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CDD: 650.01513
SUMÁRIO
Abertura da Disciplina..............................................................................................................5
Mensagem do professor..........................................................................................................5
Introdução..................................................................................................................................6
Objetivos.....................................................................................................................................7
Conceitos iniciais......................................................................................................................11
Resumo......................................................................................................................................42
Introdução.................................................................................................................................46
Medidas da inflação.................................................................................................................62
Resumo......................................................................................................................................68
Coeficientes de financiamento...............................................................................................91
Resumo......................................................................................................................................96
Módulo 4: OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS..........................................97
Resumo.................................................................................................................................... 120
Caro(a) aluno(a),
Você inicia agora uma jornada estimulante em uma das disciplinas mais importantes para a
sua real compreensão do mundo financeiro e dos negócios. O conhecimento da matemática
financeira é fundamental para crescer e prosperar em sua carreira, bem como empreender
e gerenciar empresas.
Neste curso, são abordados, por meio de exemplos práticos, os conceitos da matemática
financeira e suas aplicações. Você poderá constatar que ela possui diversas aplicações no
atual sistema econômico e que algumas situações estão presentes no cotidiano das pesso-
as, como financiamentos de casa e de carros, realizações de empréstimos, compras a credi-
ário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores,
entre outras.
Bons estudos!
Os indivíduos recebem salários, lucros e dividendos das empresas e retornam uma parte
desses recursos por meio do consumo dos produtos, e outra parte é transferida ao gover-
no em forma de impostos. As empresas recebem pela venda dos seus produtos às outras
empresas e aos indivíduos e, por outro lado, desembolsam recursos com o pagamento de
salários, gastos, investimentos e pagamento de impostos. Os governos, por sua vez, arreca-
dam fundos com cobrança de impostos e gastam os recursos com salários aos funcionários
públicos e infraestrutura à população.
O potencial da calculadora financeira HP 12c será utilizado para facilitar os cálculos, bem como
verificar a utilidade dessas ferramentas no contexto prático empresarial. Enfim, trata-se de
um tema de suma importância e de fundamental necessidade para empresários, gerentes
ligados ao setor financeiro e pessoas em geral que necessitam de noções sobre o valor do
dinheiro no tempo e seu comportamento em um ambiente de escassez e maximização.
Após concluir o estudo da disciplina Matemática Financeira, você será capaz de:
FUNDAMENTOS DA
MATEMÁTICA
FINANCEIRA
introdução do módulo
O conhecimento dos conceitos de matemática financeira, bem como a sua correta aplicação,
é fundamental para o sucesso no mundo dos negócios. Essa disciplina faz parte do dia a dia
das empresas, que se deparam corriqueiramente com operações e situações nas quais seus
conceitos são necessários.
A matemática financeira é um conhecimento básico para todos aqueles que têm pretensão
de atuar como gestores financeiros e empresariais, pois dá toda a base necessária para sub-
sidiar a tomada de decisões de investimentos e financiamentos.
Ela possui diversas aplicações no atual sistema econômico e algumas situações estão pre-
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações de em-
préstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, investimen-
tos em bolsas de valores, entre outras. Todas as movimentações financeiras são baseadas
na estipulação prévia de taxas de juros e indexadores. Ao se realizar um empréstimo, o pa-
gamento é feito por meio de prestações mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quita-
ção do empréstimo é superior ao seu valor inicial. A essa diferença é dado o nome de juros.
OBJETIVOS DO MÓDULO
estrutura do módulo
Para melhor compreensão das questões que envolvem os fundamentos da matemática fi-
nanceira este módulo está dividido em:
Unidade 1
Conceitos iniciais
Pode-se, então, definir conceitualmente juro como a remuneração atribuída ao fator capital
a qualquer título. Definido dessa forma, juro pode também ser entendido como o rendimen-
to auferido pelo detentor do fator capital pelo “aluguel” desse recurso para a utilização por
terceiros.
Pela dificuldade de aplicar diretamente suas sobras de recursos – atividade de risco extre-
mamente elevado, além de proibida pela legislação atual –, os detentores de recursos finan-
ceiros buscam remunerar suas aplicações junto aos intermediários legalmente constituídos
para tal fim: as chamadas instituições financeiras.
Estas têm como objetivo básico unir as entidades pessoas físicas e/ou jurídicas superavitá-
rias em recursos com aquelas deficitárias. Nesse caso, definem-se juros como a remunera-
12 MATEMÁTICA FINANCEIRA
ção exigida pelas instituições financeiras para fazer a transferência dos recursos recebidos
dos poupadores para os tomadores. A representação gráfica a seguir ilustra o papel básico
dos intermediários financeiros.
$
PA PB
Mercado
Detentores financeiro Tomadores
de recursos (Instituições de recursos
financeiras)
PA + JA PB + JB
Em que:
Para atender ao objetivo maior de todo administrador financeiro, é fundamental saber cal-
cular corretamente o “valor” pago ou recebido – conforme se esteja tomando emprestado
ou emprestando – oriundo das faltas e das sobras de recursos necessários ao financiamento
da atividade da empresa.
Na determinação da taxa de juros, uma série de variáveis é levada em consideração pelo de-
tentor do fator capital. Essas variáveis, ao longo do processo de formação e também do tem-
po, acabam se tornando uma espécie de média, fazendo com que as taxas de juros médias
do mercado tendam para esse consenso da média das expectativas. Essas variáveis são:
■■ o risco associado ao “aluguel” do capital, uma vez que esses recursos podem não ser
devolvidos;
Por exemplo, uma taxa de juros de 15% ao ano indica que, para cada unidade monetária
aplicada, um adicional de R$ 0,15 deve ser retornado após um ano como remuneração pelo
uso daquele capital.
TOME NOTA
A taxa de juros, simbolicamente representada pela letra i, pode ser também apresen-
tada sob a forma unitária, ou seja, 0,15, que significa que, para cada unidade de capi-
tal, são pagos quinze centésimos de unidades de juros. Esta é a forma usada em todas
as expressões de cálculo.
A taxa de juros também pode ser definida como a razão entre os juros, cobráveis ou pagá-
veis, no fim de um período de tempo e o dinheiro devido no início do período. Usualmente,
utiliza-se o conceito de taxa de juros quando se paga por um empréstimo e taxa de retorno
quando se recebe pelo capital emprestado.
14 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Portanto, pode-se definir o juro como o preço pago pela utilização temporária do capital
alheio, ou seja, é o aluguel devido pela obtenção de um dinheiro emprestado ou, mais am-
plamente, é o retorno obtido pelo investimento produtivo do capital.
Matemática financeira
Matemática financeira é a análise das relações formais entre transações financeiras que tra-
duzem para um padrão equivalente quantidades monetárias transacionadas em diferentes
períodos de tempo. Seu objetivo central é reduzir a equações matemáticas as complexas
relações de interdependência financeira estabelecidas no mercado por seus vários partici-
pantes e agentes, tornando possível quantificá-las.
Pode-se, também, defini-la como o estudo das relações relativas à evolução dos recursos
financeiros ao longo do tempo, procurando estabelecer correspondências formais entre va-
lores expressos em diferentes períodos de tempo, constituindo-se em uma das mais impor-
tantes e, segundo vários autores, básicas ferramentas utilizadas na resolução de problemas
ligados a finanças.
Pelo fato de traduzir todas as relações existentes no mundo financeiro em equações mate-
máticas, é de fundamental importância que conheçamos os conceitos existentes em cada
formulação matemática, a fim de que saibamos perfeitamente qual relação é a correspon-
dência a ser utilizada em cada situação vivida no dia a dia.
15 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Por esse motivo, é preciso conhecer profundamente todos os conceitos que serão apre-
sentados, a fim de que se possam calcular corretamente todos os problemas financeiros
representados por relações da matemática financeira, independentemente da ferramenta
de suporte usada.
Esse conhecimento permitirá uma tomada de decisão mais segura, aumentando as possi-
bilidades de maximizar o binômio liquidez versus rentabilidade, em um patamar de risco
previamente assumido.
TOME NOTA
Com base nesse conceito, podem-se derivar duas consequências de fundamental im-
portância:
Apesar de aparentemente simples, esses conceitos ainda são objeto de muita confu-
são, mesmo entre profissionais da área financeira, ao efetuarem cálculos de proble-
mas financeiros utilizando conceitos e fórmulas da matemática financeira.
Fluxo de caixa
17 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Tempo
0 1 2 n
A escala horizontal representa o tempo, podendo ser expressa em qualquer unidade (anos,
meses, dias etc.).
Convencionou-se que, no fluxo de caixa, as setas para baixo indicam as saídas de recursos
(os números têm o sinal negativo) e as setas para cima indicam as entradas de recursos
(números positivos).
