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MATEMÁTICA FINANCEIRA

ANO LECTIVO 2021/2022


2º ANO – 1º e 2º SEMESTRE

Regime Semestral

CARGA HORÁRIA SEMANAL: 2 horas Teóricas + 2 horas


Práticas

Caderno de Apresentação

Sumário:

1. Programa

2. Bibliografia

3. Avaliação de conhecimentos

4. Equipa docente

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@Copy Rights – Todos direitos reservados. Não deve ser alterado, utilizado e nem
reproduzidos sem a prévia autorização. 1
Sejam Bem-vindos!
Este material foi concebido e escrito com o objectivo de proporcionar ao aluno o
entendimento dos princípios e dos fundamentos básicos de Cálculo Financeiro ou de
Matemática Financeira, e a utilização deles nas variadas operações financeiras de
investimento ou financiamento, como por exemplo, um investimento de poupanças em
depósitos à prazo ou empréstimos à habitação. Outrossim, os fundamentos básicos
ajudam a resolver questões da vida prática como operações de descontos, amortizações
de empréstimos, dentre outros. Queremos propôr uma abordagem e uma organização que
possibilitam que o assunto seja interessante, facilitar a aprendizagem, e incentivar a
curiosidade.

Com ênfase em aplicações e na solução de resolução de problemas, e direccionado para


alunos dos cursos de economia e gestão, contabilidade e administração, etc. Este material
contribuirá para o desenvolvimento do pensamento estratégico com vista a tomada de
decisão.
Ao longo do texto iremos utilizar os termos cálculo financeiro ou matemática financeira
para significar a mesma coisa.
No entanto, ressaltamos alguns cuidados que vocês deverão ter para obter SUCESSO
NESTA DISCIPLINA:

1. Não transfira para a equipa de professores a responsabilidade de fazer com que


você aprenda os conteúdos programáticos. Matemática se aprende lendo, relendo,
reflectindo e treinando MUITO;
2. Aprenda fazendo, ou seja, refaça os exercícios resolvidos e resolva os
complementares e propostos;
3. Aplique o conteúdo ou tema a ser abordado à sua vida diária-teste, utilize os
conhecimentos em exercícios que o estimulam a escrever a respeito da matemática
usando não apenas símbolos, mas também palavras;
4. Revise os conceitos matemáticos básicos, pois embora as planilhas ou folhas de
cálculos e calculadoras financeiras facilitem os cálculos associados à Cálculo
Financeiro ou Matemática Financeira, para a estruturação do raciocínio lógico –
matemáticos, a compreensão da matemática Elementar é fundamental;
5. Utilize uma calculadora científica ou Financeira.

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Os objectivos que se pretende alcançar dentre muitos são:
 Abordar o conceito e o papel do valor temporal em finanças;
 Compreemder os conceitos de valor acumulado e valor presente de uma
aplicação financeira;
 Compreender e efectuar operações de descontos em aplicações financeiras;
 Obter o valor acumulado e o valor presente de uma renda anual normal e uma
renda anual antecipada e obter o valor presente de uma perpetuidade.

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1. INTRODUÇÃO A CÁLCULO FINANCEIRO

VALOR TEMPORAL DO DINHEIRO

A
Disciplina de Cálculo Financeiro é bastante fascinante, na medida em que
se começa a ter uma noção e responsabilidade do valor temporal ou do preço
de um activo importante o “dinheiro”. O valor temporal do dinheiro (VTD)
representa o fundamento de análise das finanças. Significa dizer que o
dinheiro (um Kwanza, um dólar, um euro ou outra moeda qualquer) possue valor diferente
hoje e no futuro. São apontadas no mínimo três razões. A primeira, dinheiro disponivél
hoje pode ser investido, no final de certo periodo rende juros e o capital acumulado será
seguramente maior. A segunda, está ligado com o valor real ou poder de compra do
dinheiro que pode mudar em conseguência da inflação. Finalmente, a incerteza do valor
esperado.

O Cálculo Financeiro (ou Matemática Financeira) desenvolve e aplica ferramentas


matemáticas para modelizar o comportamento das variáveis financeiras onde se inclui o
comportamento do preço dos instrumentos financeiros transaccionados em mercados sem
se preocupar com os fundamentais económicos desses activos.

O Cálculo Financeiro tem como axiomas fundamentais que i) não é possível obter ganhos
por arbitragem (i.e., não é possível realizar um ganho sem investimento inicial e sem risco
de perda) e que ii) os mercados são completos (i.e., um indivíduo que tenha um dado
activo no instante de tempo N, pode transferi-lo para qualquer outro instante de tempo T
mediante uma taxa de juro R de transformação.

O estudo de Cálculo Financeiro possui uma importância ímpar para os Agentes


Económicos, Administradores, Contabilistas, Economistas e Gestores das mais diferentes
áreas empresariais, assim como também para as pessoas físicas comuns, já que permite
aos mesmos realizarem cálculos mais apurados e realísticos nas suas realizações
comerciais e de trabalho onde o conhecimento de Matemática Financeira se faz presente.
O Cálculo Financeiro não é uma propriedade de uma categoria de profissionais ou de um
ramo do conhecimento, como a Economia, a Administração, a Contabilidade ou o Direito.
O Cálculo Financeiro possui uma linguagem própria, o que a caracteriza como um ramo
do conhecimento. O Cálculo Financeiro não deve estar restrito aos Agentes que operam
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o sistema de trocas e que a utilizam como ferramenta para mensurar suas diversas
variáveis, o seu conhecimento é útil e necessário para todas as pessoas, independente da
profissão que exerçam. As pessoas que desconhecem os princípios de Cálculo Financeiro
são, às vezes, levadas a acreditarem em informações que não estão de acordo com a
realidade. Ou seja, são “enganadas” e têm prejuízos em investimentos financeiros.
O conhecimento de Cálculo Financeiro possui uma significativa importância em nossa
vida; proporciona o fim de uma escuridão e nos lança com maior clareza para o mundo
em que vivemos diariamente, onde somos ativos e passivos a todo o momento, em termos
de agente económico. Esse conhecimento nos faz deixar de ser “vítimas” dos Agentes
conhecedores e formadores de preço, juros, e taxas, para sermos pessoas activas e
questionar em relação à utilização do nosso dinheiro.

No mundo actual, os termos: juros, desconto, paridade de taxa, amortização de dívidas e


engenharia económica, entre tantos outros, fazem parte do nosso linguajar quotidiano e o
conhecimento correcto dos mesmos nos proporciona, sem nenhuma dúvida, um ganho
significativo e qualitativo nas nossas transações económico-financeiras.
Nos estudos de economia, aprende-se que os recursos (fontes) são limitados, e as
necessidades infinitas. Entre essas necessidades, encontram-se os recursos financeiros,
cada vez mais valorizados e disputados entre as empresas e pessoas.
Logo, quem tem dinheiro disponível nem pensa em guardá-lo consigo. Procura alguma
maneira de empregá-lo de forma a obter mais dinheiro, seja na aquisição de bens, seja no
mercado financeiro e/ou no mercado de capitais, ou, simplesmente, emprestando-o à
terceiros por via de intermediarios financeiros-bancos comerciais ou outras instituições
de crédito. Tudo isso é feito a partir de um princípio básico: quem empresta dinheiro a
alguém espera recebê-lo, depois de certo tempo, acrescido de uma quantia adicional
cobrada a título de aluguer do dinheiro. Em sociedades avançadas, esta prática é normal.
Entretanto, o mesmo não se pode dizer das sociedades menos desenvolvidas, aonde esses
conceitos ainda não são amplamente de domínio de todos. Essa quantia adicional cobrada
a título de aluguer do dinheiro emprestado é o que chamamos de juro.

