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MATEMÁTICA FINANCEIRA

L892m LOUREIRO, Abel Fiorot

Matemática Financeira / Abel Fiorot Loureiro. – Rio de Janeiro:

Grupo Ibmec Educacional, 2016.

122 p.; 20x26 cm

Inclui bibliografia

1. Matemática financeira - fundamentos 2. Juros Compostos


3. Séries de Pagamento 4. Operações de Financiamentos e
Investimentos I. LOUREIRO, Abel Fiorot II. Ibmec Online III. Título.

CDD: 650.01513
SUMÁRIO

Abertura da Disciplina..............................................................................................................5

Mensagem do professor..........................................................................................................5

Introdução..................................................................................................................................6

Objetivos.....................................................................................................................................7

MÓDULO 1: FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA ......................................................8

Conceitos iniciais......................................................................................................................11

Regimes de capitalização e juros simples.............................................................................20

Utilização da calculadora HP 12c............................................................................................29

Resumo......................................................................................................................................42

Módulo 2: JUROS COMPOSTOS ...................................................................................................43

Introdução.................................................................................................................................46

Taxas de juros compostas ......................................................................................................54

Medidas da inflação.................................................................................................................62

Resumo......................................................................................................................................68

Módulo 3: SÉRIES DE PAGAMENTO..............................................................................................69

Séries de pagamento uniforme..............................................................................................72

Séries de pagamento não uniforme......................................................................................86

Coeficientes de financiamento...............................................................................................91

Resumo......................................................................................................................................96
Módulo 4: OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS..........................................97

Sistema francês de amortização (tabela Price)................................................................... 100

Sistema de amortização constante (SAC) ........................................................................... 107

Métodos de análise de investimentos................................................................................. 112

Resumo.................................................................................................................................... 120

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 122


Mensagem do professor

Caro(a) aluno(a),

Você inicia agora uma jornada estimulante em uma das disciplinas mais importantes para a
sua real compreensão do mundo financeiro e dos negócios. O conhecimento da matemática
financeira é fundamental para crescer e prosperar em sua carreira, bem como empreender
e gerenciar empresas.

Neste curso, são abordados, por meio de exemplos práticos, os conceitos da matemática
financeira e suas aplicações. Você poderá constatar que ela possui diversas aplicações no
atual sistema econômico e que algumas situações estão presentes no cotidiano das pesso-
as, como financiamentos de casa e de carros, realizações de empréstimos, compras a credi-
ário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores,
entre outras.

Esperamos que esta disciplina ajude você na compreensão e na aplicação da matemática


financeira em sua vida e em sua carreira, além de proporcionar base para avançar em estu-
dos mais avançados nas áreas de finanças e negócios. Lembre-se de aproveitar ao máximo
os recursos oferecidos no material didático da disciplina e as interações que terá com seu
professor online. Discuta com seus colegas os conceitos tratados em cada módulo e tente
conectá-los à sua realidade. Seu engajamento é essencial para o seu sucesso nesta jornada.

Bons estudos!

Equipe Ibmec online


INTRODUÇÃO

Finanças é a ciência que estuda a movimentação de recursos financeiros entre os agentes


econômicos. Estes são as empresas, os indivíduos e os governos, os quais estão constante-
mente interagindo entre si: recebendo, gastando ou investindo os fundos emprestáveis. Isso
é feito diretamente ou pela ação de intermediários, que normalmente são as instituições
financeiras.

Os indivíduos recebem salários, lucros e dividendos das empresas e retornam uma parte
desses recursos por meio do consumo dos produtos, e outra parte é transferida ao gover-
no em forma de impostos. As empresas recebem pela venda dos seus produtos às outras
empresas e aos indivíduos e, por outro lado, desembolsam recursos com o pagamento de
salários, gastos, investimentos e pagamento de impostos. Os governos, por sua vez, arreca-
dam fundos com cobrança de impostos e gastam os recursos com salários aos funcionários
públicos e infraestrutura à população.

A ciência finanças estuda todos os aspectos envolvidos nessa movimentação de recursos


financeiros promovidos por esses agentes econômicos. Nesta disciplina, será trabalhada
uma das mais poderosas ferramentas para se desvendarem os caminhos percorridos pelo
dinheiro no mercado financeiro: a matemática financeira.

O potencial da calculadora financeira HP 12c será utilizado para facilitar os cálculos, bem como
verificar a utilidade dessas ferramentas no contexto prático empresarial. Enfim, trata-se de
um tema de suma importância e de fundamental necessidade para empresários, gerentes
ligados ao setor financeiro e pessoas em geral que necessitam de noções sobre o valor do
dinheiro no tempo e seu comportamento em um ambiente de escassez e maximização.

Portanto, o objetivo central desta disciplina é apresen-


tar os conceitos de matemática financeira de forma a
adaptar o conhecimento teórico a uma situação prá-
tica, contribuindo com a formação dos participantes
para estudos mais avançados em gestão e finanças.
OBJETIVOS

Após concluir o estudo da disciplina Matemática Financeira, você será capaz de:

■■ Identificar e diferenciar os regimes de capitalização.

■■ Realizar operações financeiras nos regimes de capitalização simples e composta.

■■ Analisar e interpretar as informações financeiras necessárias, obtendo base teórica


para cursos mais avançados em finanças.

■■ Compreender os principais mecanismos existentes nos mercados financeiros, estando


capacitado para avaliar alternativas e tomar decisões dentro das opções disponíveis.
Módulo 1

FUNDAMENTOS DA
MATEMÁTICA
FINANCEIRA
introdução do módulo

O conhecimento dos conceitos de matemática financeira, bem como a sua correta aplicação,
é fundamental para o sucesso no mundo dos negócios. Essa disciplina faz parte do dia a dia
das empresas, que se deparam corriqueiramente com operações e situações nas quais seus
conceitos são necessários.

A matemática financeira é um conhecimento básico para todos aqueles que têm pretensão
de atuar como gestores financeiros e empresariais, pois dá toda a base necessária para sub-
sidiar a tomada de decisões de investimentos e financiamentos.

Ela possui diversas aplicações no atual sistema econômico e algumas situações estão pre-
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações de em-
préstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, investimen-
tos em bolsas de valores, entre outras. Todas as movimentações financeiras são baseadas
na estipulação prévia de taxas de juros e indexadores. Ao se realizar um empréstimo, o pa-
gamento é feito por meio de prestações mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quita-
ção do empréstimo é superior ao seu valor inicial. A essa diferença é dado o nome de juros.
OBJETIVOS DO MÓDULO

Ao completar este módulo de estudo, você estará apto a:

■■ Definir o conceito de taxa de juros.

■■ Identificar a importância do valor do dinheiro no tempo.

■■ Construir o diagrama do fluxo de caixa.

■■ Relatar as regras básicas do regime de capitalização composta.

■■ Realizar operações financeiras no regime de juros simples.

■■ Usar a calculadora HP 12c para operações matemáticas.

estrutura do módulo

Para melhor compreensão das questões que envolvem os fundamentos da matemática fi-
nanceira este módulo está dividido em:

■■ Unidade 1 – Conceitos iniciais

■■ Unidade 2 – Regimes de capitalização e juros simples

■■ Unidade 3 – Utilização da calculadora HP 12c


11 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Unidade 1
Conceitos iniciais

Do ponto de vista da teoria econômica, os fatores de produção utilizados na geração de


riqueza dividem-se em terra, trabalho e capital. A cada um desses fatores é associada uma
remuneração, a ser transferida para cada um de seus proprietários, denominada, respecti-
vamente, aluguéis, salários e juros.

Pode-se, então, definir conceitualmente juro como a remuneração atribuída ao fator capital
a qualquer título. Definido dessa forma, juro pode também ser entendido como o rendimen-
to auferido pelo detentor do fator capital pelo “aluguel” desse recurso para a utilização por
terceiros.

Pela dificuldade de aplicar diretamente suas sobras de recursos – atividade de risco extre-
mamente elevado, além de proibida pela legislação atual –, os detentores de recursos finan-
ceiros buscam remunerar suas aplicações junto aos intermediários legalmente constituídos
para tal fim: as chamadas instituições financeiras.

Estas têm como objetivo básico unir as entidades pessoas físicas e/ou jurídicas superavitá-
rias em recursos com aquelas deficitárias. Nesse caso, definem-se juros como a remunera-
12 MATEMÁTICA FINANCEIRA

ção exigida pelas instituições financeiras para fazer a transferência dos recursos recebidos
dos poupadores para os tomadores. A representação gráfica a seguir ilustra o papel básico
dos intermediários financeiros.

$
PA PB
Mercado
Detentores financeiro Tomadores
de recursos (Instituições de recursos
financeiras)
PA + JA PB + JB

Figura 1.1 Movimentação de recursos entre detentores e tomadores de recursos.

Em que:

PA = valor captado junto aos detentores de recursos

PB = valor emprestado aos tomadores de recursos

PA + JA = valor captado, acrescido dos juros pelo aluguel dos recursos

PB + JB = valor emprestado, acrescido dos juros pelo aluguel dos recursos

JB – JA = ganho (spread) da intermediação financeira

Para atender ao objetivo maior de todo administrador financeiro, é fundamental saber cal-
cular corretamente o “valor” pago ou recebido – conforme se esteja tomando emprestado
ou emprestando – oriundo das faltas e das sobras de recursos necessários ao financiamento
da atividade da empresa.

Realizar corretamente o cálculo do custo da utilização dos recursos provenientes de tercei-


ros ou dos sócios da empresa é fator preponderante para que o administrador possa con-
cretizar seu principal objetivo: maximizar o retorno dos proprietários da empresa.

Na determinação da taxa de juros, uma série de variáveis é levada em consideração pelo de-
tentor do fator capital. Essas variáveis, ao longo do processo de formação e também do tem-
po, acabam se tornando uma espécie de média, fazendo com que as taxas de juros médias
do mercado tendam para esse consenso da média das expectativas. Essas variáveis são:

■■ a inflação prevista para o período em que os recursos serão “alugados” a um terceiro,


de modo a garantir o poder de compra do capital;
13 MATEMÁTICA FINANCEIRA

■■ o risco associado ao “aluguel” do capital, uma vez que esses recursos podem não ser
devolvidos;

■■ uma remuneração adicional pela renúncia ao consumo presente em troca do consu-


mo futuro.

■■ as despesas incorridas pelo “aluguel” do capital, principalmente aquelas relacionadas


aos encargos fiscais.

Definição de taxa de juros

Uma taxa de juros, ou taxa de crescimento do capital, é a taxa de lucratividade recebida


em um investimento. De forma geral, é apresentada em bases anuais, podendo tam-
bém ser utilizada em bases semestrais, trimestrais, mensais ou diárias, e representa o
percentual de ganho realizado na aplicação do capital em algum empreendimento.

Por exemplo, uma taxa de juros de 15% ao ano indica que, para cada unidade monetária
aplicada, um adicional de R$ 0,15 deve ser retornado após um ano como remuneração pelo
uso daquele capital.

TOME NOTA

A taxa de juros, simbolicamente representada pela letra i, pode ser também apresen-
tada sob a forma unitária, ou seja, 0,15, que significa que, para cada unidade de capi-
tal, são pagos quinze centésimos de unidades de juros. Esta é a forma usada em todas
as expressões de cálculo.

A taxa de juros também pode ser definida como a razão entre os juros, cobráveis ou pagá-
veis, no fim de um período de tempo e o dinheiro devido no início do período. Usualmente,
utiliza-se o conceito de taxa de juros quando se paga por um empréstimo e taxa de retorno
quando se recebe pelo capital emprestado.
14 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Portanto, pode-se definir o juro como o preço pago pela utilização temporária do capital
alheio, ou seja, é o aluguel devido pela obtenção de um dinheiro emprestado ou, mais am-
plamente, é o retorno obtido pelo investimento produtivo do capital.

Genericamente, todas as formas de remuneração do capital, sejam elas lucros, dividendos


ou quaisquer outras, podem ser consideradas juro.

Matemática financeira

Matemática financeira é a análise das relações formais entre transações financeiras que tra-
duzem para um padrão equivalente quantidades monetárias transacionadas em diferentes
períodos de tempo. Seu objetivo central é reduzir a equações matemáticas as complexas
relações de interdependência financeira estabelecidas no mercado por seus vários partici-
pantes e agentes, tornando possível quantificá-las.

Pode-se, também, defini-la como o estudo das relações relativas à evolução dos recursos
financeiros ao longo do tempo, procurando estabelecer correspondências formais entre va-
lores expressos em diferentes períodos de tempo, constituindo-se em uma das mais impor-
tantes e, segundo vários autores, básicas ferramentas utilizadas na resolução de problemas
ligados a finanças.

Pelo fato de traduzir todas as relações existentes no mundo financeiro em equações mate-
máticas, é de fundamental importância que conheçamos os conceitos existentes em cada
formulação matemática, a fim de que saibamos perfeitamente qual relação é a correspon-
dência a ser utilizada em cada situação vivida no dia a dia.
15 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Mesmo havendo um eventual domínio do manuseio de ferramentas empregadas na solu-


ção de problemas financeiros, como calculadoras e planilhas eletrônicas, o desconhecimen-
to dos conceitos pode significar o cálculo de valores completamente equivocados e acarre-
tar sérios prejuízos financeiros.

Por esse motivo, é preciso conhecer profundamente todos os conceitos que serão apre-
sentados, a fim de que se possam calcular corretamente todos os problemas financeiros
representados por relações da matemática financeira, independentemente da ferramenta
de suporte usada.

Esse conhecimento permitirá uma tomada de decisão mais segura, aumentando as possi-
bilidades de maximizar o binômio liquidez versus rentabilidade, em um patamar de risco
previamente assumido.

Conceito do valor do dinheiro no tempo

Esse conceito está relacionado à mudança de valor do dinheiro ao longo de um horizonte de


tempo qualquer, seja pela perda de poder aquisitivo causada por processos inflacionários,
seja pela possibilidade de se obter algum tipo de remuneração por meio do investimento
dos recursos envolvidos.

A possibilidade de os detentores de recursos obterem algum tipo de remuneração por si


só gera diferenças no valor do dinheiro, quer pela rentabilidade efetiva obtida em alguma
aplicação, quer pelo ganho que se deixa de obter caso se opte por não utilizar nenhum tipo
de alternativa existente para a aplicação de disponibilidades.
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TOME NOTA

Com base nesse conceito, podem-se derivar duas consequências de fundamental im-
portância:

■■ Operações algébricas simples (as quatro operações) só podem ser realizadas


com quantias expressas em uma mesma data.
■■ A comparação entre dois valores quaisquer só é possível se estiverem expressos
em uma mesma data.

Apesar de aparentemente simples, esses conceitos ainda são objeto de muita confu-
são, mesmo entre profissionais da área financeira, ao efetuarem cálculos de proble-
mas financeiros utilizando conceitos e fórmulas da matemática financeira.

Fluxo de caixa
17 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Define-se fluxo de caixa, seja de um indivíduo, de uma empresa ou de um investimento,


como o conjunto de entradas e saídas de recursos ao longo de dado intervalo de tempo.
Para efeito de representação e utilização desse conceito na matemática financeira, consi-
dera-se que as entradas e as saídas representadas ao longo do horizonte em análise são
valores líquidos (total de entradas menos total de saídas).

Pode-se representar o fluxo de caixa da seguinte maneira:

Saídas de recursos Entradas de recursos

Tempo
0 1 2 n

Figura 1.2 Diagrama do fluxo de caixa.

A escala horizontal representa o tempo, podendo ser expressa em qualquer unidade (anos,
meses, dias etc.).

Os pontos abaixo da escala horizontal representam os eventos no tempo, tomando-se como


ponto de partida a data inicial, representada pela data zero, também definida como data
focal.

Convencionou-se que, no fluxo de caixa, as setas para baixo indicam as saídas de recursos
(os números têm o sinal negativo) e as setas para cima indicam as entradas de recursos
(números positivos).

O conceito do diagrama do fluxo de caixa, apesar de relativamente óbvio, é extremamente


relevante em finanças, uma vez que todas as questões que envolvem a matemática finan-
ceira recorrem, em última instância, ao uso desse diagrama para melhor definir o problema
e, a partir daí, utilizar uma metodologia de cálculo.

Na montagem da representação gráfica do fluxo de caixa, alguns cuidados importantes pre-


cisam ser observados:

■■ O fluxo toma por base os valores das entradas e das saídas no momento em que
efetivamente ocorrem (regime base caixa), e não no momento em que são gerados
(regime base competência). Se, por exemplo, uma compra ou venda representar uma
movimentação financeira para daqui a 15 dias, somente naquela data deverá ser con-
siderada.
18 MATEMÁTICA FINANCEIRA

■■ Só as despesas que representarem saídas efetivas de caixa devem ser consideradas.


Isso significa que despesas meramente contábeis, como a depreciação, a amortização
e as provisões, não devem ser levadas em consideração.

■■ Somente o fluxo de caixa da alternativa em estudo é relevante e apenas ele deve ser le-
vado em consideração. Se a implementação de uma alternativa qualquer representar
redução nas entradas de caixa da empresa – por exemplo, a venda de um produto que
canibaliza a venda de outro já existente –, essa redução de entradas deve ser compu-
tada no fluxo de caixa da alternativa em estudo.

NA PRÁTICA

Para entender melhor o conceito de fluxo de caixa e a solução desse tipo de problema,
acompanhe o exemplo seguinte.

Suponha que você queira montar um fundo constituído pela diferença entre o total de
sua remuneração e o total de seus gastos mensais, para custear os estudos universitá-
rios de seu filho, aplicando esses valores em uma caderneta de poupança durante os
próximos 48 meses, tempo que transcorrerá até seu filho prestar vestibular.

Suponha, também, que o total de seus ganhos mensais seja $ 10.000 e o total de gas-
tos, $ 9.700. Para saber qual o montante de recursos disponíveis a serem utilizados
assim que seu filho ingressar na faculdade, é preciso representar em um diagrama do
fluxo de caixa o valor acumulado dessa aplicação.

=?

0 1 2 47 48

Figura 1.3 Diagrama de fluxo de caixa.

