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Matemática

Financeira e
Orçamento
Pessoal
Unidade 1
Sumário

Apresentação 03

Para Começo de Conversa 05

1 Fundamentos da Matemática Financeira 05

Fique por dentro! 10

1 Usando A Matemática Financeira 10

2 Benefícios da Gestão Financeira Pessoal 12

Para concluir 14

Referências 15
APRESENTAÇÃO

Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) à disciplina Matemática Financeira e Orçamento


Pessoal!

Como ponto de partida de nossa disciplina, refletiremos sobre os usos da mate-


mática em nosso dia a dia. A matemática está presente em diferentes atividades
que executamos diariamente, mesmo que de forma sutil. Por exemplo, funções
matemáticas são utilizadas em situações que envolvem a programação do dia a
dia em relação aos horários de nossos compromissos, cálculos rápidos de tem-
po e distância para deslocamento de um local para outro, e também atividades
envolvendo o uso de nossos recursos financeiros. Neste último ponto, tratamos
sobre a matemática financeira, que traz importantes ferramentas para podermos
organizar e planejar o nosso orçamento pessoal.

O orçamento pessoal diz respeito à forma com que lidamos com os nossos re-
cursos financeiros disponíveis. Nesta unidade, aprenderemos exatamente esses
e outros detalhes, falando sobre como a Matemática Financeira afeta nossa vida.
Além de realizar cálculos, é interessante considerar a aplicação da matemática
na forma como enxergamos o nosso consumo e, por consequência, como toma-
mos decisões sobre o uso do dinheiro no nosso dia a dia. A partir dessa reflexão,
podemos melhorar consideravelmente a forma com a qual lidamos com nossos
recursos.

Após a leitura deste e-book, você será capaz de compreender a aplicação prática
da matemática financeira em nossa vida e, a partir disso, poderá ter uma cons-
ciência profunda sobre o uso de seus próprios recursos, melhorando a forma de
usá-los para atingir os seus objetivos, sonhos e realizações.

Lembre-se de consultar os materiais indicados nas referências para aprofundar


seus conhecimentos.

Bons estudos!

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Conceituando a
Matemática
Financeira
PARA COMEÇO
DE CONVERSA

1 FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA

Antes de iniciarmos nossos estudos sobre os


usos da matemática financeira no nosso co-
tidiano, precisamos entender, de fato, o que
representa essa área e seus fundamentos.

Segundo a definição de Assaf Neto (2017), a


matemática financeira estuda o movimento
e a mudança do valor do dinheiro no decor-
rer do tempo, utilizando, para isso, diferentes
métodos matemáticos, como juros, descon-
tos, amortização etc. Esse monitoramento do
dinheiro também envolve as análises de flu-
xos de caixa, isto é, as entradas e saídas de
caixa, compondo o nosso orçamento (conjun-
to de recursos disponíveis).

Nesse contexto, a matemática financeira


analisa basicamente o dinheiro, tanto no pre-
sente, em seu valor atual, quanto no futuro,
com eventuais alterações no seu valor. Tais
alterações ocorrem por diferentes fatores
econômicos, envolvendo, nesse caso, as leis
de oferta e demanda por recursos diversos, o
momento da economia (expansão e retração),
o consumo, as políticas nacionais em torno da
própria economia e fatores sociais, o cenário
geopolítico etc.

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Em relação a seus fundamentos, a matemática financeira permite calcularmos
essas variações dos recursos financeiros de diferentes maneiras, por exemplo,
usando os conceitos ilustrados a seguir:

Juros

É o cálculo dos custos do dinheiro, analisando um valor presente e sua evo-


lução para o futuro. Os custos envolvem diferentes riscos, além de ser uma
compensação pela disponibilização dos recursos a um terceiro (investimen-
to ou crédito).

Desconto

Consiste no cálculo do adiantamento do pagamento de recursos no caso de


dívidas ou operações de crédito. Nesse caso, pode ser analisado o resgate de
um investimento com valor menor do que o valor a ser recebido no futuro.

Fluxo de caixa

Envolve os cálculos de entradas e saídas de recursos financeiros em determi-


nado período, sendo muito útil para o planejamento financeiro pessoal.

