Você está na página 1de 186

GRADUAÇÃO

Unicesumar

MATEMÁTICA
FINANCEIRA

Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
Me. Juliana Moraes da Silva

Acesse o seu livro também disponível na versão digital.


Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Diretoria Executiva
Chrystiano Mincoff
James Prestes
Tiago Stachon
Diretoria de Graduação e Pós-graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo

Coordenador de Conteúdo
Juliana Moraes da Silva
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação Designer Educacional
a Distância; OSHITA, Marcela Gimenes Bera; SILVA, Juliana Lilian Vespa
Moraes da.
Projeto Gráfico
Matemática Financeira. Marcela Gimenes Bera Oshita; Juliana Jaime de Marchi Junior
Moraes da Silva. José Jhonny Coelho
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. Arte Capa
184 p. Arthur Cantareli Silva
“Graduação - EaD”.
Ilustração Capa
1. Matemática. 2. Financeira. 3. EaD. I. Título. Bruno Pardinho
Editoração
ISBN 978-85-459-1774-8 Arthur Murilo Heicheberg
CDD - 22 ed. 513.93
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Qualidade Textual
Eloisa Dias Lourenço
Ilustração
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Marta Sayuri Kakitani

Impresso por:
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade,
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil:
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba,
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades
de todos. Para continuar relevante, a instituição
de educação precisa ter pelo menos três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
promover a educação de qualidade nas diferentes
áreas do conhecimento, formando profissionais
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian-
do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento
compatível com os desafios que surgem no mundo
contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi-
ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica,
contribuindo no processo educacional, complemen-
tando sua formação profissional, desenvolvendo com-
petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos
em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no
mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm
como principal objetivo “provocar uma aproximação
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o
desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe-
cimentos necessários para a sua formação pessoal e
profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó-
runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma
equipe de professores e tutores que se encontra dis-
ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
acadêmica.
AUTORAS

Professora Me. Marcela Gimenes Bera Oshita


Mestrado em Controladoria pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Especialização em Gestão Contábil e Financeira pela Universidade Estadual
de Maringá. Graduação em Ciências Econômicas e Contábeis também pela
UEM. Atua como professora no Centro de Ensino Superior – Unicesumar e no
Departamento de Administração do Instituto Adventista Paranaense.

Link: <http://lattes.cnpq.br/7867304750238505>.

Professora Me. Juliana Moraes da Silva


Mestrado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá
(UEM/2016). Graduação em Licenciatura em Matemática pela UEM (2001).
Bacharelado em Ciências Contábeis pela UEM (2006). Atualmente é
coordenadora e docente dos Cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira
na modalidade a distância do Centro Universitário Maringá (Unicesumar).

Link: <http://lattes.cnpq.br/0551257296562180>.
APRESENTAÇÃO

MATEMÁTICA FINANCEIRA

SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à nossa disciplina Matemática Financeira. Gos-
taríamos de iniciar o nosso conteúdo destacando que essa temática é um ramo da
matemática que se dedica ao estudo das transformações monetárias no tempo e ao
estudo dos fluxos de caixas. Você alguma vez já pensou que a matemática financeira
está o tempo todo presente em nossas tomadas de decisões - sobre o que comprar,
como pagar, onde ou em que ativo investir?
Pois bem, você perceberá, estudando a nossa disciplina, que o bom entendimento des-
se conteúdo é vital para podermos tomar a melhor decisão, de forma a otimizar os re-
cursos. Em termos gerais, aprenderemos que a aplicação da matemática financeira está
mais próxima do nosso cotidiano do que você imagina, pois ela nos dá embasamento
para conhecer os juros aplicados, por exemplo, em um financiamento ou em um in-
vestimento. Essa disciplina oferecerá subsídios conceituais e ferramentas para que se
tomem decisões racionais sobre as operações financeiras e alternativas, considerando
o valor que o dinheiro apresenta ao longo do tempo.
Legal! Agora que você já sabe a importância da matemática financeira para tomada
de decisões diárias, seja no contexto pessoal seja empresarial, convido-o(a) a navegar
por esse universo de forma a absorver esse conhecimento a fim de tomar as melhores
decisões ao longo de sua jornada pessoal ou profissional. Para isso, iniciamos a Uni-
dade I com os conceitos e aspectos básicos sobre os conceitos fundamentais e juros
simples, o valor do dinheiro no tempo, conceitos dos elementos financeiros, taxas de
juros, sistemas de capitalização e fluxo de caixa.
Na Unidade II, você terá a oportunidade de conhecer o sistema de capitalização sim-
ples, como: juros simples, equivalência simples e desconto simples.
Na Unidade III, avançaremos na matemática financeira, para isso veremos os aspec-
tos do sistema de capitalização composta, juros compostos, equivalência composta e
desconto composto.
Na Unidade IV, imergiremos em rendas e anuidades, classificação de rendas e anuida-
des, rendas certas, rendas diferidas e rendas perpétuas. Por fim, na Unidade V, entra-
remos na temática dos sistemas de amortização e aplicações, Sistema de Amortização
Constante (SAC), Sistema Francês de Amortização (SAF) e as aplicações dos sistemas
de amortização.
Diante disso, eu o convido a embarcar nesta jornada e, para conseguir atingir a finali-
dade desta disciplina, utilize as referências indicadas neste material. Reforço, também,
a indicação das leituras complementares, que serão de grande valia.
A partir do seu avanço no conhecimento sobre a área, comece na prática ajudando al-
APRESENTAÇÃO

guém da família ou um colega que não entende do assunto, mas que precisa tomar
uma decisão com relação aos aspectos financeiros. Ofereça-se para ajudar sempre,
pois, assim, aprenderá na prática os aspectos da matemática financeira, que, de início,
pode parecer complicada, mas, na verdade, não é. No entanto ela exigirá de você a
realização de muitos exercícios e também aplicações práticas para poder fixar os inú-
meros detalhes exigidos na utilização desta área do conhecimento.
Pois bem, agora que já conhece o assunto com que trabalharemos, eu o convido a
embarcar nesta jornada que será de grande valia para você. Bons estudos e muito
sucesso na aplicação da matemática financeira no seu cotidiano, seja pessoal seja
empresarial.
09
SUMÁRIO

UNIDADE I

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES

15 Introdução

16 O Valor do Dinheiro no Tempo

20 Conceitos dos Elementos Financeiros

27 Taxas de Juros

31 Sistemas de Capitalização

34 Fluxo de Caixa

37 Considerações Finais

43 Referências

44 Gabarito

UNIDADE II

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES

49 Introdução

50 Juros Simples

60 Equivalência Simples

71 Desconto Simples

76 Considerações Finais

82 Referências

83 Gabarito
10
SUMÁRIO

UNIDADE III

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

87 Introdução

88 Juros Compostos

97 Equivalência Composta

102 Taxas Nominal e Efetiva

109 Desconto Composto

112 Considerações Finais

117 Referências

118 Gabarito

UNIDADE IV

RENDAS E ANUIDADES

125 Introdução

126 Classificação De Rendas E Anuidades

128 Rendas Certas

140 Rendas Diferidas

144 Rendas Perpétuas

146 Considerações Finais

150 Referências

151 Gabarito
11
SUMÁRIO

UNIDADE V

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES

155 Introdução

156 Sistema de Amortização Constante (SAC)

159 Sistema Francês de Amortização (SAF)

168 Aplicações dos Sistemas de Amortização

174 Considerações Finais

180 Referências

181 Gabarito

183 CONCLUSÃO
Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita

I
Me. Juliana Moraes da Silva

CONCEITOS

UNIDADE
FUNDAMENTAIS E JUROS
SIMPLES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Explicar ao discente os conceitos do valor do dinheiro no tempo.
■■ Demonstrar os conceitos dos elementos financeiros.
■■ Explanar a definição de taxa de juros.
■■ Instruir acerca dos sistemas de capitalização.
■■ Ensinar sobre o fluxo de caixa.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ O valor do dinheiro no tempo
■■ Conceitos dos elementos financeiros
■■ Taxas de juros
■■ Sistemas de capitalização
■■ Fluxo de caixa
15

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), esta unidade dará início ao processo de entendimento sobre


os conceitos fundamentais da matemática financeira, bem como acerca da taxa
de juros simples. Aprenderemos porque, ao pegarmos um dinheiro emprestado
ou ao realizarmos uma compra a prazo, paga-se um valor extra pela antecipa-
ção do consumo (juros). Da mesma forma, quando colocamos o dinheiro em
um investimento financeiro, verificaremos porque recebemos um valor maior
do que aquele investido (remuneração).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste contexto, veremos que o dinheiro tem um valor no tempo e, por isso,
é importante saber que uma unidade monetária de hoje não vale a mesma coisa
do que uma unidade monetária de ontem ou de amanhã. Desta forma, traba-
lharemos os conceitos dos elementos financeiros para que você possa entender
o conceito básico da matemática financeira, como valor presente e valor futuro.
Nesta perspectiva, você passará a entender o conceito de taxas de juros, o
custo de empréstimos ou remuneração pelo uso do capital, respectivamente, para
o tomador e para o emprestador. Logo, veremos que o uso do dinheiro exige um
pagamento que denominamos de remuneração do capital.
Aprenderemos, também, sobre os sistemas de capitalização simples e com-
posta. Na capitalização simples, os juros incidem apenas sobre o valor do capital
inicial, que cresce de forma linear, o que significa que não há existência de juros
sobre juros. Por sua vez, na capitalização composta, os juros incidem sobre o
capital inicial e sobre os juros e o montante cresce de forma geométrica.
Por fim, entenderemos o conceito de Fluxo de caixa visto que as decisões
financeiras são tomadas com base nele, em que as entradas e saídas de dinheiro
ocorrem em momentos diferentes no tempo. Pois bem, agora que já conhece o
assunto com que trabalharemos nesta unidade, convidamos a iniciar esta jor-
nada que será de grande valia para você.

Introdução
16 UNIDADE I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

Muitos de nós assistimos às histórias do Tio Patinhas, criação de Walt Disney,


ou já ouvimos falar delas, em que nos acostumamos a ver o Tio Patinhas cur-
tindo sua fortuna, guardada a sete chaves em seu cofre. No mundo real, no
entanto, poucas pessoas estão dispostas a agir como Tio Patinhas. Longe disso,
quem tem dinheiro disponível nem pensa em guardá-lo consigo, ao contrário,
ele procura alguma maneira de empregá-lo de forma a obter mais dinheiro,
seja na aquisição de bens, no mercado financeiro seja simplesmente empres-
tando-o a terceiros.
A matemática financeira trata, em essência, do estudo do valor do dinheiro ao
longo do tempo. Seu objetivo básico é efetuar análises e comparações dos vários flu-
xos de entrada e saídas de dinheiro de caixa, verificadas em diferentes momentos.
Receber uma mesma quantia, hoje ou no futuro, não é, evidentemente, a mesma coisa.
A princípio, uma unidade monetária, hoje, é preferível a mesma unidade monetária
disponível amanhã. Postergar a entrada de caixa por certo período de tempo envolve
sacrifício financeiro, o qual deve ser pago mediante uma recompensa.
Tudo isso é feito a partir de um princípio básico: quem empresta dinheiro
espera recebê-lo, depois de certo tempo, acrescido de uma quantia adicional

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


17

cobrada a título de recompensa ou aluguel do dinheiro, conforme representado


na Figura 1.

Quantia
Quantia Quantia que se
emprestada adicional pretende
receber
de volta

Figura 1 - Representação da quantia adicional


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: as autoras.

A quantia adicional cobrada a título de aluguel do dinheiro emprestado é o que


chamamos de juro. As taxas de juros devem ser eficientes de maneira a remunerar:
a. O risco envolvido na operação, representado, genericamente, pela incer-
teza com relação ao futuro.
b. A perda do valor de compra motivada pela inflação.
c. O valor emprestado/aplicado, gerando um ganho ao proprietário.
Neste contexto, ao refletir sobre a palavra valor, podemos observar que ela varia
ao longo do tempo, independentemente do bem.
Caro(a) aluno(a), pense: quanto você estaria disposto a pagar por um disquete de
computador ou uma fita cassete? Ainda, qual o valor de uma empresa que fabrica disco
de vinil? Acredito que a sua resposta seria: “Depende do período, isto é, da época”.
Nesta perspectiva, ao tomarmos uma decisão, seja de consumo ou investi-
mento, faremos olhando para o futuro, pois o presente é um instante em que,
ao pensarmos nele, já se torna passado. Desta forma, podemos dizer que toma-
mos decisões que dão o início a um futuro.
Observe que os bens e o dinheiro possuem valor no tempo. As pessoas que
possuem dinheiro podem adquirir bens e serviços no momento desejado. Por
sua vez, as que não possuemnecessitam esperar um tempo até que consigam o
dinheiro para realizar tal transação.
Para destacar que a quantia de dinheiro varia ao longo do tempo, observe
que a quantidade de dinheiro que você utiliza hoje para comprar determinado
alimento, por exemplo, provavelmente, é bem maior do há alguns anos. Neste

O Valor do Dinheiro no Tempo


18 UNIDADE I

sentido, se você for ao mercado com a mesma quantia de tempos atrás, com cer-
teza, voltará com menos mercadorias, conforme a Figura 2. Isto acontece por
causa da inflação (perda do poder de compra da moeda).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - Redução do poder de compra do dinheiro em relação ao tempo

A decisão de emprestar dinheiro, independentemente da inflação, só será tomada


se, ao final do período, o indivíduo superavitário puder comprar uma quantidade
maior de bens e serviços, quando comparado com a quantidade original (MULLER;
ANTONIK, 2012). Assim, o indivíduo só realizará a troca de abrir mão do con-
sumo presente em prol do consumo futuro se isso lhe permitir adquirir maior
quantidade de bens, o que significa que ele exigirá ganho real sobre o valor empres-
tado, independentemente da inflação do período. “O valor do dinheiro no tempo
está sedimentado na matemática financeira” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 4).
Prezado(a) estudante, cabe destacar que “outro aspecto que reforça o valor dife-
rente do dinheiro no tempo é o risco” (CORREIA NETO, 2011, p. 198). O risco é
uma função crescente do prazo à medida que, ao optar por receber o dinheiro em
uma data futura, é mais arriscado do que no presente, visto que o futuro é incerto
Nesta perspectiva, podemos observar que a essência da matemática financeira
é estudar “o valor do dinheiro no tempo” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 3).
O seu objetivo básico é o de efetuar análises e comparações dos vários fluxos
de entrada e saídas de dinheiro de caixa verificadas em diferentes momentos.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


19

A matemática financeira ajudará você, no contexto dos negócios, a quanti-


ficar no tempo o valor de juros, despesas, riscos, dinheiro, impostos, lucros,
inflação, taxa de juros, entre outros.

Exemplificaremos o valor do dinheiro em relação ao tempo: imagine que você


precise de R$10.000,00 para atender a uma necessidade financeira pessoal. Uma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

determinada instituição financeira propõe-lhe um empréstimo de, exatamente,


R$10.000,00, que deverá ser pago após quatro meses. O valor será depositado em
sua conta, e você pagará à instituição o valor R$13.000,00 ao final desse período
Observe que esta situação leva você a identificar os elementos que serão estuda-
dos na disciplina de matemática financeira, segundo Puccini (2011):
1. Ocorreu uma transação financeira entre o agente credor (banco) e o
tomador (você/cliente), que podemos chamar de operação financeira.
2. A transação financeira com duração de três meses tem um valor ini-
cial de R$ 10.000,00 (valor no início da operação) e um valor final de
R$13.000,00 (valor no final da operação).
3. Observe que a diferença entre o valor do início para o valor final é o acrés-
cimo, denominado juro da operação.
4. Neste exemplo, o juro será um custo para você e uma remuneração para
o banco.
5. O agente que empresta o dinheiro é o credor, e o que toma o dinheiro
emprestado é o devedor.

Agora, sabemos que o dinheiro não tem o mesmo valor no tempo. Não perca
tempo, aprenderemos a calcular os elementos financeiros, juro, prazo, taxa de
juros, capital e montante.

O Valor do Dinheiro no Tempo


20 UNIDADE I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITOS DOS ELEMENTOS FINANCEIROS

Caro(a) aluno(a), você já conhece os aspectos do valor do dinheiro no tempo, avan-


çaremos para os conceitos gerais da matemática financeira. Você pode observar
que, na seção anterior, trabalhamos o conceito mais simples de cálculo de juros.
Agora, estudaremos as terminologias da taxa de juros utilizadas no mercado.

JUROS

Juros é a remuneração (recompensa) do valor emprestado/aplicado. Para quem


investe, os juros correspondem ao retorno (recompensa) do investimento, para
quem toma emprestado, os juros correspondem ao custo (aluguel) pelo empréstimo.
Os juros são expressos em uma unidade monetária (R$, US$, €, ...) e indi-
cado pela letra J.
Exemplo: juros = J = R$ 10,00

CAPITAL OU VALOR PRESENTE

Capital ou Valor Presente é qualquer quantia monetária disponível em determi-


nada operação, referenciada, geralmente, na data focal zero. O capital que dá início
a uma operação financeira é chamado de capital inicial ou principal. O capital é
expresso em uma unidade monetária e indicado pela letra C ou PV (Valor Presente).

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


21

Exemplo: Capital Inicial = Valor Presente = C = PV = R$ 250,00

PRAZO OU PERÍODO

Prazo é o tempo que decorre desde o início até o final de uma dada operação
financeira ou os períodos fracionados de uma operação (para pagamentos par-
celados). É contado em períodos de tempo, sendo o menor deles o dia (dia, mês,
bimestre, trimestre, semestre, ano, ...) e indicado pela letra n.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo: Prazo = n = 7 meses


Na prática, o prazo pode ser contado a partir de duas convenções:
a. Prazo exato: aquele que conta os dias de acordo com o chamado ano
civil, no qual os dias são contados pelo calendário, podendo o ano ter
365 ou 366 dias.
Exemplo 1: fevereiro tem 28 dias; fevereiro tem 29 dias; abril tem 30 dias;
dezembro tem 31 dias.
Exemplo 2: Alberto comprou uma camisa em 15 de março, para liquidar
em 20 dias. Considerando o prazo exato, qual a data de vencimento? 04 de abril,
observe que março tem 31 dias.
b. Prazo comercial: é aquele que conta os dias de acordo com o chamado
ano comercial, no qual o mês é considerado sempre como tendo 30 dias,
e o ano 360 dias.
Exemplo 1: fevereiro tem 28 dias; abril tem 30 dias; dezembro de 30 dias.
Exemplo 2: Alberto comprou uma camisa em 15 de março para liquidar em
20 dias. Considerando o prazo comercial, qual a data de vencimento? 05 de abril.
Observe que março tem 30 dias, como todos os outros meses do ano.
Destaca-se que, em algumas operações de curto prazo, é comum ou conve-
niente utilizar taxas de juros simples diárias equivalentes, isto é, os prazos são
contados em dias, e a taxa de juros são anuais. Neste caso, você terá duas opções,
utilizar juros exato e juro comercial ou bancário. Conforme abordado, o juro
exato considera que o ano civil tem 365 ou 366 dias, e cada mês tem os núme-
ros de dias respectivos; por sua vez, os juros comercial ou bancário considera o
ano com 360 dias e o mês com 30 dias.

Conceitos dos Elementos Financeiros


22 UNIDADE I

Caro(a) estudante, como saber qual desses utilizar? Comumente, utiliza-se


a convenção de juros comerciais (HAZZAN; POMPEO, 2007).
Vamos ver a diferença entre os dois, por meio do exemplo: um capital de
R$10.000,00 (VP) foi aplicado por 43 dias (n) à taxa (i) de 30% a.a, no regime
de juros simples.
a. Juros exatos:

VP . i . n R$10.000, 00 . 0,30 . 43 10.000, 00 . 0,30 . 43 R$129.000


=J = = = = 353, 42
365 365 365 365

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b. Juros comerciais ou bancários:

VP . i . d R$10.000, 00 . 0,30 . 43 10.000, 00 . 0,30 . 43 R$129.000


=J = = = = 358,33
360 360 360 360

Observe que os juros exatos anuais são menores que os juros comerciais. Caso
você queria saber mais sobre a utilização de taxas de curto prazo com juros sim-
ples, pesquise sobre as operações de Hot Money.

TAXA DE JUROS

Taxa de juros é o coeficiente obtido pela relação estabelecida entre o valor do


juro do período e o capital emprestado/aplicado, ou seja, é a remuneração do
fator capital utilizado/aplicado durante um certo período de tempo.
Juro é a remuneração sob o capital empregado. Quando cedemos dinheiro
a alguém, abrindo mão do seu usufruto, o valor acrescido a esse dinheiro é o
juro. Neste sentido, se abrirmos mão de gastar R$ 1.000,00 (mil reais) para rece-
bermos R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais), daqui a um ano, o diferencial de R$
200,00 (duzentos reais) denominamos de juro. Observe que o juro é a relação
entre a quantia inicial e a futura. Logo, temos:

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


23

J R$200, 00
i
= = = 0, 20 ou 20% a.a
C R$1.000, 00
Onde:
J = juros recebidos
C = capital empregado na operação

Preste atenção, a taxa de juros citada anteriormente está ao ano (a.a), isto quer
dizer que se deve especificar a taxa de juros no período de tempo. As taxas de juros
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

referem-se sempre a uma unidade de tempo (dia, mês, ano), indicadas pela letra
i, e podem ser representadas de duas maneiras: taxa percentual e taxa unitária.
a. Taxa percentual: representa o juro de cem unidades do capital, no período
tomado como unidade de tempo, ou seja, refere-se aos “centos” do capital.
Exemplo: taxa = i = 30% ao mês = 30% am.
b. Taxa unitária (ou centesimal): representa o juro de uma unidade do capi-
tal no período tomado como unidade de tempo.
Exemplo: taxa = i = 0,30 ao mês = 0,30 am.

Utilizamos o cálculo da taxa de juros para fazer um financiamento, uma sim-


ples compra a prazo e também para realizar um investimento. Entretanto muitas
pessoas, ao realizar o ato de consumir ou investir no tempo, não conhece a com-
posição de tal taxa e, muito menos, a diferença no tempo. Por isso, a taxa de
juros pode ser calculada diaria, mensal, semestral ou anualmente, tudo depende
do objetivo que se busca. Todavia, quando você escutar na televisão que a taxa
básica de juros da economia está 6,5%, isto significa que é a taxa anual. Ou seja,
comumente, as taxas de juros de investimentos e financiamentos são divulga-
das com percentuais anuais. Por exemplo, se a taxa de juros for de 6,5% anual,
significa que você receberá ou pagará no final 6,5% do principal, isto é, sobre o
capital (emprestado ou investido).
As terminologias de taxas de juros utilizadas são abreviadas, conforme apre-
sentado na Figura 3.

Conceitos dos Elementos Financeiros


24 UNIDADE I

a.d = ao dia
a.m = ao mês
a.b = ao bimestre
a.t = ao trimestre
a.q = ao quadrimestre

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a.s = ao semestre
a.a = ao ano

Figura 3 - Terminologias utilizadas para expressar a taxa de juros no tempo


Fonte: as autoras.

Observe “que a taxa de juros (i) e os períodos (n) devem estar expressos na mesma
referência temporal. Se a taxa de juros for mensal, por exemplo, o tempo deve
ser mensal também” (CORREIA NETO, 2011, p. 202).
Você pode estar pensando que, para achar a taxa de juros equivalente men-
sal é só dividir a taxa anual por 12, ou para obter a taxa anual é só multiplicar
a mensal por 12. Pois bem, veremos, durante o nosso estudo, que encontrar a
equivalência entre taxa de juros e o tempo pode envolver certa complexidade.

MONTANTE OU VALOR FUTURO

Montante ou valor futuro corresponde a uma cumulação relativa à aplicação de


um capital C, é definido como o capital acrescido de seu respectivo juro, expresso
em uma unidade monetária e indicado pelas letras M ou S ou FV (valor futuro).
Exemplo: Montante = Valor futuro = M = FV = R$ 2.500,00.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


25

Cabe ressaltar, que o Valor Nominal (VN) de uma operação financeira é o valor
constante do título de crédito (por exemplo, na fatura de cartão de crédito), inde-
pendentemente se é o valor presente ou o valor futuro da operação.
Verifique que, entre as notações técnicas, está apresentado o valor presente
e o valor futuro. Como o nome já diz, o valor presente (VP) é o valor da opera-
ção financeira iniciada hoje, isto é, na data presente. Como o valor presente e o
capital coincidem, eles são tratados como sinônimos. No entanto o valor futuro
(VF) é o valor de uma operação financeira entre a data atual ou presente e o
vencimento da operação. O capital mais os juros também podemos conside-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

rar como sinônimo de montante. Assim, o valor futuro pode ser representado,
matematicamente, por:
VF
= VP + J

ou

M= C + J

Por fim, temos que o valor devolvido no futuro corresponde ao valor origi-
nal somado ao adicional (aluguel do dinheiro), isto é, montante igual capital
mais o juro.

Observe que a percentagem faz parte do universo da matemática financei-


ra. Desta forma, percentagem (%) significa por cento ou por cem. Isto é, re-
presenta valores em relação a cem (100). Por exemplo:

50 20 10
50% = 20% = 10% =
100 100 100
Pense que esta fração centesimal pode ser escrita em forma decimal. Obser-
ve o exemplo a seguir:

Conceitos dos Elementos Financeiros


26 UNIDADE I

50 20 10
50%
= = 0,5 20%
= = 0, 2 10%
= = 0,10
100 100 100
Note que podemos calcular porcentagem de um número de várias formas,
para isso, pegaremos um dos exemplos anteriores:
50
50%
= = 0,5
100
Agora, escreveremos a porcentagem em forma decimal e multiplicaremos
por um número. Imagine que 50% das 20.000 (vinte mil) pessoas votaram

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
no candidato X. Quantas pessoas votaram no candidato X?