Conforme pode ser visualizado no diagrama representado, o fluxo de caixa líquido


será de depósitos mensais ao final de cada período no valor de $ 300 mensais, que é
a diferença entre o total de ganhos menos o total de gastos. Dessa forma, serão apli-
cados $ 300 mensais durante 48 meses, que gerarão um montante (valor futuro). Para
calcularmos quanto será esse valor no futuro, a informação da taxa de juros mensal
de capitalização se faz necessária.
19 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VOCÊ SABIA?

A taxa de juros e o prazo têm obrigatoriamente que se referir ao mesmo período. Esse
conceito será explicitado quando forem analisados os vários tipos de taxas de juros.

Quando se faz a representação gráfica de um fluxo de caixa, é preciso, primeiramente, defi-


nir se ela representará o emprestador ou o tomador de recursos. Essa definição pode inter-
ferir no cálculo dos valores relativos ao custo ou à rentabilidade efetiva da operação.

PARE PARA PENSAR

Você seria capaz de se aposentar? Sua reação a essa pergunta seria provavelmente
“Tudo em seu tempo! Estou preocupado em obter trabalho, não em me aposentar!”

Porém, um conhecimento sobre a situação de aposentadoria poderia ajudá-lo a con-


seguir um emprego. Isso porque aposentadoria é um assunto muito importante hoje
em dia; os empregadores preferem contratar as pessoas que conhecem o assunto e
os professores geralmente testam os estudantes a respeito do valor do dinheiro no
tempo com problemas relacionados a poupar para algum propósito futuro, incluindo
a aposentadoria.
20 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Sendo a taxa de poupança dos brasileiros muito baixa, é interessante que você possa
se programar desde já a fim de garantir recursos para o futuro. Na verdade, quanto
antes você se programar, melhor. Não existe idade mínima para iniciar o seu plano
de aposentadoria. Ao longo do curso, você verá como a disciplina de uma aplicação
constante ao longo do tempo poderá ser extremamente benéfica para o seu futuro!

Pense nisso!

INFORMAÇÃO EXTRA

O seu aprendizado depende de dedicação e comprometimento para poder assimilar e


aplicar os conceitos apresentados.

Uma das taxas de juros mais divulgadas de nossa economia é a taxa Selic. Você sabe
seu significado? A taxa Selic é a taxa média dos negócios com títulos públicos registra-
dos no Banco Central do Brasil. Para saber mais sobre ela, acesse o portal do Banco
Central por meio do link: <http://www.bcb.gov.br/?SELICTAXA>.

Unidade 2
Regimes de capitalização e juros simples

Além dos conceitos expostos na Unidade 1 – e an-


tes de serem apresentadas as diferentes formas
de cálculo de juros associadas a um empréstimo
ou a uma aplicação financeira –, é preciso anali-
sar algumas definições muito importantes para
o correto entendimento da matemática financei-
ra, a fim de evitar interpretações equivocadas e,
consequentemente, cálculos incorretos.
21 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Valor presente

É o valor do capital investido ou tomado como empréstimo na data inicial do fluxo de caixa.
O valor presente líquido é também chamado de principal, valor atual, capital inicial ou, do
inglês, present value, sendo normalmente representado por PV ou C. Nas calculadoras finan-
ceiras, é comumente representado por PV.

É importante frisar que o valor atual, ou present value, e o principal, ou capital inicial, só
são iguais na data inicial da operação. Após essa data, resultam em valores completa-
mente diferentes.

Valor futuro

É o valor do capital em uma data futura, posterior à data inicial do fluxo de caixa. O valor
futuro é também chamado de montante, capital acumulado ou, do inglês, future value, sen-
do normalmente representado por M, S ou VF. Nas calculadoras financeiras, é comumente
representado por FV.

O montante e o valor futuro, ou future value, só são iguais na data de vencimento da


obrigação. O valor futuro de um empréstimo ou aplicação pode ser calculado no dia
seguinte, enquanto o montante sempre se referirá ao valor na data do vencimento.

Prestação uniforme

Corresponde ao valor a ser pago ou recebido em cada período. Uma prestação uniforme
caracteriza-se por ser igual em determinada unidade monetária (dólar, real, TR etc.). Nas fór-
mulas da matemática financeira, é apresentada normalmente como R, já nas calculadoras
financeiras é, em geral, representada por PMT.

Período de capitalização

É o período de tempo em que dado capital sofre a incidência de juros, ou seja, representa de
quanto em quanto tempo os juros são incorporados ao principal. A capitalização dos juros,
22 MATEMÁTICA FINANCEIRA

conforme será analisado mais adiante, refere-se única e exclusivamente ao regime de juros
compostos.

Regime de capitalização

Indica se os juros serão incorporados ao capital pelo regime de capitalização simples, isto é,
por meio da utilização de juros simples, ou do regime de capitalização composta, pelo em-
prego de juros compostos (conforme será visto, não existe capitalização no regime de juros
simples).

Equivalência de capitais

Dois capitais são ditos equivalentes se, investidos ou emprestados à mesma taxa, produzem
um mesmo montante em uma mesma data, determinada apenas para efeito de comparação.

Para o investidor (detentor de reservas) ou para o tomador de recursos, dois capitais equiva-
lentes significam que qualquer tipo de troca com relação a datas de vencimento, por exem-
plo, é totalmente indiferente para eles, ou seja, não existem ganhos ou perdas para nenhu-
ma das partes.

Prazo das aplicações

Para efeito de cálculo de operações financeiras, utilizam-se dois conceitos diferentes. Na


contagem dos dias entre duas datas, sempre que elas estiverem previamente definidas (de
1o de fevereiro a 15 de março, por exemplo), emprega-se o ano civil, ou seja, consideram-se
365 dias, ou 366 se for bissexto, usando-se para o mês o número correto de dias.

Quando o intervalo exato entre duas datas não for conhecido, utiliza-se o ano comercial, isto
é, considera-se que o ano tenha 360 dias e que cada mês, sem exceção, possua 30 dias. O
mesmo conceito é usado para efeito de cálculo de taxas de juros para um empréstimo ou
uma aplicação por um intervalo de tempo menor do que a unidade de tempo estabelecida
para a taxa de juros.
23 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VOCÊ SABIA?

Dos conceitos apresentados, podem-se inferir, em matemática financeira, algumas


relações básicas que servem tanto para o regime de juros compostos quanto para o
regime de juros simples.

MONTANTE = PRINCIPAL + JUROS

JUROS = MONTANTE – PRINCIPAL

PRINCIPAL = MONTANTE – JUROS

PARE PARA PENSAR

Em um país sem inflação, você recebe uma herança de R$ 10 milhões.

Aplica o dinheiro em um banco a juros de 10% ao ano. Com o rendimento real de R$


1 milhão por ano, passa o verão na praia e o inverno esquiando na neve – está com a
vida que pediu a Deus!

O banco empresta os R$ 10 milhões a uma empresa à taxa de 20% ao ano, que aceita
essa condição porque seu investimento na produção lhe dará um lucro real de 25% ao
ano (taxa de retorno do investimento em cinco anos).
24 MATEMÁTICA FINANCEIRA

No final do outro ano, como muita gente seguiu o seu exemplo, vendendo suas em-
presas ou deixando de trabalhar para viver de juros, o banco, diante da oferta de mais
dinheiro e de tão pouca procura, passa a pagar só 5% ao ano de juros.

Você e seus seguidores, diante de tão baixa renda, resolvem voltar a trabalhar e a pro-
duzir, deixando de viver de juros, e o país volta a crescer e a produzir mais... Até o ciclo
se reiniciar e começar tudo de novo.

Juros simples

No regime de capitalização simples, ou de juros simples, apenas o capital inicial faz jus ao
rendimento, não importando o quanto já tenha acumulado.

Expressão dos juros

J = Cin

Exemplo:

Determine os juros de um capital de $ 1.000,00 aplicado à taxa de 10 % a.a. e pelo prazo de


quatro anos: J = 1.000 x 0,10 x 4 = 400,00

Expressão do montante

S=C+J

Logo:

S = C (1 + in)

Exemplo:

Determine o montante de um capital de $ 1.000,00 aplicado à taxa de 10 % a. a. e pelo prazo


de quatro anos: S = 1.000 (1 + 0,10 x 4) = 1.400,00

Antes de se efetuar o produto da taxa pelo prazo, deve-se observar se ambos estão expres-
sos na mesma unidade, ou seja, se são homogêneos. Consequentemente, há as seguintes
definições:
25 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Taxas proporcionais

A homogeneidade entre o tempo e a taxa nada mais é do que a relação de proporcionali-


dade entre duas taxas i e ik relativas, respectivamente, aos períodos n e k em uma mesma
unidade de tempo, pois:

ik = i
k

Em que k é o número de subperíodos do período n inteiro considerado.

Por exemplo, a taxa mensal proporcional à taxa anual de 15% é:

i12 = 15% = 1,25% a.m.


12

Taxas equivalentes

Se o rendimento de um capital à taxa de juros simples de 1% a.m. durante um ano for igual
ao juro do mesmo capital à taxa de juros simples de 12% a.a. durante um ano, diz-se que 1%
a.m. e 12% a.a. são taxas equivalentes.

Nesse caso, 1% a.m. e 12% a.a. são também proporcionais. Logo, no regime de capitalização
simples, taxas proporcionais também são equivalentes.

Prazo médio e taxa média

Para uma mesma taxa de juros, tem-se a seguinte expressão para o prazo médio:

n = C1n1 + C2n2 + ... + CKnK

C1 + C2 + ... + CK

Exemplo:

Imagine os capitais de $ 1.000,00 e $ 2.000,00 aplicados à mesma taxa, pelos prazos de


quatro e seis meses respectivamente. Para determinar o prazo médio pelo qual se devem
aplicar os $ 3.000,00 para se obter o mesmo rendimento, tem-se:

n = 1.000 x 4 + 2.000 x 6 = 5,3333 = 5 meses e 10 dias


1.000 + 2.000
26 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Por extensão, para um prazo comum a todos os capitais, tem-se a seguinte expressão para
a taxa média:

i = C1n1 + C2n2 + ... + Cknk

C1 + C2 + ... + Ck

NA PRÁTICA

Veja, a seguir, um quadro bem interessante para que você possa encontrar as taxas
equivalentes no regime de capitalização simples:

Taxa informada em Taxa procurada Cálculo

Dia Mês Multiplicar a taxa diária por 30

Mês Ano Multiplicar a taxa mensal por 12

Semana Mês Multiplicar a taxa semanal por 4,5

Trimestre Ano Multiplicar a taxa trimestral por 4

Mês Dia Dividir a taxa mensal por 30

Ano Mês Dividir a taxa anual por 12

Semana Dia Dividir a taxa semanal por 7

Quadrimestre Mês Dividir a taxa quadrimestral por 4

Quadro 1.1 Equivalência de taxas no regime de capitalização simples.


27 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Descontos

Define-se desconto como o juro cobrado para antecipar o pagamento de um título. Distin-
guemse dois tipos de desconto:

■■ Racional, verdadeiro ou por dentro – em que o juro é cobrado sobre o valor atual do
título.

■■ Comercial, bancário ou por fora – em que o desconto é cobrado sobre o valor nominal
do título.

Em qualquer um dos casos:

D=N–V

Em que:

N = valor nominal ou valor do título no vencimento

V = valor atual, líquido ou descontado

D = desconto

Desconto comercial simples

Expressão do desconto:
D = Ndn

Em que d é a taxa de desconto unitária.

Expressão do valor líquido:


V = N (1 – dn)
28 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Exemplo:
Uma nota promissória (NP) no valor nominal de $ 100.000,00 e com 105 dias de vencimen-
to foi descontada à taxa de 36% a.a. Para determinar o valor do desconto e o valor líquido,
tem-se:

D = 100.000 x 0,36 x 105 = 10.500


360

V = 100.000 – 10.500 = 89.500

Ou:

V = 100.000 (1 – 0,36 x 105) = 89.500


360

Taxa real

É a taxa de juros composta equivalente a uma taxa de desconto simples aplicada em deter-
minado prazo.

Para os dados do exemplo anterior:

100.000 = 89.500 (1 + i) 105/360

i = 46,28% a.a.

De modo geral, na unidade de tempo:

i= d
1–d
e

d= i__
1–i

Prazo médio

No caso de dois ou mais títulos, de prazos distintos, serem apresentados (borderô de des-
conto) para desconto a uma mesma taxa d de desconto para todos os títulos, pode-se des-
contar a soma dos valores nominais à taxa d pelo prazo médio.
29 MATEMÁTICA FINANCEIRA

O prazo médio nada mais é do que uma média ponderada na qual os capitais são os respec-
tivos pesos.

INFORMAÇÃO EXTRA

Outra diferenciação no cálculo dos juros refere-se à forma de pagamento. Os juros


podem ser efetivos, isto é, cobrados ao final do período, ou flat, quando são pagos
antecipadamente, no ato da liberação do empréstimo – forma mais comum de paga-
mento. Esse é o caso, por exemplo, das operações de desconto. Saiba como calcular
desconto de duplicata acessando o seguinte link do portal “Indústria Hoje”: <http://
www.industriahoje.com.br/como-calcular-desconto-de-duplicata>.

Unidade 3
Utilização da calculadora HP 12c

Diversas marcas e modelos de calculadoras financeiras encontram-se disponíveis no mer-


cado. Ao longo deste curso, será discutida a utilização da calculadora da marca líder de
mercado: HP 12c (figura 1.4). Os conceitos apresentados são válidos para as demais marcas,
30 MATEMÁTICA FINANCEIRA

eventualmente necessitando de pequenos ajustes que poderão ser verificados no manual


do usuário de cada calculadora.

Figura 1.4 Calculadora financeira HP 12c – modelo dourado.


Fonte: HP Museum.

Inicialmente, é importante destacar que, internamente, a calculadora armazena os dados


em quatro “pastas” (o termo correto é registradores de armazenamento), denominadas pe-
las letras T, Z, Y e X. Na pasta X, fica o número que aparece no visor. Se for pressionada a
tecla “ENTER”, ou introduzido algum outro número, o valor que estava na pasta X será trans-
ferido para a pasta Y. Simultaneamente, o número que estava na pasta Y será transferido
para a pasta Z, e o da pasta Z, para a pasta T. O que estava na pasta T será descartado.

NA PRÁTICA

Os operadores “÷”, “x”, “-” e “+” realizam, respectivamente, a divisão, a multiplicação, a


subtração e a soma do número que está na pasta Y pelo número que está na pasta X.
Assim, para calcular o valor de juros correspondente a 10% do valor de um principal
de $ 150,00, devem-se realizar as seguintes operações:
31 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Pressionar Visor Pasta X Pasta Y Pasta Z Pasta T

150 150,00 150,00 0,00 0,00 0,00

ENTER 150,00 150,00 150,00 0,00 0,00

10 10,00 10,00 150,00 0,00 0,00

100 100,00 100,00 10,00 150,00 0,00

÷ 0,10 0,10 150,00 0,00 0,00

x 15,00 15,00 0,00 0,00 0,00

Observa-se que o resultado obtido é $ 15,00.

Breve histórico da calculadora HP 12c

O site “HP Museum” (http://www.hpmuseum.org) apresenta a HP 12c como a calculadora


que não morrerá, sendo a mais antiga e mais vendida calculadora de todo o mundo. Embora
modelos mais novos e com muito mais recursos tenham sido lançados posteriormente, as
vendas da velha HP 12c seguem de vento em popa.

De todas as máquinas financeiras atualmente disponíveis no mercado, a HP 12c é, prova-


velmente, a mais antiga. Foi lançada em 1981, dentro da clássica série de calculadoras 10c,
composta das máquinas HP 10c, 11c, 12c, 15c e 16c, todas lançadas entre os anos de 1981
e 1985.

Suas características principais incluem o fato de possuir mais de 120 funções específicas
para usos em negócios, as quais permitem trabalhar com 20 diferentes fluxos de caixas,
operações com taxas internas de retorno e valores presentes líquidos. É caracterizada por
trabalhar com lógica RPN (do inglês, reverse polish notation, ou notação polonesa reversa) –,
o que permite uma entrada mais rápida de dados e a execução mais eficiente de cálculos.
Apresenta, ainda, de acordo com o site da HP (http://www.hp.com), baterias de longa dura-
ção, tamanho pequeno e conveniente, além de programação pelo teclado.

Alguns catálogos de vendas destacaram a superioridade mecânica de outros aparelhos,


como a HP 17bii (apresentada como 15 vezes mais rápida que a 12c e com capacidade de ar-
mazenamento e processamento quatro vezes superior) ou a HP 19bii (15 vezes mais rápida
e com capacidade nove vezes superior de processamento de informações).
32 MATEMÁTICA FINANCEIRA

E quais seriam as razões da persistência do uso da velha HP 12c a ponto, por exemplo, de
justificar sua aplicação em um texto escrito longos 30 anos depois? O próprio “HP Museum”
apresenta algumas justificativas:

■■ É uma calculadora puramente RPN, que vem do inglês, reverse polish notation (notação
polonesa reversa), sem opções algébricas para confundir o comprador ou usuário. As
calculadoras mais novas, HP 17b e 19b, foram lançadas em versões algébricas, rapida-
mente substituídas pelas versões bii, com RPN opcional.

■■ Os compradores, geralmente profissionais ligados a áreas de negócios, são sempre


ligeiramente conservadores – o que os torna aficionados pela HP 12c, já tradicional no
mercado.

■■ Como todas as outras calculadoras da série 10c, possui uma boa e sólida aparência,
“feita como um tijolo”, especialmente quando comparada a outros modelos de calcu-
ladoras disponíveis no mercado.

■■ Já se tornou parte do “elegante uniforme executivo de negócios”, o que a distingue


facilmente dos modelos mais baratos.

■■ Fornece as funções apropriadas, de forma adequada e pelo preço mais justo possível.

De modo geral, as duas principais características da calculadora poderiam ser representa-


das por sua robustez (bem cuidada, a máquina dura indeterminadamente) e sua simplicida-
de (é fácil de operar, possuindo as principais funções necessárias em matemática financeira,
por exemplo).

