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FACULDADE DE CIÊNCIAS
CÁLCULO FINANCEIRO
DOCENTE: HENDA MONDLANE
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS
Rendimento
Consumo Poupança
Entesouramento Investimento
( Capital Monetário ( Capital Monetário
Improdutivo) Produtivo)
Económico Financeiro
( capital económico) ( capital financeiro)
Lucro Juro
Após esta introdução, torna-se necessário definir determinados elementos que serão
objecto de análise no decorrer desta disciplina, nomeadamente:
Taxa de juro (i): é o acréscimo sofrido por uma unidade de capital aplicada por uma
unidade de tempo;
Processo de capitalização: processo pelo qual um capital inicial, A(0), produz um juro
ao fim de um determinado período de tempo.
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Para desenvolver melhor este conceito, suponhamos que determinada entidade tem a
opção de receber 1.000,00 u.m. hoje ou 1.000,00 u.m. daqui a um ano. Agindo de forma
racional, tal entidade deverá optar por receber tal recurso hoje, ao invés de postergar o
recebimento para daqui a um ano;
Mas, e se a pergunta fosse alterada para receber 1.000,00 u.m. hoje ou 1.200,00 u.m.
daqui a um ano?
Ao contrário da primeira questão, temos agora dois montantes distintos ocorrendo em
datas diferentes, o que insere certa complexidade no problema e exige algum tipo de
instrumento que nos facilite a decisão. Nesse sentido o Cálculo Financeiro pode nos
auxiliar no processo de decisão, na medida em que transforma os montantes em questão
em valores efectivamente comparáveis.
O facto de não ser possível comparar os valores acima, remete para um dos principais
objectivos da Cálculo Financeiro => estudo do valor do dinheiro no tempo.
De modo genérico, em qualquer transacção financeira intervêm 3 elementos:
i. Uma quantia monetária (capital ou ‘principal’);
ii. Período de tempo;
iii. Uma taxa de juro.
Por seu lado os bancos vão aplicar o dinheiro dos depósitos sob a forma de empréstimos,
efectuando investimentos em empresas, em títulos do tesouro, comprando moeda
estrangeira, montando linhas de crédito no estrangeiro, etc.
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Das várias formas que podem assumir os empréstimos vamos apenas referir aquelas sobre
as quais vamos focalizar a nossa atenção nesta disciplina.
Os empréstimos podem ser caracterizados sob duas formas, quanto à formação do juro:
Consideremos, por exemplo, um capital de 100 KZ, emprestado à taxa de juro de 10%.
Teremos, esquematicamente:
0 1 2 3 4
C=100 C=100 C=100 C=100 C=100
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0 1 2 3
C0=100 C1=C0+j1 C2=C1+j2 C3=C2+j2
C1=100+10 C2=110+11 C3=121+12,1
C1=110 C2=121 C3=121
A(u + 1) - A(u)
i u +1 =
A(u )
A partir da expressão acima verifica-se que a taxa de juro efectiva anual relativa ao
período de 1 ano é o valor do juro adquirido no ano, dividido pelo valor do investimento
no princípio do ano, ou de modo equivalente, a taxa de crescimento do investimento por
cada unidade monetária investida.
Em outras palavras:
valor do juro ganho no período
Taxadejuroefectivaanual ( para o período de 1ano) =
valor do investimento inicial
I. Função de Valor Acumulado em Regime de Juros Compostos (RJC)
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Conforme referido, neste regime os juros são incorporados no capital inicial no momento
do seu vencimento. Assim, o capital no início de cada período vai acumulando pela adição
dos juros vencidos no final do período imediatamente anterior.
A técnica de capitalização composta consiste pois, em integrar no capital, o rendimento
obtido em um período e reinvesti-los (capital e juro) simultaneamente no período
seguinte;
Seja A(0) - Capital inicial e i – taxa de juro efectiva
A(n) diz-se valor capitalizado de A(0). A passagem de A(0) à A(n) diz-se capitalização.
Como foi anteriormente referido, nas operações financeiras realizadas em RJS os juros
vencidos no fim de cada período de capitalização são “retirados” , mantendo-se desta
forma o capital inicial constante, sendo igualmente constante o juro obtido em cada
período.
j1 = j2 = ! jn = A(0)i
O juro total (J) produzido em n períodos será dado por:
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J = j1 + j2 + ! + jn = A(0)* n * i
O valor acumulado A(n) = A(0) + J = A(0) + A(0)* n * i = A(0)* (1 + n * i)
Considerando o RJS, à taxa anual efectiva i, para um investimento no período [0; t ]com
capital A(0),tem-se A(t) = A(0)(1 + it) , neste caso a(t) = (1 + it) , a(t) é designado factor
de capitalização em RJS, sendo A(t) o respectivo valor acumulado ou função de valor
acumulado .
Juros simples
J = C ´n´i
juro taxa de juro
capital prazo
Juros Compostos
[
J = C ´ (1 + i ) - 1
n
]
Exemplo:
O Sr. Smith depositou 1000 u.m. em uma conta em 1 de Janeiro de 2005. A conta
remunera com um juro, à taxa anual de 5%, à cada 31 de Dezembro. O Sr. Smith
levantou 200 u.m. em 1 de Janeiro de 2007, deposita 100 u.m. em 1 de Janeiro de 2008
e levanta 250 em Janeiro de 2010. Determine o saldo em 31 de Dezembro de 2011 após
o juro ser creditado.
ou seja,
A(n)
A(0) =
(1 + it) - formula geral de actualização em RJS
1
- factor de actualização em RJS
(1 + it)
A(0) – valor actual ou descontado de A(n).
1
v= - factor de actualização em RJC
(1+ i)
A taxa de juro é em geral definida como sendo um valor anual. Se o juro for creditado
anualmente, a taxa anual fixada, na forma decimal, é multiplicada pelo valor investido,
obtendo-se desta forma o valor do juro relativo ao período de 1 ano.
Na prática o juro pode ser creditado mais do que uma vez ao ano.
Considerando o Regime de Juros Compostos, considerado a taxa de juro j, o valor inicial
C0 irá capitalizar à C 0 * (1 + j ) n após n períodos (compostos).