Amortização

São cálculos que demonstram o pagamento por determinada operação finan-


ceira, sobretudo empréstimos e financiamentos. São detalhados os valores
pagos em juros e sobre a devolução do capital emprestado (a amortização).

Agora, vamos aprofundar esses fundamentos um pouco mais. Tanto juros quanto
descontos, além da amortização e dos fluxos de caixa, envolvem fatores comuns:
tempo, valor presente, valor futuro e taxas de juros.

O primeiro deles, o fator tempo, é de vital importância para as práticas de mate-


mática financeira, porque, quanto maior for o tempo de uma operação financeira,
maior será a diferença de valores, ou, em outras palavras, maior será a mudança
do dinheiro no decorrer do próprio tempo. Por exemplo, se considerarmos uma

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operação de crédito, um empréstimo qualquer, a cobrança por juros (conceito
que detalharemos a seguir) será tão maior quanto o tempo da operação.

Figura 1 – Fator tempo

Fonte: Freepik (2023).


#ParaTodosVerem: imagem de uma ampulheta de vidro no canto direito da
figura. Em vez de areia, a ampulheta está cheia de moedas.

Igualmente, os conceitos de valor presente


e valor futuro estarão sempre relacionados
às operações fundamentais da matemática
financeira (juros, desconto etc.). O Valor Pre-
sente (VP, ou PV, em inglês) analisa a quantia
de recursos que estão sob nossa posse hoje. O
valor futuro corresponde à quantia a ser res-
gatada (ou paga) no futuro, conforme o nome
indica (VF, ou FV, em inglês). A diferença en-
tre esses dois valores será tão maior quanto
o tempo de alocação dos recursos e também
das taxas de juros (Castanheira; Macedo, 2012).

Em relação a esse conceito, podemos refletir


sobre a prática de cobrança de juros. Muito se
fala sobre as taxas de juros praticadas no país
e se elas são ou não justas, se poderiam ser
diminuídas etc.

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Figura 2 – Juros

Fonte: Freepik (2023).


#ParaTodosVerem: imagem com uma seta vermelha apontando para cima. Ao
seu lado, um símbolo de porcentagem também em vermelho.

De forma conceitual, a cobrança de juros se justifica devido aos riscos envolvidos


e à própria disponibilização do dinheiro para um terceiro. Em outras palavras,
quando abrimos mão do uso do dinheiro para podermos resgatá-lo no futuro em
uma operação de investimento, ou quando realizamos um empréstimo, momen-
to em que um terceiro renuncia seus recursos para nos emprestar e receber o
valor daqui a certo tempo, o período em que o dinheiro não é utilizado é recom-
pensado com juros (Bruni, 2019).

Além disso, as operações de crédito e investimento (emprestar ou resgatar um


valor maior) envolvem vários riscos. O principal deles consiste na incerteza em
relação ao futuro, o chamado risco de mercado, principalmente quando tratamos
sobre os investimentos. Nesse caso, não há a certeza se um investimento resulta-
rá em lucro ou prejuízo. Por parte das empresas que fornecem crédito, isso tam-
bém é verdadeiro. Nesse caso, há o risco de crédito, que consiste na possibilida-
de de não recebimento pelos valores emprestados, a inadimplência. O conjunto
desses riscos adiciona um custo ao dinheiro. Logo, esse custo é repassado pela
forma de cobrança de juros.

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Evidencia-se, dessa forma, que são diversas as formas pelas quais podemos usar
a matemática financeira para ampliar nossa percepção sobre o uso do dinheiro.
É importante ressaltar que em maior ou menor nível, o dinheiro é indispensável
para o convívio atual dos seres humanos. De necessidades básicas como alimen-
tação, transporte, saúde e moradia, precisamos de recursos para custear esses
gastos. Além disso, quaisquer outras necessidades, desejos ou sonhos, também
trazem a necessidade de recursos financeiros.

Nesse contexto, quanto maior nossos conhecimentos sobre a matemática finan-


ceira, melhor tende a ser a nossa capacidade de gerar mais receitas (ter mais
recursos) e diminuir custos (gastar menos). O importante nesse cenário é ter
consciência sobre o uso dos recursos e utilizá-los da melhor forma possível, con-
siderando nossas próprias especificidades.

