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Unicesumar
MATEMÁTICA
FINANCEIRA
Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
Me. Juliana Moraes da Silva
Coordenador de Conteúdo
Juliana Moraes da Silva
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação Designer Educacional
a Distância; OSHITA, Marcela Gimenes Bera; SILVA, Juliana Lilian Vespa
Moraes da.
Projeto Gráfico
Matemática Financeira. Marcela Gimenes Bera Oshita; Juliana Jaime de Marchi Junior
Moraes da Silva. José Jhonny Coelho
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. Arte Capa
184 p. Arthur Cantareli Silva
“Graduação - EaD”.
Ilustração Capa
1. Matemática. 2. Financeira. 3. EaD. I. Título. Bruno Pardinho
Editoração
ISBN 978-85-459-1774-8 Arthur Murilo Heicheberg
CDD - 22 ed. 513.93
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Qualidade Textual
Eloisa Dias Lourenço
Ilustração
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Marta Sayuri Kakitani
Impresso por:
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade,
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil:
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba,
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades
de todos. Para continuar relevante, a instituição
de educação precisa ter pelo menos três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
promover a educação de qualidade nas diferentes
áreas do conhecimento, formando profissionais
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian-
do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento
compatível com os desafios que surgem no mundo
contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi-
ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica,
contribuindo no processo educacional, complemen-
tando sua formação profissional, desenvolvendo com-
petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos
em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no
mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm
como principal objetivo “provocar uma aproximação
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o
desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe-
cimentos necessários para a sua formação pessoal e
profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó-
runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma
equipe de professores e tutores que se encontra dis-
ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
acadêmica.
AUTORAS
Link: <http://lattes.cnpq.br/7867304750238505>.
Link: <http://lattes.cnpq.br/0551257296562180>.
APRESENTAÇÃO
MATEMÁTICA FINANCEIRA
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à nossa disciplina Matemática Financeira. Gos-
taríamos de iniciar o nosso conteúdo destacando que essa temática é um ramo da
matemática que se dedica ao estudo das transformações monetárias no tempo e ao
estudo dos fluxos de caixas. Você alguma vez já pensou que a matemática financeira
está o tempo todo presente em nossas tomadas de decisões - sobre o que comprar,
como pagar, onde ou em que ativo investir?
Pois bem, você perceberá, estudando a nossa disciplina, que o bom entendimento des-
se conteúdo é vital para podermos tomar a melhor decisão, de forma a otimizar os re-
cursos. Em termos gerais, aprenderemos que a aplicação da matemática financeira está
mais próxima do nosso cotidiano do que você imagina, pois ela nos dá embasamento
para conhecer os juros aplicados, por exemplo, em um financiamento ou em um in-
vestimento. Essa disciplina oferecerá subsídios conceituais e ferramentas para que se
tomem decisões racionais sobre as operações financeiras e alternativas, considerando
o valor que o dinheiro apresenta ao longo do tempo.
Legal! Agora que você já sabe a importância da matemática financeira para tomada
de decisões diárias, seja no contexto pessoal seja empresarial, convido-o(a) a navegar
por esse universo de forma a absorver esse conhecimento a fim de tomar as melhores
decisões ao longo de sua jornada pessoal ou profissional. Para isso, iniciamos a Uni-
dade I com os conceitos e aspectos básicos sobre os conceitos fundamentais e juros
simples, o valor do dinheiro no tempo, conceitos dos elementos financeiros, taxas de
juros, sistemas de capitalização e fluxo de caixa.
Na Unidade II, você terá a oportunidade de conhecer o sistema de capitalização sim-
ples, como: juros simples, equivalência simples e desconto simples.
Na Unidade III, avançaremos na matemática financeira, para isso veremos os aspec-
tos do sistema de capitalização composta, juros compostos, equivalência composta e
desconto composto.
Na Unidade IV, imergiremos em rendas e anuidades, classificação de rendas e anuida-
des, rendas certas, rendas diferidas e rendas perpétuas. Por fim, na Unidade V, entra-
remos na temática dos sistemas de amortização e aplicações, Sistema de Amortização
Constante (SAC), Sistema Francês de Amortização (SAF) e as aplicações dos sistemas
de amortização.
Diante disso, eu o convido a embarcar nesta jornada e, para conseguir atingir a finali-
dade desta disciplina, utilize as referências indicadas neste material. Reforço, também,
a indicação das leituras complementares, que serão de grande valia.
A partir do seu avanço no conhecimento sobre a área, comece na prática ajudando al-
APRESENTAÇÃO
guém da família ou um colega que não entende do assunto, mas que precisa tomar
uma decisão com relação aos aspectos financeiros. Ofereça-se para ajudar sempre,
pois, assim, aprenderá na prática os aspectos da matemática financeira, que, de início,
pode parecer complicada, mas, na verdade, não é. No entanto ela exigirá de você a
realização de muitos exercícios e também aplicações práticas para poder fixar os inú-
meros detalhes exigidos na utilização desta área do conhecimento.
Pois bem, agora que já conhece o assunto com que trabalharemos, eu o convido a
embarcar nesta jornada que será de grande valia para você. Bons estudos e muito
sucesso na aplicação da matemática financeira no seu cotidiano, seja pessoal seja
empresarial.
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
27 Taxas de Juros
31 Sistemas de Capitalização
34 Fluxo de Caixa
37 Considerações Finais
43 Referências
44 Gabarito
UNIDADE II
49 Introdução
50 Juros Simples
60 Equivalência Simples
71 Desconto Simples
76 Considerações Finais
82 Referências
83 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
87 Introdução
88 Juros Compostos
97 Equivalência Composta
117 Referências
118 Gabarito
UNIDADE IV
RENDAS E ANUIDADES
125 Introdução
150 Referências
151 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
155 Introdução
180 Referências
181 Gabarito
183 CONCLUSÃO
Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
I
Me. Juliana Moraes da Silva
CONCEITOS
UNIDADE
FUNDAMENTAIS E JUROS
SIMPLES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Explicar ao discente os conceitos do valor do dinheiro no tempo.
■■ Demonstrar os conceitos dos elementos financeiros.
■■ Explanar a definição de taxa de juros.
■■ Instruir acerca dos sistemas de capitalização.
■■ Ensinar sobre o fluxo de caixa.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ O valor do dinheiro no tempo
■■ Conceitos dos elementos financeiros
■■ Taxas de juros
■■ Sistemas de capitalização
■■ Fluxo de caixa
15
INTRODUÇÃO
Neste contexto, veremos que o dinheiro tem um valor no tempo e, por isso,
é importante saber que uma unidade monetária de hoje não vale a mesma coisa
do que uma unidade monetária de ontem ou de amanhã. Desta forma, traba-
lharemos os conceitos dos elementos financeiros para que você possa entender
o conceito básico da matemática financeira, como valor presente e valor futuro.
Nesta perspectiva, você passará a entender o conceito de taxas de juros, o
custo de empréstimos ou remuneração pelo uso do capital, respectivamente, para
o tomador e para o emprestador. Logo, veremos que o uso do dinheiro exige um
pagamento que denominamos de remuneração do capital.
Aprenderemos, também, sobre os sistemas de capitalização simples e com-
posta. Na capitalização simples, os juros incidem apenas sobre o valor do capital
inicial, que cresce de forma linear, o que significa que não há existência de juros
sobre juros. Por sua vez, na capitalização composta, os juros incidem sobre o
capital inicial e sobre os juros e o montante cresce de forma geométrica.
Por fim, entenderemos o conceito de Fluxo de caixa visto que as decisões
financeiras são tomadas com base nele, em que as entradas e saídas de dinheiro
ocorrem em momentos diferentes no tempo. Pois bem, agora que já conhece o
assunto com que trabalharemos nesta unidade, convidamos a iniciar esta jor-
nada que será de grande valia para você.
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO
Quantia
Quantia Quantia que se
emprestada adicional pretende
receber
de volta
Fonte: as autoras.
sentido, se você for ao mercado com a mesma quantia de tempos atrás, com cer-
teza, voltará com menos mercadorias, conforme a Figura 2. Isto acontece por
causa da inflação (perda do poder de compra da moeda).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - Redução do poder de compra do dinheiro em relação ao tempo
Agora, sabemos que o dinheiro não tem o mesmo valor no tempo. Não perca
tempo, aprenderemos a calcular os elementos financeiros, juro, prazo, taxa de
juros, capital e montante.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITOS DOS ELEMENTOS FINANCEIROS
JUROS
PRAZO OU PERÍODO
Prazo é o tempo que decorre desde o início até o final de uma dada operação
financeira ou os períodos fracionados de uma operação (para pagamentos par-
celados). É contado em períodos de tempo, sendo o menor deles o dia (dia, mês,
bimestre, trimestre, semestre, ano, ...) e indicado pela letra n.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b. Juros comerciais ou bancários:
Observe que os juros exatos anuais são menores que os juros comerciais. Caso
você queria saber mais sobre a utilização de taxas de curto prazo com juros sim-
ples, pesquise sobre as operações de Hot Money.
TAXA DE JUROS
J R$200, 00
i
= = = 0, 20 ou 20% a.a
C R$1.000, 00
Onde:
J = juros recebidos
C = capital empregado na operação
Preste atenção, a taxa de juros citada anteriormente está ao ano (a.a), isto quer
dizer que se deve especificar a taxa de juros no período de tempo. As taxas de juros
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
referem-se sempre a uma unidade de tempo (dia, mês, ano), indicadas pela letra
i, e podem ser representadas de duas maneiras: taxa percentual e taxa unitária.
a. Taxa percentual: representa o juro de cem unidades do capital, no período
tomado como unidade de tempo, ou seja, refere-se aos “centos” do capital.
Exemplo: taxa = i = 30% ao mês = 30% am.
b. Taxa unitária (ou centesimal): representa o juro de uma unidade do capi-
tal no período tomado como unidade de tempo.
Exemplo: taxa = i = 0,30 ao mês = 0,30 am.
a.d = ao dia
a.m = ao mês
a.b = ao bimestre
a.t = ao trimestre
a.q = ao quadrimestre
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a.s = ao semestre
a.a = ao ano
Observe “que a taxa de juros (i) e os períodos (n) devem estar expressos na mesma
referência temporal. Se a taxa de juros for mensal, por exemplo, o tempo deve
ser mensal também” (CORREIA NETO, 2011, p. 202).
Você pode estar pensando que, para achar a taxa de juros equivalente men-
sal é só dividir a taxa anual por 12, ou para obter a taxa anual é só multiplicar
a mensal por 12. Pois bem, veremos, durante o nosso estudo, que encontrar a
equivalência entre taxa de juros e o tempo pode envolver certa complexidade.
Cabe ressaltar, que o Valor Nominal (VN) de uma operação financeira é o valor
constante do título de crédito (por exemplo, na fatura de cartão de crédito), inde-
pendentemente se é o valor presente ou o valor futuro da operação.
Verifique que, entre as notações técnicas, está apresentado o valor presente
e o valor futuro. Como o nome já diz, o valor presente (VP) é o valor da opera-
ção financeira iniciada hoje, isto é, na data presente. Como o valor presente e o
capital coincidem, eles são tratados como sinônimos. No entanto o valor futuro
(VF) é o valor de uma operação financeira entre a data atual ou presente e o
vencimento da operação. O capital mais os juros também podemos conside-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rar como sinônimo de montante. Assim, o valor futuro pode ser representado,
matematicamente, por:
VF
= VP + J
ou
M= C + J
Por fim, temos que o valor devolvido no futuro corresponde ao valor origi-
nal somado ao adicional (aluguel do dinheiro), isto é, montante igual capital
mais o juro.
50 20 10
50% = 20% = 10% =
100 100 100
Pense que esta fração centesimal pode ser escrita em forma decimal. Obser-
ve o exemplo a seguir:
50 20 10
50%
= = 0,5 20%
= = 0, 2 10%
= = 0,10
100 100 100
Note que podemos calcular porcentagem de um número de várias formas,
para isso, pegaremos um dos exemplos anteriores:
50
50%
= = 0,5
100
Agora, escreveremos a porcentagem em forma decimal e multiplicaremos
por um número. Imagine que 50% das 20.000 (vinte mil) pessoas votaram
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
no candidato X. Quantas pessoas votaram no candidato X?
