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Paulo Henrique Pereira da Silva - paulogansopps14@gmail.com - CPF: 078.644.403-71


Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado para o Banco do Nordeste no Brasil
S.A..

Esse material é totalmente focado no certame e aborda ponto a ponto do edital da disciplina
de Conhecimentos Bancários.

Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na banca
Cesgranrio.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: suporte@cadernomapeado.com.br e WhatsApp.

Bons Estudos!

Rumo à Aprovação!!

Paulo Henrique Pereira da Silva - paulogansopps14@gmail.com - CPF: 078.644.403-71


SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 7
OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO ...................................................................................................... 9
1) Introdução.................................................................................................................................................. 9
2) Operações de Crédito Bancário ............................................................................................................ 9
2.1) Riscos da Atividade Bancária ........................................................................................................... 11
3) Operações de Crédito Geral ................................................................................................................. 14
3.1) Desconto de Duplicatas, Notas Promissórias e Cheques Pré-Datados .................................. 15
4) Pessoa Natural ........................................................................................................................................ 17
4.1) Pessoa Jurídica .................................................................................................................................... 17
4.2) Domicílio ............................................................................................................................................... 18
5) Operações de Crédito Especializado .................................................................................................. 19
5.1) BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ........................................ 19
5.2) Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ...................................................................................... 21
5.3) Microfinanças ...................................................................................................................................... 23
SERVIÇOS BANCÁRIOS E FINANCEIROS ................................................................................................ 26
2) Considerações iniciais ........................................................................................................................... 26
3) Conta corrente ........................................................................................................................................ 27
3.1) Ficha Proposta ..................................................................................................................................... 27
3.2) Depósitos à vista e depósitos a prazo (CDB e RDB) ................................................................... 29
3.3) Cartões de Crédito e Débito ............................................................................................................. 31
4) Crédito Direto ao Consumidor ............................................................................................................ 32
5) Crédito Rural ........................................................................................................................................... 32
6) Poupança .................................................................................................................................................. 35
7) Capitalização ........................................................................................................................................... 35
8) Previdência .............................................................................................................................................. 37
9) Consórcio.................................................................................................................................................. 38
10) Investimentos ....................................................................................................................................... 39
11) Seguros ................................................................................................................................................... 39
12) Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) ....................................................................................... 41
12.1) Sistemas de transferência de fundos e Instrumentos de pagamento ................................. 43
12.1.1) Sistemas de Liquidação de Obrigações Interbancárias ........................................................ 45
12.1.2) Sistema de transferência de reservas ....................................................................................... 47

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13) Cheque .................................................................................................................................................... 47
13.1) CCF: Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundo ................................................................. 49
13.2) Processo de Compensação de Cheques e Títulos (Boletos) ................................................... 50
14) Sistema de Liquidação ........................................................................................................................ 51
NOÇÕES DE DIREITO APLICADAS ÀS OPERAÇÕES DE CRÉDITO ..................................................... 52
1) Introdução................................................................................................................................................ 52
2) Aspectos jurídicos .................................................................................................................................. 52
2.1) Operações de Crédito ........................................................................................................................ 54
3) Garantias Fidejussórias ......................................................................................................................... 55
3.1) Aval......................................................................................................................................................... 56
4) Fiança ........................................................................................................................................................ 56
5) Penhor Mercantil .................................................................................................................................... 57
6) Alienação Fiduciária............................................................................................................................... 57
7) Hipoteca ................................................................................................................................................... 57
8) Fianças Bancárias .................................................................................................................................... 58
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A ................................................................................................. 59
1) Introdução................................................................................................................................................ 59
2) Considerações iniciais ........................................................................................................................... 59
3) Programas de Desenvolvimento Sustentável da Região Nordeste ............................................ 63
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES................................................................. 68
1) Introdução................................................................................................................................................ 68
2) Ética Aplicada: Ética, Moral, Valores, Virtudes ................................................................................ 69
3) Noções De Ética Empresarial e Profissional ..................................................................................... 69
4) A Gestão Da Ética Nas Empresas Públicas e Privadas .................................................................... 70
5) Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste do Brasil................................ 71
POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL...................................................................... 81
1) Introdução................................................................................................................................................ 81
2) Considerações iniciais ........................................................................................................................... 81
ESTRATÉGIA ASG......................................................................................................................................... 85
1) Introdução................................................................................................................................................ 85
2) Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança) ......................................................................... 85
3) Estratégia de sustentabilidade do Banco do Nordeste do Brasil................................................ 87
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO ......................................................................................... 88
1) Introdução................................................................................................................................................ 88
2) Considerações iniciais ........................................................................................................................... 89

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INTERNET BANKING .................................................................................................................................. 90
1) Conceito.................................................................................................................................................... 90
2) Características ......................................................................................................................................... 90
MOBILE BANKING ....................................................................................................................................... 91
1) Conceito.................................................................................................................................................... 91
2) Benefícios e desafios ............................................................................................................................. 91
OPEN BANKING ........................................................................................................................................... 91
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 91
2) Objetivos do Open Banking ................................................................................................................. 92
4.3) Instituições participantes .................................................................................................................. 93
4.4) Implementação no Brasil .................................................................................................................. 93
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS ........................................................................................................... 94
1) Noções introdutórias............................................................................................................................. 94
2) Tipos de modelos de negócios............................................................................................................ 95
FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS ........................................................................................................ 96
1) Conceitos e características ................................................................................................................... 96
SISTEMAS DE BANCO-SOMBRA (SHADOW BANKING)..................................................................... 96
1) Conceitos e características ................................................................................................................... 96
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS................ 97
1) Noções introdutórias............................................................................................................................. 97
2) Blockchain ................................................................................................................................................ 98
3) Bitcoin ....................................................................................................................................................... 98
4) Demais criptomoedas............................................................................................................................ 98
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS ........................................................................................................ 100
1) Noções Introdutórias .......................................................................................................................... 100
2) Características ....................................................................................................................................... 100
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) ......................................................................... 100
1) Conceitos e características ................................................................................................................. 100
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO ................................................................ 101
1) Noções Introdutórias .......................................................................................................................... 101
2) Tendências e desenvolvimentos no setor financeiro .................................................................. 101
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA ......................................................................................................... 101
1) Introdução.............................................................................................................................................. 101
2) Moeda e Políticas Monetárias ........................................................................................................... 102
3) Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing) ............... 102

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a) Políticas monetárias convencionais ................................................................................................. 103
b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing) ..................................................... 104
4) Taxa Selic e Operações Compromissadas ....................................................................................... 105
a) Taxa SELIC .............................................................................................................................................. 105
b) Operações Compromissadas ............................................................................................................. 105
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 E DECRETO Nº 11.129/2022.................. 106
1) Disposições Preliminares .................................................................................................................... 106
2) Dos Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira ....................................... 108
3) Da Responsabilização Administrativa e Do Processo Administrativo de Responsabilização
....................................................................................................................................................................... 109
4) Do Acordo De Leniência ..................................................................................................................... 115
5) Da Responsabilização Judicial........................................................................................................... 122
6) Disposições Finais................................................................................................................................. 123
7) Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021 ........................................... 124

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo da matéria de Conhecimentos Bancários, apresentaremos os


assuntos que são cobrados no edital. Siga firme com os estudos que a aprovação virá!!