Considerando a taxa de juro de 0.75% ao mês, com juros creditados mensalmente, o factor
de crescimento para o período de 1 ano será (1 + 0,75% ) = (1,0075) = 1,0938 . Assim
12 12
sendo 9,38% corresponderá ao ganho anual sendo designada taxa de juro efectiva anual.
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Se a taxa de juro mensal de 0,75%, anteriormente descrita, for aplicada para mais um ano,
o valor acumulado ou futuro ao fim de 2 anos será C * (1,0075% ) = C * (1,0938) . Desta
24 2
forma, verifica-se que para o numero inteiro de anos, o processo de capitalização mensal
à taxa de juro mensal de 0,75% é equivalente ao mesmo processo à taxa anual de 9,38%.
O termo ‘equivalente’ é usado no sentido de que ambas resultam no mesmo valor
acumulado.
Simbolicamente diz-se que a taxa i, referente a uma unidade de tempo e a taxa ik, referente
1
a da unidade de tempo, são equivalentes se e só se
k
C n = C0 (1 + i) n = C0 (1 + ik ) kn Û (1 + i) n = (1 + ik ) kn
1
Û i = (1 + ik ) k - 1 Û ik = (1 + i) k - 1
C n = C 0 (1 + in) = C 0 (1 + knik ) Û
i
Û i = ki k Û ik =
k
Conforme foi antes referido, a taxa de juro é estabelecida de acordo com uma unidade de
creditado).
Exemplo: O Ricardo recebeu um cartão de crédito com um limite de 1000 USD. O banco
emissor fixou uma taxa anual de 24%, aplicável sobre o saldo não regularizado, pagável
mensalmente. O Ricardo imediatamente fez uso do seu cartão até o limite. A primeira
informação/notificação que recebeu do banco indicava que o saldo do cartão é 1000 USD
e que não havia ainda sido imputado qualquer juro. Cada notificação subsequente incluía
o juro sobre o valor não regularizado relativa a notificação do mês anterior. O Ricardo
ignorou as notificações durante 1 ano, e não efectuou qualquer pagamento. Calcule o
valor em dívida que deverá constar da 13ª notificação.
Solucao:
Na primeira notificação deverá constar um saldo pendente de 1000, sem qualquer juro.
1
Nas subsequentes notificações mensais será aplicado um juro mensal de * 24% = 2%
12
aplicável sobre o saldo não regularizado relativo ao mês anterior.
Assim, o saldo devedor do Ricardo é capitalizado mensalmente à taxa mensal de 2%.
A interpretação da frase ‘pagável mensalmente’ é no sentido de que a taxa anual definida
deve ser dividida por 12 de modo a obter a taxa de juro relativo à 1 mês.
O saldo da 13ª notificação (12 meses após a primeira) será uma aplicação composta para
12 meses 1000 * (1,02)12 = 1268,23 = 1000 * (1 + 26,82%). A taxa de juro efectiva anual
cobrada nos 12 meses após a primeira notificação é de 26,82%. A taxa de 24% é uma taxa
de juro nominal anual e não uma taxa de juro efectiva anual.
Este exemplo ilustra que a taxa de juro nominal anual de 24% capitalizada mensalmente
é equivalente a taxa de juro efectiva anual de 26,82%.
Uma taxa de juro diz-se efectiva quando o período de capitalização coincide com a
unidade de tempo básica. Quando o período de capitalização não coincide com a unidade
de tempo básico, a taxa de juro de juro diz-se nominal.
Uma taxa de juro nominal anual capitalizada ou convertível m vezes por ano refere-se a
1
um período de capitalização de juro de anos.
m
em que o juro é creditado ou capitalizado mais de uma vez ao ano. Uma taxa de juro
nominal anual pode estar associada a qualquer período de capitalização, tal como, seis
meses, um mês, ou uma semana. De maneira a aplicar a taxa nominal anual fixada, é
Todas estas frases indicam que a taxa anual de 24% fixada deve ser transformada em uma
1
taxa efectiva mensal que é igual a um – duodécimo da taxa anual fixada, * 0,24 = 0,02
12
. A taxa de juro efectiva para cada período de capitalização é uma fracção da taxa anual
fixada correspondente a fracção de um ano representada pelo período de capitalização de
juro.
De acordo com a noção de equivalência de taxas, a taxa nominal de 24% remete para uma
taxa de capitalização mensal de 2%. Então em t anos (12t meses) o crescimento de um
[ ]t
investimento do montante 1 será (1,02)12t = (1,02)12 = (1,2682) t .
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Exemplo:
O Carlos está a tentar decidir entre dois Bancos, em qual deles devera abrir a sua conta.
O Banco A oferece uma taxa anual de 15,25% com capitalização semestralmente, e o
Banco B oferece uma taxa anual de 15% com capitalização de juro mensal. Qual dos
bancos providenciara ao Carlos um maior crescimento efectivo anual?
Solução:
1
O Banco A paga uma taxa de juro efectiva semestral de * (15,25%) = 7,625% . Em um
2
ano (dois períodos de juros) o deposito de 1 u.m. ira capitalizar a
(1 + 7,625 %) 2 = (1,07625 ) = 1,158314 .
2
1
O Banco B paga uma taxa de juro efectiva mensal de * (15%) = 1,25% . Em um ano
12
(doze períodos de juros) o deposito de 1 u.m. ira capitalizar a
(1 + 1,25%)12 = (1,0125) = 1,160755 .
12
Logo, conclui-se que o Banco B possui uma taxa efectiva anual equivalente que é superior
a garantida pelo Banco A.
Em notação actuarial, o símbolo i geralmente denota uma taxa de juro efectiva anual, e o
símbolo i (m ) denota uma taxa de juro nominal anual com m capitalizações ao ano. A
1
notação i (m ) é usada para referir que o juro terá um período de capitalização de anos e
m
(m)
1 i
a taxa de capitalização para cada (sub) período im = ´*i ( m ) =
m m
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Seja:
m – nº de capitalizações no período da taxa nominal
i: taxa de juro anual efectiva;
i (m ) : taxa de juro anual nominal convertível m vezes por ano
i ( m)
im = - taxa efectiva relativa a cada um dos m sub períodos.
m
Partindo da equivalência que deve existir entre as duas taxas efectivas tem-se:
i (m) m i (m) m
C0 (1 + i ) = C0 (1 + ) Û (1 + i ) = (1 + )
m m
i (m) m
Û i = (1 + ) -1
m
e
é 1
ù
i ( m ) = m ê(1 + i ) m - 1ú
ë û
Exemplo: (equivalência entre taxa de juro anual efectiva e nominal)
Considere a taxa efectiva anual de 12%. Calcule a taxa nominal anual equivalente, para
cada m, sendo:
m = 1 2 3 4 6 8 12 52 365 ¥
Solução:
é 1
ù
Recorre-se a fórmula i ( m ) = mê(1 + i) m - 1ú , e calculam-se os valores para cada m.