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2. Rendimento. Aplicações Possíveis.

O estudo da evolução do capital no tempo utiliza raciocínios, métodos e conceitos


matemáticos ou cálculos, dali os termos matemática financeira ou cálculo financeiro.
Podemos definir rendimento como sendo o resultado da produção de bens e serviços num
determinado período de tempo. No caso mais geral, o rendimento apresenta-se sobre a
forma de moeda. O rendimento dos agentes económicos possui variadas origens e, de
uma forma genérica, pode ser classificado em dois tipos: o rendimento do sector privado
e o rendimento do sector público. No sector privado, o rendimento tem normalmente
origem em quatro fontes: os salários (rendimento do trabalho), as rendas (rendimento da
terra), o juro (rendimento do capital) e o lucro (rendimento resultante da actividade
económica das empresas). O rendimento no sector público, denominado rendimento
nacional, pode ser considerado como uma medida do fluxo de bens e serviços numa dada
economia.
O rendimento dos agentes económicos pode ser aplicado de duas formas diferentes: em
consumo ou em poupança. As chamadas “operações financeiras” estão intimamente
ligadas à aplicação do rendimento em poupança, sendo a base do chamado “investimento
financeira” da poupança. A génese do investimento financeiro reside no valor temporal
do dinheiro (VTD) – o juro. Assim para analisar um investimento financeiro (quer seja
na perspectiva de cedência de moeda ou na óptica de financiamento) é necessário
compreender a ligação que existe entre três elementos fundamentais e indissociáveis
capital, tempo e juro.
Estando o tempo presente em qualquer operação financeira e, variando o valor de um
capital com este factor, existe a necessidade de efectuar a equivalência entre capitais
reportados a instante de tempos diferentes. A equivalência entre capitais pode ser
efectuada recorrendo a uma equação matemática, denominada equação de equivalência
(ou de valor), que pode ser escrita através do conhecimento de dois processos (inversos
um do outro): o processo de capitalização e de actualização. Ao longo dos capítulos
seguintes serão abordados estes conceitos e será também introduzida a representação
esquemática dos problemas de Cálculo Financeiro, muito útil na sua compreensão e
resolução.
Denomina-se por operação financeira qualquer operação que envolva a aplicação de
poupança destinada a investimento onde estejam envolvidos simultaneamente os factores

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capital, tempo e taxa de juro. As operações financeiras são assim resultantes da aplicação
da poupança em investimento financeiro.

As operações financeiras podem dividir-se em operações de curto, médio ou longo prazo,


consoante o seu horizonte temporal seja até um ano, de um a cinco anos ou a mais de
cinco anos, respectivamente. Numa operação financeira intervêm, pelo menos, duas
partes: o mutuário (o que pede emprestado - devedor) e o mutuante (aquele que empresta
- credor).
As instituições financeiras intervêm com frequência nas operações financeiras e importa
distinguir a situação em que estas têm subjacente o recebimento de juros – operações
activas, e a situação em que estas não têm subjacente o pagamento de juros – operações
passivas. Dali podemos referir a existencia de taxas de juro activas e passivas. A
diferença entre elas (as taxas) designar-se por spread.
O spread tem recebido outro significado como sendo o acréscimo aplicado pelas
instituições bancárias a uma determinada taxa de referência para obter a taxa de juro que
será aplicado na operação financeira.

Poupança individual e o ciclo de vida humana.


A principal motivação para haver poupança é o ciclo de vida humana: o indivíduo tem
necessidade de consumir durante todos os, aproximadamente, 80 anos da sua vida, mas
apenas é produtivo entre os 25 anos e os 65 anos de idade. Então, o individuo vai precisar
de ter uma estratégia de gestão dos seus recursos para fazer face as incertezas, ou seja,
quando for incapaz de trabalhar. Pode parecer estranho, mas o individuo também tem que
ser capaz de enviar recursos para o passado para pagar as despesas que teve enquanto era
criança.

Mandar dinheiro para o passado traduz que na infância e juventude o indivíduo se


endividou para poder consumir e estudar (o trabalho da criança não tem valor, i.e., não
produz bens ou serviços). Na meia-idade, o indivíduo é produtivo pelo que amortiza a
dívida contraída na infância e juventude (envia recursos para o passado pagando às
pessoas que lhe emprestaram o dinheiro quando era criança), consome e constitui uma
poupança (i.e., empresta a outras crianças e jovens) para a reforma em que vai consumir
a poupança constituída durante a meia-idade (i.e., gasta o que poupou mediante o
pagamento das crianças a quem emprestou no passado, ver, Fig.).

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Fig.1 – Rendimento, consumo, endividamento e poupança ao longo da vida

Outra motivação importante para haver poupança é o indivíduo precaver-se face ao risco
quer da diminuição do rendimento (e.g., por ficar desemprego) quer do aumento da
despesa (e.g., por ter um acidente automóvel). O indivíduo pode poupar 15% do seu
rendimento que empresta a alguém de confiança de forma que, em caso de ter um azar,
possa recuperar essas poupança para poder continuar a consumir normalmente.
Outra razão para haver poupança é a existência de empreendedores. Assim, os individuos
além de emprestarem a outros individuos (para consumo ou compra de bens duradouros)
também podem emprestar a empreendedores para investirem em nova capacidade
produtivas. Como o aumento do stock de capital (máquinas, estradas, escolaridade, etc.)
aumenta a produtividade do trabalho (e de outros factores de produção), os
empreendedores apropriando-se de parte desse ganho conseguem pagar os juros e o
capital inicial ainda tendo um lucro. Então, os empreendedores competem pela poupança
das pessoas pagando-lhe um juro que é determinado no mercado.

3. Capital, Tempo, e a Taxa de Juro

A essência do Cálculo Financeiro reside num único conceito – o valor temporal do


dinheiro. É intuitivo que qualquer quantia não tem o mesmo valor consoante fique
disponível imediatamente ou apenas daqui a algum tempo. Este facto é justificado pela
chamada “preferência pela liquidez”, descrita pelo economista John Maynard Keynes.
Segundo aquele economista a preferência pela liquidez rigide no facto de desejar-se estar
na posse de activos líquidos, e facilmente podermos escolher a forma de aplicá-los (seja
em consumo ou em poupança). Logo, está ali mais uma vez o conceito do tempo, como

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sendo de extrema importância em qualquer análise que envolva capitais e, portanto, é
necessário atribuir-lhe um valor. Esse valor denomina-se juro.