CONTEÚDO

2 Operações de Crédito Bancário. 2.1 Cadastro de pessoas físicas. 2.2 Cadastro de pessoas jurídicas. 2.2.1
Tipos e constituição das pessoas. 2.2.2 Composição societária/acionária. 2.2.3 Forma de tributação. 2.2.4
Mandatos e procurações. 2.3 Fundamentos do crédito. 2.3.1 Conceito de crédito. 2.3.2 Elementos do crédito.
2.3.3 Requisitos do crédito. 2.4 Riscos da atividade bancária. 2.4.1 De crédito. 2.4.2 De mercado. 2.4.3
Operacional. 2.4.4 Sistêmico. 2.4.5 De liquidez. 2.5 Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito. 2.5.1
Clientes. 2.5.2 Operação. 2.6 Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos,
financiamentos e adiantamentos). 2.7 Operações de Crédito Geral. 2.7.1 Crédito pessoal e Crédito Direto ao
Consumidor. 2.7.2 Desconto de duplicatas, notas promissórias e cheques pré-datados. 2.7.3 Contas
garantidas. 2.7.4 Capital de giro. 2.7.5 Cartão de crédito. 2.7.6 Microcrédito urbano. 2.8 Operações de Crédito
Especializado. 2.8.1 Crédito Rural. 2.8.1.1 Conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; 2.8.1.2
Finalidades: operações de investimento, custeio e comercialização. 2.8.1.3 Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação,
condições. 2.8.2 Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de serviços: conceito,
finalidades (investimento fixo e capital de giro associado), beneficiários. 2.9 Recursos utilizados na
contratação de financiamentos. 2.9.1 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base legal,
finalidades, regras, administração. 2.9.2 BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atuação.
2.9.3 Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma de atuação. 2.10
Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.

3 Serviços bancários e financeiros.3.1 Conta corrente: abertura, manutenção, encerramento, pagamento,


devolução de cheques e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF). 3.2 Depósitos à vista. 3.3
Depósitos a prazo (CDB e RDB). 3.4 Fundos de Investimentos. 3.5 Caderneta de poupança. 3.6 Títulos de
capitalização. 3.7 Planos de aposentadoria e de previdência privados. 3.8 Seguros. 3.9 Convênios de
arrecadação/pagamentos (concessionárias de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de
clientes). 3.10 Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis. 3.11 Cobrança. 3.12 Sistema de
Pagamentos Brasileiro (SPB).

4 Aspectos jurídicos. 4.1 Noções de direito aplicadas às operações de crédito. 4.1.1 Sujeito e Objeto do
Direito. 4.1.2 Fato e ato jurídico. 4.1.3 Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classificação
dos contratos; contratos nominados, contratos de compra e venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos
formais e informais. 4.2 Instrumentos de formalização das operações de crédito. 4.2.1 Contratos por
instrumento público e particular. 4.2.2 Cédulas e notas de crédito. 4.3 Garantias. 4.3.1 Fidejussórias: fiança e
aval. 4.3.2 Reais: hipoteca e penhor. 4.3.3 Alienação fiduciária de bens móveis. 4.4 Títulos de Crédito - nota
promissória, duplicata, cheque.

5 O Banco do Nordeste do Brasil S.A.: legislação básica, programas e informações gerais de sua atuação
como agente impulsionador do desenvolvimento sustentável da região nordeste.

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6 Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes. 6.1 noções de ética empresarial e profissional. 6.2 A gestão
da ética nas empresas públicas e privadas. 6.3 Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste
do Brasil (disponível na página do BNB na internet).

7 Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Nordeste do Brasil (disponível na página do


BNB na internet).

8 Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança): Estratégia de sustentabilidade do Banco do Nordeste do


Brasil (disponível na página do BNB na internet).

9 Atualidades do mercado financeiro. 9.1 Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. 9.2
Internet banking. 9.3 Mobile banking. 9.4 Open banking. 9.5 Novos modelos de negócios. 9.6 Fintechs,
startups e big techs. 9.7 Sistema de bancos sombra (Shadow banking). 9.8 Funções da moeda. 9.9 O dinheiro
na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas. 9.10 Marketplace. 9.11 Correspondentes
bancários. 9.12 Arranjos de pagamentos. 9.13 Sistema de pagamentos instantâneos (PIX). 9.14 Segmentação
e interações digitais. 9.15 Transformação digital no Sistema Financeiro. 9.16 Lei Geral de Proteção de Dados
(LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações. 9.17 Legislação anticorrupção: Lei nº
12.846/2013 e Decreto nº 11.129 de 11/07/2022. 9.18 Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de
26/02/2021.

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OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO

1) Introdução

Continuaremos os estudos do Banco do Nordeste no Brasil S.A. sobre o Conhecimentos Bancários.

1- Operações de Crédito Bancário. Cadastro de pessoas físicas. Cadastro de pessoas jurídicas.


Tipos e constituição das pessoas. Composição societária/acionária. Forma de tributação.
Mandatos e procurações. Fundamentos do crédito. Conceito de crédito. Elementos do crédito.
Requisitos do crédito. Riscos da atividade bancária. De crédito. De mercado. Operacional.
Sistêmico. De liquidez. Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito. Clientes. Operação.
Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos, financiamentos e
adiantamentos). Operações de Crédito Geral. Crédito pessoal e Crédito Direto ao Consumidor.
Desconto de duplicatas, notas promissórias e cheques pré-datados. Contas garantidas. Capital
de giro. Cartão de crédito. Microcrédito urbano. Operações de Crédito Especializado. Crédito
Rural. Conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; Finalidades: operações de
investimento, custeio e comercialização. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação, condições. Crédito
industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de serviços: conceito, finalidades
(investimento fixo e capital de giro associado), beneficiários. Recursos utilizados na
contratação de financiamentos. Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE):
base legal, finalidades, regras, administração. BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras,
forma de atuação. Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras,
forma de atuação. Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.