ë û
é 1
ù
Para m= ¥ , recorre-se a regra de L’Hospital para calcular lim i ( m) = lim mê(1 + i) m - 1ú
m®¥ m®¥
ë û
m i(m)
1 0,12
2 0,1166
3 0,1155
4 0,1149
6 0,1144
8 0,1141
12 0,1139
52 0,1135
365 0,113346
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Esta taxa pode ser descrita sob a forma de uma taxa de juro nominal anual capitalizável
m vezes por ano. A taxa nominal anual é determinada multiplicando a taxa relativa ao
1/m – ésimo período, pelo factor m, de modo que,
A(t + 1/ m) - A(t )
i (m ) = m ´
A(t )
(m)
i é a taxa de juro nominal anual relativa a performance do investimento no
período [t; t + 1/ m].
Se m aumenta, o intervalo diminui, estaremos interessados em avaliar a
performance do investimento durante um intervalo de tempo imediatamente a seguir à t.
Tem-se:
A(t + 1/ m) - A(t )
i (¥ ) = lim i (m ) = lim m ´
m®¥ m®¥ A(t )
Fazendo h=1/m, tem-se
1 A(t + h) - A(t ) 1 dA(t ) A' (t )
i (¥ ) = lim = =
A(t ) m®¥ h A(t ) dt A(t )
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A(t + 1) - A(t )
instante t ( tal como A(t ) é a de crescimento relativa de t à t+1, por cada unidade
A notação actuarial usada para a força de juro é dt. Para que dt exista, A(t) deve ser
diferenciável (e consequentemente contínua).
Exemplo:
Considerando a taxa de juro anual i.
Deduza a expressão de cálculo da força de juro, considerando:
a) R.J.S;
b) R.J.C.
Solução:
A' (t ) A(0)i i
a) A(t)=A(0).(1+it) =>A’(t)=A(0)i, então d t = = =
A(t ) A(0)(1 + it ) (1 + it )
t
b) A(t)=A(0).(1+i) =>A’(t)=A(0) (1+i)t.ln(1+i),
A' (t ) A(0)(1 + i) t .ln(1 + i)
logo d t = = = ln(1 + i)
A(t ) A(0)(1 + i) t
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n n
d é A(n) ù
ò d t dt = ò
0 0
dt
ln A(t )dt = ln A(n) - ln A(0) = ln ê ú
ë A(0) û
ì én ù
ï A( n ) = A( 0 ).e ê ò d t dt ú
ï ë0 û
í
ï A(0) = A(n).e - d dt ù
é n
ï ê ò t ú
î ë 0 û
é
n2
ò d t dt
e n1
n2
- ò d t dt
e a formula geral do factor de actualização para o mesmo período é e n1
.
Solução:
5 5
ò d t dt ò ( 0 , 08+ 0 , 005t )dt
a) Neste caso, A(0)=1000 e A(5)=A(0) e 0 =1000 e 0
=1000.exp(0,08X5+0,0025x25)=1000.exp(0,4625)=1588,04.
7 7
ò d t dt ò ( 0 , 08+ 0 , 005t )dt
b) A(2)=1000 e A(7)=A(2) e 2 =1000 e 2 =1000.exp(0,08X(7-
2)+0,0025x(49-4))= 1669,46.
Foi anteriormente visto que se a taxa de juro anual efectiva i for constante
então dt=ln(1+i). Suponhamos agora que dt é constante com valor d no período
én ù
ê ò d t dt ú
(0;n), então A(n) = A(0).e ë0 û
= A(0).e [nd ] = A(0).e [d ]n . Esta expressão do
Exemplo:
O Banco A solicita ao Banco B um empréstimo Overnight de 10.000.000,
sendo definida uma taxa nominal anual convertível diariamente de 12%.
a) Calcule o valor do juro que o Banco A deve pagar;
b) Suponha que o empréstimo tenha sido concedido à força de juro anual de
12%. Calcule o juro que o Banco A deve pagar.
Solução:
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æ 0,12 ö
A(n)-A(0)=10.000.000x ç e 365 - 1÷ = 3.288,21
ç ÷
è ø
Obs: A diferença entre estes dois valores é 0,54 (uma parte muito ínfima do
valor inicial).
Conceito
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O Senhor Santos contraiu hoje, junto do Banco Kwanza, uma dívida de 18.000,00 KZ,
para fazer face a um determinado investimento, tendo acordado com o Banco pagar esta
dívida em 6 anos, através de entregas anuais de 3.000,00 KZ.
Através deste nosso exemplo, vamos poder concluir que a sucessão de capitais a pagar
(pelo Sr. Santos ) e a receber (pelo Banco Kwanza) constitui uma renda.
Verifica-se que o vencimento dos capitais ocorre em momentos equidistantes, ou seja,
com igual intervalo de tempo (neste caso, um ano). Logo, pode-se afirmar que o Sr. Santos
tem determinadas anualidades ou anuidades a pagar.
Nota-se ainda que são seis as prestações anuais necessárias para que a dívida fique
saldada.
Verifica-se também que as prestações a pagar são todas iguais (3.000,00 KZ) e que são
pagas no final de cada um dos períodos.
Chega-se assim, através deste exemplo, a conceitos importantes, que se deve reter:
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Duração da Renda: tempo total que separa o início do período do primeiro termo, do
fim do período do último termo da renda.
Em esquema:
Do ponto de vista do cálculo financeiro iremos estudar os tipos de rendas mais usuais e,
portanto, com maior interesse prático.
Antes de iniciarmos o estudo do tema convém ter uma visão de conjunto das diferentes
espécies de rendas, suas classificações e definições.