50
50%
= = 0,5
= 0,5 . 20.000
= 10.000
100
Logo, o candidato X recebeu 10.000 votos. Portanto, as taxas podem ser ex-
pressas de duas formas: em percentual (10%) ou unitária ou decimal (0,10).
Fonte: as autoras.
TAXAS DE JUROS
Taxas de Juros
28 UNIDADE I
de compra da moeda, isto é, corroendo o capital de forma que se compra cada vez
menos com a mesma quantia em dinheiro, o que exige que o investimento produza
resultado maior que o capital investido, que deve ser superior a inflação do período.
Observe, quanto maior a inflação, maior a taxa de juros (CORREIA NETO, 2011).
O risco da operação cresce com relação ao prazo, ou seja, a incerteza quanto
ao futuro. Desta forma, quanto maior o risco, maior será a remuneração exigida,
isto é, maior a taxa de juros. Agora, perceba que investimentos com menor risco,
fornecem uma taxa de retorno mais baixas (CORREIA NETO, 2011).
“O conceito de utilidade também influencia o comportamento da taxa de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
juros” (CORREIA NETO, 2011, p. 201). Isto quer dizer que quando você decide
investir impede que o dinheiro circule na economia, isto é, que esse dinheiro seja
utilizado para o consumo. Assim, para você abrir mão do capital, hoje, e ficar
sem consumir, exigirá um prêmio. Quanto maior a utilidade do capital, mais alta
deve ser a taxa de juros (CORREIA NETO, 2011).
Por fim, o custo de oportunidade é um ponto determinante das taxas de juros,
na medida em que você, ao selecionar uma oportunidade de investimentos, abrirá
mão de outra oportunidade em que, por sinal, não será remunerado. Desta forma,
há um custo de oportunidade representado pelo que se deixou de ganhar. De fato,
quanto maior o custo de oportunidade, maior será a taxa exigida do investimento.
“A taxa de juros é a razão entre o juro recebido (ou pago) no final de um perí-
odo de tempo e o capital, inicialmente, empregado. Assim, a taxa será sempre
relacionada com uma unidade de tempo” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 10,
grifo nosso). Perceba que há uma diferença entre taxa de juros e o valor dos juros.
A taxa de juros é o percentual aplicado ao capital inicial para que ele seja res-
gatado no futuro. Assim, a taxa de juros, como já vimos, é expressa em:
J R$20, 00
i
= = = 0, 20 ou 20% a.a.
C R$100, 00
= VP. (1 + i ) n
Valor Futuro
Juros
= VF −VP
Observe que os juros compostos são maiores que os juros simples, pois, neste
modelo, o cálculo leva em consideração os juros sobre juros.
Nas próximas unidades, compreenderemos as definições e aplicações de
juros simples e juros compostos.
Taxas de Juros
30 UNIDADE I
Variação percentual
Pense que, em um determinado mês, o preço de um produto seja R$ 50,00
e, no mês seguinte, o preço tenha sido alterado para R$ 55,00. A alteração
de preço foi positiva em R$ 5,00. Assim, a variação percentual de preço nas
datas consideradas foram:
Vt −V0 55, 00 − 50, 00 = 0,10 = 10%
J= => J=
V0 50, 00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe, que o juro ou a variação percentual é a diferença entre o preço na
data futura (Vt) e a data inicial (V0), dividido pelo preço da data inicial (V0).
Neste sentido, quando a variação percentual é positiva, denominamos taxa
de crescimento, e, quando negativa, decrescimento.
Fonte: adaptado de Iezzi, Hazzan e Degenszajn (2013).
Cabe ressaltar que “não se pode comparar ou somar dinheiro a menos que ele
esteja no mesmo instante de tempo” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 1). Não obs-
tante, caso o “dinheiro não esteja no mesmo instante de tempo para somá-lo, é
necessário mover o dinheiro no tempo associado a uma taxa de juros” (MULLER;
ANTONIK, 2012, p. 1). Neste contexto, sempre que há concessão de dinheiro, o
disponibilizador do recurso (credor) deverá receber o dinheiro emprestado adi-
cionado a uma taxa de juros. Logo, quem empresta o dinheiro tem expectativa
de recebê-lo com uma taxa de retorno, isto é, a taxa de juros.
SISTEMAS DE CAPITALIZAÇÃO
CRESCIMENTO
SALDO NO SALDO DEVEDOR
JUROS APURADOS PARA ANUAL
ANO INÍCIO DE AO FINAL DE
CADA ANO ($) DO SALDO
CADA ANO ($) CADA ANO ($)
DEVEDOR ($)
Início do 1º ano - - 1.000,00 -
Fim do 1º ano 1.000,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.100,00 100,00
Fim do 2º ano 1.100,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.200,00 100,00
Fim do 3º ano 1.200,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.300,00 100,00
Fim do 4º ano 1.300,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.400,00 100,00
Fim do 5º ano 1.400,00 0,10 . 1.000,00 = 100,00 1.500,00 100,00
Fonte: adaptada de Assaf Neto (2012, p. 4).
Sistemas de Capitalização
32 UNIDADE I
Observe que os juros incidem somente sobre o capital, o que apresenta valores
idênticos no final de cada ano. Como consequência, o crescimento dos juros é
linear, o que revela um comportamento igual ao de uma progressão aritmética,
com o valor de R$ 500,00 no final do período (ASSAF NETO, 2012).
Verifique que, neste caso, não ocorre o fenômeno dos juros sobre juros. Como
o juro é simples, você pode converter a taxa anual para a mensal simplesmente
dividindo 10% a.a por 12 meses (10% a.a: 12 meses = 0,833%am).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um capital de R$ 2.000,00 foi aplicado por quatro anos à taxa de 5% a.a, em um
regime de juros simples.
Resolução:
Ao longo do 1º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Ao longo do 2º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Ao longo do 3º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Ao longo do 4º ano, o juro originado foi de 2.000,00 (0,05) = 100,00
Assim, como somente o capital aplicado rende juros, o montante, no final dos
quatro anos, foi de R$ 2.400,00. Conquanto, no regime de capitalização composta
o juro do 1º período agrega-se ao capital resultante no montante. No 2º período,
agrega-se a taxa de juros do período anterior ao montante e se calcula uma nova
taxa de juros e adiciona ao montante. E assim, consecutivamente, de forma que
se agrega a taxa de juros ao montante no início do período e passa a render juros.
Observe, que, no regime de capitalização composta, ocorre um comporta-
mento equivalente à progressão geométrica (ASSAF NETO, 2012). Pense que você
adquiriu uma dívida de R$ 1.000,00, e a ela deve ser paga em juros compostos a
uma taxa de 10% ao ano, a sua situação fica, conforme apresentado na Tabela 2:
Caro(a) estudante, você deve ter observado, na tabela anterior, que os juros não
incidem sobre o capital inicial de R$1.000,00, mas sobre o saldo total existente
a cada ano (ASSAF NETO, 2012). O crescimento dos juros acontece de forma
exponencial ao longo do tempo.
Sistemas de Capitalização
34 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contínua e descontínua. De acordo com Assaf Neto (2012), a capitalização con-
tínua promove uma sequência na capitalização distribuída ao longo do tempo,
e não apenas na data final de período. Entretanto este tipo de regime de capita-
lização é pouco utilizado pela sua dificuldade de aplicação prática.
Por sua vez, na capitalização descontínua, Assaf Neto (2012) ressalta que
os juros são formados somente ao final de cada período de capitalização. Um
exemplo são as cadernetas de poupança que remuneram com juros no final do
mês, e não durante o mês. Cabe destacar que “a capitalização descontínua pode
ser identificada em juros simples e juros compostos” (ASSAF NETO, 2012, p. 6).
FLUXO DE CAIXA
0 1 2 3 4 5 6 7 8 (Tempo)
Saídas de - -
caixa (-)
0 1 2 3 n t
Figura 5 - Fluxo de caixa postecipado
Fonte: as autoras.
Fluxo de Caixa
36 UNIDADE I
0 1 2 3 n t
Figura 6 - Fluxo de caixa antecipado
Fonte: as autoras.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os fluxos de caixas podem ser periódicos ou não periódicos. Assim, os perió-
dicos apresentam um intervalo igual entre os fluxos de caixa, por exemplo, os
pagamentos são realizados todo mês. Por outro lado, aos não periódicos os inter-
valos são diferentes.
Com relação à duração do fluxo de caixa, ele pode ser limitado (finito) ou
indeterminado (indefinido). A duração limitada ocorre quando os prazos dos
pagamentos ou recebimentos são conhecidos, como um financiamento por 4
anos que será pago neste intervalo de tempo. Em contrapartida, os indetermi-
nados ou indefinidos ocorrem, por exemplo, no pagamento de aluguel e projetos
de investimentos. Ainda, os valores do fluxo de caixa podem ser constantes ou
variáveis. Por constante, entende-se que os pagamentos e/ou recebimentos são
iguais entre si. Não obstante, os valores variam ao longo do tempo.
Nesta unidade, caro(a) aluno(a), pudemos ter um parâmetro do estudo
da matemática financeira. Falamos sobre os aspectos do valor do dinheiro no
tempo, conceitos dos elementos financeiros, taxa de juros, sistemas de capita-
lização e fluxo de caixa. Pois bem, agora que você já conhece esses elementos
fundamentais da matemática financeira, poderá avançar em seu conhecimento
sobre o tema. Bons estudos!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao fim desta unidade, com a qual demos início ao
processo de entendimento sobre os conceitos fundamentais para trabalhar a mate-
mática financeira. Acima de tudo, passamos a compreender o valor do dinheiro no
tempo. Vimos que, ao antecipar o consumo, paga-se um valor extra que denomina-
mos juros, podendo ser simples ou compostos. Não obstante os empréstimos são
comumente realizados a juros compostos. De forma semelhante acontece com os
nossos investimentos que, em alguns casos específicos, pode acontecer de empre-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
38
90,05% ao semestre
3,15 aa
0,50% ao dia
4. Temos dois tipos de juros: simples e compostos. O juro simples incide sempre
sobre o valor do capital, e o composto sobre o montante. Desta forma, um
empréstimo de R$ 20.000,00 é adquirido pelo prazo de três meses, após esse
período, quem disponibilizou o dinheiro para o empréstimo recebeu um mon-
tante de R$ 26.000,00. Calcule a taxa de juros simples do período.
5. Na matemática financeira, encontramos diversas simbologias, visto que o estu-
do do dinheiro no tempo é realizado por meio de equações, em que se encon-
tram relacionadas as diversas variáveis econômicas. Neste contexto, descreva a
diferença entre valor presente (VP) e valor futuro (VF).
6. Compreende-se como capitalização simples a taxa de juros aplicada somente
ao capital inicial, diferentemente da capitalização composta em que incorre
juros sobre juros. Nesta perspectiva, um capital de R$ 3.000,00 foi aplicado por
quatro anos, à taxa de 10% a.a. Calcule o valor dos juros total ao longo do perí-
odo pelo regime de juros simples e, em seguida, pelo composto.
7. Represente as informações a seguir em um fluxo de caixa:
a) Tempo 0, saída de caixa de R$ 4.000,00.
b) Tempo 1, saída de caixa de R$ 2.000,00.
c) Tempo 2, entrada de caixa de R$ 500,00.
d) Tempo 5, saída de caixa de R$ 2.500,00.
e) Tempo 6, entrada de caixa de R$ 5.200,00.
f ) Tempo 8, saída de caixa de R$ 3.500,00.
8. Converta a taxa simples indicada em taxa diária:
a) 120% aa
b) 36% am
c) 72% as
9. Converta a taxa simples indicada em taxa mensal:
a) 0,1% ad
b) 28% ab
c) 6% aq
d) 258% aa
10. Converta a taxa simples de 24% aa em taxa diária, mensal, bimestral, trimestral
e semestral.
40
INSTRUMENTAL MATEMÁTICO
O objetivo desta leitura complementar não é ensinar nem revisar matemática básica,
mas explanar e discutir conceitos e aplicações indispensáveis para os conteúdos de ma-
temática financeira.
