outras informações distintas e esses títulos foram aplicados,
precisamos considerar os pesos de ponderação para cada caso
apresentado, na medida em que valores diferentes terão oscilações de
como esses títulos rendem com relação aos juros durante o período de
capitalização.

PARA PENSAR
Podemos calcular também o capital médio nas operações financeiras?

Considerações finais
Neste capítulo, aprendemos a calcular a taxa média e o prazo
médio de títulos em operações financeiras.

O conceito de prazo médio ou taxa média de um conjuntos de


títulos em que o valor total desse conjunto, a uma certa taxa média ou
prazo médio, terá o mesmo resultado que a soma dos juros de cada
título individual com a mesma taxa de juros (ASSAF NETO, 2009).

A importância desse conceito é que podemos tomar a melhor


decisão entre taxa e prazo médio em uma determinada operação
financeira, analisando a melhor forma de aplicar o capital total.

Aprendemos o conceito de média aritmética simples e média


aritmética ponderada. A média aritmética simples é o somatório de
cada uma das observações dividido pelo número total de elementos
que compõem a amostra e a média aritmética ponderada é o somatório
do produto de cada uma das observações com seus respectivos pesos
dividido pelo número de pesos que compõem a amostra.

Para calcularmos a taxa média e o prazo médio, foram


apresentados conceitos que utilizam a média aritmética simples –
capital igual e taxa igual – e utilizando a média aritmética ponderada –
capital diferente e taxa igual e capital diferente e taxa diferente.

Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. São
Paulo: Atlas, 2009.

GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e


Excel: uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2013.
HAZZAN, Samuel; POMPEO, José Nicolau. Matemática financeira. 7.
ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

Lista de exercícios do capítulo


Introdução
Chegou a hora de você testar os conhecimentos adquiridos neste
capítulo sobre taxa e prazos médios. Utilize as fórmulas apresentadas
para conseguir resolver os exercícios a seguir.

Exercícios
1. Calcule o prazo médio e a taxa média para as aplicações abaixo:

VALOR TAXA MENSAL PRAZO MENSAL

R$ 11.000 7% 5

R$ 16.000 9% 3

R$ 37.000 10% 7

Resposta: taxa média: 9,41%; prazo médio: 5,76 meses (em torno
de 6 meses).

2. Para um capital A de R$ 12.000,00 durante 9 meses, um capital B


de R$ 16.000,00 durante 6 meses e um capital C de R$ 32.000,00
durante 10 meses, aplicando-se a mesma taxa de juros, qual é o
prazo médio?

Resposta: O prazo médio é de 8,73 meses.


3. Qual é a taxa média de investimento considerando-se as seguintes
aplicações em regime de juros simples com prazo de 1 mês?

1. R$ 11.000 a taxa de 5% ao mês.

2. R$ 8.000 a taxa de 7% ao mês.

3. R$ 16.000 a taxa de 4% ao mês.

Resposta: A taxa média é de 5,00%.


Capítulo 7
Sequência de capitais

Em um cenário em que temos uma oferta de produtos e


serviços, as empresas realizam fortes campanhas publicitárias,
promoções e o famoso parcelamento ou compra financiada (ou a
prazo), para, assim, atrair o consumo da sociedade e,
consequentemente, aumentar suas receitas de vendas.

Conforme destaca Gimenes (2013), a compra a prazo no Brasil é


uma questão bem forte, devido à abertura do comércio no início dos
anos 1990 e ao acesso à variedade de produtos. Consequentemente,
em uma conjuntura em que a taxa básica de juros é alta, as pessoas
precisam pesquisar antes de comprar, visto que, ao comprar
parcelado, geralmente, os juros estão embutidos nas parcelas, o que
será mais caro para o consumidor no final da negociação.

Neste capítulo, estudaremos as sequências de capitais.


Podemos definir sequência de capitais como operações financeiras
de investimentos ou dívidas por um determinado período de tempo
com uma taxa de juros em uma série de pagamentos iguais em
intervalos de tempo constantes.
1 Apresentação dos cenários
No sistema financeiro, temos indivíduos tomadores de
empréstimos que necessitam de recursos financeiros e indivíduos
investidores que necessitam aplicar seus recursos financeiros.
Acompanhe dois cenários: Cenário 1: João contratou um empréstimo
no valor de R$ 10.000,00 e o banco oferece um parcelamento em 12
meses com uma taxa mensal de 2% ao mês. Quanto João vai pagar
de parcelamento mensal?

Nesse exemplo, João pagará uma série de 12 pagamentos


(parcelas) referente ao empréstimo contratado.

Cenário 2: Maria dispõe de R$ 500,00 mensais do seu salário e


quer aplicar esse dinheiro mensalmente. Seu gerente orientou fazer
uma aplicação pelo período de 12 meses com uma taxa de 1% ao
mês. Quanto Maria terá ao final de 12 meses?

Já neste exemplo, Maria aplicará uma série de 12 depósitos


(parcelas) referente à aplicação.

As sequências uniformes podem ser dividas conforme


apresentado na figura 1.

Figura 1 – Divisão das sequências uniformes


Utilizaremos os conceitos apresentados no capítulo de regime de
capitalização composta: capital (valor presente – VP); montante
(valor futuro – VF); tempo (prazo – n); taxa (i).

Nas sequências uniformes (também chamadas de séries de


pagamentos ou rendas), para as parcelas ou aportes, utilizaremos o
termo PMT, do inglês payment, que significa pagamento, ou
recebimento.

Na calculadora HP 12C, a função PMT é representada pela tecla


de mesmo nome.

IMPORTANTE
Utilizando as funções financeiras, é bem mais prático encontrar os valores
desejados. Eleja o método mais adequado à sua realidade.

Nos próximos tópicos, apresentaremos as sequências


uniformes.

2 Sequências uniformes antecipadas


Para Assaf Neto(2009), as sequências uniformes antecipadas
referem-se ao termo de pagamento antecipado em que o primeiro
pagamento ou recebimento, também conhecido como entrada, é feito
no início do período, e as demais parcelas terão um valor igual
durante todo o prazo da operação, como no exemplo em que João
decide comprar um computador de R$ 1.000,00 em 5 parcelas (1
entrada + 4 parcelas), conforme a figura 2.
Figura 2 – Diagrama de sequência uniforme
antecipada – relação entre o tempo e o número
de parcelas

Para Samanez (2010) e seguindo a mesma linha de raciocínio de


Hazzan e Pompeo (2014), no diagrama, é apresentada a sequência
uniforme antecipada, sendo que a primeira parcela será paga no ato
da operação, ou seja, houve uma entrada no tempo zero e a segunda
parcela será paga no tempo 1, e assim sucessivamente até o final da
operação.

2.1 Fórmulas da sequência uniforme antecipadas


Aplicaremos as fórmulas no exemplo na sequência:

1. Cálculo do valor das parcelas

Marcela decide comprar uma televisão de R$ 2.000,00 em 5


parcelas (1 entrada + 4 parcelas) e o estabelecimento está cobrando
uma taxa de 10% juros ao mês. Determine o valor de cada parcela.

Utilizaremos essa fórmula do PMT toda vez que desejarmos


calcular o valor das parcelas na sequência uniforme antecipada,
conforme destaca Gimenes (2013).

Coletando as informações do exemplo:

Capital (VP) = 2.000

Prazo (n) = 5 (1 + 4)

Taxa (i) = 10%

PMT = 479,63

Resposta: O valor da parcela é de R$ 479,63.

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C:

Capital (VP) = 2.000

Prazo (n) = 5 (1 + 4)

Taxa (i) = 10%

PMT = ??

Na sequência uniforme antecipada, antes de iniciar o cálculo na


HP 12C, teremos que acionar a função BEGIN, visto que temos uma
parcela dada de entrada. Siga o passo a passo:
1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX
.