2) Operações de Crédito Bancário

Crédito, originado da expressão "crer", carrega consigo o significado de confiança. No contexto


financeiro, a operação de crédito representa uma fonte adicional de recursos, obtidos de terceiros
como bancos, financeiras e cooperativas de crédito. Esse mecanismo possibilita a aquisição de bens
ou a contratação de serviços de maneira antecipada, estabelecendo-se como um contrato entre o
tomador (consumidor, seja pessoa física ou jurídica) e o credor (frequentemente uma instituição
financeira). Nesse acordo, o credor disponibiliza ao tomador uma quantia de recursos financeiros, a
ser devolvida em um prazo determinado, acrescida de juros.

O Banco Central do Brasil (BACEN) classifica as operações de crédito em três modalidades, vejamos:

Empréstimos: Títulos Descontados:


Operações sem Operações que Financiamentos:
destinação específica, envolvem o desconto
Operações com destinação específica,
concedidas sem de títulos a vencer,
vinculadas à comprovação da aplicação
vínculo à comprovação conhecidas como
dos recursos. Exemplos incluem
da aplicação dos antecipação de
financiamentos para parques
recursos. Exemplos recebíveis. Exemplos
industriais, máquinas, equipamentos,
incluem capital de giro, são cheques pré-
bens de consumo durável, rurais e
empréstimos pessoais, datados, duplicatas e
imobiliários.
consignados, entre faturas de cartão de
outros. crédito.

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Dentro dessas categorias, o mercado oferece diversas modalidades de operações transacionadas
pelas instituições financeiras:

Empréstimos:

Empréstimo Pessoal:
Capital de Giro:
Modalidade simples e amplamente
Financiamento para operação diária de
conhecida, sem vínculo específico de
empresas.
uso.

Empréstimo Pessoal com Garantia: Empréstimo Rotativo:


Similar ao crédito pessoal, mas com a Utilizado em cartões de crédito,
necessidade de oferecer um bem funciona como um financiamento
como garantia. automático da fatura.

Empréstimo Consignado: Cheque Especial:


Destinado a funcionários públicos, Crédito pré-aprovado para clientes de
aposentados e pensionistas, com conta corrente, acionado quando não
desconto em folha de pagamento. há recursos disponíveis.

Adiantamento a Depositantes:
Disponibilização de recursos quando o
cliente não possui saldo ou excede o
limite de cheque especial.

Títulos Descontados: Desconto de cheques, duplicatas mercantis e faturas de cartão de crédito,


envolvendo a antecipação de valores sobre títulos a vencer.

Financiamentos:

Financiamento de Máquinas
Financiamento
Financiamento Rural: e Equipamentos:
Imobiliário:
Linha de crédito destinada Financiamento para aquisição
Modalidade de longo
a produtores rurais para de equipamentos, máquinas e
prazo para aquisição de
despesas de produção, bens de informática,
imóveis, sejam novos,
máquinas e benfeitorias. destinado à atividade
usados ou em construção.
econômica do cliente.

Arrendamento Mercantil: Uma alternativa adicional para a aquisição de bens é o arrendamento


mercantil, também conhecido como leasing. Nesse tipo de operação, a propriedade do bem
arrendado pertence à arrendadora, geralmente uma instituição financeira. O arrendatário, ou seja,
o cliente, tem o direito de utilizar o bem durante o prazo do contrato. Importante destacar que os
contratos de arrendamento mercantil oferecem ao arrendatário a opção de compra do bem ao final
do contrato. Além disso, existe a flexibilidade de renovar o contrato por um período adicional ou
devolver o bem ao término do contrato.

Essas operações de leasing podem ser classificadas como "financeiras" ou "operacionais", vejamos:

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No leasing financeiro, que se assemelha a uma operação de financiamento, o contrato abrange a quase
totalidade do valor do bem. Nesse caso, é comum que o cliente opte pela aquisição do bem ao término
do contrato.

Por outro lado, o leasing operacional tem um prazo mais curto, assemelhando-se a uma locação. Esse
tipo de contrato é mais utilizado quando o cliente não pretende, pelo menos inicialmente, adquirir o bem
permanentemente. Ele pode necessitar do bem apenas temporariamente ou desejar trocá-lo por um
modelo mais moderno assim que possível.

Essa flexibilidade torna o leasing uma opção versátil para as necessidades diversas dos clientes.

2.1) Riscos da Atividade Bancária

A Resolução nº 2682, datada de 21 de dezembro de 1999, estabelece diretrizes fundamentais para a


classificação e provisionamento das operações de crédito por parte das instituições financeiras
autorizadas pelo Banco Central do Brasil (BACEN). Essa classificação, realizada pela instituição
detentora do crédito, deve ser executada com base em critérios sólidos e verificáveis, apoiada por

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informações internas e externas, abrangendo aspectos relacionados ao devedor, seus garantidores
e à operação em si.

A revisão mensal dessa classificação é crucial, especialmente diante de atrasos no pagamento,


seguindo os seguintes parâmetros:

(I) - Atraso entre 15 e 30 dias: Risco Nível B; (IV) - Atraso entre 91 e 120 dias: Risco Nível E;

(II) - Atraso entre 31 e 60 dias: Risco Nível C; (V) - Atraso entre 121 e 150 dias: Risco Nível F;

(III) - Atraso entre 61 e 90 dias: Risco Nível D; (VI) - Atraso entre 151 e 180 dias: Risco Nível G;

(VII) - Atraso superior a 180 dias: Risco Nível H.

Os níveis de provisionamento devem ser constituídos mensalmente, com percentuais mínimos


obrigatórios sobre o valor das operações, conforme abaixo:

a) 0,5% sobre o valor b) 1% sobre o valor c) 3% sobre o valor


das operações das operações das operações
classificadas como classificadas como classificadas como
risco Nível A; risco Nível B; risco Nível C;

f) 50% sobre o valor e) 30% sobre o valor d) 10% sobre o valor


das operações das operações das operações
classificadas como classificadas como classificadas como
risco Nível F; risco Nível E; risco Nível D;

g) 70% sobre o valor h) 100% sobre o valor


das operações das operações
classificadas como classificadas como
risco Nível G; risco Nível H.

Tome nota!

Quanto às operações classificadas como risco Nível H, após 6 meses nesse patamar, contados a
partir do atraso superior a 180 dias, os registros em contas contábeis patrimoniais devem ser
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baixados e transferidos para contas de compensação apropriadas. A permanência da operação em
conta de compensação é necessária por, no mínimo, 5 anos, enquanto persistirem os procedimentos
de cobrança.