50
50%
= = 0,5
= 0,5 . 20.000
= 10.000
100
Logo, o candidato X recebeu 10.000 votos. Portanto, as taxas podem ser ex-
pressas de duas formas: em percentual (10%) ou unitária ou decimal (0,10).
Fonte: as autoras.

Agora, para deixar clara a nomenclatura que utilizaremos no livro, adotaremos


algumas simbologias que facilitem o entendimento, não só da taxa de juros no
tempo, mas também outras notações técnicas encontradas no estudo da matemá-
tica financeira. No Quadro 1, você observa a notação técnica utilizada neste livro.
Quadro 1 - Notações técnicas

i Taxa unitária de juros. Exemplo: 0,10 am.


r Taxa percentual de juros. Exemplo: 10%
ou i am.
j ou J Juros simples, decorridos “n” períodos.
Juros compostos, decorridos “n” perío-
J ou j
dos.
n Número de períodos.
Termo, prestação ou série de pagamen-
PMT
tos uniformes.
C Capital ou valor presente (VP).
VP Valor atual ou valor presente (PV).
P Principal valor atual ou valor presente.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


27

VF Valor futuro ou montante (M).


Montante de capitalização simples –
M
valor futuro.
Montante de capitalização composta –
S
valor futuro.
Fonte: adaptado de Muller e Antonik (2012, p. 5).

Ressaltamos que os conceitos de prestações (PMT) e o sistema de capitalização


composta serão abordados em outras unidades desta obra.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

TAXAS DE JUROS

Você sabia que as transações financeiras são fundamentadas na determinação


antecipada de taxas de juros? “Os juros representam as compensações financeiras
nas operações ativas e passivas” (CORREIA NETO, 2011, p. 200). Assim, para o
investidor, os juros são remunerações dos investimentos (operação ativa) e, para
o tomador, eles representam o custo do capital (operação passiva) (CORREIA
NETO, 2011). Neste sentido, quem paga tem custo, despesa ou prejuízo, e quem
recebe obtém ganho de capital, isto é, rendimento ou receita financeira.
Cabe ressaltar que a taxa de juros pode ser influenciada pela inflação, risco da ope-
ração, utilidade e custo de oportunidade do capital: a inflação leva à perda de poder

Taxas de Juros
28 UNIDADE I

de compra da moeda, isto é, corroendo o capital de forma que se compra cada vez
menos com a mesma quantia em dinheiro, o que exige que o investimento produza
resultado maior que o capital investido, que deve ser superior a inflação do período.
Observe, quanto maior a inflação, maior a taxa de juros (CORREIA NETO, 2011).
O risco da operação cresce com relação ao prazo, ou seja, a incerteza quanto
ao futuro. Desta forma, quanto maior o risco, maior será a remuneração exigida,
isto é, maior a taxa de juros. Agora, perceba que investimentos com menor risco,
fornecem uma taxa de retorno mais baixas (CORREIA NETO, 2011).
“O conceito de utilidade também influencia o comportamento da taxa de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
juros” (CORREIA NETO, 2011, p. 201). Isto quer dizer que quando você decide
investir impede que o dinheiro circule na economia, isto é, que esse dinheiro seja
utilizado para o consumo. Assim, para você abrir mão do capital, hoje, e ficar
sem consumir, exigirá um prêmio. Quanto maior a utilidade do capital, mais alta
deve ser a taxa de juros (CORREIA NETO, 2011).
Por fim, o custo de oportunidade é um ponto determinante das taxas de juros,
na medida em que você, ao selecionar uma oportunidade de investimentos, abrirá
mão de outra oportunidade em que, por sinal, não será remunerado. Desta forma,
há um custo de oportunidade representado pelo que se deixou de ganhar. De fato,
quanto maior o custo de oportunidade, maior será a taxa exigida do investimento.
“A taxa de juros é a razão entre o juro recebido (ou pago) no final de um perí-
odo de tempo e o capital, inicialmente, empregado. Assim, a taxa será sempre
relacionada com uma unidade de tempo” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 10,
grifo nosso). Perceba que há uma diferença entre taxa de juros e o valor dos juros.
A taxa de juros é o percentual aplicado ao capital inicial para que ele seja res-
gatado no futuro. Assim, a taxa de juros, como já vimos, é expressa em:

J R$20, 00
i
= = = 0, 20 ou 20% a.a.
C R$100, 00

Em contrapartida, o juro é o valor expresso em dinheiro, por exemplo, em reais,


referente à remuneração do capital inicial empregado, é o valor gerado por meio da
capitalização (simples ou composta) de um investimento transcorrido no tempo.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


29

Nos juros simples ou capitalização simples, os juros incidem apenas sobre o


valor inicial, isto é, o capital. Por sua vez, na capitalização composta, no final de
cada período de capitalização, os juros incorporam-se ao valor inicial, tornando
um novo valor que passa a render juros (juros sobre juros).
Por exemplo: Um empréstimo de R$10.000,00 é adquirido pelo prazo de 3
meses, com taxa de juros de 10% a.m (ao mês).

Cálculo de juros simples


Juros simples = VP. i . n
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Juros simples = 10.000,00 . 0,10 . 3 = R$ 3.000,00

Cálculo dos juros compostos

= VP. (1 + i ) n
Valor Futuro

Valor Futuro = 10.000,00 . (1+ 0,10)3 = R$ 13. 310,00

Juros
= VF −VP

Juros = 13.310,00 −10.000 = R$ 3.310,00

Observe que os juros compostos são maiores que os juros simples, pois, neste
modelo, o cálculo leva em consideração os juros sobre juros.
Nas próximas unidades, compreenderemos as definições e aplicações de
juros simples e juros compostos.

Taxas de Juros
30 UNIDADE I

Variação percentual
Pense que, em um determinado mês, o preço de um produto seja R$ 50,00
e, no mês seguinte, o preço tenha sido alterado para R$ 55,00. A alteração
de preço foi positiva em R$ 5,00. Assim, a variação percentual de preço nas
datas consideradas foram:
Vt −V0 55, 00 − 50, 00 = 0,10 = 10%
J= => J=
V0 50, 00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe, que o juro ou a variação percentual é a diferença entre o preço na
data futura (Vt) e a data inicial (V0), dividido pelo preço da data inicial (V0).
Neste sentido, quando a variação percentual é positiva, denominamos taxa
de crescimento, e, quando negativa, decrescimento.
Fonte: adaptado de Iezzi, Hazzan e Degenszajn (2013).

Cabe ressaltar que “não se pode comparar ou somar dinheiro a menos que ele
esteja no mesmo instante de tempo” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 1). Não obs-
tante, caso o “dinheiro não esteja no mesmo instante de tempo para somá-lo, é
necessário mover o dinheiro no tempo associado a uma taxa de juros” (MULLER;
ANTONIK, 2012, p. 1). Neste contexto, sempre que há concessão de dinheiro, o
disponibilizador do recurso (credor) deverá receber o dinheiro emprestado adi-
cionado a uma taxa de juros. Logo, quem empresta o dinheiro tem expectativa
de recebê-lo com uma taxa de retorno, isto é, a taxa de juros.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


31
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SISTEMAS DE CAPITALIZAÇÃO

Os regimes de capitalização esclarecem como os juros são calculados e incorpo-


rados ao capital, ou seja, como o montante varia no tempo. Logo, “o regime de
capitalização é uma forma contínua no tempo que descreve como o juro é adi-
cionado ao capital” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 12).
Fique atento(a), pois há dois regimes de capitalização: simples (juros simples) e
composto (juros compostos). “Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo,
sempre sobre o capital inicial, dizemos que há um sistema de capitalização simples
(juros simples) ou aplicado de forma linear” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 12).
Imagine que ofereceram a você um empréstimo de R$ 1.000,00, com prazo
de 5 anos e taxa de 10% ao ano a juros simples, conforme indicado na Tabela 1:
Tabela 1 - Capitalização simples

CRESCIMENTO
SALDO NO SALDO DEVEDOR
JUROS APURADOS PARA ANUAL
ANO INÍCIO DE AO FINAL DE
CADA ANO ($) DO SALDO
CADA ANO ($) CADA ANO ($)
DEVEDOR ($)
Início do 1º ano - - 1.000,00 -
Fim do 1º ano 1.000,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.100,00 100,00
Fim do 2º ano 1.100,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.200,00 100,00
Fim do 3º ano 1.200,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.300,00 100,00
Fim do 4º ano 1.300,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.400,00 100,00
Fim do 5º ano 1.400,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.500,00 100,00
Fonte: adaptada de Assaf Neto (2012, p. 4).

Sistemas de Capitalização
32 UNIDADE I

Observe que os juros incidem somente sobre o capital, o que apresenta valores
idênticos no final de cada ano. Como consequência, o crescimento dos juros é
linear, o que revela um comportamento igual ao de uma progressão aritmética,
com o valor de R$ 500,00 no final do período (ASSAF NETO, 2012).
Verifique que, neste caso, não ocorre o fenômeno dos juros sobre juros. Como
o juro é simples, você pode converter a taxa anual para a mensal simplesmente
dividindo 10% a.a por 12 meses (10% a.a: 12 meses = 0,833%am).

Exemplo de capitalização simples:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um capital de R$ 2.000,00 foi aplicado por quatro anos à taxa de 5% a.a, em um
regime de juros simples.
Resolução:
Ao longo do 1º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Ao longo do 2º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Ao longo do 3º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Ao longo do 4º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Assim, como somente o capital aplicado rende juros, o montante, no final dos
quatro anos, foi de R$ 2.400,00. Conquanto, no regime de capitalização composta
o juro do 1º período agrega-se ao capital resultante no montante. No 2º período,
agrega-se a taxa de juros do período anterior ao montante e se calcula uma nova
taxa de juros e adiciona ao montante. E assim, consecutivamente, de forma que
se agrega a taxa de juros ao montante no início do período e passa a render juros.
Observe, que, no regime de capitalização composta, ocorre um comporta-
mento equivalente à progressão geométrica (ASSAF NETO, 2012). Pense que você
adquiriu uma dívida de R$ 1.000,00, e a ela deve ser paga em juros compostos a
uma taxa de 10% ao ano, a sua situação fica, conforme apresentado na Tabela 2:

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


33

Tabela 2 - Capitalização composta

SALDO NO SALDO DEVEDOR


JUROS APURADOS PARA
ANO INÍCIO DE AO FINAL DE CADA
CADA ANO ($)
CADA ANO ($) ANO ($)
Início do 1º ano - - 1.000,00
Fim do 1º ano 1.000,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.100,00
Fim do 2º ano 1.100,00 0,10 . 1.100,00 = 110,00 1.210,00
Fim do 3º ano 1.210,00 0,10 . 1.210,00 = 121,00 1.331,00
Fim do 4º ano 1.331,00 0,10 . 1.331,00 = 133,10 1.464,10
Fim do 5º ano 1.464,10 0,10 . 1.464,10 = 146,41 1.610,51
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: adaptada de Assaf Neto (2012, p. 5).

Caro(a) estudante, você deve ter observado, na tabela anterior, que os juros não
incidem sobre o capital inicial de R$1.000,00, mas sobre o saldo total existente
a cada ano (ASSAF NETO, 2012). O crescimento dos juros acontece de forma
exponencial ao longo do tempo.

Exemplo de capitalização composta:


Um capital de R$ 2.000,00 foi aplicado por quatro anos, à taxa de 5% a.a, em um
regime de juros compostos.
Resolução:
Ao longo do 1º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Ao longo do 2º ano, o juro originado foi de 2.100,00 (0,05) = 105,00
Ao longo do 3º ano, o juro originado foi de 2.205,00 (0,05) = 110,25
Ao longo do 4º ano, o juro originado foi de 2.315,25 (0,05) = 115,76
Assim, como somente o capital aplicado rende juros, o montante no final dos
quatro anos, foi de R$ 2.431,01.
Na capitalização composta, a taxa de juros fica maior do que na capitaliza-
ção simples por levar em consideração os juros sobre juros. Nesta perspectiva, “a
capitalização composta proporciona crescimento do capital de forma exponencial,
ao contrário do crescimento linear da capitalização simples” (CORREIA NETO,
2011, p. 206). Desta forma, o regime de capitalização composta cresce mais do
que o de capitalização simples. Observe o exemplo: um capital de R$ 2.000,00
foi aplicado por quatro anos, à taxa de 5% a.a, conforme indicado no Quadro 2:

Sistemas de Capitalização
34 UNIDADE I

Quadro 2 - Diferença entre capitalização simples e composta

ANO CAPITALIZAÇÃO SIMPLES CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


0 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00
1 R$ 2.100,00 R$ 2.100,00
2 R$ 2.200,00 R$ 2.205,00
3 R$ 2.300,00 R$ 2.315,25
4 R$ 2.400,00 R$ 2.431,01
Fonte: as autoras.

É importante ressaltar que você poderá encontrar no mercado a capitalização

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contínua e descontínua. De acordo com Assaf Neto (2012), a capitalização con-
tínua promove uma sequência na capitalização distribuída ao longo do tempo,
e não apenas na data final de período. Entretanto este tipo de regime de capita-
lização é pouco utilizado pela sua dificuldade de aplicação prática.
Por sua vez, na capitalização descontínua, Assaf Neto (2012) ressalta que
os juros são formados somente ao final de cada período de capitalização. Um
exemplo são as cadernetas de poupança que remuneram com juros no final do
mês, e não durante o mês. Cabe destacar que “a capitalização descontínua pode
ser identificada em juros simples e juros compostos” (ASSAF NETO, 2012, p. 6).

FLUXO DE CAIXA

A matemática financeira estuda as relações dos movimentos monetários ao longo


do tempo. Movimentos esses que são identificados no tempo por meio de entra-
das e saídas que denominamos fluxo de caixa (ASSAF NETO, 2012). O fluxo de

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


35

caixa é de grande valia na matemática financeira, no sentido que permite visu-


alizar o que ocorre com o capital no tempo, como representado na Figura 4:
Entradas de
caixa (+) + + + + +

0 1 2 3 4 5 6 7 8 (Tempo)
Saídas de - -
caixa (-)

Figura 4 - Fluxo de caixa


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: adaptada de Assaf Neto (2012, p. 2).

Na Figura 4, a linha horizontal representa o horizonte de tempo da operação. O


ponto zero indica o momento inicial e, os demais, as datas no tempo (ASSAF
NETO, 2012). As setas para cima representam as entradas de caixa ou recebi-
mentos de dinheiro (+), as setas para baixo indicam as saídas ou aplicações de
dinheiro (-) (ASSAF NETO, 2012). De fato, as entradas podem ser iguais ou
diferentes, bem como os intervalos de tempo que podem ser regulares, ou não.
Observe que o fluxo de caixa (PMT) retrata uma série de pagamentos ou rece-
bimentos que se estima ocorrer em determinado intervalo de tempo. Exemplos
de fluxo de caixa: empréstimos, investimentos e dividendos. Neste sentido,
baseados nestes fluxos, são realizados os planos de amortização de pagamen-
tos. Além disso, o fluxo de caixa pode ser utilizado para avaliação de empresas
e/ou opções de investimentos para verificar qual seria a melhor opção do ponto
de vista financeiro.
O fluxo de caixa pode ser classificado de acordo com o período de ocorrên-
cia: postecipado e antecipado. No fluxo de caixa postecipado, há a entrada ou
saída no final de um período, após a ocorrência do fato. Por exemplo: ao adquirir
um empréstimo para a primeira parcela (PMT) após 30 dias, conforme pode-
mos observar na Figura 5:

PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 n t
Figura 5 - Fluxo de caixa postecipado
Fonte: as autoras.

Fluxo de Caixa
36 UNIDADE I

Por sua vez, no fluxo antecipado, muito comum na ocorrência de investimen-


tos, há o desembolso no início do período, conforme indicado na Figura 6. Isto
é, quando você adquire um imóvel, por exemplo, paga a entrada no início e, na
sequência, as demais parcelas.
PMT PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 n t
Figura 6 - Fluxo de caixa antecipado
Fonte: as autoras.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os fluxos de caixas podem ser periódicos ou não periódicos. Assim, os perió-
dicos apresentam um intervalo igual entre os fluxos de caixa, por exemplo, os
pagamentos são realizados todo mês. Por outro lado, aos não periódicos os inter-
valos são diferentes.
Com relação à duração do fluxo de caixa, ele pode ser limitado (finito) ou
indeterminado (indefinido). A duração limitada ocorre quando os prazos dos
pagamentos ou recebimentos são conhecidos, como um financiamento por 4
anos que será pago neste intervalo de tempo. Em contrapartida, os indetermi-
nados ou indefinidos ocorrem, por exemplo, no pagamento de aluguel e projetos
de investimentos. Ainda, os valores do fluxo de caixa podem ser constantes ou
variáveis. Por constante, entende-se que os pagamentos e/ou recebimentos são
iguais entre si. Não obstante, os valores variam ao longo do tempo.
Nesta unidade, caro(a) aluno(a), pudemos ter um parâmetro do estudo
da matemática financeira. Falamos sobre os aspectos do valor do dinheiro no
tempo, conceitos dos elementos financeiros, taxa de juros, sistemas de capita-
lização e fluxo de caixa. Pois bem, agora que você já conhece esses elementos
fundamentais da matemática financeira, poderá avançar em seu conhecimento
sobre o tema. Bons estudos!

CONCEITOS FUNDAMENTAIS E JUROS SIMPLES


37

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a), chegamos ao fim desta unidade, com a qual demos início ao
processo de entendimento sobre os conceitos fundamentais para trabalhar a mate-
mática financeira. Acima de tudo, passamos a compreender o valor do dinheiro no
tempo. Vimos que, ao antecipar o consumo, paga-se um valor extra que denomina-
mos juros, podendo ser simples ou compostos. Não obstante os empréstimos são
comumente realizados a juros compostos. De forma semelhante acontece com os
nossos investimentos que, em alguns casos específicos, pode acontecer de empre-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

garmos o nosso capital e ora recebermos juros simples, ora compostos.


Aprendemos que o dinheiro possui valor no tempo, isto é, uma unidade
monetária, neste momento, não tem o mesmo valor que uma unidade monetá-
ria de ontem ou de amanhã. Neste sentido, trabalhamos conceitos dos elementos
financeiros essenciais para que se possa entender conceitos básicos da matemá-
tica financeira, como valor presente e valor futuro.
Desta forma, passamos a compreender o conceito de taxas de juros, que pode
ser para o tomador ou investidor, custo de empréstimos ou remuneração pelo
uso do capital, respectivamente. Neste contexto, vimos que o uso do dinheiro
exige um pagamento que é denominado remuneração do capital.
Conhecemos os sistemas de capitalização simples e composta e aprendemos
que capitalização simples, os juros, incidem apenas sobre o valor principal (VP
ou capital inicial), que cresce em progressão aritmética e/ou linear, o que induz a
concluir que não há existência de juros sobre juros. Ao contrário, na capitalização
composta, os juros sobre o principal crescem de forma geométrica e/ou exponencial.
Aprendemos, também, o conceito de Fluxo de caixa, em que as entradas e
saídas de dinheiro podem ser diferentes e ocorrem em momentos distintos no
tempo. Por fim, prezado(a) acadêmico(a), agora que você já tem uma base ini-
cial sobre a matemática financeira, nós o convidamos a continuar esta jornada.
Bons estudos!

Considerações Finais
38

1. Complete o quadro a seguir:


TAXA DE JUROS NA TAXA DE JUROS NA
TAXA DE JUROS
FORMA PERCENTUAL FORMA UNITÁRIA
2% ao dia 2% ad 0,02 ad
24% am
0,503 ab

90,05% ao semestre

3,15 aa
0,50% ao dia

2. Vimos a diferença entre juros exato e comercial, que compreende calcu-


lar os juros levando em consideração os 365, 366 ou 360 dias. Um capital de
R$10.000,00 (VP) foi aplicado por quarenta dias (d), à taxa (i) de 20% a.a. no
regime de juros simples.
Calcule o valor dos juros exato e comercial, e assinale a alternativa correta:
a) Juros exato, 219,17, e comercial 222,22.
b) Juros exato, 223,23, e comercial 219,25.
c) Juros exato, 225,10, e comercial 228,20.
d) Juros exato, 228,20, e comercial 225,20.
e) Juros exato, 219,17 e comercial 242,22.
3. Pudemos observar que os juros são os pilares da matemática financeira. Nesta
perspectiva, considere um capital de R$ 25.000,00, que foi aplicado durante
três meses, gerando um montante de R$ 30.000,00. Calcule a taxa de juros do
período e assinale a alternativa correta:
a) 0,12 ou 12%.
b) 0,15 ou 15%.
c) 0,2 ou 20%.
d) 0,25 ou 25%.
e) 0,31 ou 31%.
39

4. Temos dois tipos de juros: simples e compostos. O juro simples incide sempre
sobre o valor do capital, e o composto sobre o montante. Desta forma, um
empréstimo de R$ 20.000,00 é adquirido pelo prazo de três meses, após esse
período, quem disponibilizou o dinheiro para o empréstimo recebeu um mon-
tante de R$ 26.000,00. Calcule a taxa de juros simples do período.
5. Na matemática financeira, encontramos diversas simbologias, visto que o estu-
do do dinheiro no tempo é realizado por meio de equações, em que se encon-
tram relacionadas as diversas variáveis econômicas. Neste contexto, descreva a
diferença entre valor presente (VP) e valor futuro (VF).
6. Compreende-se como capitalização simples a taxa de juros aplicada somente
ao capital inicial, diferentemente da capitalização composta em que incorre
juros sobre juros. Nesta perspectiva, um capital de R$ 3.000,00 foi aplicado por
quatro anos, à taxa de 10% a.a. Calcule o valor dos juros total ao longo do perí-
odo pelo regime de juros simples e, em seguida, pelo composto.
7. Represente as informações a seguir em um fluxo de caixa:
a) Tempo 0, saída de caixa de R$ 4.000,00.
b) Tempo 1, saída de caixa de R$ 2.000,00.
c) Tempo 2, entrada de caixa de R$ 500,00.
d) Tempo 5, saída de caixa de R$ 2.500,00.
e) Tempo 6, entrada de caixa de R$ 5.200,00.
f ) Tempo 8, saída de caixa de R$ 3.500,00.
8. Converta a taxa simples indicada em taxa diária:
a) 120% aa
b) 36% am
c) 72% as
9. Converta a taxa simples indicada em taxa mensal:
a) 0,1% ad
b) 28% ab
c) 6% aq
d) 258% aa
10. Converta a taxa simples de 24% aa em taxa diária, mensal, bimestral, trimestral
e semestral.
40

INSTRUMENTAL MATEMÁTICO
O objetivo desta leitura complementar não é ensinar nem revisar matemática básica,
mas explanar e discutir conceitos e aplicações indispensáveis para os conteúdos de ma-
temática financeira.
Precisão nos cálculos
1. Arredondamento
Se você parar para analisar, verá que grande parte dos cálculos financeiros envolvem
fração. Algumas delas têm precisão finita (20/10 = 2) e outras infinita (10/3 = 3,333). Se
estivermos buscando um valor em reais, no primeiro caso, a resposta seria R$ 2,00, de
forma precisa. Todavia, no segundo caso, temos um problema de precisão em apresen-
tação em valores reais, já que a moeda permite até duas casas decimais (DE CASTRO;
DAL ZOT, 2015). Neste caso, somos forçados a arredondar para 3,33, que é o número
mais próximo da resposta correta.
Exemplos de arredondamento de casas decimais:
■■ 20,5685 é arredondado para 20, 57.
■■ 28,1249 é arredondado para 20,12.
■■ 2,99499 é arredondado para 2,99.
■■ 8,00500 é arredondado para 8,01.
2. Precisão
Compreenda que, para evitar arredondamento desnecessário e uma maior precisão nos
cálculos, o arredondamento só deve ser feito na resposta final (DE CASTRO; DAL ZOT,
2015). Para isso, é importante utilizar-se de recursos da calculadora, fazendo cálculos de
forma sequencial. Por exemplo: 4 pode ser feito de duas formas:
x100
5
4
■■ = 0, 67 e após 0, 67 x100 ;
5

■■ 4 4 x100
=x100 = 66, 67
5 5
Observe que a segunda opção é mais precisa que a primeira. A diferença é que na pri-
meira ocorreu um arredondamento nos cálculos intermediários (0,67), e o resultado foi
a perda de precisão (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015).
41

Razão e proporção
Pense que você abriu um negócio e, no primeiro ano, obteve receita de R$ 100.000,00 e,
no segundo ano, as receitas foram de R$ 150.000,00. Ao comparar os valores, observa-
mos que a diferença é de R$ 50.000,00. Entretanto esta comparação não oferece a ideia
de crescimento das vendas de um ano para o outro. Para isso, é necessário efetuarmos
uma comparação, dividindo as receitas do segundo ano pelas receitas do primeiro ano
(150.000,00/100.000,00). O resultado desta razão é igual 1,5. Diante disso, dizemos que
a receita do segundo ano é 1,5 vezes maior que a do primeiro ano.
Agora, vamos imaginar que as receitas do terceiro ano sejam de R$ 80.000,00 e, no
quarto ano, de R$ 120.000,00. Observe que a razão das receitas do ano quatro é de
120.000,00/80.000,00, que é igual a 1,5. Pois bem, a razão do quarto ano equivale à razão
150.000,00/100.000,00, que pode ser visualizada a seguir:

150.000, 00 120.000, 00
=
100.000, 00 80.000, 00

Portanto, “essa igualdade de duas razões é chamada de proporção” (IEZZI; HAZZAN;


DEGENSZAJN, 2013, p. 2), e pode ser ditada da seguinte forma: 150.000,00 está para
100.000,00, assim como 120.000,00 está para 80.000,00. Isto é, há uma sentença de
igualdade que denominamos de proporção.
Potenciação
Você deve ter observado que, para calcular os juros compostos, precisará relembrar a
potenciação. Pense que a potenciação é um número multiplicado por ele mesmo inú-
meras vezes. Por exemplo: an = a*a*a*a….*a.
Sendo “a” a base que é o número multiplicado por ele mesmo, e “n” o expoente, em
outras palavras, é o número de vezes que o número é multiplicado. Para entendermos
melhor, vamos imaginar o número 33, em que temos:
33 = 3 x 3 x 3 = 9 x 3 = 27
Sendo
3 – Base
3 – Expoente
27 – Resultado do produto
Fonte: adaptado de De Castro e Dal Zot (2015) e Iezzi, Hazzan e Degenszajn (2013).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Matemática Financeira: instrumentos financeiros para


a tomada de decisão em Administração, Economia e
Contabilidade.
Aderbal Nicolas Muller e Luis Roberto Antonik
Editora: Saraiva
Sinopse: este é um livro-texto que se propõe a ser um manual
prático, completo e com aplicações a serem utilizadas também
no cotidiano das empresas e de seus gestores nos processos de
tomadas de decisão. Esta obra conta com as nuances da matemática financeira e comercial.
Traz diversos exemplos práticos ilustrados, tanto para uso com calculadoras tipo HP-12c, como
para aplicações em Excel. Conta com material de apoio e planilhas de casos práticos aplicados à
tomada de decisão em negócios.