Figura 3 – Dinheiro e matemática financeira

NCO CENTR AL DO BRASIL


BA
BAN CO CENTRA L DO BRASIL

Fonte: Freepik (2023).


#ParaTodosVerem: na imagem estão cinco moedas de um real e algumas notas
dobradas. A maior nota é de cem reais.

Utilizar recursos financeiros de forma eficiente não necessariamente significa


não gastar ou apenas buscar mais fontes de renda. Obviamente, essas ações
fazem parte da busca por melhores condições financeiras, contudo, podemos
definir uma melhoria na nossa gestão financeira (uso dos recursos), como a
adequação de nossos hábitos para podermos ter mais estabilidade, tranqui-
lidade, evitar dívidas e usufruir de um futuro melhor baseado em disponibili-
dade de recursos financeiros. Falando sobre isso, a seguir, veremos as estra-
tégias de uso da matemática financeira para garantir melhores resultados em
nosso orçamento pessoal.

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FIQUE POR
DENTRO!

1 USANDO A MATEMÁTICA FINANCEIRA

Agora que conhecemos um pouco mais sobre a matemática financeira, podemos


prosseguir para o entendimento dos seus usos práticos. Até o momento, enten-
demos que seus fundamentos envolvem juros, descontos, valores presente e fu-
turo etc. Mas, afinal, onde usaremos esses conceitos?

Dentre as principais aplicações que podemos ter em relação ao uso da matemá-


tica financeira, destacamos:

Sair das dívidas

Além do fator principal, que, neste caso, consiste na organização do orça-


mento pessoal, ajustando ou reduzindo gastos e buscando aumentar os ga-
nhos, indivíduos endividados podem dar início à transição de sua realidade,
melhorando o uso de seus recursos e fazendo o dinheiro trabalhar a seu favor.

Evitar dívidas

Além de sair das dívidas, é importante criar autocontrole e disciplina finan-


ceira para evitar novas dívidas, a fim de que os erros do passado não sejam
cometidos novamente.

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Calcular financiamentos e empréstimos

Em eventuais necessidades, é importante calcular e planejar corretamente o


seu uso, evitando surpresas desagradáveis na hora de pagar parcelas de fi-
nanciamento de bens diversos ou no pagamento de um capital emprestado.

Começar a investir

Ao compreender a matemática financeira, você estará pronto(a) para adequar


seu orçamento e começar a evoluir nessa área de estudo. Uma maneira de
colocar em prática oque foi aprendeu é começar a investir. Você pode colocar
seu dinheiro em diferentes ativos financeiros para garantir retornos futuros.

Investir da forma correta

É preciso cautela e cuidado na hora de escolher investimentos, considerando


os riscos envolvidos. A área da matemática financeira nos fornece inúmeras
ferramentas para podermos controlar nossos investimentos e usufruir de me-
lhores retornos.

Ficou claro para você todas essas aplicações?


SAIBA MAIS
Os usos dos conceitos fundamentais da ma-
temática financeira são amplos e abrangem
várias possibilidades. O foco, obviamente, é
o de trazer benefícios quando usamos seus
conceitos na prática.
Que tal assistir a um
vídeo para aprofun-
dar seus conheci-
mentos básicos sobre
o mercado de inves-
timentos? É impor-
tante ressaltar que
aprenderemos mais
sobre esse tema no
decorrer das próxi-
mas unidades. Clique
aqui e confira!

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2 BENEFÍCIOS DA GESTÃO FINANCEIRA PESSOAL

A gestão (ou administração) financeira pode ser definida, segundo Lemes Junior,
Rigo e Cherobim (2016), como o uso de diferentes ferramentas para maximizar a
riqueza em torno dos recursos financeiros, seja aumentando os lucros (resulta-
dos) ou adicionando valor aos nossos resultados (qualidade de vida, por exem-
plo). Para podermos atingir esses objetivos, devemos, ainda segundo os autores,
tomar melhores decisões de investimento, de financiamento e de resultados.