2. Acionar a função BEGIN e pressionar as teclas G e 7. A tecla G,


em azul, aciona os recursos em azul na calculadora. Em seu
visor, será exibido o termo BEGIN ativado.

3. Inserir o valor presente de 2.000 e pressionar a tecla PV.

4. Inserir o prazo, 5, e pressionar a tecla N.

5. Inserir a taxa, 10, e pressionar a tecla i.

6. Pressionar a tecla PMT.

7. Será exibido no visor o valor da parcela de –479,63. O valor é


negativo pelo fato de ser uma saída de caixa (pagamento).

8. Para desativar a função BEGIN, pressione a tecla G e a tecla 8.

Resposta: Marcela deverá pagar 5 parcelas de R$ 479,63, sendo


a primeira no ato da compra.

PARA PENSAR
Um terreno de R$ 280.000,00 será financiado com uma taxa de juros de 7% ao
mês em 124 parcelas com uma entrada e 123 pagamentos mensais (1 + 123).
Calcule o valor das parcelas.

b. Cálculo do valor presente em uma sequência uniforme


antecipada

Utilizaremos as informações do exemplo anterior.


Marcela decide comprar uma televisão em 5 parcelas (1 entrada
+ 4 parcelas) de R$ 479,63 e o estabelecimento está cobrando uma
taxa de juros de 10% ao mês. Determine o valor que será financiado.

Utilizaremos essa fórmula do valor presente em uma sequência


uniforme antecipada toda vez que desejamos calcular o valor
presente ou o valor da operação, conforme destaca Gimenes (2013).

Coletando as informações do exemplo:

PMT = 479,63

Prazo (n) = 5 (1 + 4)

Taxa (i) = 10%

VP = 479,63 ∙ 4,169865446

VP = 1.999,99 VP ≅ 2.000,00

Resposta: O valor da televisão é de R$ 2.000,00.

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C:


PMT = 479,63

Prazo (n) = 5 (1 + 4)

Taxa (i) = 10%

VP = ??

Na sequência uniforme antecipada, antes de iniciar o cálculo na


HP 12 C, teremos que acionar a função BEGIN. Siga o passo a passo:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Acionar a função BEGIN e pressionar as teclas G e 7. A tecla G,


em azul, aciona os recursos em azul na calculadora. Em seu
visor, será exibido o termo BEGIN ativado.

3. Inserir o valor da parcela, de 479,63, e pressionar as teclas CHS e


PMT.

4. Inserir o prazo, 5, e pressionar a tecla N.

5. Inserir a taxa, 10, e pressionar a tecla i.

6. Pressionar a tecla PV.

7. Será exibido no visor o valor presente de 1.999,99, que,


arredondado, ficará em R$ 2.000,00.

8. Para desativar a função BEGIN, pressionar a tecla G e a tecla 8.

Resposta: O valor do televisor à vista (valor presente) é de R$


2.000,00.
PARA PENSAR
Calcular o preço à vista de um computador adquirido em 12 (1+11) prestações
mensais de R$ 320,00 com uma taxa de financiamento de 2% ao mês.

c. Cálculo do valor futuro em uma sequência uniforme antecipada

Marcela decide mensalmente aplicar R$ 150,00 no Banco ABC


com uma taxa de 0,80% ao mês. Se começar hoje essa aplicação,
quanto terá acumulado ao final de 5 anos?

Utilizaremos essa fórmula do valor futuro em uma sequência


uniforme antecipada toda vez que desejamos calcular o valor futuro
(montante) de uma operação, conforme destaca Gimenes (2013).

Coletando as informações do exemplo:

PMT = 150,00 – depósito mensal da aplicação

Prazo (n) = 5 anos → (1 + 59) meses

Taxa (i) = 0,80% ao mês


VF = 150 · 77,23685775

VF = 11.585,53

Resposta: Marcela terá acumulado, ao final de 5 anos, R$


11.585,53.

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C:

PMT = 150,00 – depósito mensal da aplicação

Prazo (n) = 5 anos → (1 + 59) meses

Taxa (i) = 0,80% ao mês

VF = ??

Na sequência uniforme antecipada antes de iniciar o cálculo na


HP 12 C teremos que acionar a função BEGIN. Siga o passo a passo:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Acionar a função BEGIN e pressionar as teclas G e 7. A tecla G,


em azul, aciona os recursos em azul na calculadora. Em seu
visor, será exibido o termo BEGIN ativado.

3. Inserir o valor da parcela, 150, e pressionar as teclas CHS e PMT.

4. Inserir o prazo, 60 meses, e pressionar a tecla n.

5. Inserir a taxa, 0,80, e pressionar a tecla i.

6. Pressionar a tecla FV.

7. Será exibido no visor o valor futuro de 11.585,53.


8. Para desativar a função BEGIN, pressionar G e a tecla 8.

9. Resposta: Marcela terá acumulado, ao final de 5 anos, R$


11.585,53.

3 Sequências uniformes postecipadas


Para Assaf Neto (2009), nas sequências uniformes postecipadas,
o primeiro pagamento ou recebimento é feito ao final do primeiro
período, como no exemplo em que João decide comprar um
computador de R$ 1.000,00 em 5 parcelas, conforme apresentado na
figura 3.

Figura 3 – Diagrama da sequência uniforme


postecipada – relação entre o tempo e o
número de parcelas

Para Samanez (2010) e seguindo a mesma linha de raciocínio de


Hazzan e Pompeo (2014), no diagrama, é apresentada a sequência
uniforme postecipada, sendo que a primeira parcela será paga no
primeiro período após a contratação, no tempo zero, a segunda
parcela será paga no tempo 2, e assim sucessivamente até o final da
operação.
3.1 Fórmulas da sequência uniforme postecipadas
Aplicaremos as fórmulas no exemplo a seguir:

a. Cálculo do valor das parcelas

Marcela decide comprar uma televisão de R$ 2.000,00 em 5


parcelas e o estabelecimento está cobrando uma taxa de juros de
10% ao mês. Determine o valor de cada parcela.

Utilizaremos essa fórmula do PMT toda vez que desejarmos


calcular o valor das parcelas na sequência uniforme postecipada,
conforme destaca Gimenes (2013).

Coletando as informações do exemplo:

Capital (VP) = 2.000

Prazo (n) = 5

Taxa (i) = 10%

PMT = 2.000 · 0,263797481


PMT = 527,59

Resposta: O valor da parcela é de R$ 527,59.

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C:

Capital (VP) = 2.000

Prazo (n) = 5

Taxa (i) = 10%

PMT = ??

IMPORTANTE
Na sequência uniforme postecipada, na HP 12C, a função BEGIN não poderá
estar ativada.

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor presente, 2.000, e pressionar a tecla PV.

3. Inserir o prazo, 5, e pressionar a tecla n.

4. Inserir a taxa, 10, e pressionar a tecla i.

5. Pressionar a tecla PMT.

6. Será exibido no visor o valor da parcela: –527,59. O valor é


negativo pelo fato de ser uma saída de caixa (pagamento).

Resposta: Marcela deverá pagar 5 parcelas de R$ 527,59.

Na sequência uniforme antecipada, você pagará menos juros,


visto que a primeira parcela foi paga no ato da compra, ou seja, o
valor da parcela será menor do que se você pagasse na forma
postecipada.

PARA PENSAR
Um carro de R$ 55.000,00 será financiado em 36 parcelas mensais com taxa de
juros de 2% ao mês. Calcule o valor das parcelas.

b. Cálculo do valor presente em uma sequência uniforme


postecipada

Utilizaremos as informações do exemplo anterior.

Marcela decide comprar uma televisão em 5 parcelas de R$


527,59 e o estabelecimento está cobrando uma taxa de juros de 10%
ao mês. Determine o valor que será financiado.

