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UCM – Extensão de Maputo - Curso de Contabilidade e Auditoria

Cálculo Financeiro

Palestra 1: Introdução

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Maputo, Fevereiro de 2023
Perguntas
Se você não sabe, conversa com Papá, Mamã e Mano/a
1. O que é Banco de Moçambique (BM) ou Banco Central (BC).
2. Onde se localiza o BM ou BC?
3. Qual é o nome do Governador do Banco de Moçambique?
4. Como se chama o Ministro da Economia e Finanças?
5. O que são Bancos Comerciais? Dê exemplos.
6. Quais as funções de BM ou BC?
7. Como se chama a Moeda de Moçambique e quando foi
introduzida?
8. O que é moeda?
9. Distinga tipos de Moeda.
10. Descreva a origem de dinheiro.
11. Onde pode se trocar moedas?
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1. Introdução

Por que estudar Cálculo Financeiro?

Nesta época de grandes mudanças nos mercados financeiros, o


aprofundamento dos conceitos fundamentais do cálculo
financeiro tornou‐se uma exigência social e económica.

O domínio profundo dos instrumentos fundamentais do


cálculo financeiro tem‐se demonstrado essencial no campo
profissional, em particular de todos aqueles que pretendem
trabalhar em áreas directa ou indiretamente ligadas com o
sector dos serviços financeiros (Saias, 1996).

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1. Introdução

O conhecimento dos conceitos fundamentais do cálculo


financeiro é muito mais abrangente, esta, é uma ferramenta
essencial com grande utilidade práctica para os não
financeiros. (Matias, 2007).

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1. Introdução

Agentes económicos: São pessoas ou grupos de pessoas que


realizam uma actividade económica. São quatro:
1. Empresa,
2. Família,
3. Sector Público e
4. Exterior (o resto do mundo).

1. Empresa é a unidade básica de produção, contrata trabalho e


compra factores de produção com o objectivo de produzir e
vender bens e serviços para o lucro.

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1. Introdução
2. Família: tem funções de consumir bens e serviços e também
oferecer seus recursos, isto é trabalho e capital às empresas.
Entretanto, as famílias que pretendem maximizar a satisfação
obtida e consumo são limitadas pelo orçamento de que dispõem.

3. O sector público: formado por distintas administrações


públicas. Intervém em economía de três maneiras:
a) Criando leis que regulem a forma de actuar os outros
agentes económicos no mercado.
b) Redistribuição da renda
c) Ofertando bens e serviços a preços razoáveis para a
sociedade, ex. Exército, Segurança, Saúde, Educação, Água,
Vias de acesso etc.
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1. Introdução

4. O sector externo: Conjunto de estratégias que leva a cabo o


sector público no âmbito internacional para manter as
necessidades de una determinada nação, criação de parcerias,
desenvolvimento das relações de ajuda mutua, etc.

Isto é:
- Trocas comerciais e
- parcerias com outros países.

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1. Introdução

O rendimento dos agentes económicos pode ser aplicado de duas


formas distintas:
- Em consumo ou
- em poupança.

Define‐se por consumo o total de despesa em bens e serviços


que tenham um tempo de vida determinado, de carácter
duradouro ou não, e que sejam utilizados de um modo específico.
A poupança é a diferença entre o rendimento e o consumo
(Canadas, 1998).

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1. Introdução

A poupança pode ser mantida na forma líquida da moeda, ou


pode ser investida, durante um determinado período de tempo,
dando lugar à produção de uma certa remuneração, o juro, para o
seu proprietário.

A importância do factor tempo é crucial em qualquer problema


de Cálculo Financeiro.

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1. Introdução
Sabe-se que um capital não tem o mesmo valor que possa ser
utilizado de imediato ou apenas passado algum tempo. O valor
temporal do dinheiro tem por base a preferência pela liquidez:
atribuímos mais valor e podermos dispor de um capital o mais
cedo possível do que mais tarde (Matias, 1996).

Assim, um dos elementos fundamentais do Cálculo Financeiro é


o tempo. Simultaneamente, o juro encarado como a
remuneração pela cedência de um capital durante um
determinado período, ou encarado como o valor a pagar pelo
uso de um capital alheio durante um determinado período, é
outro elemento fundamental do Cálculo Financeiro.

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1. Introdução

O Cálculo Financeiro, não é especialmente exigente ao nível da


Matemática complicada, mas sim exige apenas os
conhecimentos necessários que dizem respeito a:
a) fracções/percentagens
b) potências e raízes
c) logaritmos e antilogaritmos
d) progressões (aritméticas e geométricas).

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Maputo, Julho de 2021
1. Introdução
Objectivo do Cálculo Financeiro

Cálculo Financeiro tem como objectivo estudar as diversas


formas de evolução do valor do dinheiro no tempo, bem
como as formas de análise e comparação de alternativas para
aplicação e/ou obtenção de recursos financeiros.

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1. Introdução
Calculo Financeiro serve de instrumento de somar dinheiro de
hoje com o de amanhã de modo que os erros não sejam
cometidos, avalia a maneira como este dinheiro está sendo usado
ou empregue de modo a garantir a maximização do resultado, que
se espera positivo. Neste contexto, na economia do mercado
pode-se considerar dois tipos de agentes econômicos:
•Os que possuem um excedente de recursos. Esses têm como
objectivos rentabilizar, lucrar, beneficiar­-se e aproveitar. Ex.:
Equipamentos, investimentos financeiros.
•Os que possuem excassez de recursos. Esses recorrem ao crédito
para as suas necessidades. Ex.: Investimentos, habitação,
automóvel.