Com a evolução das planilhas eletrônicas, como o Excel, os usos da HP 12c ficaram limitados
a rápidas operações ou cálculos mais simples. Didaticamente, ainda representa excelente
recurso, pois executa as principais funções financeiras e apresenta um custo muito mais
baixo que o de um computador portátil, por exemplo.

Principais funções da HP 12c

As principais funções da calculadora HP 12c serão apresentadas a seguir.

Ligando a calculadora

A inicialização da calculadora ocorre quando pressionamos a tecla ON, localizada no canto


inferior esquerdo.
33 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Entendendo o teclado

As funções, na parte superior da tecla, que estão grafadas em laranja


Amort
são acionadas apenas quando pressionamos anteriormente a tecla “f”.

As funções, na parte central da tecla, que estão grafadas em branco são


n acionadas apenas quando pressionadas, não necessitando de auxílio de
outras teclas.

As funções, na parte inferior da tecla, que estão grafadas em azul são


12X
acionadas apenas quando pressionamos anteriormente a tecla “g”.

Quadro 1.2 Entendendo o teclado da HP 12c.

O uso do “ENTER”

A tecla “ENTER” é usada para separar números, assim como operações, portanto, quando se
insere o primeiro número e se pressiona “ENTER”, é informado à HP 12c que as operações
restantes serão referentes ao número anteriormente registrado. Pode-se, ainda, separar
duas operações trabalhando com seus resultados. Veja o exemplo a seguir.

Teclas Visor Significado

10 – ENTER – 2 x 20,00 Primeiro resultado

ENTER 20,00 Separação do número

5 – ENTER – 10 x 50,00 Segundo resultado

+ 70,00 Soma dos dois resultados

Quadro 1.3 Exemplo de utilização da tecla “ENTER”.

Funções básicas da HP 12c

Potenciação – “Yx”

Essa função eleva a base desejada à potência escolhida, em que Y representa a base, e X, a
potência. Observe o exemplo seguinte.
34 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Teclas Visor Significado

5 – ENTER – 4 – YX 625,00 54

1,08 – ENTER – 12 – YX 2,52 (1,08)12

0,50
181 – ENTER – 360 – / – YX (2,90)181/360
1,71

Quadro 1.4 Exemplos de cálculos de potenciação na HP 12c.

Inverso do número – “1/X”

Nessa função, o número 1 representa o todo, e X determina em quantas partes será dividido
o principal.

Teclas Visor Significado

10 – 1/X 0,10000 1/10

Quadro 1.5 Exemplo de cálculo na HP 12c.

Como é possível observar, o resultado significa 1/10 avos da base.

Raiz quadrada

Essa função possibilita extrair a raiz quadrada com maior facilidade e praticidade. É impor-
tante lembrar que, para acionar essa tecla, é necessário antes pressionar a tecla “g”.

Funções “g” e “f”

Essas duas teclas acionam várias outras, tais como: “BEG” (begin), “END”, “√x” (raiz quadra-
da), “M.DY”, “D.MY” etc. As teclas em azul são acionadas pela tecla “g”, e a “f” aciona as teclas
com nomenclatura de cor laranja, localizada na base das demais. Além disso, a função “f”
determina o número de casas decimais após a vírgula. Pode-se trabalhar conforme a seguir.

Números de casas decimais após a vírgula:

Teclas Visor Significado

F–5 0,00000 5 casas decimais após a vírgula

Quadro 1.5 Como ajustar os números de casas decimais na HP 12c.


35 MATEMÁTICA FINANCEIRA

“C” (“STO” + “EEX”)

Para que a calculadora efetue corretamente as operações financeiras, é necessário disponi-


bilizar no visor a letra “C”. Para acioná-la é simples: basta digitar esta sequência:

Teclas Visor Significado

STO – EEX C A função foi acionada.

Quadro 1.6 Configuração da função compound.

Funções “INTG” e “FRAC”

Essas duas funções têm como objetivo separar os números. A “INTG” disponibiliza a parte
inteira; e a “FRAC”, a parte fracionada. Observe.

Teclas Visor Significado

5,25 – g – INTG 5,0 Parte inteira do número

Quadro 1.7 Configuração da função INTG.

Teclas Visor Significado

5,25 – g – FRAC 0,25 Parte fracionada do número

Quadro 1.8 Configuração da função FRAC.

Funções “STO” e “RCL”

A tecla “STO” permite armazenar dados nas memórias disponíveis, que, por sua vez, podem
ser recordadas com o auxílio da tecla “RCL”, conforme o quadro a seguir.
36 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Teclas Visor Significado

125,00 – STO – 1 125,00 O número 125,00 foi armaze-


nado na memória 1.

CLX 0,00 O número foi apagado do


visor.

RCL – 1 125,00 A memória 1 foi resgatada.

Quadro 1.9 Configuração das funções “STO” e “RCL”.

Funções “CLEAR”: “∑”,“PRGM”, “FIN” e “REG”

A função “CLEAR” serve para apagar todos os registros e se divide nas seguintes classifica-
ções:

■■ ∑ – apaga todos os resultados armazenados decorrentes de somatória.

■■ PRGM – deleta todos os programas registrados no módulo de programação.

■■ FIN – elimina os dados apenas dos registradores financeiros (n, i, PV, PMT, FV).

■■ REG – apaga todos os dados registrados, tanto financeiros quanto os armazenados nas
memórias (STO).

Porcentagem

A HP 12c oferece três modalidades de funções de porcentagem:

■■ percentual (%);

■■ variação de percentual (∆%);

■■ percentual do total (%T).

Percentual – “%”

A função percentual informa em valores conforme a alíquota escolhida, ou seja, usa-se essa
função para saber quanto N% representa de um principal qualquer. Veja no exemplo se-
guinte.
37 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Ex.: Quanto é 25% de $ 100,00?

Teclas Visor Significado

100 – ENTER – 25 – % 25,00 É o resultado em valores.

Quadro 1.10 Exemplo de cálculos com percentuais.

Observe que a rotina é sequenciada da seguinte maneira:

1o) Digita-se o principal, ou valor, que se está usando como base de cálculo.

2o) Pressiona-se “ENTER” a fim de separar as operações.

3o) Digita-se a referência percentual e pressiona-se a tecla de percentual (%).

Variação de percentual – “∆%”

Esse recurso possibilita determinar variações de percentual tanto em casos de acréscimo


quanto de decréscimo.

Ex.: Acréscimo.

Suponha que um produto custasse $ 100,00 e, após três meses, passou a custar $ 112,50.
Qual foi a variação ocorrida?

Teclas Visor Significado

100,00 – ENTER 100,00 Registro do primeiro valor

Taxa correspondente à
112,50 – % 12,50
variação entre os valores

Quadro 1.11 Função variação de acréscimo percentual.

Observe que a rotina é sequenciada da seguinte maneira:

1o) Digita-se a base de cálculo (primeira referência).

2o) Pressiona-se “ENTER” a fim de registrar o número.

3o) Digita-se o segundo valor e pressiona-se a tecla de percentual (∆%).


38 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Ex.: Decréscimo.

Considere que determinado par de sapatos custasse $ 120,00 em janeiro de 2003. Seis me-
ses depois, em uma promoção na loja, o mesmo produto passou a ser vendido por $ 99,00.
Pede-se a variação em percentual.

Teclas Visor Significado

120,00 – ENTER 120,00 Registro do primeiro valor

Taxa correspondente à
99,90 – ∆% -16,75
variação entre os valores

Quadro 1.12 Função variação de decréscimo percentual.

No primeiro caso, houve um acréscimo de 12,50% em relação ao valor anterior, que era de
$ 100,00, e no segundo pode-se verificar um decréscimo de 16,75%. A função variação de
percentual sempre dará a taxa referente à variação, podendo esta se apresentar com sinal
positivo ou negativo, o que respectivamente se caracteriza como um acréscimo ou um de-
créscimo.

Percentual do total – “T%”

Quando é preciso saber quanto representa uma parte de um número em relação a um prin-
cipal, utiliza-se a tecla T%. Veja no exemplo a seguir.

Teclas Visor Significado

200,00 – ENTER 200,00 Registro do primeiro valor

Quanto em % representa o
13,00 – T% 6,50
valor ($ 13,00)

Quadro 1.13 Percentual do total.

Observe que a rotina é sequenciada da seguinte maneira:

1o) Digita-se a base de cálculo (valor principal).


39 MATEMÁTICA FINANCEIRA

2o) Pressiona-se “ENTER” a fim de registrar o número.

3o) Digita-se o valor que deseja determinar a representação em % e pressiona-se a tecla


percentual do total (T%).

Não se esqueça de que os resultados alcançados serão sempre positivos, uma vez que se
encontra uma parte do número.

VOCÊ SABIA?

Quantos dias de vida você tem? Geralmente, todos nós lembramos quantos anos te-
mos, mas e os dias que já vivemos? A calculadora HP 12c pode lhe informar isso! Você
sabia disso?

Pois é: a função calendário, que é acionada pela tecla “g”, permite calcular o número de dias
partindo de uma data específica, como quantos dias já vivemos da data do nosso nascimen-
to até hoje. Além disso, é possível encontrar datas passadas e até o número de dias contido
entre duas datas específicas.

A calculadora oferece duas modalidades de trabalho. São elas: “M.DY” e “D.MY”, ou seja, é
possível registrar as datas partindo, respectivamente, da sequência mês, dia e ano ou de dia,
mês e ano. É fundamental que os dados sejam inseridos de acordo com a modalidade para
que os resultados apresentem-se de forma correta. As modalidades são ativadas pela fun-
ção “g”. A HP 12c trabalha automaticamente com a modalidade “M.DY” (padrão americano),
no entanto esta não aparece no visor. Já o modo “D.MY”, quando ativado, fica disponibilizado
no visor. Quando usar a modalidade “D.MY”, digite primeiro o dia e depois o mês e o ano,
enquanto no modo “M.DY” é o inverso – primeiro, digite o mês e, em seguida, o dia e o ano.
Lembre-se de que o resultado se apresentará coerente com o modelo escolhido.
40 MATEMÁTICA FINANCEIRA

NA PRÁTICA

Veja como ficaria na prática o cálculo para descobrir em que dia da semana ocorreu o
nascimento de uma pessoa em 3 de julho de 1978?

Teclas Visor Significado

03.071978 – ENTER 03.071978 Registro da data do evento

O resultado só podia ser a pró-


0 – g – DATE 03.07.1978 1 pria data, mas repare o núme-
ro 1 no canto direito do visor.

Quadro 1.14 Instruções de cálculos na HP 12c.

A HP 12c informará, sempre que se calcular uma data, o dia da semana, que se traduz
na seguinte sequência:

1. segunda-feira;

2. terça-feira;

3. quarta-feira;

4. quinta-feira;

5. sexta-feira;

6. sábado;

7. domingo.

Assim, no exemplo citado, a pessoa nasceu em uma segunda-feira.

Agora é sua vez! Substitua a data informada pela data de seu aniversário e descubra
em que dia da semana você nasceu!
41 MATEMÁTICA FINANCEIRA

PARE PARA PENSAR

Todos nós sabemos exatamente quantos anos de vida já temos, mas sabemos exata-
mente quantos dias já vivemos?

Você talvez não tenha prestado atenção a isso, mas a calculadora HP 12c consegue lhe
informar quantos dias de vida você já viveu.

Vamos continuar com o exemplo de uma pessoa que nasceu em 3 de julho de 1978.

Essa pessoa nascida em 03/07/1978 quer saber quantos dias viveu até o dia 05/01/2016.

Teclas Visor Significado

03.071978 – ENTER 03.071978 Registro da data do evento

Número de dias contido entre


05.012016 – g – D. YS 13.700
as datas informadas

Quadro: Instruções de cálculos na HP 12c.

Essa pessoa viveu 13.700 dias no período considerado!


42 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

É possível utilizar a calculadora HP 12c sem necessariamente ter de comprar a má-


quina. Existem vários aplicativos para smartphones que você pode facilmente baixar
na Apple Store e nas lojas Android. Você também tem a opção de usar emuladores
gratuitos, disponíveis online na internet. Um emulador da HP 12c recomendado é o
do banco Bradesco, acessível por meio do seguinte link: <http://institucional.bradesco.
com.br/hotsites/treinet/matematicafinanceira/HP12C.html>.

Resumo

No primeiro módulo da disciplina Matemática Financeira, você pôde se aprofundar nos con-
ceitos iniciais da disciplina, tais como valor do dinheiro no tempo, taxa de juros e fluxo de
caixa. Você descobriu que, uma vez que o dinheiro possui valor no tempo, uma avaliação de
fluxos de caixa somente é possível de ser feita se todos os valores de caixa estiverem atua-
lizados para uma mesma data e que duas taxas de juros são ditas equivalentes se aplicadas
sobre um mesmo capital, em certo período de tempo, e produzirem o mesmo montante.

Além disso, viu os critérios do cálculo financeiro, por meio do regime de capitalização de
juros simples (linear), além das operações de descontos simples, ou desconto bancário. No
regime de capitalização simples, os juros incidem sobre o capital proporcionalmente, sem
remuneração dos juros devidos.

Outro ponto abordado foi a utilização da calculadora HP 12c, que pode ser usada como ins-
trumento muito eficaz para auxílio aos cálculos financeiros, e é possível constatar isso já no
próximo módulo, quando será abordado o regime de capitalização composta.

Espera-se que este módulo tenha servido de base para dar seguimento ao seu aprendizado
sobre cálculos e operações financeiras mais complexas.
Módulo 2

JUROS COMPOSTOS
introdução do módulo

Para começar este módulo, veja uma citação muito especial e reflexiva: “Os juros compostos
são a mais poderosa invenção humana”. O autor dessa afirmação foi ninguém mais, nin-
guém menos que Albert Einstein. Em toda a sua genialidade, Einstein pôde observar quão
forte e poderoso é o regime de capitalização de juros compostos.

De fato, o esse regime é muito relevante, e praticamente 99% das operações realizadas no
mercado financeiro o adotam. Portanto, ele é o regime mais útil para cálculos de problemas
do dia a dia.

Entendem-se os juros compostos como o que popularmente se chama de “juros sobre ju-
ros”. Nesse regime, os juros gerados a cada período são incorporados ao principal para o
cálculo dos juros do período seguinte, ou seja, o rendimento gerado pela aplicação será
incorporado a ela, passando a participar da geração do rendimento no período seguinte;
diz-se, então, que os juros são capitalizados. A capitalização ocorre no momento em que os
juros são incorporados ao principal.

Neste módulo, serão abordados os principais conceitos do regime de capitalização de juros


compostos, bem como os procedimentos para cálculo e aplicação em problemas do dia a
dia, utilizando como ferramenta de auxílio à resolução dos problemas a calculadora HP 12c.
OBJETIVOS DO MÓDULO

Ao completar este módulo de estudo, você estará apto a:

■■ Diferenciar os regimes de capitalização.

■■ Relatar as regras básicas do regime de capitalização composta.

■■ Calcular a equivalência de taxas de juros.

■■ Identificar a fórmula do montante ou valor futuro (FV).

■■ Identificar a fórmula do capital ou valor presente (PV).

■■ Realizar operações financeiras de capitalização (FV) e desconto (PV).

■■ Identificar o efeito da inflação sobre as decisões e os investimentos.

estrutura do módulo

Para melhor compreensão das questões que envolvem o regime de capitalização de juros
compostos, este módulo está dividido em:

■■ Unidade 1 – Introdução

■■ Unidade 2 – Taxas de juros compostas

■■ Unidade 3 – Medidas da inflação


46 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Unidade 1
Introdução

O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e, portanto, o mais útil
para cálculos de problemas do dia a dia. Os juros gerados a cada período são incorporados
ao principal para o cálculo dos juros do período seguinte. Matematicamente, o cálculo a ju-
ros compostos é conhecido por cálculo exponencial de juros.

De forma a se compararem os regimes de capitalização, veja a aplicação de $ 1.000,00 du-


rante três meses à taxa de 10% a.m., de forma a ter os seguintes rendimentos e montantes
no regime de juros simples e no regime de juros compostos.

Juros simples Juros compostos

Mês Rendimento Montante Rendimento Montante

1 $ 1.000 x 0,1 = $ 100 $ 1.100 $ 1.000 x 0,1 = $ 100 $ 1.100

2 $ 1.000 x 0,1 = $ 100 $ 1.200 $ 1.100 x 0,1 = $ 110 $ 1.210

3 $ 1.000 x 0,1 = $ 100 $ 1.300 $ 1.210 x 0,1 = $ 121 $ 1.331

Quadro 2.1 Comparação dos regimes de capitalização simples x composta.


47 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Indiscutivelmente, o dinheiro cresce mais rapidamente a juros compostos do que a juros


simples. A juros compostos, o dinheiro cresce exponencialmente em progressão geométrica
ao longo do tempo, dado que os rendimentos de cada período são incorporados ao saldo
anterior e passam, por sua vez, a render juros. No regime de juros simples, o montante cres-
ce linearmente, pois os juros de um determinado período não são incorporados ao principal
para o cálculo do período seguinte (não há capitalização de juros nesse regime).

Fórmulas básicas do regime de capitalização composta

Expressão genérica para juros compostos:

FV = PV x (1 + i)n

PV = FV / (1 + i)n

i = (FV/PV) (1 / n) – 1

n = Log (1 + i) (FV/PV)

Em que:

n = número de períodos

PV = principal aplicado (valor presente)

i = taxa de juros expressa em decimais

FV = valor futuro, ou seja, total de juros mais principal

Exemplo 1 – Cálculo do montante ou valor futuro (FV)

Qual será o montante acumulado em seis anos, a uma taxa de 10% a.a., no regime de juros
compostos, a partir de um principal inicial de $ 100,00?

Solução utilizando a fórmula:

FV = PV (1 + i)n = 100,00 (1 + 0,1)6 = 177,16

Fazendo passo a passo:

Seja a principal P1 no início do ano 1, P2 no início do ano 2, e assim sucessivamente.

Seja o montante S1 ao final do ano 1, S2 ao final do ano 2, e assim sucessivamente.