Utilizaremos essa fórmula do valor presente em uma sequência


uniforme postecipada toda vez que desejarmos calcular o valor
presente ou o valor da operação, conforme destaca Gimenes (2013).

Coletando as informações do exemplo:

PMT = 527,59

Prazo (n) = 5

Taxa (i) = 10%


VP = 527,59 · 3,790786769

VP = 1.999,98 VP ≅ 2.000,00

Resposta: O valor da televisão é de R$ 2.000,00

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C:

PMT = 527,59

Prazo (n) = 5

Taxa (i) = 10%

VP = ??

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor da parcela, 527,59, e pressionar as teclas CHS e


PMT.

3. Inserir o prazo, 5, e pressionar a tecla n.

4. Inserir a taxa, 10, e pressionar a tecla i.

5. Pressionar a tecla PV.

6. Será exibido no visor o valor presente, 1.999,98, que,


arredondado, ficará em R$ 2000,00.
Resposta: O valor do televisor à vista (valor presente) é de
R$2.000,00.

PARA PENSAR
Calcular o preço à vista de um computador adquirido em 12 prestações mensais
de R$ 320,00 com uma taxa de financiamento de 2% ao mês.

c. Cálculo do valor futuro em uma sequência uniforme postecipada

Marcela decide aplicar mensalmente R$ 150,00 no Banco ABC


com uma taxa de 0,80% ao mês. Se começar hoje quanto terá
acumulado ao final de 5 anos?

Utilizaremos essa fórmula do valor futuro em uma sequência


uniforme postecipada toda vez que desejarmos calcular o valor futuro
(montante) de uma operação conforme, destaca Gimenes (2013).

Coletando as informações do exemplo:

PMT = 150,00 – depósito mensal da aplicação

Prazo (n) = 5 anos → 60 meses

Taxa (i) = 0,80% ao mês


VF = 150 · 76,62386688

VF = 11.493,58

Resposta: Marcela terá acumulado, ao final de 5 anos, R$


11.585,53.

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C:

PMT = 150,00 – depósito mensal da aplicação.

Prazo (n) = 5 anos/60 meses

Taxa (i) = 0,80% ao mês

VF = ??

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor da parcela, 150, e pressionar as teclas CHS e PMT.

3. Inserir o prazo, 60 meses, e pressionar a tecla n.

4. Inserir a taxa, 0,80, e pressionar a tecla i.

5. Pressionar a tecla FV.

6. Será exibido no visor o valor futuro: 11.493,58.

Resposta: Marcela terá acumulado, ao final de 5 anos, R$


11.493,58.

4 Sequências uniformes diferidas


Para Samanez (2010), nas sequências uniformes diferidas, o
período de carência refere-se ao prazo que separa o início da
operação do primeiro pagamento da primeira parcela, como no
exemplo em que João decide contratar um empréstimo de R$
1.000,00 em 6 parcelas e o banco o informa de que essa transação
terá três meses de carência, isto é, a primeira prestação só será
devida 4 meses após a contratação do empréstimo. Acompanhe a
figura 4, com o diagrama dessa operação.

Figura 4 – Diagrama da sequência uniforme


diferida – relação entre o tempo e o número de
parcelas

Para Samanez (2010) e seguindo a mesma linha de raciocínio de


Hazzan e Pompeo (2014), no diagrama, é apresentada a sequência
uniforme diferida, sendo que a primeira parcela será paga após a
carência. Após a contratação no tempo zero, a primeira parcela será
paga no tempo 4, e assim sucessivamente até o final da operação.

4.1 Fórmulas da sequência uniforme diferida


João decide contratar um empréstimo em folha de R$ 30.000,00
em 12 parcelas mensais com uma taxa mensal de 2%. Considerando
que foi estipulado um período de carência de 3 meses, determinar o
valor de cada parcela de forma antecipada e postecipada.

1. Prestação uniforme diferida antecipada.

Quando utilizar a fórmula: conforme destaca Samanez (2010) e


seguindo a mesma linha de raciocínio de Hazzan e Pompeo (2014),
com as prestações antecipadas, a primeira parcela será paga no
início do primeiro mês que segue o término da carência. Durante todo
o período de carência, os juros são incorporados ao principal.

Coletando as informações do exemplo:

Capital (VP) = 30.000

Prazo (n) = 12

Taxa (i) = 2

c = carência de 3 meses

PMT = 2.951,39

Resposta: O valor da parcela é de R$ 2.951,39.


IMPORTANTE
Lembre-se de que, na sequência uniforme diferida, durante o período de carência,
os juros são incorporados ao principal.

Na série uniforme diferida antecipada, é necessário que o valor


presente seja atualizado após a carência. A figura 5 apresenta o
diagrama dessa operação.

Figura 5 – Diagrama da sequência uniforme


diferida de forma antecipada – relação entre o
tempo e o número de parcelas

Conforme destaca Samanez (2010), no diagrama, é apresentada


a sequência uniforme diferida antecipada. Veja que, na fórmula,
calculamos os juros do período de carência no tempo 2, que são
incorporados ao principal para o cálculo da parcela que será paga no
tempo 3.

Como estamos demonstrando a série uniforme diferida


antecipada, a carência informada na fórmula “c – 1” na calculadora
HP 12C é representada pelo BEGIN.

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C:

Coletando as informações do exemplo:


Capital (VP) = 30.000

Prazo (n) = 12

Taxa (i) = 2

c = carência de 3 meses

Na sequência uniforme antecipada, antes de iniciar o cálculo na


HP 12C, teremos que acionar a função BEGIN. Siga o passo a passo:
Comentamos que, em razão da carência, será necessário calcular o
valor presente atualizado incorporando os juros.

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Acionar a função BEGIN e pressionar as teclas G e 7. A tecla G,


em azul, aciona os recursos em azul na calculadora. Em seu
visor, será exibido o termo BEGIN ativado.

3. Inserir 30.000 e pressionar a tecla PV.

4. Inserir 3 e pressione a tecla n. Nesse passo, como a função


BEGIN está ativada, a calculadora fará o procedimento do cálculo
da parcela no final do passo.

5. Inserir a taxa 2 e pressionar a tecla i.

6. Pressionar a tecla FV. Até esse passo, a calculadora atualizou o


valor presente incorporando os juros devido à carência.

7. Pressionar a tecla CHS e a tecla PV. A partir desse passo, será


calculado o valor da parcela.

8. Inserir 0 (zero) e pressionar a tecla FV.


9. Inserir a quantidade de parcelas, 12, e pressionar a tecla n.

10. Pressionar a tecla PMT.

11. Será exibido no visor o valor da parcela: –2.951,39. O valor é


negativo pelo fato de ser uma saída de caixa (pagamento).

12. Para desativar a função BEGIN, pressionar as teclas G e 8.

Resposta: João deverá pagar 12 parcelas de R$ 2.951,39.

1. Prestação uniforme diferida postecipada

Quando utilizar a fórmula: conforme destaca Samanez (2010) e


seguindo a mesma linha de raciocínio Hazzan e Pompeo (2014), com
as prestações postecipadas, a primeira parcela será paga no fim do
primeiro mês que segue o término da carência. Durante todo o
período de carência, os juros são incorporados ao principal.

Coletando as informações do exemplo:

Capital (VP) = 30.000

Prazo (n) = 12

Taxa (i) = 2

c = carência de 3 meses
PMT = 3.010,42

Resposta: O valor da parcela é de R$ 3.010,42.

Na série uniforme diferida postecipada, é necessário que o valor


presente seja atualizado após a carência. A figura 6 apresenta o
diagrama dessa operação.