■■ O fluxo toma por base os valores das entradas e das saídas no momento em que
efetivamente ocorrem (regime base caixa), e não no momento em que são gerados
(regime base competência). Se, por exemplo, uma compra ou venda representar uma
movimentação financeira para daqui a 15 dias, somente naquela data deverá ser con-
siderada.
18 MATEMÁTICA FINANCEIRA
■■ Somente o fluxo de caixa da alternativa em estudo é relevante e apenas ele deve ser le-
vado em consideração. Se a implementação de uma alternativa qualquer representar
redução nas entradas de caixa da empresa – por exemplo, a venda de um produto que
canibaliza a venda de outro já existente –, essa redução de entradas deve ser compu-
tada no fluxo de caixa da alternativa em estudo.
NA PRÁTICA
Para entender melhor o conceito de fluxo de caixa e a solução desse tipo de problema,
acompanhe o exemplo seguinte.
Suponha que você queira montar um fundo constituído pela diferença entre o total de
sua remuneração e o total de seus gastos mensais, para custear os estudos universitá-
rios de seu filho, aplicando esses valores em uma caderneta de poupança durante os
próximos 48 meses, tempo que transcorrerá até seu filho prestar vestibular.
Suponha, também, que o total de seus ganhos mensais seja $ 10.000 e o total de gas-
tos, $ 9.700. Para saber qual o montante de recursos disponíveis a serem utilizados
assim que seu filho ingressar na faculdade, é preciso representar em um diagrama do
fluxo de caixa o valor acumulado dessa aplicação.
=?
0 1 2 47 48
VOCÊ SABIA?
A taxa de juros e o prazo têm obrigatoriamente que se referir ao mesmo período. Esse
conceito será explicitado quando forem analisados os vários tipos de taxas de juros.
Você seria capaz de se aposentar? Sua reação a essa pergunta seria provavelmente
“Tudo em seu tempo! Estou preocupado em obter trabalho, não em me aposentar!”
Sendo a taxa de poupança dos brasileiros muito baixa, é interessante que você possa
se programar desde já a fim de garantir recursos para o futuro. Na verdade, quanto
antes você se programar, melhor. Não existe idade mínima para iniciar o seu plano
de aposentadoria. Ao longo do curso, você verá como a disciplina de uma aplicação
constante ao longo do tempo poderá ser extremamente benéfica para o seu futuro!
Pense nisso!
INFORMAÇÃO EXTRA
Uma das taxas de juros mais divulgadas de nossa economia é a taxa Selic. Você sabe
seu significado? A taxa Selic é a taxa média dos negócios com títulos públicos registra-
dos no Banco Central do Brasil. Para saber mais sobre ela, acesse o portal do Banco
Central por meio do link: <http://www.bcb.gov.br/?SELICTAXA>.
Unidade 2
Regimes de capitalização e juros simples
Valor presente
É o valor do capital investido ou tomado como empréstimo na data inicial do fluxo de caixa.
O valor presente líquido é também chamado de principal, valor atual, capital inicial ou, do
inglês, present value, sendo normalmente representado por PV ou C. Nas calculadoras finan-
ceiras, é comumente representado por PV.
É importante frisar que o valor atual, ou present value, e o principal, ou capital inicial, só
são iguais na data inicial da operação. Após essa data, resultam em valores completa-
mente diferentes.
Valor futuro
É o valor do capital em uma data futura, posterior à data inicial do fluxo de caixa. O valor
futuro é também chamado de montante, capital acumulado ou, do inglês, future value, sen-
do normalmente representado por M, S ou VF. Nas calculadoras financeiras, é comumente
representado por FV.
Prestação uniforme
Corresponde ao valor a ser pago ou recebido em cada período. Uma prestação uniforme
caracteriza-se por ser igual em determinada unidade monetária (dólar, real, TR etc.). Nas fór-
mulas da matemática financeira, é apresentada normalmente como R, já nas calculadoras
financeiras é, em geral, representada por PMT.
Período de capitalização
É o período de tempo em que dado capital sofre a incidência de juros, ou seja, representa de
quanto em quanto tempo os juros são incorporados ao principal. A capitalização dos juros,
22 MATEMÁTICA FINANCEIRA
conforme será analisado mais adiante, refere-se única e exclusivamente ao regime de juros
compostos.
Regime de capitalização
Indica se os juros serão incorporados ao capital pelo regime de capitalização simples, isto é,
por meio da utilização de juros simples, ou do regime de capitalização composta, pelo em-
prego de juros compostos (conforme será visto, não existe capitalização no regime de juros
simples).
Equivalência de capitais
Dois capitais são ditos equivalentes se, investidos ou emprestados à mesma taxa, produzem
um mesmo montante em uma mesma data, determinada apenas para efeito de comparação.
Para o investidor (detentor de reservas) ou para o tomador de recursos, dois capitais equiva-
lentes significam que qualquer tipo de troca com relação a datas de vencimento, por exem-
plo, é totalmente indiferente para eles, ou seja, não existem ganhos ou perdas para nenhu-
ma das partes.
Quando o intervalo exato entre duas datas não for conhecido, utiliza-se o ano comercial, isto
é, considera-se que o ano tenha 360 dias e que cada mês, sem exceção, possua 30 dias. O
mesmo conceito é usado para efeito de cálculo de taxas de juros para um empréstimo ou
uma aplicação por um intervalo de tempo menor do que a unidade de tempo estabelecida
para a taxa de juros.
23 MATEMÁTICA FINANCEIRA
VOCÊ SABIA?
O banco empresta os R$ 10 milhões a uma empresa à taxa de 20% ao ano, que aceita
essa condição porque seu investimento na produção lhe dará um lucro real de 25% ao
ano (taxa de retorno do investimento em cinco anos).
24 MATEMÁTICA FINANCEIRA
No final do outro ano, como muita gente seguiu o seu exemplo, vendendo suas em-
presas ou deixando de trabalhar para viver de juros, o banco, diante da oferta de mais
dinheiro e de tão pouca procura, passa a pagar só 5% ao ano de juros.
Você e seus seguidores, diante de tão baixa renda, resolvem voltar a trabalhar e a pro-
duzir, deixando de viver de juros, e o país volta a crescer e a produzir mais... Até o ciclo
se reiniciar e começar tudo de novo.
Juros simples
No regime de capitalização simples, ou de juros simples, apenas o capital inicial faz jus ao
rendimento, não importando o quanto já tenha acumulado.
J = Cin
Exemplo:
Expressão do montante
S=C+J
Logo:
S = C (1 + in)
Exemplo:
Antes de se efetuar o produto da taxa pelo prazo, deve-se observar se ambos estão expres-
sos na mesma unidade, ou seja, se são homogêneos. Consequentemente, há as seguintes
definições:
25 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Taxas proporcionais
ik = i
k
Taxas equivalentes
Se o rendimento de um capital à taxa de juros simples de 1% a.m. durante um ano for igual
ao juro do mesmo capital à taxa de juros simples de 12% a.a. durante um ano, diz-se que 1%
a.m. e 12% a.a. são taxas equivalentes.
Nesse caso, 1% a.m. e 12% a.a. são também proporcionais. Logo, no regime de capitalização
simples, taxas proporcionais também são equivalentes.
Para uma mesma taxa de juros, tem-se a seguinte expressão para o prazo médio:
C1 + C2 + ... + CK
Exemplo:
Por extensão, para um prazo comum a todos os capitais, tem-se a seguinte expressão para
a taxa média:
C1 + C2 + ... + Ck
NA PRÁTICA
Veja, a seguir, um quadro bem interessante para que você possa encontrar as taxas
equivalentes no regime de capitalização simples:
Descontos
Define-se desconto como o juro cobrado para antecipar o pagamento de um título. Distin-
guemse dois tipos de desconto:
■■ Racional, verdadeiro ou por dentro – em que o juro é cobrado sobre o valor atual do
título.
■■ Comercial, bancário ou por fora – em que o desconto é cobrado sobre o valor nominal
do título.
D=N–V
Em que:
D = desconto
Expressão do desconto:
D = Ndn
Exemplo:
Uma nota promissória (NP) no valor nominal de $ 100.000,00 e com 105 dias de vencimen-
to foi descontada à taxa de 36% a.a. Para determinar o valor do desconto e o valor líquido,
tem-se:
Ou:
Taxa real
É a taxa de juros composta equivalente a uma taxa de desconto simples aplicada em deter-
minado prazo.
i = 46,28% a.a.
i= d
1–d
e
d= i__
1–i
Prazo médio
No caso de dois ou mais títulos, de prazos distintos, serem apresentados (borderô de des-
conto) para desconto a uma mesma taxa d de desconto para todos os títulos, pode-se des-
contar a soma dos valores nominais à taxa d pelo prazo médio.