Precisão nos cálculos
1. Arredondamento
Se você parar para analisar, verá que grande parte dos cálculos financeiros envolvem
fração. Algumas delas têm precisão finita (20/10 = 2) e outras infinita (10/3 = 3,333). Se
estivermos buscando um valor em reais, no primeiro caso, a resposta seria R$ 2,00, de
forma precisa. Todavia, no segundo caso, temos um problema de precisão em apresen-
tação em valores reais, já que a moeda permite até duas casas decimais (DE CASTRO;
DAL ZOT, 2015). Neste caso, somos forçados a arredondar para 3,33, que é o número
mais próximo da resposta correta.
Exemplos de arredondamento de casas decimais:
■■ 20,5685 é arredondado para 20, 57.
■■ 28,1249 é arredondado para 20,12.
■■ 2,99499 é arredondado para 2,99.
■■ 8,00500 é arredondado para 8,01.
2. Precisão
Compreenda que, para evitar arredondamento desnecessário e uma maior precisão nos
cálculos, o arredondamento só deve ser feito na resposta final (DE CASTRO; DAL ZOT,
2015). Para isso, é importante utilizar-se de recursos da calculadora, fazendo cálculos de
forma sequencial. Por exemplo: 4 pode ser feito de duas formas:
x100
5
4
■■ = 0, 67 e após 0, 67 x100 ;
5
■■ 4 4 x100
=x100 = 66, 67
5 5
Observe que a segunda opção é mais precisa que a primeira. A diferença é que na pri-
meira ocorreu um arredondamento nos cálculos intermediários (0,67), e o resultado foi
a perda de precisão (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015).
41
Razão e proporção
Pense que você abriu um negócio e, no primeiro ano, obteve receita de R$ 100.000,00 e,
no segundo ano, as receitas foram de R$ 150.000,00. Ao comparar os valores, observa-
mos que a diferença é de R$ 50.000,00. Entretanto esta comparação não oferece a ideia
de crescimento das vendas de um ano para o outro. Para isso, é necessário efetuarmos
uma comparação, dividindo as receitas do segundo ano pelas receitas do primeiro ano
(150.000,00/100.000,00). O resultado desta razão é igual 1,5. Diante disso, dizemos que
a receita do segundo ano é 1,5 vezes maior que a do primeiro ano.
Agora, vamos imaginar que as receitas do terceiro ano sejam de R$ 80.000,00 e, no
quarto ano, de R$ 120.000,00. Observe que a razão das receitas do ano quatro é de
120.000,00/80.000,00, que é igual a 1,5. Pois bem, a razão do quarto ano equivale à razão
150.000,00/100.000,00, que pode ser visualizada a seguir:
150.000, 00 120.000, 00
=
100.000, 00 80.000, 00
Prezado(a) aluno(a), como vimos, os juros dependem do capital, da taxa de juros e do tempo, por
isso, convidamos você a assistir este vídeo a fim de reforçar seus conhecimentos sobre o tema.
Web: <https://www.youtube.com/watch?v=YmKSgHY_pGQ>.
43
REFERÊNCIAS
1)
TAXA DE JUROS NA TAXA DE JUROS NA
TAXA DE JUROS
FORMA PERCENTUAL FORMA UNITÁRIA
2% ao dia 2% a.d 0,02 a.d
24% ao mês 24% a.m 0,24 a.m
50,3% ao bimestre 50,3% a.b 0,503 a.b
90,05% ao semestre 90,5% a.s 0,905 a.s
315% ao ano 315% a.a 3,15 a.a
0,50% ao dia 0,5% a.d 0,005 a.d
2) A.
3) C.
4) Taxa de juros = 6.000/20.000 = 0,3 ou 30%.
5) O valor presente é o capital empregado e/ou emprestado, e o valor futuro é a
soma do valor presente e/ou o capital mais os juros incorridos no período.
6)
Ao longo do 1º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00
Ao longo do 2º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00
Ao longo do 3º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00
Ao longo do 4º ano, o juro originado foi de 3.000,00 (0,10) = 300,00
Capitalização simples, valor dos juros R$ 1200,00
7)
8)
120 : 360 = 0,333% a.d
36 : 30 = 1,2% a.d
72 : 180 = 0,4% a.d
9)
0,1 x 30 = 3% a.m
28 : 2 = 14% a.m
6 : 4 = 1,5% a.m
258 : 12 = 21,5% a.m
10)
24 : 360 = 0,0667% a.d
24 : 12 = 2% a.m
24 : 6 = 4% a.b
24 : 4 = 6% a.t
24 : 2 = 12% a.s
Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
II
Me. Juliana Moraes da Silva
SISTEMA DE
UNIDADE
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Instruir o acadêmico a respeito dos juros simples.
■■ Orientar o aluno quanto à equivalência simples.
■■ Ensinar o discente acerca do desconto simples.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Juros simples
■■ Equivalência simples
■■ Desconto simples
49
INTRODUÇÃO
Introdução
50 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
JUROS SIMPLES
...
Juros após n períodos: Jn = Ci + Ci + Ci + . . .+ Ci = n (Ci)
J = C . i .n
ou
J = VP . i . n
Onde
J = Juros
C = VP = Capital
i = Taxa
n = Prazo
Cabe ressaltar que i e n devem referir-se a um mesmo período de tempo.
Vamos considerar o seguinte exemplo: um capital aplicado por 6 meses a
uma taxa simples de 10% a.m.
R$50,00
R$40,00
R$30,00
R$20,00
R$0,00
R$-
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4
Juros Simples
52 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Utilizando a Calculadora HP-12C para apuração dos Juros Simples:
[CHS] [PV] (valor do capital)
[ i ] (taxa de juros sempre anual)
[ n ] (tempo sempre em dia)
[ f ] [ int ]
Fonte: as autoras.
Resolução HP-12 C
10000 [CHS] [PV]
24 [ i ]
1800 [ n ]
[ f ] [ int ]
R$ 12.000,00
J = VP.i.n
J = 7000 . 0,16 . 1,5
J = R$ 1.680,00
Juros Simples
54 UNIDADE II
Resolução HP-12 C
7000 [CHS] [PV]
16 [ i ]
540 [ n ]
[ f ] [ int ]
R$ 1.680,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolução Algébrica:
J = VP.i.n
12 = 100 . i . 1
i = 12 : 100 = 0,12 ao ano ou 12% ao ano
Como um ano tem doze meses, 12% ao ano, dividido por 12 meses corres-
ponde à taxa proporcional de 1% ao mês.
Resolução HP-12 C
100 [enter]
12 [ %T ]
1[/]
12% ao ano
MONTANTE SIMPLES
ou
FV PV (1 + i . n )
=
Juros Simples
56 UNIDADE II
1 = 0,02 n
n = 1 / 0,02
n = 50 meses
Exemplo 4: qual é o capital que aplicado à taxa simples de 2% a.b, durante 1 ano
e 7 meses resultou num montante de R$ 1.120,00?
Resolução Algébrica:
Taxa de 2% a.b é proporcional a 1% a.m.
M =C +C (1 + i . n )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1.120 = C (1 + 0,01 19)
1120 = C ( 1 + 0,19)
1120 = 1,19 C
C = 1120 / 1,19
R$ 941,18
Neste sentido, podemos verificar que os cálculos financeiros, muitas vezes, são
realizados por meio de calculadoras e, por isso, não podemos nos esquecer delas,
já que simplificam o processo no que tange a resolução de problemas financeiros.
Nesta perspectiva, vamos trabalharemos o método algébrico (ALG), utilizado
na maioria das calculadoras e o RPN (Notação Polonesa Reversa) para calcu-
ladoras HP.
Agora, utilizando nosso exemplo, vamos refazer os cálculos dos juros:
RPN ALG
20.000 [ENTER] 20.000 [X]
4 [X] 4 [+]
1 [+] 1 [X]
20.000 [X] 20.000
-> 44.000 -> 44.000
Exercício resolvido 1-
Qual valor futuro ou montante e o valor dos juros gerados numa aplicação
financeira de R$ 16.000,00, durante 12 meses, com taxa de 1,4% ao mês?
VP = 16.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
n = 12 meses
i = 1,4% ao mês
VF = ?
J=?
Valor Futuro Valor dos Juros
VF VP (1 + i.n )
= J = VP.i.n
VF = 16.000 (1 + 0,014.12) VF J = 16.000 . 0,014 . 12 = 2.688
= 16.000 (1+ 0,168) ou
VF = 16.000 (1,168) J VF −VP
=
VF= 18.688 J = 18.688 - 16.000 = 2.688
VF
VP =
(1 + i .n )
Juros Simples
58 UNIDADE II
30.000 30.000
VP
= = = 16.666, 67
(1 + 0, 2 . 4 ) (1,8)
Verifique que o valor inicial aplicado no investimento foi de R$ 16.666,67. Vamos
refazer os cálculos na calculadora:
RPN ALG
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
30.000 [ENTER] 30.000 [÷]
0,2 [ENTER] (0,2 [X] 4 [+] 1 )
4 [X] 1 [+] [÷] =
-> 16.666,67 ->16.666,67
Observe que, utilizando a calculadora na forma algébrica, você terá que calcular,
a princípio, o valor dos juros vezes o tempo somado 1. Conforme: 30.000 .
(1 + 0, 2 ⋅ 4 )
Exercício resolvido 2
Qual valor presente ou capital e o valor dos juros gerados numa aplicação finan-
ceira de R$ 18.688, 00, durante 12 meses, com taxa de 1,4% ao mês?
VP = ?
J =?
n = 12 meses
i = 1, 4% ao mês
VF = 18.688
VF
VP =
(1 + i ⋅ n )
J = VP . i . n
18.688 J 16.000 ⋅ 0, 014 ⋅12
= = 2.688
VP =
(1 + 0, 014 ⋅12 )
ou
18.688
VP =
(1 + 0,1680 )
J VF −VP
=
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18.688
VP = J = 18.688 − 16.000 = 2.688
(1,1680)
VP = 16.000
Imagine, agora, que você quer saber qual seria o tempo necessário para um capi-
tal ou valor presente de R$ 2.500, aplicado com taxa de 10% ao mês e produz
R$ 500 de juros.
J = R$ 500
VP = R$ 2.500
i = 10% a.m
n=?
Resolução:
Isolando o “n” na fórmula básica [ J = VP. i .n ]
J
n=
VP ⋅ i
500
=n = 2
2500 ⋅0,10
Juros Simples
60 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EQUIVALÊNCIA SIMPLES
EQUIVALÊNCIA DE TAXAS
No caso de juros simples, realizar a conversão entre as taxas mensais para as anu-
ais e as anuais para as mensais é, relativamente, simples. Por exemplo: imagine
que você queira saber a taxa anual equivalente à taxa mensal de 1%. Para isso,
basta você multiplicar por 12 meses. Isso mesmo, se a taxa de juros for simples,
é só pegar a taxa e multiplicar ou dividir, sem complexidade. Neste caso, o valor
da taxa anual é: 0,01⋅ 12 = 0,12 ou 12% .
Outro exemplo é considerar os juros simples, qual a taxa mensal equivalente a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
12% ao trimestre. Para achar, é só dividir 12% por 3 (0,12/3 = 0,04 ou 4%). Assim:
■■ 6% a.b (ao bimestre) é equivalente a 3% a.m
■■ 9% a.t (ao trimestre) é equivalente a 3% a. m
■■ 18% a.s (ao semestre) é equivalente a 3% a. m
■■ 36% a.a (ao ano) é equivalente a 3% a. m
Equivalência Simples
62 UNIDADE II
Exercício resolvido 3
Qual a taxa anual de juros simples que um determinado investimento rendeu,
visto que o capital aplicado foi de R$ 10.000,00, e o valor de resgate foi de R$
11.050,00, após 12 meses?
Resolução:
J = 1.050
VP = 10.000
VF = 11.050
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
n = 12 meses = 1 ano
i=?
J
i= ⋅n
VP
1.050
i= ⋅ 1 = 0,105 ou 10,5%
10.000
Você sabia que quando há divergências entre taxas de juros e período de tempo é
sempre o tempo que deve ser convertido, e não a taxa? Por exemplo: se a taxa de
juros está mensal, e o tempo está em dias, então, preciso transformar o tempo em
meses, e não o contrário. Vejamos: qual é o rendimento de uma aplicação finan-
ceira de R$ 4.859,00, após 149 dias à taxa de 2,9% ao mês (a.m)? Para resolver
este problema, precisamos transformar o tempo de dia (149) para mês.