Definição do juro: é o dinheiro pago ou o valor gerado pelo uso do dinheiro emprestado
ou como sendo a remuneração recebida (ou paga) em troca do empréstimo de algum
recurso financeiro ou de um factor produtivo empregue em actividades produtivas
durante um certo período de tempo de capitalização, mas que só está disponível no
momento do seu vencimento (habitualmente o fim do período de capitalização) –
geralmente de um ano.
Quando você possui um recurso financeiro que excede as suas necessidades rotineiras,
você pode, em geral, adquirir alguns bens anormais ao seu dia a dia (tais como bens
imóveis, veículos, viagens etc.), pode também aplicá-los (ou mesmo emprestá-los). Se
você empresta seus recursos financeiros, então, você abriu mão, temporariamente, da
disponibilidade deles e em troca desta disponibilidade você receberá uma recompensa -
o juro.
Portanto, o juro será função do prazo da utilização, do valor do recurso utlizado e do risco
envolvido na transação.
J = f (c,n,i)
Podemos assim identificar alguns factores que determinam a existência do juro.

▪ Perda do poder de compra da moeda.


o Inflação – Com o tempo, como o custo de bens e serviços a
aumentar, o valor de uma unidade monetária vai cair porque uma
pessoa não será capaz de comprar tanto com essa unidade monetária
como ele / ela já fazia.
o Variações câmbias


Risco - incerteza do investimento – a possibilidade de não corresponder às
expectativas e a incerteza da actividade económica.
▪ Privação da liquidez.
o Utilidade – custo de oportunidade (tradeoff) de consumo presente.
o Oportunidade – os recursos são limitados. Ao aceitar o
investimento perde-se oportunidade de ganhos em outras
alternativas, logo é preciso que o primeiro ofereça retorno
satisfatório.
Definição de Capital ou principal: o valor monetário que originou o investimento.
Ainda se entende por capital, qualquer valor expresso em moeda e disponível em
determinada época, que um indivíduo tem disponível e concorda em ceder a outrem,
temporariamente. Aquele que cede é chamado de investidor e aquele que recebe é
chamado tomador.

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Para o investidor o juro é a remuneração do investimento; enquanto para o tomador o
juro é o custo do capital obtido por empréstimo.

Tempo: toda transação financeira deve necessariamente prever quando (datas de início e
do termino da operação) e por quanto tempo (duração da operação) se dará a cessação (o
empréstimo) do capital.

Em termos conceptuais, para compararmos activos temos que referir todos os valores ao
mesmo instante (ou momento) de tempo (descontando ou capitalizando), por exemplo, às
00h do dia 1 de Janeiro de 2018. Depois, entre o instante de tempo onde o recurso está
disponível e o instante de tempo para o qual o queremos “levar” existe um período de
tempo. Assim, a escala do tempo é uma linha contínua em que cada ponto é um instante
ou momento de tempo, e.g., às 12h00 do dia 15 de Janeiro de 2018, e em que um intervalo
de tempo é o segmento que medeia dois instantes de tempo, e.g., o semestre que medeia
entre as 12h00 do dia 15 de Janeiro de 2018 e as 12h00 do dia 15 de Julho de 2018. O
instante final de um período é sempre o instante inicial do período seguinte (pagar no fim
de 2018 é igual a pagar no início de 2019).
O primeiro passo na resolução de um problema de Cálculo Financeiro deve ser a sua
representação esquemática. A representação mais divulgada é a chamada representação
do problema num diagrama temporal (também chamado “recta do tempo”). A
configuração de um diagrama temporal é a seguinte:

Figura 2: Diagrama Temporal

Em problemas de Cálculo Financeiro, um momento é um ponto no tempo onde ocorre o


vencimento de um capital. A representação acima significa que o capital C0 ocorre no (ou,
como habitualmente se diz, está reportado ao ou tem vencimento no) momento 0; O
capital C1 está reportado ao momento 1, etc. O intervalo de tempo entre dois momentos
consecutivos denomina-se por período. Assim, no diagrama temporal existem sempre n

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períodos e n+1 momentos. Os sinais ± são utilizados consoante os capitais representem
uma entrada de capitais (inflows) ou saídas de capital (outflows) na perspectiva de uma
das partes (do mutuário ou mutuante).
Como exemplo considere-se a situação de representação, na óptica do depositante, de
um depósito de 1.000 unidades monetárias que, três anos depois, dá lugar ao levantamento
de 1.331 unidades monetárias.

Figura 3: Operação Financeira na óptica do mutuante

Na óptica do depositante (mutuante), no momento 0 há um outflow de 1.000 u.m., e no


momento 3 um inflow de 1.331 u.m. Na óptica do mutuário, a situação é precisamente ao
contrário, i.e., no momento 0 há um inflow de capital e no momento três existe um outflow
de capital.

A representação de capitais desta forma (com os sinais + e -) apresenta-se com duas


vantagens, a primeira permitir “visualizar” melhor o problema, sendo em muitos casos
um auxiliar precioso na elaboração da equação de equivalência; e finalmente a
representação é também fundamental para a resolução deste tipo de problemas atravês de
calculadoras financeiras.

Este prazo deve estar expresso em determinada unidade de tempo (que pode ser: dia, mês,
bimestre, trimestre, semestre, ano, etc.).

O prazo é o tempo que decorre desde o início até o final de uma dada operação financeira.
Considera-se que na prática, o prazo pode ser a partir de duas convenções:
• Prazo exacto: é aquele que leva em conta o chamado ano civil, no qual os dias
são contados pelo calendário, isto é, o mês pode ter 28 dias (fev.), 29 dias (fev.,
em anos bissextos, como em 2008, 2012, 2016, 2020, e etc.), 30 dias (abr., jun., e
etc.) ou 31 dias (jan., mar., e etc.); assim o ano pode ter 365 dias ou 366 dias.
• Prazo comercial (ou aproximado): é o que leva em conta o chamado ano
comercial, isto é, aquele em que o mês (qualquer que seja ele), é considerado como
tendo 30 dias e o ano (qualquer que seja ele), tem 360 dias.
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Taxa de Juro
A taxa de juro será a razão entre os juros que serão cobrados no fim do periodo e o capital
inicialmente empreque.
Já que a taxa de juro em uma unidade de tempo, é o juro expresso como percentagem do
capital, então se pode dizer que a taxa de juro é igual ao juro dividido pelo capital:
𝐽
𝑖=
𝐶
As taxas de juros referem-se sempre à um dado período financeiro, elas podem ser
diarias, mensais, trimestrais, semestrais, anuais, etc. Existem duas maneiras de
apresentação das taxas de juros: a taxa na forma percentual e a taxa na forma unitária.
• Forma percentual
Uma razão centesimal pode ser indicada na forma percentual, anotando-se o
antecedente (numerador) da razão centesimal seguido do símbolo % (lê-se por
cento). Ou seja, 100 unidades do capital, no período referido como unidade de
tempo.
São exemplos:
i = 30% a.m (lê-se: 30 por cento ao mês)
i = 0.5% a.d (lê-se: meio por cento ao dia)

• Forma unitária
Uma razão (ou centesimal) representa o juro de uma (1) unidade do capital, no
período tomado como unidade de tempo.
São exemplos:
i = 0.3 a.m
i = 0.005 a.d
Nas fórmulas a serem utilizadas no presente curso, a taxa a ser adoptada será a unitária.