Figura 6 – Diagrama da sequência uniforme


diferida de forma postecipada – relação entre o
tempo e o número de parcelas

No diagrama, é apresentada a sequência uniforme diferida


postecipada. Veja que, na fórmula, calculamos os juros do período de
carência no tempo 3, que são incorporados ao principal para o cálculo
da parcela que será paga no tempo 4, de acordo com Samanez
(2010).

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C.

Coletando as informações do exemplo:

Capital (VP) = 30.000

Prazo (n) = 12
Taxa (i) = 2

c = carência de 3 meses

Comentamos que, devido à carência, será necessário calcular o


valor presente atualizado incorporando os juros.

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir 30.000 e pressionar a tecla PV.

3. Inserir 3 e pressionar a tecla n. A calculadora fará o


procedimento do cálculo da parcela no final do passo.

4. Inserir a taxa 2 e pressionar a tecla i.

5. Pressionar a tecla FV. Até este passo, a calculadora atualizou o


valor presente incorporando os juros, devido à carência.

6. Pressionar as teclas CHS e PV. A partir desse passo, será


calculado o valor da parcela.

7. Inserir 0 (zero) e pressionar a tecla FV.

8. Inserir a quantidade de parcelas, 12, e pressionar a tecla n.

9. Pressionar a tecla PMT.

10. Será exibido no visor o valor da parcela: –3.010,42. O valor é


negativo pelo fato de ser uma saída de caixa (pagamento).

Resposta: João deverá pagar 12 parcelas de R$ 3.010,42.


IMPORTANTE
Ao utilizar as funções da HP 12C, a última tecla pressionada no passo a passo é
o valor que precisa ser calculado.

Considerações finais
Neste capítulo, abordamos a sequência de capitais que são
operações financeiras de investimentos ou dívidas por um
determinado período de tempo com uma taxa de juros em uma série
de pagamentos iguais em intervalos de tempo constantes. Nesse
contexto, você poderá optar por 3 modalidades para analisar e tomar
a melhor decisão de como calcular o valor de parcela de um
empréstimo e de um financiamento ou o valor de parcela de que
devemos dispor mensalmente em uma certa aplicação financeira
para atingir um montante desejado.

Para Samanez (2010), as sequências uniformes podem ser


divididas em:

Antecipadas: os pagamentos são feitos no início de cada


período, como no caso de empréstimos com pagamento à vista.

Postecipadas: os pagamentos ocorrem no final de cada período,


como no caso do pagamento de uma fatura de cartão de crédito.

Diferidas: a operação financeira terá um período de carência do


início da operação até o pagamento da primeira parcela, como
na promoção: “Compre hoje e pague a primeira parcela em 120
dias”.
Esse aprendizado é muito importante, pois auxilia na tomada de
decisão sobre a contratação de um empréstimo. Possibilita que você
analise melhor o valor total da operação financeira ao final do
contrato e reflita sobre como precisará se organizar para um
planejamento financeiro que não impacte sua renda mensal,
observando as taxas e o valor da parcela. Com isso, você consegue
avaliar a real necessidade e a possibilidade de adquirir dívida nesse
momento.

Outra situação é quando você possui um bom planejamento


financeiro e percebe que, ao final do mês, dispõe de um valor (de uma
“sobra”). Nesse caso, esse aprendizado lhe possibilita avaliar o valor
ideal para um aporte mensal, optando pelas melhores formas de
aplicação financeira, obtendo, assim, bons rendimentos com os juros
do investimento escolhido.

Então, tenha um planejamento financeiro constante, avalie sua


renda e observe a soma das parcelas e das taxas.

Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações.
São Paulo: Atlas, 2009.

GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática Financeira com HP 12C e


Excel: uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson,
2013.
HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática financeira. 7. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014

SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática financeira. 5. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2010

Lista de exercícios do capítulo


Introdução
Chegou a hora de você testar os conhecimentos que adquiriu
neste capítulo sobre sequência de capitais. Utilize as fórmulas
apresentadas para conseguir resolver os exercícios a seguir.

Exercícios
1. Um caminhão de R$ 90.000,00 é financiado em 48 vezes com
uma taxa de 2% ao mês. Calcular o valor das parcelas mensais
Resposta: R$ 2.934,17.

2. Um computador é vendido à vista por R$ 1.890,00 com uma taxa


de financiamento de 3% ao mês. Calcule o valor de cada
prestação conforme as condições a seguir:

1. 10 prestações mensais sem entrada

Resposta: R$ 221,57.

2. 10 prestações mensais com entrada

Resposta: R$ 215,11
3. 15 prestações mensais sem entrada

Resposta: R$ 158,32

4. 15 prestações mensais com entrada

Resposta: R$ 153,71

1. Calcule o valor de cada uma das 5 (1 + 4) prestações mensais de


um sofá que custa R$ 980,00 à vista com uma taxa de 7,2% ao
mês.

Resposta: R$ 224,16.
Capítulo 8
 

Sistemas de amortização

Neste capítulo, abordaremos os sistemas de amortização. Nessa


fase de aprendizado e para a compreensão desse tema, não
podemos nos esquecer dos conceitos desenvolvidos nos capítulos
anteriores, como o valor presente, o valor futuro, as sequências de
capitais e as taxas a juros compostos.

1 Noções sobre sistema de amortização


No sistema financeiro, os agentes deficitários que necessitam de
recursos financeiros para aquisição de bens e serviços assumem
dívidas que serão pagas de acordo com uma taxa de juros que varia
de acordo com o prazo da operação e da parcela. Existem diversas
modalidades de operações para captação de recursos de terceiros
financeiros conforme a modalidade. Acompanhe os exemplos:

 
Empréstimos: você pode fazer uma operação de empréstimo e
utilizar o capital para qualquer fim desejado, como:

Consignado.

Crédito direto ao consumidor (CDC).

Empréstimo pessoal.

Financiamentos: têm uma finalidade específica atrelada a uma


garantia de um bem na operação contratada, como:

Financiamento imobiliário: casa, terrenos, apartamento,


galpão, etc.

Financiamento de veículos: automóvel, moto, caminhão.

Financiamento de equipamentos: máquinas, equipamentos


em geral.

Conforme destaca Samanez (2010), o processo de amortização


de uma operação de financiamento ou empréstimo é feito por meio
de parcelas que são pagas gradualmente e, ao final do prazo da
operação, o contrato é liquidado.

Os sistemas de amortização que serão abordados são: sistema


de amortização constante (SAC), sistema de amortização francês
(Price) e sistema de amortização americano (SAA).

 
2 Sistema de amortização constante
(SAC)
No sistema financeiro, os bancos fazem o papel de
intermediadores financeiros para as operações de financiamento,
como os financiamentos imobiliários.

Para Samanez (2010), a característica do sistema de


amortização constante (SAC) é que a parcela do financiamento é
decrescente, e a amortização é a devolução do capital emprestado
financiado ao intermediador financeiro. Porém, como vimos
anteriormente, no sistema financeiro, as operações de empréstimo e
financiamento contêm juros embutidos em suas parcelas e, dessa
forma, a prestação do financiamento ou do empréstimo contratado
contém a amortização e os juros calculados no período.

IMPORTANTE
A prestação de um financiamento ou empréstimo contém: prestação =
amortização + juros.

Assaf Neto (2009) destaca os termos fundamentais para o


sistema de amortização constante (SAC):

Saldo devedor (SD): é decrescente pelo valor constante da


amortização.
Amortização (A): por ser constante, o valor é igual para todos os
períodos do financiamento ou do empréstimo contratado.

Juros (J): são cobrados sobre o saldo devedor, ou seja, como o


saldo devedor nesse modelo é decrescente, os juros diminuem
linearmente.

Parcela (PMT): valor da amortização incluindo os juros do


período.