Dados:
J= VP ⋅ i ⋅ n
149
J = 4.589 ⋅ 0, 029 ⋅
30
149
J = 4.589 ⋅ 0, 029 ⋅
30
J = 660,968967
Comumente, a exatidão é exigida por meio de duas casas após a vírgula, no entanto,
neste caso, qualquer arredondamento forneceria respostas inexatas ao problema
estudado. Neste sentido, para obter mais precisão, seria importante utilizar todas as
casas após a vírgula. Agora, veremos como resolver este exercício na calculadora:
Equivalência Simples
64 UNIDADE II
RPN ALG
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de R$ 4.000,00 à taxa de juros simples de 36% a.a (ao ano) comercial, para ser qui-
tado após 30 dias. Observe que a taxa de juros está anual e é preciso convertê-la
para diária. Para isso, utiliza-se a regra do banqueiro, isto é, por meio da conversão.
Dados:
J =?
VP = 4.000
i = 36%(0,36)a.a
30
= n 30= d = 0,83333333 anos
360
Vamos calcular, agora, o valor principal, isto é, o capital necessário para apli-
car num investimento que remunere a taxa de juros simples de 30% ao ano para
conseguir um valor de R$ 700,00 e 50 dias.
Dados:
VP = ?
J = 700
i = 30%
50
=n 50
= d
360
J= VP ⋅ i ⋅ n
VP= J / ⋅i ⋅ n
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Equivalência Simples
66 UNIDADE II
Neste instante que você já conhece como calcular a taxa de juros, aprenderemos
a trabalhar a equivalência no cálculo do prazo. Para isso, considere um emprés-
timo de R$ 6.500, que rende juros de R$ 890,00 à taxa mensal de juros simples
de 3,5% a.m. Qual o número de meses que durou o empréstimo?
Dados:
VP = 6.500
J = 890
i = 3,5%(0,035)a.m
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
n = ? em meses
J= VP ⋅ i ⋅ n
=n J / (VP ⋅ i )
n 890 / (6500 ⋅ 0, 035)
= = 3,91
Assim, a duração do empréstimo foi de 3,91 meses. Se você quiser saber o número
de dias que durou o empréstimo, terá que converter o número de meses em dias.
Agora, utilizaremos a calculadora:
RPN ALG
890 [ENTER] 890 [ / ]
6.500 [ENTER] (6.500 [X] 0,035 )
0,035 [X] [ / ] ->3,91
->3,91 [X] 30
30[X]
->117,36 dias ->117,36 dias
Dados:
VP = 10.000
i = 48%(0, 48)a.a
=n 550= d 550 / 360
VF = ?
= VP (1 + i ⋅ n )
VF
= 10.000(1 + 0, 48 ⋅ 550 / 360)
VF
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VF = 17.333,33
O montante foi de R$ 17.333,33. Utilizando a calculadora temos:
RPN ALG
0,48 [ENTER] 0,48 [X]
550 [X] 550 [/]
360 [/] 360 [+]
1 [+] 1 [ X]
10.000 [X] 10.000 [=]
->17.333,33 ->17.333,33
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAL
Equivalência Simples
68 UNIDADE II
= C (1 + i ⋅ n )
M
M = 100(1 + 0, 20 ⋅1)
M 100(1 + 0, 20)
=
= 100 ⋅1, 20
M
M = R$120, 00 logo são equivalentes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para serem equivalentes, R$296.000,00, hoje, devem corresponder a R$ 438.080,00
daqui a 8 meses, com taxa de 6% a.m.
= C (1 + i ⋅ n )
M
=M 296.000(1 + 0,06 ⋅ 8)
=M 296.000(1 + 0, 48)
=M 296.000 ⋅ 1, 48
M = R$438.080,00 logo, são equivalentes
A1 A2 B1 B2 B3 ?
.............
0 1 2 3 4 5 6 11
Os capitais A1, A2, B1, B2 e B3, dizem-se equivalentes se, quando expressos em
valores de uma data comum (data de comparação ou data focal) e a uma mesma
taxa de juros, apresentam resultados iguais.
Sendo o momento escolhido 6 (data focal), tem-se:
A1 (1 + 5i ) + A 2 (1 + 4i ) = B1 (1 + 3i ) + B2 (1 + 2i ) + B3 (1 + 1i )
juros simples é de 24% a.a, apurar o saldo a ser pago. Para serem equivalentes,
50.000 80.000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
10.000 30.000 ?
Capital 3 = 10.000.
Montante 4 = 30.0000, gera um Capital 4
Montante 5 = ?, gera um Capital 5
Equivalência Simples
70 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 4: verifique se o montante no final de dois anos de R$ 100,00 aplica-
dos hoje à uma taxa de juros de 20% a.a, equivale a R$ 140,00. No entanto este
processo de capitalização linear não pode ser fracionado de forma alguma. Por
exemplo, não pode apurar, inicialmente, o montante ao final do primeiro ano,
e, a partir disso, chegar ao montante do segundo ano envolve a capitalização de
juros (juros sobre juros), prática esta não adotada em regime de juros simples.
= C (1 + i ⋅ n )
M
M = 100(1 + 0, 20 ⋅ 2)
M = R$140, 00 logo, R$100, 00 e R$140, 00 são equivalentes
DESCONTO SIMPLES
Onde,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
D = Desconto
N = Valor Nominal (VF)
d = Taxa de desconto
n = Tempo
VP = Valor Presente
D 30.000 ⋅ 0, 08
= = ⋅ 2 4.800
Vd= N − D
ou
VP
= VF − D
Onde
Exercício resolvido 4
Considere uma duplicata de R$ 10.000,00 descontada em um banco 48 dias antes
do vencimento, a uma taxa de desconto comercial de 3% a. m.
■■ Qual o valor do desconto?
D = N. d . n
0, 03
D 10.000 ⋅
= 48 480, 00
⋅=
30
■■ Qual o valor líquido recebido pela empresa, sabendo que o banco cobrou
uma taxa de serviço de 1% do valor da duplicata, pago no dia que se rea-
lizou o desconto?
10.000
=i = −1 0, 0616 ou 6,16% ao período.
9420
Desconto Simples
74 UNIDADE II
VF ⋅ i ⋅ n
D=
(1 + i ⋅ n )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considere uma operação cujo título tem valor nominal de R$ 30.000 com ven-
cimento para 2 meses e taxa de juros de desconto simples por dentro de 8% a.m
(ao mês). Qual o valor descontado?
30.000 ⋅ 0, 08 ⋅ 2
=D = 4.137,93
(1 + 0, 08 ⋅2 )
O valor descontado foi de R$ 3.000. Agora, calcularemos o valor presente que
o indivíduo receberá:
VP
= VF − D
Desta forma, caro(a) estudante, vamos imaginar um título que vence daqui
a 60 dias. O banco opera com desconto racional simples e cobra taxa de juros
de 8% ao mês. Sabendo que o valor descontado é de R$ 4.137,93 , qual o valor
nominal e o valor presente deste título?
VF = ?
D = 3.000
n = 2 meses
i = 8%
VF ⋅ i ⋅ n
D=
(1 + i ⋅ n )
VF ⋅ 0, 08 ⋅ 2 VF ⋅ 0,16
4.137,93
= =
(1 + 0, 08 ⋅ 2 ) (1,16 )
0,16VF 4.137,93 ⋅1,16
=
0,16VF = 4.799,99
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4.799,99
VF =
( 0,16 )
VF = 29.999,99 ou aproximadamente 30.000, 00
Observe que o valor nominal ou futuro do título foi de 30.000. Assim, o valor
descontado do título é:
VP =30.000 − 4.137,93 =25.862, 07
Desconto Simples
76 UNIDADE II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nosso cotidiano do que imaginávamos. Para compreendermos, de forma mais
profunda, vimos como realizar os cálculos, por meio da fórmula matemática e
HP-12C. Observe que, dependendo do lugar em que estiver, seja no escritório,
em casa, seja na rua, você terá meios para calcular a taxa de juros. Por isso, é
aconselhável ter uma calculadora sempre próxima de você.
Vimos que o capital é a base para o cálculo dos juros simples no tempo. Ao
aplicarmos os conceitos em exemplos práticos, pudemos perceber que não há
incidência de juros sobre juros, ou seja, os juros não mudam ao longo do perí-
odo. Nesta perspectiva, você, provavelmente, encontrará a taxa de juros simples
no mercado em investimentos e operações de curtíssimo prazo.
Passamos a compreender o que é equivalência simples, utilizada por empresas,
instituições financeiras e por pessoas que buscam a compatibilização de entrada
e saída ao longo do tempo. Por fim, trabalhamos o desconto por fora, ou des-
conto simples, isto é, as antecipações de valores a receber ou a pagar.
Diante disso, esta unidade permitiu a você, aluno(a), ter um panorama geral
de como calcular a taxa de juros e analisar a equivalência de forma linear. Por
sua vez, o conhecimento gerado até o momento servirá como base para o seu
avanço na matemática financeira, por isso, incentivo você a não parar por aqui,
pois a prática e o aprofundamento permitirão a você avançar nesta área.
Taxas de inflação
Vimos que o fenômeno que causa o aumento generalizado de preços dos produtos e
serviços denomina-se inflação. Isto é, a perda do poder de compra da moeda, que leva
à perda do poder aquisitivo dos salários, aluguéis (elevando a desigualdade social)
e, também, à desorganização do mercado de capitais. Isto ocorre porque as pessoas
trocam ativos monetários, por ativos reais, o que ocasiona aumento na procura por
aquisição de casas, terrenos, entre outros, a fim de se defenderem da inflação.
Por outro lado, temos a deflação, fenômeno que causa queda persistente dos preços
dos bens e serviços. A deflação ocasiona problemas, como a queda do investimento e
da produção, aumenta o desemprego, o que pode levar o país à depressão econômica.
Observe que tanto a inflação quanto a deflação trazem prejuízos às famílias e às em-
presas, mas, infelizmente, precisamos lidar com elas. No Brasil, o fenômeno da inflação
é mais comum e já trouxe grandes problemas ao longo da história do país.
Pois bem, como não temos como evitar a inflação, temos que aprender a lidar com
ela. Para isso, precisamos ter expertise e utilizar o conhecimento sobre a matemática
financeira para tomada de decisões. Isto é, se não soubermos calcular corretamente
este fenômeno no período, pode levar a empresa à redução do seu poder de compra.
Logo, a organização poderá reduzir de tamanho.
A inflação, comumente, é medida por meio da composição de uma cesta de produtos
determinada, representando a cesta de bens de uma família, por exemplo. A varia-
ção mensal do preço desta cesta é que compõe a taxa de inflação do período. Por
exemplo, ao admitirmos que a cesta foi constituída por dois produtos (A e B), com os
preços, em janeiro, de R$ 120,00 e R$ 60,00, respectivamente. Assim, o valor da cesta
deste mês será de V = 120,00 + 60,00 = 180,00 . Agora, imagine que os preços dos
bens passaram, em fevereiro, a custar R$ 130,00 e R$ 65,00, e a cesta teria o valor
V = 130,00 + 65,00 = 195,00 . Assim, a taxa de inflação de fevereiro foi de:
195, 00
=i = − 1 0, 0833 ou 8,33%
180, 00
Você, enquanto gestor(a) de uma organização, deve estar atento(a) às variações da
taxa da inflação, porque ela impacta no preços dos insumos, dos salários, aluguéis e
lucros. Por isso, saber como calcular a inflação do período a fim de repassá-las para os
preços é importante para manter o poder de compra da organização. No caso de taxas
mensais de inflação, de meses sucessivos, a taxa acumulada de inflação é dada por:
j =(1 + j1 )(1 + j2 )(1 + j3 ) ... (1 + jn ) −1
80
Exemplo: em outubro, novembro e dezembro, as taxas de inflação foram 1%, 1,5% e 2%,
respectivamente. Para calcular a taxa do trimestre, temos:
j= (1 + 0, 01)(1 + 0, 015)(1 + 0, 02 ) −1= 0, 0457 = 4,57%
Assim, a taxa acumulada do trimestre foi de 4,57%.