Prezado(a) aluno(a), como vimos, os juros dependem do capital, da taxa de juros e do tempo, por
isso, convidamos você a assistir este vídeo a fim de reforçar seus conhecimentos sobre o tema.
Web: <https://www.youtube.com/watch?v=YmKSgHY_pGQ>.
43
REFERÊNCIAS

ASSAF, N. Matemática Financeira. São Paulo: Editora Atlas, 2012.


CORREIA NETO, J. F. Excel para profissionais de finanças: manual prático. 2. ed. Rio
de Janeiro, 2011.
HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática Financeira. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
IEZZI, G.; HAZZAN, S.; DEGENSZAJN, D. M. Fundamentos de matemática elemen-
tar: Matemática Comercial, Matemática Financeira e Estatística Descritiva. [S.l]: Atu-
al, 2013.
MULLER, A. N.; ANTONIK, L. R. Matemática Financeira: instrumentos financeiros
para a tomada de decisão em Administração, Economia e Contabilidade. São Paulo:
Saraiva, 2012.
PUCCINI, A. L. Matemática financeira e análise de investimentos. Florianópolis:
Departamento de Ciências da Administração/UFSC; Brasília: CAPES, 2011.
GABARITO

1)
TAXA DE JUROS NA TAXA DE JUROS NA
TAXA DE JUROS
FORMA PERCENTUAL FORMA UNITÁRIA
2% ao dia 2% a.d 0,02 a.d
24% ao mês 24% a.m 0,24 a.m
50,3% ao bimestre 50,3% a.b 0,503 a.b
90,05% ao semestre 90,5% a.s 0,905 a.s
315% ao ano 315% a.a 3,15 a.a
0,50% ao dia 0,5% a.d 0,005 a.d

2) A.
3) C.
4) Taxa de juros = 6.000/20.000 = 0,3 ou 30%.
5) O valor presente é o capital empregado e/ou emprestado, e o valor futuro é a
soma do valor presente e/ou o capital mais os juros incorridos no período.
6)
Ao longo do 1º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00
Ao longo do 2º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00
Ao longo do 3º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00
Ao longo do 4º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00
Capitalização simples, valor dos juros R$ 1200,00

Ao longo do 1º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00


Ao longo do 2º ano, o juro originado foi de 3.300,00 (0,10) = 330,00
Ao longo do 3º ano, o juro originado foi de 3.630,00 (0,10) = 363,00
Ao longo do 4º ano, o juro originado foi de 3.993,00 (0,10) = 399,30
Capitalização composta, valor dos juros R$ 1.392,30
45
GABARITO

7)

8)
120 : 360 = 0,333% a.d
36 : 30 = 1,2% a.d
72 : 180 = 0,4% a.d

9)
0,1 x 30 = 3% a.m
28 : 2 = 14% a.m
6 : 4 = 1,5% a.m
258 : 12 = 21,5% a.m

10)
24 : 360 = 0,0667% a.d
24 : 12 = 2% a.m
24 : 6 = 4% a.b
24 : 4 = 6% a.t
24 : 2 = 12% a.s
Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita

II
Me. Juliana Moraes da Silva

SISTEMA DE

UNIDADE
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Instruir o acadêmico a respeito dos juros simples.
■■ Orientar o aluno quanto à equivalência simples.
■■ Ensinar o discente acerca do desconto simples.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Juros simples
■■ Equivalência simples
■■ Desconto simples
49

INTRODUÇÃO

Prezado(a) aluno(a), a cada momento ocorre uma transferência de recursos entre


os agentes econômicos. Esta utilização do dinheiro no sistema econômico gera mais
dinheiro, isto é, lucros. Uma vez que o preço do dinheiro é calculado via taxa de
juros, precisamos nos aprofundar nos conceitos inerente às operações financeiras.
De fato, nesta unidade, aprofundaremos-nos em conceitos sobre juros sim-
ples, equivalência simples e desconto simples, que são a base para avançarmos
na matemática financeira, de forma a passarmos a compreender as operações
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

mais complexas que envolvem juros compostos.


Assim, aprenderemos que os juros simples são calculados com base no capi-
tal. Logo, não há incidência de juros sobre juros, isto é, os juros são os mesmo
ao longo do período. Este tipo de operação pode ser encontrado no mercado de
investimentos em operações de curtíssimo prazo, em que a taxa de juros é cal-
culada diariamente. Para trabalharmos juros simples, utilizaremos as fórmulas
matemáticas algébricas e a calculadora financeira (HP-12C).
A equivalência simples envolve analisar quando dois ou mais capitais, com
diferentes vencimentos, são conduzidos para uma mesma data, e a mesma taxa
ocasiona valores iguais. Você verá que a equivalência de capitais é utilizada por
pessoas, empresas, instituições financeiras, entre outros, na busca de compati-
bilização de entrada e saída ao longo do tempo.
Além disso, trabalharemos o desconto simples ou desconto por fora, que
nada mais é do que antecipações de valores a receber ou a pagar. Aprenderemos,
de fato, caro(a) estudante, dois tipos de desconto: o comercial e o racional.
Pois bem, agora que já conhece o assunto com que trabalharemos nesta uni-
dade, nós o(a) convidamos a se aprofundar nos estudos, pois o conhecimento
gerado servirá como base para a operacionalização da matemática financeira ao
longo dos seus estudos.

Introdução
50 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
JUROS SIMPLES

Caro(a) aluno(a), o juro envolvido em uma operação financeira é chamado juros


simples, quando sua geração, em cada um dos períodos a que se refere a taxa apli-
cada durante todo o seu prazo da operação, for feita, exclusivamente, com base
no capital inicial (principal). Vale ressaltar que, na operação de juros simples, os
juros são pagos somente no final da operação (do contrato), sem parcelamento.
Você verá que os juros simples são aplicados diretamente sobre o capital e
compreendem, normalmente, aplicações de curto prazo. Deste modo, os juros
simples são de fácil entendimento, pois a matemática financeira exige apenas
cálculos utilizando equações lineares.
Considere um empréstimo de R$ 20.000,00, à taxa de juros simples de 30%
ao ano, a ser paga no final de 4 anos. Para apresentar a evolução da dívida, colo-
caremos em forma de quadro para verificar a memória de cálculo, no Quadro 1.
Quadro 1 - Evolução dos juros simples

ANO SALDO INICIAL JUROS SIMPLES SALDO FINAL


0 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
1 R$ 20.000,00 20.000 . 0,30 = R$ 6.000 R$ 26.000,00
2 R$ 26.000,00 20.000 . 0,30 = R$ 6.000 R$ 32.000,00
3 R$ 32.000,00 20.000 . 0,30 = R$ 6.000 R$ 38.000,00
4 R$ 38.000,00 20.000 . 0,30 = R$ 6.000 R$ 44.000,00
Fonte: as autoras.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


51

Você sabia que, comumente, em juros simples, não há capitalização intermedi-


ária durante o período, isto é, o merecedor dos juros adquire o direito somente
no final do período. A fim de obtermos a relação para o cálculo de juros sim-
ples, consideraremos uma situação modelo. Apliquei um capital C à taxa i pelo
prazo n. Quanto gerei de juros simples?
Resolução:
Juros após 1 período: J1 = C i
Juros após 2 períodos: J2 = Ci + Ci = 2 (Ci)
Juros após 3 períodos: J3 = Ci + Ci + Ci = 3 (C . i)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

...
Juros após n períodos: Jn = Ci + Ci + Ci + . . .+ Ci = n (Ci)
J = C . i .n
ou
J = VP . i . n
Onde
J = Juros
C = VP = Capital
i = Taxa
n = Prazo
Cabe ressaltar que i e n devem referir-se a um mesmo período de tempo.
Vamos considerar o seguinte exemplo: um capital aplicado por 6 meses a
uma taxa simples de 10% a.m.
R$50,00

R$40,00

R$30,00

R$20,00

R$0,00

R$-
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4

Figura 1 - Comportamento dos juros lineares


Fonte: as autoras.

Juros Simples
52 UNIDADE II

A fórmula algébrica matemática não é a única forma de resolução de exer-


cícios. O uso de calculadoras auxilia na busca pelas respostas aos exemplos,
exercícios e às aplicações. Nas operações de juros simples, calculadoras sim-
ples que realizam as quatro operações matemáticas são suficientes. Um tipo
de calculadora muito útil, inclusive, nas operações de juros compostos, ren-
das e anuidades bem como nos sistemas de amortizações, é a Calculadora
Financeira, como, a HP-12C.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Utilizando a Calculadora HP-12C para apuração dos Juros Simples:
[CHS] [PV] (valor do capital)
[ i ] (taxa de juros sempre anual)
[ n ] (tempo sempre em dia)
[ f ] [ int ]
Fonte: as autoras.

TAXAS PROPORCIONAIS E EQUIVALENTES EM JUROS SIMPLES

A relação J = C . in foi estabelecida de modo a aceitar somente a taxa e o prazo


referindo-se a mesma unidade de tempo. Caso isso não ocorra, devemos trans-
formar uma destas grandezas (ou mesmo as duas).Para tanto, necessitamos, às
vezes, do conceito de taxas equivalentes.
a. Taxas equivalentes: duas (ou mais) taxas de juros são equivalentes quando,
ao serem aplicadas a capitais iguais, por prazos também iguais, produ-
zem juro igual.

Nos problemas que envolvem o sistema de capitalização simples, a obtenção


da taxa equivalente a uma dada taxa pode ser conseguida facilmente, pois duas
taxas equivalentes são também taxas proporcionais.
b. Taxas proporcionais: duas (ou mais) taxas de juros simples são ditas
proporcionais quando seus valores e seus respectivos períodos de tempo,
reduzidos a uma mesma unidade, formam uma proporção.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


53

Assim, por exemplo, as taxas 3% ad e 90% a.m são proporcionais, pois:


Taxa período
3% 1 dia 3 = 1
90% 30 dias 90 30
Na prática, a obtenção da taxa proporcional de certa taxa simples pode ser
feita facilmente, bastando, para tanto, efetuar uma multiplicação (ou divisão)
conveniente.

Exemplo 1: um capital de R$ 10.000,00 foi aplicado a juros simples, durante 5


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

anos, com uma taxa de 2% a.m. Obtenha o valor dos juros.


Resolução Algébrica:
A taxa de 2% a.m equivale a 24% aa, em juros simples. Como um ano tem
doze meses, a taxa anual é doze vezes a taxa mensal.
J = VP.i.n
J = 10.000 . 0,24 . 5
J = R$ 12.000,00

Resolução HP-12 C
10000 [CHS] [PV]
24 [ i ]
1800 [ n ]
[ f ] [ int ]
R$ 12.000,00

Exemplo 2: um capital de R$ 7.000,00 foi aplicado a juros simples, durante um


ano e meio, com uma taxa de 8% a.s. Obtenha o valor dos juros.
Resolução Algébrica:
8% ao semestre é proporcional a 16% ao ano (como 1 ano tem dois semes-
tres, logo, a taxa anual é duas vezes a taxa simples do semestre).

J = VP.i.n
J = 7000 . 0,16 . 1,5
J = R$ 1.680,00

Juros Simples
54 UNIDADE II

Resolução HP-12 C
7000 [CHS] [PV]
16 [ i ]
540 [ n ]
[ f ] [ int ]
R$ 1.680,00

Exemplo 3: uma aplicação financeira de R$ 100,00 rendeu juros simples de R$


12,00, durante o período de um ano. Obtenha a taxa mensal de juros da aplicação.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolução Algébrica:
J = VP.i.n
12 = 100 . i . 1
i = 12 : 100 = 0,12 ao ano ou 12% ao ano
Como um ano tem doze meses, 12% ao ano, dividido por 12 meses corres-
ponde à taxa proporcional de 1% ao mês.

Resolução HP-12 C
100 [enter]
12 [ %T ]
1[/]
12% ao ano

MONTANTE SIMPLES

Montante (M) ou Valor Futuro (FV) relativo à aplicação de um capital C é defi-


nido como sendo o capital C acrescido de seu respectivo juro J. No sistema de
capitalização simples, o montante ou valor futuro é apurado da seguinte forma:
M= C + J
Como J = Cin
Então,
M= C +C . i . n
M =C +C (1 + i . n )

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


55

ou
FV PV (1 + i . n )
=

Exemplo 1: encontrar o montante obtido na aplicação de um capital de R$


10.000,00, à taxa simples de 5% am, durante um período de 8 meses.
Resolução Algébrica:
M =C +C (1 + i . n )
M = 10.000 ( 1 + 0,05 . 8)
M = 10.000 (1,40) = R$ 14.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 2: no dia 08 de fevereiro de 20XX, uma pessoa tomou emprestado a


quantia de R$ 185.500,00, comprometendo-se a liquidar a dívida em 1 mês e
10 dias, pagando o empréstimo por R$ 296.800,00. A que taxa simples diária se
deu-se esta operação?
Resolução Algébrica:
M =C +C (1 + i . n )
296.800 = 185.500 (1 + i . 40)
296.800 / 185.500 = 1 + 40 i
1,60 = 1 + 40 i
1,60 - 1 = 40 i
0,60 = 40 i
i = 0,60 / 40
i = 0,015 a.d ou 1,5% a.d

Exemplo 3: em quantos meses um capital dobra de valor, se aplicado a juros


simples de 2% a.m?
Resolução Algébrica:
M =C +C (1 + i . n )
2C = C (1 + 0,02 n)
2C / C = 1 + 0,02n
2 = 1 + 0,02 n
2 - 1 = 0,02 n

Juros Simples
56 UNIDADE II

1 = 0,02 n
n = 1 / 0,02
n = 50 meses

Exemplo 4: qual é o capital que aplicado à taxa simples de 2% a.b, durante 1 ano
e 7 meses resultou num montante de R$ 1.120,00?
Resolução Algébrica:
Taxa de 2% a.b é proporcional a 1% a.m.
M =C +C (1 + i . n )

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1.120 = C (1 + 0,01 19)
1120 = C ( 1 + 0,19)
1120 = 1,19 C
C = 1120 / 1,19
R$ 941,18

Neste sentido, podemos verificar que os cálculos financeiros, muitas vezes, são
realizados por meio de calculadoras e, por isso, não podemos nos esquecer delas,
já que simplificam o processo no que tange a resolução de problemas financeiros.
Nesta perspectiva, vamos trabalharemos o método algébrico (ALG), utilizado
na maioria das calculadoras e o RPN (Notação Polonesa Reversa) para calcu-
ladoras HP.
Agora, utilizando nosso exemplo, vamos refazer os cálculos dos juros:
RPN ALG
20.000 [ENTER] 20.000 [X]

0,3 [X] 0,3 [X]


4 [X] 4 [=]
->24.000 ->24.000

Vamos refazer os cálculos do Valor Futuro:


RPN ALG
0,3 [ENTER] 0,30 [X]

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


57

4 [X] 4 [+]
1 [+] 1 [X]
20.000 [X] 20.000
-> 44.000 -> 44.000

Exercício resolvido 1-
Qual valor futuro ou montante e o valor dos juros gerados numa aplicação
financeira de R$ 16.000,00, durante 12 meses, com taxa de 1,4% ao mês?
VP = 16.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

n = 12 meses
i = 1,4% ao mês
VF = ?
J=?
Valor Futuro Valor dos Juros
VF VP (1 + i.n )
= J = VP.i.n
VF = 16.000 (1 + 0,014.12) VF J = 16.000 . 0,014 . 12 = 2.688
= 16.000 (1+ 0,168) ou
VF = 16.000 (1,168) J VF −VP
=
VF= 18.688 J = 18.688 - 16.000 = 2.688

Resolução: o valor futuro ou montante é de R$ 18.688,00, e o valor dos juros é


de R$ 2.688,00.
Agora, caro(a) estudante, se quisermos determinar o valor presente tendo os
dados do valor futuro, basta isolar a fórmula atual do montante ou valor futuro
(VF). Observe que a “fórmula do montante é suficiente para resolver qualquer
problema de juros simples” (BUENO; RANGEL; SANTOS, 2011, p. 6):

VF
VP =
(1 + i .n )

Juros Simples
58 UNIDADE II

Exemplo 5: uma aplicação rendeu, após 4 anos, o montante de R$ 30.000,00 a


uma taxa de juros anual de 20%. Qual o valor aplicado?

30.000 30.000
VP
= = = 16.666, 67
(1 + 0, 2 . 4 ) (1,8)
Verifique que o valor inicial aplicado no investimento foi de R$ 16.666,67. Vamos
refazer os cálculos na calculadora:
RPN ALG

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
30.000 [ENTER] 30.000 [÷]
0,2 [ENTER] (0,2 [X] 4 [+] 1 )
4 [X] 1 [+] [÷] =
-> 16.666,67 ->16.666,67

Observe que, utilizando a calculadora na forma algébrica, você terá que calcular,
a princípio, o valor dos juros vezes o tempo somado 1. Conforme: 30.000 .
(1 + 0, 2 ⋅ 4 )
Exercício resolvido 2
Qual valor presente ou capital e o valor dos juros gerados numa aplicação finan-
ceira de R$ 18.688, 00, durante 12 meses, com taxa de 1,4% ao mês?

VP = ?
J =?
n = 12 meses
i = 1, 4% ao mês
VF = 18.688

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


59

VF
VP =
(1 + i ⋅ n )
J = VP . i . n
18.688 J 16.000 ⋅ 0, 014 ⋅12
= = 2.688
VP =
(1 + 0, 014 ⋅12 )
ou
18.688
VP =
(1 + 0,1680 )
J VF −VP
=
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

18.688
VP = J = 18.688 − 16.000 = 2.688
(1,1680)
VP = 16.000

Resolução: o valor presente é de R$ 16.000,00, e o valor dos juros é de R$ 2.688,00.

Imagine, agora, que você quer saber qual seria o tempo necessário para um capi-
tal ou valor presente de R$ 2.500, aplicado com taxa de 10% ao mês e produz
R$ 500 de juros.
J = R$ 500
VP = R$ 2.500
i = 10% a.m
n=?
Resolução:
Isolando o “n” na fórmula básica [ J = VP. i .n ]

J
n=
VP ⋅ i

500
=n = 2
2500 ⋅0,10

Juros Simples
60 UNIDADE II

Assim, o tempo necessário para que o capital produza juros de R$ 500,00 é de


dois meses. Observe que a taxa estava em meses caso estivesse ao ano, o resultado
seria dois anos, e não dois meses. Por isso, para realizar esta conta, é impor-
tante prestar atenção no período da taxa de juros: dia, mês, bimestre, trimestre,
semestre e ano.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EQUIVALÊNCIA SIMPLES

Observe que nos exemplos de juros simples, considerou-se que os períodos


dos juros são iguais à capitalização ou ao pagamento dos juros, isto é, a taxa e
o tempo estavam no mesmo período, por exemplo: se a taxa de juros é mensal,
o período de capitalização deve ser mensal também. Entretanto, na vida real,
nem sempre é assim, é comum você encontrar taxa de juros anuais e períodos
de capitalização mensais. Ainda, dívidas vincendas podem ser substituídas por
outras, de modo a não favorecer, nem prejudicar as partes envolvidas, ou seja,
busca-se manter o equilíbrio monetário.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


61

EQUIVALÊNCIA DE TAXAS

No caso de juros simples, realizar a conversão entre as taxas mensais para as anu-
ais e as anuais para as mensais é, relativamente, simples. Por exemplo: imagine
que você queira saber a taxa anual equivalente à taxa mensal de 1%. Para isso,
basta você multiplicar por 12 meses. Isso mesmo, se a taxa de juros for simples,
é só pegar a taxa e multiplicar ou dividir, sem complexidade. Neste caso, o valor
da taxa anual é: 0,01⋅ 12 = 0,12 ou 12% .
Outro exemplo é considerar os juros simples, qual a taxa mensal equivalente a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

12% ao trimestre. Para achar, é só dividir 12% por 3 (0,12/3 = 0,04 ou 4%). Assim:
■■ 6% a.b (ao bimestre) é equivalente a 3% a.m
■■ 9% a.t (ao trimestre) é equivalente a 3% a. m
■■ 18% a.s (ao semestre) é equivalente a 3% a. m
■■ 36% a.a (ao ano) é equivalente a 3% a. m

Podemos dizer, prezado(a) acadêmico(a), que as taxas são equivalentes quando


aplicamos o mesmo capital, durante determinado período de tempo, e origi-
nam os mesmos juros. Um capital R$ 4.000,00 pode ser aplicado à taxa de juros
de 1 % ao mês ou 12% a. a. Com um prazo de dois anos, veremos se as taxas são
realmente equivalentes:
J =VP . i . n J =VP . i . n
J = 4.000 ⋅ 0, 01 ⋅ 24 J = 4.000 ⋅ 0,12 ⋅ 2
J = 960 J = 960

Assim, em juros simples, as taxas de 1% a.m e 12% a.a são equivalentes.

Equivalência Simples
62 UNIDADE II

Exercício resolvido 3
Qual a taxa anual de juros simples que um determinado investimento rendeu,
visto que o capital aplicado foi de R$ 10.000,00, e o valor de resgate foi de R$
11.050,00, após 12 meses?
Resolução:
J = 1.050
VP = 10.000
VF = 11.050

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
n = 12 meses = 1 ano
i=?
J
i= ⋅n
VP
1.050
i= ⋅ 1 = 0,105 ou 10,5%
10.000

A taxa de juros anual foi de 10,5%. Utilizando a calculadora:


RPN ALG
1.050 [ENTER] 1.050 [/]
10.000 [/] 10.000 [X] 1
1 [X] =
-> 0,105 ou 10,5% ->0,105 ou 10,5%

Você sabia que quando há divergências entre taxas de juros e período de tempo é
sempre o tempo que deve ser convertido, e não a taxa? Por exemplo: se a taxa de
juros está mensal, e o tempo está em dias, então, preciso transformar o tempo em
meses, e não o contrário. Vejamos: qual é o rendimento de uma aplicação finan-
ceira de R$ 4.859,00, após 149 dias à taxa de 2,9% ao mês (a.m)? Para resolver
este problema, precisamos transformar o tempo de dia (149) para mês.
Dados:

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


63

Observe que precisamos de uma informação antes de prosseguir, isto é, o prazo


J =?
VP = 4.859,00
i = 2,9% (0,029)a.m
149d
=n = 4,966666666 meses
30

está em dias, e a taxa está em mês.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

J= VP ⋅ i ⋅ n
149
J = 4.589 ⋅ 0, 029 ⋅
30
149
J = 4.589 ⋅ 0, 029 ⋅
30
J = 660,968967

Preste atenção nos arredondamentos neste caso, por exemplo: n= 4,96666....


Se esse valor for arredondado antes de se calcular a resposta final, pode-se per-
der a precisão. Conforme podemos observar a seguir:
ARREDONDANDO N = 149 DIAS
RESULTADO DE J=VP.I.N
PARA...

4,9 4.589 ⋅ 0,029 ⋅ 4, 9 =


652, 09
4,96 4.589 ⋅ 0, 29 ⋅ 4,96 =
660,081
4,966 4.589 ⋅ 0,029 ⋅ 4,966 =
660,880
4,966666666 (mais precisão possí- 4.589 ⋅ 0,029 ⋅ 4,9666666 = 660,968967
vel) (sendo essa a resposta mais correta)

Comumente, a exatidão é exigida por meio de duas casas após a vírgula, no entanto,
neste caso, qualquer arredondamento forneceria respostas inexatas ao problema
estudado. Neste sentido, para obter mais precisão, seria importante utilizar todas as
casas após a vírgula. Agora, veremos como resolver este exercício na calculadora:

Equivalência Simples
64 UNIDADE II

RPN ALG

4.589 [ENTER] 4.589 [x]


0,029[x] 0,029 [X]
149 [X] 149 [/]
30 [/] 30 [=]
->660,968967 ->660,968967

Agora, caro(a) aluno(a), imaginaremos que foi realizado um empréstimo no valor

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de R$ 4.000,00 à taxa de juros simples de 36% a.a (ao ano) comercial, para ser qui-
tado após 30 dias. Observe que a taxa de juros está anual e é preciso convertê-la
para diária. Para isso, utiliza-se a regra do banqueiro, isto é, por meio da conversão.
Dados:
J =?
VP = 4.000
i = 36%(0,36)a.a
30
= n 30= d = 0,83333333 anos
360

J= VP ⋅ i ⋅ n= 4.000 ⋅ 0,36 ⋅ 0,83333333= 120


Foram pagos rendimentos no valor de R$ 120,00. Utilizando a calculadora:
RPN ALG
4.000 [ENTER] 4.000 [x]
0,36 [X] 0,36 [X]
30 [X] 30 [ / ]
360 [ / ] 360 [=]
->120 ->120

Vamos calcular, agora, o valor principal, isto é, o capital necessário para apli-
car num investimento que remunere a taxa de juros simples de 30% ao ano para
conseguir um valor de R$ 700,00 e 50 dias.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


65

Dados:
VP = ?
J = 700
i = 30%
50
=n 50
= d
360
J= VP ⋅ i ⋅ n
VP= J / ⋅i ⋅ n
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VP = 700 / (0,3 ⋅ 50 / 360) = 16.800

Assim, é necessário realizar uma aplicação de R$16.800,00.