Aplicaremos esses conceitos em um exemplo prático: João e


sua esposa decidem contratar um financiamento imobiliário para a
compra de um apartamento. O gerente do seu banco ofereceu um
financiamento no valor de R$ 150.000,00 com uma taxa de 6,1678%
ao ano com o prazo de 25 anos. O sistema escolhido para essa
transação foi o SAC. O gerente apresentou alguns cálculos para
facilitar a decisão do casal nesse financiamento.

2.1 Fórmulas do sistema de amortização constante


(SAC)
A amortização é a divisão do saldo devedor inicial pelo período
contratado no financiamento. O saldo devedor inicial é de R$
150.000,00 e 25 anos correspondem a 300 meses (parcelas).
A = 500

Os juros da primeira parcela correspondem ao valor financiado


multiplicado pela taxa de juros. Como a taxa de juros está ao ano,
temos que encontrar a taxa mensal. No [capítulo 5] abordamos esse
conceito. Vamos relembrar a fórmula?

Para Gimenes (2013), as taxas também podem ser equivalentes,


de um período maior para o menor. A taxa está ao ano (período
maior) e desejo encontrar a taxa equivalente ao mês (período menor).
Para isso, aplicaremos a seguinte fórmula:

6,1678% ao ano. Não se esqueça de dividir por 100 para inserir


na fórmula:

Na fórmula matemática, você pode fazer a divisão primeiro do


valor que está na exponenciação e depois o cálculo da potência.

Vamos utilizar a HP 12C para encontrar a taxa mensal:

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor 1 e pressionar a tecla Enter.

3. Inserir o valor 0,061678 e pressionar a tecla de adição (+).

4. Inserir o valor 12 e pressionar a tecla 1/x (estamos dividindo 1


por 12). Depois, pressionar a tecla de potenciação (yx).

5. Inserir o valor 1 e pressionar a tecla de subtração (–).


6. Finalizar o cálculo multiplicando. Inserir 100 e pressionar a tecla
de multiplicação (×).

7. Será exibido o valor 0,50.

Resposta: A taxa de 6,1678% ao ano equivale a 0,50% ao mês em


regime de capitalização composta.

Após encontrar a taxa mensal, calcular os juros da primeira


parcela, que será o saldo devedor multiplicado pela taxa de juros.

J = SD · i

J = 150.000 · 0,0050

J = 750,00

O valor da primeira parcela (PMT) corresponde ao valor da


amortização mais os juros calculados do período. O valor da primeira
parcela será de R$ 1.250,00: PMT = A + J

PMT = 500 + 750

PMT = 1.250

IMPORTANTE
Nesse exemplo, apesar de você pagar a primeira parcela de R$ 1.250,00, o banco
vai abater do seu saldo devedor somente R$ 500,00 e o restante são os juros
cobrados pelo financiamento.
Lembre-se de que no sistema SAC a parcela vai diminuir
constantemente no decorrer do financiamento. As parcelas do
sistema SAC diminuem conforme uma progressão aritmética (ASSAF
NETO, 2009). Mas como saberemos o valor que diminuirá de cada
parcela nesse exemplo aplicado?

O valor da redução da parcela será calculado por meio do valor


da amortização multiplicado pela taxa de juros.

Valor de reduçã o da parcela = A · i

Valor de reduçã o da parcela = 500 · 0,0050

Valor de reduçã o da parcela = 2,50

Sendo assim, cada parcela terá uma redução de R$ 2,50. Esse


valor parece muito baixo, porém, a longo prazo, conforme no exemplo
apresentado, em 25 anos, fará toda a diferença no financiamento.

Valor da primeira parcela: R$ 1.250,00

Valor da segunda parcela: 1.250 – 2,50 = R$ 1.247,50

Valor da terceira parcela: R$ 1.247,50 – 2,50 = R$ 1.245,00

Perceba que as parcelas estão reduzindo mês a mês, seguindo a


característica do sistema SAC. Por ser um financiamento de longo
prazo, para calcularmos o valor da última parcela, será por meio da
seguinte fórmula: Valor da ú ltima parcela = A + valor de reduçã o da
parcela Valor da ú ltima parcela = 500 + 2,50

Valor da ú ltima parcela = R$ 502,50


O valor da última parcela será de R$ 502,50, ou seja, baseado no
saldo devedor do último período (25 anos).

Após os dados apresentado pelo gerente, João e sua esposa


ficaram com uma dúvida e fizeram a seguinte pergunta: quanto
pagarei no final caso aceite essas condições apresentadas?

O gerente apresentou o seguinte cálculo:

Cálculo do montante pago no sistema SAC

Montante da operaçã o: 1.752,50 · 150

Montante da operaçã o: 262.875,00

Caso João e sua esposa optem pela contração desse


financiamento imobiliário de R$ 150.000,00, no final de 25 anos, o
montante pago da operação pelo sistema SAC será de R$ 262.875,00.

O gerente entregou a João um resumo dos cálculos


apresentados em uma tabela. Analise os cálculos apresentados
(tabela 1).

Tabela 1 – Sistema de amortização constante (SAC)


Período (n) Saldo devedor (SD) = Amortização (A) = Juros J = Parcela PMT = A
(meses) SDAnt – A SD/N SD · i +J

0 R$ 150.000,00 0 0 0

1 R$ 149.500,00 R$ 500,00 R$ 750,00 R$ 1.250,00

2 R$ 149.000,00 R$ 500,00 R$ 747,50 R$ 1.247,50

3 R$ 148.500,00 R$ 500,00 R$ 745,00 R$ 1.245,00

4 R$ 148.000,00 R$ 500,00 R$ 742,50 R$ 1.242,50

5 R$ 147.500,00 R$ 500,00 R$ 740,00 R$ 1.240,00

297 R$ 1.500,00 R$ 500,00 R$ 10,00 R$ 510,00

298 R$ 1.000,00 R$ 500,00 R$ 7,50 R$ 507,50

299 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 5,00 R$ 505,00

300 R$ – R$ 500,00 R$ 2,50 R$ 502,50

TOTAL R$
R$ 150.000,00 R$ 262.875,00
112.875,00

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).

Saldo devedor: diminui a cada período em razão do valor da


amortização.

Amortização: constante em todo período do financiamento.

Juros: saldo devedor anterior multiplicado pela taxa de juros

Parcela: valor da amortização mais o valor dos juros


No primeiro mês, o saldo devedor é R$ 149.500, o valor da
amortização é de R$ 500,00, os juros são de R$ 750,00 e o valor
da parcela é de R$ 1.250,00.

No último período correspondente à parcela 300, o saldo devedor


consta zerado e o valor da parcela é de R$ 502,50.

Valor da operação no final do contrato: R$ 262.875,00, que


corresponde ao valor total das parcelas pagas (total da
amortização + juros) do período.

2.2 Desenvolvimento da operação SAC


Em razão da quantidade de parcelas em um financiamento a
longo prazo, segundo Gimenes (2013), no sistema SAC, podemos
calcular diretamente o valor da parcela de um período desejado com
a fórmula que está a seguir.

Qual o valor das parcelas em determinado período?

PMTn = A + {[SDinicial – (n – 1) · A] · i}

Vamos utilizar o exemplo anterior para o cálculo direto da parcela


298 do financiamento: PMT298 = 500 + {[150.000 – (298 – 1) · 500] ·
0,0050}

PMT298 = 500 + [(150.000 – 148.500) · 0,0050]

PMT298 = 500 + 7,50

PMT298 = 507,50
Resposta: A parcela 298 do financiamento corresponde a R$
507,50.

Na sequência, a tabela 2 demonstra o valor da parcela 298, que


corresponde a R$ 507,50.