Taxa de referência EURIBOR.


Como as condições de mercado podem obrigar a alterações na taxa de juro real, outra
modalidade é usar uma taxa de juro variável em função de um índice que traduz a taxa de
juro de mercado, índice esse que, no caso português, é a EURIBOR média do mês anterior
mais um Spread que traduz a taxa de risco do cliente (normalmente indicada em pontos
percentuais acima da EURIBOR).

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EURIBOR é uma sigla (Euro Interbank Offered Rate) que representa a taxa de juro a que
os bancos sem risco (first class credit standing) emprestam euros entre si (operações
também denominadas por “cedência de liquidez”).

Taxa de referência LIBOR.


ICE LIBOR é uma sigla (Intercontinental Exchange London Interbank Offered Rate)
que representa uma taxa de juro de referência em 5 moedas (USD - U.S. dollar; EUR –
Euro; GBP - pound sterling, JPY - Japanese yen e CHF - Swiss franc) para 7 prazos
(overnight, uma semana e 1, 2, 3, 6 e 12 meses).

Taxa de referência LUIBOR


A LUIBOR overnight (1 dia) apurada no último dia da semana, com base nas cedências
de liquidez acima referidas, foi de 4,88% a.a., superior em 0,09pp à taxa apurada na
semana anterior, de 4,79% a.a.
A LUIBOR para as maturidades de 30, 90, 180, 270 e 360 dias situou-se em 7,24%,
7,77%, 8,18%, 8,70% e 9,49%, ao ano, registando igualmente variações, entre -0,02pp e
0,07pp, excepto na maturidade de 360 dias face à semana anterior.

Em termos económicos, do lado de quem empresta, o juro é a recompensa que a pessoa


recebe por adiar o consumo. Do lado de quem pede emprestado, o juro é o preço que a
pessoa paga por poder antecipar o consumo. Assim, o juro é o preço do dinheiro. Em
termos relativos, obtemos a taxa de juro dividindo os juros pelo montante emprestado,
(e.g., se pedi 2.000 emrepstados e devolvi, decorrido um determinado intervalo de tempo,
2.100, então, a taxa de juro foi de 5%). Normalmente, a taxa de juro refere-se a um período
de tempo, e.g., 5% por ano.
O juro também pode ser entendido como a “taxa de câmbio” entre recursos disponíveis
em 2 instantes de tempo diferentes (considerando que o tempo em que o recurso escasso
está disponível é uma característica do recurso, a taxa de juro será o termo de troca entre
dinheiro disponível no presente e dinheiro disponível no futuro).

Juro Comercial e Juro Exacto


Nas operações financeiras em que o prazo é contabilizado em dias, o juro obtido recebe
uma denominação especial, dependendo do tipo de prazo que se considera.
Juro exacto: é aquele que se obtém contando-se o número de dias pelo critério exacto,
isto é, aquele que considera os dias do mês conforme foram concebidos no calendário.

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Juro comercial: é aquele que se obtém contando-se o número de dias pelo critério do
prazo comercial, isto é, considera-se em todos os meses 30 dias e os anos 360 dias.
Este último é utilizado nas instituições financeiras.

Simbologia a utilizar.
Para este curso a simbologia a utilisar será a seguinte para cada um dos elementos ou
variável de cálculo:
C = capital;
J = juro;
n = o tempo;
i = taxa de juro;

Fórmulas derivadas
Como ja referido a acima na definição sobre o juro, apresentamos aqui formulas
algumas que são derivadas para o cálculo de juros em função dos prazos apresentados
serem dias e meses. As variáveis, n e i são grandezas referidas à mesma unidade de
tempo – homegeneização.
Geralmente, a taxa de juro é referida ao ano. Entretanto nas operações de juro simples o
período é o dia ou mês.
Então teremos o seguinte na fórmula fundamental do juro simples.

Prazo expresso em dias e ano comercial ou ano cívil


a) 𝐽 = 𝐶. 𝑛. 𝑖
Se a taxa de juro i é referida ao ano, e n é referida a dias, para converter esta fracção
𝑛
teremos .
360
𝑛 𝐶𝑛𝑖
A fórmula do juro será 𝑗 = 𝐶. 360 . 𝑖 ⇒ 𝑗 = 360

Prazo expresso em meses


b) 𝐽 = 𝐶. 𝑛. 𝑖

Método dos divisores fixos


As fórmulas indicadas em a, b, e c podem transformar-se, respectivamente, em:
𝐶𝑛 𝐶𝑛
𝐽= 365 = 𝐷
𝑖

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𝐶𝑛 𝐶𝑛
𝐽= 360 =𝐷
1
𝑖

𝐶𝑛 𝐶𝑛
𝐽= 12 =𝐷
2
𝑖

Regra de Ouro e Princípios


Do exposto acima resulta a regra de ouro do cálculo financeiro:
“Para comparar ou operar com capitais é necessário que estes estejam reportados ao
mesmo período de tempo”.
Isto é: dados os capitais C e C’, pode fazer-se C + C’, ou C – C’, ou C > C’, ou C = C’,
etc., se é só se eles estiverem referidos ao mesmo momento.
É, pois, incorrecto afirmar que 100 unidades monetárias recebidos hoje mais 100 unidades
monetárias recebidos daqui a um mês são 200 unidades monetárias.
Apresentamos em seguida três princípios, que gerem as relações entre as variáveis
Capital, Tempo e (taxas de) juro e que são os seguintes:

1ª Princípio:
A presença de capital e a presença de tempo e a ausência de juro é uma impossibilidade
em Cálculo Financeiro.
A ausência de capital ou ausência de tempo e presença de juro é outra impossibilidade.
Isto é: o juro zero pode ocorrer se e só se o capital for zero e/ou o prazo for zero. Para c
=0, n=0, i=0, temos j=0, então, não estamos diante de uma operação financeira.

2ª Princípio:
Qualquer operação matemática sobre dois ou mais capitais requer a sua
homogeneização no tempo. Isto quer dizer que as variáveis devem estar reportadas ao
mesmo tempo ou prazo. Por exemplo. Uma operação em que o periodo está em meses e
taxa de juro referida em anos, deve se converter ou transformar a taxa em meses ou os
meses no prazo equivalente a anos 1. 0F

3ª Princípio:
O juro em cada período de capitalização é igual ao capital do início do período
multiplicado pela taxa de juro.
Isto é: sendo Jk o juro do período k, Ck-1 o stock de capital no início do mesmo período,
ou seja, no momento k-1, ik a taxa de juro em vigor no mesmo período teremos:
Jk = ik x Ck-1 (com k = 1, 2, 3, …)

1
Entretanto, deve-se prestar atenção enunciado e principalmente sobre o periodo de capitalização.
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Temos, pois, que, qualquer capital aplicado durante um determinado período de tempo
(período de capitalização), a uma dada taxa de juro, gera uma remuneração (juro), que é
o produto desse capital pela taxa de juro em vigor nesse período.
Todas as operações envolvendo capitais devem observar estes princípios.
As práticas correntes como o empréstimo de dinheiro sem juros, comum entre amigos ou
familiares, são considerados um erro e uma impossibilidade em termos de Cálculo
Financeiro.