Avançando no assunto de equivalência, calcularemos a taxa de juros em que
uma aplicação financeira de R$ 5.000 rende juros de R$ 550,00, após 340 dias.
Para isso, precisaremos achar a taxa de juros simples anual utilizada.
VP = 5.000
J = 550
340
=n 340
= d
360
ia = ?
Dados: J= VP ⋅ i ⋅ n
=i J / (VP ⋅ n )
i = 550 / ( 5.000 ⋅ 340 / 360 )= 0,1165 ou 11, 65%

Assim, a taxa anual é de 11,65%. Utilizando a calculadora temos:


RPN ALG
550 [ENTER] 550 [ / ]
5.000 [ENTER] (5.000 [X] 340 [ / ] 360)
340 [X] 360 [ / ] [ / ] =
->0,1165 ou 11,65% ->0,1165 ou 11,65%

Equivalência Simples
66 UNIDADE II

Neste instante que você já conhece como calcular a taxa de juros, aprenderemos
a trabalhar a equivalência no cálculo do prazo. Para isso, considere um emprés-
timo de R$ 6.500, que rende juros de R$ 890,00 à taxa mensal de juros simples
de 3,5% a.m. Qual o número de meses que durou o empréstimo?
Dados:
VP = 6.500
J = 890
i = 3,5%(0,035)a.m

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
n = ? em meses

J= VP ⋅ i ⋅ n
=n J / (VP ⋅ i )
n 890 / (6500 ⋅ 0, 035)
= = 3,91

Assim, a duração do empréstimo foi de 3,91 meses. Se você quiser saber o número
de dias que durou o empréstimo, terá que converter o número de meses em dias.
Agora, utilizaremos a calculadora:
RPN ALG
890 [ENTER] 890 [ / ]
6.500 [ENTER] (6.500 [X] 0,035 )
0,035 [X] [ / ] ->3,91
->3,91 [X] 30
30[X]
->117,36 dias ->117,36 dias

Pois bem, calcularemos agora o montante. Imagine um capital no valor de R$


10.000 emprestado à taxa de juros simples de 48% a.a (ao ano). Qual o mon-
tante após 550 dias?

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


67

Dados:
VP = 10.000
i = 48%(0, 48)a.a
=n 550= d 550 / 360
VF = ?

= VP (1 + i ⋅ n )
VF
= 10.000(1 + 0, 48 ⋅ 550 / 360)
VF
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VF = 17.333,33
O montante foi de R$ 17.333,33. Utilizando a calculadora temos:
RPN ALG
0,48 [ENTER] 0,48 [X]
550 [X] 550 [/]
360 [/] 360 [+]
1 [+] 1 [ X]
10.000 [X] 10.000 [=]
->17.333,33 ->17.333,33

EQUIVALÊNCIA DE CAPITAL

A Equivalência Financeira constitui-se no raciocínio básico da matemática finan-


ceira. Conceitualmente, dois ou mais capitais representativos em uma certa data
se dizem equivalentes quando, a uma taxa de juros, produzem resultados iguais
numa data comum.
Exemplo 1: o valor de R$ 120,00 vencível daqui a 1 ano e R$ 100,00 hoje são
equivalentes a uma taxa de juros simples de 20% a.a.
Se com um capital de R$ 100,00 à taxa de 20% a.a, obtivermos R$ 120,00 em
um ano, então, dizemos que R$ 100,00, hoje, equivale a R$ 120,00 daqui a 1 ano.

Equivalência Simples
68 UNIDADE II

= C (1 + i ⋅ n )
M
M = 100(1 + 0, 20 ⋅1)
M 100(1 + 0, 20)
=
= 100 ⋅1, 20
M
M = R$120, 00 logo são equivalentes

Exemplo 2: determine se R$ 438.080,00 vencíveis daqui a 8 meses são equivalentes


a se receber, hoje, R$ 296.000,00, admitindo uma taxa de juros simples de 6% a.m.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para serem equivalentes, R$296.000,00, hoje, devem corresponder a R$ 438.080,00
daqui a 8 meses, com taxa de 6% a.m.

= C (1 + i ⋅ n )
M
=M 296.000(1 + 0,06 ⋅ 8)
=M 296.000(1 + 0, 48)
=M 296.000 ⋅ 1, 48
M = R$438.080,00 logo, são equivalentes

A equivalência de capitais pode, então, ser generalizada a partir da seguinte


representação gráfica:

A1 A2 B1 B2 B3 ?
.............
0 1 2 3 4 5 6 11

Os capitais A1, A2, B1, B2 e B3, dizem-se equivalentes se, quando expressos em
valores de uma data comum (data de comparação ou data focal) e a uma mesma
taxa de juros, apresentam resultados iguais.
Sendo o momento escolhido 6 (data focal), tem-se:

A1 (1 + 5i ) + A 2 (1 + 4i ) = B1 (1 + 3i ) + B2 (1 + 2i ) + B3 (1 + 1i )

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


69

A equivalência de capitais em juros simples é dependente da data de


comparação escolhida (data focal).

Exemplo 3: admita que Fulano deve a Beltrano os seguintes pagamentos:


■■ R$ 50.000,00, de hoje a 4 meses.
■■ R$ 80.000,00, de hoje a 8 meses.

Propõe-se substituir pelo pagamento de R$ 10.000,00 hoje, R$ 30.000,00 de hoje


a 6 meses, e o restante ao final de um ano (12 meses). Sabendo que a taxa de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

juros simples é de 24% a.a, apurar o saldo a ser pago. Para serem equivalentes,

50.000 80.000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
10.000 30.000 ?

os pagamentos devem produzir os mesmos resultados à determinada taxa de


juros, em qualquer data comum. Admita, inicialmente, que a data focal selecio-
nada é o momento hoje.
Considerando 0 (zero) como data focal, tem-se:
Montante 1 = 50.000, gera um Capital 1
Montante 2 = 80.000, gera um Capital 2
Montantes 1 e 2 são equivalentes a:

Capital 3 = 10.000.
Montante 4 = 30.0000, gera um Capital 4
Montante 5 = ?, gera um Capital 5

Capital1 + Capital 2 = 10.000 + Capital 4 + Capital 5


50.000(1 + 0, 02 ⋅ 4) + 80.000(1 + 0, 02 ⋅ 8)= 10.000 + 30.000(1 + 0, 02 ⋅ 6) + M
50.000 ⋅1, 08 + 80.000 ⋅1,16= 10.000 + 30.000 ⋅1,12 + M
54.000 + 92.800 = 10.000 + 33.600 + M
M = R$103.200, 00

Equivalência Simples
70 UNIDADE II

Na equivalência financeira em juros simples, é importante ressaltar que os prazos


não podem ser desmembrados (fracionados) sob pena de alterar os resultados.

Dois capitais equivalentes, ao fracionar os seus prazos, deixam de produzir


mesmo resultado na data focal pelo critério de juros simples.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 4: verifique se o montante no final de dois anos de R$ 100,00 aplica-
dos hoje à uma taxa de juros de 20% a.a, equivale a R$ 140,00. No entanto este
processo de capitalização linear não pode ser fracionado de forma alguma. Por
exemplo, não pode apurar, inicialmente, o montante ao final do primeiro ano,
e, a partir disso, chegar ao montante do segundo ano envolve a capitalização de
juros (juros sobre juros), prática esta não adotada em regime de juros simples.

= C (1 + i ⋅ n )
M
M = 100(1 + 0, 20 ⋅ 2)
M = R$140, 00 logo, R$100, 00 e R$140, 00 são equivalentes

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


71
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

DESCONTO SIMPLES

Caro(a) estudante, a palavra desconto dá a entender que é um abatimento de


um valor monetário em determinada condição. Por exemplo, quando você com-
pra à vista ou adquire determinada quantidade, é comum você conseguir um
desconto por preço ou por quantidade. Logo, nestas condições, o desconto cos-
tuma ser um percentual aplicado sobre o preço (HAZZAN; POMPEO, 2007).
Neste sentido, “o desconto é uma operação financeira que objetiva fazer
antecipação de recursos recebíveis, de quaisquer espécies: duplicatas, cheques,
notas promissórias, vale refeição” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 117). O des-
conto por preço ocorre quando o valor de uma mercadoria a prazo é R$ 400,00,
e o vendedor oferece um desconto de 10% para pagamento à vista. O valor do
desconto será de R$ 40,00, e o preço à vista da mercadoria R$ 360,00. Agora, o
desconto por quantidade pode ser realizado por unidade, isto é, caso o compra-
dor leve mais que quatro unidades, ele ganha um desconto de 5% na unidade.
Imagine que o preço seja R$ 40,00, com um desconto de 5%, que é igual a R$
2,00, o novo preço passa a ser R$ 38,00.
Pode ocorrer outra situação envolvendo o desconto. Por exemplo, uma
empresa vende a prazo e emite um boleto para o cliente, ou pega um cheque
pré-datado para 30 dias. Caso a empresa precise do dinheiro antes, ela vai até
o banco e faz um borderô, isto é, troca a duplicata ou o cheque por dinheiro.
Assim, o desconto simples é uma modalidade de desconto mais utilizada
no mercado, e os cálculos são realizados com conceito de juros simples. Neste
sentido, há dois tipos de desconto - o racional, ou por dentro, e o comercial,
conhecido como bancário ou por fora (MULLER; ANTONIK, 2012).
Desconto Simples
72 UNIDADE II

DESCONTO COMERCIAL OU DESCONTO “POR FORA”

O desconto comercial ou desconto por fora é muito utilizado no mercado e no


comércio em geral, ele pode ser realizado pela seguinte fórmula:
D = N⋅d ⋅ n
ou
D VF −VP
=

Onde,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
D = Desconto
N = Valor Nominal (VF)
d = Taxa de desconto
n = Tempo
VP = Valor Presente

Agora, considere uma operação de troca de duplicata com valor de R$ 30.000,00,


com vencimento para 2 meses e taxa de juros de desconto simples de 8% a.m
(ao mês).
D = N. d . n

D 30.000 ⋅ 0, 08
= = ⋅ 2 4.800

Observe que o valor do desconto foi de 4.800. Utilizando a calculadora, temos:


RPN ALG
30.000 [ENTER] 30.000 [X]

0,08 [X] 0,08 [X]


2 [X] 2 [X]
->4.800 ->4.800

Agora, precisamos conhecer o valor líquido do título, isto é, o valor descontado


(Vd) ou valor atual comercial. Para isso, utilizaremos a seguinte fórmula.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


73

Vd= N − D

ou
VP
= VF − D

Onde

Vd = valor descontado (VP )


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Continuando o exemplo anterior, o valor descontado,


Vd = 30.000 − 4.800 = 25.200, 00

Exercício resolvido 4
Considere uma duplicata de R$ 10.000,00 descontada em um banco 48 dias antes
do vencimento, a uma taxa de desconto comercial de 3% a. m.
■■ Qual o valor do desconto?

D = N. d . n

0, 03
D 10.000 ⋅
= 48 480, 00
⋅=
30
■■ Qual o valor líquido recebido pela empresa, sabendo que o banco cobrou
uma taxa de serviço de 1% do valor da duplicata, pago no dia que se rea-
lizou o desconto?

Taxa de serviço: 0,01(10.000,00) = 100,00


■■ Qual a taxa efetiva de juros da operação no período?

Valor recebido pela empresa: 10.000,00 - 480,00 -100,00 = 9.420,00

10.000
=i = −1 0, 0616 ou 6,16% ao período.
9420

Desconto Simples
74 UNIDADE II

DESCONTO RACIONAL OU DESCONTO “POR DENTRO”

Na prática, este tipo de desconto não é muito utilizado. Também é conhecido


como desconto verdadeiro, e é calculado de forma semelhante aos juros sim-
ples. Valor descontado:

VF ⋅ i ⋅ n
D=
(1 + i ⋅ n )

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considere uma operação cujo título tem valor nominal de R$ 30.000 com ven-
cimento para 2 meses e taxa de juros de desconto simples por dentro de 8% a.m
(ao mês). Qual o valor descontado?

30.000 ⋅ 0, 08 ⋅ 2
=D = 4.137,93
(1 + 0, 08 ⋅2 )
O valor descontado foi de R$ 3.000. Agora, calcularemos o valor presente que
o indivíduo receberá:
VP
= VF − D

VP =30.000 − 4.137,93 =25.862, 07

Assim, o valor presente do título é de R$ 25.862,07.

Desta forma, caro(a) estudante, vamos imaginar um título que vence daqui
a 60 dias. O banco opera com desconto racional simples e cobra taxa de juros
de 8% ao mês. Sabendo que o valor descontado é de R$ 4.137,93 , qual o valor
nominal e o valor presente deste título?

VF = ?
D = 3.000
n = 2 meses
i = 8%

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


75

VF ⋅ i ⋅ n
D=
(1 + i ⋅ n )
VF ⋅ 0, 08 ⋅ 2 VF ⋅ 0,16
4.137,93
= =
(1 + 0, 08 ⋅ 2 ) (1,16 )
0,16VF 4.137,93 ⋅1,16
=

0,16VF = 4.799,99
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

4.799,99
VF =
( 0,16 )
VF = 29.999,99 ou aproximadamente 30.000, 00

Observe que o valor nominal ou futuro do título foi de 30.000. Assim, o valor
descontado do título é:
VP =30.000 − 4.137,93 =25.862, 07

Prezado(a) estudante, nesta unidade, pudemos conhecer a base da matemática


financeira, por meio dos juros simples, equivalência simples e desconto simples.
Assim, este ensinamento permitirá a você avançar na disciplina, conhecendo a
dinâmica dos juros compostos, descontos compostos e equivalência composta.
Desta forma, desejamos bons estudos!

Desconto Simples
76 UNIDADE II

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a), aprendemos, nesta unidade, que a movimentação financeira


de curto prazo entre os tomadores e poupadores pode gerar a taxa de juros sim-
ples, que é a base da matemática financeira, isto é, a partir dela trabalharemos,
mais à frente, o conceito de juros compostos. Nesta perspectiva, as transferências
de recursos entre os agentes, possibilita a geração de recursos, que denomina-
mos lucros.
Passamos a perceber que as operações financeiras estão mais próximas do

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nosso cotidiano do que imaginávamos. Para compreendermos, de forma mais
profunda, vimos como realizar os cálculos, por meio da fórmula matemática e
HP-12C. Observe que, dependendo do lugar em que estiver, seja no escritório,
em casa, seja na rua, você terá meios para calcular a taxa de juros. Por isso, é
aconselhável ter uma calculadora sempre próxima de você.
Vimos que o capital é a base para o cálculo dos juros simples no tempo. Ao
aplicarmos os conceitos em exemplos práticos, pudemos perceber que não há
incidência de juros sobre juros, ou seja, os juros não mudam ao longo do perí-
odo. Nesta perspectiva, você, provavelmente, encontrará a taxa de juros simples
no mercado em investimentos e operações de curtíssimo prazo.
Passamos a compreender o que é equivalência simples, utilizada por empresas,
instituições financeiras e por pessoas que buscam a compatibilização de entrada
e saída ao longo do tempo. Por fim, trabalhamos o desconto por fora, ou des-
conto simples, isto é, as antecipações de valores a receber ou a pagar.
Diante disso, esta unidade permitiu a você, aluno(a), ter um panorama geral
de como calcular a taxa de juros e analisar a equivalência de forma linear. Por
sua vez, o conhecimento gerado até o momento servirá como base para o seu
avanço na matemática financeira, por isso, incentivo você a não parar por aqui,
pois a prática e o aprofundamento permitirão a você avançar nesta área.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


77

1. Considere um empréstimo de R$ 20.000,00 à taxa de juros simples de 20% ao


ano, a ser paga no final de 4 anos. Calcule o valor dos juros e assinale a alter-
nativa correta:
a) 12.000,00.
b) 16.000,00.
c) 18.000,00.
d) 20.000,00.
e) 22.000,00.
2. Imagine um empréstimo de R$ 30.000,00 à taxa de juros simples de 20% ao
ano, a ser paga no final de 5 anos. Calcule o valor do montante ou valor futuro
(VF), juros, e assinale a alternativa correta:
a) 60.000,00.
b) 55.000,00.
c) 50.000,00.
d) 45.000,00.
e) 40.000,00.
3. Considere uma operação de troca de duplicata com valor de R$ 40.000,00, com
vencimento para 2 meses (60 dias) e uma taxa de juros de desconto de 5% a.m.
Calcule o valor do desconto e, em seguida, o valor descontado, e assinale a
alternativa correta:
a) D = 1.000 e Vd = 39.000.
b) D = 2.000 e Vd = 38.000.
c) D = 2.500 e Vd = 37.500.
d) D = 3.000 e Vd = 37.000.
e) D = 4.000 e Vd = 36.000.
78

4. Uma aplicação rendeu, após 5 anos, o montante de R$ 50.000,00, taxa de juros


anual de 15%. Realize os cálculos (desconto por fora) para encontrar o valor da
aplicação inicial, isto é, o valor presente da operação, e assinale a alternativa
que corresponde ao valor aplicado:
a) 25.781,35.
b) 26.881,53.
c) 27.425,47.
d) 28.571,43.
e) 29.341,72.
5. Calcule o valor necessário para aplicar num investimento que remunere a taxa
de juros simples de 30% ao ano, para conseguir um valor de R$ 800,00, em 55
dias.
6. Verifique se o valor de R$ 5.600,00, vencível daqui a 60 meses, e R$ 3.250,00
hoje são equivalentes à taxa de juros simples de 14,4% a.a.
79

Taxas de inflação
Vimos que o fenômeno que causa o aumento generalizado de preços dos produtos e
serviços denomina-se inflação. Isto é, a perda do poder de compra da moeda, que leva
à perda do poder aquisitivo dos salários, aluguéis (elevando a desigualdade social)
e, também, à desorganização do mercado de capitais. Isto ocorre porque as pessoas
trocam ativos monetários, por ativos reais, o que ocasiona aumento na procura por
aquisição de casas, terrenos, entre outros, a fim de se defenderem da inflação.
Por outro lado, temos a deflação, fenômeno que causa queda persistente dos preços
dos bens e serviços. A deflação ocasiona problemas, como a queda do investimento e
da produção, aumenta o desemprego, o que pode levar o país à depressão econômica.
Observe que tanto a inflação quanto a deflação trazem prejuízos às famílias e às em-
presas, mas, infelizmente, precisamos lidar com elas. No Brasil, o fenômeno da inflação
é mais comum e já trouxe grandes problemas ao longo da história do país.
Pois bem, como não temos como evitar a inflação, temos que aprender a lidar com
ela. Para isso, precisamos ter expertise e utilizar o conhecimento sobre a matemática
financeira para tomada de decisões. Isto é, se não soubermos calcular corretamente
este fenômeno no período, pode levar a empresa à redução do seu poder de compra.
Logo, a organização poderá reduzir de tamanho.
A inflação, comumente, é medida por meio da composição de uma cesta de produtos
determinada, representando a cesta de bens de uma família, por exemplo. A varia-
ção mensal do preço desta cesta é que compõe a taxa de inflação do período. Por
exemplo, ao admitirmos que a cesta foi constituída por dois produtos (A e B), com os
preços, em janeiro, de R$ 120,00 e R$ 60,00, respectivamente. Assim, o valor da cesta
deste mês será de V = 120,00 + 60,00 = 180,00 . Agora, imagine que os preços dos
bens passaram, em fevereiro, a custar R$ 130,00 e R$ 65,00, e a cesta teria o valor
V = 130,00 + 65,00 = 195,00 . Assim, a taxa de inflação de fevereiro foi de:

195, 00
=i = − 1 0, 0833 ou 8,33%
180, 00
Você, enquanto gestor(a) de uma organização, deve estar atento(a) às variações da
taxa da inflação, porque ela impacta no preços dos insumos, dos salários, aluguéis e
lucros. Por isso, saber como calcular a inflação do período a fim de repassá-las para os
preços é importante para manter o poder de compra da organização. No caso de taxas
mensais de inflação, de meses sucessivos, a taxa acumulada de inflação é dada por:
j =(1 + j1 )(1 + j2 )(1 + j3 ) ... (1 + jn ) −1
80

Exemplo: em outubro, novembro e dezembro, as taxas de inflação foram 1%, 1,5% e 2%,
respectivamente. Para calcular a taxa do trimestre, temos:
j= (1 + 0, 01)(1 + 0, 015)(1 + 0, 02 ) −1= 0, 0457 = 4,57%
Assim, a taxa acumulada do trimestre foi de 4,57%.

Fonte: adaptado de Iezzi, Hazzan e Degenszajn (2013).


MATERIAL COMPLEMENTAR

Matemática Financeira: fundamentos e aplicações


Wuli Dal Zot e Manuela Longoni de Castro
Editora: Bookman
Sinopse: este livro ensina os fundamentos da matemática para
que se compreenda o seu impacto no nosso dia a dia. Com ele,
o(a) leitor(a) vai entender como a matemática explica os juros do
seu investimento, o custo do seu imóvel, a tomada de decisões
financeiras, o planejamento das empresas os seguros e as transações
de valores mobiliários. Para isso, apresenta conceitos seguidos de
exemplos, problemas acompanhados de solução e o passo a passo com o uso de calculadoras. Os
exemplos foram retirados do mundo dos negócios e enriquecidos pela experiência dos autores
no ensino da disciplina.

Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, estudamos as Relações de Equivalência da Matemática


Financeira, agora, convidamos você a assistir este vídeo a fim de reforçar os seus conhecimentos
sobre o tema.
Web: <https://www.youtube.com/watch?v=Ol7pf3i31uE>.

Material Complementar
82
REFERÊNCIAS

BUENO, R. L. S.; RANGEL, A. S.; SANTOS, J. C. S. Matemática financeira moderna.


São Paulo: Cengage Learning, 2011.
HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática Financeira. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
MULLER, A. N.; ANTONIK, L. R. Matemática Financeira: instrumentos financeiros
para a tomada de decisão em Administração, Economia e Contabilidade. São Paulo:
Saraiva, 2012.
83
GABARITO

1) B.
2) A.
3) E.
4) D.
5) VP = ? VP = ?
J = 800
i = 30%
55 J= VP ⋅ i ⋅ n
=n 55
= d
360 J
VP =
i⋅n
800
=VP = 17.454,55
55
0,3 ⋅
360
Assim, neste caso, é necessário realizar uma aplicação de R$17.454.
6) M 3250(1 + 0,012
= = ⋅ 60) 3250(1,72)
= R$5.590,00

Logo, R$ 3.250,00 e R$ 5.600,00 não são equivalentes.


Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita

III
Me. Juliana Moraes da Silva

SISTEMA DE

UNIDADE
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

Objetivos de Aprendizagem
■■ Instruir o acadêmico sobre juros compostos
■■ Orientar o aluno quanto a equivalência composta
■■ Diferenciar taxa nominal de taxa efetiva
■■ Ensinar o discente a respeito do desconto composto

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Juros compostos.
■■ Equivalência composta.
■■ Taxas nominal e efetiva.
■■ Desconto composto.
87

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), acredito que você, ao realizar um investimento, provavelmente,


gostará de ver seu dinheiro crescer de forma exponencial. Por outro lado, ao rea-
lizar um financiamento, você deseja pagar a menor remuneração possível pelo
uso do dinheiro. Pois bem, nesta unidade, vamos nos aprofundar nos conceitos
inerentes às operações financeiras que envolvem juros.
Estudaremos de forma prática, os conceitos sobre juros compostos, equi-
valência composta e desconto composto, que são uma evolução na matemática
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

financeira. Passaremos a compreender operações mais complexas que envolvem


juros compostos. Assim, aprenderemos que os juros compostos são calculados
com base no capital somados aos juros do período anterior. Logo, há incidência
de juros sobre juros, isto é, o juro não é o mesmo ao longo do período. Este tipo
de operação pode ser, diversamente, encontrado no mercado em investimentos
e nos financiamentos. Para trabalharmos juros compostos, utilizaremos as fór-
mulas matemáticas algébricas e a calculadora financeira (HP-12C).
A equivalência composta, seguindo a mesma lógica dos juros simples, envolve
analisar quando dois ou mais capitais, com diferentes vencimentos, são condu-
zidos para uma mesma data, a mesma taxa de juros, e nas mesmas condições,
leva a valores iguais. Entretanto a equivalência composta é diferente da simples,
pois, para encontrá-la, você não poderá simplesmente dividir a taxa anual pelo
número de meses. Além disso, trabalharemos, o desconto composto ou des-
conto por dentro, que, na prática, nada mais é do que antecipações de valores a
receber ou a pagar. Aprenderemos, de fato, o desconto racional. Pois bem, agora
que já conhece o assunto com que vamos trabalhar nesta unidade, nós o(a) con-
vidamos a se aprofundar nos estudos visto que este conhecimento poderá ser
muito utilizado tanto em suas operações cotidianas, como em tomadas de deci-
sões empresariais.