Seja o total de juros pagos J1 ao final do ano 1, J2 ao final do ano 2, e assim sucessivamente.

Em que J = iP.
48 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Fazendo o reinvestimento – período a período, até o sexto período – de todo o disponível ao


final do período anterior, tem-se:

No início do ano 1: P1 = $ 100,00


No final do ano 1: P1 + J1 = S1 = 100 +10 = 110

No início do ano 2: P2 = $ 110,00


No final do ano 2: P2 + J2 = S2 = 110 + 11 = 121

No início do ano 3: P3 = $ 121,00


No final do ano 3: P3 + J3 = S3 = 121 +12,10 = 133,10

No início do ano 4: P4 = $ 133,10


No final do ano 4: P4 + J4 = S4 = 133,10 + 13,31 = 146,41

No início do ano 5: P5 = $ 146,41


No final do ano 5: P5 + J5 = S5 = 146,41 + 14,64 = 161,05

No início do ano 6: P6 = $ 161,05


No final do ano 6: P6 + J6 = S6 = 161,05 + 16,10 = 177,16

NA PRÁTICA

Resolva o exercício do exemplo 1 na calculadora HP 12c. É só proceder às instruções


a seguir.
49 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Calculadora HP 12c

Teclas Explicação

(f) (FIN) Apaga a memória financeira.

Entra com o valor do principal com sinal negativo


100 (CHS) (PV)
(CHS – CHangeSign – muda o sinal).

10 (i) Entra com a taxa de juros.

6 (n) Entra com o número de períodos.

(FV) → 177,16 Calcula o montante.

Quadro 2.2 Resolução do exemplo na HP 12c.

Muito mais prático e rápido, não acha?!

Exemplo 2 – Cálculo do capital ou valor presente (PV)

Que principal deve ser aplicado hoje para que, daqui a 12 meses, tenha-se acumulado um
montante de 1.000, no regime de juros compostos, a uma taxa de 3% a.m.?

Solução:

FV = 1.000
n = 12
i = 3 % ou, em base decimal, 0,03
PV = ?

PV x (1 + 0,03)12 = 1.000
PV = 1.000 / {(1 + 0,03)12}
PV = $ 701,38

Fazendo com a HP 12 – C, tem-se:

12 → tecla n, representando que n períodos são 12 períodos;


3 → tecla i, representando que os juros do período são 3%;
0 → tecla PMT, representando que não haverá pagamentos nem recebimentos no decorrer
dos períodos;
1000 → tecla FV, representando que o valor futuro FV (final do prazo da operação) será $ 1.000;
tecla PV → calculadora entra em running e fornece: -701,37.
50 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Observação: o sinal do valor em FV será sempre diferente do sinal do valor em PV, posto
que, para a calculadora, um valor é recebimento e o outro, pagamento (ou vice-versa).

Exemplo 3 – Cálculo dos juros (i)

A que taxa de juros um capital de $ 2.000 obtém um rendimento de $ 280 em dois meses?

Solução:

PV = 2.000
n=2
FV = 2.280
i = ?

Fazendo com a HP 12c, tem-se:

f (FIN) → Apaga a memória financeira da máquina.


2000 (CHS) PV → Entra com o valor do principal com sinal negativo.
2 (n) → Entra com o número de períodos.
2280 (FV) → Entra com o valor do montante.
40
(i) → 6,77 calcula a taxa de juros a.m.

NA PRÁTICA

Exemplo ilustrativo de aplicação em um título de renda fixa:

Admita um título com valor nominal (valor de face) de $ 1.000,00 que promete pagar
rendimentos (cupons) de 10% ao ano. Os cupons são pagos semestralmente, e o prazo
de emissão do título é de quatro anos. Determine o preço de mercado desse título na
hipótese de os investidores exigirem uma taxa de retorno semestral igual a 6,0% a.s.
51 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Solução:

Valor do cupom semestral: 10% ao ano sobre $ 1.000,00 = $ 100,00 / 2 = $ 50,00

P0 = 50,00 + 50,00 + 50,00 + ... + 1.050,00 = $937,90


1,06 1,062 1,063 1,068

Calculadora HP 12c

Teclas Significado

(f) (FIN) Limpeza dos registradores de armazenamento

50 g CFj Pagamento do cupom do 1o ao 7o semestre

Número de repetições do cupom no período de sete


7 g Nj
semestres

1050 Pagamento do último semestre – cupom mais resgate

6i Taxa de desconto semestral

f NPV $ 937,90, que é o preço corrente do título para i = 6%

Quadro 2.3 Solução na HP 12c.

VOCÊ SABIA?

Todos nós sabemos que os juros do cheque especial no Brasil são altíssimos. Logo, ima-
gine uma situação hipotética em que Joãozinho tenha esquecido o valor de R$ 100,00
negativo em uma conta-corrente, utilizando-se para isso do seu crédito no cheque
especial.
52 MATEMÁTICA FINANCEIRA

A situação hipotética refere-se a uma mudança de cidade, e Joãozinho simplesmente


nem se lembrava desse saldo negativo em sua conta. Passaram-se 12 anos, na verda-
de exatos 144 meses, desde que Joãozinho esqueceu aquele saldo negativo em conta-
corrente.

Num belo dia, Joãozinho recebeu uma carta em sua residência pedindo-lhe que pro-
curasse a agência bancária mais próxima. Ele ficou confuso e foi lá conferir. Foi muito
bem recebido pelo gerente, que lhe explicou toda a situação.

Chegou a hora de acertar as contas. Acompanhe a conta. A taxa de juros composta


para o cheque especial do banco do Joãozinho é de 7,77% a.m.; com essa informação
já podemos calcular o seu débito.

Utilize a calculadora financeira:

Calculadora HP 12c

Teclas Explicação

(f) (FIN) Apaga a memória financeira.

Entra com o valor do principal com sinal negativo


100 (CHS) (PV)
(CHS – CHangeSign – muda o sinal).

7,77 (i) Entra com a taxa de juros.

144 (n) Entra com o número de períodos.

(FV) → 4.782.942,19 Calcula o montante.

Quadro 2.4 Solução na HP 12c.

Está assustado? Todos ficam assustados com um montante desses! Mas essa é a re-
alidade da taxa de juros praticada no Brasil. O débito do Joãozinho atualizado é de
R$ 4.782.942,19 (quatro milhões, setecentos e oitenta e dois mil, novecentos e quaren-
ta e dois reais e dezenove centavos).

Aproveite o exemplo e calcule agora o quanto Joãozinho teria acumulado de montante


nos mesmos prazo e capital se ele tivesse esquecido os recursos na caderneta de pou-
pança. A poupança, no Brasil, tem um rendimento médio de cerca de 0,6% a.m. Faça
as contas e compare!
53 MATEMÁTICA FINANCEIRA

PARE PARA PENSAR

A força dos juros compostos

Você está com 21 anos e acaba de concluir a universidade. Após ler sobre matemática
financeira, decidiu começar a poupar imediatamente para sua aposentadoria. Seu ob-
jetivo é ter $ 1 milhão quando se aposentar, aos 65 anos de idade. Supondo que você
receba uma taxa de 10% ao ano sobre sua poupança, quanto deve poupar, ao fim de
cada ano, para atingir seu objetivo?

A resposta é $ 1.532,24, mas esse montante depende criticamente da taxa obtida com
suas poupanças. Se ela caísse para 8% ao ano, sua poupança anual necessária aumen-
taria para $ 2.801,52, ao passo que, se a taxa subisse para 12% ao ano, você precisaria
poupar apenas $ 825,21.

O que aconteceria se você fosse como a maioria de nós e esperasse até mais tarde
para se preocupar com a aposentadoria? Se esperar até os 40 anos de idade, você terá
de poupar $ 10.168 por ano a fim de alcançar o seu objetivo de $ 1 milhão, supondo
que você obtenha uma taxa de 10% ao ano, e $ 13.679 caso consiga ganhar apenas
8%. Se você esperar até os 50 anos e então ganhar 8% ao ano, será necessário poupar
$ 36.830 por ano.

Ainda que $ 1 milhão possa parecer uma enorme quantia, ela não o será quando você
estiver pronto para se aposentar. Se a inflação média anual, durante os próximos 44
anos, for de 5%, o seu poder de compra de $ 1 milhão valerá somente $ 116.861 em
unidades monetárias de hoje. A uma taxa de retorno de 8%, e supondo que você so-
breviva 20 anos após a aposentadoria, sua renda anual, como aposentado, seria de
$ 11.903, bruto de impostos. Portanto, depois de comemorar a formatura e o seu novo
emprego, comece a poupar!
54 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

Existem inúmeros produtos financeiros de investimentos de renda fixa no Brasil.


Quando a taxa de juros da economia está alta, trata-se de um bom momento para o
investidor de renda fixa. A taxa média de remuneração dos títulos privados de renda
fixa (CDBs – certificados de depósito bancário) é medida pela taxa DI (média das taxas
de juros praticadas por todos os bancos no Brasil).

Para mais informações, acesse o site da Cetip, que é uma integradora do mercado fi-
nanceiro, por meio do seguinte link: <https://www.cetip.com.br>.

Unidade 2
Taxas de juros compostas

Taxas efetiva, proporcional, equivalente e nominal

Taxa efetiva

Taxa efetiva é aquela em que a unidade de referência de tempo coincide com as unidades
de tempo dos períodos de capitalização.

■■ 3% ao mês, capitalizados mensalmente

■■ 4% ao trimestre, capitalizados trimestralmente

■■ 6% ao semestre, capitalizados semestralmente

■■ 10% ao ano, capitalizados anualmente


55 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Taxa proporcional

Duas ou mais taxas são ditas proporcionais quando, ao serem aplicadas a um mesmo prin-
cipal durante um mesmo prazo, produzem um mesmo montante acumulado no final desse
prazo no regime de juros simples. O conceito de taxas proporcionais está, portanto, direta-
mente ligado a esse regime.

Fórmulas utilizadas:

id x 360 = im x 12 = it x 4 = is x 2 = ia

Exemplos:

Qual será o montante acumulado no final de quatro anos a partir de um principal de $ 100,00,
a uma taxa de juros de 12% a.a., no regime de juros simples?

S = 100,00 (1 + 0,12 x 4) = 148,00

Qual será o montante acumulado no final de quatro anos a partir de um principal de $ 100,00,
a uma taxa de juros de 6% a.s., no regime de juros simples?

S = 100,00 (1 + 0,06 x 8) = 148,00

Qual será o montante acumulado no final de quatro anos a partir de um principal de $ 100,00,
a uma taxa de juros de 3% a.t., no regime de juros simples?

S = 100,00 (1 + 0,03 x 16) = 148,00

Conclusão: as taxas de 12% ao ano, 6% ao semestre e 3% ao trimestre são proporcionais.

Taxas equivalentes

Duas ou mais taxas são consideradas equivalentes quando, ao serem aplicadas a um mes-
mo principal, durante um mesmo prazo, produzem igual montante acumulado no final des-
se prazo no regime de juros compostos. O conceito de taxas equivalentes está, portanto,
diretamente ligado ao regime de juros compostos.

Exemplos:

Qual será o montante acumulado no final de um ano a partir de um principal de $ 100,00, a


uma taxa de juros de 1% a.m., no regime de juros compostos?

FV = PV (1 + i)n = 100,00 (1,01)12 = $ 112,68


56 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Qual será o montante acumulado no final de um ano a partir de um principal de $ 100,00, a


uma taxa de juros de 12,683% a.a., no regime de juros compostos?

FV = PV (1 + i) n = 100,00 (1,01) 12 = $ 112,68

Conclusão: os juros de 1% a.m. produzem um crescimento efetivo do dinheiro de 12,683%


a.a. Assim, as taxas de 1% a.m. e 12,683% a.a. são taxas equivalentes.

Fórmulas de equivalência no tempo:

(1 + id) 360 = (1 + im) 12 = (1 + it) 4 = (1 + is) 2 = (1 + ia)

Em que:

id = taxa de juros diária;


im = taxa de juros mensal;
it = taxa de juros trimestral;
is = taxa de juros semestral;
ia = taxa de juros anual.

NA PRÁTICA

Para resolver problemas de equivalência de taxas de juros compostas na calculadora


HP 12c, devem-se realizar os seguintes passos:

Iremos arbitrar o capital de 100, uma vez que qualquer valor que render em um capital
de 100 será o rendimento percentual do período.

Por exemplo, suponha que você queira saber a taxa anual equivalente de 1% a.m.
57 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Calculadora HP 12c

Teclas Explicação

(f) (FIN) Apaga a memória financeira.

Entra com o valor do principal com sinal negativo


100 (CHS) (PV)
(CHS – CHangeSign – muda o sinal).

1 (i) Entra com a taxa de juros.

12 (n) Entra com o número de períodos.

(FV) → 112,68 Calcula o montante.

Desconta o capital inicial arbitrado de 100 e tem o


100 (-) → 12,68
resultado.

Quadro 2.5 Equivalência de taxas na HP 12c.

Repare que a taxa equivalente de 1% a.m. é 12,68% a.a., ou seja, um capital de $ 100,00
aplicado à taxa de juros mensal composta de 1% a.m. pelo período de 12 meses ren-
derá 12,68% no período.

PARE PARA PENSAR

Como são realizados os cálculos de juros compostos com períodos fracionários na


calculadora HP 12c?
58 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Exemplo 1: Qual é a taxa mensal equivalente à taxa de 12% a.a.?

(1 + im)12 = (1 + ia)
(1 + ia) = 1 + 0,12 = 1,12
(1 + im)12 = 1,12
1 + im = (1,12)(1/12)
im = (1,12)(1/12) – 1
im = 0,95

Veja como resolver o exemplo na calculadora HP 12c. Repare que o período do fluxo
de caixa será um número fracionado, sendo 1 ano ÷ 12 meses, que é igual a 0,08333.
Para resolver de forma automática esse problema, considere o capital arbitrado de
100 e siga as instruções:

Teclas Explicação

(f) (FIN) Apaga a memória financeira.

Entra com o valor do principal com sinal negativo


100 (CHS) (PV)
(CHS – CHangeSign – muda o sinal).

12 (i) Entra com a taxa de juros.

30 [ENTER] 360 ÷ (n) Calcula e entra com o prazo em meses.

(FV) → 100,95 Calcula o montante.

Desconta o capital inicial arbitrado de 100 e tem o


100 (-) → 0,95
resultado.

Quadro 2.6 Solução do exemplo na HP 12c.

Repare que na calculadora HP 12c sempre se irá considerar a taxa de juros informada
na questão – no caso do problema de equivalência, só há a taxa informada de 12% a.a.,
portanto ela será utilizada na calculadora – no período que se normaliza de forma que
fique proporcional aos meses. 

Sendo assim, a taxa equivalente mensal de 12% a.a. é 0,95% a.m.


59 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Exemplo 2: Quais são as taxas anual, semestral, trimestral e diária equivalentes à taxa de 3% a.m.?

Solução colocando a taxa em base decimal mensal:

im = 3 / 100 = 0,03

Taxa anual:
(1 + im)12 = (1 + ia)
(1 + 0,03)12 = (1 + ia) = 1,42576
ia = 0,42576 = 42,576% a.a.

Taxa semestral:
(1+ is)2 = (1 + im)12
(1 + is) = (1 + im)6
is = (1 + im)6 – 1
is = (1 + 0,03)6 – 1
is = 0,194052 = 19,4052% a.s.

Taxa trimestral:
(1 + it) = (1 + im)3
it = (1 + im)3 – 1
it = (1,03)3 – 1
it = 0,092727 = 9,2727% a.t.

Taxa diária:
(1 + id)30 = (1 + im)
id = {raiz (30) de (1 + im)} – 1
id = raiz (30) de (1,03) – 1
id = 0,000986 = 0,098578% a.d.

Taxa nominal

Taxa nominal é aquela em que a unidade de referência de tempo não coincide com a uni-
dade de tempo dos períodos de capitalização. A taxa nominal é quase sempre fornecida em
termos anuais, e os períodos de capitalização podem ser semestrais, trimestrais ou mensais.
60 MATEMÁTICA FINANCEIRA

São exemplos de taxas nominais:

■■ 12% ao ano, capitalizados mensalmente;

■■ 24% ao ano, capitalizados semestralmente;

■■ 10% ao ano, capitalizados trimestralmente.

A taxa nominal é bastante utilizada no mercado, mas seu valor nunca é usado nos cálculos
por não representar uma taxa efetiva. O que realmente interessa é a taxa efetiva embutida
na taxa nominal, pois será ela a efetivamente aplicada em cada período de capitalização.

Para entender o significado de uma taxa nominal, veja as taxas efetivas que decorrem dela:

12% a.a. capitalizados mensalmente significam uma taxa efetiva de:

12% a.a. = 1% ao mês


12 meses

24% a.a. capitalizados semestralmente significam uma taxa efetiva de:

24% a.a. = 12% ao semestre


2 semestres

10% a.a. capitalizados trimestralmente significam uma taxa efetiva de:

10% a.a. = 2,5% ao trimestre


4 trimestres

Nesse ponto da solução de um problema, devem-se abandonar as taxas nominais e realizar


todos os cálculos com as taxas efetivas correspondentes, ou seja, 1% ao mês, 12% ao semes-
tre e 2,5% ao trimestre.

Conforme se pode observar, tem-se a taxa efetiva embutida na taxa nominal, feita no regi-
me de juros simples. Evidentemente, a taxa anual equivalente a essa taxa efetiva embutida
é maior do que a taxa nominal que lhe deu origem, pois essa equivalência é feita no regime
de juros compostos.
61 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VOCÊ SABIA?

A taxa de juros de uma operação pode ser qualificada de nominal, efetiva, aparente,
real, prefixada, pós-fixada, over e interna de retorno.

Veja o conceito de cada tipo de taxa de juros a seguir.

■■ Taxa nominal, ou taxa líquida – é a declarada nas operações correntes, nos contratos
de empréstimos e financiamentos, nos folhetos publicitários etc. Entre outras coisas,
costuma embutir a expectativa inflacionária, o ganho almejado e os diversos custos do
agente financeiro.

