Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Regime Semestral
Caderno de Apresentação
Sumário:
1. Programa
2. Bibliografia
3. Avaliação de conhecimentos
4. Equipa docente
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 1
Sejam Bem-vindos!
Este material foi concebido e escrito com o objectivo de proporcionar ao aluno o
entendimento dos princípios e dos fundamentos básicos de Cálculo Financeiro ou de
Matemática Financeira, e a utilização deles nas variadas operações financeiras de
investimento ou financiamento, como por exemplo, um investimento de poupanças em
depósitos à prazo ou empréstimos à habitação. Outrossim, os fundamentos básicos
ajudam a resolver questões da vida prática como operações de descontos, amortizações
de empréstimos, dentre outros. Queremos propôr uma abordagem e uma organização que
possibilitam que o assunto seja interessante, facilitar a aprendizagem, e incentivar a
curiosidade.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 2
Os objectivos que se pretende alcançar dentre muitos são:
Abordar o conceito e o papel do valor temporal em finanças;
Compreemder os conceitos de valor acumulado e valor presente de uma
aplicação financeira;
Compreender e efectuar operações de descontos em aplicações financeiras;
Obter o valor acumulado e o valor presente de uma renda anual normal e uma
renda anual antecipada e obter o valor presente de uma perpetuidade.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 3
1. INTRODUÇÃO A CÁLCULO FINANCEIRO
A
Disciplina de Cálculo Financeiro é bastante fascinante, na medida em que
se começa a ter uma noção e responsabilidade do valor temporal ou do preço
de um activo importante o “dinheiro”. O valor temporal do dinheiro (VTD)
representa o fundamento de análise das finanças. Significa dizer que o
dinheiro (um Kwanza, um dólar, um euro ou outra moeda qualquer) possue valor diferente
hoje e no futuro. São apontadas no mínimo três razões. A primeira, dinheiro disponivél
hoje pode ser investido, no final de certo periodo rende juros e o capital acumulado será
seguramente maior. A segunda, está ligado com o valor real ou poder de compra do
dinheiro que pode mudar em conseguência da inflação. Finalmente, a incerteza do valor
esperado.
O Cálculo Financeiro tem como axiomas fundamentais que i) não é possível obter ganhos
por arbitragem (i.e., não é possível realizar um ganho sem investimento inicial e sem risco
de perda) e que ii) os mercados são completos (i.e., um indivíduo que tenha um dado
activo no instante de tempo N, pode transferi-lo para qualquer outro instante de tempo T
mediante uma taxa de juro R de transformação.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 5
2. Rendimento. Aplicações Possíveis.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 6
capital, tempo e taxa de juro. As operações financeiras são assim resultantes da aplicação
da poupança em investimento financeiro.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 7
Fig.1 – Rendimento, consumo, endividamento e poupança ao longo da vida
Outra motivação importante para haver poupança é o indivíduo precaver-se face ao risco
quer da diminuição do rendimento (e.g., por ficar desemprego) quer do aumento da
despesa (e.g., por ter um acidente automóvel). O indivíduo pode poupar 15% do seu
rendimento que empresta a alguém de confiança de forma que, em caso de ter um azar,
possa recuperar essas poupança para poder continuar a consumir normalmente.
Outra razão para haver poupança é a existência de empreendedores. Assim, os individuos
além de emprestarem a outros individuos (para consumo ou compra de bens duradouros)
também podem emprestar a empreendedores para investirem em nova capacidade
produtivas. Como o aumento do stock de capital (máquinas, estradas, escolaridade, etc.)
aumenta a produtividade do trabalho (e de outros factores de produção), os
empreendedores apropriando-se de parte desse ganho conseguem pagar os juros e o
capital inicial ainda tendo um lucro. Então, os empreendedores competem pela poupança
das pessoas pagando-lhe um juro que é determinado no mercado.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 8
sendo de extrema importância em qualquer análise que envolva capitais e, portanto, é
necessário atribuir-lhe um valor. Esse valor denomina-se juro.
Definição do juro: é o dinheiro pago ou o valor gerado pelo uso do dinheiro emprestado
ou como sendo a remuneração recebida (ou paga) em troca do empréstimo de algum
recurso financeiro ou de um factor produtivo empregue em actividades produtivas
durante um certo período de tempo de capitalização, mas que só está disponível no
momento do seu vencimento (habitualmente o fim do período de capitalização) –
geralmente de um ano.