Introdução
88 UNIDADE III

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
JUROS COMPOSTOS

Durante o nosso estudo, você perceberá que o dinheiro investido a juros com-
postos cresce de forma exponencial, isto porque a base de cálculo dos próximos
períodos é baseada no principal somados aos juros do período atual. Enquanto
o cálculo dos juros simples é sempre baseado no principal original, os compos-
tos crescem mais rápido do que quando aplicado em juros simples a mesma taxa
de juros (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015).
Desta forma, se tivermos um principal de R$ 200,00 a uma taxa de juros
de 10% ao ano, em juros simples tanto os juros do primeiro ano quanto os do
segundo serão R$ 20,00 cada um  P  i  200  0, 10  . “Nos juros compostos,
haverá uma diferença entre os juros calculados no primeiro e no segundo ano”
(DE CASTRO; DAL ZOT, 2015, p. 23).
Observe que, no primeiro ano, os juros serão R$ 20,00
 P  i  200  0,10  20, 00 , igualmente aos juros simples, entretanto no segundo
ano o cálculo do juros será R$ 22,00  P  i  220  0, 10  22, 00  . Vejamos que a
diferença entre sistemas de juros simples e compostos, deve-se, no segundo ano,
ao fato de que a base de cálculo dos juros compostos não é apenas o principal
original, mas sim aquele principal acrescido dos juros calculados nos períodos
passados, neste caso, os R$20,00do primeiro ano.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


89

Considere um empréstimo de R$10.000,00, a ser realizado com uma taxa de


30% ao ano, durante 10 anos. Ao fazer um comparativo, na Figura 1, entre os
juros simples e compostos podemos visualizar facilmente a diferença da evolu-
ção do montante que ambos produzem ao longo dos 10 anos.
S
Juros compostos
137.858,49
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Juros simples
40.000,00

10.000,00
e
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 n (anos)
Figura 1 - Cotejamento de juros simples e compostos
Fonte: De Castro e Dal Zot (2015, p. 25).

Assim, “os juros simples também são denominados juros lineares, enquanto os
juros compostos são também chamados de juros exponenciais” (DE CASTRO; DAL
ZOT, 2015, p. 25). Desta forma, nos juros compostos, os montantes aumentam,
conforme uma progressão geométrica. Assim, considere a fórmula do montante:
VF = VP 1 + i ) n

Agora, considere uma aplicação financeira de R$15.000,00 que será resgatada


após 26 meses, à taxa de juros de 3, 5% a.m .
VF = ?
VP = R$15.000, 00
n = 26 meses
i = 3, 5%
n
VF = VP (1 + i )
26
VF = 15.000 (1 + 0, 035 ) = R$36.689, 38

Juros Compostos
90 UNIDADE III

Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.035  ENTER  1.035  y x   f  fin


 
26  y x  26  x  3, 5 i 
 
15000  x  15000 = 26  n 
  36.689, 38   36.689, 38 15000  PV  FV 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
  36.689, 38

Observe que o valor encontrado pela calculadora financeira é negativo. Isso ocorre
por causa da interpretação de que todo empréstimo funciona como um fluxo
de caixa: “se o principal é positivo (entrada) significa que quem faz o cálculo é
o tomador do empréstimo e, logo, deverá restituir o valor de resgate represen-
tando uma saída (negativo)” (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015, p. 26).

Juros compostos com a calculadora financeira


Para fazer o cálculo na HP-12-C de uma das variáveis, você deve informar
as variáveis conhecidas, digitando o valor na memória de cálculo e, em se-
guida, clicar na tecla que corresponde à incógnita cujo valor pretende des-
cobrir, e a calculadora fará o cálculo para você. Vamos conhecer um pouco
sobre as funções da calculadora:
n = corresponde ao número de períodos de tempo
i = corresponde à taxa de juros (informar a taxa percentual)
PV = corresponde ao valor presente
PMT = corresponde ao valor da prestação
FV = corresponde ao montante ou valor futuro
Cabe ressaltar que, se digitarmos na calculadora um valor positivo para
PV e quisermos que ela calcule o PMT , a resposta apresentada será ne-

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


91

gativa. Portanto, o leitor deve observar que, quando for calcular a taxa ou o
prazo, os sinais das variáveis que representam valores (PV, PMT ou FV) devem
ser contrários. Para isso, utilize a tecla CHS .
Fonte: adaptado de De Castro e Dal Zot (2015).

Cálculo do valor presente


Para transformar o valor futuro em valor presente, em juros compostos, basta
colocar n (tempo) em exponencial.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VF
VP
1 i)n

Exemplo: para que um investimento atinja o valor de R$75.000,00 após


1.080 dias, com taxa de juros compostos de 45% ao ano, qual deve ser o
valor inicial?
VP = ?
VF = R$75.000, 00
n = 1.080 dias
i = 45% a.a

Observe que, neste exemplo, o prazo está diferente da unidade de tempo da taxa.
Por isso, devemos converter o tempo pela regra do banqueiro.
1.080
=n = 3 anos
360

Pois bem, agora resolveremos o exemplo:


VP = ?
VF = R$75.000, 00
n = 3 anos
i = 45% a.a

Juros Compostos
92 UNIDADE III

75.000
VP   24.601, 25
1  0, 45 3

Assim, o capital inicial a ser investido deve ser R$24.601,25.


Utilizando a calculadora, temos:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

75000 [ENTER] 75000    f  fin


1.45  ENTER  1.45  y  3 
x
45 i 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3  yx    24.601, 25 3  n
 
  75000  FV  PV 
  24.601, 25   24.601, 25

Cálculo da taxa de juros


Podemos também realizar o cálculo da taxa de juros. Para isso, precisamos iso-
lar i na fórmula do montante:

VF VP 1 i ) n
VF n
1 i
VP
1n
VF n 1n
1 i 1 i
VP
1n
VF
i 1
VP
Pois bem, agora que conseguimos obter a fórmula da taxa de juros, podemos
prosseguir com nosso exemplo: considere uma dívida de R$10.000,00, que foi
resgatada por R$16.000,00, após 11 meses. Vamos, então, calcular a taxa de juros
mensal da operação.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


93

i=?
VP = R$10.000, 00
i=?
VF = R$16.000, 00
n = 11 meses
1n
VF
i 1
VP
1 11
16.000
i 1 0, 0436 ou 4, 36%
10.000
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste exemplo, a taxa de juros mensal foi de 4, 36% ao mês.

RPN ALG FÓRMULA HP-12C

16000 [ENTER] 16000    f  fin


10000   10000  y x  16000  FV 
 
11 1 X  11 1 X  11 n 

 yx  - 10000 CHS  PV 
 
1     0, 0436 i 
  0, 0436   4, 36

É importante destacar que na HP-12C as teclas  PV  e  FV  devem ter sinais


opostos, CHS  troca o sinal fazendo a função da tecla     de algumas
calculadoras.

Cálculo do prazo
Agora, calcularemos o prazo necessário para que uma aplicação acumule
um determinado valor. Para isso, precisamos da fórmula do prazo, em que é
necessário isolar o n na fórmula do montante.

Juros Compostos
94 UNIDADE III

VF VP 1 i ) n
VF n
1 i
VP
VF n
In 1 i
VP
VF
In n 1 i
VP
VF
In

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VP
n
In(1 i )

Por exemplo: quantos meses são necessários para que uma aplicação de
R$25.000,00 acumule-se em um saldo de R$50.000,00 à taxa de juros com-
postos de 3, 5% a.m. ?
n=?
VP = R$25.000, 00
n =?
VF = R$50.000, 00
i = 3, 5% a.m
 VF 
ln  
VP 
n 
ln 1  i 
 50.000 
In  
 25.000  In  2  In  0, 693147 
n    20, 14
In 1  0, 035  In 1  0, 035  In  0, 034401

O prazo necessário é de 20, 14 meses.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


95

RPN ALG FÓRMULA HP-12C

50000  ENTER  50000    f  fin


25000   25000    50000  FV 

 LN   LN   3.5  I 
1.035  LN 

  1.035  LN  25000 CHS  PV 


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

  20, 14   20, 14  n
  21 meses
*Observe que, neste caso, a HP-12C arredonda o resultado.

Temos também os períodos não inteiros. Por exemplo: considere um inves-


timento de R$20.000,00 a uma taxa de juros de 90% a.a . Qual o valor do
resgate após 800 dias?
VF  ?
VP  20.000, 00
i  90%  0, 9  a.a
n  800 d   800 360 a.a
n
VF  VP 1  i 
800 360
VF  20.000 1  0, 9   83.268, 81
O valor de resgate é de R$ 83.268,81.

Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C*

1, 9  ENTER  1, 9  y x   f  fin
 
800  ENTER   800   360  90  I 

Juros Compostos
96 UNIDADE III

360   X  800  ENTER  360   n 

 yx  20000    20000  PV 
 
20000  X    83.268, 81  FV 
  83.268, 81   83.268, 82
Ao utilizar a Fórmula HP-12C para períodos não inteiros, coloque a calculadora
em modo C , por meio das teclas  STO  e, após,  EEX  .

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Depois de realizar a conta, pode clicar nas mesmas teclas para tirar o modo
C.

Exemplo 1: CDB ou RDB


Mário procurou o Banco Marcondes S/A, pois queria realizar um investimento.
O gerente deu duas opções: investir em CDB R$5.000,00. durante 2 anos, a juros
compostos de 2% a.m., ou investir RDB R$5.000,00 durante 1 ano a juros com-
postos de 3% ao mês. O que é mais vantajoso?
n
VF VP 1 i
24
VF 5.000 1 0 02 R $8.042, 18
12
VF 5.000 1 0, 03 R$7.128, 80

Observe que, ao comparar os investimentos, o melhor é em CDB.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


97
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

EQUIVALÊNCIA COMPOSTA

Na unidade anterior, estudamos a equivalência de taxas e de capitais no sistema


de capitalização simples. Nesta unidade, abordaremos os mesmos conceitos,
os mesmos problemas de finanças, mas sob outro enfoque, agora, utilizando
o sistema de capitalização composta. Vale ressaltar que, devido à equivalência
de taxas e capitais, a escolha da data focal no sistema composto é irrelevante
(PARENTE, 1996).

EQUIVALÊNCIA DE TAXAS

Agora, seguiremos a mesma lógica utilizada com juros simples, mas aplicado
aos juros compostos. Assim, a equivalência de taxa de juros composta é dife-
rente da capitalização simples visto que na simples a taxa de juros é proporcional,
enquanto na composta o juro é exponencial.
nt nc
ie q 1 ic 1

Equivalência Composta
98 UNIDADE III

em que
ieq = taxa equivalente
ic = taxa conhecida
nt = prazo da taxa procurada
nc = prazo da taxa conhecida

Nesta perspectiva, taxa equivalente dá-se pela comparação de duas taxas que,
aplicando sobre um mesmo montante e num mesmo período, produz o mesmo
juro. Por exemplo: qual é a rentabilidade mensal de uma aplicação financeira

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com taxa de juros compostos de 15% a.a?

nt nc 
ieq  1  ic  1
 
30 / 360 
ieq  1  0, 15  1
 
1 12
ieq  1  0, 15    1
 
ieq  1, 0117  1  1, 1714%a.m
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1 ENTER  1, 15  y x   f  fin
 
0.15     30   360  15 l 

30  ENTER   1 100 CHS  PV 


360    x 30  n  FV 

Y X  100 360  n i 


 
1   1,1714% a.m. 1,1714% a.m.

100  X 
1,1714% a.m.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


99

Agora, considere o exemplo de aplicação financeira em que temos taxa de 5%


a.m. e queremos taxa equivalente a 45 dias. Vejamos:
45 30  1,5
ieq  1  0, 05   1  1, 05    1  1, 07593  1  0, 07592 ou 7, 592%
   
isto é, a taxa no período foi de 7, 592% .

Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1 ENTER  1, 05  y x  clear fin 


 
0.05     45   30  5 I 
45  ENTER   1 100 CHS  PV 
30    x 45  n  FV 

Y x  100 30  n i 
 
1   7,592% a.p 7,592% a.p

100  X 
7,592% a.p

Considere uma aplicação financeira com uma rentabilidade mensal com


taxa de juros compostos de 18%a.a.
30 360  1 12 
ieq  1  0, 18   1  1, 18  u 1, 388%a.m.
 1  1, 0138  1  0, 01388 ou
   

Vejamos, agora, um título que rende 5% num prazo de 45 dias. Qual a taxa
anual?
360 45  8
ieq  1  0, 05   1  1, 05    1  0, 4774  47, 74%
   
Fonte: as autoras.

Equivalência Composta
100 UNIDADE III

Considere mais um exemplo: uma instituição pegou emprestado R$200.00, 00


à taxa de juros de 15% a.a, pelo prazo de 90 dias ou 1 trimestre. Verificaremos
qual foi a taxa trimestral equivalente do empréstimo e o montante pago.
90 360  1 4
ieq  1  0, 15   1  1, 15   1  1, 035558  1  0, 035558 ou 3, 5558% a.t
   

Assim, a taxa trimestral que equivale à taxa anual de 15% a.a é de 3, 5558% a.t .
Agora se você quiser calcular o montante para o final do período, basta uti-
lizar a fórmula do valor futuro (VF ) .

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
90 360
VF  200.000, 00 1  0, 15 
VF  207.111, 61

Podemos, também, encontrar a taxa de juros apurada durante um prazo n , for-


mada de forma exponencial, por meio dos períodos de capitalização. Essa taxa
 
tem como finalidade medir o juro efetivo ief produzido por um capital.
q
ief  1  i    1
 

Por exemplo, uma taxa efetiva de 3%a.m produz juro de 42, 57% no prazo de
um ano.
12
ief  1  0, 03   1  0, 4257  42, 57%a.a

Assim, é indiferente ter uma taxa de 3%a .m. ou uma taxa de 42, 57% a .a . durante
um ano.Entretanto você pode estar pensando em investir seu dinheiro em uma
aplicação financeira e o gerente do banco sugere uma taxa de juros anual de
42, 57% a.a.com capitalização composta mensal. Cabe ressaltar que a taxa nomi-
nal é a taxa de juros contratada em uma operação financeira, ela é expressa num
período de tempo e não coincide com o período em que ela é referida.
42, 57%
inom
= = 3, 5475% a.m taxa nominal mensal.
12
Agora, calcularemos a taxa efetiva:

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


101

12
ief = (1 + 0, 03547 ) − 1 = 0, 5194 ou 51, 94% a.a

Assim, a taxa nominal produziu uma taxa efetiva de 51, 94% a.a. Entretanto, é
necessário tomar cuidado ao tratar de taxa nominal visto que esta é convertida por
meio de taxas proporcionais. Isto é, após ser convertida em taxa efetiva do perí-
odo de capitalização, é capitalizada por meio de juros compostos. Comumente, a
taxa nominal em período anual é convertida em taxa efetiva em períodos meno-
res, como mês, trimestre ou semestre.
Desta forma, a taxa efetiva de 3% a.m é resultado da divisão da taxa nomi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nal de 36% a.a por 12, isto é, número de meses do ano. Assim, taxa efetiva de
3% capitalizada de forma composta, mensalmente, corresponde a 42, 57% a.a.

Qual é a taxa efetiva anual de uma taxa nominal de 6% a.a. com capitali-
zação mensal?
A taxa nominal de 6% a.a. é convertida com juros simples para a taxa efe-
tiva de 0, 5% a.m. visto que o ano tem 12 meses, e a taxa efetiva mensal
de 0, 5% é capitalizada a juros compostos 12 vezes, transformando-se em
taxa efetiva de 6, 167% a.a. como segue:
Conversão da taxa nominal de 6% a.a. em taxa mensal efetiva:
6% que é a taxa efetiva mensal.
= 0, 5%
12
Capitalização de 12 vezes da taxa mensal efetiva:
1  0, 005 12  0, 06167  100  6,167% taxa de juros efetiva anual.
Veja que a taxa nominal de 6% a.a. transforma-se em taxa efetiva de
6, 167% a.a. em consequência da capitalização composta da taxa efetiva
de 0, 5% a.m.
Agora realizaremos, a conversão da taxa nominal  inom  em taxa efetiva por
meio de fórmula. Todavia a fórmula apresentada é válida somente para situa-
ções em que o período de capitalização é “menor” do que o período da taxa
nominal.
12
 0, 06 
ief  1    1  0, 6167 ou 6, 16%
 12 
Fonte: as autoras.

Equivalência Composta
102 UNIDADE III

EQUIVALÊNCIA DE CAPITAL

O conceito de equivalência de capital no sistema de capitalização composta pos-


sibilita alterar as datas e as formas de pagamentos (ou recebimentos) em outras
equivalentes, mantendo o equilíbrio financeiro entre as partes e, consequente-
mente, cotejar as alternativas. Na aplicação de equivalência, devedor não pagar
valores além dos devidos, e credores não recebem valores diferentes das condi-
ções contratadas.
Considere os valores de dois capitais, x e y , separados um do outro por

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um período n de tempo, por exemplo, o primeiro capital x na data 0 (zero),
e o segundo, y , na data n . Diz-se que x e y são equivalentes se, ao aplicar-
mos uma taxa de juros composto i sobre x da data 0 (zero) até a data n , e o
montante obtido for igual a y . Dizemos, também, que x é o valor atual de y .

Exemplo 1: Considere uma nota promissória de R$1.500, 00, com vencimento


daqui a 3 meses. Se aplicarmos taxa de juros compostos de 2%a.m. , determine
o valor equivalente da promissória hoje:
n
VF VP 1 i
3
1.500 VP 1 0, 02
1.500 VP 1, 061208
VP R$1.413, 48
Exemplo 2: Uma indústria de detergentes prevê o pagamento de uma duplicata
de R$200.000, 00 daqui a um mês e outra de R$500.000, 00 daqui a três meses.
Quanto a indústria deverá aplicar, hoje, à taxa composta de 1, 5%a.m. para fazer
frente a essas duplicatas em seus respectivos vencimentos?

Valor Futuro 1 de R$200.000, 00, gera um Valor Presente 1.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


103

Valor Futuro 2 de R$500.000, 00, gera um Valor Presente 2.


A soma dos dois Valores Presentes corresponde ao valor que deve ser apli-
cado hoje (momento zero).
n
VF VP 1 i
1
200.000 VP 1 0, 015
200.000 VP 1, 015
VP R$197.044, 34
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

n
VF VP 1 i
3
500.000 VP 1 0, 015
500.000 VP 1, 0456784
VP R$478.158, 50
Aplicação de R$675.202, 84 (soma de VP ).

Equivalência Composta
104 UNIDADE III

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TAXAS NOMINAL E EFETIVA
Em alguns tipos de operação financeira, costuma-se expressar a taxa de juro no
mesmo período de pagamento. Exemplo, taxa mensal com capitalização mensal,
taxa anual com capitalização anual. No entanto há muitas operações as taxas são
expressas em percentual anual, mas os períodos de capitalização são diferentes
das taxas, exemplo, taxa anual com capitalização mensal, bimestral, semestral.
Desse fato, decorrem situações em que a taxa de juro é expressa em um perí-
odo de capitalização não coincidente com o período de tempo ao qual se refere.
Nesses casos, faz-se necessária a distinção entre taxa efetiva e taxa nominal.

Taxa efetiva
A taxa efetiva é aquela que, como o próprio nome já diz, efetivamente, verifica
uma operação. É a taxa cobrada.
Exemplos:
■■ 5%a .m , capitalizado mensalmente - período da taxa é mensal, período
em que os encargos são juntados ao capital também é mensal.
■■ 7% a .b., capitalizado bimestralmente - período da taxa é bimestral, perí-
odo em que os encargos são juntados ao capital também é bimestral.

Na taxa efetiva, o período da taxa é igual ao período de capitalização.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


105

Taxa nominal
A taxa nominal é uma taxa aparente (escrita, contratada) que só pode ser defi-
nida quando a periodicidade da taxa a que se refere é diferente da periodicidade
da capitalização.

Exemplos:
■■ 10% a .a , capitalizado bimestralmente - período da taxa é anual, perí-
odo que os encargos são juntados ao capital é bimestral.
■■ 4% a .m., capitalizado diariamente - período da taxa é mensal, período
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

em que os encargos são juntados ao capital é diário.

Verifica-se que a taxa é nominal quando o período da taxa é diferente da perio-


dicidade da capitalização.
Considerando os conceitos de taxas, na hora de contratar um financia-
mento, empréstimo, ou pagar alguma dívida, o consumidor deve ficar atento
se a taxa estipulada em contrato é nominal ou efetiva. Geralmente, os contra-
tos de financiamentos informam a taxa de juros nominal. Entretanto a que
realmente vigora para o cálculo das prestações e do saldo devedor é a taxa
efetiva, que é sempre maior do que a primeira.
Exemplo: uma taxa de juros nominal contratada de 12%a .a, capitalizados
mensalmente corresponderá, na prática, à taxa efetiva cobrada de 12, 6825%aa
(taxa efetiva é maior que taxa nominal). A taxa efetiva é aquela que realmente
incide em determinada operação. Por sua vez, a taxa nominal é aquela divul-
gada para o período. No entanto a que sempre nos é cobrada é a efetiva.

Uma instituição financeira remunera um fundo de investimento com taxa


nominal de 12%a .a , capitalizada mensalmente. A taxa de juros utilizada nos
cálculos é de 12%a .a ? NÃO, a taxa efetiva é de 1%a .m ou 12, 6825%a .a

Equivalência Composta
106 UNIDADE III

Taxas proporcionais e taxas equivalentes compostas


Taxas proporcionais e taxas equivalentes são denominações de um mesmo con-
ceito, são taxas que geram o mesmo resultado financeiro se aplicadas ao mesmo
montante, durante o mesmo período de tempo. A diferença entre os dois con-
ceitos consiste no modelo de juros utilizado para cálculo, onde:
Taxas proporcionais são calculadas no modelo de juros simples.
Taxas equivalentes são calculadas no modelo de juros compostos.

Exemplo: aplicando certa quantia 0, 5%a .m., informe qual será a taxa anual.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Em juros simples será 6%a .a ( 0, 5 × 12meses ).

A apuração de taxas proporcionais é realizada por meio de operações de mul-


tiplicação e divisão.
■■ Em juros compostos será 6, 16778%a .a .

A apuração da taxa equivalente é realizada por meio de operação de exponenciação.


■■ Na HP-12C

Para calcular taxa de juros de uma frequência menor para uma maior:

 f  Re g 
100 CHS  PV 
xxx  n 
xxx i 
 FV 
 RCL  PV   

Para calcular taxa de juros de uma frequência maior para uma menor:

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


107

 f  Re g 
100 CHS  PV 
xxx 1 x  n 
xxx i 
 FV 
 RCL  PV   
Exemplo 1: Apure a taxa efetiva:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a. 6%a.a, capitalizados mensalmente


6%a.a / 12meses = 0, 5%a .m. (efetiva, pois 0, 5%a .m. , capitalizada
mensalmente, tem mesma periodicidade).
Para apurar a taxa efetiva anual, é preciso aplicar a taxa equivalente:
nt nc 
ieq  1  ic  1
 
ieq = 1, 06168 − 1 = 6, 168%a .a
b. 12%a.s, capitalizados mensalmente
12%a.s/ 6meses = 2%a .m. (efetiva, pois 2%a .m , capitalizada mensal-
mente, tem mesma periodicidade).
Para apurar a taxa efetiva semestral, é preciso aplicar a taxa equivalente:
nt nc 
ieq = (1 + ic ) −1
 
ieq = 1, 12616 − 1 = 12, 616%a .s

c. 9% a.t, capitalizados mensalmente


9%a.t / 3meses = 3%a .m. (efetiva, pois 3%a .m , capitalizada mensalmente,
tem mesma periodicidade).
Para apurar a taxa efetiva trimestral, é preciso aplicar a taxa equivalente:
nt nc 
ieq = (1 + ic ) −1
 
31
ieq = (1 + 0, 03 )  − 1
 
ieq = 1, 09273 − 1 = 9, 273%a .t
Equivalência Composta
108 UNIDADE III

4%a .m., capitalizados diariamente

4%am / 30dias = 0, 133333%a.d (efetiva, pois 0, 1333%a.d . , capita-


lizada diariamente, tem mesma periodicidade).
Para apurar a taxa efetiva mensal, é preciso aplicar a taxa equivalente:
nt nc 
ieq  1  ic  1
 
30 1
ieq  1  0, 0013333    1
 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ieq  1, 040782  1  4, 0782%a.m.

Exemplo 2: Em juros compostos, uma empresa tem duas opções de aplicações:


opção 1 - aplicar um capital à taxa de 33% a .a .; ou opção 2 - aplicar o mesmo
capital à taxa de 7, 5% a .t ., capitalizada mensalmente. Qual a melhor alterna-
tiva para um ano de investimento?
Na opção 1 - taxa anual de 33% a .a .
Na opção 2 - taxa nominal de 7, 5%a .t . (período da taxa é trimestral e perí-
odo de capitalização é mensal).
7, 5%at / 3meses = 2, 5% ao mês (efetiva, pois período e taxa e da capi-
talização são mensais).
Para apurar a taxa efetiva anual, é preciso aplicar a taxa equivalente:
nt nc 
ieq  1  ic  1
 
12 1
ieq = (1 + 0, 25 )  − 1
 
ieq = 1, 344889 − 1 = 34, 4889%a .a .

Logo, a melhor alternativa é a opção 2, aplicar o capital à taxa de 7, 5%a .t . , capi-


talizada mensalmente.

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


109
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

DESCONTO COMPOSTO

O desconto composto refere-se ao valor a ser abatido de um determinado título


de crédito (MULLER; ANTONIK, 2012). Assim, o valor descontado é a diferença
entre o valor nominal do título e o desconto. Neste contexto, de forma concei-
tual existe somente o desconto racional por fora. Entretanto o mercado utiliza
o desconto comercial ou bancário (desconto por dentro).

Desconto comercial
Apesar do desconto Comercial Composto por fora não ser utilizado na prática,
vamos tratá-lo, aqui, visto que Muller e Antonik (2012) destacam esse tipo de
desconto como análogo ao juro composto já que ele é análogo ao cálculo do juro
composto. Se pensarmos no tempo como n = 1 , a forma de cálculo seria:

VP 1 i

Para n = 2 devemos calcular da seguinte forma:

Desconto Composto
110 UNIDADE III

VP2 1 1 i

Nesta sequência, poderíamos considerar:


VPn (1 i)n

Assim, o valor do desconto é de:


D N VP

Considere uma empresa que contraiu um empréstimo no valor de R$200.000, 00,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com uma taxa de juros de 10%a .m. e o prazo de vencimento de três meses. Qual
o desconto comercial?
N = 200.000, 00
i = 10%a .m
t = 3meses
VPn = N (1 − i ) n
VPn = 200.000(1 − 0, 1)3
VPn = 145.800, 00
D = N − VP
D = 200.000 − 145.800 = 52.200
Assim, o valor descontado foi de R$145.800, 00 , e o valor do desconto de
R$52.200, 00.