Material Complementar
82
REFERÊNCIAS
1) B.
2) A.
3) E.
4) D.
5) VP = ? VP = ?
J = 800
i = 30%
55 J= VP ⋅ i ⋅ n
=n 55
= d
360 J
VP =
i⋅n
800
=VP = 17.454,55
55
0,3 ⋅
360
Assim, neste caso, é necessário realizar uma aplicação de R$17.454.
6) M 3250(1 + 0,012
= = ⋅ 60) 3250(1,72)
= R$5.590,00
III
Me. Juliana Moraes da Silva
SISTEMA DE
UNIDADE
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Instruir o acadêmico sobre juros compostos
■■ Orientar o aluno quanto a equivalência composta
■■ Diferenciar taxa nominal de taxa efetiva
■■ Ensinar o discente a respeito do desconto composto
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Juros compostos.
■■ Equivalência composta.
■■ Taxas nominal e efetiva.
■■ Desconto composto.
87
INTRODUÇÃO
Introdução
88 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
JUROS COMPOSTOS
Durante o nosso estudo, você perceberá que o dinheiro investido a juros com-
postos cresce de forma exponencial, isto porque a base de cálculo dos próximos
períodos é baseada no principal somados aos juros do período atual. Enquanto
o cálculo dos juros simples é sempre baseado no principal original, os compos-
tos crescem mais rápido do que quando aplicado em juros simples a mesma taxa
de juros (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015).
Desta forma, se tivermos um principal de R$ 200,00 a uma taxa de juros
de 10% ao ano, em juros simples tanto os juros do primeiro ano quanto os do
segundo serão R$ 20,00 cada um P i 200 0, 10 . “Nos juros compostos,
haverá uma diferença entre os juros calculados no primeiro e no segundo ano”
(DE CASTRO; DAL ZOT, 2015, p. 23).
Observe que, no primeiro ano, os juros serão R$ 20,00
P i 200 0,10 20, 00 , igualmente aos juros simples, entretanto no segundo
ano o cálculo do juros será R$ 22,00 P i 220 0, 10 22, 00 . Vejamos que a
diferença entre sistemas de juros simples e compostos, deve-se, no segundo ano,
ao fato de que a base de cálculo dos juros compostos não é apenas o principal
original, mas sim aquele principal acrescido dos juros calculados nos períodos
passados, neste caso, os R$20,00do primeiro ano.
Juros simples
40.000,00
10.000,00
e
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 n (anos)
Figura 1 - Cotejamento de juros simples e compostos
Fonte: De Castro e Dal Zot (2015, p. 25).
Assim, “os juros simples também são denominados juros lineares, enquanto os
juros compostos são também chamados de juros exponenciais” (DE CASTRO; DAL
ZOT, 2015, p. 25). Desta forma, nos juros compostos, os montantes aumentam,
conforme uma progressão geométrica. Assim, considere a fórmula do montante:
VF = VP 1 + i ) n
Juros Compostos
90 UNIDADE III
Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
36.689, 38
Observe que o valor encontrado pela calculadora financeira é negativo. Isso ocorre
por causa da interpretação de que todo empréstimo funciona como um fluxo
de caixa: “se o principal é positivo (entrada) significa que quem faz o cálculo é
o tomador do empréstimo e, logo, deverá restituir o valor de resgate represen-
tando uma saída (negativo)” (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015, p. 26).
gativa. Portanto, o leitor deve observar que, quando for calcular a taxa ou o
prazo, os sinais das variáveis que representam valores (PV, PMT ou FV) devem
ser contrários. Para isso, utilize a tecla CHS .
Fonte: adaptado de De Castro e Dal Zot (2015).
VF
VP
1 i)n
Observe que, neste exemplo, o prazo está diferente da unidade de tempo da taxa.
Por isso, devemos converter o tempo pela regra do banqueiro.
1.080
=n = 3 anos
360
Juros Compostos
92 UNIDADE III
75.000
VP 24.601, 25
1 0, 45 3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 yx 24.601, 25 3 n
75000 FV PV
24.601, 25 24.601, 25
VF VP 1 i ) n
VF n
1 i
VP
1n
VF n 1n
1 i 1 i
VP
1n
VF
i 1
VP
Pois bem, agora que conseguimos obter a fórmula da taxa de juros, podemos
prosseguir com nosso exemplo: considere uma dívida de R$10.000,00, que foi
resgatada por R$16.000,00, após 11 meses. Vamos, então, calcular a taxa de juros
mensal da operação.
i=?
VP = R$10.000, 00
i=?
VF = R$16.000, 00
n = 11 meses
1n
VF
i 1
VP
1 11
16.000
i 1 0, 0436 ou 4, 36%
10.000
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
yx - 10000 CHS PV
1 0, 0436 i
0, 0436 4, 36
Cálculo do prazo
Agora, calcularemos o prazo necessário para que uma aplicação acumule
um determinado valor. Para isso, precisamos da fórmula do prazo, em que é
necessário isolar o n na fórmula do montante.
Juros Compostos
94 UNIDADE III
VF VP 1 i ) n
VF n
1 i
VP
VF n
In 1 i
VP
VF
In n 1 i
VP
VF
In
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VP
n
In(1 i )
Por exemplo: quantos meses são necessários para que uma aplicação de
R$25.000,00 acumule-se em um saldo de R$50.000,00 à taxa de juros com-
postos de 3, 5% a.m. ?
n=?
VP = R$25.000, 00
n =?
VF = R$50.000, 00
i = 3, 5% a.m
VF
ln
VP
n
ln 1 i
50.000
In
25.000 In 2 In 0, 693147
n 20, 14
In 1 0, 035 In 1 0, 035 In 0, 034401
LN LN 3.5 I
1.035 LN
20, 14 20, 14 n
21 meses
*Observe que, neste caso, a HP-12C arredonda o resultado.
Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C*
1, 9 ENTER 1, 9 y x f fin
800 ENTER 800 360 90 I
Juros Compostos
96 UNIDADE III
yx 20000 20000 PV
20000 X 83.268, 81 FV
83.268, 81 83.268, 82
Ao utilizar a Fórmula HP-12C para períodos não inteiros, coloque a calculadora
em modo C , por meio das teclas STO e, após, EEX .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Depois de realizar a conta, pode clicar nas mesmas teclas para tirar o modo
C.
EQUIVALÊNCIA COMPOSTA
EQUIVALÊNCIA DE TAXAS
Agora, seguiremos a mesma lógica utilizada com juros simples, mas aplicado
aos juros compostos. Assim, a equivalência de taxa de juros composta é dife-
rente da capitalização simples visto que na simples a taxa de juros é proporcional,
enquanto na composta o juro é exponencial.
nt nc
ie q 1 ic 1
Equivalência Composta
98 UNIDADE III
em que
ieq = taxa equivalente
ic = taxa conhecida
nt = prazo da taxa procurada
nc = prazo da taxa conhecida
Nesta perspectiva, taxa equivalente dá-se pela comparação de duas taxas que,
aplicando sobre um mesmo montante e num mesmo período, produz o mesmo
juro. Por exemplo: qual é a rentabilidade mensal de uma aplicação financeira
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com taxa de juros compostos de 15% a.a?
nt nc
ieq 1 ic 1
30 / 360
ieq 1 0, 15 1
1 12
ieq 1 0, 15 1
ieq 1, 0117 1 1, 1714%a.m
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
1 ENTER 1, 15 y x f fin
0.15 30 360 15 l
100 X
1,1714% a.m.
Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Y x 100 30 n i
1 7,592% a.p 7,592% a.p
100 X
7,592% a.p
Vejamos, agora, um título que rende 5% num prazo de 45 dias. Qual a taxa
anual?
360 45 8
ieq 1 0, 05 1 1, 05 1 0, 4774 47, 74%
Fonte: as autoras.
Equivalência Composta
100 UNIDADE III
Assim, a taxa trimestral que equivale à taxa anual de 15% a.a é de 3, 5558% a.t .
Agora se você quiser calcular o montante para o final do período, basta uti-
lizar a fórmula do valor futuro (VF ) .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
90 360
VF 200.000, 00 1 0, 15
VF 207.111, 61
Por exemplo, uma taxa efetiva de 3%a.m produz juro de 42, 57% no prazo de
um ano.
12
ief 1 0, 03 1 0, 4257 42, 57%a.a
Assim, é indiferente ter uma taxa de 3%a .m. ou uma taxa de 42, 57% a .a . durante
um ano.Entretanto você pode estar pensando em investir seu dinheiro em uma
aplicação financeira e o gerente do banco sugere uma taxa de juros anual de
42, 57% a.a.com capitalização composta mensal. Cabe ressaltar que a taxa nomi-
nal é a taxa de juros contratada em uma operação financeira, ela é expressa num
período de tempo e não coincide com o período em que ela é referida.
42, 57%
inom
= = 3, 5475% a.m taxa nominal mensal.
12
Agora, calcularemos a taxa efetiva:
12
ief = (1 + 0, 03547 ) − 1 = 0, 5194 ou 51, 94% a.a
Assim, a taxa nominal produziu uma taxa efetiva de 51, 94% a.a. Entretanto, é
necessário tomar cuidado ao tratar de taxa nominal visto que esta é convertida por
meio de taxas proporcionais. Isto é, após ser convertida em taxa efetiva do perí-
odo de capitalização, é capitalizada por meio de juros compostos. Comumente, a
taxa nominal em período anual é convertida em taxa efetiva em períodos meno-
res, como mês, trimestre ou semestre.
Desta forma, a taxa efetiva de 3% a.m é resultado da divisão da taxa nomi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nal de 36% a.a por 12, isto é, número de meses do ano. Assim, taxa efetiva de
3% capitalizada de forma composta, mensalmente, corresponde a 42, 57% a.a.
Qual é a taxa efetiva anual de uma taxa nominal de 6% a.a. com capitali-
zação mensal?
A taxa nominal de 6% a.a. é convertida com juros simples para a taxa efe-
tiva de 0, 5% a.m. visto que o ano tem 12 meses, e a taxa efetiva mensal
de 0, 5% é capitalizada a juros compostos 12 vezes, transformando-se em
taxa efetiva de 6, 167% a.a. como segue:
Conversão da taxa nominal de 6% a.a. em taxa mensal efetiva:
6% que é a taxa efetiva mensal.
= 0, 5%
12
Capitalização de 12 vezes da taxa mensal efetiva:
1 0, 005 12 0, 06167 100 6,167% taxa de juros efetiva anual.
Veja que a taxa nominal de 6% a.a. transforma-se em taxa efetiva de
6, 167% a.a. em consequência da capitalização composta da taxa efetiva
de 0, 5% a.m.
Agora realizaremos, a conversão da taxa nominal inom em taxa efetiva por
meio de fórmula. Todavia a fórmula apresentada é válida somente para situa-
ções em que o período de capitalização é “menor” do que o período da taxa
nominal.
12
0, 06
ief 1 1 0, 6167 ou 6, 16%
12
Fonte: as autoras.
Equivalência Composta
102 UNIDADE III
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um período n de tempo, por exemplo, o primeiro capital x na data 0 (zero),
e o segundo, y , na data n . Diz-se que x e y são equivalentes se, ao aplicar-
mos uma taxa de juros composto i sobre x da data 0 (zero) até a data n , e o
montante obtido for igual a y . Dizemos, também, que x é o valor atual de y .
n
VF VP 1 i
3
500.000 VP 1 0, 015
500.000 VP 1, 0456784
VP R$478.158, 50
Aplicação de R$675.202, 84 (soma de VP ).
Equivalência Composta
104 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TAXAS NOMINAL E EFETIVA
Em alguns tipos de operação financeira, costuma-se expressar a taxa de juro no
mesmo período de pagamento. Exemplo, taxa mensal com capitalização mensal,
taxa anual com capitalização anual. No entanto há muitas operações as taxas são
expressas em percentual anual, mas os períodos de capitalização são diferentes
das taxas, exemplo, taxa anual com capitalização mensal, bimestral, semestral.
Desse fato, decorrem situações em que a taxa de juro é expressa em um perí-
odo de capitalização não coincidente com o período de tempo ao qual se refere.