29 MATEMÁTICA FINANCEIRA
O prazo médio nada mais é do que uma média ponderada na qual os capitais são os respec-
tivos pesos.
INFORMAÇÃO EXTRA
Unidade 3
Utilização da calculadora HP 12c
NA PRÁTICA
Suas características principais incluem o fato de possuir mais de 120 funções específicas
para usos em negócios, as quais permitem trabalhar com 20 diferentes fluxos de caixas,
operações com taxas internas de retorno e valores presentes líquidos. É caracterizada por
trabalhar com lógica RPN (do inglês, reverse polish notation, ou notação polonesa reversa) –,
o que permite uma entrada mais rápida de dados e a execução mais eficiente de cálculos.
Apresenta, ainda, de acordo com o site da HP (http://www.hp.com), baterias de longa dura-
ção, tamanho pequeno e conveniente, além de programação pelo teclado.
E quais seriam as razões da persistência do uso da velha HP 12c a ponto, por exemplo, de
justificar sua aplicação em um texto escrito longos 30 anos depois? O próprio “HP Museum”
apresenta algumas justificativas:
■■ É uma calculadora puramente RPN, que vem do inglês, reverse polish notation (notação
polonesa reversa), sem opções algébricas para confundir o comprador ou usuário. As
calculadoras mais novas, HP 17b e 19b, foram lançadas em versões algébricas, rapida-
mente substituídas pelas versões bii, com RPN opcional.
■■ Como todas as outras calculadoras da série 10c, possui uma boa e sólida aparência,
“feita como um tijolo”, especialmente quando comparada a outros modelos de calcu-
ladoras disponíveis no mercado.
■■ Fornece as funções apropriadas, de forma adequada e pelo preço mais justo possível.
Com a evolução das planilhas eletrônicas, como o Excel, os usos da HP 12c ficaram limitados
a rápidas operações ou cálculos mais simples. Didaticamente, ainda representa excelente
recurso, pois executa as principais funções financeiras e apresenta um custo muito mais
baixo que o de um computador portátil, por exemplo.
Ligando a calculadora
Entendendo o teclado
O uso do “ENTER”
A tecla “ENTER” é usada para separar números, assim como operações, portanto, quando se
insere o primeiro número e se pressiona “ENTER”, é informado à HP 12c que as operações
restantes serão referentes ao número anteriormente registrado. Pode-se, ainda, separar
duas operações trabalhando com seus resultados. Veja o exemplo a seguir.
Potenciação – “Yx”
Essa função eleva a base desejada à potência escolhida, em que Y representa a base, e X, a
potência. Observe o exemplo seguinte.
34 MATEMÁTICA FINANCEIRA
5 – ENTER – 4 – YX 625,00 54
0,50
181 – ENTER – 360 – / – YX (2,90)181/360
1,71
Nessa função, o número 1 representa o todo, e X determina em quantas partes será dividido
o principal.
Raiz quadrada
Essa função possibilita extrair a raiz quadrada com maior facilidade e praticidade. É impor-
tante lembrar que, para acionar essa tecla, é necessário antes pressionar a tecla “g”.
Essas duas teclas acionam várias outras, tais como: “BEG” (begin), “END”, “√x” (raiz quadra-
da), “M.DY”, “D.MY” etc. As teclas em azul são acionadas pela tecla “g”, e a “f” aciona as teclas
com nomenclatura de cor laranja, localizada na base das demais. Além disso, a função “f”
determina o número de casas decimais após a vírgula. Pode-se trabalhar conforme a seguir.
Essas duas funções têm como objetivo separar os números. A “INTG” disponibiliza a parte
inteira; e a “FRAC”, a parte fracionada. Observe.
A tecla “STO” permite armazenar dados nas memórias disponíveis, que, por sua vez, podem
ser recordadas com o auxílio da tecla “RCL”, conforme o quadro a seguir.
36 MATEMÁTICA FINANCEIRA
A função “CLEAR” serve para apagar todos os registros e se divide nas seguintes classifica-
ções:
■■ FIN – elimina os dados apenas dos registradores financeiros (n, i, PV, PMT, FV).
■■ REG – apaga todos os dados registrados, tanto financeiros quanto os armazenados nas
memórias (STO).
Porcentagem
■■ percentual (%);
Percentual – “%”
A função percentual informa em valores conforme a alíquota escolhida, ou seja, usa-se essa
função para saber quanto N% representa de um principal qualquer. Veja no exemplo se-
guinte.
37 MATEMÁTICA FINANCEIRA
1o) Digita-se o principal, ou valor, que se está usando como base de cálculo.
Ex.: Acréscimo.
Suponha que um produto custasse $ 100,00 e, após três meses, passou a custar $ 112,50.
Qual foi a variação ocorrida?
Taxa correspondente à
112,50 – % 12,50
variação entre os valores
Ex.: Decréscimo.
Considere que determinado par de sapatos custasse $ 120,00 em janeiro de 2003. Seis me-
ses depois, em uma promoção na loja, o mesmo produto passou a ser vendido por $ 99,00.
Pede-se a variação em percentual.
Taxa correspondente à
99,90 – ∆% -16,75
variação entre os valores
No primeiro caso, houve um acréscimo de 12,50% em relação ao valor anterior, que era de
$ 100,00, e no segundo pode-se verificar um decréscimo de 16,75%. A função variação de
percentual sempre dará a taxa referente à variação, podendo esta se apresentar com sinal
positivo ou negativo, o que respectivamente se caracteriza como um acréscimo ou um de-
créscimo.
Quando é preciso saber quanto representa uma parte de um número em relação a um prin-
cipal, utiliza-se a tecla T%. Veja no exemplo a seguir.
Quanto em % representa o
13,00 – T% 6,50
valor ($ 13,00)
Não se esqueça de que os resultados alcançados serão sempre positivos, uma vez que se
encontra uma parte do número.
VOCÊ SABIA?
Quantos dias de vida você tem? Geralmente, todos nós lembramos quantos anos te-
mos, mas e os dias que já vivemos? A calculadora HP 12c pode lhe informar isso! Você
sabia disso?
Pois é: a função calendário, que é acionada pela tecla “g”, permite calcular o número de dias
partindo de uma data específica, como quantos dias já vivemos da data do nosso nascimen-
to até hoje. Além disso, é possível encontrar datas passadas e até o número de dias contido
entre duas datas específicas.
A calculadora oferece duas modalidades de trabalho. São elas: “M.DY” e “D.MY”, ou seja, é
possível registrar as datas partindo, respectivamente, da sequência mês, dia e ano ou de dia,
mês e ano. É fundamental que os dados sejam inseridos de acordo com a modalidade para
que os resultados apresentem-se de forma correta. As modalidades são ativadas pela fun-
ção “g”. A HP 12c trabalha automaticamente com a modalidade “M.DY” (padrão americano),
no entanto esta não aparece no visor. Já o modo “D.MY”, quando ativado, fica disponibilizado
no visor. Quando usar a modalidade “D.MY”, digite primeiro o dia e depois o mês e o ano,
enquanto no modo “M.DY” é o inverso – primeiro, digite o mês e, em seguida, o dia e o ano.
Lembre-se de que o resultado se apresentará coerente com o modelo escolhido.
40 MATEMÁTICA FINANCEIRA
NA PRÁTICA
Veja como ficaria na prática o cálculo para descobrir em que dia da semana ocorreu o
nascimento de uma pessoa em 3 de julho de 1978?
A HP 12c informará, sempre que se calcular uma data, o dia da semana, que se traduz
na seguinte sequência:
1. segunda-feira;
2. terça-feira;
3. quarta-feira;
4. quinta-feira;
5. sexta-feira;
6. sábado;
7. domingo.
Agora é sua vez! Substitua a data informada pela data de seu aniversário e descubra
em que dia da semana você nasceu!
41 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Todos nós sabemos exatamente quantos anos de vida já temos, mas sabemos exata-
mente quantos dias já vivemos?
Você talvez não tenha prestado atenção a isso, mas a calculadora HP 12c consegue lhe
informar quantos dias de vida você já viveu.
Vamos continuar com o exemplo de uma pessoa que nasceu em 3 de julho de 1978.
Essa pessoa nascida em 03/07/1978 quer saber quantos dias viveu até o dia 05/01/2016.