4. VALOR ACUMULADO E ACTUAL DE UM


CAPITAL.

Vimos que o valor de um capital varia ao longo do tempo em que é cedido. Então para
definirmos os seus valores precisamos de referenciar-nos a um instante de tempo. Por
convenção utiliza-se normalmente o momento actual como o momento de referência.
Ao valor desse capital nesse momento de referência dá-se o nome de valor actual. No
entanto, o momento de referência pode não ser o momento do vencimento desse capital
e, portanto, haverá um momento posterior ao momento de referência. Ao valor desse
capital nesse momento posterior dá-se o nome de valor acumulado. Tendo em conta que
o desconto é o processo inverso da capitalização, podemos afirmar que o valor
descontado de um capital acumulado é o seu valor actual. Como exemplo, considere-se
um capital, C0 (aplicado no momento de referência 0), que produz juro, j, quando aplicado
durante um período de tempo, n. No final desse período, n, teremos:

𝑆 = 𝐶𝑜 + 𝑗
em que S é o valor acumulado de C0 durante o período n. Inversamente, teremos que C0
é o valor actual (ou descontado) do capital S, ou seja:

𝐶𝑜 = 𝑆 − 𝑗
Pode então afirmar-se que o valor actual de um capital será sempre o seu valor no
momento de referência e que, para momentos posteriores ao de referência teremos valores
acumulados e, para momentos anteriores ao de referência, teremos valores descontados.
Estes conceitos podem ser resumidos na tabela seguinte:

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5. Regimes de Capitalização

Comecemos esta abordagem de forma simples e directa.


Existem fundamentalmente, dois regimes de capitalização: o regime de juro simples e o
regime de juro composto. Podemos desde logo preceber a palavra comum que nos
interessa a “juro.”
O processo de acréscimo que o capital disponivél sofre ao longo dos períodos de tempo
dá-se o nome de capitalização, i.e., a capitalização é o processo que leva à formação de
juros. O juro é a mãe de todos os problemas.
A formação de juros verifica-se pela frequência com que em cada operação financeira se
processa o juro designa-se por “período de capitalização”. Importa referir que existem
diferentes regimes de capitalização, cujo processo de geração de juro é diferente. Os dois
regimes de capitalização diferem essencialmente pelo que acontece no final de um
período de capitalização. Nesse instante podem ocorrer duas coisas e outra híbrida:
a) O juro sai do processo de capitalização, isto é, não vai gerar juro no(s)
período(s) seguinte(s). Esta situação é denominada de Regime de Juro
Simples. Neste regime, encontramos dois sub-regimes – o Regime de Juro
Simples “Puro” e o Regime de Juro “Dito” Simples. Este último na verdade
deixa algumas dúvidas a sua real aplicabilidade.
b) O juro é incorporado no capital com que se vai iniciar o período de tempo
seguindo, vindo ele próprio a gerar juro no período seguinte, ou seja,
capitaliza. A este fenómeno, juro de juro, dá-se o nome de anoticismo. Nestas
condições, estamos na presença do chamado Regime de Juro Composto.
c) Os regimes mistos: entre o regime de juro simples e o regime de juro composto
a vida prática consagrou outros regimes.
i. reintegração parcial dos juros e ou
ii. novas entradas de capitais e redução de capital.
Convenções:
▪ Na ausência de outra informação, assume-se que as capitalizações são efectuadas
de acordo com o periodo a que está referida a taxa de juro.
▪ Na ausência de outra informação, sempre que relevante assume-se a utilização da
base de cálculo o ano comercial (360).

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Juro

Capitaliza Não Capitaliza

Regime de Juro Regime de Juro


Composto Simples

Fonte: Rogério Matias,

6.1. Taxas de Juros: Breve Referencia

No mercado financeiro e nas operações bancárias e comerciais, a palavra taxa é


empregada de várias formas, ou seja, vários conceitos são abordados em várias situações.
Mostraremos as aplicabilidades das taxas de juros do ponto de vista da matemática
financeira os principais conceitos teóricos relativos às taxas, equivalência de taxas em
juros simples e compostos, e as taxas nominais – taxas onde o período de capitalização
difere do período do tempo, visando compreendê-las, identificá-las e diferenciá-las.

6.1.1. Taxas nominais e Taxas efectivas

Na abordagem das taxas importa referir a diferença existente entre taxas nominais e
efectivas nos dois tipos regime de capitalização.
É de fundamental importância o conhecimento e a compreensão da existência das taxas
nominal e efectiva.
Taxa nominal
Sempre que nos deparamos com uma taxa nominal, faz-se necessário se calcular a taxa
efectiva, ou seja, devemos determinar qual a verdadeira taxa que está por trás da taxa
nominal.
Denomina-se taxa nominal quando o prazo de formação, ou incorporação, de juros ao
capital (capitalizações), não coincide com o prazo a que se refere a taxa.
Neste caso, é comum adoptar-se a convenção de que a taxa, por período de capitalização,
seja proporcional à taxa nominal.
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Em outras palavras, a taxa nominal, não pode ser tomada como referência para decisões
na contratação de um empréstimo, ou aplicação de recursos.
Exemplos:
1. 1200% ao ano com capitalização mensal.
2. 450% ao semestre com capitalização mensal.
3. 300% ao ano com capitalização trimestral.

Taxa de juro nominal.


Quando o empréstimo é em numerário (em moeda ou denominado em unidades
monetárias), a taxa de juro escrita no contrato como percentagem do valor emrpestado é
denominada por taxa de juro nominal. Por exemplo, emprestando 250.000 u.m., durante
um ano com uma taxa de juro nominal de 4,0% ao ano, no fim do prazo contratado
receberei 260.000 u.m.
Em termos económicos, a taxa nominal engloba três componentes.
i) Taxa de inflação. Os preços dos bens e serviços variam ao longo do
tempo, uns aumentando e outros diminuindo. O aumento do preço médio
(que se traduz num aumento do Nível Geral de Preços) denomina-se por
inflação e quantifica-se como uma taxa anual.

ii) Remuneração real. Se o contrato é em kwanzas ou dolares, a taxa de juro


real quantifica a variação no poder aquisitivo dos dolares ou Kwanzas que
se emprestam. Assim, traduz, em percentagem, quanto vai aumentar (no
futuro e relativamente ao que poderia comprar no presente) o recheio do
cabaz do credor. Denomina-se por taxa de juro real porque quantifica a
variação de quantidades reais (i.e., com importância económica real).

iii) Compensação por potenciais perdas (risco). A taxa de juro também


compensa não existir conhecimento perfeito sobre o que vai acontecer no
futuro. Então, o agente económico tem que acautelar as contingências
futuras adversas.

Taxa efectiva: A taxa efectiva é quando o período de formação e incorporação dos juros
ao Capital coincide com aquele a que a taxa está referida.