Quando você possui um recurso financeiro que excede as suas necessidades rotineiras,
você pode, em geral, adquirir alguns bens anormais ao seu dia a dia (tais como bens
imóveis, veículos, viagens etc.), pode também aplicá-los (ou mesmo emprestá-los). Se
você empresta seus recursos financeiros, então, você abriu mão, temporariamente, da
disponibilidade deles e em troca desta disponibilidade você receberá uma recompensa -
o juro.
Portanto, o juro será função do prazo da utilização, do valor do recurso utlizado e do risco
envolvido na transação.
J = f (c,n,i)
Podemos assim identificar alguns factores que determinam a existência do juro.
▪
Risco - incerteza do investimento – a possibilidade de não corresponder às
expectativas e a incerteza da actividade económica.
▪ Privação da liquidez.
o Utilidade – custo de oportunidade (tradeoff) de consumo presente.
o Oportunidade – os recursos são limitados. Ao aceitar o
investimento perde-se oportunidade de ganhos em outras
alternativas, logo é preciso que o primeiro ofereça retorno
satisfatório.
Definição de Capital ou principal: o valor monetário que originou o investimento.
Ainda se entende por capital, qualquer valor expresso em moeda e disponível em
determinada época, que um indivíduo tem disponível e concorda em ceder a outrem,
temporariamente. Aquele que cede é chamado de investidor e aquele que recebe é
chamado tomador.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 9
Para o investidor o juro é a remuneração do investimento; enquanto para o tomador o
juro é o custo do capital obtido por empréstimo.
Tempo: toda transação financeira deve necessariamente prever quando (datas de início e
do termino da operação) e por quanto tempo (duração da operação) se dará a cessação (o
empréstimo) do capital.
Em termos conceptuais, para compararmos activos temos que referir todos os valores ao
mesmo instante (ou momento) de tempo (descontando ou capitalizando), por exemplo, às
00h do dia 1 de Janeiro de 2018. Depois, entre o instante de tempo onde o recurso está
disponível e o instante de tempo para o qual o queremos “levar” existe um período de
tempo. Assim, a escala do tempo é uma linha contínua em que cada ponto é um instante
ou momento de tempo, e.g., às 12h00 do dia 15 de Janeiro de 2018, e em que um intervalo
de tempo é o segmento que medeia dois instantes de tempo, e.g., o semestre que medeia
entre as 12h00 do dia 15 de Janeiro de 2018 e as 12h00 do dia 15 de Julho de 2018. O
instante final de um período é sempre o instante inicial do período seguinte (pagar no fim
de 2018 é igual a pagar no início de 2019).
O primeiro passo na resolução de um problema de Cálculo Financeiro deve ser a sua
representação esquemática. A representação mais divulgada é a chamada representação
do problema num diagrama temporal (também chamado “recta do tempo”). A
configuração de um diagrama temporal é a seguinte:
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 10
períodos e n+1 momentos. Os sinais ± são utilizados consoante os capitais representem
uma entrada de capitais (inflows) ou saídas de capital (outflows) na perspectiva de uma
das partes (do mutuário ou mutuante).
Como exemplo considere-se a situação de representação, na óptica do depositante, de
um depósito de 1.000 unidades monetárias que, três anos depois, dá lugar ao levantamento
de 1.331 unidades monetárias.
Este prazo deve estar expresso em determinada unidade de tempo (que pode ser: dia, mês,
bimestre, trimestre, semestre, ano, etc.).
O prazo é o tempo que decorre desde o início até o final de uma dada operação financeira.
Considera-se que na prática, o prazo pode ser a partir de duas convenções:
• Prazo exacto: é aquele que leva em conta o chamado ano civil, no qual os dias
são contados pelo calendário, isto é, o mês pode ter 28 dias (fev.), 29 dias (fev.,
em anos bissextos, como em 2008, 2012, 2016, 2020, e etc.), 30 dias (abr., jun., e
etc.) ou 31 dias (jan., mar., e etc.); assim o ano pode ter 365 dias ou 366 dias.
• Prazo comercial (ou aproximado): é o que leva em conta o chamado ano
comercial, isto é, aquele em que o mês (qualquer que seja ele), é considerado como
tendo 30 dias e o ano (qualquer que seja ele), tem 360 dias.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 11
Taxa de Juro
A taxa de juro será a razão entre os juros que serão cobrados no fim do periodo e o capital
inicialmente empreque.