Convém salientar que estudaremos apenas rendas certas, ou seja, aquelas em que a
duração do seu serviço não depende de qualquer eventualidade, isto é, a disponibilidade
dos seus termos é absoluta segundo critérios previamente estabelecidos.
Assim,
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§ Imediatas – quando o seu valor actual é referido a um momento que coincide com o
inicio do seu primeiro período.
§ Diferidas – quando os eu valor actual se refere a um momento anterior ao início do
seu primeiro período.
§ Certa;
§ Inteira;
§ Temporária;
§ Anual;
§ Com termos constantes e postecipados;
§ Imediata;
§ Com duração de 6 anos.
em esquema
T1 = T 2 = T3 = T4 = T5 = T6=T
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Agora o Sr. Santos pretende saber qual o valor actual, no momento zero (0) desta renda.
Vamos ver:
Assim tem-se:
Pode-se escrever
[
V.A= T (1 + 0,18) -1 + (1 + 0,18) -2 + (1 + 0,18) -3 + (1 + 0,18) -4 + (1 + 0,18) -5 + (1 + 0,18) -6 ]
Efectuando os cálculos, tem-se:
V . A. = 10492,809
Quer dizer que o valor actual referido ao momento 0 daquela renda é de 10492,809 KZ.
Mas o Sr. Santos também quer saber qual será o valor acumulado daquela renda, no
final do período 6.
Sendo
T1 = T2 = T3 = T4 = T5 = T6 = T
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Tem-se:
[ ]
V.Ad = T (1 + 0,18) 5 + (1 + 0,18) 4 + (1 + 0,18) 3 + (1 + 0,18) 2 + (1 + 0,18)1 + 1
Logo,
V.Ad = 28.325,904
Isto significa que o Sr. Santos podia substituir aquela renda por um único pagamento no
momento 6 de 28.325,904 KZ.
a n Representa o valor actual de uma renda certa, temporária, imediata e inteira com n
i
termos normais ou postecipados e unitários.
an i = 1´ (1 + i ) -1 + 1´ (1 + i ) -2 + ! + 1´ (1 + i ) - n = v + v 2 + ! + v n
Obtém-se:
1 - v n 1 - v n 1 - (1 + i) - n
an i = v ´ = =
1- v i i
Fórmula de cálculo de S n i
1 - (1 + i) n (1 + i) n - 1
sn i = = = (1 + i) n an i
1 - (1 + i) i
1 - (1 + 0,18) -6
A = 3.000 ´ a n = 3.000 ´ = 10.492,809
0,18
(1 + 0,18) 6 - 1
S = 3.000 ´ s n = 3.000 ´ = 28.325,904
0,18
Esquema
Assim,
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..
a n i = 1 + (1 + i) -1 + (1 + i) -2 + ! + (1 + i) n-1 = 1 + v + v 2 + ! + v n-1 =
(1)
1- vn 1- vn
= = (1 + i) = (1 + i) ´ a n i
1- v i
..
n -1 1 - (1 + i ) n
S n = (1 + i ) + (1 + i )
n
+ ! + (1 + i ) = (1 + i ) =
1 - (1 + i )
(1 + i ) n - 1
= (1 + i ) = (1 + i ) S n
i
deste modo
.. ..
S n = (1 + i ) S n = (1 + i ) n a n = (1 + i) n+1 an
..
a n i Representa o valor actual de uma renda certa, temporária, imediata e inteira com n
termos antecipados e unitários.
..
S n i Representa o valor acumulado de uma renda certa, temporária, imediata e inteira
com n termos antecipados e unitários.
Neste tipo de rendas o momento de referência do valor actual da renda é anterior ao início
do primeiro período da renda (ou serviço da renda).
Assim, por definição estamos perante uma renda diferida, que, logicamente, tanto pode
ser de termos normais como de termos antecipados.
Esquema
Como já se sabe, se se tratar de uma renda com termos normais, o início do primeiro
período é no momento k. Tratando-se de uma renda com termos antecipados, o início do
1º período ocorre no momento k+1.
Portanto, quando pretendemos referir o valor actual da renda a qualquer momento anterior
ao início do vencimento do 1º termo, estamos a considerar uma renda diferida.
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k a n i valor actual de uma renda certa, temporária , inteira e diferida de k períodos com n
termos normais e unitários.
Sendo k a n i = a - ak i Û an + k i = ak i + v k ´ an i = an i + v n ´ ak
n+ k i
Obs: note-se que para uma renda postecipada diferida k períodos, o primeiro pagamento
(vencimento do primeiro termo), ocorre ao final de k+1 periodos.
k S n = (1 + i) k +n k an = (1 + i) k +n v k an = (1 + i) k +n (1 + i) k an = (1 + i) n an = S n
Considere-se que:
..
k a valor actual de uma renda certa, temporária , inteira e diferida de k períodos com n
n
..
k S valor acumulado de uma renda certa, temporária , inteira e diferida de k períodos
n
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Esquema
..
k S = (1 + i ) k + n k a = (1 + i ) k + n v k -1a =
n n
n
..
= (1 + i ) n+1 a = S n = (1 + i ) S
n n
1- vn 1
a¥ i = lim an i = lim =
n®¥ n®¥ i i
Exemplo:
1+ i
a!!¥ i = lim a!!n i = lim(1 + i)an i =
n®¥ n®¥ i
vk
k a¥ i = limk an i = lim v k an i =
n®¥ n®¥ i
v k -1
k a!!¥ i = lim k a!!n i = lim v k -1an i =
n®¥ n®¥ i
Obs: Note-se que face as suas características , não é possível calcular o valor
acumulado de rendas perpétuas.
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Até agora, temos vindo a estudar rendas com termos constantes; no entanto, os termos
podem ser variáveis.
Este é um tipo de rendas com pouco interesse, uma vez que na prática é mais comum
deparar com problemas de rendas com termos constantes.
Mas, neste grupo, pertencente às rendas com termos variáveis, assumem particular
interesse as rendas em que a variabilidade dos termos obedece a uma lei conhecida.
Está-se a falar de:
!