■■ Taxa efetiva, ou taxa bruta – corresponde ao fator definidor da evolução do inves-


timento e do juro devido considerando o prazo e o regime financeiro da operação.
Quando computa todos os custos do financiamento, como taxa de abertura de crédito,
impostos etc., é dita taxa efetiva global.

■■ Taxa aparente – é a que agrega juro com correção monetária.

■■ Taxa real – é a que desconsidera a correção monetária (computa exclusivamente o juro).

■■ Taxa prefixada – é a que define o ganho global da operação, que independe da


correção monetária a ser observada no período.

■■ Taxa pós-fixada – é a que define o ganho real, deixando em aberto o adicional devido
em razão da correção monetária que se vai constatar no período.

■■ Taxa over – é a referida a operações em que o tempo é contado em termos do número


de dias úteis entre duas datas. Por suas origem e característica, é frequentemente en-
contrada nos financiamentos e nas aplicações interbancárias e também na negociação
de títulos públicos e certificados de depósito interbancários (CDIs).

■■ Taxa interna de retorno – é a que equaliza determinado fluxo de capitais e mede o


retorno efetivo de um investimento.
62 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

A taxa over equivalente é usada pelo mercado financeiro para determinar a rentabili-
dade por dia útil, normalmente multiplicada por 30 (conversão do mercado financeiro).
Nas empresas, em geral, é utilizada para escolher a melhor taxa para investimento.

Essa prática ganhou maior importância principalmente no início dos anos 1990. Várias
aplicações são efetuadas tomando como base os dias úteis; entre elas, temos as ope-
rações de CDIs (certificados de depósitos interbancários).

Mais detalhes e exemplos podem ser encontrados no livro “Matemática financeira apli-
cada”, de Anísio Costa Castelo Branco, 3a edição, editora Cengage Learning, p. 55-59.

unidadE 3
medIdas da InFLação
63 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Um índice de preços resulta de um procedimento estatístico que, entre outras aplicações,


permite medir as variações ocorridas nos níveis gerais de preços de um período para outro.
Em outras palavras, ele representa uma média global das variações de preços que se veri-
ficaram em um conjunto de determinados bens, ponderada pelas respectivas quantidades.

No Brasil, são utilizados inúmeros índices de preços, que têm origem em amostragem e
critérios distintos e são elaborados por diferentes instituições de pesquisa (IBGE, FGV, entre
outros). Antes de selecionar um índice para atualização de valores monetários, deve-se ana-
lisar a sua representatividade em relação aos propósitos em questão.

Observando a evolução desses índices, pode-se identificar como os preços gerais da econo-
mia variaram no período. Para tanto, relaciona-se o índice do fim do período que se deseja
estudar com o do início.

A taxa de inflação, a partir de índices de preços, pode ser medida por:

θ = (I1 / I0) – 1

Em que:
θ = taxa de inflação procurada
I1 = índice de preços relativo à data desejada, ou data-referência
I0 = índice relativo à data inicial, ou data-base.

NA PRÁTICA

Exercício resolvido no 1

Com base nos índices, calcule a inflação ocorrida entre os meses de agosto e dezem-
bro de 1996:

■■ θ = (134,689 / 132,679) – 1 = 1,0151 → 1,51% 


64 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Dessa forma, os ajustes para se conhecer a evolução real de valores monetários em inflação
se processam mediante indexações (inflacionamento) e desindexações (deflacionamento)
dos valores aparentes por meio de índices de preços.

A indexação consiste em corrigir os valores aparentes de uma data em moeda repre-


sentativa de mesmo poder de compra em momento posterior. A desindexação, ao con-
trário, envolve transformar valores aparentes em moeda representativa de mesmo po-
der de compra em um momento anterior.

NA PRÁTICA

Exercício resolvido no 2

Com base nos índices, analise se houve ganho ou perda em uma transação que envol-
veu a aquisição de um bem em agosto por $ 200.000 e sua venda em novembro por
$ 220.000:

■■ Inflação do período: θ = (133,517 / 132,679) – 1 = 1,00632 → 0,632%

■■ Valor do bem em dezembro (inflacionamento): C1 = 1,00632 x 200.000 = 201.264,00

■■ Ganho (comparação na mesma data): 220.000 / 201.264 = 1,09309 → + 9,309% 

O comportamento da inflação se processa de maneira exponencial, ocorrendo aumento


de preço sobre um valor que já incorpora acréscimos apurados em períodos anteriores.
Da mesma forma que o regime de juros compostos, a formação da taxa de inflação asse-
melha-se a uma progressão geométrica, verificando-se “juros sobre juros”. São válidos para
a inflação os mesmos conceitos de juros compostos e de taxas de juros equivalentes aqui
apresentados.
65 MATEMÁTICA FINANCEIRA

NA PRÁTICA

Exercício resolvido no 3

Determine a taxa de inflação acumulada nos três primeiros meses de 1996 sabendo-se
que as taxas de inflação para janeiro, fevereiro e março do ano em questão, medidas
pelo IGPM/FGV, foram, respectivamente, 1,73%, 0,97% e 0,40%.

■■ θacum = [(1 + 0,0173) x (1 + 0,097) x (1 + 0,004)] – 1 = 0,0313 → 3,13% 

Exercício resolvido no 4

A taxa de inflação de determinado ano é 25%. Determine a taxa mensal de inflação


equivalente.

■■ θ = 25% a.a. → θMENSAL = (1 + 0,25) 1/12 – 1 = 0,018769 → 1,88% a.m. 

Taxas de juros reais e aparentes

Em um contexto inflacionário, sabe-se que um capital P corrigido por uma taxa de inflação
q produz um montante C1 = C0 . (1 + θ) em determinado período. Corrigindo-se novamente
esse montante a uma taxa de juros i, obtém-se outro montante – C2 = C0 . (1 + θ) x (1 + r), do
qual é deduzida a expressão da taxa aparente θ’ de remuneração do capital inicial investido:1

θ’ = [(1 + r) x (1 + 0)] – 1

1. A taxa de inflação comporta-se essencialmente como a fórmula de juros compostos. Se, por exemplo, um
produto custa hoje $ 100 e a taxa de inflação é de 20% ao mês, o produto deverá ser vendido no próximo mês a
$ 120, no mês seguinte a $ 144, e assim por diante, de modo a compensar a desvalorização sofrida pela moeda.
66 MATEMÁTICA FINANCEIRA

A avaliação econômico-financeira de projetos é realizada usualmente a preços constantes,


ou seja, a preços relativos a uma data-base, produzindo a mensuração da rentabilidade real
do referido projeto. Em uma economia inflacionária, entretanto, os preços são continua-
mente indexados aos valores relativos à data-base do projeto, implicando a correção dos
valores futuros de fluxo de caixa em relação àquela referência. Consequentemente, obtém-
se uma taxa aparente de retorno relacionada à taxa real de retorno, que seria obtida se o
estudo fosse efetuado à moeda constante por meio da equação.

Em resumo, a taxa aparente de juros θ é uma taxa de juros composta de uma parcela de
juros real e outra de inflação, ou seja, é uma taxa de juros que traz embutida a inflação em
curso. Já a taxa de juros r é uma taxa teoricamente pura, isto é, uma taxa que reflete o juro
efetivamente envolvido em uma operação.

NA PRÁTICA

Exercício resolvido no 5

Em determinado momento da economia, cuja inflação está em torno de 2% a.m., quan-


to renderia, em termos reais, uma aplicação de capital oferecida a 5% a.m.?

■■ Como a taxa oferecida é a aparente, θ’ = 5 % a.m., torna-se necessário alterar a


disposição da expressão (2) para o cálculo da taxa real de juros:

i = [(1 + θ’) / (1 + θ)] – 1 i = [(1 + 0,05) / (1 + 0,02)] – 1 = 0,0294 → 2,94% a.m. 

A inflação pode ser definida como uma situação de aumentos contínuos e generalizados
dos preços de bens e serviços em uma economia, ou seja, do nível geral de preços. Portanto,
para que se possa caracterizar um movimento inflacionário, é necessário que ocorra a ele-
vação dos diversos preços dos bens produzidos pela economia.
67 MATEMÁTICA FINANCEIRA

O aumento isolado de um não caracteriza uma situação de inflação, mas sim de um choque
de preço. O fenômeno inflacionário exige, também, a elevação contínua dos preços durante
um período de tempo, e não meramente um aumento esporádico de preços. Como a infla-
ção representa uma elevação dos preços monetários, ela significa que o valor real da moeda
é depreciado, ou seja, há necessidade de maior quantidade de moeda para comprar a mes-
ma quantidade de produtos.

PARE PARA PENSAR

Se não for corrigida, uma das consequências da inflação é provocar uma transferência
de renda entre credores e devedores. Outra consequência importante do ponto de vis-
ta financeiro é a ilusão, ou mesmo imprevisibilidade, de rentabilidade das operações
financeiras.

VOCÊ SABIA?

A inflação não é um problema novo. Um dos períodos mais remotos de rápido aumen-
to de nível de preços de que se tem registro ocorreu na antiga Grécia, por volta de 330
a.C., logo após a conquista da Pérsia por Alexandre, o Grande, e a transferência que se
fez do ouro então adquirido para a Grécia. O ouro substituiu a prata como moeda, e
os preços e os salários elevaram-se por toda a região. 2

2. GRIFFITHS, B. Inflação: o preço da prosperidade. São Paulo: Pioneira, 1981.


68 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

A taxa de inflação em uma economia é avaliada segundo índices de preços. Um índice


de preços procura medir a mudança que ocorre nos níveis de preço de um período
para outro. Como há diferentes maneiras de medi-los, também há diferentes medidas
de inflação. No Brasil, o índice de preços que mede a inflação oficial é o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).

Para mais informações, acesse os seguintes portais:

■■ <http://dados.gov.br/dataset/indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo-ipca>;
■■ <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.
shtm>.

Resumo

No segundo módulo da disciplina Matemática Financeira, você pôde diferenciar os regimes


de capitalização simples e composta, além de se aprofundar nos conceitos e nas aplicações
do regime de capitalização composta, o famoso regime dos “juros sobre juros” e o mais uti-
lizado em todo o mercado financeiro.

A fórmula do montante ou valor futuro (FV) foi apresentada, assim como toda a sua sistemá-
tica de acumulação do capital, utilizando inclusive exemplos de cálculos na calculadora HP
12c. Também foi apresentada a fórmula do capital ou valor presente (PV) com exemplos de
cálculos na calculadora HP 12c.

Também foram vistos os diversos tipos de taxas de juros, seus conceitos e as suas aplicações
no dia a dia do gestor financeiro, bem como a equivalência entre as taxas de juros compos-
tas em diferentes períodos de tempo. Outro ponto abordado foi a inflação. É tão importante
levar em conta a inflação nas decisões de investimentos quanto nas decisões de poupança.

Espera-se que este módulo tenha servido para que você possa evoluir ainda mais no seu
crescimento pessoal e profissional.
Módulo 3

SÉRIES DE
PAGAMENTOS
introdução do módulo

Você viu, nos módulos anteriores, que os fluxos de caixa apresentados possuíam sempre
dois pagamentos, normalmente o valor presente (PV) e o valor futuro (FV).

Agora estudará as situações em que há mais de um pagamento, ou seja, as operações envol-


vendo pagamentos ou recebimentos periódicos e não periódicos, tanto pelo regime de juros
simples como pelo regime de juros compostos.

De um modo geral, uma série de pagamentos corresponde a toda e qualquer sequência de


entradas ou saídas de caixa com o objetivo de amortizar uma dívida ou capitalizar um mon-
tante (FV). As séries podem ser constantes, se os fluxos de caixas apresentarem-se sempre
iguais, ou variáveis, ou seja, se os fluxos não forem iguais entre si.

Neste módulo, serão abordados os principais conceitos e cálculos referentes à série de pa-
gamentos e também os coeficientes de financiamento.
OBJETIVOS DO MÓDULO

Ao completar este módulo de estudo, você estará apto a:

■■ Identificar uma série de pagamentos uniforme.

■■ Calcular o valor de prestação (PMT) de uma série de pagamentos uniforme.

■■ Identificar uma série de pagamentos não uniforme.

■■ Determinar o valor presente (PV) e o valor futuro (FV) de uma série de pagamentos não
uniforme.

■■ Identificar o valor de prestação (PMT) por meio do coeficiente de financiamento.

■■ Calcular o custo efetivo total em uma operação de empréstimo.

estrutura do módulo

Para melhor compreensão das questões que envolvem séries de pagamentos, este módulo
está dividido em:

■■ Unidade 1 – Séries de pagamento uniforme

■■ Unidade 2 – Séries de pagamento não uniforme

■■ Unidade 3 – Coeficientes de financiamento


72 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Unidade 1
Séries de pagamentos uniforme

Todos os dias, há situações em que é preciso decidir qual a melhor alternativa de consumo
ou poupança. Parcelamentos ou recomposição de débitos e alternativas de investimentos
a serem realizadas com vistas ao aumento de produtividade são também decisões com as
quais é preciso se defrontar periodicamente.

Estudando as séries de pagamento, é possível encontrar o instrumental necessário para


equacionar uma parcela substancial desses acontecimentos, identificando-os, analisando
-os e resolvendo-os de forma correta e consistente.
73 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Classificação das séries de pagamentos:

a. Quanto ao tempo
■■ Temporária – quando tem um número limitado de pagamentos.
■■ Infinita – quando tem um número infinito de pagamentos.

b. Quanto à constância ou à periodicidade


■■ Periódicas – quando os pagamentos correm em intervalos de tempo iguais.
■■ Não periódicas – quando os pagamentos ocorrem em intervalos de tempo variáveis.

c. Quanto ao valor dos pagamentos


■■ Fixos ou uniformes – quando todos os pagamentos são iguais.
■■ Variáveis – quando os valores dos pagamentos variam.

d. Quanto ao vencimento do primeiro pagamento


■■ Imediata – quando o primeiro pagamento ocorre exatamente no primeiro período
da série.
■■ Diferida – quando o primeiro pagamento não ocorre no primeiro período da série,
ou seja, ocorrerá em períodos subsequentes.

e. Quanto ao momento dos pagamentos


■■ Antecipadas – quando o primeiro pagamento ocorre no momento “0” (zero) da
série de pagamentos.
■■ Postecipadas – quando os pagamentos ocorrem no fim dos períodos.

Anuidades

Anuidade, ou renda certa, é uma série finita ou infinita de pagamentos ou recebimentos


exigíveis em períodos predeterminados com o objetivo de liquidar uma dívida ou constituir
um capital.

Termo de uma anuidade

Representa o valor do pagamento ou do recebimento (valor de cada parcela da anuidade) a


ser incorrido em uma data preestabelecida. O termo de uma anuidade é usualmente repre-
sentado pela letra R.
74 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Anuidade temporária

Anuidade temporária é aquela em que os termos da anuidade têm um período de tempo


definido, ou seja, a anuidade tem início e fim preestabelecidos.

Anuidade diferida

Uma anuidade é definida como diferida quando o primeiro pagamento ou recebimento só


é efetuado no início de um determinado período, contado a partir da data de origem. Se o
vencimento ocorrer no início desse período, a anuidade é dita diferida antecipada, caso con-
trário é chamada de diferida postecipada.

Anuidade postecipada

Uma anuidade é definida como postecipada quando o primeiro pagamento ou recebimento


ocorre no final de cada período de tempo a que se referir a taxa de juros considerada.

Valor atual da anuidade

O valor atual de uma anuidade postecipada é igual à soma dos valores atuais de cada um de
seus termos. Tem-se, então:

P = R(1 + i)-1 + R(1 + i)-2 + R(1 + i)-3 + ........................... + R(1 + i)-n

Colocando R em evidência, tem-se:

P = R[(1 + i)-1 + (1 + i)-2 + (1 + i)-3 + ........................... + (1 + i)-n]

Observa-se que a série entre colchetes é uma progressão geométrica (PG) de razão (1 + i)-1
e primeiro termo igual a (1 + i)-1. Da fórmula da soma dos n primeiros termos de uma PG,
tem-se:

S = a1 [qn – 1] ÷ [q – 1]

Ainda, P = R x S.
75 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Aplicando a fórmula da soma de uma PG, obtém-se:

P = R (1+ i)n – 1
i (1 + i)n

Montante

Montante de uma anuidade postecipada de n termos é a soma dos valores capitalizados à


taxa de juros da anuidade de cada um de seus termos.

Sabe-se que:
M = P(1 + i)n

P = R (1+ i)n – 1
i (1 + i)n

E que, logo, procedendo às devidas substituições, tem-se:

M = R (1+ i)n – 1
i

Valor da anuidade

Para se calcular o valor da anuidade, é necessário conhecer o valor do montante (FV) ou do


valor presente (PV). Como você já sabe calcular o montante e o valor atual conhecido da
anuidade, para efetuar o cálculo da anuidade, basta alterar as fórmulas.

Conhecido o montante:

R=M i
(1+ i)n –1

Conhecido o valor atual:


R = P i(1+ i)n
(1+ i)n –1
76 MATEMÁTICA FINANCEIRA

NA PRÁTICA

Cálculo de anuidades postecipadas na HP 12c

A HP 12c efetua o cálculo do valor atual (PV), do montante (FV) e do valor da prestação
de uma anuidade postecipada. As etapas são as seguintes:

Cálculo da prestação

1. Apague os registradores financeiros pressionando “f FIN”.

2. Introduza o prazo da anuidade em n.

3. Insira a taxa de juros (não esqueça que prazo e taxa têm de estar na mesma
unidade).

4. Introduza o valor atual pressionando “CHS PV” ou o montante pressionando “FV”.

5. Pressione “PMT”.

Cálculo do valor atual

1. Apague os registradores financeiros pressionando “f FIN”.

2. Introduza o prazo da anuidade em n.

3. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que prazo e taxa têm que estar na mes-
ma unidade).

4. Introduza o valor da prestação pressionando “CHS PMT”.

5. Pressione “PV”.

Cálculo do montante

1. Apague os registradores financeiros pressionando “f FIN”.

2. Introduza o prazo da anuidade em n.

3. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que prazo e taxa têm que estar na mes-
ma unidade).