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Exemplos:
1. 120% ao mês com capitalização mensal.
2. 450% ao semestre com capitalização semestral.
3. 1300% ao ano com capitalização anual.
● Para o tomador de empréstimos, a melhor opção é o menor n.°de capitalizações.
● Para o investidor, a melhor opção é o maior n.°de capitalizações.

6.1.2. Taxas Proporcionais e Taxas Equivalentes

Duas taxas, referidas a períodos de tempo diferentes, dizem-se proprocionais se a razão


(quociente) entre elas for a mesma que existe entre os períodos de tempo a que se referem.
Em termos de equivalência, diz-se que duas ou mais taxas, referidas a períodos diferentes,
são equivalentes quando aplicadas a capitais iguais durante períodos de tempo também
iguais, produzem o mesmo juro ou montante e/ou valor acumulado.

Taxa Equivalente para juros simples (mesmo que proporcional).


Fórmulas:
Onde:
ik = Taxa do menor periodo
𝒊
i = Taxa do maior periodo
𝟏) 𝒊𝒌 =
k = Maior / menor periodo
𝒌
𝟐) 𝒊 = 𝒊𝒌 . 𝒌
𝑖𝑎 = 360. 𝑖𝑑 = 12𝑖𝑚 = 6. 𝑖𝑏 = 4. 𝑖𝑡 = 3. 𝑖𝑞 = 2. 𝑖𝑠

Equivalência de Taxas em Juros Compostos


Fórmulas:
𝟏) 𝒊 = (𝟏 + 𝒊𝒌 )𝒌 − 𝟏
𝟏
𝟐) 𝒊𝒌 = (𝟏 + 𝒊𝒌 )𝒌 − 𝟏
𝒌
𝟑) 𝒊𝒌 = √𝟏 + 𝒊 − 𝟏

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6.2. Capitalização em Regime de Juro Simples

Breve descrição:
É aquele regime em que a taxa de juro incide somente sobre o capital inicial e que,
portanto, não incide sobre os juros acumulados. Neste regime de capitalização a taxa varia
linearmente em função do tempo.
No caso diz-se que vigora o Regime de Juro Simples, podendo ainda distinguir-se dentro
dele dois sub-regimes – o Regime de Juro Simples “Puro” e Regime de Juro “Dito”
Simples. No primeiro sub-regime, o juro produzido em cada período de tempo é
efectivamente pago, enquanto no segundo o juro produzido é simplesmente retido (i.e.
ainda que não sendo pago, ele não vai gerar juro nos períodos seguintes). De forma
resumida importa reter que em ambos os casos, o juro produzido num determinado
período de capitalização não irá gerar juro nos períodos subsequentes.

Simbologia e Regras Básicas;


C = Capital Inicial (principal): representativo de uma aplicação financeira ou da
obtenção de um crédito.
i = Taxa Nominal: taxa de juros de uma aplicação, ou seja, a taxa
contratada na operação.
j = Valor dos Juros: resultado em dinheiro de uma operação, a pagar ou
receber.
n = Período: a quntidade de tempo considerada numa operação.
S = Valor Acumulado (ou Montante):é o valor total da operação, isto é, representa a
soma do principal mais os juros obtidos em uma
operação.

Neste regime de capitalização o juro produzido é constante em cada período; assim um


capital C sob regime de juro simples à taxa i produzirá:
Esquematicamente (capitalizaçao em regime de juro Simples)

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Fórmulas fundamental do juro e do capital:
(i) Aplicação por um Período
No fim de 1 período 𝑗1 = 𝐶. 𝑖 𝑆1 = 𝐶 + 𝐶𝑖 = 𝐶(1 + 𝑖)
- Qual o rendimento produzido por uma aplicação financeira com o valor 2.000 u.m., por
1 ano, à taxa de juro anual de 15%?

(ii) Aplicação por dois Períodos


No fim de 2 período 𝑗2 = 𝐶. 2. 𝑖 𝑆2 = 𝐶 + 𝐶. 2. 𝑖 = 𝐶(1 + 2𝑖)

- Qual o rendimento produzido pelo investimento de um capital de 2.000 u.m., por 2 anos,
à taxa de juro anual de 15%?

(iii) Aplicação por n Períodos


No fim de n período 𝑗𝑛 = 𝐶. 𝑛. 𝑖 𝑆𝑛 = 𝐶 + 𝐶. 𝑛. 𝑖 = 𝐶(1 + 𝑛. 𝑖)
Utilizando um quadro resumo teremos:
Periodo Capital Juro total Juro periódico Capital Acumulado
1 C J1 = c.1.i J1 = c.1.i = c.i S1 = c + j1 = c+c.i = c(1+i)
2 C J2 = c.2.i J2 = c.1.i = c.i S2 = c+j2 = c+c.2.i = c(1+2.i)
3 C J3 = c.3.i J3 = c.1.i = c.i S3 = c + j3 = c+ c.3.i = c(1+3.i)
.... .... ... ....
N C Jn = c.n.i Jn = c.1.i = c.i Sn = c + Jn = c + c.n.i = c(1+n.i)

A fórmula canónica do juro total é: 𝐽 = 𝐶. 𝑛. 𝑖

A equação de capitalização ou fórmula geral de capitalização no regime de


juro simples é: 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛).

Da equação de capitalização 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛) vem, a EQUAÇÃO DE


𝑆
ACTUALIZAÇÃO no regime de juros simples: 𝐶 = (1+𝑖.𝑛)

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É importante ter em atenção na resolução dos problemas que as variáveis sejam
expressas ne mesma unidade tempo, como asseguir iremos verificar.
Exemplo 2.1
Qual o juro produzido por um capital de 8.000,00 u.m aplicado em
regime de juro simples, à taxa anual de 24% durante
a) 7 meses
b) 1 ano e 4 meses
c) 180 dias
Resolução:
Como a unidade de tempo do periodo e da taxa não coincidem, ou seja,
temos meses e dias e a taxa anual, logo teremos que homogeneiza-los.
Geralmente, expressa-se o periodo na mesma unidade da taxa.
7
a) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 1.120
12
16
b) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 2.560
12
180
c) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 960
360

Exemplo 2.2
Qual o valor acumulado (total a ser recebido) da aplicação em regime
de juro simples no valor de 280,00 u.m durante 15 meses, à taxa anual
de 3%.
Resolução:
Temos duas formas para resolver o problema. Calcular o valor total a
receber de uma só vez ou obter o valor do juro e adicionar ao capital
inicial.
i- Cálculo pela fórmula do valor acumulado
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
15
𝑆 = 280(1 + 0,03𝑥 ) = 290,5
12
ii- Calcular obtendo primeiro o juro total:
𝐽 = 𝐶. 𝑛. 𝑖
15
𝐽 = 280𝑥0,03𝑥 = 10,5
12
𝑆 = 𝐶 + 𝑗 ⇒ 𝑆 = 280 + 10,5 ⇒ 𝑆 = 290,5

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6.2.1. Taxas em Regime de Juro Simples

Lembrar o que ja foi abordado sobre taxa nominal e taxa efectiva ou entre taxa
proporcional e taxa equivalente. No regime de juro simples, o cálculo do juro incide
sempre sobre o capital inicial, c, ou seja, como já referido não há o efeito de juro sobre
juros. Podemos fácilmente perceber que uma taxa será simultaneamente taxa nominal e
taxa efectiva ou entre taxa proporcional e taxa equivalente, desde que observada a regra
da homegeneização.