INFORMAÇÃO EXTRA
Resumo
No primeiro módulo da disciplina Matemática Financeira, você pôde se aprofundar nos con-
ceitos iniciais da disciplina, tais como valor do dinheiro no tempo, taxa de juros e fluxo de
caixa. Você descobriu que, uma vez que o dinheiro possui valor no tempo, uma avaliação de
fluxos de caixa somente é possível de ser feita se todos os valores de caixa estiverem atua-
lizados para uma mesma data e que duas taxas de juros são ditas equivalentes se aplicadas
sobre um mesmo capital, em certo período de tempo, e produzirem o mesmo montante.
Além disso, viu os critérios do cálculo financeiro, por meio do regime de capitalização de
juros simples (linear), além das operações de descontos simples, ou desconto bancário. No
regime de capitalização simples, os juros incidem sobre o capital proporcionalmente, sem
remuneração dos juros devidos.
Outro ponto abordado foi a utilização da calculadora HP 12c, que pode ser usada como ins-
trumento muito eficaz para auxílio aos cálculos financeiros, e é possível constatar isso já no
próximo módulo, quando será abordado o regime de capitalização composta.
Espera-se que este módulo tenha servido de base para dar seguimento ao seu aprendizado
sobre cálculos e operações financeiras mais complexas.
Módulo 2
JUROS COMPOSTOS
introdução do módulo
Para começar este módulo, veja uma citação muito especial e reflexiva: “Os juros compostos
são a mais poderosa invenção humana”. O autor dessa afirmação foi ninguém mais, nin-
guém menos que Albert Einstein. Em toda a sua genialidade, Einstein pôde observar quão
forte e poderoso é o regime de capitalização de juros compostos.
De fato, o esse regime é muito relevante, e praticamente 99% das operações realizadas no
mercado financeiro o adotam. Portanto, ele é o regime mais útil para cálculos de problemas
do dia a dia.
Entendem-se os juros compostos como o que popularmente se chama de “juros sobre ju-
ros”. Nesse regime, os juros gerados a cada período são incorporados ao principal para o
cálculo dos juros do período seguinte, ou seja, o rendimento gerado pela aplicação será
incorporado a ela, passando a participar da geração do rendimento no período seguinte;
diz-se, então, que os juros são capitalizados. A capitalização ocorre no momento em que os
juros são incorporados ao principal.
estrutura do módulo
Para melhor compreensão das questões que envolvem o regime de capitalização de juros
compostos, este módulo está dividido em:
■■ Unidade 1 – Introdução
Unidade 1
Introdução
O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e, portanto, o mais útil
para cálculos de problemas do dia a dia. Os juros gerados a cada período são incorporados
ao principal para o cálculo dos juros do período seguinte. Matematicamente, o cálculo a ju-
ros compostos é conhecido por cálculo exponencial de juros.
FV = PV x (1 + i)n
PV = FV / (1 + i)n
i = (FV/PV) (1 / n) – 1
n = Log (1 + i) (FV/PV)
Em que:
n = número de períodos
Qual será o montante acumulado em seis anos, a uma taxa de 10% a.a., no regime de juros
compostos, a partir de um principal inicial de $ 100,00?
Seja o total de juros pagos J1 ao final do ano 1, J2 ao final do ano 2, e assim sucessivamente.
Em que J = iP.
48 MATEMÁTICA FINANCEIRA
NA PRÁTICA
Calculadora HP 12c
Teclas Explicação
Que principal deve ser aplicado hoje para que, daqui a 12 meses, tenha-se acumulado um
montante de 1.000, no regime de juros compostos, a uma taxa de 3% a.m.?
Solução:
FV = 1.000
n = 12
i = 3 % ou, em base decimal, 0,03
PV = ?
PV x (1 + 0,03)12 = 1.000
PV = 1.000 / {(1 + 0,03)12}
PV = $ 701,38
Observação: o sinal do valor em FV será sempre diferente do sinal do valor em PV, posto
que, para a calculadora, um valor é recebimento e o outro, pagamento (ou vice-versa).
A que taxa de juros um capital de $ 2.000 obtém um rendimento de $ 280 em dois meses?
Solução:
PV = 2.000
n=2
FV = 2.280
i = ?
NA PRÁTICA
Admita um título com valor nominal (valor de face) de $ 1.000,00 que promete pagar
rendimentos (cupons) de 10% ao ano. Os cupons são pagos semestralmente, e o prazo
de emissão do título é de quatro anos. Determine o preço de mercado desse título na
hipótese de os investidores exigirem uma taxa de retorno semestral igual a 6,0% a.s.
51 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Solução:
Calculadora HP 12c
Teclas Significado
VOCÊ SABIA?
Todos nós sabemos que os juros do cheque especial no Brasil são altíssimos. Logo, ima-
gine uma situação hipotética em que Joãozinho tenha esquecido o valor de R$ 100,00
negativo em uma conta-corrente, utilizando-se para isso do seu crédito no cheque
especial.
52 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Num belo dia, Joãozinho recebeu uma carta em sua residência pedindo-lhe que pro-
curasse a agência bancária mais próxima. Ele ficou confuso e foi lá conferir. Foi muito
bem recebido pelo gerente, que lhe explicou toda a situação.
Calculadora HP 12c
Teclas Explicação
Está assustado? Todos ficam assustados com um montante desses! Mas essa é a re-
alidade da taxa de juros praticada no Brasil. O débito do Joãozinho atualizado é de
R$ 4.782.942,19 (quatro milhões, setecentos e oitenta e dois mil, novecentos e quaren-
ta e dois reais e dezenove centavos).
Você está com 21 anos e acaba de concluir a universidade. Após ler sobre matemática
financeira, decidiu começar a poupar imediatamente para sua aposentadoria. Seu ob-
jetivo é ter $ 1 milhão quando se aposentar, aos 65 anos de idade. Supondo que você
receba uma taxa de 10% ao ano sobre sua poupança, quanto deve poupar, ao fim de
cada ano, para atingir seu objetivo?
A resposta é $ 1.532,24, mas esse montante depende criticamente da taxa obtida com
suas poupanças. Se ela caísse para 8% ao ano, sua poupança anual necessária aumen-
taria para $ 2.801,52, ao passo que, se a taxa subisse para 12% ao ano, você precisaria
poupar apenas $ 825,21.
O que aconteceria se você fosse como a maioria de nós e esperasse até mais tarde
para se preocupar com a aposentadoria? Se esperar até os 40 anos de idade, você terá
de poupar $ 10.168 por ano a fim de alcançar o seu objetivo de $ 1 milhão, supondo
que você obtenha uma taxa de 10% ao ano, e $ 13.679 caso consiga ganhar apenas
8%. Se você esperar até os 50 anos e então ganhar 8% ao ano, será necessário poupar
$ 36.830 por ano.
Ainda que $ 1 milhão possa parecer uma enorme quantia, ela não o será quando você
estiver pronto para se aposentar. Se a inflação média anual, durante os próximos 44
anos, for de 5%, o seu poder de compra de $ 1 milhão valerá somente $ 116.861 em
unidades monetárias de hoje. A uma taxa de retorno de 8%, e supondo que você so-
breviva 20 anos após a aposentadoria, sua renda anual, como aposentado, seria de
$ 11.903, bruto de impostos. Portanto, depois de comemorar a formatura e o seu novo
emprego, comece a poupar!
54 MATEMÁTICA FINANCEIRA
INFORMAÇÃO EXTRA
Para mais informações, acesse o site da Cetip, que é uma integradora do mercado fi-
nanceiro, por meio do seguinte link: <https://www.cetip.com.br>.
Unidade 2
Taxas de juros compostas
Taxa efetiva
Taxa efetiva é aquela em que a unidade de referência de tempo coincide com as unidades
de tempo dos períodos de capitalização.
Taxa proporcional
Duas ou mais taxas são ditas proporcionais quando, ao serem aplicadas a um mesmo prin-
cipal durante um mesmo prazo, produzem um mesmo montante acumulado no final desse
prazo no regime de juros simples. O conceito de taxas proporcionais está, portanto, direta-
mente ligado a esse regime.
Fórmulas utilizadas:
id x 360 = im x 12 = it x 4 = is x 2 = ia
Exemplos:
Qual será o montante acumulado no final de quatro anos a partir de um principal de $ 100,00,
a uma taxa de juros de 12% a.a., no regime de juros simples?
Qual será o montante acumulado no final de quatro anos a partir de um principal de $ 100,00,
a uma taxa de juros de 6% a.s., no regime de juros simples?
Qual será o montante acumulado no final de quatro anos a partir de um principal de $ 100,00,
a uma taxa de juros de 3% a.t., no regime de juros simples?
Taxas equivalentes
Duas ou mais taxas são consideradas equivalentes quando, ao serem aplicadas a um mes-
mo principal, durante um mesmo prazo, produzem igual montante acumulado no final des-
se prazo no regime de juros compostos. O conceito de taxas equivalentes está, portanto,
diretamente ligado ao regime de juros compostos.