Desconto racional
Agora, passaremos a entender o desconto racional por dentro, que é amplamente
utilizado no Brasil, e que “o desconto é obtido pela diferença entre o valor futuro
e o valor atual de um compromisso financeiro que será pago em n períodos antes
do vencimento” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 123).

D VF VP
Entretanto, como VF VP 1 i )n

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


111

n n
D N (1 )
ou D N 1 (1 )

Ou, também,
N
VP
1 i)n

Considere um exemplo que, nas operações de desconto, os juros são pagos


antecipadamente. Imagine que uma empresa contraiu um empréstimo em uma
instituição financeira no valor de R$8.000, sendo 35% a .a de desconto com-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

posto racional e prazo de vencimento de 3 meses.


Inicialmente, é necessário encontrar a taxa equivalente mensal:

i 1  0, 35 30 360   1  0, 0253 ou 2, 53%


eq   
Agora, encontraremos o valor descontado da operação:
8.000
VP 
1  0, 0253 3
VP  7.422, 27

Assim, o valor descontado da operação foi de R$7.422, 27. Desta forma, o valor
do desconto foi D = 8.000, 00 − 7.422, 27 = R$577, 73 .
Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade, conheceremos a matemática finan-
ceira utilizada em nosso cotidiano, por meio dos juros compostos, equivalência
composta e desconto composto. Nesta perspectiva, esse ensinamento permitirá a
você avançar na disciplina, conhecendo e aprofundando na classificação de ren-
das e anuidades, rendas certas, rendas diferidas e rendas perpétuas.

Desconto Composto
112 UNIDADE III

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pois bem, chegamos ao fim da nossa unidade, em que estudamos os conceitos


inerentes às operações financeiras que envolvem juros. Agora, você já tem bases
para iniciar a realização de cálculos de juros sobre investimentos bem como
financiamentos, uma vez que você teve a oportunidade de ter contato com os
cálculos, seja com lápis e borracha, isto é, por meio de fórmulas matemáticas e,
já por meio das calculadoras, inclusive a HP-12C.
Acredito que você, a partir dos conhecimentos gerados, ao decidir investir,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou emprestar recursos, pensará e analisará a dinâmica dos juros, antes de tomar
a decisão. Haja vista que, se pensarmos racionalmente, optaremos por um inves-
timento que trará melhor retorno sob um risco calculado. Por outro lado, ao
realizar um financiamento, optamos por aquele com a menor taxa do mercado.
Neste contexto, pudemos aprender que os juros compostos são calculados com
base no capital, somados aos juros do período anterior. Por isso, há incidência de
juros sobre juros uma vez que o valor dos juros não é mesmo ao longo do perí-
odo. Aprendemos ainda, que equivalência composta, apesar de ter a mesma lógica
da equivalência simples, a fórmula de cálculo é diferente da simples, pois, para
encontrá-la, você poderá simplesmente dividir a taxa anual pelo número de meses.
Ainda, aprendemos sobre o desconto composto ou desconto por dentro, na
prática, isto é, antecipações de valores a receber ou a pagar. Portanto, agora que
você já conhece o universo composto da matemática financeira, já pode come-
çar a praticar. Chame a família e os amigos e se ofereça para calcular os juros
sobre as operações financeiras que eles forem realizar. Assim, terá oportunidade
de praticar a matemática financeira, e ainda, poderá auxiliá-los a tomarem as
melhores decisões. Bons estudos!

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA


113

1. Considere uma aplicação financeira de R$25.000, 00 que será resgatada após


26 meses, a uma taxa de juros de 3, 5%a .m. Calcule o Valor Futuro da opera-
ção e assinale a alternativa correta.
a) R$61.148, 96.
b) R$62.248, 33.
c) R$63.336, 25.
d) R$59.338, 78.
e) R$57.999, 66.
2. Para que um investimento atinja o valor de R$95.000, 00, após 1.440 dias, com
taxa de juros compostos de 45% ao ano, qual deve ser o valor inicial? Antes
de resolver, observe que, neste exemplo, o prazo está diferente da unidade de
tempo da taxa. Por isso, é necessário converter o tempo pela regra do banquei-
ro. Assinale a alternativa correta:
a) R$15.142, 92.
b) R$16.349, 93.
c) R$17.736, 20.
d) R$19.738, 70.
e) R$21.490, 75.
3. Considere uma dívida de R$20.000, 00 que foi resgatada por R$26.000, 00, após
11 meses. Calcule a taxa de juros mensal da operação e assinale a alternativa
correta:
a) 1, 89%.
b) 2, 29%.
c) 2, 41%.
d) 2, 99%.
e) 3, 5%.
4. Uma empresa solicita um financiamento de R$48.700, 00 no Banco dos Brasi-
leiros, com prazo de vencimento em parcela única, 30 meses após a liberação
do empréstimo. Considerando a taxa de juros composta de 19, 5%a.a, calcular o
montante a pagar:
5. A indústria de confecção Belas Peças possui uma nota promissória de valor no-
minal R$50.000, 00, que vence daqui a um mês. O devedor propõe a troca por
outra nota promissória, a vencer daqui a 3 meses. Considerando uma taxa de
juros de 2%a.m na equivalência composta, qual deve ser o valor da nova nota
promissória?
114

Taxa nominal e taxa real


A taxa nominal é aquela que encontramos no mercado adotada comumente em opera-
ções correntes, o que inclui os efeitos inflacionários previstos para o prazo da operação.
Isto é, aquela taxa que incorpora os efeitos da inflação, em outras palavras, constitui-se
uma taxa prefixada de juros. Logo, num contexto inflacionário, você encontrará uma
taxa nominal (prefixada), devido à inflação, e a taxa real, que reflete os juros reais pagos
ou recebidos. Por isso, nesta leitura complementar, nós aprenderemos como apurar a
taxa de juros real, livre dos efeitos inflacionários. Isto é, o quanto você ganhou, ou per-
deu, sem a interferência das variações de preços (inflação).
Assim, o cálculo da taxa real  r  tem como objetivo expurgar a indexação da taxa to-
tal de juros (nominal), de forma a expressar o juro real. Por exemplo, publicou-se que
a remuneração de determinado título foi de 12, 8% , num intervalo de tempo, sendo
9, 2 % a taxa de inflação no mesmo período. Assim, quem aplicou R$200.000, 00 , no iní-
cio do período obteve um rendimento nominal de R$25.600, 00 (12, 8% × R$200.000, 00 )
no período totalizando um montante de $225.600, 00 . Em contrapartida, para manter
inalterado o seu poder de compra, o capital acumulado do aplicador deve atingir, ao
final do período, a soma de R$218.400, 00 (R$200.000, 00 × 1, 092 ) . Como o valor de res-
gate soma R $225.600, 00, conclui-se pela existência de um lucro real, em valores mo-
netários, R$7.200, 00 ( R$225.600, 00 − R$218.400, 00 ) . Isto é, o aplicador obteve um ganho
real, acima do principal investido, corrigido pela inflação de R$7.200, 00. Em termos
percentuais, o retorno real da operação, determinado pela relação entre o lucro (ganho)
e o valor aplicado, ambos expressos em moeda de mesmo poder de compra, é igual a
3, 3%($7.200, 00 / $218.400, 00). De uma forma geral, a fórmula de apuração da taxa real
é a seguinte:

1 taxa nominal (i )
Taxa real (r ) 1
1 taxa de ção ( I )
1 0, 128 1, 128
(r ) 1 1 3, 3% 3, 3%
1 0, 092 1, 092

Assim, a partir da identidade da taxa real  r  , pode-se calcular a taxa nominal  i  e a


taxa de inflação  I  :
� nominal �  i 
1  � taxa
Taxa � real  r   1�
1  � taxa � I 
� deinflação

i ��  1�  r � 1  I � 11

I
1  � i  1�
1  � r 
115

Pode ocorrer, não obstante, de a da taxa real ser negativa, isto ocorre quando a inflação su-
pera a variação nominal dos juros, por exemplo o aumento no dólar. Considere que o dólar
apresentou aumento de 7, 5% , abaixo da inflação de 9, 2% . Quem aplicou R$200.000, 00
neste ativo no período conseguiu resgatar R$215.000, 00 ( $200.000, 00 × 1, 075 ) . Como
precisava obter um montante de R $218.400, 00 para manter o poder de compra da mo-
eda com base na taxa de inflação da economia, conclui-se que o investidor teve uma
perda real de R $3.400, 00 ( $215.000, 00 − $218.400, 00 ). Ou, em termos percentuais, a per-
da real atingiu a taxa negativa de 1, 56%  $3.400, 00 / $218.400, 00 , isto é, o investidor
obteve somente 98, 44%  $215.000, 00 $218.400, 00  do valor de seu investimento corrigido,
perdendo, em consequência, 1, 56% em capacidade de compra. Pela expressão de cál-
culo da taxa real, tem-se:
1 variação nominal do dólar 1 0, 075
r 1 1 1 56%
1 taxa deinflação 1 0 092
Fonte: adaptado de Assaf Neto (2017).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Matemática financeira com a utilização da HP-12C


Arnaldo José Tosi
Editora: Atlas
Sinopse: este livro destina-se ao profissional ou estudante da área
financeira que busca informações técnicas atualizadas sobre a
matemática financeira e sua utilização na solução dos problemas
que envolvem o atual mercado financeiro brasileiro. Apresenta a
teoria de forma simples, objetiva e didática, amparada em inúmeros
casos práticos e exemplos resolvidos. A obra enfoca os conceitos que
regem a matemática financeira, como: juros simples e compostos,
séries uniformes, equivalência de taxas, tipos de taxas, desconto de títulos, sistemas de
amortização, métodos para avaliação de alternativas de investimentos, a utilização da calculadora
HP-12C e algumas terminologias do mercado financeiro (CDI, Selic, Cetip, taxa over).

Khan Academy é um dos recursos de internet que auxiliam cálculos matemáticos. O link a seguir
corresponde a uma maneira simples de visualizar a aplicação de juros compostos de forma
dedutiva.
Web: <https://pt.khanacademy.org/economics-finance-domain/core-finance/interest-tutorial/
compound-interest-tutorial/v/introduction-to-compound-interest>.
117
REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. [S.l]: Atlas, 2000.


DE CASTRO, M. L.; DAL ZOT, W. Matemática Financeira: fundamentos e aplicações.
[S.I.]: Bookman Editora, 2015.
MULLER, A. N.; ANTONIK, L. R. Matemática Financeira: instrumentos financeiros
para a tomada de decisão em Administração, Economia e Contabilidade. São Paulo:
Saraiva, 2012.
PARENTE, E. A. M. Matemática Comercial e Financeira. São Paulo: FTD, 1996.
GABARITO

1. A.

Resolução
VF = ?
VP = R$25.000, 00
n = 26meses
i = 3, 5%
n
VF = VP (1 + i )
26
VF = 25.000 (1 + 0, 0335 ) = 61.148, 96

Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.035  ENTER  1.035  y x 


  clear fin 

26  y x 
  26  x  3, 5 i 

25000  x  25000 = 26  n 
  61.148, 96   61.148, 96 2500  PV  FV 
  61.148, 96

2. E.
VP = ?
VF = R$95.000, 00
n = 1.440 dias
i = 45%a.a

Observe que, neste exemplo, o prazo está diferente da unidade de tempo da


taxa. Por isso devemos converter o tempo pela regra do banqueiro.
1.440
n= = 4 anos
360

Pois bem, agora resolveremos o exemplo:


119
GABARITO

VP = ?
VF = R$95.000, 00
n = 4 anos
i = 45%a.a.

95.000
VP   21.490, 75
1  0, 45 4
Assim, o capital inicial a ser investido deve ser R$21.490, 75.

Utilizando a calculadora temos:


RPN ALG FÓRMULA HP-12C

95000  ENTER  95000   clear fin 

1.45  ENTER  1.45  y  4  


x
45 i 

4  y    21.490, 75 4  n
 
  95000  FV  PV 
  21.490, 75   21.490, 75

3. C.
i=?
VP = R$20.000, 00
VF = R$26.000, 00
n = 11meses
1n
 VF 
i  1
 VP 
1 11
 26.000 
i  1 
 20.000 
1 11
 26.000 
i   1  0, 02413 ou 2, 41%
 20.000 
GABARITO

Neste exemplo, a taxa de juros mensal foi de 2, 41% ao mês.

RPN ALG FÓRMULA HP-12C

26000  ENTER  26000   clear fin 


20000   20000  y x  26000  FV 
 
111 X  111 X  11 n 

 yx  20000 CHS  PV 
 
1     0, 02413 I 
  0, 02413   2, 41

4. VP = R$48.700, 00

VF = ?
n = 1 mês
i = 19, 5%aa

Para apurar a taxa efetiva mensal, é preciso aplicar a taxa equivalente:


nt nc 
ieq = (1 + ic ) −1
 
1 12
ieq = (1 + 0, 195 )  − 1
 
ieq = 1, 0149563 − 1 = 1, 49563%a.m.

VF VP 1 i ) n
1
VF R$48.700 1 0, 0149563 R$49.428, 37
121
GABARITO

Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1, 014963  ENTER  1, 014963  y X  clear fin 


 

1 yx  1 X  1, 49563 i 
 
48700  x  48700 = 1 n 
  49.428, 370   49.428, 370 48.700  PV  FV 
  49.428, 370

5. VP = R$50.000, 00
VF = ?
n = 2 meses
i = 2%am
n
VF = (1 + i )
2
VF = 50.000 (1 + 0, 02 ) = 52.020, 00

Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1, 02  ENTER  1, 02  y x  clear fin 


 

2  yx  2  x 2 i 
 
50000  x  50000 = 2  n
  52.020, 00   52.020, 00 50000  PV  FV 
  52.020, 00
Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita

IV
Me. Juliana Moraes da Silva

UNIDADE
RENDAS E ANUIDADES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Explanar acerca da classificação de rendas e anuidades.
■■ Ensinar o aluno a respeito das rendas certas.
■■ Instruir o acadêmico com relação a rendas diferidas.
■■ Explicar ao aluno os aspectos das rendas perpétuas.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Classificação de rendas e anuidades
■■ Rendas certas
■■ Rendas diferidas
■■ Rendas perpétuas
125

INTRODUÇÃO

Prezado(a) acadêmico(a), nesta unidade, você passará a compreender algumas


das operações com que têm contato diariamente, a partir de decisões pessoais
ou empresariais. Inicialmente, aprenderemos sobre a classificação de rendas em
anuidades bem como a classificação das sequências de pagamentos.
Aprofundaremos, de forma prática, os conceitos sobre rendas certas, pos-
tecipadas e antecipadas, muito utilizadas em operações de empréstimos ou
financiamentos do cotidiano, seja para pessoa física seja jurídica. Compreende-se
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

como renda postecipada a prestação a ser paga em um período (por exemplo, 30


dias), após a realização do empréstimo ou financiamento. Por sua vez, a renda
antecipada é aquela em que você dá a entrada em operação de financiamento,
por exemplo. Desta forma, passaremos a compreender as operações mais com-
plexas na matemática financeira.
Assim, aprenderemos, também, que há alguns tipos de financiamentos que
envolvem rendas diferidas, isto é, existe um prazo de carência para iniciar o
pagamento das prestações. Este tipo de financiamento é muito comum em ope-
rações de financiamento para investimentos em infraestrutura ou bens de capital.
Por fim, você passará a entender os aspectos que envolvem a renda perpé-
tua de termos constantes ilimitados. Isto é, a perpetuidade é uma série uniforme
de fluxos de caixa com duração infinita. Entre outras formas, você poderá uti-
lizar a renda perpétua como uma técnica de avaliação de empresas (valuation)
que utiliza o método de valor descontado dos fluxos de caixa combinado com
a perpetuidade.
Pois bem, agora que já conhece o assunto que estudaremos nesta unidade,
nós convidamos você a mergulhar nos estudos a fim de poder lidar com situações
que envolvem a tomada de decisões de realização de empréstimos, financiamen-
tos ou investimentos.

Introdução
126 UNIDADE IV

CLASSIFICAÇÃO DE RENDAS E ANUIDADES

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É denominado renda ou anuidade uma sequência de pagamentos ou recebimen-
tos que incorrem em datas pré-estabelecidas, isto é, séries periódicas uniformes.
Podemos verificar as séries de pagamento por um diagrama de tempo ou fluxo
de caixa, que podem ser pagos em uma ou várias parcelas. Vejamos, na Figura
1, um exemplo de um projeto cujo investimento é de R$50.000, 00, que, nos
próximos 4 anos, gera entradas de caixa de R$20.000, 00.

R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00

R$ 50.000,00

Figura 1 - Fluxo de caixa esquemático da operação


Fonte: Assaf Neto (2017, p. 109).

Observe que as sequências uniformes são muito comuns em operações comer-


ciais de financiamento de veículos, viagens, eletroeletrônicos, empréstimos
pessoais, entre outros (ASSAF NETO, 2017). Neste sentido, os pagamentos
e recebimentos são representados por PMT (Periodic Payment). Quando a
finalidade é investimento para resgatar numa data futura, a partir de depó-
sitos sucessivos, tem-se o processo de capitalização. Por outro lado, quando
o objetivo é pagar uma dívida, tem-se o processo de amortização (ASSAF
NETO, 2017). Assim, as sequências de pagamentos podem ser classificadas:

RENDAS E ANUIDADES
127

■■ Quanto ao prazo, como temporárias e perpétuas.


■■ Quanto ao valor dos termos, como constantes e variáveis.
■■ Quanto à forma termo imediato ou diferido.
■■ Quanto à periodicidade, como periódicas e não periódicas.

Conforme detalhado no Quadro 1:


Quadro 1 - Classificação da sequência de pagamentos

CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Temporárias ou finitas: quando ocorrem durante um perío-


do predeterminado de tempo (exemplo: financiamento de
veículos).
Prazo Perpétuas ou infinitas: quando ocorrem de forma ad
aeternum, isto é, quando os pagamentos ou recebimentos
duram infinitamente (exemplo: condomínio).

Constante ou uniforme: com todos os pagamentos ou


recebimentos em valores iguais (exemplo: empréstimo
bancário).
Valor dos termos Variável ou não uniforme: quando os pagamentos ou
recebimentos não são de valores iguais (exemplo: financia-
mento imobiliário pelo sistema de amortização crescente
– Sacre).
Imediato: quando o primeiro pagamento ou recebimento
ocorre no primeiro período (postecipado ou antecipado).
Forma Diferido: quando o primeiro pagamento ou recebimento
não ocorre no primeiro período (período de carência).

Periódica: quando todos os intervalos entre os pagamentos


ou recebimentos são iguais.
Periodicidade
Não periódica: quando os intervalos entre as parcelas não
são iguais.

Fonte: Assaf Neto (2017, p. 111).

Classificação De Rendas E Anuidades


128 UNIDADE IV

Agora, conheceremos as rendas temporárias, periódicas e constantes, em que o


vencimento da primeira prestação pode ser postecipada, antecipada ou diferida
(DE CASTRO; DAL ZOT, 2015).
A postecipada é quando a primeira parcela ou prestação ocorre após o
primeiro período (1 mês, 1 bimestre etc.), após a data do empréstimo, isto é,
comumente conhecido como empréstimo sem entrada. A antecipada ocorre na
data da realização do empréstimo, isto é, quando você dá a entrada ao financiar
algo. Por fim, é denominada diferida quando a data da primeira prestação ocorre
mais de um período após a data do empréstimo (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

RENDAS CERTAS

Uma renda pode ser exemplificada como a compra a prazo com pagamentos
mensais e número determinado de parcelas de valor fixo, que pode, ainda, ser
paga com ou sem entrada, isto é, antecipada ou postecipada, respectivamente.

RENDAS E ANUIDADES
129

Esse tipo de renda, geralmente, é utilizado para pagamento de dívida contraída


na aquisição de um bem. Outro exemplo pode ser sequência de certo número
de depósitos em caderneta de poupança de valores iguais e em datas determi-
nadas que vai sendo capitalizado com a intenção de acumular uma quantia em
dinheiro no futuro.

Rendas postecipadas
Como vimos, as rendas postecipadas acontecem sem a entrada, isto é, você só
começará a pagar, por exemplo, após 30 dias, conforme apresentado no dia-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

grama a seguir:
Cabe ressaltar que o valor atual da anuidade deve ser igual ao valor presente
  e as rendas postecipadas são representadas por PMT .
VP

PMT PMT PMT PMT


VP     n 1

1  i 1
1  i  2
1  i  1  i n
 1 1 1 1 
VP  PMT       
 1  i 1 1  i 2 1  i n1 1  i n 
n
1
VP  PMT  j
j 1 (1  i )
n
1
O somatório  j
corresponde à soma dos n , primeiros termos de uma
j 1 1��  i 
1
progressão geométrica, cujo primeiro termo é a1  , em que a razão é
1 i
1
q , assim teremos:
1��  i  1
n n
1 n
1 q 1 1 (1 i ) n 1 i 1
a1
1 i
j q a 1 i 1 i 1 i
n =
j 1
1 i

Desta forma, o relacionamento entre as variáveis valor presente VP  , a pres-


tação  PMT  , o número de prestações n e a taxa de juros i :

Rendas Certas
130 UNIDADE IV

VP  PMT
1  i n  1
n
i 1  i 

Observe que a taxa de juros utilizada em rendas é a taxa composta, devido aos
juros compostos. Vejamos um exemplo em que calcularemos o valor do princi-
pal em função da prestação: uma empresa financiou um conjunto de sofás em
4 prestações mensais iguais a R$1.500, 00, sem entrada, sendo a primeira delas
a ser paga 30 dias após a compra à taxa de juros de 3, 5% ao mês. Qual o valor
à vista da compra?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PMT = R$1.500, 00
n = 4 meses
i = 3, 5% ( 0, 035 ) a.m.
VP = ?
n
VP  PMT
1 i 1
n
i 1  i 
4
VP  1500
 1  0, 035   1
 1500
0, 147523
 5.509, 62
4
0, 035 1  0, 035  0, 040163

Resposta: R$5.509, 62
Utilizando a calculadora, temos:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.035  ENTER  1.035  y x  clear fin


 

4  y x  1   4   1500  PMT 
 

1.035  ENTER  4  y x 
  
1  1.035  y x 
   4  n

0.035  x   4  x  0.035  x  3.5 i 


1500  x  1500     PV 
  5.509, 62   5.509, 62   5.509, 62

RENDAS E ANUIDADES
131

Agora, imagine que o cliente de uma loja adquiriu uma geladeira no valor de
R$3.000, 00 à vista, em 5 prestações mensais iguais e sem entrada, com uma
taxa de juros de 2% ao mês. Qual o valor da prestação que o cliente vai pagar?
VP = R$3.000, 00
n = 5 p.m
i = 2%
PMT = ?
n n
1  i 1 i 1  i 
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VP  PMT n
 PMT  VP
i 1  i  1  i n  1
5
0, 02 1
 0, 02  0, 022082
PMT  3.000 5
 PMT  3.000
1  0, 02  1 0, 104081
PMT  636, 47

Resposta: R$636, 47.

Utilizando a calculadora, temos:


RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.02  ENTER  1.02  y x  clear fin


 

5  y x  0, 02  x  5 x 3.000  PV 
 

1.02  ENTER  5  y x  0, 02   1.02  y x  5  n


   
1      5   1  x  5 i 

3.000  x  3.000     PMT 


  636, 47   636, 47   636, 47

Rendas Certas
132 UNIDADE IV

Cálculo da taxa de juros


Imagine o financiamento de um celular no valor de R$5.000, 00, feito em 12
prestações mensais iguais a R$500, 00 , sendo a primeira com vencimento 30
dias após a compra. Qual a taxa de juros?
VP = R$5.000, 00
n = 12 p.m
PMT = R$500, 00
i=?
1�  i n  1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como podemos observar na equação: VP �  PMT n
, é matematica-
i 1�  i 
mente impossível separar a taxa de juros, para resolver esse problema, podemos
utilizar os recursos da calculadora financeira:
FÓRMULA HP-12C

clear fin
5.000  PV 
12  n 
500 CHS  PMT 

i 
  2.922584

Resposta: 2, 92%a .m

Agora, para saber a taxa de juros anual, basta continuar a fórmula, conforme
podemos observar a seguir:
FÓRMULA HP-12C

clear fin
5.000  PV 
12  n 

RENDAS E ANUIDADES
133

500 CHS  PMT 

i    2.922854
0  PMT  FV   7.064, 99
1 n i    41, 299898

Podemos, a partir das rendas postecipadas, calcular também o valor futuro dos
n termos de uma anuidade (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015). Por exemplo: ima-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

gine que José transfere R$500, 00 do seu salário para uma conta poupança que
remunera a taxa de 10% ao mês. Qual seria o valor da poupança de José após
a décima segunda transferência?
PMT = R$500, 00
n = 10 p.m.
i = 10% ( 0, 10 ) a.m.
VF = ?
n
VF  VP 1  i 

VP  PMT
1  i n  1
n
i 1  i 

VF  PMT
1  i n  1
i
12
VF  500
1  0, 10   1
0, 10
VF  10.692, 14

Resposta: R$10.692, 14.

Rendas Certas
134 UNIDADE IV

Utilizando a calculadora, temos:


RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.10  ENTER  1.10  y x  clear fin


 
12  y x  12    500  PMT 
 
1[-] 1[] 12  n 
0, 10   0, 10  0, 10 i 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
500  500     FV 
  10.692, 14   10.692, 14   10.692, 14

Você sabia que podemos calcular também a prestação em função do valor futuro?
Pois bem, vejamos um exemplo: quanto é necessário depositar mensalmente
num fundo de investimentos cuja taxa de juros é de 2% ao mês para que, após
o trigésimo mês, se alcance um saldo de R$50.000, 00.
VF = R$50.000, 00
n = 30 p.m.
i = 2% ( 0, 02 ) a.m.
PMT = ?
n
1 i 1
VF PMT
i
i
PMT VF n
1 i 1
0, 02
PMT 50.000 30
1 0, 02 1
PMT 1.232, 49

Resposta: R$1.232, 49.