Exemplo 2.3
Qual o valor acumulado (total a receber) de uma aplicação de 10.000
u.m., durante o periodo de um ano em regime de juro simples, à taxa anual
de de 20% ou à taxa semestral de 10%?
Solução:
1. Taxa anual de 20% a capitalização será anual.
Como o periodo de capitalização(anual) coincide com o horizonte
temporal da taxa de juro (anual), então teremos:
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
𝑆 = 10.000(1 + 0,2 ∗ 1)
𝑆 = 10.200
2. Taxa semestral de 10% a capitalização será semestral
Neste caso, notamos que o periodo de investimento não coincide com o
horizonte temporal da taxa de juro (semestral). Logo, teremos que
conformar o periodo do investimento, no caso serão 2 semestres que temos no
ano. Então, o nosso n =2.
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
𝑆 = 10.000(1 + 0,1 ∗ 2)
𝑆 = 10.200
Nos dois casos o resultado não sofreu alterações, quer em capitalização anual ou
semestral. A taxa de juro utilizada foi a proporcional ao periodo de capitalização.

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6.3. Capitalização em Regime de Juro Composto

No regime de juro composto os juros de cada período são somados ao capital para o
cálculo de novo(s) juro(s) no(s) período(s) seguinte(s). Os juros são capitalizados, ou seja,
reintroduzidos no processo de formação de novo capital e, consequentemente, rende juro,
originando “juros de juros” – anatocismo.
O conceito de montante é o mesmo definido para capitalização simples, ou seja, é a soma
do capital aplicado ou devido mais o valor dos juros correspondentes ao prazo da
aplicação ou da dívida.
A simbologia é a mesma já conhecida, ou seja, S indica o montante ou valor acumulado,
c o capital inicial, n o prazo e i a taxa de juro.
Diagrama temporal:
Co C1 C2 C3 C4

Juro do período Valor acumulado


No fim do 1 período 𝐶. 𝑖 𝐶 + 𝐶. 𝑖 = 𝐶(1 + 𝑖)
No fim do 2 período 𝐶(1 + 𝑖). 𝑖 𝐶(1 + 𝑖) + 𝐶(1 + 𝑖). 𝑖 = 𝐶(1 + 𝑖)2
......... ............... .........................................................
n período 𝐶(1 + 𝑖)𝑛−1 . 𝑖 𝐶(1 + 𝑖)𝑛−1 + 𝐶(1 + 𝑖)𝑛−1 . 𝑖 =
𝐶(1 + 𝑖)𝑛

Periodo Capital Juro periódico (anual) Capital Acumulado


1 C J1 = c.1.i S1 = c + j1 = c+c.i = c(1+i)
2 C(1+i) J2 = c(1+i)x1xi=c.i(1+i) = S1i S2 = S1+j2 = c(1+i)+ c(1+i).i =
c(1+i) (1+i) = c(1+i)2
3 C(1+i)2 J3 = c(1+i)2x1xi=c.i(1+i)2 = S2i S3 = S2+j3 = c(1+i)2+ c(1+i)2.i =
c(1+i)2 (1+i) = c(1+i)3
.... .... ....
(n-1) (n-1)
N C(1+i) Jn = c.i(1+i) = Sn-1i Sn = Sn-1+jn = c(1+i)(n-1)+ c(1+i)(n-
1)
.i = c(1+i)n

Fórmulas de capitalização em regime de juro composto:


(1) 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑛
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É a equação de capitalização ou fórmula geral de capitalização no regime de juro
composto
(2) 𝐽𝑛 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑛 − 𝐶
= 𝐶[(1 + 𝑖)𝑛 − 1]
É a equação do juro acumulado pelo capital C ao fim de n períodos de capitalização à
taxa i.
1
𝑆 𝑛
(3) 𝑖 = ( ) − 1
𝐶
(4) 𝑆 = 𝐶 + 𝐽
Da equação de capitalização 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑛 temos,
𝑆
𝐶= = 𝑆(1 + 𝑖)−𝑛
(1 + 𝑖)𝑛
Que é A EQUAÇÃO DE ACTUALIZAÇÃO no regime de juros compostos.
Exemplo 2.5
Determine o juro composto produzido por um capital inicial de 10.000,00
u.m., à taxa trimestral de 4%, durante 2 anos?

Exemplo 2.6
Um Capital de 7.500 u.m., foi investido em regime de juro composto,
durante 1 ano, à taxa anual de 6%. Qual era o valor acumulado ao fim
desse prazo?
Mostrar a importância da periodicidade das capitalizações.

Exemplo 2.7
Caso você aplique 7.000,00 u.m., em regime de juro composto em uma
instituição, ao final de 4 trimestres receba a importância de 1.640,12 u.m,
de juros. Qual terá sido a taxa de juros dessa operação?

Exemplo 2.8
Qual o tempo necessário para que um capital de 10.000,00 u.m., dobre de
valor, se aplicado a taxa de 20% a.a.?

6.3.1. Imagens geometricas dos valores acumulados nos dois tipos de


regimes de capitalização
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(1) 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑛 , é uma exponencial e:
Para 𝑛=0⇒𝑆=𝐶
𝑛 = 1 ⇒ 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖)
(2) 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛), é uma função linear e tem uma recta
𝑛=0⇒𝑆=𝐶
𝑛 = 1 ⇒ 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖)

Verificamos, assim o seguinte:


- no interior do primeiro período o valor acumulado no regime de juro simples é
superior ao valor acumulado no regime de juros composto.
- apartir do primeiro período o valor acumulado no regime de juro composto
distância-se cada vez mais do valor acumulado no regime de juro simples.

S = c(1+i)n
Regime de juro Composto
S

S = c(1+in)
Regime de juro Simples

1 n

Exemplo 2.9
Determine, para ambos os regimes de capitalização (juro simples e juro
composto), o capital ou valor acumulado produzido por um capital de
1.250 u.m., à taxa de juro anual de 8%, durante:
a) 6 meses
b) 1 ano
c) 2 anos

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6.3.2. Cálculo do valor de n e i no factor(1 + 𝑖)𝑛

Na resolução de determinado exercício em regime de juro composto com as incognitas


citadas, podemos seguir as seguintes vias para a resolução do problema
a. Aplicação de logaritmos ou potências a fórmula geral de capitalização
b. Existindo tabelas financeiras completas, isto é, que permitam calcular o
valor acumulado a juro composto. Através de interpolação linear
c. Directamente com utilização de calculadoras electrónicas/financeiras.