Nesses casos, faz-se necessária a distinção entre taxa efetiva e taxa nominal.
Taxa efetiva
A taxa efetiva é aquela que, como o próprio nome já diz, efetivamente, verifica
uma operação. É a taxa cobrada.
Exemplos:
■■ 5%a .m , capitalizado mensalmente - período da taxa é mensal, período
em que os encargos são juntados ao capital também é mensal.
■■ 7% a .b., capitalizado bimestralmente - período da taxa é bimestral, perí-
odo em que os encargos são juntados ao capital também é bimestral.
Taxa nominal
A taxa nominal é uma taxa aparente (escrita, contratada) que só pode ser defi-
nida quando a periodicidade da taxa a que se refere é diferente da periodicidade
da capitalização.
Exemplos:
■■ 10% a .a , capitalizado bimestralmente - período da taxa é anual, perí-
odo que os encargos são juntados ao capital é bimestral.
■■ 4% a .m., capitalizado diariamente - período da taxa é mensal, período
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Equivalência Composta
106 UNIDADE III
Exemplo: aplicando certa quantia 0, 5%a .m., informe qual será a taxa anual.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Em juros simples será 6%a .a ( 0, 5 × 12meses ).
Para calcular taxa de juros de uma frequência menor para uma maior:
f Re g
100 CHS PV
xxx n
xxx i
FV
RCL PV
Para calcular taxa de juros de uma frequência maior para uma menor:
f Re g
100 CHS PV
xxx 1 x n
xxx i
FV
RCL PV
Exemplo 1: Apure a taxa efetiva:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ieq 1, 040782 1 4, 0782%a.m.
DESCONTO COMPOSTO
Desconto comercial
Apesar do desconto Comercial Composto por fora não ser utilizado na prática,
vamos tratá-lo, aqui, visto que Muller e Antonik (2012) destacam esse tipo de
desconto como análogo ao juro composto já que ele é análogo ao cálculo do juro
composto. Se pensarmos no tempo como n = 1 , a forma de cálculo seria:
VP 1 i
Desconto Composto
110 UNIDADE III
VP2 1 1 i
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com uma taxa de juros de 10%a .m. e o prazo de vencimento de três meses. Qual
o desconto comercial?
N = 200.000, 00
i = 10%a .m
t = 3meses
VPn = N (1 − i ) n
VPn = 200.000(1 − 0, 1)3
VPn = 145.800, 00
D = N − VP
D = 200.000 − 145.800 = 52.200
Assim, o valor descontado foi de R$145.800, 00 , e o valor do desconto de
R$52.200, 00.
Desconto racional
Agora, passaremos a entender o desconto racional por dentro, que é amplamente
utilizado no Brasil, e que “o desconto é obtido pela diferença entre o valor futuro
e o valor atual de um compromisso financeiro que será pago em n períodos antes
do vencimento” (MULLER; ANTONIK, 2012, p. 123).
D VF VP
Entretanto, como VF VP 1 i )n
n n
D N (1 )
ou D N 1 (1 )
Ou, também,
N
VP
1 i)n
Assim, o valor descontado da operação foi de R$7.422, 27. Desta forma, o valor
do desconto foi D = 8.000, 00 − 7.422, 27 = R$577, 73 .
Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade, conheceremos a matemática finan-
ceira utilizada em nosso cotidiano, por meio dos juros compostos, equivalência
composta e desconto composto. Nesta perspectiva, esse ensinamento permitirá a
você avançar na disciplina, conhecendo e aprofundando na classificação de ren-
das e anuidades, rendas certas, rendas diferidas e rendas perpétuas.
Desconto Composto
112 UNIDADE III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou emprestar recursos, pensará e analisará a dinâmica dos juros, antes de tomar
a decisão. Haja vista que, se pensarmos racionalmente, optaremos por um inves-
timento que trará melhor retorno sob um risco calculado. Por outro lado, ao
realizar um financiamento, optamos por aquele com a menor taxa do mercado.
Neste contexto, pudemos aprender que os juros compostos são calculados com
base no capital, somados aos juros do período anterior. Por isso, há incidência de
juros sobre juros uma vez que o valor dos juros não é mesmo ao longo do perí-
odo. Aprendemos ainda, que equivalência composta, apesar de ter a mesma lógica
da equivalência simples, a fórmula de cálculo é diferente da simples, pois, para
encontrá-la, você poderá simplesmente dividir a taxa anual pelo número de meses.
Ainda, aprendemos sobre o desconto composto ou desconto por dentro, na
prática, isto é, antecipações de valores a receber ou a pagar. Portanto, agora que
você já conhece o universo composto da matemática financeira, já pode come-
çar a praticar. Chame a família e os amigos e se ofereça para calcular os juros
sobre as operações financeiras que eles forem realizar. Assim, terá oportunidade
de praticar a matemática financeira, e ainda, poderá auxiliá-los a tomarem as
melhores decisões. Bons estudos!
1 taxa nominal (i )
Taxa real (r ) 1
1 taxa de ção ( I )
1 0, 128 1, 128
(r ) 1 1 3, 3% 3, 3%
1 0, 092 1, 092
I
1 � i 1�
1 � r
115
Pode ocorrer, não obstante, de a da taxa real ser negativa, isto ocorre quando a inflação su-
pera a variação nominal dos juros, por exemplo o aumento no dólar. Considere que o dólar
apresentou aumento de 7, 5% , abaixo da inflação de 9, 2% . Quem aplicou R$200.000, 00
neste ativo no período conseguiu resgatar R$215.000, 00 ( $200.000, 00 × 1, 075 ) . Como
precisava obter um montante de R $218.400, 00 para manter o poder de compra da mo-
eda com base na taxa de inflação da economia, conclui-se que o investidor teve uma
perda real de R $3.400, 00 ( $215.000, 00 − $218.400, 00 ). Ou, em termos percentuais, a per-
da real atingiu a taxa negativa de 1, 56% $3.400, 00 / $218.400, 00 , isto é, o investidor
obteve somente 98, 44% $215.000, 00 $218.400, 00 do valor de seu investimento corrigido,
perdendo, em consequência, 1, 56% em capacidade de compra. Pela expressão de cál-
culo da taxa real, tem-se:
1 variação nominal do dólar 1 0, 075
r 1 1 1 56%
1 taxa deinflação 1 0 092
Fonte: adaptado de Assaf Neto (2017).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Khan Academy é um dos recursos de internet que auxiliam cálculos matemáticos. O link a seguir
corresponde a uma maneira simples de visualizar a aplicação de juros compostos de forma
dedutiva.
Web: <https://pt.khanacademy.org/economics-finance-domain/core-finance/interest-tutorial/
compound-interest-tutorial/v/introduction-to-compound-interest>.
117
REFERÊNCIAS
1. A.
Resolução
VF = ?
VP = R$25.000, 00
n = 26meses
i = 3, 5%
n
VF = VP (1 + i )
26
VF = 25.000 (1 + 0, 0335 ) = 61.148, 96
Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
26 y x
26 x 3, 5 i
25000 x 25000 = 26 n
61.148, 96 61.148, 96 2500 PV FV
61.148, 96
2. E.
VP = ?
VF = R$95.000, 00
n = 1.440 dias
i = 45%a.a
VP = ?
VF = R$95.000, 00
n = 4 anos
i = 45%a.a.
95.000
VP 21.490, 75
1 0, 45 4
Assim, o capital inicial a ser investido deve ser R$21.490, 75.
4 y 21.490, 75 4 n
95000 FV PV
21.490, 75 21.490, 75
3. C.
i=?
VP = R$20.000, 00
VF = R$26.000, 00
n = 11meses
1n
VF
i 1
VP
1 11
26.000
i 1
20.000
1 11
26.000
i 1 0, 02413 ou 2, 41%
20.000
GABARITO
4. VP = R$48.700, 00
VF = ?
n = 1 mês
i = 19, 5%aa
VF VP 1 i ) n
1
VF R$48.700 1 0, 0149563 R$49.428, 37
121
GABARITO
Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
1 yx 1 X 1, 49563 i
48700 x 48700 = 1 n
49.428, 370 49.428, 370 48.700 PV FV
49.428, 370
5. VP = R$50.000, 00
VF = ?
n = 2 meses
i = 2%am
n
VF = (1 + i )
2
VF = 50.000 (1 + 0, 02 ) = 52.020, 00
Utilizando a calculadora:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
2 yx 2 x 2 i
50000 x 50000 = 2 n
52.020, 00 52.020, 00 50000 PV FV
52.020, 00
Professoras
Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
IV
Me. Juliana Moraes da Silva
UNIDADE
RENDAS E ANUIDADES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Explanar acerca da classificação de rendas e anuidades.
■■ Ensinar o aluno a respeito das rendas certas.
■■ Instruir o acadêmico com relação a rendas diferidas.
■■ Explicar ao aluno os aspectos das rendas perpétuas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Classificação de rendas e anuidades
■■ Rendas certas
■■ Rendas diferidas
■■ Rendas perpétuas
125
INTRODUÇÃO
Introdução
126 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É denominado renda ou anuidade uma sequência de pagamentos ou recebimen-
tos que incorrem em datas pré-estabelecidas, isto é, séries periódicas uniformes.
Podemos verificar as séries de pagamento por um diagrama de tempo ou fluxo
de caixa, que podem ser pagos em uma ou várias parcelas. Vejamos, na Figura
1, um exemplo de um projeto cujo investimento é de R$50.000, 00, que, nos
próximos 4 anos, gera entradas de caixa de R$20.000, 00.
R$ 50.000,00
RENDAS E ANUIDADES
127
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RENDAS CERTAS
Uma renda pode ser exemplificada como a compra a prazo com pagamentos
mensais e número determinado de parcelas de valor fixo, que pode, ainda, ser
paga com ou sem entrada, isto é, antecipada ou postecipada, respectivamente.
RENDAS E ANUIDADES
129
Rendas postecipadas
Como vimos, as rendas postecipadas acontecem sem a entrada, isto é, você só
começará a pagar, por exemplo, após 30 dias, conforme apresentado no dia-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
grama a seguir:
Cabe ressaltar que o valor atual da anuidade deve ser igual ao valor presente
e as rendas postecipadas são representadas por PMT .
VP
Rendas Certas
130 UNIDADE IV
VP PMT
1 i n 1
n
i 1 i
Observe que a taxa de juros utilizada em rendas é a taxa composta, devido aos
juros compostos. Vejamos um exemplo em que calcularemos o valor do princi-
pal em função da prestação: uma empresa financiou um conjunto de sofás em
4 prestações mensais iguais a R$1.500, 00, sem entrada, sendo a primeira delas
a ser paga 30 dias após a compra à taxa de juros de 3, 5% ao mês. Qual o valor
à vista da compra?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PMT = R$1.500, 00
n = 4 meses
i = 3, 5% ( 0, 035 ) a.m.
VP = ?
n
VP PMT
1 i 1
n
i 1 i
4
VP 1500
1 0, 035 1
1500
0, 147523
5.509, 62
4
0, 035 1 0, 035 0, 040163
Resposta: R$5.509, 62
Utilizando a calculadora, temos:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
4 y x 1 4 1500 PMT
1.035 ENTER 4 y x
1 1.035 y x
4 n
RENDAS E ANUIDADES
131
Agora, imagine que o cliente de uma loja adquiriu uma geladeira no valor de
R$3.000, 00 à vista, em 5 prestações mensais iguais e sem entrada, com uma
taxa de juros de 2% ao mês. Qual o valor da prestação que o cliente vai pagar?
VP = R$3.000, 00
n = 5 p.m
i = 2%
PMT = ?
n n
1 i 1 i 1 i
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VP PMT n
PMT VP
i 1 i 1 i n 1
5
0, 02 1
0, 02 0, 022082
PMT 3.000 5
PMT 3.000
1 0, 02 1 0, 104081
PMT 636, 47
5 y x 0, 02 x 5 x 3.000 PV
Rendas Certas
132 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como podemos observar na equação: VP � PMT n
, é matematica-
i 1� i
mente impossível separar a taxa de juros, para resolver esse problema, podemos
utilizar os recursos da calculadora financeira:
FÓRMULA HP-12C
clear fin
5.000 PV
12 n
500 CHS PMT
i
2.922584
Resposta: 2, 92%a .m
Agora, para saber a taxa de juros anual, basta continuar a fórmula, conforme
podemos observar a seguir:
FÓRMULA HP-12C
clear fin
5.000 PV
12 n
RENDAS E ANUIDADES
133
i 2.922854
0 PMT FV 7.064, 99
1 n i 41, 299898
Podemos, a partir das rendas postecipadas, calcular também o valor futuro dos
n termos de uma anuidade (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015). Por exemplo: ima-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gine que José transfere R$500, 00 do seu salário para uma conta poupança que
remunera a taxa de 10% ao mês. Qual seria o valor da poupança de José após
a décima segunda transferência?