Já que a taxa de juro em uma unidade de tempo, é o juro expresso como percentagem do
capital, então se pode dizer que a taxa de juro é igual ao juro dividido pelo capital:
𝐽
𝑖=
𝐶
As taxas de juros referem-se sempre à um dado período financeiro, elas podem ser
diarias, mensais, trimestrais, semestrais, anuais, etc. Existem duas maneiras de
apresentação das taxas de juros: a taxa na forma percentual e a taxa na forma unitária.
• Forma percentual
Uma razão centesimal pode ser indicada na forma percentual, anotando-se o
antecedente (numerador) da razão centesimal seguido do símbolo % (lê-se por
cento). Ou seja, 100 unidades do capital, no período referido como unidade de
tempo.
São exemplos:
i = 30% a.m (lê-se: 30 por cento ao mês)
i = 0.5% a.d (lê-se: meio por cento ao dia)
• Forma unitária
Uma razão (ou centesimal) representa o juro de uma (1) unidade do capital, no
período tomado como unidade de tempo.
São exemplos:
i = 0.3 a.m
i = 0.005 a.d
Nas fórmulas a serem utilizadas no presente curso, a taxa a ser adoptada será a unitária.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 12
EURIBOR é uma sigla (Euro Interbank Offered Rate) que representa a taxa de juro a que
os bancos sem risco (first class credit standing) emprestam euros entre si (operações
também denominadas por “cedência de liquidez”).
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 13
Juro comercial: é aquele que se obtém contando-se o número de dias pelo critério do
prazo comercial, isto é, considera-se em todos os meses 30 dias e os anos 360 dias.
Este último é utilizado nas instituições financeiras.
Simbologia a utilizar.
Para este curso a simbologia a utilisar será a seguinte para cada um dos elementos ou
variável de cálculo:
C = capital;
J = juro;
n = o tempo;
i = taxa de juro;
Fórmulas derivadas
Como ja referido a acima na definição sobre o juro, apresentamos aqui formulas
algumas que são derivadas para o cálculo de juros em função dos prazos apresentados
serem dias e meses. As variáveis, n e i são grandezas referidas à mesma unidade de
tempo – homegeneização.
Geralmente, a taxa de juro é referida ao ano. Entretanto nas operações de juro simples o
período é o dia ou mês.
Então teremos o seguinte na fórmula fundamental do juro simples.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 14
𝐶𝑛 𝐶𝑛
𝐽= 360 =𝐷
1
𝑖
𝐶𝑛 𝐶𝑛
𝐽= 12 =𝐷
2
𝑖
1ª Princípio:
A presença de capital e a presença de tempo e a ausência de juro é uma impossibilidade
em Cálculo Financeiro.
A ausência de capital ou ausência de tempo e presença de juro é outra impossibilidade.
Isto é: o juro zero pode ocorrer se e só se o capital for zero e/ou o prazo for zero. Para c
=0, n=0, i=0, temos j=0, então, não estamos diante de uma operação financeira.
2ª Princípio:
Qualquer operação matemática sobre dois ou mais capitais requer a sua
homogeneização no tempo. Isto quer dizer que as variáveis devem estar reportadas ao
mesmo tempo ou prazo. Por exemplo. Uma operação em que o periodo está em meses e
taxa de juro referida em anos, deve se converter ou transformar a taxa em meses ou os
meses no prazo equivalente a anos 1. 0F
3ª Princípio:
O juro em cada período de capitalização é igual ao capital do início do período
multiplicado pela taxa de juro.
Isto é: sendo Jk o juro do período k, Ck-1 o stock de capital no início do mesmo período,
ou seja, no momento k-1, ik a taxa de juro em vigor no mesmo período teremos:
Jk = ik x Ck-1 (com k = 1, 2, 3, …)
1
Entretanto, deve-se prestar atenção enunciado e principalmente sobre o periodo de capitalização.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 15
Temos, pois, que, qualquer capital aplicado durante um determinado período de tempo
(período de capitalização), a uma dada taxa de juro, gera uma remuneração (juro), que é
o produto desse capital pela taxa de juro em vigor nesse período.
Todas as operações envolvendo capitais devem observar estes princípios.
As práticas correntes como o empréstimo de dinheiro sem juros, comum entre amigos ou
familiares, são considerados um erro e uma impossibilidade em termos de Cálculo
Financeiro.
Vimos que o valor de um capital varia ao longo do tempo em que é cedido. Então para
definirmos os seus valores precisamos de referenciar-nos a um instante de tempo. Por
convenção utiliza-se normalmente o momento actual como o momento de referência.