Exemplo 2.10
Foi efectuado um depósito de 7.000 u.m., que após 8 trimestres de
capitalização em regime de juro composto, produziu o valor acumulado
de 7.715,20 u.m. A que taxa foi remunerado este deposito?
a) Através de logaritmos ou potências
A equação matemática que traduz o problema é a seguinte:
S = c(1+i)n
b) Através de interpolação linear
1,102171 = (1+i)8
Exemplo 2.11
Foi efectuado um depósito de 40.000 u.m., em regime de juro composto à
taxa anual de 5%. Após algum tempo, o capital acumulado era de
48.620,25 u.m. Qual a duração deste depósito?

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6.4. Estudo de Taxas de Juro

Vamos fazer uma abordagem sobre o funcionamento e aplicação das taxas de juro
principalmente no regime de juro composto diferente ao regime de juro simples.
Geralmente, a taxa de juro está expressa em termos anuais.
Importa realçar alguns conceitos na nossa abordagem e sabemos que capitalização
significa vecimento do juro. Periodicidade da capitalização é a frequência com que se
processa (vence) o juro.

Taxas anuais e taxas periódicas


Mostrar a diferença entre estes dois conceitos
Taxas equivalentes e taxas proporcionais.
Só existe distinção em regime de juro composto. Neste regime a compreensão do conceito
de taxas equivalentes e de capital importância.
Por definição dizemos que duas ou mais taxas são ditas equivalentes quando referidas a
periódos diferentes, mas aplicadas ao mesmo capital, durante o mesmo lapso de tempo
produzem o mesmo juro ou capital acumulado. A taxa de 21% ao ano e 10% ao semestre
são pois, taxas equivalentes, uma vez que
Relação de
equivalência
entre taxas (1+0,21)1 = (1+0,10)2
Taxas proporcionais

Duas taxas, referidas a peridos diferentes, dizem-se proporcionais entre si a razão


(quociente) entre elas coincide com razão (quociente) entre os respectivos períodos a que
estão reportadas.

Taxas efectivas e taxas nominais


A distinção entre elas reside no facto de reflectirem ou não o efeito de suceesivas
capitalizações.
A taxa efectiva, siginifica que ela já tem conta o efeito de sucessivas capitalizaões, ou
seja, são a taxa que deve ser utilizada para a resolução de um determinado problema, pelo
que a taxa periódica deve ser calculada usando o princípio da equivalência. Sendo ela
nominal a taxa periódica deve ser obtida pelo princípio da proporcionalidade.

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Vejamos agora como calcular cada um dos tipos de taxas atrás referidas. Simbologia a
utilizar:
i taxa anual efectiva
i(k) taxa anual nominal, composta (ou capitalizada) k vezes por ano
ik taxa periódica efectiva (semestral, mensal, etc.).
Partindo de uma taxa efectiva, a taxa periódica é calculada através de
uma relação de equivalência; partindo de uma taxa nominal, a taxa
periódica é calculada através de uma relação de proporcionalidade.

Aplicações e conversão das taxas de juro


▪ Cálculo da taxa periódica efectiva, ik, a partir da taxa anual efectiva, i:

(𝟏 + 𝒊)𝟏 = (𝟏 + 𝒊𝒌 )𝒌 A compreensão desta relação é


eterna;
A memorização da fórmula é
efémera.
horizonte Taxa periódica
temporal: ik (horizonte
um ano temporal: um
ano)

O essencial aqui é perceber que procuramos uma taxa, ik, tal que seja indiferente efectuar
uma capitalização anual à taxa anual efectiva i, ou k capitalizações durante um ano à taxa
ik.

O horizonte temporal comum (dorante designado por HTC), esta relação pode tomar uma
forma mais geral:
(𝟏 + 𝒊𝒉 )𝒉 = (𝟏 + 𝒊𝒌 )𝒌 Caso geral

h capitalizações durante um k capitalizações


ano à taxa periódica ih durante um ano à taxa
(horizonte temporal: um periódica ik (horizonte
ano) temporal: um ano)

▪ Cálculo da taxa anual efectiva i, a partir da taxa anual nominal, com k


capitalizações durante o ano i(k):
𝒊(𝒌)
𝒊𝒌 = 𝒌 Regra de proporcionaidade
enre taxas

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▪ Cálculo da taxa anual nominal capitalizada k vezes por ano i(k) ou da taxa
anual efectiva, i, a partir de uma taxa periódica efectiva, ik:

Exemplo 2.12
Dada a taxa trimestral efectiva d 3% qual é:
a) A taxa anual nominal subjacente?
b) A taxa anual efectiva subjacente?
▪ Cálculo da taxa periódica, ik, a partir da taxa anual nominal capitalizada k
vezes por ano, i(k):

Exemplo 2.13
Considere a taxa anual nominal de 9% composta trimestralmente e
calcule as seguintes taxas efectivas:
a) Bimensal
b) Quadrimestral
c) Semestral
d) Anual
Taxa anual efectiva (TAE) e taxa anual efectiva líquida (TAEL)
As taxas activas são comparadas através da TAE e as taxas líquidas são comparadas
através da TAEL.
Exemplo 2.14
Determinada empresa solicitou propostas a três instituições financeiras
com vista à contratação de um empréstimo.
A instituição financeira A propôs a taxa anual efectiva de 8,15%; a
instituição financeira B propôs a taxa anual nominal de 8%, composta
semestralmente; por fim, a instituição financeira C propôs a taxa anual
nominal de 7,9% composta mensalmente.
Qual das propostas apresenta a taxa mais atractiva para o investidor?

▪ Capitalização Contínua e Taxa Instantânea

Quando há mudança na periódicidade a que são efectuadas as capitalizações os


1 𝒊(𝒌)
sub-periódos passam de 𝑘 do ano, à taxa proporcional, 𝒊𝒌 = .
𝒌

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Assim, haverá k capitalizações num ano, após as quais o capital acumulado será
𝑖(𝑘) 𝑘
𝑆 = 𝐶 (1 + )
𝑘
Assumamos que a periodicidade aumenta para sub-periodos ainda menores,
tendo para 0 (zero), e número de capitalizações, k, vai tender para ∞. Do ponto
1
de vista matemático, uma vez que 𝑘 → ∞,então 𝑘 → 0.
1 𝑛
Como se sabe 𝑙𝑖𝑚 = (1 + 𝑛) = 𝑒
𝑛→∞

Por outro temos


𝑘⁄ 𝑖(𝑘)
𝑘 𝑖(𝑘)
𝑖(𝑘) 𝑘 1 1
(1 + ) = (1 + ) = (1 + )
𝑘 𝑘 𝑘
𝑖(𝑘) [ 𝑖(𝑘) ]
𝑘⁄
𝑖(∞)
1
Assim, podemos dizer que, quando k → , (1 + 𝑘 ) =𝑒
𝑖(∞)

𝑖(∞) 𝑘
Pelo que (1 + ) = 𝑒 𝑖(∞)
𝑘

Donde, em capitalização contínua, após um ano, o capital acumulado será:


𝑆 = 𝐶𝑒 𝑖(∞)
Dito de outro modo, a taxa anual efectiva que está subjacente à taxa nominal 𝑖(∞)
(isto é, composta continuamente ou instantaneamente é i, tal que
(𝟏 + 𝒊) = 𝒆𝒊(∞)
Ou seja
𝒊 = 𝒆𝒊(∞) − 𝟏

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