Tabela 2 – Sistema de amortização constante (SAC) –


demonstração do valor da parcela 298
Período (n) Saldo devedor (SD) = Amortização (A) Juros J = Parcela PMT =
(meses) SDAnt – A = SD/N SD · i A+J

0 R$ 150.000,00 0 0 0

1 R$ 149.500,00 R$ 500,00 R$ 750,00 R$ 1.250,00

2 R$ 149.000,00 R$ 500,00 R$ 747,50 R$ 1.247,50

3 R$ 148.500,00 R$ 500,00 R$ 745,00 R$ 1.245,00

4 R$ 148.000,00 R$ 500,00 R$ 742,50 R$ 1.242,50

5 R$ 147.500,00 R$ 500,00 R$ 740,00 R$ 1.240,00

247 R$ 26.500,00 R$ 500,00 R$ 135,00 R$ 635,00

297 R$ 1.500,00 R$ 500,00 R$ 10,00 R$ 510,00

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).


R$ 507,50
 
298 R$ 1.000,00 R$ 500,00 R$ 7,50  
 
 

299 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 5,00 R$ 505,00

300 R$ – R$ 500,00 R$ 2,50 R$ 502,50

R$
TOTAL R$ 150.000,00
112.875,00 R$ 262.875,00

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).

Em razão da quantidade de parcelas em um financiamento a


longo prazo, segundo Gimenes (2013), no sistema SAC, podemos
calcular diretamente o valor do saldo devedor de um período
desejado caso o cliente deseje quitar seu financiamento antes do
prazo final.

Vamos supor que João contratou o financiamento e, após pagar


246 parcelas, queira quitar seu financiamento. Qual o saldo devedor
para a quitação no próximo período?

SDn = SDinicial – (n · A)

Então, supondo que João já tenha pagado 246 parcelas, o saldo


devedor está na parcela 247.

SD247 = 150.000 – (247 · 500)

SD>247 = 150.000 – 123.500


SD247 = 26.500

Resposta: O saldo devedor para quitação na parcela 247 é de R$


26.500,00.

A tabela 3 demonstra o valor do saldo devedor para quitação na


parcela 247, que corresponde a R$ 26.500,00.

Tabela 3 – Sistema de amortização constante (SAC) –


demonstrando o saldo devedor no período 247
Período (n) Saldo devedor (SD) = Amortização (A) = Juros J = Parcela PMT = A
(meses) SDAnt – A SD/N SD · i +J

0 R$ 150.000,00 0 0 0

1 R$ 149.500,00 R$ 500,00 R$ 750,00 R$ 1.250,00

2 R$ 149.000,00 R$ 500,00 R$ 747,50 R$ 1.247,50

247 R$ 26.500,00 R$ 500,00 R$ 135,00 R$ 635,00

298 R$ 1.000,00 R$ 500,00 R$ 7,50 R$ 507,50

299 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 5,00 R$ 505,00

300 R$ – R$ 500,00 R$ 2,50 R$ 502,50

Fonte: adaptado de de Gimenes (2013).

Portanto, com o financiamento nessa modalidade, caso o


contratante deseje saldar sua dívida antes do fim do período, poderá
realizar o cálculo direto do saldo devedor.

 
IMPORTANTE
Dica: para saber o valor dos juros de determinado período, você poderá encontrar
o valor da parcela do período desejado, subtraindo o valor da amortização, ou
seja, Jn = PMTn – A.

Qual será o valor da parcela 80 e o saldo devedor desse período


utilizando o mesmo exemplo apresentado anteriormente?

3 Sistema de amortização francês (Price)


O sistema de amortização francês (também chamado de Price) é
também adotado no Brasil e utilizado nos financiamentos em geral,
como para a aquisição de veículos, em empréstimos pessoais,
crediários para eletrodomésticos, bem como para financiamento de
imóveis.

Para Hazzan e Pompeo (2014, p. 219), no “sistema de


amortização francês (Price), as prestações são iguais e periódicas, a
partir do instante em que começam a ser pagas”.

Outro ponto importante nesse sistema, de acordo com Assaf


Neto (2019, p. 213), “os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, são
decrescentes, e as parcelas de amortização assumem valores
crescentes”.

 
NA PRÁTICA
O sistema francês foi desenvolvido por Simon Stevin no século XVI. Começou a
ser utilizado pelo economista e matemático inglês Richard Price no século XVIII
para cálculo previdenciário e ficou conhecido no Brasil como sistema Price
(HAZZAN; POMPEO, 2014).

Para elaboração do sistema Price, apresentaremos alguns


termos fundamentais e suas fórmulas: Parcela (PMT): utilizar a
fórmula da sequência de capital. Utilizaremos essa fórmula do PMT
toda vez que desejarmos calcular o valor da parcela na sequência
uniforme postecipada (GIMENES, 2013).

Juros (J): os juros são cobrados sobre o saldo devedor

J = SD · i

Amortização (A): valor da parcela fixa subtraindo o valor dos


juros

A = PMT – J

Saldo devedor (SD): corresponde ao saldo devedor subtraindo a


amortização SDn = SDn – 1 – A

Aplicaremos esses conceitos em um exemplo prático: Lembram-


se do exemplo anterior, em que João e sua esposa decidem contratar
um financiamento imobiliário para a compra de um apartamento? O
gerente também ofereceu o mesmo valor de financiamento (R$
150.000,00) com o prazo de 300 meses, porém com a taxa de 6% ao
ano, um pouco menor em relação ao sistema SAC. Ele apresentou
alguns cálculos para facilitar a decisão do casal na opção para o
financiamento e enfatizou os seguintes pontos:

No sistema Price, usamos taxa proporcional, e não equivalente.


Assim, se a taxa for anual e o período, em meses, primeiro a taxa
deve ser dividida por 12. Dessa forma, nesse financiamento:

No sistema Price, em que as parcelas são fixas em todo o


período, o gerente apresentou alguns cálculos para facilitar a
decisão do casal na opção para o financiamento.

IMPORTANTE
O sistema Price também é conhecido também como sistema de prestação
constante. Segundo Assaf Neto (2019, p. 214) uma alternativa de cálculo do SPC
é verificada quando os períodos das prestações (normalmente mensais, mas não
necessariamente) se apresentarem menores que o da taxa de juros e têm como
característica básica o uso da taxa proporcional linear em vez da taxa
equivalente composta de juros (taxa efetiva).

Para calcular o valor da parcela, como foi mencionado


anteriormente, podemos utilizar a fórmula PMT ou a HP 12C.

Coletando as informações do exemplo:

Capital (VP) = 150.000

Prazo (n) = 300 meses


Taxa (i) = 0,50% ao mês – taxa proporcional

PMT = 966,45

O valor da parcela é igual a R$ 966,45.

Nesse mesmo exemplo, podemos utilizar a calculadora HP 12C:

Capital (VP) = 150.000

Prazo (n) = 300 meses

Taxa (i) = 0,50% ao mês

1. Limpar os registros da calculadora e pressionar as teclas f e CLX.

2. Inserir o valor presente de 150.000 e pressionar a tecla PV.

3. Inserir o prazo, 300, e pressionar a tecla n.

4. Inserir a taxa, 0,50, e pressionar a tecla i.

5. Pressionar a tecla PMT.

6. Será exibido no visor o valor da parcela, de –966,45. O valor é


negativo pelo fato de ser uma saída de caixa (pagamento).

7. O valor da parcela é igual a R$ 966,45.


O gerente entregou a João um resumo dos cálculos
apresentados em uma tabela. No sistema Price, a leitura é feita a
partir da última coluna da tabela para a primeira. Conforme Assaf
Neto (2019, p. 213), “calculam-se inicialmente as prestações e
posteriormente, para cada período os juros e, por diferença, as
parcelas de amortização e o respectivo saldo devedor”. Diante disso,
analise os cálculos apresentados na tabela 4.