4. Introduza o valor da prestação pressionando “CHS PMT”.

5. Pressione “FV”.
77 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Importante: Antes de efetuar os cálculos relativos a anuidades postecipadas, verifi-


que se a calculadora está no modo postecipado ou antecipado. Se houver no visor a
indicação BEGIN, ela estará no modo antecipado, e os cálculos serão feitos para uma
anuidade antecipada, conforme será visto a seguir. Se não houver nenhuma indicação
no visor, a calculadora estará no modo postecipado, sendo os cálculos feitos para uma
anuidade postecipada.

Exemplos:

Um indivíduo deposita mensalmente a importância de $ 5.000,00 em uma instituição


financeira que paga juros à taxa de 24% a.a. com capitalização mensal. Determine o
valor de resgate ao final de 24 meses.

Utilizando fórmulas:

M = 5.000 (1+ 0,02) 24 –1 = 152.109,31


0,02
M = R (1+ i)n –1
i

Utilizando a HP:

Teclas Visor Observações

f FIN 0,00 Apaga registradores financeiros.

24 ENTER 12 i 2,00 Calcula e introduz a taxa efetiva.

24 n 24,00 Introduz o prazo do investimento.

5000 CHS PMT 5.000,00 Introduz o valor dos termos.

FV 152.109,31 Apresenta o valor do montante da anuidade.

Quadro 3.1 Solução na HP 12c.

Suponha que você planeje comprar um imóvel por meio de financiamento direto da
incorporadora. O valor total do empreendimento é $ 60.000,00 e, por seu cash flow
pessoal, você verifica que só pode dispor de $ 700,00 mensais. Sabendo que a taxa
78 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Utilizando a HP:

Teclas Visor Observações

f FIN 0,00 Apaga registradores financeiros.

1i 1,00 Calcula e armazena a taxa mensal de juros.

60000 PV 60000 Introduz o prazo do empréstimo.

700 CHS PMT -700 Introduz o valor das prestações.

N 196 Apresenta o número de prestações necessárias.

ENTER 12 16,33 16 anos e 4 meses*

Quadro 3.2 Solução na HP 12c.


*Ao pressionar essa tecla, verifica-se o prazo necessário para liquidar o empréstimo.

Nesse exemplo, ficou claro que o número de pagamentos corretos é 195, sendo o úl-
timo uma prestação inferior a $ 700,00. Em casos como esse, pode-se calcular o valor
da última prestação procedendo da seguinte maneira:

Teclas Visor Observações

196 n 196,00 Introduz o número de prestações calculadas.

12 ENTER 12 i 1,00 Calcula e introduz a taxa de juros mensal.

Apresenta o excedente de pagamentos de


FV 305,49
$ 700,00.

RCL PMT - 700 Recupera o valor original da prestação.

+ 394,51 Valor da última prestação (prestação 196)

Quadro 3.3 Cálculo do valor da última prestação na HP 12c.

Importante: Repare que, ao iniciar o cálculo, não se deve pressionar “f FIN”. A razão
desse procedimento prende-se ao fato de se estarem utilizando as informações conti-
das nos registradores financeiros.

Partindo do exemplo anterior, suponha que você prefira pagar o valor correto da pres-
tação 196 juntamente com a parcela 195, de forma a economizar os juros entre esse
período (entre as duas prestações). Qual seria o valor da prestação 195?
79 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Teclas Visor Observações

195 n 195,00 Introduz o número de pagamentos.

Apresenta o valor do saldo devedor após o paga-


FV 390,60
mento de 195 parcelas.

RCL PMT -700 Recupera o valor das prestações.

+ 1.090,60 Acerto para liquidação do saldo devedor


Quadro 3.4 Solução na HP 12c.

Anuidades antecipadas

Uma anuidade é definida como antecipada quando o primeiro pagamento ou recebimento


ocorre no início de cada período de tempo a que se refere a taxa de juros considerada.

Valor atual da anuidade

Olhando-se a anuidade no ponto -1, o valor atual p’ nada mais é do que o valor atual de uma
anuidade postecipada de n termos.

Logo, ao calcular o valor atual em -1, é preciso mudar a data focal para o período 0.

p’ = R [(1+ i)n –1] (1+ i)


i(1+i)n

Tem-se, então:

Montante da anuidade

Assim como no cálculo do valor atual da anuidade antecipada, o montante M’ em n –1 é igual


ao montante de uma anuidade postecipada de n termos.

Logo, ao calcular o valor futuro em n – 1, é preciso mudar a data focal para o período n. Tem-
se, então:

M’ = R [(1+ i)n –1] (1+ i)


i
80 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Valor da anuidade

Como você já sabe calcular o montante e o valor atual conhecido da anuidade, para efetuar
o cálculo da anuidade, basta alterar as fórmulas:

Dado o montante:

R = M’ i
[(1+ i) –1] (1+ i)
n

Dado o valor atual:


R = p’ i(1+i)n
[(1+ i)n –1] (1+ i)

Cálculo de anuidades antecipadas na HP 12c

A HP 12c efetua o cálculo do valor atual, do montante e do valor do termo de uma anuidade
antecipada. As etapas são as seguintes:

Cálculo do termo

1. Apague os registradores financeiros pressionando “f FIN”.

2. Informe à calculadora que a anuidade é antecipada pressionando “g BEG”.

3. Introduza o prazo de anuidade em n.

4. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que o prazo e a taxa têm que estar na mesma
unidade).

5. Introduza o valor atual pressionando “CHS PV”, ou o montante pressionando “FV”.

6. Pressione “PMT”.

Cálculo do valor atual

1. Apague os registradores financeiros pressionando “f FIN”.

2. Informe à calculadora que a anuidade é antecipada pressionando “g BEG”.

3. Introduza o prazo de anuidade em n.


81 MATEMÁTICA FINANCEIRA

4. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que o prazo e a taxa têm que estar na mesma
unidade).

5. Introduza o valor do termo pressionando “CHS PMT”.

6. Pressione “PV”.

Cálculo do montante

1. Apague os registradores financeiros pressionando “f FIN”.

2. Informe à calculadora que a anuidade é antecipada pressionando “g BEG”.

3. Introduza o prazo de anuidade em n.

4. Insira a taxa de juros (não se esqueça de que o prazo e a taxa têm que estar na mesma
unidade).

5. Introduza o valor do termo pressionando “CHS PMT”.

6. Pressione “FV”.

NA PRÁTICA

Uma empresa tomou um empréstimo de $ 50.000,00 para pagamento em 12 presta-


ções mensais, sendo a primeira paga no ato da liberação do financiamento. Sabendo-
se que o banco cobra uma taxa de juros de 15% a.s. com capitalização mensal, calcule
o valor da prestação.

Utilizando fórmulas:

R = p’ i(1+ i)n
[(1+ i)n –1] (1+ i)

R = 50.000 0,025 (1 + 0,025)12


[(1+ 0,025)12 –1] (1+ 0,025)
82 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Utilizando a HP:

Teclas Visor Observações

f FIN 0,00 Apaga os registradores financeiros.

g BEG 0,00 Informa que os termos são antecipados.

50000 CHS PV -50.000,00 Introduz o valor do empréstimo.

15 ENTER 15,00 Introduz a taxa de juros semestral.

6 i 2,50 Calcula e introduz a taxa efetiva mensal.

12 n 12,00 Introduz o prazo do empréstimo.

PMT 4.755,47 Apresenta o valor da prestação

Quadro 3.5 Solução na HP 12c.

Séries perpétuas

As séries perpétuas, também denominadas perpetuidades ou séries infinitas, são aquelas


cujos pagamentos ou recebimentos estendem-se ad eternum. Exemplos característicos de
séries perpétuas podem ser vistos em planos de aposentadoria, que geram renda vitalícia,
ou em títulos corporativos, que pagam juros eternamente.

Fluxo de caixa de uma série perpétua

Valor presente

Pagamentos ou recebimentos ad eternum

Gráfico 3.1 Fluxo de caixa de uma série perpétua.


83 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Para calcular valores presentes de séries perpétuas sem crescimento, pode-se aplicar a fór-
mula de Gordon:

VP = PMT
i

Em que:
VP = valor presente
PMT= fluxo de caixa perpétuo
i = taxa de juros da operação

NA PRÁTICA

Uma empresa pensa em emitir títulos de dívida com pagamento eterno de juros anu-
ais no valor de $ 5.000,00. Sabendo-se que a taxa de juros apropriada para o risco da
operação é igual a 20% ao ano, quanto a empresa estima receber por título comercia-
lizado?

Para achar o valor presente do título, basta aplicar a fórmula:

VP = PTM = 5.000,00 = $ 25.000,00.


i 0,20

A empresa deve esperar receber $ 25.000,00 para cada título negociado.

Séries uniformes de pagamento diferidas

São aquelas em que os períodos ou intervalos de tempo entre as prestações (PMT) ocorrem
pelo menos a partir do segundo período, ou seja, se for considerado um período qualquer
como (n), o período seguinte será (n + 1), o próximo será (n + 2), e assim sucessivamente.
84 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Fluxo de caixa de uma série uniforme diferida:

PMT

1 2 n n+1 n+2 n+3 n+4


0

Gráfico 3.2 Fluxo de caixa de uma série de pagamento diferida.

NA PRÁTICA

Uma mercadoria encontra-se em promoção e é comercializada em cinco prestações


iguais de $ 150,00. A loja está oferecendo, ainda, uma carência de cinco meses para
o primeiro pagamento. Determine o valor à vista dessa mercadoria sabendo-se que a
taxa de juros praticada pela loja é de 3% ao mês.

Solução na calculadora HP 12c:


f REG
150 CHS PMT
g END
5n
3i
PV
686,96 CHS PV
0 PMT
4n
PV
$ 610,35
85 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VOCÊ SABIA?

Existe uma fórmula matemática para ficar milionário! É sério! Todos nós podemos ficar
milionários, é só aplicar a fórmula a seguir:

Se você aplicar $ 532,24 mensalmente em uma aplicação financeira de baixo risco com
rendimento de 1% a.m., no final de 25 anos (ou seja, 300 meses) você terá acumulado
$ 1.000.000.

Para ser um milionário, é necessário ter disciplina! Gostou?

PARE PARA PENSAR

Economizando para a faculdade

Sua filha tem dez anos de idade e você está planejando abrir uma conta para pagar as
despesas da faculdade dela. O curso custa atualmente o valor de $ 15.000, e espera-se
que aumente à razão de 5% a.a. Quanto você terá de depositar mensalmente, rece-
bendo juros de 1% a.m., para ter dinheiro suficiente para pagar os estudos de sua filha
daqui a 8 anos (ou seja, em 96 meses)?

Primeiro, você deve capitalizar o custo do curso, que gerará um montante (FV) de
$ 22.161,83. Posteriormente, é só fazer o cálculo do PMT (prestação) na calculadora
HP 12c e descobrir que deverá aplicar mensalmente a quantia de $ 138,57.
86 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

A prestação já é uma “tradição” no comércio em geral, e o argumento de vendas dos


grandes varejistas é: “Quer pagar quanto?”. De forma a orientar o público sobre o
valor das prestações e dos juros nesses financiamentos, inúmeras ferramentas estão
disponíveis. Para mais informações sobre cálculo de prestações e juros na internet,
recomenda-se a calculadora do cidadão do Banco Central do Brasil, cujo acesso se dá
pelo seguinte link: <https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormFinan-
ciamentoPrestacoesFixas.do?method=exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas>.

Unidade 2
Séries de pagamentos não uniforme

Nesta unidade, são estudadas as operações que envolvem uma série de pagamentos ou
recebimentos com aplicações práticas bem mais generalizadas, que será aqui denominada
simplesmente de fluxo de caixa (do inglês, cash flow – CF) recebido ou a receber, cuja inci-
dência se dá no tempo nos respectivos períodos j = 1, 2, 3, ..., n.
87 MATEMÁTICA FINANCEIRA

São comuns as situações em que as projeções dos fluxos de caixa das aplicações financeiras
ou dos projetos de investimento são crescentes ou decrescentes ao longo do tempo. Nesses
casos, no que concerne ao valor de seus termos ou às periodicidades, o valor presente (PV)
é obtido pela somatória de cada um dos fluxos de caixa atualizados (descapitalizados) até
o momento atual (presente), ou seja, deve-se trazer a valor presente, individualmente, cada
um dos fluxos de caixa esperados. A fórmula básica de cálculo é a seguinte:

Σ
CFj
PV =
(i +1)j

Em que:
CFj= valor (fluxo de caixa) a ser recebido ou pago no período j
i = taxa de desconto da operação

NA PRÁTICA

Considere um investimento cujos recebimentos de caixa ocorrem nos períodos de 1


a 5, conforme fluxo de caixa a seguir. Se a taxa de juros exigida pela empresa é de 7%
a.p., determine o valor presente dos recebimentos.
500

300
250
200
100

i = 7% a.p.

PV = ?

Gráfico 3.3 Fluxo de caixa de uma série não uniforme.

Solução:

VP = 250 + 200 + 300 + 100 + 500 = 1.086


(1 + 0,07) (1 + 0,07) (1 + 0,07) (1 + 0,07) (1 + 0,07)
1 2 3 4 5
88 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Assim, pelo conceito de valor presente, torna-se indiferente (equivalente), para uma
taxa de 7% a.p., o recebimento de $ 1.086 à vista ou em cinco parcelas distintas – de
$ 250, $ 200, $ 300, $ 100 e $ 500, respectivamente. O valor presente exprime, para
determinada taxa de desconto, o valor equivalente de uma série de pagamentos ou
recebimentos no momento atual.

A calculadora HP 12c possui algumas funções financeiras específicas para análise de fluxos
de caixa não uniformes, que estão apresentadas no quadro seguinte.

Teclas Descrição

[g] [CFo] Do inglês cash flow 0, armazena o fluxo de caixa na data zero.

[g] [CFj] Do inglês cash flow j, armazena o fluxo de caixa na data j (j entre 1 e 20).

[g] [Nj] Armazena o número de fluxos de caixa repetidos.

Do inglês net present value, calcula o valor presente líquido de um fluxo


[f] [NPV]
de caixa não uniforme.

Do inglês internal rate of return, calcula a taxa interna de retorno de um


[f] [IRR]
fluxo de caixa não uniforme.

Quadro 3.6 Registradores financeiros da HP 12c para série não uniforme.

Solução do exemplo anterior na calculadora HP 12c:

Teclas Visor Observações

f FIN 0,00 Apaga os registradores financeiros.

0 CHS g CFo 0,00 Introduz o valor atual.

250 g CFj 250,00 Introduz o valor do primeiro pagamento.

200 g CFj 200,00 Introduz o valor do segundo pagamento.

300 g CFj 300,00 Introduz o valor do terceiro pagamento.

100 g CFj 100,00 Introduz o valor do quarto pagamento.

500 g CFj 500,00 Introduz o valor do quinto pagamento.

7i 7,00 Introduz a taxa efetiva do período.

F NPV 1086,00 Apresenta o cálculo o valor presente líquido.

Quadro 3.7 Solução na HP 12c.


89 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Montante ou valor futuro (FV) de uma série não uniforme

A identidade do montante (valor futuro – FV) para uma série de pagamentos ou recebimen-
tos não uniformes, ao contrário do valor presente, corrige cada um dos valores de caixa para
uma data futura. A formulação de cálculo pode ser representada da seguinte forma:

FV = Σ CFJ (1 + i)J

NA PRÁTICA

O valor futuro ao final do período do fluxo de caixa apresentado no exemplo anterior,


utilizando-se da mesma taxa de 7% a.p., atinge:

FV = 250 (1 + 0,07)4 + 200 (1 + 0,07)3 + 300 (1 +0,07)2 + 100 (1 + 0,07)1 + 500

Observe, na figura do fluxo de caixa, que o fluxo do período 1 está afastado 4 períodos
do período 5, no qual se deseja calcular o valor futuro. O mesmo ocorre para os demais,
ou seja, deve-se calcular a diferença entre o período final do valor futuro e os períodos
de ocorrência de cada fluxo de caixa para usar como j na fórmula do valor futuro.

FV = 327,70 + 245,01 + 343,47 + 107 + 500 = $ 1.523,18


90 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VOCÊ SABIA?

Os dois principais indicadores de viabilidade de um projeto ou investimento são con-


ceitos de matemática financeira. São eles: o valor presente líquido (VPL) e a taxa inter-
na de retorno (TIR).

O cálculo para se chegar a esses dois importantes indicadores do mundo das finanças
e dos investimentos é uma operação de fluxo de caixa descontado (FCD), ou seja, des-
conto de uma série não uniforme, estudada nesta unidade do curso.

PARE PARA PENSAR

Adquirindo um pequeno negócio

Imagine uma situação em que seu amigo lhe ofereça uma oportunidade de negócio.
Ele está querendo lhe vender a empresa dele, que tem um escritório de contabilidade
já estabelecido, com vários clientes na carteira.

Analisando os números da empresa, você descobriu que os recebimentos variam de


acordo com os contratos – em determinados anos, o fluxo de caixa líquido da empresa
tende a ser maior e, em outros, menor. O fluxo de caixa projetado para os próximos
cinco anos é de: ano 1: $ 15.000; ano 2: $ 20.000; ano 3 $ 18.000; ano 4: $ 25.000; ano
5: $ 20.000. Você espera ter um retorno de 12% a.a. com o negócio.

Assim, o preço justo (valor presente) da oportunidade é de $ 69.385,27.


91 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

Valuation é o nome dado ao processo de avaliação de uma empresa ou de um negó-


cio. O método mais utilizado para avaliar uma empresa é o fluxo de caixa descontado,
que consiste em descontar os fluxos de caixa futuros, a valor presente, mediante uma
taxa de desconto que represente o custo de capital do negócio, tal como calculado
nesta unidade, mas, para se chegar aos fluxos projetados, vários procedimentos são
realizados antes. Veja mais informações sobre como calcular o valor de uma empresa
no site da Endeavor por meio do seguinte link: <https://endeavor.org.br/valuation-co-
mo-calcular-o-valor-da-sua-empresa>.