Ex.: Vamos considerar uma instituição financeira que concedeu um empréstimo a um cliente para
a aquisição de equipamentos industriais. Inicialmente, a operação é classificada como risco Nível C,
pois é uma operação de financiamento com destinação específica.

Suponha que, ao longo do tempo, o cliente comece a enfrentar dificuldades financeiras, resultando
em atrasos nos pagamentos. Após 60 dias de atraso, a classificação do risco é reavaliada e elevada
para Nível D, de acordo com as diretrizes da Resolução nº 2682.

Com base nessa reclassificação, a instituição financeira deve provisionar recursos mensalmente,
considerando o novo nível de risco. O percentual de provisionamento sobre o valor da operação,
agora classificada como risco Nível D, é de 10%. Isso significa que a instituição reserva uma
porcentagem desse valor para cobrir possíveis perdas.

Se a situação persistir, e após 180 dias de atraso, atingindo o risco Nível H, a instituição tomará
medidas adicionais, como a baixa dos registros em contas contábeis patrimoniais e a transferência
para contas de compensação. Esse processo ocorre após seis meses desde a classificação como risco
Nível H, mantendo a operação registrada em conta de compensação por pelo menos cinco anos,
enquanto são realizados os procedimentos de cobrança. Este é um exemplo prático de como as
diretrizes de nível de risco e provisionamento são aplicadas no setor financeiro.

Por outro lado, temos os riscos na atividade bancária que são fatores que representam potenciais
ameaças à estabilidade financeira e operacional das instituições bancárias. Esses riscos incluem:

Risco de Crédito: Relacionado à possibilidade de inadimplência por parte dos tomadores de


empréstimos. O banco pode enfrentar perdas se os clientes não conseguirem pagar os empréstimos
concedidos.

Ex.: Um banco concede um empréstimo substancial a uma empresa que, posteriormente, enfrenta
dificuldades financeiras significativas e não consegue pagar a dívida conforme acordado.

Risco de Mercado: Refere-se às perdas potenciais devido a flutuações nos mercados financeiros,
como mudanças nas taxas de juros, câmbio e valores mobiliários.

Ex.: Uma instituição financeira investe considerável parte de seus ativos em títulos do governo. Se
houver uma súbita mudança nas taxas de juros, o valor desses títulos pode diminuir, resultando em
perdas para o banco.

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Risco Operacional: Associado a falhas nos processos internos, sistemas, pessoal ou eventos
externos, que podem impactar adversamente as operações do banco.

Ex.: Um banco sofre uma interrupção significativa em seu sistema de processamento de


transações devido a um ataque cibernético, resultando em atrasos e erros nas operações bancárias
diárias.

Risco Sistêmico: Relacionado à possibilidade de uma crise no sistema financeiro como um todo,
afetando várias instituições simultaneamente.

Ex.: Uma crise econômica global afeta vários setores, levando a uma queda generalizada nos
preços dos ativos. Isso pode desencadear uma série de eventos que impactam negativamente várias
instituições financeiras em todo o mundo.

Risco de Liquidez: Refere-se à incapacidade de uma instituição bancária cumprir suas obrigações
de curto prazo devido à falta de fundos disponíveis, o que pode levar a problemas de solvência.

Ex.: Um banco enfrenta uma retirada significativa de depósitos de clientes devido a rumores sobre
sua estabilidade financeira. Se o banco não tiver fundos suficientes em liquidez para atender às
demandas de saque, isso pode resultar em sérios problemas financeiros.

3) Operações de Crédito Geral

As operações de crédito geral referem-se a diversas formas de concessão de crédito por parte das
instituições financeiras. Elas desempenham um papel fundamental na economia, permitindo que os
consumidores e as empresas tenham acesso a recursos financeiros para atender às suas
necessidades. Duas categorias comuns de operações de crédito geral são o crédito pessoal e o
crédito direto ao consumidor.

Crédito Pessoal: O crédito pessoal é uma modalidade de empréstimo na qual os consumidores


obtêm recursos financeiros sem a necessidade de oferecer uma garantia específica, como um veículo
ou imóvel. Ele é utilizado para diversas finalidades, como cobrir despesas inesperadas, realizar
viagens, pagar dívidas ou investir em projetos pessoais.

O montante do
empréstimo e as O pagamento é feito
Pode ter taxas
Geralmente, condições são por meio de parcelas
de juros fixas
não requer determinados com mensais ao longo de
ou variáveis,
garantias base na avaliação da um prazo
dependendo do
específicas. capacidade de previamente
acordo.
pagamento do estabelecido.
tomador.

Crédito Direto ao Consumidor (CDC): O Crédito Direto ao Consumidor é uma forma de


financiamento na qual o consumidor pode adquirir bens e serviços, como automóveis,

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eletrodomésticos ou eletrônicos, mediante um contrato de crédito direto com a instituição
financeira.

Oferece a conveniência
As condições,
de pagamento
O bem como taxa de Pode incluir
parcelado, permitindo
adquirido serve juros e prazo, são seguros e outros
que o consumidor
como garantia geralmente custos
adquira produtos de
para o vinculadas ao tipo associados ao
valor mais elevado sem
empréstimo. de bem financiamento.
a necessidade de
financiado.
pagamento à vista.

3.1) Desconto de Duplicatas, Notas Promissórias e Cheques Pré-Datados

Contratos bancários que envolvem o desconto de recebíveis de títulos mercantis, como nota
promissória, duplicata, letra de câmbio e cheque, são comuns no ambiente empresarial. Nesse
processo, o descontário, seja pessoa física ou jurídica, transfere um título de crédito a terceiros
(banco descontador) e recebe antecipadamente o valor do título, descontando os juros
correspondentes ao período entre a antecipação e o vencimento. A operação é marcada pelo
empréstimo de dinheiro, antecipação de juros e transferência da propriedade do título por meio de
endosso.

A doutrina considera esse contrato como um acordo com características reais, oneroso e bilateral.
Em casos de inadimplência do devedor dos títulos junto ao banco, que adquire a propriedade do
título, o banco pode exigir o crédito na data de vencimento, sem eximir a responsabilidade do
descontário (direito de regresso). A transferência da propriedade do título ocorre, e o banco tem o
caminho da execução para recuperar o crédito caso o devedor não efetue o pagamento.

Cheques, duplicatas e notas promissórias são títulos de crédito comuns em transações comerciais,
cada um com suas características e diferenças. Esses documentos representam o direito a um crédito
de maneira eficiente e possibilitam a circulação e cobrança do seu valor.

De acordo com a legislação brasileira, títulos de crédito são considerados títulos executivos
extrajudiciais, conforme o Artigo 784, inciso I do Código de Processo Civil. Isso significa que o
beneficiário pode iniciar uma ação de execução sem a necessidade de uma ação de conhecimento
prévia.