• No final do n-1 período : 1+(n-2)R
• No final do n período : 1+(n-1)R
Esquema
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= v + v 2 + Rv 2 + v 3 + 2 Rv 3 + ! + v n + (n - 1) Rv n =
= v + v 2 + v 3 + ! + v n + Rv(v + 2v 2 + ! + (n - 1)v n -1 )
Designemos por
S= v + 2v 2 + ! + (n - 1)v n-1
vS = v 2 + 2v 3 + ! + (n - 1)v n
Equivalente a
S=
1
[a - (n - 1)v n
1 - v n-1
]
A R an = an + Rv
1
[
a - (n - 1)v n =
1 - v n-1
]
= an + Rv
1
[
a - (n - 1)v n =
1 - v n-1
]
1
[
= an + Rv 1 + i an-1 - (n - 1)v n =
1 + i -1
]
1+ i
é an-1 - (n - 1)v n ù
= an + R ê ú
ê i ú
ë û
A R S n = (1 + i) n A R an
..
A R a n = (1 + i ) A R an
..
A R S n = (1 + i ) n+1 A R an
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A R k an = v k A R an
A R k S n = (1 + i) n A R an
..
A R k a n = v k -1 A R an
..
A R k S n = (1 + i ) n+1 A R an
Esquema
1
Basta multiplicar todos os termos por , obtendo-se
T
Esquema
h
Cai-se na situação estudada, com R = .
T
h
Aplicam-se as fórmulas deduzidas, considerando R = , e multiplica-se os valores
T
assim obtidos por T.
h
(os símbolos ficam TA T a n , …)
Valor Actual:
G R an i = v + Rv 2 + R 2 v 3 + ! + R n-1v n
que corresponde a soma dos n primeiro termos de uma progressão geométrica com 1º
termo v e razão Rv;
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1
Se R= , G R an i = v + v + ! + v = nv
v
Em síntese:
ì1 - ( Rv) n
ï
G an i = í 1 + i - R ,1 + i ¹ R
R
ïî nv, 1 + i = R
Valor acumulado: G R S n i = (1 + i) n G R an i
Obs: Quando os termos são variáveis em progressão geométrica, sendo o 1º termo T, para
se obterem os valores actuais e acumulados correspondentes, basta multiplicar os valores
obtidos (para termos unitários) por T.
(os símbolos também aparecem multiplicados por T: TG R an i , TG R S n i ,!).
Renda Fraccionada: quando o seu período não coincide com o período da taxa.
O Sr. Santos contraiu um empréstimo no Banco Kwanza, o qual será pago através de
uma renda trimestral com 12 termos normais no valor de 40.000 KZ. A taxa de juro
utilizada na operação foi de 19,5%, ao ano.
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Estamos, então, perante uma renda fraccionada já que o período da renda e o período da
taxa não coincidem. Com efeito, neste exemplo, o período da renda cabe 4 vezes no
período da taxa.
Agora cada período da taxa e cada termo unitário estão divididos em m “sub-períodos”
(iguais a 1/m como foi anteriormente considerado) e em m “sub-termos” (iguais a 1/m).
Por outras palavras, estamos em presença de uma renda fraccionada quando a taxa de
juro definida tem periodicidade anual e os termos da renda vencem-se mais de uma vez
ao ano.
m ´ n = 4 ´ 3 = 12 - nº de termos da renda
esquema
1 2 1
1 - 1 - 1 1 -(1+ ) 1
a (m)
= ´ (1 + i ) m + ´ (1 + i ) m + ! + ´ (1 + i ) -1 + ´ (1 + i ) m ! + ´ (1 + i ) -n =
n
m m m m m
é1 æ 1 2
1+
1 mn
öù
= ê ´ çç v m + v m + v + v m ! + v m ÷÷ú o
êë m è øúû
o termo entre parênteses curvos representa a soma dos n ´ m primeiros termos de uma
1 1
progressão geométrica com 1º termo v m
e razão R = v m
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mn
1
1 1- v 1 1- vn 1 1- vn 1
m
1- vn 1 m i 1- vn
a = ´v
(m) m
= ´ = ´ = ´ = ´ ´ =
n
m 1
m 1
m 1 m 1
m m 1
i
1- v m 1- v m 1
-1 (1 + i ) m - 1 (1 + i) m - 1
1
vm
v m
i i
= ´ an = ´ an
é 1
ù i ( m )
m ê(1 + i) m - 1ú
ë û
Esta expressão foi desenvolvida considerando que o valor de cada termo do período
inteiro da taxa é unitário.
Obs1: Se o valor de cada termo do período inteiro da taxa não fosse unitário mas sim
igual a T, basta multiplicar os valores deduzidos por mT, resultando em
Ta n( m) ou Ta n( mi)
.
Obs2: Se o valor de cada subperíodo não fosse unitário mas sim igual a T, basta
( m)
multiplicar os valores deduzidos por mT, resultando em mTa n ou mTan( mi)
Valor acumulado:
S n( m ) = (1 + i ) n ´ a ( m )
n
(m) 1 1
a¥( m ) = lim an = =
n ®¥ é 1
ù i ( m)
m ê(1 + i) - 1ú
m
ë û
Nas demais situações (termos antecipados, rendas diferidas, etc.), usam-se as relações
já conhecidas, considerando agora que o período que decorre entre o vencimento de
cada termo é 1/m. Assim tem-se:
1
( m)
a!!
n
= (1 + i) ´ a ( m)
m
n
1
n+
S!!n( m) = (1 + i) m
´ a ( m)
n
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k an( m ) = v k ´ a ( m )
n
( m)
k S n = (1 + i) n ´ k a ( m)
n
.. ( m ) 1 1
k-
-k
k a n = (1 + i) ´ (1 + i) ´ a m ( m)
=v m
´ a ( m)
n n
.. ( m ) 1
n+
k S n = (1 + i) m
´ k a ( m)
n
mn j
1
Sendo a (m)
= å vm
j =1 m
ni
,
tem-se:
mn j
1
= lim å v m
(m)
ani
j =1 m
m ®¥
t =0
sendo d = - log(1 + i) .
