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Conceito de Sociedade empresária

Na construção do conceito de sociedade empresária, dois institutos jurídicos servem de


alicerces. De um lado, a pessoa jurídica, de outro, a actividade empresarial. uma
primeira aproximação ao conteúdo deste conceito se faz pela ideia de pessoa jurídica
empresária, ou seja, que exerce actividade económica sob a forma de empresa. É uma
ideia correta, mas incompleta ainda. Somente algumas espécies de pessoa jurídica que
exploram actividade definida pelo direito como de natureza empresarial é que podem
ser conceituadas como sociedades empresárias. Além disso, há pessoas jurídicas que são
sempre empresárias, qualquer que seja o seu objecto. um ponto de partida, assim, para a
conceituação de sociedade empresária é o da sua localização no quadro geral das
pessoas jurídicas. (Coelho, 2011)

O mesmo autor refere que por esta ideia, inclusive, introduz-se a subdivisão existente
no grupo das pessoas jurídicas de direito privado. De um lado, as chamadas estatais,
cujo capital social é formado, majoritária ou totalmente, por recursos provenientes do
poder público, que compreende a sociedade de economia mista, da qual particulares
também participam, embora minoritariamente, e a já lembrada empresa pública. De
outro lado, as pessoas jurídicas de direito privado não estatais, que compreendem a
fundação, a associação e as sociedades. As sociedades, por sua vez, se distinguem da
associação e da fundação em virtude de seu escopo negocial, e se subdividem em
sociedades simples e empresárias.

Tipos de sociedade Comerciais

Refere (Mendes, 2023)que existem vários tipos de sociedades comerciais:

 Sociedade Por Quotas;


 sociedade unipessoal por quotas (ou sociedade por quotas unipessoal);
 Sociedade anónima (S.A.);
 sociedade em nome colectivo;
 sociedade em comandita simples; e
 sociedade em comandita por acções.

Características e elementos distintivos dos vários tipos:

Responsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade – responsabilidade


limitada e responsabilidade ilimitada:

Neste ponto, distingue-se entre tipos societários de responsabilidade limitada (RL) e


tipos societários de responsabilidade ilimitada (RI).

Sociedades de responsabilidade limitada:

Nas sociedades de responsabilidade limitada os sócios ou accionistas não respondem de


forma pessoal pelas dívidas da sociedade; pelas dívidas da sociedade responde, em
princípio, apenas o património da sociedade.
Pelo que, em caso de incumprimento de dívidas por parte da sociedade, os credores
desta não poderão, em princípio, intentar acções de cobrança coerciva contra os sócios
ou accionistas.

São, nomeadamente, sociedades de responsabilidade limitada:

 A sociedade por quotas;


 A sociedade unipessoal por quotas; e
 A sociedade anónima (S.A.).

Excepções à responsabilidade limitada:

Esta regra da responsabilidade limitada tem, contudo, excepções importantes.


Excepções à responsabilidade limitada nas sociedades de responsabilidade limitada.

Nas sociedades de responsabilidade ilimitada (RI), os respectivos sócios respondem


pelas dívidas da sociedade de forma pessoal, ilimitada, subsidiária em relação à
sociedade e solidária com todos os outros sócios.

É o que ocorre, nomeadamente com a sociedade em nome colectivo.

Sociedades em comandita – sócios de responsabilidade limitada e sócios de


responsabilidade ilimitada: As sociedades em comandita simples e as sociedades em
comandita por acções constituem, nesta matéria, tipos híbridos ou mistos, uma vez que
têm duas categorias de sócios:

Os sócios comanditados, que são sócios de responsabilidade ilimitada (RI); e,

Os sócios comanditários, que são sócios de responsabilidade limitada (RL).

Responsabilidade dos sócios perante a própria sociedade:

Responsabilidade pelas entradas:

Sociedade por quotas – cada sócio é responsável perante a sociedade:

 pela entrada a que individualmente se obrigou; e


 solidariamente (responsabilidade solidária) com os outros sócios, pelo
pagamento de todas as entradas convencionadas no pacto social. É a chamada
“responsabilidade pela integração do capital social”.

Sociedade anónima (S.A.) – os accionistas têm “responsabilidade duplamente


limitada”:

As sociedades por quotas e as sociedades unipessoais por quotas admitem:

Prestações acessórias e prestações suplementares.

Sociedades unipessoais por quotas – é certo que ambas as prestações são mais raras nas
sociedades unipessoais por quotas porque estas, por natureza, têm, em princípio, apenas
um sócio; contudo, nada obsta a que também neste caso sejam estipuladas, sobretudo no
caso de a sociedade unipessoal por quotas ter passado, posteriormente, a ter mais do que
um sócio, nomeadamente na sequência da divisão e cessão de quotas ou de um aumento
do respectivo capital social.

Com efeito, uma sociedade unipessoal por quotas que, por qualquer razão, passe a ter
dois sócios não se transforma automaticamente em sociedade por quotas. Sobre esta
questão ver o nosso artigo: transformação de uma sociedade unipessoal por quotas
(SUQ) em sociedade por quotas (SQ).

Número mínimo de sócios:

 Sociedade por quotas: 2


 Sociedade unipessoal por quotas: 1
 Sociedade anónima (S.A.): 5 ou 1, neste último caso, se se tratar de uma
sociedade anónima unipessoal.
 Sociedade em nome colectivo: 2
 Sociedade em comandita simples: 2. É necessário que haja, pelo menos, um
sócio comanditado e um sócio comanditário.
 Sociedade em comandita por acções: 6. É necessário que haja, pelo menos, um
sócio comanditado e cinco sócios comanditários.

Capital social mínimo:

Ver em especial: capital social mínimo.

Sociedade por quotas: 2,00€=132,00MZ;

Sociedade unipessoal por quotas: 1,00€=66,00MZ;

Sociedade anónima (S.A.): 50 000,00€=330 000,00MZ;

Sociedade anónima

O nome da sociedade deve ser formado pelo nome de um ou alguns sócios ou por
denominação particular ou ainda pela reunião de ambos, acrescentando-se a expressão
"Sociedade Anónima" ou "SA".

É exigido que a sociedade seja constituída por um mínimo de cinco sócios, podendo a
Lei estabelecer excepções a este princípio;

De todas estas, a sociedade por quotas parece-nos a melhor opção, sendo de


responsabilidade limitada e não exigindo para o "arranque" um capital tão elevado como
a sociedade por acções.
Transformação das Sociedades

A transformação é a operação de mudança de tipo societário: a sociedade limitada


torna-se anónima, ou vice versa. Pode dizer respeito aos cinco tipos de sociedades
personalizadas do direito brasileiro e não acarreta a dissolução e liquidação do ente
societário. Aliás, a transformação não extingue a pessoa jurídica da sociedade, nem cria
outra nova. É o mesmo sujeito de direito colectivo anterior à transformação que
permanece.

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