Exemplos:
Em que:
NA PRÁTICA
Iremos arbitrar o capital de 100, uma vez que qualquer valor que render em um capital
de 100 será o rendimento percentual do período.
Por exemplo, suponha que você queira saber a taxa anual equivalente de 1% a.m.
57 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Calculadora HP 12c
Teclas Explicação
Repare que a taxa equivalente de 1% a.m. é 12,68% a.a., ou seja, um capital de $ 100,00
aplicado à taxa de juros mensal composta de 1% a.m. pelo período de 12 meses ren-
derá 12,68% no período.
(1 + im)12 = (1 + ia)
(1 + ia) = 1 + 0,12 = 1,12
(1 + im)12 = 1,12
1 + im = (1,12)(1/12)
im = (1,12)(1/12) – 1
im = 0,95
Veja como resolver o exemplo na calculadora HP 12c. Repare que o período do fluxo
de caixa será um número fracionado, sendo 1 ano ÷ 12 meses, que é igual a 0,08333.
Para resolver de forma automática esse problema, considere o capital arbitrado de
100 e siga as instruções:
Teclas Explicação
Repare que na calculadora HP 12c sempre se irá considerar a taxa de juros informada
na questão – no caso do problema de equivalência, só há a taxa informada de 12% a.a.,
portanto ela será utilizada na calculadora – no período que se normaliza de forma que
fique proporcional aos meses.
Exemplo 2: Quais são as taxas anual, semestral, trimestral e diária equivalentes à taxa de 3% a.m.?
im = 3 / 100 = 0,03
Taxa anual:
(1 + im)12 = (1 + ia)
(1 + 0,03)12 = (1 + ia) = 1,42576
ia = 0,42576 = 42,576% a.a.
Taxa semestral:
(1+ is)2 = (1 + im)12
(1 + is) = (1 + im)6
is = (1 + im)6 – 1
is = (1 + 0,03)6 – 1
is = 0,194052 = 19,4052% a.s.
Taxa trimestral:
(1 + it) = (1 + im)3
it = (1 + im)3 – 1
it = (1,03)3 – 1
it = 0,092727 = 9,2727% a.t.
Taxa diária:
(1 + id)30 = (1 + im)
id = {raiz (30) de (1 + im)} – 1
id = raiz (30) de (1,03) – 1
id = 0,000986 = 0,098578% a.d.
Taxa nominal
Taxa nominal é aquela em que a unidade de referência de tempo não coincide com a uni-
dade de tempo dos períodos de capitalização. A taxa nominal é quase sempre fornecida em
termos anuais, e os períodos de capitalização podem ser semestrais, trimestrais ou mensais.
60 MATEMÁTICA FINANCEIRA
A taxa nominal é bastante utilizada no mercado, mas seu valor nunca é usado nos cálculos
por não representar uma taxa efetiva. O que realmente interessa é a taxa efetiva embutida
na taxa nominal, pois será ela a efetivamente aplicada em cada período de capitalização.
Para entender o significado de uma taxa nominal, veja as taxas efetivas que decorrem dela:
Conforme se pode observar, tem-se a taxa efetiva embutida na taxa nominal, feita no regi-
me de juros simples. Evidentemente, a taxa anual equivalente a essa taxa efetiva embutida
é maior do que a taxa nominal que lhe deu origem, pois essa equivalência é feita no regime
de juros compostos.
61 MATEMÁTICA FINANCEIRA
VOCÊ SABIA?
A taxa de juros de uma operação pode ser qualificada de nominal, efetiva, aparente,
real, prefixada, pós-fixada, over e interna de retorno.
■■ Taxa nominal, ou taxa líquida – é a declarada nas operações correntes, nos contratos
de empréstimos e financiamentos, nos folhetos publicitários etc. Entre outras coisas,
costuma embutir a expectativa inflacionária, o ganho almejado e os diversos custos do
agente financeiro.
■■ Taxa pós-fixada – é a que define o ganho real, deixando em aberto o adicional devido
em razão da correção monetária que se vai constatar no período.
INFORMAÇÃO EXTRA
A taxa over equivalente é usada pelo mercado financeiro para determinar a rentabili-
dade por dia útil, normalmente multiplicada por 30 (conversão do mercado financeiro).
Nas empresas, em geral, é utilizada para escolher a melhor taxa para investimento.
Essa prática ganhou maior importância principalmente no início dos anos 1990. Várias
aplicações são efetuadas tomando como base os dias úteis; entre elas, temos as ope-
rações de CDIs (certificados de depósitos interbancários).
Mais detalhes e exemplos podem ser encontrados no livro “Matemática financeira apli-
cada”, de Anísio Costa Castelo Branco, 3a edição, editora Cengage Learning, p. 55-59.
unidadE 3
medIdas da InFLação
63 MATEMÁTICA FINANCEIRA
No Brasil, são utilizados inúmeros índices de preços, que têm origem em amostragem e
critérios distintos e são elaborados por diferentes instituições de pesquisa (IBGE, FGV, entre
outros). Antes de selecionar um índice para atualização de valores monetários, deve-se ana-
lisar a sua representatividade em relação aos propósitos em questão.
Observando a evolução desses índices, pode-se identificar como os preços gerais da econo-
mia variaram no período. Para tanto, relaciona-se o índice do fim do período que se deseja
estudar com o do início.
θ = (I1 / I0) – 1
Em que:
θ = taxa de inflação procurada
I1 = índice de preços relativo à data desejada, ou data-referência
I0 = índice relativo à data inicial, ou data-base.
NA PRÁTICA
Exercício resolvido no 1
Com base nos índices, calcule a inflação ocorrida entre os meses de agosto e dezem-
bro de 1996:
Dessa forma, os ajustes para se conhecer a evolução real de valores monetários em inflação
se processam mediante indexações (inflacionamento) e desindexações (deflacionamento)
dos valores aparentes por meio de índices de preços.
NA PRÁTICA
Exercício resolvido no 2
Com base nos índices, analise se houve ganho ou perda em uma transação que envol-
veu a aquisição de um bem em agosto por $ 200.000 e sua venda em novembro por
$ 220.000:
NA PRÁTICA
Exercício resolvido no 3
Determine a taxa de inflação acumulada nos três primeiros meses de 1996 sabendo-se
que as taxas de inflação para janeiro, fevereiro e março do ano em questão, medidas
pelo IGPM/FGV, foram, respectivamente, 1,73%, 0,97% e 0,40%.
Exercício resolvido no 4
Em um contexto inflacionário, sabe-se que um capital P corrigido por uma taxa de inflação
q produz um montante C1 = C0 . (1 + θ) em determinado período. Corrigindo-se novamente
esse montante a uma taxa de juros i, obtém-se outro montante – C2 = C0 . (1 + θ) x (1 + r), do
qual é deduzida a expressão da taxa aparente θ’ de remuneração do capital inicial investido:1
θ’ = [(1 + r) x (1 + 0)] – 1
1. A taxa de inflação comporta-se essencialmente como a fórmula de juros compostos. Se, por exemplo, um
produto custa hoje $ 100 e a taxa de inflação é de 20% ao mês, o produto deverá ser vendido no próximo mês a
$ 120, no mês seguinte a $ 144, e assim por diante, de modo a compensar a desvalorização sofrida pela moeda.
66 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Em resumo, a taxa aparente de juros θ é uma taxa de juros composta de uma parcela de
juros real e outra de inflação, ou seja, é uma taxa de juros que traz embutida a inflação em
curso. Já a taxa de juros r é uma taxa teoricamente pura, isto é, uma taxa que reflete o juro
efetivamente envolvido em uma operação.
NA PRÁTICA
Exercício resolvido no 5
A inflação pode ser definida como uma situação de aumentos contínuos e generalizados
dos preços de bens e serviços em uma economia, ou seja, do nível geral de preços. Portanto,
para que se possa caracterizar um movimento inflacionário, é necessário que ocorra a ele-
vação dos diversos preços dos bens produzidos pela economia.
67 MATEMÁTICA FINANCEIRA
O aumento isolado de um não caracteriza uma situação de inflação, mas sim de um choque
de preço. O fenômeno inflacionário exige, também, a elevação contínua dos preços durante
um período de tempo, e não meramente um aumento esporádico de preços. Como a infla-
ção representa uma elevação dos preços monetários, ela significa que o valor real da moeda
é depreciado, ou seja, há necessidade de maior quantidade de moeda para comprar a mes-
ma quantidade de produtos.
Se não for corrigida, uma das consequências da inflação é provocar uma transferência
de renda entre credores e devedores. Outra consequência importante do ponto de vis-
ta financeiro é a ilusão, ou mesmo imprevisibilidade, de rentabilidade das operações
financeiras.