(m) i
Assim, conclui-se que a n i = an
d
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4.1 Introdução
Prestação (P) - Representa a soma das parcelas referentes à amortização (A) e aos juros
(J) de uma operação de empréstimo ou de financiamento, pagas periodicamente,
conforme estipulado em contrato firmado entre as partes credora e devedora. Em termos
matemáticos, tem-se: P = A+J
Amortização (A) - Refere-se à parcela da prestação (P) que serve para a reposição do
capital emprestado, ou seja, é a devolução propriamente dita do recurso que se tomou
emprestado
Juros (J) - É a parcela da prestação (P) que representa o custo financeiro da operação
para o devedor e a remuneração do capital emprestado para o credor. É calculado
mediante a aplicação da taxa de juros estabelecida no contrato sobre o saldo devedor da
operação
Saldo Devedor (SD) - É a diferença, a qualquer tempo, entre o capital inicial e o valor já
pago ao credor a título de amortização
1ª Modalidade
C - Cv n
C = Cv n + j n v n Û j n = Û
vn
Û jn = C(
v
1
n
[
- 1) Û j n = C (1 + i ) n - 1) ]
Tem-se:
C (1 - v n )
C = ja n + Cv Û j =
n
Û
an
1- vn
Ci ( ) Cia n
Û j = i Û j = Û j = Ci
an an
Caso II: Pagamento dos juros de forma periódica (de forma escalonada) com
periodicidade igual a 1/m da taxa).
C (1 - v n )
C = jan( m ) + Cv n Û j = Û
an( m )
(1 - v n )
Ci
C (1 - v n ) C (1 - v n ) i
Û j = Û j= Û j= Û
i i i
m a
i ( m) n
m
[
m (1 + i ) - 1 n
1/ m
a
] [
(1 + i )1/ m - 1 n
a
]
Û j = Cian ´
[(1 + i ) 1/ m
] = C [(1 + i )
-1 1/ m
]
-1
ian
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Exemplo:
Saldo
Devedor
(Capital em
Capital em Prestação dívida no fim
dívida no juros do Amortização (Serviço da do período,
Período início do período do capital no dívida no depois da
(Mês) período (Jp) período (Cp) período) amortização)
0 8.000,00 - - - 8.000,00
1 8.000,00 320,00 - 320,00 8.000,00
2 8.000,00 320,00 - 320,00 8.000,00
3 8.000,00 320,00 - 320,00 8.000,00
4 8.000,00 320,00 8.000,00 8.320,00 0,00
3ª Modalidade:
Saldo
Devedor
(Capital em
Prestação dívida no fim
juros do Amortização (Serviço da do período,
período do capital no dívida no depois da
Período (Jp) período (Cp) período) amortização)
0 - - - C
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1 Ci C1 Ci + C1 C - C1
2 (C - C1 )i C2 (C - C1 )i + C2 C - C1 - C2
. . . . .
. . . . .
. . . . .
n
Saldo
Devedor
(Capital em
Capital em dívida no fim
dívida no Amortização do período,
início do do capital no Prestação (Serviço da depois da
Período período juros do período (Jp) período (Cp) dívida no período) amortização)
1 C [
C (1 + i ) - 1
1/ m
] C1 [
C (1 + i ) - 1 + C1
1/ m
] C - C1
2 C - C1 (C - C1 )([ 1 + i )
1/ m
-1 ] C2 (C - C1 )([ 1 + i )
1/ m
]
- 1 + C 2 C - C1 - C2
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
m´n
Exemplo:
Reembolso do capital (C): No fim de cada um dos períodos da taxa, de acordo com o
contratado.
Pagamento dos juros: Periodicamente (de forma escalonada) com periodicidade igual
a 1/m do período da taxa.
Capital
A=
n
Jt = SDt-1xi (3)
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P = A+J (4)
A equação (3) revela que o juros para uma determinada parcela (t) será dado pela
aplicação da taxa de juros do contrato (i) sobre o saldo devedor da parcela anterior
(SDt-1).
Por fim, na equação (4), verificamos que o valor da prestação (P) corresponde a parcela
referente a amortização (A) mais os juros (J).
Talvez o sistema mais utilizado pelo mercado, caracteriza-se por representar uma série de
prestações (P) periódicas (ocorrendo em intervalos constantes), iguais (soma da
amortização mais juros com mesmo valor durante todo o contrato) e sucessivas. Como
podemos verificar.
C
C = Pa Û P =
n
a
n
É possível verificar que, na prestação paga no momento p (no fim do p-ésimo período) as
parcelas relativas à amortização do capital (Cp) e ao pagamento dos juros (Jp) são
respectivamente:
ìïC p = Pv n- p +1
í , p = 1,2,!, n
ïî J p = iPan- p +1
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C
C = Pa n( m) Û P =
a ( m)
n
5.1 Introdução
Na sessão anterior estudámos as diversas modalidades de amortização de empréstimos.
Propõe-se agora o estudo dos empréstimos por obrigações que pela sua especificidade
devem ser estudados separadamente.
• Reembolso de empréstimos;
• Esperança de vida das obrigações. Vida média;
A emissão de obrigações pode ser feita ao par, abaixo do par ou acima do par (esta
última situação é pouco frequente).
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Outro factor importante a ter em conta, é a vida de uma obrigação. Ela corresponde
ao tempo durante o qual esse título vai permanecer em circulação, ou seja, o tempo
que decorre entre a data de emissão e a data de amortização.
Nesta modalidade iremos admitir duas hipóteses: reembolso com ou sem prémio,
considerando em qualquer delas emissão ao par.
Assim:
C 0 = x ´ Vn
Por sua vez como o reembolso é constante, o seu valor é dado por:
C0 x
m= ou m = ´ Vn
n n
onde
x
representa o número de obrigações a sortear no fim de cada período de
n
reembolso.
j1 = C0 i = xVn i
æ x ö æ n -1ö
j 2 = (C 0 - m )i = ç xV n - Vn ÷i = xV n ç ÷i
è n ø è n ø
æ n -1ö x æn - 2ö
j 2 = (C1 - m )i = xV n ç ÷i - Vn i = xV n ç ÷i
è n ø n è n ø
æ n - k + 1ö
j k = C k -1i = xV n ç ÷i
è n ø
!
æ n - n + 1ö æ1ö x
j n = C n -1i = xV n ç ÷i = xV n ç ÷i = Vn i = mi
*
è n ø ènø n
* i - é o juro vencido pela última amortização
æ n - k +1ö
j k = xVn ç ÷i
è n ø
Mk = m
$+!m!!
+#
m!+%
!+!