RENDAS E ANUIDADES
135

Utilizando a calculadora, temos:


RPN ALG FÓRMULA HP-12C


0.02  ENTER  0.02   1.01  y x 
 
clear fin
1.02  ENTER  30   1  50000  FV 

30  y x  50000    30  n 
 

1      2 i 
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

50000   PMT 


  1.232, 49   1.232, 49   1.232, 49

Rendas Antecipadas
As rendas antecipadas ocorrem na data da realização do empréstimo, ou seja,
quando se dá entrada ao financiar algo (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015). Assim,
temos:

n 1
i 1�  i 
PMT �  VP
1�  i n  1

Vejamos um exemplo em que João adquiriu uma televisão cujo valor à vista é de
R$1.300, 00, em 3 prestações mensais, a primeira na entrada, com uma taxa de
juros de 3%a .m. Vamos calcular o valor da prestação:
VP = R$1.300, 00
n=3
i = 3% ( 0, 03 ) a.m.
PMT = ?

Rendas Certas
136 UNIDADE IV

n 1
i 1 i
PMT VP n
1 i 1
3 1
0, 03 1 0, 03
PMT 1.300 3
1 0, 03 1
PMT R$446, 10

Resposta: R$446, 10.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Utilizando a calculadora, temos:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.03  ENTER  1.03  y x  clear fin g  BEG 


 
2  y x  0.03  2  1300  PV 
 
1.03  ENTER  0.03   1.03  y x  3  n
 
3  y x  1      3   1  3 i 
 
1300  1300     PMT 
  446, 20   446, 20   446, 20

Observe que, para realizar o cálculo na calculadora financeira, é necessário


utilizar a opção begin. Assim, ao trabalhar com rendas antecipadas, você
   
terá que acionar as teclas azuis g depois BEG . Entretanto, ao finalizar

a utilização para calculadora voltar ao normal, é necessário acionar as teclas


 
azuis g depois END .  
Fonte: as autoras.

RENDAS E ANUIDADES
137

Agora, calcularemos o valor presente VP  em função da prestação  PMT . Para


isso, considere um financiamento com 6 prestações mensais iguais a R$650, 00
, a primeira entrada, sabendo que a taxa de juros foi de 2, 5%.
VP = R$?
n=6
i = 2, 5% ( 0, 025 ) a.m.
PMT = R$650, 00
n 1
i 1 i
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PMT VP n
1 i 1
n
1 i 1
VP PMT n 1
i 1 i
6
1 0, 025 1
VP 650 6 1
0, 025 1 0, 025
0, 159693
VP 650
0, 025285
VP 3.669, 78

Resposta: R$3.669, 78

Utilizando a calculadora, temos:


RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.025  ENTER  1.025  y x  clear fin g  BEG 


 
6  y x  1   6   650  PMT 
 
1.025  ENTER  
1  1.025  y x 
 
6  n

5  y x  0, 025   5  0, 025   2.5 i 


 
650  650     PV 
  3.669, 78   3.669, 78   3.669, 78

Rendas Certas
138 UNIDADE IV

Calculando a taxa de juros


De acordo com De Castro e Dal Zot (2015), considere um financiamento no
valor de R$4.000, 00, realizado em 12 prestações iguais de R$400, 00 , a pri-
meira entrada. Calculemos a taxa de juros da operação:
VP = R$4.000, 00
n = 12
i=?
PMT = R$400, 00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como no caso das postecipadas, a taxa deve satisfazer a equação VP � = PMT
1�  i n  1 , em que não é possível isolar a taxa i . Por isso, realizaremos, os cál-
n 1 culos na calculadora financeira.
 
i 1�  i
FÓRMULA HP-12C

clear fin  g  BEG 

4000  PV 
12  n 
4000 CHS  PMT 

i 
  3.503153

Resposta: 3, 5%

Podemos, também, realizar o cálculo do valor futuro dos n de uma unidade, em


que a data focal é um período após o último termo da anuidade (DE CASTRO;
DAL ZOT, 2015). Para isso, considere um valor de R$600, 00 depositado men-
salmente em um fundo que remunera a taxa de juros de 2, 4% ao mês. Agora,
calcularemos o saldo acumulado um mês após o trigésimo período.

RENDAS E ANUIDADES
139

VF = ?
n = 30
i = 2, 4% ( 0, 024 ) a.m.
PMT = R$600, 00
n
VF  VP 1  i 
n
PMT 1  i   1
VP 
i
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

n
1  i 1
VF  PMT 1  i 
i
30
1  0, 024   1
VF  600 1  0, 024 
0, 024
1.03703598
VF  600 1, 024 
0, 024
VF  600  43, 2 1, 024 
VF  26.548, 12
Resposta: R$26.548, 12

Utilizando a calculadora, temos:


RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.024  ENTER  1.024  y x  clear fin  g  BEG 


 

30  y x  1   30    600  PMT 
 
0.024   1  0.024  30  n 
1.024  1.024  2.4 i 
600  600     FV 
  26.548, 12   26.548, 12   26.548, 12

Rendas Certas
140 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RENDAS DIFERIDAS

As rendas diferidas ocorrem quando há um prazo dilatado para o primeiro paga-


mento. Desta forma, ocorre um período maior para pagamento da primeira
parcela do financiamento ou empréstimo. Por exemplo, compre hoje e comece
a pagar daqui a 120 dias (ASSAF, NETO, 2017).

Em juros simples, a conversão de taxa ocorre por meio de divisão ou por multi-
plicação, em juros compostos por meio de taxa equivalente. Em rendas e anui-
dades que, obrigatoriamente, realizasse conversão de taxas, e não de prazos.

As rendas diferidas possuem um intervalo de períodos em que não ocorrem


pagamentos. Intervalo esse que se dá o nome de carência, simbolizado, nesta
disciplina, pela letra k . Assim, o ponto de referência é a anuidade postecipada

RENDAS E ANUIDADES
141

cuja carência k é zero. Logo, quando o primeiro termo de uma anuidade vence
a dois períodos do ponto zero, diz-se que a carência k é igual a 1 (DE CASTRO;
DAL ZOT, 2015).
Considerando que k é o número de períodos entre o ponto zero e o venci-
mento do termo, temos:

n k
i 1�  i 
PMT �  VP
1�  i n  1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Onde
k +1 é igual a prazo da primeira prestação, isolando o VP , obtendo a fórmula:

1 i)n 1
VP PMT
i 1 i)n k

Considere uma loja que financia um carro no valor de R$13.000, 00, em 12


prestações mensais iguais, a primeira vencendo após 4 meses depois da compra
com uma taxa de juros de 3% a .m. Vamos calcular o valor da prestação:
VP = R$13.000, 00
n = 12
k = ( 4 − 1) m = 3m
i = 3% ( 0, 03 ) a.m
PMT = ?

n k 12 3
i 1 i 0, 03 1 0, 03 0, 04673902
PMT VP n
13.000 12
13.000
1 i 1 1 0, 03 1 0, 42576089
PMT 1.427, 11

Resposta: R$1.427, 10

Rendas Diferidas
142 UNIDADE IV

Utilizando a calculadora, temos:


RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.03  ENTER  1.03  y x  clear fin  g  END 


 
15  y x  0, 03  15  13000  PV 12  n  3 i 
 
1.03  ENTER 

0.03   1.03  y x 
 
 PMT  STO VP 

12  y x  12   1 0  PMT 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
 
1   1300  1300   3  n  FV 
  1.427, 10   1.427, 10   1.427, 10

Agora, considere um financiamento de uma casa, realizado em 48 prestações


mensais iguais a R$3.000, 00, a primeira vencendo 13 meses após a compra.
Sabendo que a taxa de juros utilizada foi de 1, 5%a.m. Segue o cálculo do valor
à vista do imóvel:
VP = ?
n = 48
k = 13 − 1m = 12m.
i = 1, 5% ( 0, 015 ) a.m
PMT = R$3.000, 00
n
VP  PMT
 1 i 1
n k
i 1  i 
48
VP  3.000
1  0, 015   1
 3.000
1.04347829
 85.418, 28
4812
0, 015 1  0, 015  0, 03664830

Resultado: R$85.418, 28.

RENDAS E ANUIDADES
143

Utilizando a calculadora, temos:

RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.015  ENTER  1.015  y x  clear fin g  END 


 
48  y x  1   48   1  3000  PMT  48  n 1.5 i 
 
1.015  ENTER  1.015  y x   PV  STO  FV 
60  y x  60  x  0.015  0  PMT 
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

 
0.015   3000   3000   12  n  PV 
  85.418, 28   85.418, 28   85.418, 28

Rendas Diferidas
144 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RENDAS PERPÉTUAS

Renda perpétua é a anuidade que não tem previsão de término. O número de


termos é infinito, por exemplo, o pagamento de aluguel ou das despesas de um
condomínio residencial. O valor do termo ou prestação é exatamente o valor
dos juros ou remuneração sobre o determinado capital.
PMT
VA� =
i

Exemplo 1: Qual o valor da renda perpétua mensal de R$100, 00 , considerando


que a taxa de juros aplicada sobre o capital seja de 1, 2%a.m?
PMT
VA 
i
100
VA 
0, 012
VA  8.333, 33

RENDAS E ANUIDADES
145

Exemplo 2: Um apartamento que vale R$60.000, 00está alugado por R$900, 00.
Qual a taxa correspondente?
PMT
VA =
i
900
60.000 =
i
i = 0, 015 ou 1, 5a.m

Prezado(a) estudante, nesta unidade, pudemos conhecer, de forma prática, as ren-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

das e anuidades, vimos as rendas postecipadas e antecipadas bem como a renda


diferida, em que há um período de carência para o pagamento da primeira pres-
tação. Neste sentido, esse ensinamento permitirá a você avançar na disciplina,
conhecendo a dinâmica das rendas e anuidades, de forma a ter a base para rea-
lizar as operações com sistemas de amortização. Assim desejamos bons estudos!

Rendas Perpétuas
146 UNIDADE IV

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, você passou a entender algumas das operações que comumente
temos contato no nosso cotidiano, como ao realizamos uma compra a prazo. Ela
pode ocorrer mediante entrada no momento da compra, ou a primeira parcela
paga 30 dias após a aquisição. Isto é, inicialmente, passamos a compreender a
classificação de rendas em anuidades antecipadas e postecipadas.
Aprofundamos, de forma prática, nos conceitos sobre rendas certas, poste-
cipadas e antecipadas, constantemente utilizadas em operações do cotidiano das

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pessoas ou empresas. Desta forma, a renda postecipada ocorre quando na ope-
ração a prestação passa ser paga no período subsequente. Por sua vez, a renda
antecipada é aquela em que você dá a entrada numa operação de financiamento.
Assim, passamos a compreender as operações mais complexas na matemática
financeira.
Aprendemos, também, que em alguns tipos de financiamentos podemos
envolver as rendas diferidas, ou seja, aquelas que exigem um prazo de carên-
cia para iniciar o pagamento das prestações. Este tipo de financiamento é muito
utilizado em operações de financiamento habitacionais, quando você financia
um apartamento, e a obra ainda está inacabada, ou também nos casos em que as
empresas realizam investimentos em infraestrutura ou bens de capital.
Você passou a compreender os aspectos que envolvem a perpetuidade em que
é uma série uniforme de fluxos de caixa com duração infinita, isto é, perpétua.
Agora, você poderá utilizar este conhecimento como uma técnica de avaliação
de imóveis, empresas ou investimentos em geral, que utiliza o método de valor
descontado dos fluxos de caixa combinado com a perpetuidade.
Assim, agora que já se aprofundou no assunto desta unidade, nós o (a) con-
vidamos a praticar por meio das atividades, Bons estudos!

RENDAS E ANUIDADES
147

1. Um produto é vendido à vista por R$1.000, 00 ou em até 12 prestações men-


sais, sem entrada, cobrando-se, porém, 5%a.m de juros. Qual deverá ser o valor
das prestações para um cliente que propõe comprar em 10 prestações mensais
e iguais, iniciando os pagamentos somente 90 dias após a data da compra?
2. Uma pessoa efetuou 8 depósitos mensais de R$20.000, 00 cada, recebendo uma
taxa de 10% a.m de juros. Quanto terá esta pessoa 4 meses após o último de-
pósito?
3. Euler adquire um carro para ser pago nas seguintes condições: 4 parcelas men-
sais, iguais e sucessivas de R$2.626, 24 cada, sem entrada, cujo vencimento se
dará no fim de cada mês a partir do mês seguinte à aquisição, com juros compos-
tos contratados de 2% a.m. Qual foi o preço negociado à vista?
4. Um televisor em cores custa, à vista, R$2.000, 00, mas pode ser pleiteado nas
seguintes condições: sem entrada e 10 pagamentos mensais com vencimento
no fim de cada mês, à taxa de 3%a.m. Calcular o valor de cada parcela.
5. Um aparelho celular está em promoção sob as seguintes condições: R$150, 00
de entrada e 3 parcelas mensais iguais de R$122, 55 , todas a vencer no final do
mês. Se o juro cobrado no mercado for 2, 5%a.m para esse tipo de financiamen-
to, qual o valor à vista do aparelho?
148

Matemática financeira e engenharia econômica


Você sabia que a engenharia econômica é o estudo dos métodos e das técnicas usados
para a análise econômico-financeira de investimentos? Pois bem, esses métodos e essas
técnicas devem ter base científica e encontram na matemática financeira as suas justi-
ficativas. Isto é, a necessidade de analisar investimentos propõe os problemas, a enge-
nharia econômica apresenta as técnicas de solução e a matemática financeira justifica
essas técnicas.
Neste sentido, a análise de investimentos compreende não apenas as alternativas entre
dois ou mais investimentos para escolha do melhor, mas também a análise de um único
investimento com a finalidade de julgar se é de seu interesse, ou não.
Na análise de investimentos, só serão levados em conta os fatores quantificáveis, ou seja,
que puderem ser expressos em unidades de capital. Se fatores não quantificáveis vão
influir na tomada de decisão, essa análise não poderá ser feita com um estudo matemá-
tico. Desta forma, na escolha entre dois bens de capital, por exemplo, não teria sentido
uma análise matemática que envolvesse preços, capacidade de produção, custos ope-
racionais, durabilidade etc., se a pretensão fosse adquirir o mais estético ou o de menor
porte. Também não teria sentido analisar investimentos que não apresentassem viabi-
lidade de escolha por falta de recursos financeiros ou de quaisquer outras condições.
Quando apenas um investimento é analisado quanto à sua rentabilidade, costuma-se
fazer uma comparação entre a sua taxa de renda e uma taxa ideal, ou seja, que o investi-
dor estabelece como a taxa mínima de renda para que o investimento seja considerado
atraente do ponto de vista financeiro. Essa taxa ideal chama-se taxa mínima de atrativi-
dade (TMA) ou apenas taxa de atratividade do investidor. É comum adotar como taxa de
atratividade a taxa de mercado, isto é, a taxa a qual qualquer capital pode ser aplicado
sem dificuldade.
Há diversos métodos para análise de investimentos, mas somente os chamados méto-
dos exatos são dignos de credibilidade, pois só estes se baseiam nos princípios de equi-
valência de capitais. São eles: o método do valor presente líquido, o método do valor
periódico uniforme e o método da taxa interna de retorno.
Assim, os três métodos, citados anteriormente, são equivalentes. Logo, se forem aplica-
dos com propriedade, conduzirão ao mesmo resultado. Conforme o tipo de análise que
se quer fazer, um método pode ser mais apropriado que os outros ou simplesmente
mais cômodo por envolver menos cálculos.
Fonte: Veras (2012).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Matemática financeira
Assaf Neto
Editora: Atlas
Sinopse: este livro foi elaborado para atender plenamente ao
programa de ensino de cursos superiores em que a disciplina de
Matemática Financeira é oferecida. A principal contribuição do
livro é oferecer conteúdo de qualidade e atualizado, que permita
um estudo mais direcionado de acordo com as necessidades e
objetivos definidos pelas escolas brasileiras. Por fim, o livro é rico
em exercícios propostos e resolvidos. Livro-texto para a disciplina Matemática Financeira dos
cursos de Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Economia e Engenharia de Produção.
Livro complementar para as disciplinas Engenharia Econômica, Elaboração e Análise de Projetos,
Administração Financeira e Mercado de Capitais dos cursos de Administração, Economia, Ciências
Contábeis e Engenharia. É indicado também para cursos intensivos de treinamento e cursos de
MBA.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Matemática financeira. Edição Universitária. São Paulo: Atlas, 2017.
DE CASTRO, M. L.; DAL ZOT, W. Matemática Financeira: fundamentos e aplicações.
[S.l]: Bookman Editora, 2015.
VERAS, L. L. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras, Aplicações ao
Mercado Financeiro, introdução à Engenharia Econômica, 300 exercícios resolvidos
e propostos com respostas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
151
GABARITO

1. Se for antecipada será:


1000  chs  PV  ; 3  n  ; 5 i  ; FV
O FV vira PV , então, limpa a memória financeira; 5 i  ;12  n  PMT 
Se for postecipada, será: 1000 CHS  PV  ; 2  n  ; 5 i  ; FV
O FV vira PV ; 5 i  ;12  n  ;  PMT 

2. 20.000 CHS[ ][ PMT ]


10 [i ]
8 [ n]
m [4]
[ FV ] = R$334.865, 68
3. 4  n ; 2626, 24 CHS  PMT  ; 2 i  ;  PV 10.000, 01
4. 10  n ; 3 i  ; 200 CHS  PV  ;  PMT  234, 46
5. 3 n ;122, 55 CHS PMT ; 2, 5 i ; PV
[ ] [ ][ ] [][ ]
350 + 150 = R$500,00
Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita

V
Me. Juliana Moraes da Silva

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO

UNIDADE
E APLICAÇÕES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Instruir o discente com relação ao sistema de amortização constante
■■ Ensinar o acadêmico quanto ao sistema francês de amortização e
orientar o aluno acerca do sistema Price
■■ Instruir o discente sobre as aplicações dos sistemas de amortização

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sistema de amortização constante (SAC)
■■ Sistema francês de amortização (SAF)
■■ Aplicações dos sistemas de amortização
155

INTRODUÇÃO

Nesta unidade, você terá a oportunidade de conhecer alguns sistemas de amor-


tizações de pagamentos. Assim, passará a compreender as formas de devolução
do principal e dos juros deste principal, isto é, quanto deve ser pago em cada
parcela de um determinado empréstimo. Nesta perspectiva, há inúmeras formas
de pagar os empréstimos, devendo as condições de cada operação estarem esta-
belecidas em contrato entre o credor e devedor.
Veremos agora, as seguintes formas de se amortizar: Sistema de Amortização
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Constante (SAC) e Sistema Francês de Amortização (SAF), isto é, o Sistema Price.


Cabe ressaltar que nestas modalidades de pagamentos a serem estudadas é a uti-
lização exclusiva do critério de juros compostos em que os juros incidirão sobre
o montante apurado no período anterior.
O Sistema de Amortização Constante (SAC) é muito utilizado em finan-
ciamentos imobiliários, pois compreende amortizações iguais de parte do valor
emprestado. Veja que, neste sistema, você reduz a dívida a cada pagamento de
forma igual. O Sistema Francês de Amortização (SAF) é conhecido pelas carac-
terísticas das prestações serem sempre iguais. Este tipo de amortização é muito
usado quando você adquire um automóvel financiado ou pega um empréstimo
pessoal. Por fim, realizaremos as aplicações dos sistemas de amortização.
Pois bem, caro(a) aluno(a), veremos que, para cada sistema de amortiza-
ção, SAC ou SAF, deve ser construída uma planilha financeira, que contenha os
diversos fluxos de pagamentos e recebimentos, dentro de certa padronização.
Haja vista que já exploramos um pouco do assunto que estudaremos nesta
unidade, convidamos você a iniciar esta jornada, aplicando os conhecimentos
no seu cotidiano. Para isso, veja se conhece um amigo ou um familiar que está
pensando em realizar um financiamento e faça a simulação para ele. Assim, você
acabará aplicando os conceitos com que estamos trabalhando, o que permitirá
consolidar o seu conhecimento.

Introdução
156 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Prezado(a) acadêmico(a), quando se fala em empréstimo e financiamento, a dife-


rença entre eles é que, no financiamento, o valor liberado tem uma finalidade
específica, por exemplo, para a compra de imóvel, automóvel ou importação. Por
sua vez, o empréstimo é um recurso concedido sem a necessidade de vinculá-lo
a alguma finalidade, por exemplo, conta garantida, cheque especial, desconto de
duplicata, entre outros (MASAKAZU, 2016).
Assim, antes de iniciarmos os estudos sobre os sistemas de amortização, é
importante conhecer alguns termos empregados em operações que envolvem
empréstimos e financiamentos, de acordo com Assaf Neto (2017):
■■ Os encargos financeiros representam os juros da operação, isto é, repre-
sentam um custo para o devedor e uma receita para o credor.
■■ A amortização refere-se ao pagamento do capital emprestado, realizado
de forma periódica (mensal, trimestral etc.).
■■ O saldo devedor é o valor da dívida em determinado momento, após
redução do valor já pago ao credor.
■■ Prestação é composto pelo valor da amortização adicionado os encar-
gos financeiros.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


157

■■ A carência refere-se ao tempo para início dos pagamentos. Por exemplo,


em um empréstimo, o primeiro pagamento iniciará somente após 2, 3 ou
até mais meses após a liberação dos recursos.

Pois bem, agora que você já conhece alguns termos com que trabalharemos na
nossa unidade, iniciaremos nosso conteúdo tratando do sistema de amortização
constante (SAC). Como o nome já diz, os valores das amortizações são constan-
tes, conforme apresentado na Tabela 1:
Tabela 1 - Sistema de Amortização Constante (SAC)

SALDO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SALDO JUROS JUROS SALDO


APÓS PGTO. AMORT.
INICIAL CALC. PAGOS FINAL
JUROS

n Sn−1 Jn Snj Rn = An + Jn Sn

Sn−1.i Sn1  � J n An +� J n Snj −� Rn


1 800, 00 80, 00 880, 00 280, 00 200, 00 80, 00 600, 00
2 600, 00 60, 00 660, 00 260, 00 200, 00 60, 00 400, 00
3 400, 00 40, 00 440, 00 240, 00 200, 00 40, 00 200, 00
4 200, 00 20, 00 220, 00 220, 00 200, 00 20, 00 0
Totais 200, 00 1.000, 00 800, 00 200, 00

Fonte: De Castro e Dal Zot (2015, p. 99).

Ademais, é importante conhecer outra característica além da amortização cons-


tante, os valores das prestações são decrescentes e dos juros também (MASAKAZU,
2016). Nesta perspectiva, o valor referente à amortização é calculado da seguinte
forma:
P
A=
n

Onde P é igual o principal, e o n é o tempo. Então, temos:

800, 00
=A = 200, 00
4

Sistema de Amortização Constante (SAC)


158 UNIDADE V

Observe, na Tabela 1, que a coluna das amortizações pode ser preenchida em


primeiro lugar. Desta forma, o pagamento de cada ano é dado pela soma da
amortização mais os juros. Por isso, depois de calcular o valor da amortização,
calcula-se os juros sobre o saldo devedor:

� � i
j VP

j  800, 00  10%  80, 00

Agora, o valor da prestação é a soma da amortização e o juro:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PMT A j
PMT 200, 00 80, 00 280, 00

No período seguinte, o valor dos juros será:

j  600, 00  10%  60, 00

Assim, o valor da prestação do período será:

PMT  200, 00  60, 00  260, 00

E assim consecutivamente. Observe que, se somarmos a coluna da amortização,


o valor final será R$8000 , 00.

Exemplo 01: Mário procurou o gerente do Banco Marcondes S/A querendo finan-
ciar uma casa no valor de R$150.000 para pagar em 5 meses. O gerente passou a
taxa de financiamento que era de 1%a .m.e o sistema de amortização era o SAC.
Qual é o valor da prestação mensal que Mário terá que pagar?

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


159
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SISTEMA FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO (SAF)

O Sistema Francês de Amortização (SFA) ou Sistema Price é o mais utilizado no


mercado financeiro e no comércio. Neste sistema, as prestações são uniformes e
com periodicidade constante. Assim, o devedor, ao obter o financiamento, passa
a pagar prestações comumente mensais de valores iguais até o final do financia-
mento, constituídas de amortização e de juros (MASAKAZU, 2016), conforme
podemos observar na Tabela 2:

Sistema Francês de Amortização (SAF)


160 UNIDADE V

Tabela 2 - Sistema Francês de Amortização

SALDO
SALDO JUROS JUROS SALDO
APÓS PGTO. AMORT.
INICIAL CALC. PAGOS FINAL
JUROS

n Sn−1 Jn Snj Rn = An + Jn Sn

Sn−1.i Sn1  � J n An +� J n Snj −� Rn
1 800, 00 80, 00 880, 00 252, 38 172, 38 80, 00 627, 62
2 627, 62 62, 76 690, 38 252, 38 189, 62 62, 76 438, 00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 438, 00 43, 80 481, 80 252, 38 208, 58 43, 80 229, 42
4 229, 42 22, 94 252, 36 252, 36 229, 42 22, 94 0
Totais 209, 50 1.009, 50 800, 00 209, 50

Fonte: De Castro e Dal Zot (2015, p. 96).

Assim, o cálculo da anuidade postecipada é obtido mediante a seguinte fórmula:

i (1 + i ) n 0,10(1 + 0,10) 4
=PMT VP
= 800 = 252,38
(1 + i ) n −1 (1 +0,10) 4 −1 .