VOCÊ SABIA?
A inflação não é um problema novo. Um dos períodos mais remotos de rápido aumen-
to de nível de preços de que se tem registro ocorreu na antiga Grécia, por volta de 330
a.C., logo após a conquista da Pérsia por Alexandre, o Grande, e a transferência que se
fez do ouro então adquirido para a Grécia. O ouro substituiu a prata como moeda, e
os preços e os salários elevaram-se por toda a região. 2
INFORMAÇÃO EXTRA
■■ <http://dados.gov.br/dataset/indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo-ipca>;
■■ <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.
shtm>.
Resumo
A fórmula do montante ou valor futuro (FV) foi apresentada, assim como toda a sua sistemá-
tica de acumulação do capital, utilizando inclusive exemplos de cálculos na calculadora HP
12c. Também foi apresentada a fórmula do capital ou valor presente (PV) com exemplos de
cálculos na calculadora HP 12c.
Também foram vistos os diversos tipos de taxas de juros, seus conceitos e as suas aplicações
no dia a dia do gestor financeiro, bem como a equivalência entre as taxas de juros compos-
tas em diferentes períodos de tempo. Outro ponto abordado foi a inflação. É tão importante
levar em conta a inflação nas decisões de investimentos quanto nas decisões de poupança.
Espera-se que este módulo tenha servido para que você possa evoluir ainda mais no seu
crescimento pessoal e profissional.
Módulo 3
SÉRIES DE
PAGAMENTOS
introdução do módulo
Você viu, nos módulos anteriores, que os fluxos de caixa apresentados possuíam sempre
dois pagamentos, normalmente o valor presente (PV) e o valor futuro (FV).
Neste módulo, serão abordados os principais conceitos e cálculos referentes à série de pa-
gamentos e também os coeficientes de financiamento.
OBJETIVOS DO MÓDULO
■■ Determinar o valor presente (PV) e o valor futuro (FV) de uma série de pagamentos não
uniforme.
estrutura do módulo
Para melhor compreensão das questões que envolvem séries de pagamentos, este módulo
está dividido em:
Unidade 1
Séries de pagamentos uniforme
Todos os dias, há situações em que é preciso decidir qual a melhor alternativa de consumo
ou poupança. Parcelamentos ou recomposição de débitos e alternativas de investimentos
a serem realizadas com vistas ao aumento de produtividade são também decisões com as
quais é preciso se defrontar periodicamente.
a. Quanto ao tempo
■■ Temporária – quando tem um número limitado de pagamentos.
■■ Infinita – quando tem um número infinito de pagamentos.
Anuidades
Anuidade temporária
Anuidade diferida
Anuidade postecipada
O valor atual de uma anuidade postecipada é igual à soma dos valores atuais de cada um de
seus termos. Tem-se, então:
Observa-se que a série entre colchetes é uma progressão geométrica (PG) de razão (1 + i)-1
e primeiro termo igual a (1 + i)-1. Da fórmula da soma dos n primeiros termos de uma PG,
tem-se:
S = a1 [qn – 1] ÷ [q – 1]
Ainda, P = R x S.
75 MATEMÁTICA FINANCEIRA
P = R (1+ i)n – 1
i (1 + i)n
Montante
Sabe-se que:
M = P(1 + i)n
P = R (1+ i)n – 1
i (1 + i)n
M = R (1+ i)n – 1
i
Valor da anuidade
Conhecido o montante:
R=M i
(1+ i)n –1
NA PRÁTICA
A HP 12c efetua o cálculo do valor atual (PV), do montante (FV) e do valor da prestação
de uma anuidade postecipada. As etapas são as seguintes:
Cálculo da prestação
3. Insira a taxa de juros (não esqueça que prazo e taxa têm de estar na mesma
unidade).
5. Pressione “PMT”.
3. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que prazo e taxa têm que estar na mes-
ma unidade).
5. Pressione “PV”.
Cálculo do montante
3. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que prazo e taxa têm que estar na mes-
ma unidade).
5. Pressione “FV”.
77 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplos:
Utilizando fórmulas:
Utilizando a HP:
Suponha que você planeje comprar um imóvel por meio de financiamento direto da
incorporadora. O valor total do empreendimento é $ 60.000,00 e, por seu cash flow
pessoal, você verifica que só pode dispor de $ 700,00 mensais. Sabendo que a taxa
78 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Utilizando a HP:
Nesse exemplo, ficou claro que o número de pagamentos corretos é 195, sendo o úl-
timo uma prestação inferior a $ 700,00. Em casos como esse, pode-se calcular o valor
da última prestação procedendo da seguinte maneira:
Importante: Repare que, ao iniciar o cálculo, não se deve pressionar “f FIN”. A razão
desse procedimento prende-se ao fato de se estarem utilizando as informações conti-
das nos registradores financeiros.
Partindo do exemplo anterior, suponha que você prefira pagar o valor correto da pres-
tação 196 juntamente com a parcela 195, de forma a economizar os juros entre esse
período (entre as duas prestações). Qual seria o valor da prestação 195?
79 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Anuidades antecipadas
Olhando-se a anuidade no ponto -1, o valor atual p’ nada mais é do que o valor atual de uma
anuidade postecipada de n termos.
Logo, ao calcular o valor atual em -1, é preciso mudar a data focal para o período 0.
Tem-se, então:
Montante da anuidade
Logo, ao calcular o valor futuro em n – 1, é preciso mudar a data focal para o período n. Tem-
se, então:
Valor da anuidade
Como você já sabe calcular o montante e o valor atual conhecido da anuidade, para efetuar
o cálculo da anuidade, basta alterar as fórmulas:
Dado o montante:
R = M’ i
[(1+ i) –1] (1+ i)
n
A HP 12c efetua o cálculo do valor atual, do montante e do valor do termo de uma anuidade
antecipada. As etapas são as seguintes:
Cálculo do termo
4. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que o prazo e a taxa têm que estar na mesma
unidade).
6. Pressione “PMT”.
4. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que o prazo e a taxa têm que estar na mesma
unidade).
6. Pressione “PV”.
Cálculo do montante
4. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que o prazo e a taxa têm que estar na mesma
unidade).
6. Pressione “FV”.
NA PRÁTICA
Utilizando fórmulas:
R = p’ i(1+ i)n
[(1+ i)n –1] (1+ i)
Utilizando a HP:
Séries perpétuas
Valor presente
Para calcular valores presentes de séries perpétuas sem crescimento, pode-se aplicar a fór-
mula de Gordon:
VP = PMT
i
Em que:
VP = valor presente
PMT= fluxo de caixa perpétuo
i = taxa de juros da operação
NA PRÁTICA
Uma empresa pensa em emitir títulos de dívida com pagamento eterno de juros anu-
ais no valor de $ 5.000,00. Sabendo-se que a taxa de juros apropriada para o risco da
operação é igual a 20% ao ano, quanto a empresa estima receber por título comercia-
lizado?
São aquelas em que os períodos ou intervalos de tempo entre as prestações (PMT) ocorrem
pelo menos a partir do segundo período, ou seja, se for considerado um período qualquer
como (n), o período seguinte será (n + 1), o próximo será (n + 2), e assim sucessivamente.
84 MATEMÁTICA FINANCEIRA
PMT
NA PRÁTICA
VOCÊ SABIA?
Existe uma fórmula matemática para ficar milionário! É sério! Todos nós podemos ficar
milionários, é só aplicar a fórmula a seguir:
Se você aplicar $ 532,24 mensalmente em uma aplicação financeira de baixo risco com
rendimento de 1% a.m., no final de 25 anos (ou seja, 300 meses) você terá acumulado
$ 1.000.000.
Sua filha tem dez anos de idade e você está planejando abrir uma conta para pagar as
despesas da faculdade dela. O curso custa atualmente o valor de $ 15.000, e espera-se
que aumente à razão de 5% a.a. Quanto você terá de depositar mensalmente, rece-
bendo juros de 1% a.m., para ter dinheiro suficiente para pagar os estudos de sua filha
daqui a 8 anos (ou seja, em 96 meses)?
Primeiro, você deve capitalizar o custo do curso, que gerará um montante (FV) de
$ 22.161,83. Posteriormente, é só fazer o cálculo do PMT (prestação) na calculadora
HP 12c e descobrir que deverá aplicar mensalmente a quantia de $ 138,57.