"m
k períodos
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x kx
M k = km Þ M k = k Vn e em que representa o número de obrigações
n n
amortizadas até ao fim do período em análise.
Ck = C0 - M k
kx
C k = xV n - Vn
n
então:
æn-kö
C k = xVn ç ÷
è n ø
logo:
Com base nos elementos descritos, podemos proceder à elaboração do seguinte quadro
de amortização:
Capital em Número de
dívida no Juro a pagar Obrigações
Perío início do no fim do a Valor da Amortizações Capital em dívida
do período período reembolsar amortização Prestação acumuladas no fim do período
j1 = C 0 i = x x æ n -1ö
m = Vn C1 = xV n ç ÷
1 C 0 = xVn = xV n i n n P1 = j1 + m M1 = m è n ø
x æn - 2ö
C 2 = xV n ç ÷
2 C1 j 2 = C1i n m P2 = j2 + m M 2 = 2m è n ø
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x æ n - 3ö
C 3 = xV n ç ÷
3 C2 j3 = C 2 i n m P3 = j3 + m M 3 = 3m è n ø
! ! ! ! ! ! ! !
x x
C n -1 = Vn
n n j n = C n -1i n m Pn = j n + m M n = nm = C0 C n = 0
Neste processo, o mutuário vai antecipar o pagamento de uma parte dos juros que
venceriam apenas no fim do período da amortização, pelo que, o custo real do empréstimo
é superior, apresentando-se desvantajoso.
Sendo desvantajoso para a entidade emitente é, obviamente, favorável aos
obrigacionistas.
A Empresa ‘A’ pretende emitir um empréstimo representado por 1.200 obrigações, com
o valor nominal de 1.000 KZ, nas condições seguintes:
• Subscrição pelo valor nominal;
• Juros à taxa de 16%, pagos anual e conjuntamente com as amortizações de capital;
• Reembolso, em cinco amortizações anuais, constantes, vencendo-se a primeira,
um anos após o fecho do período de subscrição,
• Em cada reembolso de capital será pago um prémio adicional:
1ª amortização – 40
2ª amortização – 55
3ª amortização – 70
4ª amortização – 90
5ª amortização – 110
x
= 240 obrigações
n
x
m = Vn = 240.000
n
p1= 240.000*40=9.600.000
p2= 240.000*55=13.200.000
p3= 240.000*70=16.800.000
p4= 240.000*90=21.600.000
p5= 240.000*110=26.400.000
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Pk=jk+m+pk
substituindo:
x
Pk = C k -1i + Vn + p k
n
Esta prestação é onerada com o prémio de reembolso que não existroia na modalidade
anterior.
Este valor adicional visa captar um maior número de subscritores, na medida em que
constitui um incentivo financeiro para o futuro obrigacionista.
Como já foi dito anteriormente, por vida de uma obrigação, entende-se o lapso de tempo,
durante o qual essa obrigação vai estar em circulação, ou seja, o período compreendido
entre a data de emissão do empréstimo (representado pelas obrigações) e a data de
amortização de cada uma das obrigações.
A vida de uma obrigação inicia-se com a sua emissão e termina com o seu reembolso,
podendo assumir diversos valores, desde que compreendidos dentro dos anos de vida
estabelecidos para o respectivo empréstimo.
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Assim:
Ainda no momento k, a vida média é igual à média aritmética que resulta da divisão entre
o nº de obrigações n a amortizar após o momento k, ponderado pelo respectivos prazos
de reembolso e o número de obrigações total que ainda falta amortizar após o momento
k.
Matematicamente:
X k +1 ´ 1 + X k + 2 ´ 2 + ! + X n ´ (n - k )
Vidamédia(Vm) =
X k +1 + X k + 2 + ! + X n
n-k
åX
p =1
k+ p ´p
(1)
Vm = n-k
åX
p =1
k+ p
n-k
åX
p =1
k+ p ´p
Vm =
X
n-k
onde X = å X k + p é o número total de obrigações emitidas.
p =1
n - k +1
Vm =
2
n +1
Vm =
2 .
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um investimento está de acordo com o seu potencial em assegurar a recuperação total dos
montante d ecapital investido com o montante dos fluxos financeiros (cash flow)
Numa primeira fase, são realizados estudos técnico-económicos, que incluem estudos de
mercado, estudos técnicos e estudo do enquadramento jurídico e financeiro. Estes
constituem estudos preliminares que permitem conceber e planear as condições e
características técnicas que satisfazem os requisitos do promotor para que sejam
analisados e determinadas as vantagens da sua realização. Fornecem ainda informação
necessária que vai servir de suporte aos estudos económico-financeiros.
Pretende-se com estes estudos determinar os fluxos financeiros gerados pelo projecto no
sentido de o avaliar e concluir sobre a sua rendibilidade e viabilidade. A conclusão
retirada destes estudos determinam se o projecto em causa revela interesse ou não do
ponto de vista do promotor.
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Um projecto de investimento é avaliado de acordo com o valor que gera para a empresa,
critério que sustenta a decisão de investir por parte do investidor. Durante o seu período
de vida útil, o projecto gera fluxos financeiros decorrentes da exploração da actividade
inerente. Assim, a rendibilidade de um projecto pode ser mensurada através do cálculo
dos seus cash flows, cujo valor tem por base os fluxos de benefícios e de custos
económicos gerados pelo mesmo.
Diferença entre cash flow e lucro contabilístico:
• O lucro contabilístico é facilmente manipulável e o seu valor depende dos critérios
contabilísticos e de valorimetria utilizados;
• Na determinação do lucro contabilístico não se considera os momentos em que
ocorrem esses recebimentos e pagamentos, o que torna inadequado na perspectiva
económica, já que deve ser considerado o valor temporal do dinheiro.
O conceito de cash flow pode ser desagregado de acordo com a sua natureza:
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Cash Flow Líquido, calculado pela diferença entre o Cash Flow de Exploração e o Cash
Flow de Investimento. Quando não é comparado com outro, é simultaneamente líquido
e absoluto.
Cash Flow Incremental resulta da diferença entre dois cash flows líquidos, quando
comparados.
(cash flows) no momento actual – a este processo está adjacente o método de actualização
dos cash flows, que implica descontar um fluxo futuro a uma determinada taxa de
actualização (k). A taxa k tanto pode quantificar o custo de oportunidade, como a
remuneração exigida.