Tabela 4 – Sistema de amortização francês (tabela Price)


Período (n) Saldo devedor (SD) = Amortização (A) = Juros J = Parcela PMT =
(meses) SDAnt – A PMT – J SD · i A+J

0 R$ 150.000,00 0 0 0

1 R$ 149.783,55 R$ 216,45 R$ 750,00 R$ 966,45

2 R$ 149.566,01 R$ 217,53 R$ 748,92 R$ 966,45

3 R$ 149.347,39 R$ 218,62 R$ 747,83 R$ 966,45

4 R$ 149.127,68 R$ 219,72 R$ 746,74 R$ 966,45

5 R$ 148.906,86 R$ 220,81 R$ 745,64 R$ 966,45

292 R$ 7.560,52 R$ 924,03 R$ 42,42 R$ 966,45

293 R$ 6.631,87 R$ 928,65 R$ 37,80 R$ 966,45

294 R$ 5.698,57 R$ 933,29 R$ 33,16 R$ 966,45

295 R$ 4.760,61 R$ 937,96 R$ 28,49 R$ 966,45

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).


296 R$ 3.817,96 R$ 942,65 R$ 23,80 R$ 966,45

297 R$ 2.870,60 R$ 947,36 R$ 19,09 R$ 966,45

298 R$ 1.918,50 R$ 952,10 R$ 14,35 R$ 966,45

299 R$ 961,64 R$ 956,86 R$ 9,59 R$ 966,45

300 R$ 0,00 R$ 961,64 R$ 4,81 R$ 966,45

R$
TOTAL R$ 150.000,00 R$ 289.936,00
139.936,00

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).

Saldo devedor: diminui a cada período por causa do valor da


amortização.

Amortização: aumenta a cada período do financiamento.

Juros: saldo devedor anterior multiplicado pela taxa de juros.

Parcela: o valor da parcela é igual para todo o período.

O valor da operação no final do contrato é de R$ 289.936,00, que


corresponde ao valor total das parcelas pagas (total da amortização
+ juros) no período.

3.1 Desenvolvimento da operação Price


Devido à quantidade de parcelas em um financiamento a longo
prazo, segundo Hazzan e Pompeo (2014), no sistema Price, podemos
calcular de forma direta o valor da amortização, o saldo devedor e os
juros de um período desejado. Para esse exemplo, nos próximos
cálculos, vamos utilizar o mês 74. Acompanhe na tabela 5.

Tabela 5 – Sistema de amortização francês – (Price) –


demonstrativo do período 74
Período (n) Saldo devedor (SD) = Amortização (A) = Juros J = Parcela PMT =
(meses) SDAnt – A PMT – J SD · i A+J

0 R$ 150.000,00 0 0 0

1 R$ 149.783,55 R$ 216,45 R$ 750,00 R$ 966,45

2 R$ 149.566,01 R$ 217,53 R$ 748,92 R$ 966,45

74 R$ 130.675,13 R$ 311,52 R$ 654,93 R$ 966,45

292 R$ 7.560,52 R$ 924,03 R$ 42,42 R$ 966,45

297 R$ 2.870,60 R$ 947,36 R$ 19,09 R$ 966,45

298 R$ 1.918,50 R$ 952,10 R$ 14,35 R$ 966,45

299 R$ 961,64 R$ 956,86 R$ 9,59 R$ 966,45

300 R$ 0,00 R$ 961,64 R$ 4,81 R$ 966,45

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).

3.2 Cálculo do saldo devedor no sistema Price


Para encontrarmos o saldo devedor do período 74, vamos seguir
com as seguintes informações: Total de prestações: 300

Valor da parcela (PMT) = 966,45 – taxa (i) = 0,50% ao mês


Saldo devedor no 74o mês: prestações a vencer: 226

SD74 ≅ 130.674,85

PARA PENSAR
Calcule o saldo devedor do período 74 utilizando a HP 12C, conforme vimos no
[capítulo 7], no item “Cálculo do valor presente em uma sequência uniforme
postecipada”. Lembre-se de que o n é o número de prestações a vencer e o PV é
o saldo devedor do período.

3.3 Cálculo dos juros no sistema Price


Para o cálculo dos juros do período 74, precisamos calcular o
saldo devedor do período 73.

Total de prestações: 300

Valor da parcela (PMT) = 966,45 – taxa (i) = 0,50% ao mês

Saldo devedor no 73o mês: prestações a vencer: 227

SD73 ≅ 130.986,37

Para encontrarmos o valor dos juros do período 74, multiplicar o


saldo devedor encontrado no período 73 e multiplicar pela taxa.

J74 = 130.986,37 · 0,0050


J74 = 654,93

3.4 Cálculo da amortização no sistema Price


Para encontrar a amortização do período 74, subtrair o valor da
parcela com o valor dos juros do período apresentado.

Valor da parcela (PMT) = 966,45

A74 = 966,45 – 654,93

A74 = 311,52

Conforme destaca Assaf Neto (2019), podemos utilizar a fórmula


An = A1 · (1 + i)n – 1 para o cálculo direto da amortização. Nessa
fórmula, é necessário encontrar primeiro o valor da amortização no
primeiro período.

3.5 Cálculo do montante pago no sistema Price


Montante da operaçã o: PMT · n

Montante da operaçã o: 966,45 · 300

Montante da operaçã o: ≅ 289.935,00

Caso João e sua esposa optem pela contração desse


financiamento imobiliário de R$ 150.000,00, ao final de 25 anos, o
montante pago da operação pelo sistema Price será de R$
289.935,00.
 

3.6 Cálculo do sistema PRICE pela HP 12C – função


de amortização
Seguindo o exemplo anterior de calcular os dados do período 74,
temos um passo a passo para utilizarmos a HP 12C, conforme
destaca Gimenes (2013).

1. Limpar os registros antes de iniciar e pressionar as teclas f e


CLX.

2. Inserir o valor presente de 150.000 e pressionar as teclas CHS e


PV.

3. Inserir o prazo de 300 meses e pressionar a tecla n.

4. Inserir a taxa de 0,50 ao mês e pressionar a tecla i.

5. Pressionar a tecla PMT. Será, então, exibido o valor da parcela no


visor: 966,45.

6. Inserir o valor do período 73, pressionar a tecla f e depois a tecla


n, que vai ativar a função AMORT. Será exibido no visor o total de
juros pagos até o período 73 → 51.537,66.

7. Pressionar a tecla x<->y. Será exibido, então, no visor, o total


amortizado no período 73 → 19.013,35.

8. Pressionar a tecla RCL e depois a tecla PV, que será exibido o


saldo devedor do período 73 (SD73 → 130.986,65).
9. Inserir o número 1. A calculadora vai processar o próximo
período. Pressionar a tecla f e depois a tecla n, que vai ativar a
função AMORT. Será, então, exibido o valor dos juros do período
74 → 654,93.

10. Pressionar a tecla x<->y, que será exibido no visor o valor da


amortização do período 74 → 311,52.

11. Pressionar a tecla RCL e depois a tecla PV, que será exibido o
saldo devedor do período 74 (SD74 → 130.675,13).

12. Segue a tabela Price para conferência dos cálculos apresentados


pela HP 12C.

Tabela 6 – Tabela do sistema de amortização francês (Price) –


demonstrativo de valores
Período (n) Saldo devedor (SD) = Amortização (A) = Juros J = Parcela PMT =
(meses) SDAnt – A PMT – J SD · i A+J

0 R$ 150.000,00 0 0 0

1 R$ 149.783,55 R$ 216,45 R$ 750,00 R$ 966,45

2 R$ 149.566,01 R$ 217,53 R$ 748,92 R$ 966,45

73 R$ 130.986,65 R$ 309,97 R$ 656,48 R$ 966,45

74 R$ 130.675,13 R$ 311,52 R$ 654,93 R$ 966,45

292 R$ 7.560,52 R$ 924,03 R$ 42,42 R$ 966,45

297 R$ 2.870,60 R$ 947,36 R$ 19,09 R$ 966,45

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).