Observe que, ao montar-se o plano financeiro, a coluna dos pagamentos deve ser
a primeira a ser preenchida, conforme podemos verificar na Tabela 2. Veja, que
o primeiro pagamento ainda é a soma da amortização R$172 ,38 mais os juros do
período R$80,00, totalizando o valor de R$252 , 38.
Utilizando a calculadora, temos:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.10  ENTER  1.10  y x  clear fin


 
4  y x  0.10  4  800  PV 
 

1.10  ENTER  4  y x  0, 10   1.10  y 
x 4  n
 

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


161

1     

4   1.10  y x 
 
10 i 

800  800     PMT 


  252, 38   252, 38   252, 38

Exemplo 2: Mário procurou o Banco Marcondes S/A, pois quer comprar um


carro no valor de R$60.000, 00 para pagar em 60 prestações mensais iguais. O
gerente do banco informou que a taxa mensal é de 2% . Qual o valor da pres-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tação a ser paga pelo comprador? E qual o valor do montante final que Mário
terá que pagar?

i 1 i)n 0.02(1 0 02)60
PMT VP n
60 000 1.726, 07
1 i 1 1 0, 02)60 1

Utilizando a calculadora, temos:


RPN ALG FÓRMULA HP-12C

1.02  ENTER  1.02  y x  clear fin


 

60  y x  0.02  60  60000  PV 


 


1, 02  ENTER  60  y x  0, 02   1.02  y x 
   
60  n 

1      60   1  x  2 i 
60000  60000     PMT 
  1.726, 07   1.726, 07   1.726, 07

Valor presente da dívida


Você sabia que, muitas vezes, não basta saber o valor da prestação de um
financiamento visto que a qualquer momento você poderá quitá-lo? Por isso, é
importante saber calcular o valor presente da dívida. Considere o exemplo:

Sistema Francês de Amortização (SAF)


162 UNIDADE V

Ana paga R$500, 00 reais de prestação de um carro. Restam ainda, 18 parcelas


para quitá-lo. Assim, ela foi ao Banco Marcondes S/A com um montante para
quitá-lo na hora. Qual seria o valor presente da dívida de Ana se a taxa de juros
é de 1, 62%a .m ?

FÓRMULA HP-12C

clear fin
500  PMT 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18  n 
1, 62 i 

 PV 
  7.752, 52

Você sabia que pode calcular o saldo devedor, amortização e juro em um período
qualquer no tempo? Pois bem, você pode. Para isso, considere t como a quan-
tidade de períodos vencidos, saldo devedor  SDt  , amortização  At  e juro
 J t  então, vejamos:
 1�  i n  � 1  � i t 
� � �
SDt VP 
 1� i n �  1 
 1�  i t 1  i 
At VP� � � 
 1� i n  1 
 1�  i n  1  i t 1 
� �i �
J t VP n

 1� i   1 
Exemplo 3: José emprestou R$120.000, 00 a ser pago em 12 prestações men-
sais, sem entrada, com juros de 3%a .m. Vamos calcular as prestações mensais
e o saldo devedor no oitavo mês, isto é, após o pagamento da oitava prestação.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


163

1. Prestações  PMT 

n 12
i 1 i 0 03 1 0.03 0.04277283
PMT VP n
120.000 12
120.000
1 i 1 1 0 03 1 0.42576089
PMT 12.055, 45

FÓRMULA HP-12C

clear fin
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

120.000[PV ]

12  n 
3 i 

 PMT 
  12.055, 45

2. Saldo devedor
n t
1 i 1 i
SDt VP n
1 i 1
12 8
1 0 03 1 0, 03
SDt 120 000 12
1 0 03 1
1.42576089 1.26677008
SDt 120 000
0.42576089
SDt 44.811, 29

Sistema Francês de Amortização (SAF)


164 UNIDADE V

FÓRMULA HP-12C

clear fin
120.000[CHS ][ PV ]
12  n 
3 i 

 PMT 
8  f  AMORT 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
 RCL  PV 
  44.881, 29

3. Juro a ser pago no quinto mês

 1  i n  1  i t 1 
J t  VP  i  n

  
1  i  1 
 1  0, 03 12  1  0, 03 51 
J t  120.000  0, 03  
 1  0, 03 12  1 
1.42576089  1.1250881 
J t  120.000  0, 03  
 0.42576089
J t  2.538, 76

FÓRMULA HP-12C

clear fin
120.000[CHS ][ PV ]
12  n 
3 i 

 PMT 

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


165

4  f  AMORT 
1 f  AMORT 
  2.538, 76

4. Amortização do décimo mês

 1  i t 1  i 
At   
 1  i n  1 
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

 1  0, 03 101  0, 03 
At  120.000  
 1  0, 03 12  1 
 0, 03914320 
At  120.000  
 0, 42576089 
At  11.032, 44

FÓRMULA HP-12C

clear fin
120.000[CHS ][ PV ]
12  n 
3 i 

 PMT 
9  f  AMORT 
1 f  AMORT 
X  Y
11.032, 44

Sistema Francês de Amortização (SAF)


166 UNIDADE V

Considere um apartamento no valor de R$747.029, 12, que está sendo fi-


nanciado por oito anos, à taxa de juros de 22, 4744887% ao semestre. As
amortizações anuais são realizadas pelo SAF. Qual o momento aproximado
em que o saldo devedor da dívida esteja reduzido a 2 do valor financia-
do? 3
Solução:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 2
Taxa anual  i   1  taxa semestral   1  1, 22474487   1  0, 5
 i   0, 5  50%
 1  i n  1  i t  2VP  1, 5 8  1, 5 t  2
SDt  VP    
 1  i n  1  3  1, 5 8  1  3
 
1, 5 8  1, 5 t  16, 4193
1, 5 t  9, 2096
log 9, 2096
t=
log (1, 5 )
t = 5, 48 anos
Fonte: adaptado de Azevedo (2015, p. 134).

SISTEMA PRICE (DERIVAÇÃO DO SAF)

O sistema Price de Amortização representa uma variante do sistema francês. O


sistema Price, fundamentalmente adotado quando os períodos das prestações
(normalmente mensais, mas não necessariamente) apresentarem-se menores
que o da taxa de juros, tem como característica básica o uso da taxa proporcio-
nal (linear) simples em vez da taxa equivalente composta de juros.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


167

Exemplo 4: Considere uma série de pagamentos com prestações mensais, iguais


e sucessivas. Considerando que a taxa contratada seja de 30% a.a
a. Qual a taxa mensal aplicada no Sistema Francês de Amortização?

No SAF, a conversão de taxa corresponde à taxa equivalente composta, logo:


nt / nc 
ieq  1  ic  1
 
1/12
ieq  1  0, 030    1
 
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ieq  1, 0221045  1  2, 2104%a.m.

A taxa de 2, 2104% a.m é a taxa aplicada para apurar as prestações mensais


no SAF.;
b. Qual a taxa mensal aplicada na Tabela Price?

Na Tabela Price, utiliza-se taxa proporcionar linear, logo:

30% a.a: 12 meses = 2, 5% a.m

A taxa de 2, 5% a.m é a taxa aplicada para apurar as prestações mensais na


Tabela Price.

Sistema Francês de Amortização (SAF)


168 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
APLICAÇÕES DOS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO

Caro(a) aluno(a), trataremos de algo muito presente em nosso cotidiano: as


compras a crédito.
Quando um vendedor nos oferece um financiamento para a compra de um
objeto, ele está fazendo uso de tabelas que foram produzidas por sua gerência
financeira, com base nos tópicos que trataremos.
a. Saldo devedor: é a diferença entre o valor financiado reajustado e o valor
total que já foi amortizado (pago) até o momento. É o valor que ainda
resta a ser pago.
b. Amortização: é a redução gradual do valor de uma dívida, por meio do
pagamento de prestações regulares até que o montante total emprestado
tenha sido reembolsado.

As formas de pagamentos de dívidas, na prática, podem ocorrer como:


a. SAC – Sistema de Amortização Constante
b. SAF – Sistema Francês de Amortização
c. SAM – Sistema de Amortização Misto
d. SAA – Sistema de Amortização Americano
e. Price – Tabela Price (derivação do sistema SAF)

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


169

O sistema de amortização constante não é muito praticado no Brasil, mas em


operações de financiamento habitacional ainda é encontrado.
São características do sistema de Amortização Constante:
a. Amortizações iguais
b. Juros decrescentes
c. Amortizações decrescentes

O sistema Francês de amortização é amplamente utilizado, mas se deve tomar muito


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

cuidado para não confundir com a Tabela Price. Em ambos os sistemas, as prestações
são iguais e constantes, no entanto diferem na conversão de taxa de juros praticadas.

Tanto no SAF como na Tabela Price, a série de pagamentos tem prestações


constantes (iguais). Como diferenciar? Enquanto no SAF utiliza-se a taxa equi-
valente composta, na Tabela Price, utiliza-se a taxa proporcional simples.

Operações de financianmentos
■■ Características do contrato.
■■ Condições contratadas.
■■ Valor do Bem.
■■ IOC ou IOF – Imposto sobre Operação Financeira.
■■ TAC – Tarifa de Abertura de Crédito.
■■ TEC – Tarifa de Emissão de Carnê.
■■ Serviços de Terceiros.
■■ Número de parcelas.
■■ Taxa de juros mensais.
■■ Taxa de juros anual.

Aplicações dos Sistemas de Amortização


170 UNIDADE V

Exemplo 1: considere que você assinou um contrato de financiamento em uma


instituição financeira em 01/09/20XX, com as seguintes características:
Valor do principal: R$1.000, 00
Sistema de amortização: Tabela Price
Taxa de juros: 12%a .a , capitalizada mensalmente
Prazo de amortização: 12 meses
Seguros: R$50, 00mensais
Taxa de administração: R$20, 00 por parcela
Pede-se: Monte a planilha de evolução do financiamento.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolução: Como o sistema é de Tabela Price, a taxa mensal é a proporcional
simples, ou seja, 1% ao mês.
N JUROS AMORT PARCELA SEGURO TX ADM DESEMBOLSO SALDO
A B=C-A C D E F=C+D+E G
1.000,00
1 10,00 78,85 88,85 50,00 20,00 158,85 921,15
2 9,21 79,64 88,85 50,00 20,00 158,85 841,51
3 8,42 80,43 88,85 50,00 20,00 158,85 761,08
4 7,61 81,24 88,85 50,00 20,00 158,85 679,84
5 6,80 82,05 88,85 50,00 20,00 158,85 597,79
6 5,98 82,87 88,85 50,00 20,00 158,85 514,92
7 5,15 83,70 88,85 50,00 20,00 158,85 431,22
8 4,31 84,54 88,85 50,00 20,00 158,85 346,68
9 3,47 85,38 88,85 50,00 20,00 158,85 261,30
10 2,61 86,24 88,85 50,00 20,00 158,85 175,07
11 1,75 87,10 88,85 50,00 20,00 158,85 87,97
12 0,88 87,97 88,85 50,00 20,00 158,85 0,00

Exemplo 2: considere que você assinou um contrato de financiamento de sua bici-


cleta em uma instituição financeira, em 01/09/20XX, com as seguintes características:
Valor da bicicleta: R$1.000, 00
Sistema de amortização: SAC

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


171

Taxa de juros: 12%a.a , capitalizada semestralmente


Prazo de amortização: 12 meses
Seguros: R$50, 00mensais
Taxa de administração: R$20, 00
Pede-se: Monte a planilha de evolução do financiamento

Resolução:
12% a.a, capitalizada semestralmente = taxa nominal
12% a.a: 2 semestres no ano = 6% ao semestre = taxa efetiva
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nt / nc 
ieq = (1 + ic ) −1
 
1/ 6
ieq = (1 + 0, 06 )  − 1
 
ieq = 1, 0097588 − 1 = 0, 97588%a .m

A taxa de 0, 97588% a.m é a taxa aplicada sobre saldo devedor no sis-


tema SAC.
N JUROS AMOST PARCELA SEGURO TX ADM DESEMBOLSO SALDO
A B=SD:12 C=A+B D E F=C+D+E G
0 1.000,00
1 9,76 83,33 93,09 50,00 20,00 163,09 916,67
2 8,95 83,33 92,28 50,00 20,00 162,28 833,33
3 8,13 83,33 91,47 50,00 20,00 161,47 750,00
4 7,32 83,33 90,65 50,00 20,00 160,65 666,67
5 6,51 83,33 89,84 50,00 20,00 159,84 583,33
6 5,69 83,33 89,03 50,00 20,00 159,03 500,00
7 4,88 83,33 88,21 50,00 20,00 158,21 416,67
8 4,07 83,33 87,40 50,00 20,00 157,40 333,33
9 3,25 83,33 86,59 50,00 20,00 156,59 250,00
10 2,44 83,33 85,77 50,00 20,00 155,77 166,67
11 1,63 83,33 84,96 50,00 20,00 154,96 83,33
12 0,81 83,33 84,15 50,00 20,00 154,15 -

Aplicações dos Sistemas de Amortização


172 UNIDADE V

Exemplo 3: Considere que você tenha assinado um contrato de financiamento


em uma instituição financeira, em 01/09/20XX, com as seguintes características:
Valor do bem: R$1.000, 00
Sistema de amortização: SAF
Taxa de juros: 12%a.a , capitalizada anualmente
Prazo de amortização: 12 meses
IOF financiado: 2% do valor do bem
Seguros:R$50, 00mensais
Pede-se: Monte a planilha de evolução do financiamento

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolução:
nt / nc 
ieq = (1 + ic ) −1
 
1/12
ieq = (1 + 0, 12 )  − 1
 
ieq = 1, 0094888 − 1 = 0, 94888%a .m.

A taxa de 0, 94888% a.m é a taxa aplicada aplicada sobre saldo devedor no sis-
tema SAF.
N JUROS AMORT PACELA SEGURO IOF DESEMBOLSO SALDO
A B=C-A C D E F=C+D+E G
0 20,00 1.020,00
1 9,68 80,65 90,33 50,00 - 140,33 939,35
2 8,91 81,42 90,33 50,00 - 140,33 857,93
3 8,14 82,19 90,33 50,00 - 140,33 775,73
4 7,36 82,97 90,33 50,00 - 140,33 692,76
5 6,57 83,76 90,33 50,00 - 140,33 609,00
6 5,78 84,55 90,33 50,00 - 140,33 524,45
7 4,98 85,36 90,33 50,00 - 140,33 439,09
8 4,17 86,17 90,33 50,00 - 140,33 352,92
9 3,35 86,98 90,33 50,00 - 140,33 265,94

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


173

N JUROS AMORT PACELA SEGURO IOF DESEMBOLSO SALDO


10 2,52 87,81 90,33 50,00 - 140,33 178,13
11 1,69 88,64 90,33 50,00 - 140,33 89,48
12 0,85 89,48 90,33 50,00 - 140,33 0,00

Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade, conseguimos mostrar a utilização prática


e contínua da matemática financeira nos negócios realizados no dia a dia das
empresas. Neste momento, você está apto a efetuar cálculos de juros, descontos,
séries de pagamentos e sistemas de amortização, operações estas presentes nas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

finanças dos negócios e também nas finanças pessoais.

Aplicações dos Sistemas de Amortização


174 UNIDADE V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você teve a oportunidade de avançar nos seus
conhecimentos sobre o assunto de matemática financeira, a partir dos sistemas
de amortização de empréstimos. Agora, você passou a compreender o funciona-
mento das formas de financiamento a longo prazo, em que se obtém um recurso
emprestado e as formas de devolução incluem o principal adicionados, os juros.
Ou seja, o valor total de cada parcela de um determinado empréstimo.
Neste contexto, você pode conhecer as duas formas mais utilizadas no

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mercado para financiamento de longo prazo, isto é, o Sistema de Amortização
Constante (SAC) e Sistema Francês de Amortização (SAF), isto é, o Sistema Price.
Ainda, você pode constatar que essas modalidades de pagamentos que foram
estudadas é de utilização exclusiva do critério de juros compostos.
Aprendemos que o SAC é mais voltado para financiamentos imobiliários,
já que compreende amortizações iguais de parte do valor emprestado, isto é,
reduz-se a dívida a cada pagamento de forma igual. Por sua vez, vimos que o SAF
é muito utilizado no mercado na aquisição de empréstimos pessoais e também
em financiamentos corriqueiros, como o de automóveis. Desta forma, apren-
demos que o sistema SAF tem como características as prestações serem iguais.
Portanto, aprendemos que cada sistema de amortização, SAC ou SAF, tem
suas características e especificidades. Por isso, deve-se construir uma plani-
lha financeira padronizada, que contenha os diversos fluxos de pagamentos e
recebimentos.
Agora que você já conhece os principais elementos da matemática finan-
ceira, é hora de sair praticando-a, visto que você utilizará esses conhecimentos
em toda a sua jornada, seja profissional seja pessoal. Os empréstimos e financia-
mentos bem como os investimentos estão toda hora batendo à porta. Por isso,
esperamos que você faça um bom uso da matemática financeira para tomar as
melhores decisões pessoais ou profissionais.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO E APLICAÇÕES


175

1. Construa a tabela de amortização de um empréstimo de R$10.000, 00 para ser


pago em 4 prestações mensais, com taxa de juros de 2% a.m, pelo Sistema de
Amortização Constante.
2. Construa a tabela de amortização de um empréstimo de R$10.000, 00 para ser
pago em 4 prestações mensais, com taxa de juros de 2% a.m, pelo Sistema de
Amortização Constante. Carência de Juros e Principal de 2 meses.
3. Construa a tabela de amortização de um empréstimo de R$10.000, 00 para ser
pago em 4 prestações mensais, com taxa de juros de 2% a.m, pelo Sistema de
Amortização Constante. Carência somente de Principal de 2 meses.
4. Construa a tabela de amortização de um empréstimo de R$10.000, 00 para ser
pago em 4 prestações mensais, com taxa de juros de 2% a.m, pelo Sistema
Francês de Amortização.
5. Construa a tabela de amortização de um empréstimo de R$10.000, 00 para ser
pago em 4 prestações mensais, com taxa de juros de 2% a.m, pelo Sistema
Francês de Amortização. Carência de Juros e Principal de 2 meses.
6. Construa a tabela de amortização de um empréstimo de R$10.000, 00 para ser
pago em 4 prestações mensais, com taxa de juros de 2% a.m, pelo Sistema
Francês de Amortização. Carência somente de Principal de 2 meses.
176

Sistema de Amortização Crescente - Sacre


Podemos encontrar, além do Sistema SAC e o Price, também o Sacre, em financiamento
de imóveis. As prestações pelo Sacre são determinadas a cada período de 12 meses, pela
soma do valor da amortização e dos juros, calculadas como segue:
Saldo � do
� financiamento
Valor � da
� amortização � =
Número � de
� prestações � remanescentes
Valor dos juros = Saldo do financiamento  taxa de juros
Valor da prestação ção  valor dos juros
Por exemplo: utilizando o conjunto de fórmulas da 1a à 12a :
100.000
Valor da amortiz ção 2.777, 78
36
Valor dos juros 100.000 0,986358%= 986,36
Valor da prest ção 2.777, 78 986, 36 3.764, 14

Agora vamos obter o valor da 13a à 24a prestação:

70.280, 75
Valor da amortiz ção 2.928, 36
24
Valor dos juros 70.280 0,986358%= 693,22
Valor da prest ção 2.928, 36 693, 22 3.621, 58

Agora vamos obter o valor da 24a à 36a prestação:

37.475, 81
Valor da amortiz ção 3.122, 98
12
Valor dos juros 37.475,81 0,986358%= 369,65
Valor da prest ção 3.122, 98 369,665 3.492, 63

Sistema de Amortização Americano (SAA)


No SAA, o valor do empréstimo ou financiamento é liquidado somente ao final da ope-
ração, isto é, em uma única vez. Neste tipo de amortização, os juros são pagos comu-
mente durante o período de carência. No entanto podem ocorrer operações em que os
juros são integrados ao capital e pagos no vencimento da operação. Ainda, o SAA possui
as seguintes características:
177

a) A amortização ocorre, geralmente, ao final da operação.


b) Os valores dos juros são constantes.
c) Os valores das prestações são constantes e compostos somente de juros, com exceção
da última prestação.
Características comuns a todos os sistemas de amortização
Como pudemos observar, o sistema de amortização é um fluxo de caixa concedido no
início do prazo da operação financeira, e esse valor, acrescido de juros (e “atualização mo-
netária”, em algumas modalidades), é amortizado até o (ou no) vencimento da operação.
Do ponto de vista do fluxo de caixa, a diferença entre os diversos sistemas de amortiza-
ção de empréstimos e financiamentos está tão somente na forma de determinação do
valor das prestações  PMT  , que pode ser “postecipada”, antecipada ou diferida. Com
exceção deste item, todos os sistemas de amortização possuem as seguintes caracterís-
ticas comuns:
a) Os juros  J  são devidos sempre sobre o saldo devedor do mês anterior  SD j1  ;
logo, se não há saldo devedor, não há juro.
b) O saldo devedor do mês corrente  SD j  é calculado como segue:
Saldo anterior:
(+) Juros
(–) Prestação
(=) Saldo atual
c) Em financiamentos de médio e longo prazo, o saldo devedor  SD  do mês cor-
rente (mês n ) é atualizado, monetariamente, com um índice predeterminado
(TR, TJLP, etc.) antes de calcular os juros.
d) A amortização  A  é a diferença entre a prestação  PMT  e o juro  j  ; portanto,
a soma das amortizações e juros é igual à soma das prestações.
e) O saldo devedor, ao final da operação, deve zerar com a fórmula:
Saldo inicial:
(–) Soma das amortizações
(=) Saldo final
f ) Caso exista atualização monetária, o cálculo é feito mediante a seguinte fórmula:
178

Saldo inicial:
(+) Soma das parcelas de atualização monetária
(–) Soma das amortizações
(=) Saldo final
Fonte: adaptado de Masakazu (2016).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Matemática financeira com ênfase em produtos


bancários
Armando José Tosi
Editora: Atlas
Sinopse: este livro destina-se ao profissional ou estudante da
área financeira que busca informações técnicas atualizadas
sobre a matemática financeira e sua utilização na solução dos
problemas que envolvem o atual mercado financeiro brasileiro.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Matemática financeira. Edição universitária. São Paulo: Atlas, 2017.
AZEVEDO, G. H. W. Matemática financeira: princípios e aplicações. São Paulo: Sa-
raiva, 2015.
DE CASTRO, M. L.; DAL ZOT, W. Matemática Financeira: fundamentos e aplicações.
[S.l]: Bookman Editora, 2015.
MASAKAZU, H. Matemática financeira: didática, objetiva e prática. 1. ed. São Paulo:
Atlas, 2016.
181
GABARITO

1.

n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR


0 10.000,00
1 20,00 2.500,00 2.700,00 7.500,00
2 150,00 2.500,00 2.650,00 5.000,00
3 100,00 2.500,00 2.600,00 2.500,00
4 50,00 2.500,00 2.550,00 -

2.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR

0 10.000,00
1 200,00 10.200,00
2 204,00 10.200,00
3 208,08 2.601,00 2.809,08 7.803,00
4 156,06 2.601,00 2.757,06 5.202,00
5 104,04 2.601,00 2.705,04 2.601,00
6 52,01 2.601,00 2.653,02 -

3.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
0 10.000,00
1 200,00 200,00 10.000,00
2 200,00 200,00 10.000,00
3 200,00 2.500,00 2.700,00 7.500,00
4 150,00 2.500,00 2.650,00 5.000,00
5 100,00 2.500,00 2.600,00 2.500,00
6 50,00 2.500,00 2.550,00 -
GABARITO

4.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR

0 10.000,00
1 200,00 2.426,24 2.626,24 7.573,76
2 151,48 2.474,76 2.626,24 5.099,00
3 101,98 2.524,26 2.626,24 2.574,74
4 51,49 2.574,74 2.626,24 -

5.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
0 10.000,00
1 200,00 10.200,00
2 204,00 10.404,00
3 208,08 2.524,26 2.732,34 7.879,74
4 157,59 2.574,74 2.732,34 5.305,00
5 106,10 2.626,24 2.732,34 2.678,76
6 53,58 2.678,76 2.732,34 - 0,00

6.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
0 10.000,00
1 200,00 200,00 10.000,00
2 200,00 200,00 10.000,00
3 200,00 2.426,24 2.626,24 7.573,76
4 151,48 2.474,76 2.626,24 5.099,00
5 151,48 2.474,76 2.626,24 2.574,74
6 51,49 2.574,74 2.626,24 -
183
CONCLUSÃO

Neste livro, caro(a) aluno(a), descobrimos que a matemática financeira está mais pró-
xima do nosso cotidiano do que imaginávamos. Vimos que ela está o tempo todo
presente em nossas tomadas de decisões sobre investimentos ou financiamentos.
Assim, durante a nossa disciplina, pudemos compreender que a matemática finan-
ceira nos dá embasamento para conhecer como os juros são aplicados no mercado,
dando subsídios conceituais e ferramentas para que se tomem decisões racionais
sobre as operações financeiras, considerando o valor que o dinheiro apresenta ao
longo do tempo.
Iniciamos os nossos estudos conhecendo os conceitos e os aspectos iniciais sobre
os juros simples, o valor do dinheiro no tempo, os conceitos dos elementos financei-
ros, as taxas de juros, os sistemas de capitalização e o fluxo de caixa.
Na sequência, tivemos a oportunidade de aprendermos, na prática, os sistemas de
capitalização simples, como: os juros simples, a equivalência simples e o desconto
simples. Posteriormente, avançamos para o sistema de capitalização composta, os
juros compostos, a equivalência composta e o desconto composto.
Neste livro, você passou a ter o entendimento sobre as abordagens de rendas e anui-
dades, compreendeu rendas certas, rendas diferidas e rendas perpétuas. Por fim,
passamos a entender os sistemas de amortização (SAC e SAF) e suas aplicações.
Agora que você já aprendeu sobre as aplicações da matemática financeira, está apto
para iniciar um mergulho no seu horizonte profissional. Esperamos que, a partir do
seu avanço no conhecimento sobre a área, você já tenha começado a praticar a ma-
temática financeira, mesmo que em decisões pessoais, ou seja numa compra a pra-
zo, no financiamento de um bem ou imóvel ou até em investimentos no mercado
financeiro. Desejamos a você muito sucesso neste universo fantástico da matemá-
tica financeira.





















































































Você também pode gostar