CFt
Valor actual do Cash Flow =
(1 + k ) t
[ ]
k e = (1 + R f )* (1 + Pr )* (1 + Ti ) - 1
Onde:
Rf é a taxa de remuneração do activo sem risco (por exemplo, os bilhetes de
tesouro).
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O custo médio ponderado do capital traduz-se numa taxa que engloba os retornos
requeridos pelas diversas fontes de financiamento, ponderados pelo peso que cada
uma tem no total do capital investido. Como tem em conta as várias opções de
financiamento, é utilizado para actualizar os cash flows calculados na óptica do
projecto.
CP CA
CMPC = k e * + k d * (1 - t ) *
CT CT
Onde:
ke é o custo do capital próprio, ou rendibilidade exigida pelos accionistas /sócios
kd é o custo do capital alheio
CP é o valor total do Capital próprio
CA é o valor total do Capital alheio
t é a taxa de imposto sobre o rendimento
Nota:
- O custo do capital alheio é a taxa de juro paga pela empresa, de acordo com o
financiamento externo contratado.
- Este método deve ser utilizado apenas nas situações em que a estrutura de
financiamento se mantém inalterada.
- A aplicabilidade do CMPC também é limitada no sentido em que a estrutura de
financiamento dos projectos difere da própria estrutura financeira da empresa
promotora, assim como nos casos em que a estrutura financeira da empresa
influencia directamente a estrutura financeira dos projectos. Por estas razões, o
CMPC revela dificuldade em reflectir convenientemente o perfil de risco dos
projectos.
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Nota: Admitir-se-á aqui que os valores a partir dos quais se determinam os cash flows
são conhecidos, não havendo lugar à utilização de distribuições de probabilidade.
n
CFt
VAL = å
t =0 (1 + k )
t
Onde:
t – é o número do período
n – é o número total de períodos da vida útil do projecto ou do horizonte temporal da
análise
CFt - é o valor do Cash Flow, positivo ou negativo, gerado pelo projecto no período t
k – é a taxa de actualização
Ou, em alternativa :
n
R
VP = å -I
t =0 (1 + k )
t
Onde:
VP – valor Presente
I – é o valor do investimento
R – é o valor do resgate
k – é a Taxa Mínima de Atractividade
Exemplo: Uma empresa dispõe de 180.000,00 u.m. e se apresentam dois equipamentos
parecidos para comprar um:
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Solução:
Vamos construir o Fluxo de Caixa dos dois possíveis investimentos e, ao lado, o Valor
Presente;
Marca A:
esquema
VP(A)=-140.000,00+50.000,00* a7 = 105,61
30%
Marca B:
esquema
VP(B)=-180.000,00+65.000,00* a7 = 2.137,3
30%
A Taxa Interna de Rendibilidade é aquela que torna o valor actual dos benefícios
económicos futuros igual ao valor actual dos respectivos custos, pelo que traduz a taxa
de rendibilidade períodica do capital investido.
Pode ser calculada ao igualar a expressão do VAL a zero:
n
CFt
VAL = å =0
t =0 (1 + TIR )
t
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MARCA A
Período Fluxo Taxa
0 -140000 30%
1 50000
2 50000
3 50000
4 50000
5 50000
6 50000
7 50000 TIR 30,03%
MARCA B
Período Fluxo Taxa
CÁLCULO FINANCEIRO
DOCENTE: HENDA MONDLANE
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS
0 -180000 30%
1 65000
2 65000
3 65000
4 65000
5 65000
6 65000
7 65000 TIR 30,51%
Associando ao VPL:
Se TIR>taxa de desconto =>VPL positivo
Se TIR=taxa de desconto => VPL nulo
Se TIR<taxa de desconto =>VPL negativo
Associando ao VPL:
Se TIR>taxa de desconto =>VPL negativo
Se TIR=taxa de desconto => VPL nulo
Se TIR<taxa de desconto =>VPL positivo
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FACULDADE DE CIÊNCIAS
este prazo de recuperação for aceitável pelos proprietários, então o projecto será
efectivado, caso contrário será descartado.
Este método é aplicado de duas formas: payback simples e payback descontado. A
principal diferença entre os dois é que o payback descontado considera o valor temporal
do dinheiro, ou seja, actualiza os fluxos futuros de caixa a uma taxa de aplicação no
mercado financeiro, trazendo os fluxos a valor presente, para depois calcular o período
de recuperação.
É imprudente considerar este método como decisão de investimento, pois não contempla
os fluxos de caixa após o período de recuperação. Este método pode levar a escolha de
um projecto que tenha um prazo de retorno muito baixo, desconsiderando outro com
período mais longo, mas que possa gerar maior riqueza para o proprietário, ou seja, que
apresente um VPL maior. Se um determinado investimento apresenta um fluxo anual
maior no início implicará em um período mais curto de recuperação, mas pode ser apenas
um payback ilusório se depois deste período apresentar fluxos negativos, por exemplo.
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DOCENTE: HENDA MONDLANE
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FACULDADE DE CIÊNCIAS
A ETTJ apresenta-se sob a forma de uma curva composta pelas yields implícitas, ou seja,
a taxa de rendibilidade esperada para o valor de obrigações transaccionadas, como função
das suas diferentes maturidades. Essa estrutura é usualmente inferida a partir de uma
classe de obrigações similares, do ponto de vista de risco de incumprimento. Para esse
efeito é usual utilizar Obrigações do Tesouro (OT), uma vez que são consideradas isentas
de risco de incumprimento.
O formato a curva advém da ligação do conjunto de pontos obtidos por uma expressão
funcional, como se se tratasse de uma regressão.
6.2 Diferentes tipos de Yield curves
6.2.1 Yield curve Normal ou Crescente
6.3 Teorias explicativas da Estrutura Temporal das Taxas de Juros (ETTJ)
As teorias explicativas da ETTJ situam-se em torno da relação entre aquela estrutura
temporal e as taxas de desconto futuro que nela estão embutidas.
Existem três factores que podem influenciar a forma da ETTJ:
• O que o mercado espera em relação aos futuros movimentos das taxas
de juro;
• A possibilidade de prémios de liquidez;
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