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1. Introdução
De um modo geral, existem quatro fases a ultrapassar na resolução
de qualquer problema típico de Cálculo Financeiro:

1. Identificar (interpretar) o problema e representá-lo


correctamente na recta do tempo;
2. Equacionar o problema (escrevê-lo em linguagem
matemática, ou seja, construir correctamente a equação que traduz
esse problema);
3. Resolver a equação e

4. Uma vez obtida a solução, a mesma deve ser analisada


criticamente. (O valor obtido é plausível? Não é duvidoso ou
mesmo manifestamente impossível?)
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1. Introdução

Assim, através do investimento, a poupança converte‐se num


capital financeiro entendido como todo o conjunto de capitais
cedidos durante um determinado espaço de tempo, capazes de
produzirem uma certa remuneração, o juro, para o seu
proprietário (López, 2002).

A acção que tem por finalidade modificar quantitativamente um


ou mais capitais, por acção do tempo e do juro, designa ‐se por
operação financeira No estudo das operações financeiras reside
a área de interesse do Cálculo Financeiro. (Matias, 1996).

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1. Introdução
De uma forma simplista, pode‐se afirmar que o objectivo do Cálculo
Financeiro é dar respostas a questões como:

1. Quanto receberei por uma aplicação dum determinado


capital no final de um determinado período de tempo?
2. Qual o valor que devo depositar periodicamente para atingir
uma determinada poupança desejada?
3. Qual o valor que pagarei mensalmente por um empréstimo?
4. Qual o valor a receber numa determinada poupança se optar
por um resgate periódico?

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1. Introdução

Para determinação do valor do juro, a entidade que cede o


capital é designada por:
- credora, mutuante ou prestamista.
e a entidade a quem é emprestado o capital é designada por:
- devedora, mutuária ou prestatária.

Quem é avalista num emprestimo?

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1. Introdução
Nas instituições financeiras, são realizados, tradicionalmente,
dois tipos de operações:
1. As operações em que as entidades concedem créditos e
2. as operações em que aceitam depósitos, cada uma delas
com várias modalidades e com diferentes taxas de juro.

As operações bancárias dividem‐se, ainda, em operações


activas e operações passivas: as activas são aquelas que tem
subjacente o recebimento de taxas de juro por parte das
instituições financeiras e, as passivas, aquelas que têm
implícito o pagamento de taxas de juro por parte das
instituições financeiras.

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1. Introdução

Conceitos

1. Capital (Co): É a quantia em dinheiro na “data zero”, ou seja,


no início da aplicação.
Pode ser o dinheiro investido em uma actividade económica, o
valor financiado de um bem ou de um empréstimo tomado. É
também chamado de valor presente, valor inicial, valor principal
entre outros.

2. Juros (j): É a remuneração obtida pelo uso do capital por um


intervalo de tempo, isto é, é o custo do crédito obtido. Pode ser
entendido também como sendo o aluguer pelo uso do dinheiro.

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1. Introdução

3. Prazo (n): É o período ao fim do qual os juros são


calculados. É também chamado de período de capitalização. Os
mais usados são:
- dia,
- mês,
- bimestre,
- trimestre,
- semestre e
- ano.

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1. Introdução

4. Taxa de Juros (i): É o coeficiente resultante da razão entre o


juro e o capital. A cada taxa vem anexado o período a que ela se
refere. Assim, ela deve estar de acordo com o prazo.

Observação: Para simplificar, utiliza-se, nalgumas vezes, as


seguintes abreviações:
- ao dia: a.d.
- ao mês: a.m.
- ao bimestre: a.b.
- ao trimestre: a.t.
- ao semestre: a.s.
- ao ano: a.a.
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1. Introdução
5. Montante (Cn): É a quantia em dinheiro no fim da aplicação,
sendo a soma do capital aplicado e o juro produzido em um
determinado período. É também chamado de valor futuro, valor
final, saldo, entre outros. Ex: Cn=Co+J.

Calendários
Com o objectivo de simplificar o cálculo com datas, existem
várias formas de calendários na matemática financeira. Ex:
a) Calendário Civil: O ano tem 365 dias
b) Calendário Comercial: O ano tem 360 dias e cada mês
tem 30 dia.

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1. Introdução
Atenção! Utiliza-se o Calendário Civil quando o prazo é dado
em datas. Neste caso, contam-se os dias corridos
acrescentando uma das extremidade.

c) Calendário de Dias Úteis: Retira-se do período os


sábados, domingos e feriados. Neste tipo de calendário, usa-se
a Agenda Redoma, que facilita a contagem dos dias úteis num
período.

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1. Introdução
d) Calendário de Operações: O dia pode ter até 36h.

Exemplo: Considere uma aplicação na poupança feita em 07 de


agosto de 2018 que será resgatada em 07 de janeiro de 2019.
Vamos calcular o prazo.
- Agosto 25 dias (conta o primeiro dia)
- Setembro 30 dias
- Outubro 31 dias
- Novembro 30 dias
- Dezembro 31 dias
- Janeiro 6 dias (não conta o último dia)
Assim, o prazo é de 153 dias.
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1. Introdução

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Referências

- Matias, R. (2007). Cálculo financeiro - teoria e prática (2ª ed.).


Lisboa: Escolar Editora.
- Saias, L.; Carvalho, R. & Amaral, M. (1996). Instrumentos
fundamentais de gestão financeira. Portugal.
- Mateus, J. M. A. (1999). Cálculo financeiro. (5ª ed.). Lisboa:
Edições Sílabo.
- Cadilhe, M. (1998). Matemática financeira aplicada (4ª Edição) .
Revista e actualizada com a colaboração de Rosas do Lago. Edições
ASA, Porto.
- López, P: A. (2002). Valoración financiera. 3ª Edição. Editorial
Centro de Estudios Ramón Areces, S. A., Madrid.

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