Em outras palavras, devemos tomar decisões inteligentes sobre como investir


nosso dinheiro, entender de onde vêm os recursos que usamos para esses inves-
timentos e quais são seus custos. Com base nessas escolhas e seus resultados,
devemos planejar nosso próximo passo e nos adaptar a essa nova realidade fi-
nanceira.

Dessa forma, quando temos mais disciplina para tomar melhores decisões, pode-
mos usufruir de uma série de benefícios, como:

Mais autocontrole

A liberdade é frequentemente associada a fazermos aquilo que quisermos.


Contudo, imagine se nós comprássemos tudo aquilo que tivéssemos vonta-
de… teríamos condições para fazer isso? Mesmo que tivéssemos, isso seria
adequado? O conjunto dessas reflexões ilustra a necessidade de termos con-
trole sobre o uso de nossos recursos financeiros, seja pela escassez e finitude
deles, seja para satisfazermos nossas necessidades mais adequadamente. Ao
termos maior controle, tomamos, automaticamente, melhores decisões so-
bre as escolhas de aplicação de nossos recursos.

Mais autonomia
A autonomia consiste no benefício de estar livre para escolher o melhor uso
para nossos recursos. Quando controlamos bem nossas finanças com base
na matemática financeira, podemos, por exemplo, programar uma viagem de
fim de ano, ou realizar qualquer outro desejo, sem que essa ação comprome-
ta nossa saúde financeira.

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Mais estabilidade no emprego

Do mesmo modo que a autonomia, os benefícios de uma boa gestão finan-


ceira pessoal refletem na “tranquilidade” com que conduzimos nossas ativi-
dades profissionais. Com mais estabilidade financeira, teremos menos preo-
cupações com o fator dinheiro, e, a partir dessa nova realidade, poderemos
nos dedicar mais ao trabalho, produzindo mais e com eficiência.

Conforto e padrão de vida

É inegável que uma boa gestão financeira, a partir do uso dos fundamen-
tos da matemática financeira, melhora nosso padrão de vida. Quando temos
mais recursos disponíveis, podemos acessar produtos de melhorqualidade.
Contudo, ainda assim é necessário ter cautela no uso de nossos recursos, para
que esse novo padrão de vida não se torne insustentável.

Dessa forma, evidencia-se a necessidade da


matemática financeira para avançarmos em
qualidade e efetividade da gestão de nossos
recursos financeiros pessoais, a fim de evo-
luirmos em múltiplas áreas.

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PARA CONCLUIR

Com isso, chegamos ao final de nossa unida-


de sobre fundamentos e conceitos principais
acerca da matemática financeira e orçamento
pessoal. Para concluir, é importante que você
considere essa área como algo indispensável
para sua vida acadêmica, profissional e pes-
soal, afinal, todas elas dependerão, garanti-
damente, de recursos financeiros.

Recapitulando o que aprendemos, a mate-


mática financeira tem como fundamentos
o estudo do dinheiro no decorrer do tem-
po, envolvendo nessa dinâmica o fator juros,
desconto, valor presente, valor futuro, in-
flação, amortização, investimento, financia-
mento etc.

A aplicação desses conceitos se estende em


várias áreas, desde a compra programada de
bens, investimentos, qualificação em nossas
carreiras etc. Por fim, é importante sempre
praticar ativamente os conceitos aqui apren-
didos, por exemplo, estando atento(a) à in-
cidência de juros em operações financeiras,
para tomar a melhor decisão, e, a partir dis-
so, usufruir dos benefícios da matemática em
nossas vidas.

Bons estudos e até a próxima!

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REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Matemática financeira: edição universitária. São Paulo: Atlas, 2017.
Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013139/.
Acesso em: 4 jul. 2023.

BRUNI, A. L. Introdução à matemática financeira. São Paulo: Atlas, 2019. Dispo-


nível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597021806/. Aces-
so em: 4 jul. 2023.

CASTANHEIRA, N. P. MACEDO, L. R. D. Matemática financeira aplicada. Curitiba:


Editora InterSaberes, 2012.

LEMES JUNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração financeira:


princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154124/.
Acesso em: 4 jul. 2023.

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