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Cheque: Duplicata:
• Ordem de pagamento à vista a um banco ou instituição • Título de crédito causal
financeira (Sacado) por alguém (Emitente ou Sacador) que vinculado à compra e venda de
possui fundos disponíveis. produto ou prestação de
• Deve ser apresentado ao Sacado em até 30 dias se emitido no serviço.
mesmo local do pagamento, ou 60 dias se emitido em local • Exige emissão de fatura entre
diferente, conforme a Lei do Cheque (Lei 7.357/85). as partes (sacador e sacado).
• Após o prazo de apresentação, inicia-se o prazo de 6 meses • Prazo de 3 anos para pretensão
para ação de execução do cheque. executória a partir do
• Após o prazo da ação de execução, começa o prazo de 2 anos vencimento, segundo a Lei das
para ação de enriquecimento ilícito. Duplicatas (Lei 5.474).
• Passado o prazo da ação de enriquecimento, o cheque pode
ser cobrado por meio de ação monitória até 5 anos. após a
emissão.

Nota Promissória:
Promessa escrita e solene de pagamento.
Compromisso de alguém em pagar a outrem determinada quantia em dinheiro.
Prazo de 3 anos após o vencimento para ação executória contra o devedor.
Após o prazo acima, inicia-se o prazo de 3 anos para ajuizamento de ação de locupletamento ilícito.

Por outro lado, o cálculo de desconto de títulos é uma operação simples, realizado sob o regime de
juros simples (juro linear), diferentemente de outras operações do mercado financeiro que utilizam
cálculos exponenciais. Em caso de vencimento em um final de semana ou feriado, é comum ajustar
o vencimento para o próximo dia útil.

Uma prática frequente em operações de desconto é a cobrança do "D+" (D Mais), que representa a
adição de alguns dias ao prazo de vencimento dos recebíveis. Esse acréscimo visa remunerar a
operação pelos períodos referentes à compensação dos pagamentos, ou seja, o intervalo entre o
pagamento do título e o efetivo recebimento.

Os cálculos das operações de desconto são geralmente denominados "desconto por dentro",
"desconto racional" ou "desconto simples". Vejamos:

• Essa abordagem usa o regime de juros simples.

• A fórmula do desconto por dentro é: 100D=100V⋅t⋅d, onde D é o desconto, V é o valor nominal


do título, t é o prazo em dias e d é a taxa de desconto.

Já as operações de deságio, com juros exponenciais, são conhecidas como "desconto por fora",
"desconto composto" ou "desconto exponencial". Vejamos:

• Essa abordagem utiliza o regime de juros compostos.

• A fórmula do desconto por fora é: D=dV⋅(1−(1+d)−nt), onde D é o desconto, V é o valor nominal


do título, t é o prazo em dias, d é a taxa de desconto e n é o número de períodos de capitalização
por ano.

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Tome nota!

Uma lista de títulos a serem descontados é conhecida como borderô.

4) Pessoa Natural

A pessoa física ou pessoa natural, é aquela que possui personalidade jurídica, ou seja, possui a
aptidão para ser titular de direitos e contrair obrigações na órbita jurídica. Conforme o art. 2º do
Código Civil:

Art. 2º do CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

NASCITURO CONCEPTURO NATIMORTO

É o ente de vida intrauterina. Também chamado de prole O feto nascido morto. Nesse
eventual, é aquele que não caso, ele deverá ser registrado
chegou a ser concebido. em livro próprio do cartório
de pessoas naturais.

4.1) Pessoa Jurídica

A pessoa jurídica configura a soma de esforços humanos (corporação) ou patrimoniais (fundação),


visando a finalidade lícita e específica, sendo constituída na forma da lei e obedece à função social.

As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Direito Público Interno (União, Estados, Distrito Federal,


Territórios., Municípios, Autarquias, demais entidades de
caráter público criadas por lei).

Direito Público Externo (Estados estrangeiros e todas as


Pessoas Jurídicas pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público)

Direito Privado (Associações, Sociedades, Fundações,


Organizações Religiosas, Partidos Políticos).

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A pessoa jurídica nasce efetivamente somente com o registro, que possui natureza constitutiva, pois
é ele que dá personalidade jurídica a elas.

O art. 45 do Código Civil prevê que o registro da pessoa jurídica é constitutivo (a personalidade só
surge com o registro), já que por ele se inicia a existência da pessoa jurídica.

O art. 46 do CC elenca os requisitos necessários à constituição de uma pessoa jurídica.

Art. 46. O registro declarará:

I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;

II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores e dos diretores;

III – o modo porque se administra e representa ativa e passivamente, judicial e


extrajudicialmente;

IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;

V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

4.2) Domicílio

De acordo com o art. 70 do CC, o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.

No caso de haver pluralidade de residências, estabelece o art. 71 que será considerado domicílio
qualquer delas.

De acordo com o art. Art. 72 do Código Civil:

Art. 72 do Código Civil: É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações


concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles


constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

O chamado domicilio aparente encontra-se tipificado no art. 73 do CC que prevê que se terá por
domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Haverá mudança de domicílio quando for transferida a residência, com a intenção manifesta de se
mudar.

Por fim, o domicílio necessário, legal ou compulsório: é aquele que, em razão de uma qualidade da
pessoa, será estabelecido por lei. Possuem domicílio necessário:
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Incapaz: domicílio será o do representante ou assistente;

Servidor público: local em que exerce suas atividades;

Militar: local onde serve;

Marítimo: onde o navio estiver matriculado ou ancorado;

Preso: lugar onde cumpre sua condenação definitiva. Logo, se a prisão for provisória, não há
domicílio necessário.

5) Operações de Crédito Especializado

5.1) BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é uma instituição financeira


pública brasileira que tem como objetivo principal financiar e apoiar projetos que contribuam para
o desenvolvimento econômico e social do país. Uma das linhas de financiamento oferecidas pelo
BNDES é o FINAME (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), que visa facilitar o acesso de
empresas a recursos para a aquisição de bens de capital.

A base legal para as operações do BNDES está fundamentada na Lei nº 1.628, de 20 de junho de
1952, que criou o BNDES. Além disso, outras leis e regulamentações, como a Lei nº 6.404/76 (Lei das
Sociedades por Ações) e a Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), também podem ser aplicáveis às suas
operações.

A finalidade do BNDES, por meio do FINAME, é oferecer recursos financeiros para empresas
adquirirem máquinas, equipamentos, veículos e sistemas industriais nacionais. Esses recursos
destinam-se a promover o desenvolvimento econômico, a modernização do parque industrial e o
aumento da competitividade das empresas brasileiras.