86 MATEMÁTICA FINANCEIRA
INFORMAÇÃO EXTRA
Unidade 2
Séries de pagamentos não uniforme
Nesta unidade, são estudadas as operações que envolvem uma série de pagamentos ou
recebimentos com aplicações práticas bem mais generalizadas, que será aqui denominada
simplesmente de fluxo de caixa (do inglês, cash flow – CF) recebido ou a receber, cuja inci-
dência se dá no tempo nos respectivos períodos j = 1, 2, 3, ..., n.
87 MATEMÁTICA FINANCEIRA
São comuns as situações em que as projeções dos fluxos de caixa das aplicações financeiras
ou dos projetos de investimento são crescentes ou decrescentes ao longo do tempo. Nesses
casos, no que concerne ao valor de seus termos ou às periodicidades, o valor presente (PV)
é obtido pela somatória de cada um dos fluxos de caixa atualizados (descapitalizados) até
o momento atual (presente), ou seja, deve-se trazer a valor presente, individualmente, cada
um dos fluxos de caixa esperados. A fórmula básica de cálculo é a seguinte:
Σ
CFj
PV =
(i +1)j
Em que:
CFj= valor (fluxo de caixa) a ser recebido ou pago no período j
i = taxa de desconto da operação
NA PRÁTICA
300
250
200
100
i = 7% a.p.
PV = ?
Solução:
Assim, pelo conceito de valor presente, torna-se indiferente (equivalente), para uma
taxa de 7% a.p., o recebimento de $ 1.086 à vista ou em cinco parcelas distintas – de
$ 250, $ 200, $ 300, $ 100 e $ 500, respectivamente. O valor presente exprime, para
determinada taxa de desconto, o valor equivalente de uma série de pagamentos ou
recebimentos no momento atual.
A calculadora HP 12c possui algumas funções financeiras específicas para análise de fluxos
de caixa não uniformes, que estão apresentadas no quadro seguinte.
Teclas Descrição
[g] [CFo] Do inglês cash flow 0, armazena o fluxo de caixa na data zero.
[g] [CFj] Do inglês cash flow j, armazena o fluxo de caixa na data j (j entre 1 e 20).
A identidade do montante (valor futuro – FV) para uma série de pagamentos ou recebimen-
tos não uniformes, ao contrário do valor presente, corrige cada um dos valores de caixa para
uma data futura. A formulação de cálculo pode ser representada da seguinte forma:
FV = Σ CFJ (1 + i)J
NA PRÁTICA
Observe, na figura do fluxo de caixa, que o fluxo do período 1 está afastado 4 períodos
do período 5, no qual se deseja calcular o valor futuro. O mesmo ocorre para os demais,
ou seja, deve-se calcular a diferença entre o período final do valor futuro e os períodos
de ocorrência de cada fluxo de caixa para usar como j na fórmula do valor futuro.
VOCÊ SABIA?
O cálculo para se chegar a esses dois importantes indicadores do mundo das finanças
e dos investimentos é uma operação de fluxo de caixa descontado (FCD), ou seja, des-
conto de uma série não uniforme, estudada nesta unidade do curso.
Imagine uma situação em que seu amigo lhe ofereça uma oportunidade de negócio.
Ele está querendo lhe vender a empresa dele, que tem um escritório de contabilidade
já estabelecido, com vários clientes na carteira.
INFORMAÇÃO EXTRA
Unidade 3
Coeficientes de financiamento
92 MATEMÁTICA FINANCEIRA
O coeficiente de financiamento indica o valor da prestação que deve ser paga por cada uni-
dade monetária que está sendo tomada emprestada. Em outras palavras: para cada $ 1,00
tomado emprestado, quanto o devedor pagará de prestação?
Se o coeficiente for igual a 0,07, por exemplo, entende-se que o tomador de recursos deva
pagar $ 0,07 de prestação para cada $ 1,00 de dívida. Assim, se levantou um empréstimo de
$ 50.000,00, deve pagar prestações iguais a: 0,07 x $ 50.000,00 = $ 3.500,00.
Pela identidade considerada de valor presente para séries uniformes (fluxos de caixa iguais
e periódicos), pode-se determinar o valor de uma prestação pela construção de coeficientes
de financiamento (CF).
PMT = PV
FPV
Ou ainda:
PMT = PVX 1
FPV
NA PRÁTICA
Na prática
Valor do coeficiente
Solução:
Dados:
i = 2% a.m.
n = 10 meses
FPV = (1 + 0,02)10 -1
(i + 0,02)10 x0,02
FPV = 8,982585
CF = 1 = 0,11132653
8,982585
Comandos Significado
10 n Informa o prazo.
Solução:
Dados:
n = 36 meses
CF = 0,0575566
PV = 1
0,0575566 = 1
(1 + i)36 -1
(1 + i)36-1 xi
I = 5% a.m.
Comandos Significado
36 n Informa o prazo.
VOCÊ SABIA?
INFORMAÇÃO EXTRA
Saiba mais como é viabilizado o crédito direto ao consumidor no Portal Brasil por meio
do link: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2009/11/saiba-como-viabili-
zar-o-credito-direto-ao-consumidor>.
Resumo
Espera-se que este módulo tenha servido para que você possa evoluir ainda mais no seu
crescimento pessoal e profissional.
Módulo 4
OPeRaÇÕeS De
fInanCIaMenTOS e
InVeSTIMenTOS
introdução do módulo
No módulo anterior, você estudou as várias formas de cálculo de prestações para uma série
uniforme de pagamento, tanto postecipada quanto antecipada. Agora, serão vistas as meto-
dologias dos principais sistemas de amortização de empréstimo e financiamentos e, ainda,
os métodos de análise de investimentos.
Você observará que os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para ope-
rações de empréstimos e de financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos peri-
ódicos do principal e encargos financeiros.
No que diz respeito aos investimentos, a matemática financeira tem um papel fundamental
em todo o processo de análise de projetos e de decisões de investimentos, pois, com a apli-
cação de técnicas certas, é possível avaliar com maior clareza e segurança os riscos ineren-
tes a esses processos.
estrutura do módulo
Unidade 1
Sistema francês de amortização – tabela Price
Sistema Price
O primeiro sistema de amortização que vamos estudar é conhecido como sistema Price e
é muito utilizado em todos os setores financeiros, principalmente nas compras a prazo de
bens de consumo por meio do crédito direto ao consumidor (CDC). Esse sistema tem as se-
guintes características básicas:
3. Os juros incidem sobre o saldo devedor, o qual, por decrescer ao longo do tempo, gera
juros cada vez menores, ou seja, são decrescentes.
00/00 A B C D E
Em que:
A = saldo inicial do período n é igual ao saldo final do período n – 1
B = juros embutidos em cada prestação, calculados de acordo com as fórmulas definidas a
seguir.
C = valor da amortização contida em cada prestação, calculadas de acordo com as fórmulas
definidas a seguir
D = B + C (valor da amortização mais o valor dos juros)
E = A – C (valor inicial menos o valor da amortização)
102 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Com essas características bem entendidas, é possível definir relações básicas para o sistema
francês:
■■ Uma vez que, por definição, as prestações são fixas na tabela Price, o cálculo do paga-
mento periódico confunde-se com o conceito de anuidade. No cálculo do pagamento
periódico, tem-se, então:
■■ Por incidirem sobre o saldo devedor, os juros são calculados como se fossem juros
simples. Para o primeiro período, tem-se:
P1 = J1
Logo, para os demais períodos o cálculo dos juros é feito da seguinte forma:
Jn = p n-1 * i
Logo, Rn = J1 + q1
Rn = Jn + qn
Tem-se, então, para o final do primeiro período a relação P1 = Pn-1 - q1. Logo:
Pn = Pn-1 - qn-1 = 0
q1 = P i
(1 + i)n -1
e
qn = q1 (1 + i) n-1
103 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Em que:
q = cota de amortização
P = valor atual da dívida
n = prazo da dívida
k = período em que se quer calcular o saldo devedor
Rk= valor da prestação no período k
i = taxa de juros
Jk= juros acumulados até o período k
R = valor da prestação (método francês ou tabela Price)
NA PRÁTICA
Exemplo ilustrativo:
0 $ 100.000,00 $ 100.000,00
NA PRÁTICA
Uma empresa pensa em lançar debêntures no mercado nacional com valor nominal
igual a $ 100.000,00, vencimento em três anos e pagamento semestral de juros no va-
lor de $ 4.000,00. Se a debênture estiver sendo vendida hoje por $ 90.000,00, qual será
a taxa de juros semestral efetivamente paga pela empresa?
Solução:
[f[ [REG[
6 [n]
90000 [PV]
4000 [CHS] [PMT]
100000 [CHS] [FV]
[g] [END] [i]
Visor => 6,0359.
Logo, a taxa de juros paga pela empresa ao emitir os títulos será igual a 6,0359% ao
semestre.