PMT = R$500, 00
n = 10 p.m.
i = 10% ( 0, 10 ) a.m.
VF = ?
n
VF VP 1 i
VP PMT
1 i n 1
n
i 1 i
VF PMT
1 i n 1
i
12
VF 500
1 0, 10 1
0, 10
VF 10.692, 14
Rendas Certas
134 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
500 500 FV
10.692, 14 10.692, 14 10.692, 14
Você sabia que podemos calcular também a prestação em função do valor futuro?
Pois bem, vejamos um exemplo: quanto é necessário depositar mensalmente
num fundo de investimentos cuja taxa de juros é de 2% ao mês para que, após
o trigésimo mês, se alcance um saldo de R$50.000, 00.
VF = R$50.000, 00
n = 30 p.m.
i = 2% ( 0, 02 ) a.m.
PMT = ?
n
1 i 1
VF PMT
i
i
PMT VF n
1 i 1
0, 02
PMT 50.000 30
1 0, 02 1
PMT 1.232, 49
RENDAS E ANUIDADES
135
0.02 ENTER 0.02 1.01 y x
clear fin
1.02 ENTER 30 1 50000 FV
30 y x 50000 30 n
1 2 i
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Rendas Antecipadas
As rendas antecipadas ocorrem na data da realização do empréstimo, ou seja,
quando se dá entrada ao financiar algo (DE CASTRO; DAL ZOT, 2015). Assim,
temos:
n 1
i 1� i
PMT � VP
1� i n 1
Vejamos um exemplo em que João adquiriu uma televisão cujo valor à vista é de
R$1.300, 00, em 3 prestações mensais, a primeira na entrada, com uma taxa de
juros de 3%a .m. Vamos calcular o valor da prestação:
VP = R$1.300, 00
n=3
i = 3% ( 0, 03 ) a.m.
PMT = ?
Rendas Certas
136 UNIDADE IV
n 1
i 1 i
PMT VP n
1 i 1
3 1
0, 03 1 0, 03
PMT 1.300 3
1 0, 03 1
PMT R$446, 10
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Utilizando a calculadora, temos:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
RENDAS E ANUIDADES
137
PMT VP n
1 i 1
n
1 i 1
VP PMT n 1
i 1 i
6
1 0, 025 1
VP 650 6 1
0, 025 1 0, 025
0, 159693
VP 650
0, 025285
VP 3.669, 78
Resposta: R$3.669, 78
Rendas Certas
138 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como no caso das postecipadas, a taxa deve satisfazer a equação VP � = PMT
1� i n 1 , em que não é possível isolar a taxa i . Por isso, realizaremos, os cál-
n 1 culos na calculadora financeira.
i 1� i
FÓRMULA HP-12C
4000 PV
12 n
4000 CHS PMT
i
3.503153
Resposta: 3, 5%
RENDAS E ANUIDADES
139
VF = ?
n = 30
i = 2, 4% ( 0, 024 ) a.m.
PMT = R$600, 00
n
VF VP 1 i
n
PMT 1 i 1
VP
i
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
n
1 i 1
VF PMT 1 i
i
30
1 0, 024 1
VF 600 1 0, 024
0, 024
1.03703598
VF 600 1, 024
0, 024
VF 600 43, 2 1, 024
VF 26.548, 12
Resposta: R$26.548, 12
30 y x 1 30 600 PMT
0.024 1 0.024 30 n
1.024 1.024 2.4 i
600 600 FV
26.548, 12 26.548, 12 26.548, 12
Rendas Certas
140 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RENDAS DIFERIDAS
Em juros simples, a conversão de taxa ocorre por meio de divisão ou por multi-
plicação, em juros compostos por meio de taxa equivalente. Em rendas e anui-
dades que, obrigatoriamente, realizasse conversão de taxas, e não de prazos.
RENDAS E ANUIDADES
141
cuja carência k é zero. Logo, quando o primeiro termo de uma anuidade vence
a dois períodos do ponto zero, diz-se que a carência k é igual a 1 (DE CASTRO;
DAL ZOT, 2015).
Considerando que k é o número de períodos entre o ponto zero e o venci-
mento do termo, temos:
n k
i 1� i
PMT � VP
1� i n 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Onde
k +1 é igual a prazo da primeira prestação, isolando o VP , obtendo a fórmula:
1 i)n 1
VP PMT
i 1 i)n k
n k 12 3
i 1 i 0, 03 1 0, 03 0, 04673902
PMT VP n
13.000 12
13.000
1 i 1 1 0, 03 1 0, 42576089
PMT 1.427, 11
Resposta: R$1.427, 10
Rendas Diferidas
142 UNIDADE IV
12 y x 12 1 0 PMT
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 1300 1300 3 n FV
1.427, 10 1.427, 10 1.427, 10
RENDAS E ANUIDADES
143
0.015 3000 3000 12 n PV
85.418, 28 85.418, 28 85.418, 28
Rendas Diferidas
144 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RENDAS PERPÉTUAS
RENDAS E ANUIDADES
145
Exemplo 2: Um apartamento que vale R$60.000, 00está alugado por R$900, 00.
Qual a taxa correspondente?
PMT
VA =
i
900
60.000 =
i
i = 0, 015 ou 1, 5a.m
Rendas Perpétuas
146 UNIDADE IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, você passou a entender algumas das operações que comumente
temos contato no nosso cotidiano, como ao realizamos uma compra a prazo. Ela
pode ocorrer mediante entrada no momento da compra, ou a primeira parcela
paga 30 dias após a aquisição. Isto é, inicialmente, passamos a compreender a
classificação de rendas em anuidades antecipadas e postecipadas.
Aprofundamos, de forma prática, nos conceitos sobre rendas certas, poste-
cipadas e antecipadas, constantemente utilizadas em operações do cotidiano das
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pessoas ou empresas. Desta forma, a renda postecipada ocorre quando na ope-
ração a prestação passa ser paga no período subsequente. Por sua vez, a renda
antecipada é aquela em que você dá a entrada numa operação de financiamento.
Assim, passamos a compreender as operações mais complexas na matemática
financeira.
Aprendemos, também, que em alguns tipos de financiamentos podemos
envolver as rendas diferidas, ou seja, aquelas que exigem um prazo de carên-
cia para iniciar o pagamento das prestações. Este tipo de financiamento é muito
utilizado em operações de financiamento habitacionais, quando você financia
um apartamento, e a obra ainda está inacabada, ou também nos casos em que as
empresas realizam investimentos em infraestrutura ou bens de capital.
Você passou a compreender os aspectos que envolvem a perpetuidade em que
é uma série uniforme de fluxos de caixa com duração infinita, isto é, perpétua.
Agora, você poderá utilizar este conhecimento como uma técnica de avaliação
de imóveis, empresas ou investimentos em geral, que utiliza o método de valor
descontado dos fluxos de caixa combinado com a perpetuidade.
Assim, agora que já se aprofundou no assunto desta unidade, nós o (a) con-
vidamos a praticar por meio das atividades, Bons estudos!
RENDAS E ANUIDADES
147
Matemática financeira
Assaf Neto
Editora: Atlas
Sinopse: este livro foi elaborado para atender plenamente ao
programa de ensino de cursos superiores em que a disciplina de
Matemática Financeira é oferecida. A principal contribuição do
livro é oferecer conteúdo de qualidade e atualizado, que permita
um estudo mais direcionado de acordo com as necessidades e
objetivos definidos pelas escolas brasileiras. Por fim, o livro é rico
em exercícios propostos e resolvidos. Livro-texto para a disciplina Matemática Financeira dos
cursos de Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Economia e Engenharia de Produção.
Livro complementar para as disciplinas Engenharia Econômica, Elaboração e Análise de Projetos,
Administração Financeira e Mercado de Capitais dos cursos de Administração, Economia, Ciências
Contábeis e Engenharia. É indicado também para cursos intensivos de treinamento e cursos de
MBA.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Matemática financeira. Edição Universitária. São Paulo: Atlas, 2017.
DE CASTRO, M. L.; DAL ZOT, W. Matemática Financeira: fundamentos e aplicações.
[S.l]: Bookman Editora, 2015.
VERAS, L. L. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras, Aplicações ao
Mercado Financeiro, introdução à Engenharia Econômica, 300 exercícios resolvidos
e propostos com respostas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
151
GABARITO
V
Me. Juliana Moraes da Silva
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO
UNIDADE
E APLICAÇÕES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Instruir o discente com relação ao sistema de amortização constante
■■ Ensinar o acadêmico quanto ao sistema francês de amortização e
orientar o aluno acerca do sistema Price
■■ Instruir o discente sobre as aplicações dos sistemas de amortização
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sistema de amortização constante (SAC)
■■ Sistema francês de amortização (SAF)
■■ Aplicações dos sistemas de amortização
155
INTRODUÇÃO
Introdução
156 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)
Pois bem, agora que você já conhece alguns termos com que trabalharemos na
nossa unidade, iniciaremos nosso conteúdo tratando do sistema de amortização
constante (SAC). Como o nome já diz, os valores das amortizações são constan-
tes, conforme apresentado na Tabela 1:
Tabela 1 - Sistema de Amortização Constante (SAC)
SALDO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
800, 00
=A = 200, 00
4
� � i
j VP
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PMT A j
PMT 200, 00 80, 00 280, 00
Exemplo 01: Mário procurou o gerente do Banco Marcondes S/A querendo finan-
ciar uma casa no valor de R$150.000 para pagar em 5 meses. O gerente passou a
taxa de financiamento que era de 1%a .m.e o sistema de amortização era o SAC.
Qual é o valor da prestação mensal que Mário terá que pagar?
SALDO
SALDO JUROS JUROS SALDO
APÓS PGTO. AMORT.
INICIAL CALC. PAGOS FINAL
JUROS
n Sn−1 Jn Snj Rn = An + Jn Sn
Sn−1.i Sn1 � J n An +� J n Snj −� Rn
1 800, 00 80, 00 880, 00 252, 38 172, 38 80, 00 627, 62
2 627, 62 62, 76 690, 38 252, 38 189, 62 62, 76 438, 00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 438, 00 43, 80 481, 80 252, 38 208, 58 43, 80 229, 42
4 229, 42 22, 94 252, 36 252, 36 229, 42 22, 94 0
Totais 209, 50 1.009, 50 800, 00 209, 50
i (1 + i ) n 0,10(1 + 0,10) 4
=PMT VP
= 800 = 252,38
(1 + i ) n −1 (1 +0,10) 4 −1 .
Observe que, ao montar-se o plano financeiro, a coluna dos pagamentos deve ser
a primeira a ser preenchida, conforme podemos verificar na Tabela 2. Veja, que
o primeiro pagamento ainda é a soma da amortização R$172 ,38 mais os juros do
período R$80,00, totalizando o valor de R$252 , 38.
Utilizando a calculadora, temos:
RPN ALG FÓRMULA HP-12C
1
4 1.10 y x
10 i
tação a ser paga pelo comprador? E qual o valor do montante final que Mário
terá que pagar?
i 1 i)n 0.02(1 0 02)60
PMT VP n
60 000 1.726, 07
1 i 1 1 0, 02)60 1
1, 02 ENTER 60 y x 0, 02 1.02 y x
60 n
1 60 1 x 2 i
60000 60000 PMT
1.726, 07 1.726, 07 1.726, 07
FÓRMULA HP-12C
clear fin
500 PMT
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18 n
1, 62 i
PV
7.752, 52
Você sabia que pode calcular o saldo devedor, amortização e juro em um período
qualquer no tempo? Pois bem, você pode. Para isso, considere t como a quan-
tidade de períodos vencidos, saldo devedor SDt , amortização At e juro
J t então, vejamos:
1� i n � 1 � i t
� � �
SDt VP
1� i n � 1
1� i t 1 i
At VP� � �
1� i n 1
1� i n 1 i t 1
� �i �
J t VP n
1� i 1
Exemplo 3: José emprestou R$120.000, 00 a ser pago em 12 prestações men-
sais, sem entrada, com juros de 3%a .m. Vamos calcular as prestações mensais
e o saldo devedor no oitavo mês, isto é, após o pagamento da oitava prestação.