O BNDES atua por meio de financiamentos diretos ou indiretos, utilizando recursos próprios ou
captados no mercado financeiro. No caso do FINAME, o BNDES pode financiar diretamente as
empresas ou atuar por meio de agentes financeiros credenciados, como bancos comerciais,
cooperativas de crédito e outras instituições financeiras autorizadas.

Vejamos as regras para as operações FINAME:

Quem Pode Solicitar?

Empresas sediadas no Brasil, fundações, associações, cooperativas e entidades/órgãos públicos


podem solicitar financiamento por meio do BNDES/FINAME.

O BNDES classifica o porte da empresa ou instituição com base na receita operacional bruta anual
ou renda anual. As classificações são as seguintes:

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Pequena
empresa: Média empresa:
Microempresa: Receita maior que Grande empresa:
Receita menor ou Receita maior que R$ 4,8 milhões e Receita maior que
igual a R$ 360 mil. R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 300 milhões.
menor ou igual a R$ 300 milhões.
R$ 4,8 milhões.

Quando a empresa faz parte de um grupo econômico, a classificação considera a Receita Operacional
Bruta (ROB) consolidada do grupo.

O Que Pode Ser Financiado?

Podem ser financiados máquinas, equipamentos, bens de informática e automação, além de bens
industrializados. Os itens a serem financiados devem ser novos, de fabricação nacional e
credenciados pelo BNDES.

Na Linha BK Aquisição e Comercialização, também é possível financiar capital de giro associado,


representando até 30% do valor total financiado.

Como Solicitar?

O processo de solicitação pode variar, mas geralmente, envolve as seguintes etapas:

Credenciamento
Análise e
Projeto: de Desembolso:
Enquadramento: Contratação:
Apresentação Fornecedores: Os recursos
O BNDES realiza Após a
do projeto Os fornecedores financeiros são
a análise do aprovação, o
detalhando as dos bens a serem disponibilizados
projeto e verifica contrato de
necessidades financiados conforme o
se ele atende aos financiament
de devem ser cronograma do
requisitos para o é assinado.
financiamento. credenciados no projeto.
enquadramento.
BNDES.

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Importante!

É importante destacar que não serão financiados bens destinados à atividade de produção florestal
em florestas nativas.

Tome nota!

Para serem passíveis de financiamento pelo BNDES Finame, as máquinas e equipamentos devem
estar previamente credenciados no BNDES.

5.2) Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)

O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é um fundo especial vinculado ao Ministério da Economia


do Brasil, destinado a prover recursos para programas de desenvolvimento econômico,
investimentos em infraestrutura, financiamento de programas de seguro-desemprego, abono
salarial e programas de geração de emprego e renda.

Principais características e destinações do FAT:

Seguro-Desemprego: O FAT é uma das fontes de recursos para o pagamento do seguro-


desemprego, benefício concedido temporariamente a trabalhadores dispensados sem justa causa.

Abono Salarial: Também é utilizado para financiar o abono salarial, um benefício pago
anualmente a trabalhadores que atendem a determinados critérios, como ter recebido remuneração
média de até dois salários mínimos no período considerado.

FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior): Parte dos recursos do FAT
é destinada ao FIES, programa que financia a graduação de estudantes em instituições privadas de
ensino superior.

Programas de Geração de Emprego e Renda: O fundo é utilizado para financiar programas e


ações que visam a geração de emprego e renda, contribuindo para o desenvolvimento econômico
e social.

Programas de Infraestrutura e Desenvolvimento: Recursos do FAT são direcionados para


investimentos em projetos de infraestrutura, desenvolvimento regional e modernização tecnológica.

O FAT é alimentado por diversas fontes, sendo uma delas a contribuição das empresas para o
Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP). Essas contribuições são destinadas a diferentes programas, e parte delas é
direcionada ao FAT para custear suas diversas finalidades.

A gestão do FAT é realizada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador


(CODEFAT), que define as diretrizes e critérios para a aplicação dos recursos. O fundo desempenha

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um papel importante na proteção social dos trabalhadores e no fomento ao emprego e
desenvolvimento econômico.

Momento da Questão

FSADU (2009) – O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é um fundo vinculado ao


Ministério do Trabalho e Emprego e destinado ao custeio de programas específicos. As
principais ações de emprego financiadas com recursos do Fundo estão estruturadas por meio
de duas vertentes: o Programa do Seguro-Desemprego e os Programas de Geração de
Emprego e Renda. Com relação ao FAT, são apresentados cinco assertivas. Classifique-as em V
(verdadeira) e F (falsa) e marque a opção correspondente.

( ) O Seguro-Desemprego inclui as ações de qualificação e requalificação profissional e de orientação


e intermediação de mão-de-obra.

( ) O FAT aporta recursos no PROGER Rural, uma linha de especial de crédito que financia
proprietários rurais, posseiros, arrendatários que utilizam, preponderantemente, mão-de-obra
familiar.

( ) O Fundo é gerido por um Conselho Deliberativo (CODEFAT), órgão colegiado, de caráter tripartite
e paritário, composto por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo.

( ) Os recursos do FAT advêm, em grande parte, das contribuições devidas ao PIS e ao PASEP.

( ) O FAT é um fundo de natureza contábil financeira.

a) F – F – V – V – V

b) V – V – V – V – V

c) F – F – V – V – F

d) F – V – V – V – F

e) V – V – F – V – V

Gabarito: Letra B.

Comentário: As principais iniciativas de promoção do emprego financiadas pelo Fundo de


Amparo ao Trabalhador (FAT) estão centradas em dois programas fundamentais. O primeiro é o
Programa do Seguro-Desemprego, abrangendo ações que envolvem o pagamento do benefício do
seguro-desemprego, programas de qualificação e requalificação profissional, além de atividades de
orientação e intermediação de empregos. O segundo conjunto de ações se refere aos Programas de
Geração de Emprego e Renda, nos quais os recursos são alocados por meio de depósitos especiais,
estabelecidos pela Lei nº 8.352, de 28 de dezembro de 1991. Esses depósitos incluem o Programa

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de Geração de Emprego e Renda (PROGER), em suas modalidades Urbano e Rural, e o Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), entre outros.

5.3) Microfinanças

As microfinanças referem-se a serviços financeiros, como empréstimos, poupança e seguro,


disponibilizados a pessoas de baixa renda, microempreendedores e pequenas empresas que
geralmente não têm acesso aos serviços financeiros tradicionais.