Ao valor desse capital nesse momento de referência dá-se o nome de valor actual. No
entanto, o momento de referência pode não ser o momento do vencimento desse capital
e, portanto, haverá um momento posterior ao momento de referência. Ao valor desse
capital nesse momento posterior dá-se o nome de valor acumulado. Tendo em conta que
o desconto é o processo inverso da capitalização, podemos afirmar que o valor
descontado de um capital acumulado é o seu valor actual. Como exemplo, considere-se
um capital, C0 (aplicado no momento de referência 0), que produz juro, j, quando aplicado
durante um período de tempo, n. No final desse período, n, teremos:
𝑆 = 𝐶𝑜 + 𝑗
em que S é o valor acumulado de C0 durante o período n. Inversamente, teremos que C0
é o valor actual (ou descontado) do capital S, ou seja:
𝐶𝑜 = 𝑆 − 𝑗
Pode então afirmar-se que o valor actual de um capital será sempre o seu valor no
momento de referência e que, para momentos posteriores ao de referência teremos valores
acumulados e, para momentos anteriores ao de referência, teremos valores descontados.
Estes conceitos podem ser resumidos na tabela seguinte:
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 16
5. Regimes de Capitalização
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 17
Juro
Na abordagem das taxas importa referir a diferença existente entre taxas nominais e
efectivas nos dois tipos regime de capitalização.
É de fundamental importância o conhecimento e a compreensão da existência das taxas
nominal e efectiva.
Taxa nominal
Sempre que nos deparamos com uma taxa nominal, faz-se necessário se calcular a taxa
efectiva, ou seja, devemos determinar qual a verdadeira taxa que está por trás da taxa
nominal.
Denomina-se taxa nominal quando o prazo de formação, ou incorporação, de juros ao
capital (capitalizações), não coincide com o prazo a que se refere a taxa.
Neste caso, é comum adoptar-se a convenção de que a taxa, por período de capitalização,
seja proporcional à taxa nominal.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 18
Em outras palavras, a taxa nominal, não pode ser tomada como referência para decisões
na contratação de um empréstimo, ou aplicação de recursos.
Exemplos:
1. 1200% ao ano com capitalização mensal.
2. 450% ao semestre com capitalização mensal.
3. 300% ao ano com capitalização trimestral.
Taxa efectiva: A taxa efectiva é quando o período de formação e incorporação dos juros
ao Capital coincide com aquele a que a taxa está referida.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 19
Exemplos:
1. 120% ao mês com capitalização mensal.
2. 450% ao semestre com capitalização semestral.
3. 1300% ao ano com capitalização anual.
● Para o tomador de empréstimos, a melhor opção é o menor n.°de capitalizações.
● Para o investidor, a melhor opção é o maior n.°de capitalizações.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 20
6.2. Capitalização em Regime de Juro Simples
Breve descrição:
É aquele regime em que a taxa de juro incide somente sobre o capital inicial e que,
portanto, não incide sobre os juros acumulados. Neste regime de capitalização a taxa varia
linearmente em função do tempo.
No caso diz-se que vigora o Regime de Juro Simples, podendo ainda distinguir-se dentro
dele dois sub-regimes – o Regime de Juro Simples “Puro” e Regime de Juro “Dito”
Simples. No primeiro sub-regime, o juro produzido em cada período de tempo é
efectivamente pago, enquanto no segundo o juro produzido é simplesmente retido (i.e.
ainda que não sendo pago, ele não vai gerar juro nos períodos seguintes). De forma
resumida importa reter que em ambos os casos, o juro produzido num determinado
período de capitalização não irá gerar juro nos períodos subsequentes.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 21
Fórmulas fundamental do juro e do capital:
(i) Aplicação por um Período
No fim de 1 período 𝑗1 = 𝐶. 𝑖 𝑆1 = 𝐶 + 𝐶𝑖 = 𝐶(1 + 𝑖)
- Qual o rendimento produzido por uma aplicação financeira com o valor 2.000 u.m., por
1 ano, à taxa de juro anual de 15%?
- Qual o rendimento produzido pelo investimento de um capital de 2.000 u.m., por 2 anos,
à taxa de juro anual de 15%?
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 22
É importante ter em atenção na resolução dos problemas que as variáveis sejam
expressas ne mesma unidade tempo, como asseguir iremos verificar.