298 R$ 1.918,50 R$ 952,10 R$ 14,35 R$ 966,45

299 R$ 961,64 R$ 956,86 R$ 9,59 R$ 966,45

300 R$ 0,00 R$ 961,64 R$ 4,81 R$ 966,45

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).

Diante dos cálculos apresentados, João e a esposa devem fazer


o financiamento imobiliário pelo sistema SAC ou pelo sistema Price?

4 Sistema de amortização americano


(SAA)
Conforme destacam Hazzan e Pompeo:

por este sistema, o pagamento do principal é feito de uma só vez, no final


do período do empréstimo. Em geral, os juros são pagos periodicamente;
entretanto, podem eventualmente ser capitalizados e pagos de uma só
vez, junto com o principal (tudo depende do acordo entre as partes
interessadas). (2014, p. 223)

Vamos aplicar os conceitos apresentados em um exemplo


prático?

A empresa ABCD contratou um financiamento em um banco


comercial para a compra de um maquinário no valor de R$ 40.000,00
com uma taxa de 4% ao mês, durante 5 meses. O gerente financeiro
analisou o fluxo de caixa da empresa e optou pelo pagamento desse
financiamento pelo sistema de amortização americano (SAA). Os
juros dessa operação serão pagos mensalmente e, no final do
período, além dos juros, será pago o valor da amortização, que é a
devolução do capital emprestado financiado ao intermediador
financeiro.

Cálculo dos juros – pagamento periódico de juros pelo sistema


de amortização americano J = SD · i J = 40.000 · 0,04

J = 1.600,00

Cálculo das parcelas – pagamento periódico de juros pelo


sistema de amortização americano Como no sistema americano o
valor da amortização é pago somente no final do período contratado,
a parcela será o valor dos juros encontrados. No exemplo aplicado, a
empresa ABCD terá uma parcela do mês 1 até o mês 4 no valor de R$
1.600,00, porém, na última parcela, do mês 5, será incorporado o valor
da amortização mais os juros do período.

PMT = A + J

Cálculo da parcela 5:

PMT = 40.000 + 1.600

PMT = 41.600

4.1 Cálculo do montante pago no sistema americano


No final do contrato, a empresa ABCD pagará um valor total de
R$ 48.000,00, que corresponde ao valor da amortização mais o valor
total dos juros pagos no período do contrato.

O gerente financeiro da empresa ABCD apresentou um resumo


dos cálculos apresentados em uma tabela do sistema de
amortização americano ao diretor financeiro.

Tabela 7 – Sistema de amortização americano

Período (n) (meses) Saldo devedor SD Amortização (A) Juros J = SD · i Parcela PMT = A + J

0 R$ 40.000,00 0 0 0

1 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00

2 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00

3 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00

4 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00

5 R$ 40.000,00 R$ 1.600,00 R$ 41.600,00

TOTAL R$ 40.000,00 R$ 8.000,00 R$ 48.000,00

Fonte: adaptado de Gimenes (2013).

Analise os cálculos apresentados na tabela com as fórmulas


apresentadas anteriormente.

 
Considerações finais
Em um sistema econômico com uma economia ativa, em algum
momento, pessoas e empresas necessitam de recursos financeiros,
e, com isso, adquirem financiamentos e empréstimos para a
aquisição de bens e serviços atrelados a uma taxa de juros com um
determinado prazo para pagamento desse valor emprestado ou
financiado para banco.

Neste capítulo, abordamos os principais sistemas de


amortização disponíveis em nosso sistema financeiro, como:

Sistema de amortização constante (SAC): as parcelas nessa


modalidade são decrescentes e o sistema é muito utilizado para
a aquisição de imóveis.

Sistema de amortização francês (Price): as parcelas nessa


modalidade são fixas e o sistema é muito utilizado para a
aquisição de imóveis, veículos e empréstimos em geral.

Sistema de amortização americano (SAA): as parcelas nessa


modalidade são os juros calculados periodicamente, e, no último
período, o valor da amortização é incorporado juntamente com
os juros. Utilizado para operações no mercado financeiro, câmbio
e financiamentos gerais.

Com o conhecimento adquirido neste capítulo, quando você for


fazer um financiamento ou um empréstimo, ficará mais atento às
questões de taxa, prazo e forma de amortização nessas modalidades
de crédito oferecidas em nosso sistema financeiro nacional.

Referências
ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. São
Paulo: Atlas, 2019.

GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e


Excel: uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson,
2013.

HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática financeira. 7. ed. São Paulo:


Saraiva, 2014

SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática financeira. 5. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2010

Lista de exercícios do capítulo


Chegou a hora de você testar os conhecimentos que adquiriu
neste capítulo sobre sistemas de amortização. Utilize as fórmulas
apresentadas para conseguir resolver os exercícios a seguir.

Exercícios
1. Matilde vai contratar um financiamento para adquirir um bem no
valor de R$ 5.000,00 que será parcelado em 5 parcelas mensais
utilizando o sistema de amortização SAC, com uma taxa de juros
compostos de 2% ao mês. Determine o valor da primeira parcela
a ser paga por Matilde.

Resposta: R$ 1.100,00.

2. Mariana contratou um financiamento de um terreno no valor de


R$ 50.000,00, com uma taxa de 10% ao ano durante 1 ano no
qual optou pelo sistema de amortização Price. Calcule o valor da
parcela desse financiamento.

Resposta: Taxa mensal de 0,83% ao mês – valor da parcela: R$


4.394,86.

3. A empresa XYSX contratou um financiamento em um banco


comercial para a compra de um maquinário no valor de R$
60.000,00 com uma taxa de 2% ao mês, durante 5 meses. O
gerente financeiro analisou o fluxo de caixa da empresa e optou
pelo pagamento desse financiamento pelo sistema de
amortização americano (SAA). Calcule o montante pago nesse
financiamento.

Resposta: R$ 66.000,00.
Sobre o autor

Fábio de Freitas Mariz é mestre em educação matemática pela


Unian (2020), pós-graduado em mercados financeiros pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie (2007) e graduado em
administração com ênfase em finanças pelo Centro Universitário
Capital (2004). Atuou 9 anos no Banco Santander. Em 2011, lecionou
no Espro, no Programa de Aprendizagem, que tem como objetivo a
inserção do jovem no mercado de trabalho nos cursos de
capacitação para as áreas bancária e financeira. Possui experiência
de 2 anos como coordenador do curso de administração da
Universidade Anhanguera. Trabalhou como coordenador de projetos
no Banco Santander pela RSI Informática, sendo responsável pela
homologação de novos projetos e produtos a serem implantados no
banco pelo período de 3 anos. Em março de 2015, retomou somente
atividades acadêmicas. Trabalhou como instrutor de aprendizagem
no Saber em parceria com o Nube, na capacitação profissional de
jovens e adolescentes, ministrando treinamentos e simulações do dia
a dia do mercado de trabalho no período de março de 2015 a
novembro de 2016. Atualmente, na Universidade Anhanguera de São
Paulo, atua como coordenador geral de polo dos cursos de
graduação na modalidade EAD e como professor dos cursos de
administração e contábeis na modalidade presencial.
Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
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Mariz, Fábio de Freitas


Matemática financeira / Fábio de Freitas Mariz. – São
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2021. (Série Universitária)
Bibliografia.
e-ISBN 978-65-5536-227-5 (ePub/2021)
1. Matemática financeira I. Título II. Série

20-1176t CDD – 513.9


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