No Brasil, as instituições de microcrédito e microfinanças estão sujeitas à regulamentação do Banco


Central e outras agências reguladoras. A legislação brasileira também prevê o apoio a iniciativas de
microcrédito e empreendedorismo. Vejamos:

Microcrédito: Oferta de pequenos empréstimos a microempreendedores e indivíduos de baixa


renda, geralmente sem a necessidade de garantias tradicionais.

Poupança: Facilitação do acesso a serviços de poupança para incentivar o hábito de economizar


e proporcionar uma base financeira mais sólida.

Seguros Microfinanceiros: Oferta de produtos de seguro adaptados às necessidades específicas


de populações de baixa renda, como seguros de vida ou seguro contra riscos relacionados a
atividades produtivas.

Capacitação e Educação Financeira: Além dos serviços financeiros, as instituições de


microfinanças muitas vezes fornecem treinamento e educação financeira para melhorar a gestão
financeira e promover o sucesso dos empreendimentos.

Parcerias e Redes Locais: Muitas instituições de microfinanças estabelecem parcerias com


organizações locais e comunidades para entender melhor as necessidades e se integrar mais
efetivamente nas comunidades.

Tecnologia Financeira (Fintech): O uso de tecnologia, como aplicativos móveis e plataformas


online, pode ser uma parte integrante das operações de microfinanças, tornando os serviços mais
acessíveis e eficientes.

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Finalidade:
A principal finalidade das microfinanças
é proporcionar inclusão financeira a
pessoas de baixa renda e pequenos
negócios, permitindo-lhes acessar
serviços financeiros básicos.

Empoderamento Econômico: Desenvolvimento Econômico:


As microfinanças buscam As microfinanças visam contribuir
empoderar os beneficiários, para o desenvolvimento econômico
capacitando-os financeiramente ao fornecer capital de giro para
para melhorar suas condições de pequenos empreendimentos,
vida e promovendo a autonomia estimulando o crescimento de
econômica. negócios locais.
Combate à Pobreza:
Ao oferecer serviços financeiros a
populações economicamente
vulneráveis, as microfinanças têm como
objetivo contribuir para a redução da
pobreza, possibilitando que as pessoas
invistam em suas atividades produtivas.

Hora da História

O Banco do Nordeste do Brasil lançou o programa CREDIAMIGO em 1997, visando atender a uma
parcela da população excluída do mercado financeiro convencional, especialmente do Sistema de
Crédito. O programa concentra-se em microempreendedores urbanos envolvidos em atividades nos
setores de serviços, comércio e produção, abrangendo tanto o segmento formal quanto o informal.

Os recursos do Programa Crediamigo são obtidos no mercado e destinados aos interessados, com
a particularidade de não impor as exigências tradicionais do Sistema Financeiro. Grupos compostos
por 3 a 5 pessoas, preferencialmente com negócios próximos, são formados para solicitar o crédito
bancário.

Após a análise realizada pelo agente de crédito, os membros do grupo assinam o contrato, momento
em que cada indivíduo torna-se responsável por sua cota individual, além de ser corresponsável
pelos recursos destinados aos demais membros. O prazo máximo de financiamento é de três meses,
e as parcelas são pagas quinzenalmente.

Em apenas dois anos de operação, o programa realizou 176 mil operações de crédito, com um valor
médio de R$ 645,00 por operação, totalizando um montante de R$ 113,9 milhões. Esses dados
evidenciam o Programa CREDIAMIGO do Banco do Nordeste do Brasil como um dos mais relevantes
do país, considerando o público atendido.

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Momento da Questão

ACEP(2010) – As microfinanças têm permitido maior acesso da população de baixa renda ao


mercado financeiro, por intermédio da oferta de serviços e produtos bancários. Em relação à
inserção dessa população no mercado bancário, assinale a alternativa CORRETA

a) Apenas os bancos oficiais estão autorizados a realziar operações de microcrédito destinadas à


população de baixa renda e a microempreendedores.

b) Consideram-se operações de microcrédito aquelas realizadas com pessoas jurídicas até o valor
de até R$ 20.000,00 e de pessoas físicas até R$ 10.000,00.

c) O Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do Banco do Nordeste do Brasil S.A.


(Crediamigo) facilita o acesso ao crédito a milhares de empreendedores que desenvolvem atividades
relacionadas à produção, à comercialização de bens e à prestação de serviços.

d) Não se incluem no âmbito do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, instituído


pela Lei Federal n°. 11.110, de 25 de abril de 2005, as operações de microcrédito concedidas por
cooperativas singulares de crédito.

e) Nas operações de microcrédito, dentre as garantias exigidas, não é permitido o aval solidário em
grupo.

Gabarito: Letra C.

Comentário: A alternativa C é correta porque o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado


do Banco do Nordeste do Brasil (Crediamigo) realmente facilita o acesso ao crédito para milhares de
empreendedores que atuam em atividades relacionadas à produção, à comercialização de bens e à
prestação de serviços. O Crediamigo é uma iniciativa que visa atender microempreendedores,
especialmente aqueles que enfrentam dificuldades de acesso ao crédito no mercado financeiro
tradicional. O programa é conhecido por formar grupos de empreendedores, simplificar o processo
de análise de crédito e oferecer condições mais acessíveis para pequenos financiamentos. Portanto,
a afirmativa está alinhada com a proposta e os objetivos do Crediamigo. Vamos analisar as demais
alternativas:

A. Esta afirmação é incorreta. Não apenas os bancos oficiais estão autorizados a realizar operações
de microcrédito. Existem diversas instituições financeiras, inclusive organizações não governamentais
(ONGs) e cooperativas de crédito, que podem atuar nesse segmento.

B. Esta afirmação é incorreta. O valor mencionado não é uma regra universal para todas as operações
de microcrédito. As condições podem variar de acordo com a política de cada instituição financeira
ou programa de microcrédito.

D. Esta afirmação é incorreta. O Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, instituído


pela Lei Federal n°. 11.110, de 25 de abril de 2005, abrange diversas instituições financeiras, incluindo
cooperativas singulares de crédito.

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E. Esta afirmação é incorreta. O aval solidário em grupo é uma prática comum em programas de
microcrédito, onde os membros do grupo se responsabilizam solidariamente pelos empréstimos
concedidos a cada um de seus integrantes, proporcionando uma garantia coletiva.

SERVIÇOS BANCÁRIOS E FINANCEIROS

Continuaremos os estudos do Banco do Nordeste no Brasil S.A. sobre o Conhecimentos Bancários.