Exemplo 2.1
Qual o juro produzido por um capital de 8.000,00 u.m aplicado em
regime de juro simples, à taxa anual de 24% durante
a) 7 meses
b) 1 ano e 4 meses
c) 180 dias
Resolução:
Como a unidade de tempo do periodo e da taxa não coincidem, ou seja,
temos meses e dias e a taxa anual, logo teremos que homogeneiza-los.
Geralmente, expressa-se o periodo na mesma unidade da taxa.
7
a) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 1.120
12
16
b) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 2.560
12
180
c) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 960
360
Exemplo 2.2
Qual o valor acumulado (total a ser recebido) da aplicação em regime
de juro simples no valor de 280,00 u.m durante 15 meses, à taxa anual
de 3%.
Resolução:
Temos duas formas para resolver o problema. Calcular o valor total a
receber de uma só vez ou obter o valor do juro e adicionar ao capital
inicial.
i- Cálculo pela fórmula do valor acumulado
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
15
𝑆 = 280(1 + 0,03𝑥 ) = 290,5
12
ii- Calcular obtendo primeiro o juro total:
𝐽 = 𝐶. 𝑛. 𝑖
15
𝐽 = 280𝑥0,03𝑥 = 10,5
12
𝑆 = 𝐶 + 𝑗 ⇒ 𝑆 = 280 + 10,5 ⇒ 𝑆 = 290,5
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 23
6.2.1. Taxas em Regime de Juro Simples
Lembrar o que ja foi abordado sobre taxa nominal e taxa efectiva ou entre taxa
proporcional e taxa equivalente. No regime de juro simples, o cálculo do juro incide
sempre sobre o capital inicial, c, ou seja, como já referido não há o efeito de juro sobre
juros. Podemos fácilmente perceber que uma taxa será simultaneamente taxa nominal e
taxa efectiva ou entre taxa proporcional e taxa equivalente, desde que observada a regra
da homegeneização.
Exemplo 2.3
Qual o valor acumulado (total a receber) de uma aplicação de 10.000
u.m., durante o periodo de um ano em regime de juro simples, à taxa anual
de de 20% ou à taxa semestral de 10%?
Solução:
1. Taxa anual de 20% a capitalização será anual.
Como o periodo de capitalização(anual) coincide com o horizonte
temporal da taxa de juro (anual), então teremos:
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
𝑆 = 10.000(1 + 0,2 ∗ 1)
𝑆 = 10.200
2. Taxa semestral de 10% a capitalização será semestral
Neste caso, notamos que o periodo de investimento não coincide com o
horizonte temporal da taxa de juro (semestral). Logo, teremos que
conformar o periodo do investimento, no caso serão 2 semestres que temos no
ano. Então, o nosso n =2.
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
𝑆 = 10.000(1 + 0,1 ∗ 2)
𝑆 = 10.200
Nos dois casos o resultado não sofreu alterações, quer em capitalização anual ou
semestral. A taxa de juro utilizada foi a proporcional ao periodo de capitalização.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 24
6.3. Capitalização em Regime de Juro Composto
No regime de juro composto os juros de cada período são somados ao capital para o
cálculo de novo(s) juro(s) no(s) período(s) seguinte(s). Os juros são capitalizados, ou seja,
reintroduzidos no processo de formação de novo capital e, consequentemente, rende juro,
originando “juros de juros” – anatocismo.
O conceito de montante é o mesmo definido para capitalização simples, ou seja, é a soma
do capital aplicado ou devido mais o valor dos juros correspondentes ao prazo da
aplicação ou da dívida.
A simbologia é a mesma já conhecida, ou seja, S indica o montante ou valor acumulado,
c o capital inicial, n o prazo e i a taxa de juro.
Diagrama temporal:
Co C1 C2 C3 C4
Exemplo 2.6
Um Capital de 7.500 u.m., foi investido em regime de juro composto,
durante 1 ano, à taxa anual de 6%. Qual era o valor acumulado ao fim
desse prazo?
Mostrar a importância da periodicidade das capitalizações.
Exemplo 2.7
Caso você aplique 7.000,00 u.m., em regime de juro composto em uma
instituição, ao final de 4 trimestres receba a importância de 1.640,12 u.m,
de juros. Qual terá sido a taxa de juros dessa operação?
Exemplo 2.8
Qual o tempo necessário para que um capital de 10.000,00 u.m., dobre de
valor, se aplicado a taxa de 20% a.a.?