Unidade 3
Coeficientes de financiamento
92 MATEMÁTICA FINANCEIRA

O coeficiente de financiamento indica o valor da prestação que deve ser paga por cada uni-
dade monetária que está sendo tomada emprestada. Em outras palavras: para cada $ 1,00
tomado emprestado, quanto o devedor pagará de prestação?

Se o coeficiente for igual a 0,07, por exemplo, entende-se que o tomador de recursos deva
pagar $ 0,07 de prestação para cada $ 1,00 de dívida. Assim, se levantou um empréstimo de
$ 50.000,00, deve pagar prestações iguais a: 0,07 x $ 50.000,00 = $ 3.500,00.

Pela identidade considerada de valor presente para séries uniformes (fluxos de caixa iguais
e periódicos), pode-se determinar o valor de uma prestação pela construção de coeficientes
de financiamento (CF).

PV = PMT (i + 1)n -1 = PMTXFPV


(i + 1)n xi

Isolando o valor da prestação (PMT), tem-se:

PMT = PV
FPV

Ou ainda:

PMT = PVX 1
FPV

Pelo demonstrado, pode-se observar que o coeficiente de financiamento é o inverso do fa-


tor de valor presente (CF = 1/FPV), conforme calculado.

NA PRÁTICA

Na prática

Valor do coeficiente

Admita uma taxa de juros de 2% ao mês e um financiamento em 10 prestações men-


sais iguais e sem entrada (0 + 10). Calcule o coeficiente de financiamento (CF).
93 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Solução:
Dados:
i = 2% a.m.
n = 10 meses

FPV = (1 + 0,02)10 -1
(i + 0,02)10 x0,02

FPV = 8,982585

CF = 1 = 0,11132653
8,982585

O coeficiente de financiamento é normalmente expresso nas operações de mercado


com seis casas decimais.

Com a ajuda de uma calculadora financeira, tem-se:

Comandos Significado

f REG Limpa os registradores de armazenamento.

1 CHS PV Valor presente igual a $ 1 no caso do CF

2i Informa a taxa de juros.

10 n Informa o prazo.

g END Coloca a calculadora no modo de execução SEM ENTRADA.

PMT Apresenta o do coeficiente de financiamento (CF)

Quadro 3.8 Comandos na HP 12c.

Para calcular cada prestação, basta multiplicar o valor do financiamento solicitado


pelo coeficiente de financiamento calculado. Por exemplo, para um financiamento de
$ 100.000,00, estão previstas 10 prestações mensais, iguais e sucessivas de $ 11.132,65,
ou seja:

PMT = $ 100.000,00 x 0,11132653 = $ 11.132,65

Também pode ser feito o processo inverso: dados um coeficiente de financiamento e


seu prazo, é possível descobrir a taxa de juros que está sendo trabalhada.
94 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Taxa de juros embutida no CF

Seja 0,0575566 um coeficiente de financiamento (CF) para 36 meses, sendo a primeira


prestação paga no ato como entrada (1 + 35), determine a taxa de juros cobrada.

Solução:
Dados:
n = 36 meses
CF = 0,0575566
PV = 1
0,0575566 = 1

(1 + i)36 -1
(1 + i)36-1 xi

I = 5% a.m.

Com a ajuda da calculadora HP 12c, tem-se:

Comandos Significado

f REG Limpa os registradores de armazenamento.

1 CHS PV Valor presente igual a $ 1 no caso do CF

36 n Informa o prazo.

0.0575566 PMT Informa o CF.

Coloca a calculadora no modo de execução COM ENTRADA (1a


g BEGIN
prestação paga no ato).

i Calcula a taxa de juros (custo efetivo do financiamento).

Quadro 3.9 Solução na HP 12c.


95 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VOCÊ SABIA?

Em processo de financiamento de bens de consumo (crédito direto ao consumidor –


CDC), geralmente são cobradas taxas de abertura de crédito, as famosas TAC. O valor
varia de instituição para instituição, mas o importante é se informar se o seu financia-
mento possui ou não esse encargo. Isso porque a TAC aumenta o custo efetivo total da
operação, uma vez que o seu valor é acrescido ao valor do financiamento, tornando a
transação mais onerosa.

PARE PARA PENSAR

Os coeficientes de financiamento se popularizaram de tal modo, que as empresas re-


vendedoras de veículos treinam muito bem o seu pessoal de vendas para trabalhar
com uma tabela de coeficientes.

Logicamente, quanto maior o coeficiente sobre um determinado capital, maior será o


valor da prestação e, consequentemente, da taxa de juros efetiva cobrada. Portanto,
quando for financiar o seu carro, pergunte ao vendedor qual o coeficiente de finan-
ciamento que ele utilizou para calcular a prestação de seu financiamento. Valorize seu
dinheiro!
96 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

Nos últimos anos, o crédito direto ao consumidor aumentou substancialmente no Bra-


sil. São várias opções, com prazos de pagamentos bastante dilatados. Antes de con-
tratar uma operação de financiamento para aquisição de bens duráveis, o consumidor
deve estar atento. A taxa de juros do empréstimo deve ser analisada, bem como todas
as tarifas e os encargos que aumentam o custo efetivo total da operação.

Saiba mais como é viabilizado o crédito direto ao consumidor no Portal Brasil por meio
do link: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2009/11/saiba-como-viabili-
zar-o-credito-direto-ao-consumidor>.

Resumo

No terceiro módulo da disciplina Matemática Financeira, você pôde diferenciar as séries


de pagamento em constantes (uniforme) ou variáveis (não uniforme), além de conhecer e
calcular o valor presente (PV) e o valor futuro (FV) de uma série de pagamento. Também foi
estudado como são calculadas as prestações de um financiamento, bem como o conceito de
coeficiente de financiamento.

Em um país como o Brasil, o conhecimento de séries de pagamentos, bem como todas as


suas implicações e o seu cálculo, é fundamental para tomar boas decisões financeiras. Você
viu que a taxa de juros tem um peso enorme no valor a ser pago de um financiamento e que
é preciso analisar cuidadosamente antes de realizar qualquer operação.

Espera-se que este módulo tenha servido para que você possa evoluir ainda mais no seu
crescimento pessoal e profissional.
Módulo 4

OPeRaÇÕeS De
fInanCIaMenTOS e
InVeSTIMenTOS
introdução do módulo

No módulo anterior, você estudou as várias formas de cálculo de prestações para uma série
uniforme de pagamento, tanto postecipada quanto antecipada. Agora, serão vistas as meto-
dologias dos principais sistemas de amortização de empréstimo e financiamentos e, ainda,
os métodos de análise de investimentos.

Você observará que os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para ope-
rações de empréstimos e de financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos peri-
ódicos do principal e encargos financeiros.

No que diz respeito aos investimentos, a matemática financeira tem um papel fundamental
em todo o processo de análise de projetos e de decisões de investimentos, pois, com a apli-
cação de técnicas certas, é possível avaliar com maior clareza e segurança os riscos ineren-
tes a esses processos.

Neste módulo, serão abordados os principais conceitos e cálculos referentes a sistemas de


amortização de empréstimos, financiamentos, análise de projetos e investimentos.
OBJETIVOS DO MÓDULO

Ao completar este módulo de estudo, você estará apto a:

■■ Diferenciar os sistemas de amortização.

■■ Elaborar a planilha de amortização pelo sistema francês (Price).

■■ Elaborar a planilha de amortização pelo sistema SAC.

■■ Identificar os principais indicadores de viabilidade de um projeto de investimento.

■■ Analisar a viabilidade financeira de um investimento.

estrutura do módulo

Para melhor compreensão das questões que envolvem as operações de financiamentos e


investimentos, este módulo está dividido em:

■■ Unidade 1 – Sistema francês de amortização (tabela Price)

■■ Unidade 2 – Sistema de amortização constante (SAC)

■■ Unidade 3 – Métodos de análise de investimentos


100 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Unidade 1
Sistema francês de amortização – tabela Price

Quando se contrai um empréstimo ou se recorre a um financiamento, evidentemente o


valor recebido nessa operação – ou seja, o principal – terá de ser restituído à respectiva ins-
tituição financeira acrescido da sua remuneração, que são os juros.

As formas de devolução do principal mais juros são denominadas de sistemas de amortiza-


ção. Uma característica desses sistemas, estudados neste módulo, é a utilização exclusiva
do critério de juros compostos, incidindo os juros exclusivamente sobre o saldo devedor
(montante) apurado em período imediatamente anterior. Para cada sistema de amortiza-
ção, é construída uma planilha financeira, a qual relaciona, dentro de certa padronização, os
diversos fluxos de pagamentos e recebimentos.

Considere as seguintes nomenclaturas que serão usadas para desenvolver as tabelas ou


planilhas de amortização:

■■ Saldo devedor – é o valor nominal do empréstimo ou financiamento, ou simplesmen-


te o valor presente (PV) na data focal “0” (zero), que é diminuído da parcela de amorti-
zação a cada período (n).

■■ Amortização – parcela que é deduzida do saldo devedor a cada pagamento.

■■ Juro – é o valor calculado a partir do saldo devedor e representa os juros da operação.


101 MATEMÁTICA FINANCEIRA

■■ Prestação – popularmente, entende-se a prestação como o pagamento a cada perío-


do (n), composto pela parcela de amortização mais os juros (J), ou seja, é o valor que se
paga no caixa do banco, das lojas, no carnê do financiamento do veículo, entre outros.

Sistema Price

O primeiro sistema de amortização que vamos estudar é conhecido como sistema Price e
é muito utilizado em todos os setores financeiros, principalmente nas compras a prazo de
bens de consumo por meio do crédito direto ao consumidor (CDC). Esse sistema tem as se-
guintes características básicas:

1. As prestações são iguais ao longo do tempo.

2. O valor da amortização é variável ao longo do tempo.

3. Os juros incidem sobre o saldo devedor, o qual, por decrescer ao longo do tempo, gera
juros cada vez menores, ou seja, são decrescentes.

4. Como as prestações são fixas e os juros decrescentes, a amortização é crescente.

Montagem do quadro de amortização

O quadro de amortização para qualquer sistema de amortização, via de regra, é elaborado


da seguinte forma:

Data Saldo inicial Significado Amortização Prestação Saldo final

00/00 A B C D E

Quadro 4.1 Exemplo de quadro de amortização.

Em que:
A = saldo inicial do período n é igual ao saldo final do período n – 1
B = juros embutidos em cada prestação, calculados de acordo com as fórmulas definidas a
seguir.
C = valor da amortização contida em cada prestação, calculadas de acordo com as fórmulas
definidas a seguir
D = B + C (valor da amortização mais o valor dos juros)
E = A – C (valor inicial menos o valor da amortização)
102 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Com essas características bem entendidas, é possível definir relações básicas para o sistema
francês:

■■ Uma vez que, por definição, as prestações são fixas na tabela Price, o cálculo do paga-
mento periódico confunde-se com o conceito de anuidade. No cálculo do pagamento
periódico, tem-se, então:

P=R i (1+ i)n


(1 + i)n -1

■■ Por incidirem sobre o saldo devedor, os juros são calculados como se fossem juros
simples. Para o primeiro período, tem-se:

P1 = J1

Logo, para os demais períodos o cálculo dos juros é feito da seguinte forma:

Jn = p n-1 * i

■■ As prestações são compostas de uma parcela chamada amortização e outra definida


como juros.

Logo, Rn = J1 + q1

Em que q1 = cota de amortização, então:

Rn = Jn + qn

■■ Quando um pagamento é feito a um credor, somente é deduzido da dívida o valor da


amortização, uma vez que os juros são mera atualização de valor, e não reembolso de
dívida.

Tem-se, então, para o final do primeiro período a relação P1 = Pn-1 - q1. Logo:

Pn = Pn-1 - qn-1 = 0

■■ Como conhecemos as relações para cálculo da prestação e dos juros e como


Rn = Jn + qn, podem-se estabelecer as seguintes relações:

q1 = P i
(1 + i)n -1
e
qn = q1 (1 + i) n-1
103 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Em que:
q = cota de amortização
P = valor atual da dívida
n = prazo da dívida
k = período em que se quer calcular o saldo devedor
Rk= valor da prestação no período k
i = taxa de juros
Jk= juros acumulados até o período k
R = valor da prestação (método francês ou tabela Price)

NA PRÁTICA

Cálculo do sistema francês na HP 12c

A HP 12c calcula de forma mais simples e rápida todos os elementos do quadro de


amortização de um empréstimo no sistema francês. Os passos são os seguintes:

1. Apague os registradores financeiros pressionando “f FIN”.

2. Introduza a taxa de juros utilizando i ou 12 ÷.

3. Insira o valor do financiamento pressionando “PV”.

4. Introduza o valor da prestação pressionando “CHS PMT”.

5. Pressione “g BEG” ou “g END” para definir o tipo de pagamento.

6. Pressione n “f AMORT” (calcula os juros para o período), onde n representa o


período em que se quer calcular os juros.
104 MATEMÁTICA FINANCEIRA

7. Pressione “x ≤ yN” (apresenta o valor do principal sendo amortizado).

8. Pressione “R↓” (apresenta o número de pagamentos amortizados).

9. Pressione “RCL PVNN” (apresenta o saldo devedor).

10. Pressione “RCL n” (apresenta o número total de pagamentos amortizados).

Exemplo ilustrativo:

A quantia de $ 100.000,00 foi financiada para pagamento em cinco prestações anuais


iguais a uma taxa de 10% a.a., sendo que o primeiro pagamento será feito daqui a um
ano. Veja, a seguir, o plano de amortização.

Período Saldo inicial Juros Amortização Prestação Saldo final

0 $ 100.000,00 $ 100.000,00

1 $ 100.000,00 $ 10.000,00 $ 16.379,75 $ 26.379,75 $ 83.620,25

2 $ 83.620,25 $ 8.362,03 $ 18.017,72 $ 26.379,75 $ 65.602,53

3 $ 65.602,53 $ 6.560,25 $ 19.819,50 $ 26.379,75 $ 45.783,03

4 $ 45.783,03 $ 4.578,30 $ 21.801,44 $ 26.379,75 $ 23.981,59

5 $ 23.981,59 $ 2.398,16 $ 23.981,59 $ 26.379,75 $ 0,00

Qudro 4.2 Plano de amortização.

Sistema de amortização americano

Nesse tipo de sistema de amortização, o valor principal (VP) do empréstimo ou financia-


mento é devolvido de uma única vez, sendo os juros (Jn) pagos durante os períodos (n) de
carência ou juntamente com o valor principal.

O emprego de sistemas de amortização do tipo americano é comum em algumas operações


de mercado financeiro, como o mercado de debêntures.
105 MATEMÁTICA FINANCEIRA

NA PRÁTICA

Uma empresa pensa em lançar debêntures no mercado nacional com valor nominal
igual a $ 100.000,00, vencimento em três anos e pagamento semestral de juros no va-
lor de $ 4.000,00. Se a debênture estiver sendo vendida hoje por $ 90.000,00, qual será
a taxa de juros semestral efetivamente paga pela empresa?

Solução:

Com base nos parâmetros destacados, é possível utilizar a calculadora HP 12c:

[f[ [REG[
6 [n]
90000 [PV]
4000 [CHS] [PMT]
100000 [CHS] [FV]
[g] [END] [i]
Visor => 6,0359.

Logo, a taxa de juros paga pela empresa ao emitir os títulos será igual a 6,0359% ao
semestre.
106 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VOCÊ SABIA?

O sistema francês de amortização é assim chamado por ter sido inventado na França,
por volta do século XVII, pelo matemático Richard Price. Daí, portanto, a origem da de-
nominação Sistema Price, também comumente chamado de tabela Price.

Nesse sistema, o financiamento (PV) é pago em parcelas (PMT) iguais, constituídas pela
amortização do principal da dívida mais juros (J), que variam inversamente ao longo
do tempo, ou seja, à medida que aumenta o valor da parcela de amortização, há uma
queda dos juros em função do saldo devedor.

TOME NOTA

A parcela periódica a ser paga compreende os juros do período mais a amortização


de parte do principal. Essa modalidade é utilizada em financiamentos imobiliários e
crédito direto ao consumidor (para a compra de automóveis, eletrodomésticos etc.).

Para calcular o valor da prestação constante, você pode utilizar a função [PMT] da
calculadora HP 12c. Para efetuar o cálculo dos juros do período, deve-se realizar a
aplicação da taxa do contrato sobre os valores do saldo (remanescente do principal)
no início do período. O cálculo da amortização do principal é realizado com a diferença
entre o valor da prestação e o valor dos juros do período.
107 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

O valor da parcela a ser paga em um financiamento amortizado pelo sistema francês


(tabela Price) é o valor da prestação do cálculo que você aprendeu no módulo anterior:
o PMT de uma série de pagamentos uniforme. Agora, imagine uma situação em que
você queira financiar $ 200.000,00 em 10 anos, à taxa de juros de 12% a.a. Qual será o
valor da prestação?

Utilize o site Calculador para simular a estimativa de valor de uma prestação a ser
paga pela tabela Price por meio do link: <http://www.calculador.com.br/calculo/finan-
ciamento-price>.

Unidade 2
Sistema de amortização constante (SAC)

O sistema de amortização constante (SAC), como o próprio nome indica, tem como caracte-
rística básica serem as amortizações do principal sempre iguais (ou constantes) em todo o
108 MATEMÁTICA FINANCEIRA

prazo da operação. O valor da amortização é facilmente obtido mediante a divisão do capital


emprestado pelo número de prestações.

Esse sistema é muito utilizado em financiamentos internacionais de bancos de desen-


volvimento e no sistema financeiro de habitação brasileiro, bem como em financiamen-
tos de longo prazo.

As prestações do SAC são sucessivas e decrescentes em progressão aritmética, cujo valor


de cada prestação é composto por uma parcela de juros e outra de amortização constante
do capital. Para o sistema de amortizações constantes, é possível estabelecer as seguintes
relações:
q=P÷n
Em que:
q = cota de amortização
P = valor da dívida
n = prazo da dívida

Sdk= P – k x q
Em que:
Sdk = saldo devedor do período k
K = período em que se quer calcular o saldo devedor

Rk = q + iPk-1
Em que:
Rk= valor da prestação no período k
i = taxa de juros

Jk = J1 - (k - 1) qxi
Em que:
Jk= juros no período k
109 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Importante:

1. Ao se analisar o quadro de amortização do sistema de amortizações constantes, é pos-


sível observar que o valor da prestação diminui de forma igual e constante como se
fosse uma progressão aritmética de razão igual ao valor da amortização multiplicada
pela taxa de juros.