106 MATEMÁTICA FINANCEIRA
VOCÊ SABIA?
O sistema francês de amortização é assim chamado por ter sido inventado na França,
por volta do século XVII, pelo matemático Richard Price. Daí, portanto, a origem da de-
nominação Sistema Price, também comumente chamado de tabela Price.
Nesse sistema, o financiamento (PV) é pago em parcelas (PMT) iguais, constituídas pela
amortização do principal da dívida mais juros (J), que variam inversamente ao longo
do tempo, ou seja, à medida que aumenta o valor da parcela de amortização, há uma
queda dos juros em função do saldo devedor.
TOME NOTA
Para calcular o valor da prestação constante, você pode utilizar a função [PMT] da
calculadora HP 12c. Para efetuar o cálculo dos juros do período, deve-se realizar a
aplicação da taxa do contrato sobre os valores do saldo (remanescente do principal)
no início do período. O cálculo da amortização do principal é realizado com a diferença
entre o valor da prestação e o valor dos juros do período.
107 MATEMÁTICA FINANCEIRA
INFORMAÇÃO EXTRA
Utilize o site Calculador para simular a estimativa de valor de uma prestação a ser
paga pela tabela Price por meio do link: <http://www.calculador.com.br/calculo/finan-
ciamento-price>.
Unidade 2
Sistema de amortização constante (SAC)
O sistema de amortização constante (SAC), como o próprio nome indica, tem como caracte-
rística básica serem as amortizações do principal sempre iguais (ou constantes) em todo o
108 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Sdk= P – k x q
Em que:
Sdk = saldo devedor do período k
K = período em que se quer calcular o saldo devedor
Rk = q + iPk-1
Em que:
Rk= valor da prestação no período k
i = taxa de juros
Jk = J1 - (k - 1) qxi
Em que:
Jk= juros no período k
109 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Importante:
Jn = SDn-1 xi
■■ Os juros referentes à primeira prestação serão iguais nos dois sistemas, uma vez
que o saldo devedor é o valor do financiamento. Pode-se dizer, então, que:
J1 = Pxi
AMORTn = Rn - Jn
■■ O saldo devedor ao final de qualquer período será sempre igual ao saldo final do
período anterior deduzida a amortização efetuada no período. Pode-se dizer, en-
tão, que:
Em que:
P = valor atual da dívida
n = prazo da dívida
SDn = saldo devedor do período n
k = período em que se quer calcular o saldo devedor
i = taxa de juros
Jk = juros acumulados até o período k
Rn = valor da prestação no período n
AMORTn = valor da amortização no período n
110 MATEMÁTICA FINANCEIRA
NA PRÁTICA
0 $ 500.000,00 $ 500.000,00
No cálculo dos juros do período, aplica-se a taxa do contrato ao valor do saldo (remanescen-
te do principal) no início do período.
VOCÊ SABIA?
Empréstimo refere-se a recurso financeiro que, em tese, não necessita ser justificado
quanto à sua finalidade; por exemplo: cheque especial e crédito direto ao consumidor
(CDC), entre outros.
Carência
INFORMAÇÃO EXTRA
Você pode simular o seu financiamento habitacional, bem como toda a planilha de
amortização do empréstimo, direto do site da Caixa por meio do link:<http://www8.
caixa.gov.br/siopiinternet/simulaOperacaoInternet.do?method=inicializarCasoUso>.
Unidade 3
Métodos de análise de investimentos
113 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Considerações gerais
O valor presente líquido (VPL), também chamado de valor atual líquido, pode ser considera-
do um critério mais rigoroso e isento de falhas técnicas e, de maneira geral, o melhor proce-
dimento para a comparação de projetos diferentes, mas com o mesmo horizonte de tempo.
114 MATEMÁTICA FINANCEIRA
n
VPL = ∞ Ft / (1 + i) t
t=0
Se o valor do VPL for positivo, então a soma na data “0” (zero) de todos os capitais do fluxo
de caixa será maior que o valor investido. Como se trabalha com estimativas futuras de um
projeto de investimento, pode-se dizer que o capital investido será recuperado e remunera-
do à taxa de juros que mede o custo de oportunidade do capital e que o projeto irá gerar um
lucro extra, na data “0” (zero), igual ao VPL.
Portanto, o critério do VPL estabelece que, enquanto o valor presente das entradas for maior
que o valor presente das saídas, calculados com a TMA, que mede o custo de oportunidade
do capital, o projeto deverá ser aceito.
Talvez a única desvantagem desse indicador seja a dificuldade de escolher a taxa de des-
conto ou a taxa mínima de atratividade. Os pontos fortes do VPL são a inclusão de todos os
capitais do fluxo de caixa e do custo do capital, além da informação sobre o aumento ou o
decréscimo do valor da empresa.
115 MATEMÁTICA FINANCEIRA
NA PRÁTICA
0 -1.000.000
1 200.000
2 200.000
3 200.000
4 400.000
5 500.000
TOME NOTA
3. Insira o valor das entradas e saídas (não se esqueça de pressionar “CHS”) pres-
sionando “g CFj”. Se não houver entrada ou saída no próximo período, pressione
“0 gCFj”.
4. Repita a etapa 3 para cada uma das entradas e saídas até que todos os fluxos
estejam introduzidos.
Na análise realizada com o método do VPL, todos os dados que participam do seu cálculo
são estimativas, pois o objetivo é medir a potencialidade de uma ideia na tentativa de ante-
cipar bons resultados futuros. Nessa análise, deve-se considerar que o valor da taxa de juros
permanecerá constante durante o projeto. Entretanto, esse cenário é uma simplificação da
realidade, que deverá operar com taxas variáveis de juros. O risco associado à variabilidade
do custo de capital pode ser aferido a partir de uma análise de sensibilidade do valor do VPL
em função da taxa de juros i. Será tomado como base o fluxo de caixa do exercício resolvido,
que é um fluxo de caixa convencional, ou seja, aquele em que os investimentos antecedem
às receitas líquidas do projeto, havendo, portanto, apenas uma inversão de sinal.
A taxa interna de retorno (TIR), ou simplesmente taxa de retorno, é a taxa de desconto que
equaliza o valor presente dos benefícios/receitas e dos custos/despesas de um projeto de
investimento. Trata-se de um indicador de larga aceitação e um dos mais utilizados como
parâmetro de decisão.
O grau dessa equação está relacionado com o horizonte de planejamento do projeto, acar-
retando o aparecimento de equações com grau maior que 2, cuja solução algébrica é ex-
tremamente complexa. O problema pode ser resolvido por meio de processos iterativos
de tentativa e erro, determinando-se um VPL positivo e outro negativo, correspondente às
duas taxas de juros tomadas arbitrariamente. Em seguida, procede-se à interpolação linear
desses valores para o VPL nulo, encontrando-se assim a taxa interna de retorno desejada.
O gráfico da figura 4.1 apresenta a visualização do conceito da TIR para um fluxo de caixa
convencional.
118 MATEMÁTICA FINANCEIRA
VPL
500.000
400.000
300.000
TIR = 12,62% a.a.
200.000
100.000
0
4% 8% 12% 16% 20%
-100.000
-200.000
Um projeto de investimento será considerado viável, segundo esse critério, se sua TIR for
igual ou superior ao custo de oportunidade dos recursos para sua implantação. Assim, quan-
to maior a TIR, maior a atratividade do projeto.
A TIR não serve de critério para comparar alternativas, embora possa parecer intuitivo que
a alternativa em que a TIR seja maior remunere melhor o capital investido e, portanto, deva
ser a escolhida.
NA PRÁTICA
0 -1.000.000
1 200.000
2 200.000
3 200.000
4 400.000
5 500.000
Comandos Significado
Payback descontado
Σ
FCt
I=
(i +k)t
INFORMAÇÃO EXTRA
Resumo
Também viu os dois principais métodos de análise de investimentos: o valor presente líqui-
do (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR) são técnicas sofisticadas de análise de investimen-
tos, podendo ser utilizadas para qualquer tipo de aplicação.
Espera-se que este módulo tenha servido para que você possa evoluir ainda mais no seu
crescimento pessoal e profissional.
122 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Referências
ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2009.
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Matemática financeira: com HP 12c e Excel. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática financeira. 5. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2001.
MATHIAS, W.; GOMES, J. M. Matemática financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
PUCCINI, A. de L.; PUCCINI, A. Matemática financeira objetiva e aplicada. São Paulo: Saraiva,
2006.
SOBRINHO, J. D. V. Manual de aplicações financeiras HP 12c. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
VEIGA, R. P. Como usar a calculadora HP 12c: guia essencial das funções financeiras e estatís-
ticas. São Paulo: Saint Paul, 2006.