S = c(1+i)n
Regime de juro Composto
S
S = c(1+in)
Regime de juro Simples
1 n
Exemplo 2.9
Determine, para ambos os regimes de capitalização (juro simples e juro
composto), o capital ou valor acumulado produzido por um capital de
1.250 u.m., à taxa de juro anual de 8%, durante:
a) 6 meses
b) 1 ano
c) 2 anos
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 27
6.3.2. Cálculo do valor de n e i no factor(1 + 𝑖)𝑛
Exemplo 2.10
Foi efectuado um depósito de 7.000 u.m., que após 8 trimestres de
capitalização em regime de juro composto, produziu o valor acumulado
de 7.715,20 u.m. A que taxa foi remunerado este deposito?
a) Através de logaritmos ou potências
A equação matemática que traduz o problema é a seguinte:
S = c(1+i)n
b) Através de interpolação linear
1,102171 = (1+i)8
Exemplo 2.11
Foi efectuado um depósito de 40.000 u.m., em regime de juro composto à
taxa anual de 5%. Após algum tempo, o capital acumulado era de
48.620,25 u.m. Qual a duração deste depósito?
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 28
6.4. Estudo de Taxas de Juro
Vamos fazer uma abordagem sobre o funcionamento e aplicação das taxas de juro
principalmente no regime de juro composto diferente ao regime de juro simples.
Geralmente, a taxa de juro está expressa em termos anuais.
Importa realçar alguns conceitos na nossa abordagem e sabemos que capitalização
significa vecimento do juro. Periodicidade da capitalização é a frequência com que se
processa (vence) o juro.
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 29
Vejamos agora como calcular cada um dos tipos de taxas atrás referidas. Simbologia a
utilizar:
i taxa anual efectiva
i(k) taxa anual nominal, composta (ou capitalizada) k vezes por ano
ik taxa periódica efectiva (semestral, mensal, etc.).
Partindo de uma taxa efectiva, a taxa periódica é calculada através de
uma relação de equivalência; partindo de uma taxa nominal, a taxa
periódica é calculada através de uma relação de proporcionalidade.
O essencial aqui é perceber que procuramos uma taxa, ik, tal que seja indiferente efectuar
uma capitalização anual à taxa anual efectiva i, ou k capitalizações durante um ano à taxa
ik.
O horizonte temporal comum (dorante designado por HTC), esta relação pode tomar uma
forma mais geral:
(𝟏 + 𝒊𝒉 )𝒉 = (𝟏 + 𝒊𝒌 )𝒌 Caso geral
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 30
▪ Cálculo da taxa anual nominal capitalizada k vezes por ano i(k) ou da taxa
anual efectiva, i, a partir de uma taxa periódica efectiva, ik:
Exemplo 2.12
Dada a taxa trimestral efectiva d 3% qual é:
a) A taxa anual nominal subjacente?
b) A taxa anual efectiva subjacente?
▪ Cálculo da taxa periódica, ik, a partir da taxa anual nominal capitalizada k
vezes por ano, i(k):
Exemplo 2.13
Considere a taxa anual nominal de 9% composta trimestralmente e
calcule as seguintes taxas efectivas:
a) Bimensal
b) Quadrimestral
c) Semestral
d) Anual
Taxa anual efectiva (TAE) e taxa anual efectiva líquida (TAEL)
As taxas activas são comparadas através da TAE e as taxas líquidas são comparadas
através da TAEL.
Exemplo 2.14
Determinada empresa solicitou propostas a três instituições financeiras
com vista à contratação de um empréstimo.
A instituição financeira A propôs a taxa anual efectiva de 8,15%; a
instituição financeira B propôs a taxa anual nominal de 8%, composta
semestralmente; por fim, a instituição financeira C propôs a taxa anual
nominal de 7,9% composta mensalmente.
Qual das propostas apresenta a taxa mais atractiva para o investidor?
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 31
Assim, haverá k capitalizações num ano, após as quais o capital acumulado será
𝑖(𝑘) 𝑘
𝑆 = 𝐶 (1 + )
𝑘
Assumamos que a periodicidade aumenta para sub-periodos ainda menores,
tendo para 0 (zero), e número de capitalizações, k, vai tender para ∞. Do ponto
1
de vista matemático, uma vez que 𝑘 → ∞,então 𝑘 → 0.
1 𝑛
Como se sabe 𝑙𝑖𝑚 = (1 + 𝑛) = 𝑒
𝑛→∞
𝑖(∞) 𝑘
Pelo que (1 + ) = 𝑒 𝑖(∞)
𝑘
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 32
___________________________________________________________________
@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 33