2. Os quadros de amortização demonstrados para os sistemas analisados apresentam


algumas relações comuns aos dois métodos:

■■ Os juros incorridos em um período serão sempre iguais à taxa da operação multi-


plicada pelo saldo devedor do período anterior. Pode-se dizer, então, que:

Jn = SDn-1 xi

■■ Os juros referentes à primeira prestação serão iguais nos dois sistemas, uma vez
que o saldo devedor é o valor do financiamento. Pode-se dizer, então, que:

J1 = Pxi

■■ O valor da amortização será sempre a diferença entre o valor da prestação e o


valor dos juros. Pode-se dizer, então, que:

AMORTn = Rn - Jn

■■ O saldo devedor ao final de qualquer período será sempre igual ao saldo final do
período anterior deduzida a amortização efetuada no período. Pode-se dizer, en-
tão, que:

SDn = SDn-1 - AMORTn

Em que:
P = valor atual da dívida
n = prazo da dívida
SDn = saldo devedor do período n
k = período em que se quer calcular o saldo devedor
i = taxa de juros
Jk = juros acumulados até o período k
Rn = valor da prestação no período n
AMORTn = valor da amortização no período n
110 MATEMÁTICA FINANCEIRA

NA PRÁTICA

A empresa XPTO recebeu de um órgão governamental um empréstimo de $ 500.000,00


a ser pago em cinco meses, sem carência, a juros de 5% a.m. Sabendo-se que a institui-
ção utiliza o sistema de amortizações constantes (SAC) para o cálculo das prestações,
preencha a planilha de pagamento desse empréstimo.

Período Saldo inicial Juros Amortização Prestação Saldo final

0 $ 500.000,00 $ 500.000,00

1 $ 500.000,00 $ 25.000,00 $ 100.000,00 $ 125.000,00 $ 400.000,00

2 $ 400.000,00 $ 20.000,00 $ 100.000,00 $ 120.000,00 $ 300.000,00

3 $ 300.000,00 $ 15.000,00 $ 100.000,00 $ 115.000,00 $ 200.000,00

4 $ 200.000,00 $ 10.000,00 $ 100.000,00 $ 110.000,00 $ 100.000,00

5 $ 100.000,00 $ 5.000,00 $ 100.000,00 $ 105.000,00 $ –

Quadro 4.3 Solução do exercício.

O financiamento é pago em prestações decrescentes. Cada parcela compreende o paga-


mento de juros e da amortização de parte do principal.

Essa modalidade é utilizada em financiamentos imobiliários e a empresas por parte de en-


tidades governamentais.

No cálculo da amortização do principal, que tem valor constante em todas as prestações,


divide-se o principal pelo número de prestações.

No cálculo dos juros do período, aplica-se a taxa do contrato ao valor do saldo (remanescen-
te do principal) no início do período.

No cálculo do valor da prestação, soma-se a amortização do principal com os juros do pe-


ríodo. Em cada período, o principal remanescente decresce do valor de uma amortização.
Como todas as amortizações são iguais, esse decréscimo é uniforme, e, portanto, os juros
dos períodos também são uniformemente decrescentes ao longo do tempo.
111 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VOCÊ SABIA?

Empréstimo refere-se a recurso financeiro que, em tese, não necessita ser justificado
quanto à sua finalidade; por exemplo: cheque especial e crédito direto ao consumidor
(CDC), entre outros.

Financiamento refere-se a recurso financeiro que tem a necessidade de ser justificado


quanto à sua finalidade; por exemplo: compra de automóvel, imóvel, crediário, entre
outros.

PARE PARA PENSAR

Carência

Muitas operações de empréstimos e financiamentos preveem um diferimento na data


convencional do início de pagamentos. Por exemplo, ao se tomar um empréstimo por
10 anos, a ser restituído em prestações mensais, o primeiro pagamento ocorrerá nor-
malmente 1 mês após a liberação dos recursos, vencendo-se as demais parcelas ao
final de cada mês subsequente. Pode ocorrer, no entanto, um diferimento (carência)
no pagamento da primeira prestação, iniciando-se, por exemplo, 12 meses após o re-
cebimento do capital emprestado.

É importante acrescentar, ainda, que a carência significa a postergação só do principal,


não sendo incluídos necessariamente os juros. Os encargos financeiros, podem, de-
pendendo das condições contratuais estabelecidas, ser pagos ou não durante a carên-
cia. O mais comum no mercado financeiro é o pagamento dos juros durante o período
de carência. Na hipótese de se decidir pela carência dos juros, eles são capitalizados e
pagos junto com a primeira parcela de amortização do principal ou distribuídos para
as várias datas pactuadas de pagamento.
112 MATEMÁTICA FINANCEIRA

INFORMAÇÃO EXTRA

Um dos maiores sonhos de consumo do brasileiro é a casa própria. A Caixa Econômica


Federal é a instituição com maior expertise em financiamentos imobiliários do Brasil.
Os financiamentos são de longo prazo, e geralmente o sistema de amortização mais
utilizado é o SAC.

Você pode simular o seu financiamento habitacional, bem como toda a planilha de
amortização do empréstimo, direto do site da Caixa por meio do link:<http://www8.
caixa.gov.br/siopiinternet/simulaOperacaoInternet.do?method=inicializarCasoUso>.

Unidade 3
Métodos de análise de investimentos
113 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Considerações gerais

A análise econômico-financeira e a decisão sobre a viabilidade do fluxo de caixa de um pro-


jeto de investimento isolado, ou de vários projetos, exigem o emprego de métodos, critérios
e regras que devem ser obedecidas. Apesar de não existir um critério único, unanimemente
aceito por empresários, acionistas, órgãos e instituições de financiamento e meio acadê-
mico, esta seção apresentará um resumo dos dois indicadores mais utilizados na análise e
na seleção de projetos de investimentos, bem como as respectivas considerações sobre as
vantagens e as desvantagens de cada um.

A análise de fluxos de caixa de projetos de investimentos requer abordagens multidiscipli-


nares e possibilita a utilização de inúmeros métodos e técnicas matemáticos, econômicos
e de pesquisa operacional, estando os indicadores apresentados a seguir invariavelmente
presentes nesse processo.

Taxa mínima da atratividade

Conceitualmente, a taxa mínima de atratividade (TMA), também denominada taxa de des-


conto ou custo de oportunidade do capital, pode ser definida como a taxa de juros que
remuneraria o capital em alternativa melhor de utilização, além do projeto em estudo. Em
outras palavras, para um órgão de fomento ou instituição de financiamento, o custo de in-
vestir certo capital em um projeto corresponde ao possível lucro perdido pelo fato de não
serem aproveitadas alternativas de investimento viáveis no mercado.

Na prática, em análise financeira de projetos de investimentos, a taxa mínima de atrati-


vidade, ou taxa de desconto, pode tomar como base a remuneração real da caderneta
de poupança, dos certificados de depósitos bancários, dos fundos de renda fixa etc.

Valor presente líquido (VPL)

O valor presente líquido (VPL), também chamado de valor atual líquido, pode ser considera-
do um critério mais rigoroso e isento de falhas técnicas e, de maneira geral, o melhor proce-
dimento para a comparação de projetos diferentes, mas com o mesmo horizonte de tempo.
114 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Esse indicador é o valor no presente (t = 0) que equivale a um fluxo de caixa de um projeto,


calculado a uma determinada taxa de desconto. Portanto, corresponde à soma algébrica
das receitas e dos custos de um projeto atualizados a uma taxa de juros que reflita o custo
de oportunidade do capital. Assim, o projeto será viável se apresentar um VPL positivo. Na
escolha entre projetos alternativos com mesmo horizonte de tempo, a preferência recai so-
bre aquele com maior VPL positivo.

O VPL de um fluxo de caixa pode ser calculado pela seguinte expressão:

n
VPL = ∞ Ft / (1 + i) t
t=0

Em que Ft indica o fluxo de caixa líquido do projeto no período t.

Se o valor do VPL for positivo, então a soma na data “0” (zero) de todos os capitais do fluxo
de caixa será maior que o valor investido. Como se trabalha com estimativas futuras de um
projeto de investimento, pode-se dizer que o capital investido será recuperado e remunera-
do à taxa de juros que mede o custo de oportunidade do capital e que o projeto irá gerar um
lucro extra, na data “0” (zero), igual ao VPL.

Portanto, o critério do VPL estabelece que, enquanto o valor presente das entradas for maior
que o valor presente das saídas, calculados com a TMA, que mede o custo de oportunidade
do capital, o projeto deverá ser aceito.

VPL > 0 → o projeto deve ser aceito.

VPL = 0 → é indiferente aceitar ou rejeitar o projeto.

VPL < 0 → o projeto deve ser rejeitado.

Talvez a única desvantagem desse indicador seja a dificuldade de escolher a taxa de des-
conto ou a taxa mínima de atratividade. Os pontos fortes do VPL são a inclusão de todos os
capitais do fluxo de caixa e do custo do capital, além da informação sobre o aumento ou o
decréscimo do valor da empresa.
115 MATEMÁTICA FINANCEIRA

NA PRÁTICA

Para determinar o VPL, considere uma taxa de desconto de 8% ao ano do projeto A,


cujo fluxo de caixa é mostrado a seguir.

Ano Fluxo de caixa

0 -1.000.000

1 200.000

2 200.000

3 200.000

4 400.000

5 500.000

Quadro 4.4 Fluxo de caixa projetado.

■■ Utilize a fórmula para calcular o VPL do projeto A:

■■ VPL = -1.000.000 + 200.000 (1,08) –1 + 200.000 (1,08) –2 + 200.000 (1,08) –3 + 400.000


(1,08) –4 + 500.000 (1,08) –5 = 149.722,94
116 MATEMÁTICA FINANCEIRA

TOME NOTA

Como calcular o VPL (NPV) na HP 12c:

1. Pressione “f CLEAR REG” para apagar os registradores financeiros e de armaze-


namento de dados.

2. Introduza o valor do investimento inicial pressionando “g Cfo”. Se não houver


investimento inicial, pressione “0 gCFo”.

3. Insira o valor das entradas e saídas (não se esqueça de pressionar “CHS”) pres-
sionando “g CFj”. Se não houver entrada ou saída no próximo período, pressione
“0 gCFj”.

4. Repita a etapa 3 para cada uma das entradas e saídas até que todos os fluxos
estejam introduzidos.

5. Introduza a taxa de juros pressionando “i”.

6. Pressione “f NPV” (calcula o VPL).

O conceito de equivalência financeira é de fundamental importância no raciocínio do VPL,


pois dois ou mais fluxos de caixa de mesma escala de tempo são equivalentes quando pro-
duzem idênticos valores presentes em um mesmo momento, calculados à mesma taxa
de juros.
117 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Em resumo, para que se possam avaliar alternativas de investimentos, propostas de compra


ou venda, é indispensável comparar todos os fatores em uma mesma data, ou seja, proce-
der ao cálculo do VPL do fluxo de caixa em questão.

Na análise realizada com o método do VPL, todos os dados que participam do seu cálculo
são estimativas, pois o objetivo é medir a potencialidade de uma ideia na tentativa de ante-
cipar bons resultados futuros. Nessa análise, deve-se considerar que o valor da taxa de juros
permanecerá constante durante o projeto. Entretanto, esse cenário é uma simplificação da
realidade, que deverá operar com taxas variáveis de juros. O risco associado à variabilidade
do custo de capital pode ser aferido a partir de uma análise de sensibilidade do valor do VPL
em função da taxa de juros i. Será tomado como base o fluxo de caixa do exercício resolvido,
que é um fluxo de caixa convencional, ou seja, aquele em que os investimentos antecedem
às receitas líquidas do projeto, havendo, portanto, apenas uma inversão de sinal.

Taxa interna de retorno (TIR)

A taxa interna de retorno (TIR), ou simplesmente taxa de retorno, é a taxa de desconto que
equaliza o valor presente dos benefícios/receitas e dos custos/despesas de um projeto de
investimento. Trata-se de um indicador de larga aceitação e um dos mais utilizados como
parâmetro de decisão.

A TIR de um determinado projeto é a taxa de juros i* que satisfaz a equação:


∞ FT / (1 + i)T = 0

O grau dessa equação está relacionado com o horizonte de planejamento do projeto, acar-
retando o aparecimento de equações com grau maior que 2, cuja solução algébrica é ex-
tremamente complexa. O problema pode ser resolvido por meio de processos iterativos
de tentativa e erro, determinando-se um VPL positivo e outro negativo, correspondente às
duas taxas de juros tomadas arbitrariamente. Em seguida, procede-se à interpolação linear
desses valores para o VPL nulo, encontrando-se assim a taxa interna de retorno desejada.

O gráfico da figura 4.1 apresenta a visualização do conceito da TIR para um fluxo de caixa
convencional.
118 MATEMÁTICA FINANCEIRA

VPL

500.000

400.000

300.000
TIR = 12,62% a.a.
200.000

100.000

0
4% 8% 12% 16% 20%
-100.000

-200.000

Figura 4.1 Taxa interna de retorno (TIR).

Um projeto de investimento será considerado viável, segundo esse critério, se sua TIR for
igual ou superior ao custo de oportunidade dos recursos para sua implantação. Assim, quan-
to maior a TIR, maior a atratividade do projeto.

■■ TIR > TMA → o projeto deve ser aceito.

■■ TIR = TMA → é indiferente aceitar ou rejeitar o projeto.

■■ TIR < TMA → o projeto deve ser rejeitado.

A TIR não serve de critério para comparar alternativas, embora possa parecer intuitivo que
a alternativa em que a TIR seja maior remunere melhor o capital investido e, portanto, deva
ser a escolhida.

Calculando a TIR na HP 12c

As observações anteriormente feitas com relação ao número de fluxos para o cálculo do


VPL também se aplicam ao cálculo da TIR, inclusive quando de fluxos consecutivos e iguais.

1. Armazena-se o fluxo de caixa utilizando a mesma forma de introdução do cálculo do


VPL (NPV na calculadora).

2. Pressiona-se “f IRR” (função na calculadora que calcula a TIR).


119 MATEMÁTICA FINANCEIRA

NA PRÁTICA

Calcule a TIR do fluxo de caixa projetado a seguir:

Ano Fluxo de caixa

0 -1.000.000

1 200.000

2 200.000

3 200.000

4 400.000

5 500.000

Quadro 4.5 Fluxo de caixa projetado.

Solução do cálculo da TIR do exemplo ilustrativo na calculadora HP 12c:

Comandos Significado

f REG Limpa os registradores de armazenamento.

1000000 CHS g CFo Valor presente igual a $ 1.000.000 no caso do CF

200000 g CFj Informa o valor do CF do primeiro período.

Informa que o valor do CF do primeiro período se


3 g Nj 2
repetirá por 3 períodos (do 1 ao 3).

400000 g CFj Informa o valor do CF do quarto período.

500000 g CFj Informa o valor do CF do quinto período.

f IRR Calcula a taxa interna de retorno.

Quadro: 4.6 Solução na HP 12c.

O resultado da TIR é 12,62%.


120 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Payback descontado

Muitas vezes, é necessário saber o tempo de recuperação do investimento, ou seja, quantos


anos decorrerão até que o valor presente dos fluxos de caixa previstos se iguale ao montan-
te do investimento inicial. Se I representa o investimento; FCt, o fluxo de caixa no período t; e
K, o custo de capital, o método do payback descontado basicamente consiste em determinar
o valor de T na seguinte equação:

Σ
FCt
I=
(i +k)t

Esse indicador é utilizado quando se deseja saber o tempo de recuperação do investimento.


Ele possui maior utilidade na comparação entre várias alternativas de investimento, e não
na análise de um só projeto. Utiliza-se o payback como um complemento do método do VPL.

INFORMAÇÃO EXTRA

Um conceito muito importante na análise de investimentos é o de custo de oportuni-


dade do capital, que será traduzida na taxa de desconto dos fluxos de caixa para efeito
de cálculo do VPL e da TIR. O custo de oportunidade varia, podendo seu valor ser até
mesmo arbitrado pelo investidor. Saiba mais nesta interessante matéria do portal “In-
fomoney” por meio do seguinte link: <http://www.infomoney.com.br/blogs/maxima
-performance/post/2935668/custos-oportunidade-vale-pena-trocar-investimento>.

Resumo

No quarto módulo da disciplina Matemática Financeira, você pôde conhecer e diferenciar


os dois principais sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos adotados no
mercado financeiro brasileiro.

No sistema francês (Price), as prestações são fixas e sucessivas, e no SAC as amortizações


são constantes, porém as prestações são variáveis e decrescentes, uma vez que o saldo de-
vedor vai diminuindo, a incidência de juros cai e o valor da prestação, consequentemente,
se torna menor.
121 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Também viu os dois principais métodos de análise de investimentos: o valor presente líqui-
do (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR) são técnicas sofisticadas de análise de investimen-
tos, podendo ser utilizadas para qualquer tipo de aplicação.

Um gestor financeiro comprometido com a missão de agregar valor à instituição/empresa


à qual pertence necessita dominar os conceitos da matemática financeira, de forma que
possa analisar com precisão as decisões de financiamentos e investimentos. Esse conheci-
mento certamente contribuirá para um melhor suporte à tomada de decisão empresarial e
até mesmo pessoal.

Espera-se que este módulo tenha servido para que você possa evoluir ainda mais no seu
crescimento pessoal e profissional.
122 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Referências
ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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Excel®. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

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FRANCISCO, W. de. Matemática financeira. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1985.

GRIFFITHS, B. Inflação: o preço da prosperidade. São Paulo: Pioneira, 1981.

HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática financeira. 5. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2001.

KUHNEN, O. L.; BAUER, U. R. Matemática financeira aplicada e análise de investimentos. 3. ed.


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