1. Prestações PMT
n 12
i 1 i 0 03 1 0.03 0.04277283
PMT VP n
120.000 12
120.000
1 i 1 1 0 03 1 0.42576089
PMT 12.055, 45
FÓRMULA HP-12C
clear fin
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
120.000[PV ]
12 n
3 i
PMT
12.055, 45
2. Saldo devedor
n t
1 i 1 i
SDt VP n
1 i 1
12 8
1 0 03 1 0, 03
SDt 120 000 12
1 0 03 1
1.42576089 1.26677008
SDt 120 000
0.42576089
SDt 44.811, 29
FÓRMULA HP-12C
clear fin
120.000[CHS ][ PV ]
12 n
3 i
PMT
8 f AMORT
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RCL PV
44.881, 29
1 i n 1 i t 1
J t VP i n
1 i 1
1 0, 03 12 1 0, 03 51
J t 120.000 0, 03
1 0, 03 12 1
1.42576089 1.1250881
J t 120.000 0, 03
0.42576089
J t 2.538, 76
FÓRMULA HP-12C
clear fin
120.000[CHS ][ PV ]
12 n
3 i
PMT
4 f AMORT
1 f AMORT
2.538, 76
1 i t 1 i
At
1 i n 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 0, 03 101 0, 03
At 120.000
1 0, 03 12 1
0, 03914320
At 120.000
0, 42576089
At 11.032, 44
FÓRMULA HP-12C
clear fin
120.000[CHS ][ PV ]
12 n
3 i
PMT
9 f AMORT
1 f AMORT
X Y
11.032, 44
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 2
Taxa anual i 1 taxa semestral 1 1, 22474487 1 0, 5
i 0, 5 50%
1 i n 1 i t 2VP 1, 5 8 1, 5 t 2
SDt VP
1 i n 1 3 1, 5 8 1 3
1, 5 8 1, 5 t 16, 4193
1, 5 t 9, 2096
log 9, 2096
t=
log (1, 5 )
t = 5, 48 anos
Fonte: adaptado de Azevedo (2015, p. 134).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
APLICAÇÕES DOS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
cuidado para não confundir com a Tabela Price. Em ambos os sistemas, as prestações
são iguais e constantes, no entanto diferem na conversão de taxa de juros praticadas.
Operações de financianmentos
■■ Características do contrato.
■■ Condições contratadas.
■■ Valor do Bem.
■■ IOC ou IOF – Imposto sobre Operação Financeira.
■■ TAC – Tarifa de Abertura de Crédito.
■■ TEC – Tarifa de Emissão de Carnê.
■■ Serviços de Terceiros.
■■ Número de parcelas.
■■ Taxa de juros mensais.
■■ Taxa de juros anual.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolução: Como o sistema é de Tabela Price, a taxa mensal é a proporcional
simples, ou seja, 1% ao mês.
N JUROS AMORT PARCELA SEGURO TX ADM DESEMBOLSO SALDO
A B=C-A C D E F=C+D+E G
1.000,00
1 10,00 78,85 88,85 50,00 20,00 158,85 921,15
2 9,21 79,64 88,85 50,00 20,00 158,85 841,51
3 8,42 80,43 88,85 50,00 20,00 158,85 761,08
4 7,61 81,24 88,85 50,00 20,00 158,85 679,84
5 6,80 82,05 88,85 50,00 20,00 158,85 597,79
6 5,98 82,87 88,85 50,00 20,00 158,85 514,92
7 5,15 83,70 88,85 50,00 20,00 158,85 431,22
8 4,31 84,54 88,85 50,00 20,00 158,85 346,68
9 3,47 85,38 88,85 50,00 20,00 158,85 261,30
10 2,61 86,24 88,85 50,00 20,00 158,85 175,07
11 1,75 87,10 88,85 50,00 20,00 158,85 87,97
12 0,88 87,97 88,85 50,00 20,00 158,85 0,00
Resolução:
12% a.a, capitalizada semestralmente = taxa nominal
12% a.a: 2 semestres no ano = 6% ao semestre = taxa efetiva
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nt / nc
ieq = (1 + ic ) −1
1/ 6
ieq = (1 + 0, 06 ) − 1
ieq = 1, 0097588 − 1 = 0, 97588%a .m
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolução:
nt / nc
ieq = (1 + ic ) −1
1/12
ieq = (1 + 0, 12 ) − 1
ieq = 1, 0094888 − 1 = 0, 94888%a .m.
A taxa de 0, 94888% a.m é a taxa aplicada aplicada sobre saldo devedor no sis-
tema SAF.
N JUROS AMORT PACELA SEGURO IOF DESEMBOLSO SALDO
A B=C-A C D E F=C+D+E G
0 20,00 1.020,00
1 9,68 80,65 90,33 50,00 - 140,33 939,35
2 8,91 81,42 90,33 50,00 - 140,33 857,93
3 8,14 82,19 90,33 50,00 - 140,33 775,73
4 7,36 82,97 90,33 50,00 - 140,33 692,76
5 6,57 83,76 90,33 50,00 - 140,33 609,00
6 5,78 84,55 90,33 50,00 - 140,33 524,45
7 4,98 85,36 90,33 50,00 - 140,33 439,09
8 4,17 86,17 90,33 50,00 - 140,33 352,92
9 3,35 86,98 90,33 50,00 - 140,33 265,94
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você teve a oportunidade de avançar nos seus
conhecimentos sobre o assunto de matemática financeira, a partir dos sistemas
de amortização de empréstimos. Agora, você passou a compreender o funciona-
mento das formas de financiamento a longo prazo, em que se obtém um recurso
emprestado e as formas de devolução incluem o principal adicionados, os juros.
Ou seja, o valor total de cada parcela de um determinado empréstimo.
Neste contexto, você pode conhecer as duas formas mais utilizadas no
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mercado para financiamento de longo prazo, isto é, o Sistema de Amortização
Constante (SAC) e Sistema Francês de Amortização (SAF), isto é, o Sistema Price.
Ainda, você pode constatar que essas modalidades de pagamentos que foram
estudadas é de utilização exclusiva do critério de juros compostos.
Aprendemos que o SAC é mais voltado para financiamentos imobiliários,
já que compreende amortizações iguais de parte do valor emprestado, isto é,
reduz-se a dívida a cada pagamento de forma igual. Por sua vez, vimos que o SAF
é muito utilizado no mercado na aquisição de empréstimos pessoais e também
em financiamentos corriqueiros, como o de automóveis. Desta forma, apren-
demos que o sistema SAF tem como características as prestações serem iguais.
Portanto, aprendemos que cada sistema de amortização, SAC ou SAF, tem
suas características e especificidades. Por isso, deve-se construir uma plani-
lha financeira padronizada, que contenha os diversos fluxos de pagamentos e
recebimentos.
Agora que você já conhece os principais elementos da matemática finan-
ceira, é hora de sair praticando-a, visto que você utilizará esses conhecimentos
em toda a sua jornada, seja profissional seja pessoal. Os empréstimos e financia-
mentos bem como os investimentos estão toda hora batendo à porta. Por isso,
esperamos que você faça um bom uso da matemática financeira para tomar as
melhores decisões pessoais ou profissionais.
70.280, 75
Valor da amortiz ção 2.928, 36
24
Valor dos juros 70.280 0,986358%= 693,22
Valor da prest ção 2.928, 36 693, 22 3.621, 58
37.475, 81
Valor da amortiz ção 3.122, 98
12
Valor dos juros 37.475,81 0,986358%= 369,65
Valor da prest ção 3.122, 98 369,665 3.492, 63
Saldo inicial:
(+) Soma das parcelas de atualização monetária
(–) Soma das amortizações
(=) Saldo final
Fonte: adaptado de Masakazu (2016).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Matemática financeira. Edição universitária. São Paulo: Atlas, 2017.
AZEVEDO, G. H. W. Matemática financeira: princípios e aplicações. São Paulo: Sa-
raiva, 2015.
DE CASTRO, M. L.; DAL ZOT, W. Matemática Financeira: fundamentos e aplicações.
[S.l]: Bookman Editora, 2015.
MASAKAZU, H. Matemática financeira: didática, objetiva e prática. 1. ed. São Paulo:
Atlas, 2016.
181
GABARITO
1.
2.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
0 10.000,00
1 200,00 10.200,00
2 204,00 10.200,00
3 208,08 2.601,00 2.809,08 7.803,00
4 156,06 2.601,00 2.757,06 5.202,00
5 104,04 2.601,00 2.705,04 2.601,00
6 52,01 2.601,00 2.653,02 -
3.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
0 10.000,00
1 200,00 200,00 10.000,00
2 200,00 200,00 10.000,00
3 200,00 2.500,00 2.700,00 7.500,00
4 150,00 2.500,00 2.650,00 5.000,00
5 100,00 2.500,00 2.600,00 2.500,00
6 50,00 2.500,00 2.550,00 -
GABARITO
4.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
0 10.000,00
1 200,00 2.426,24 2.626,24 7.573,76
2 151,48 2.474,76 2.626,24 5.099,00
3 101,98 2.524,26 2.626,24 2.574,74
4 51,49 2.574,74 2.626,24 -
5.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
0 10.000,00
1 200,00 10.200,00
2 204,00 10.404,00
3 208,08 2.524,26 2.732,34 7.879,74
4 157,59 2.574,74 2.732,34 5.305,00
5 106,10 2.626,24 2.732,34 2.678,76
6 53,58 2.678,76 2.732,34 - 0,00
6.
n JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
0 10.000,00
1 200,00 200,00 10.000,00
2 200,00 200,00 10.000,00
3 200,00 2.426,24 2.626,24 7.573,76
4 151,48 2.474,76 2.626,24 5.099,00
5 151,48 2.474,76 2.626,24 2.574,74
6 51,49 2.574,74 2.626,24 -
183
CONCLUSÃO
Neste livro, caro(a) aluno(a), descobrimos que a matemática financeira está mais pró-
xima do nosso cotidiano do que imaginávamos. Vimos que ela está o tempo todo
presente em nossas tomadas de decisões sobre investimentos ou financiamentos.
Assim, durante a nossa disciplina, pudemos compreender que a matemática finan-
ceira nos dá embasamento para conhecer como os juros são aplicados no mercado,
dando subsídios conceituais e ferramentas para que se tomem decisões racionais
sobre as operações financeiras, considerando o valor que o dinheiro apresenta ao
longo do tempo.
Iniciamos os nossos estudos conhecendo os conceitos e os aspectos iniciais sobre
os juros simples, o valor do dinheiro no tempo, os conceitos dos elementos financei-
ros, as taxas de juros, os sistemas de capitalização e o fluxo de caixa.
Na sequência, tivemos a oportunidade de aprendermos, na prática, os sistemas de
capitalização simples, como: os juros simples, a equivalência simples e o desconto
simples. Posteriormente, avançamos para o sistema de capitalização composta, os
juros compostos, a equivalência composta e o desconto composto.
Neste livro, você passou a ter o entendimento sobre as abordagens de rendas e anui-
dades, compreendeu rendas certas, rendas diferidas e rendas perpétuas. Por fim,
passamos a entender os sistemas de amortização (SAC e SAF) e suas aplicações.
Agora que você já aprendeu sobre as aplicações da matemática financeira, está apto
para iniciar um mergulho no seu horizonte profissional. Esperamos que, a partir do
seu avanço no conhecimento sobre a área, você já tenha começado a praticar a ma-
temática financeira, mesmo que em decisões pessoais, ou seja numa compra a pra-
zo, no financiamento de um bem ou imóvel ou até em investimentos no mercado
financeiro. Desejamos a você muito sucesso neste universo fantástico da matemá-
tica financeira.