1- Serviços bancários e financeiros. Conta corrente: abertura, manutenção, encerramento,


pagamento, devolução de cheques e cadastro de emitentes de cheques sem fundos
(CCF). Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Fundos de Investimentos.
Caderneta de poupança. Títulos de capitalização. Planos de aposentadoria e de
previdência privados. Seguros. Convênios de arrecadação/pagamentos (concessionárias
de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de clientes). Serviço de
Compensação de Cheque e Outros Papéis. Cobrança. Sistema de Pagamentos Brasileiro
(SPB).

2) Considerações iniciais

As instituições financeiras, conhecidas como bancos, desempenham papéis cruciais no sistema


financeiro e oferecem diversos tipos de serviços. Os produtos bancários fazem parte do nosso
cotidiano e são oferecidos por diversas instituições financeiras. Alguns dos produtos mais comuns
incluem:

Cartões de Crédito e Débito:


Meios de pagamento amplamente utilizados para compras. A escolha entre débito e
crédito muitas vezes gera dúvidas, e entender as diferenças é crucial.

Contas Correntes:
Permitem a movimentação frequente de recursos, pagamentos e recebimentos.
Podem oferecer serviços como talão de cheques e cartões.
Produtos Bancários

Empréstimos e Financiamentos:
Oferecem capital financeiro para os clientes, seja para necessidades imediatas por
meio de empréstimos ou para aquisição de bens através de financiamentos.

Serviços de Assessoria Financeira:


Prestados principalmente por bancos de investimento, auxiliam clientes na gestão e
alocação de recursos financeiros.

Investimentos:
Incluem opções como Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito (LCI
e LCA), entre outros, que proporcionam aos investidores a oportunidade de obter
rendimentos.

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3) Conta corrente

Conforme a Resolução n° 2.025 do BCB, para a abertura de conta é necessária a observância dos
seguintes requisitos:

Art. 1º Para abertura de conta de depósitos é obrigatória a completa identificação do


depositante, mediante preenchimento de ficha-proposta contendo, no mínimo, as seguintes
informações, que deverão ser mantidas atualizadas pela instituição financeira:

I - qualificação do depositante:

a) pessoas físicas: nome completo, filiação, nacionalidade, data e local do nascimento, sexo,
estado civil, nome do cônjuge, se casado, profissão, documento de identificação (tipo,
número, data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas - CPF;

b) pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma e data de constituição,


documentos, contendo as informações referidas na alínea anterior, que qualifiquem e
autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta, número de
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ e atos constitutivos, devidamente
registrados, na forma da lei, na autoridade competente;

II - endereços residencial e comercial completos;

III - número do telefone e código DDD;

IV - fontes de referência consultadas;

V - data da abertura da conta e respectivo número;

VI - assinatura do depositante.

Parágrafo 1º Se a conta de depósitos for titulada por menor ou por pessoa incapaz, além de
sua qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assistir ou o representar.

3.1) Ficha Proposta

Quanto à chamada ficha proposta, assim prevê a referida Resolução:

Art. 2º A ficha-proposta relativa a conta de depósitos à vista deverá conter, ainda, cláusulas
tratando, entre outros, dos seguintes assuntos:

I - saldo exigido para manutenção da conta;

II - condições estipuladas para fornecimento de talonário de cheques;

III - (Revogado pela Resolução nº 2.303, de 25/7/1996.)

IV - obrigatoriedade de comunicação, devidamente formalizada pelo depositante, sobre


qualquer alteração nos dados cadastrais e nos documentos referidos no art. 1º desta
Resolução;

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V - inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF),
nos termos da regulamentação em vigor, no caso de emissão de cheques sem fundos, com a
devolução dos cheques em poder do depositante à instituição financeira;

VI - informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser


destruídos;

VII - procedimentos a serem observados com vistas ao encerramento da conta de depósitos,


respeitado o disposto no art. 12 desta Resolução.

Parágrafo único. (Revogado pela Resolução nº 2.303, de 25/7/1996.)

Art. 3º As informações constantes da ficha-proposta, bem como os elementos de


identificação e localização do proponente, devem ser conferidas à vista de documentação
competente, observada a responsabilidade da instituição pela verificação acerca da exatidão
das informações prestadas.

Parágrafo 1º A execução dos procedimentos de que trata este artigo pode ser atribuída a
correspondentes contratados nos termos da Resolução 2.707, de 30 de março de 2000, e
regulamentação posterior, não desonerando o gerente responsável pela abertura da conta de
depósito e o diretor designado nos termos do art. 15 desta resolução da responsabilidade
pelo cumprimento das disposições previstas na legislação e na regulamentação em vigor.

Parágrafo 2º A instituição deve adequar seus sistemas de controles internos voltados para as
atividades de abertura e acompanhamento de contas de depósitos, implantados nos termos
da Resolução 2.554, de 24 de setembro de 1998, com vistas a prever o monitoramento das
atribuições conferidas na forma do parágrafo 1º, bem como adotar políticas e procedimentos,
incluindo regras rígidas do tipo "conheça seu cliente", que previnam a utilização das
respectivas instituições, intencionalmente ou não, para fins de práticas ilícitas ou fraudulentas.

Parágrafo 3º A prerrogativa de atribuir a execução dos procedimentos pertinentes à abertura


de contas de depósitos a correspondentes, na forma prevista no parágrafo 1º, dependerá da
prévia adequação dos sistemas de controles internos referida no parágrafo 2º.

Parágrafo 4º A instituição deve manter arquivadas, junto à ficha-proposta de abertura da


conta de depósitos, cópias legíveis e em bom estado da documentação referida neste artigo.

Art. 4º As fichas-proposta, bem como as cópias da documentação referida no artigo anterior,


poderão ser microfilmadas, decorrido o prazo mínimo de 5 (cinco) anos, observada a
regulamentação vigente.

Art. 5º É proibida a abertura de conta sob nome abreviado ou de qualquer forma alterado,
inclusive mediante supressão de parte ou partes do nome do depositante.

Art. 6º É vedado o fornecimento de talonário de cheques ao depositante enquanto não


verificadas as informações constantes da ficha-proposta ou quando, a qualquer tempo, forem
constatadas irregularidades nos dados de identificação do depositante ou de seu procurador.

Por fim, ainda dispõe a Resolução do Banco Central que:

Art. 11. A instituição financeira deve manter cartão com autógrafos atualizados do
depositante, podendo a ficha-proposta de conta de depósitos à vista servir para este fim.

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Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das condições exigidas
para a rescisão do contrato de conta de depósitos à vista por iniciativa de qualquer das partes,
devendo ser incluídas na ficha-proposta as seguintes disposições mínimas: (Redação dada
pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)

I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir o contrato;

II - prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão do contrato;

III - devolução, à instituição financeira, das folhas de cheque em poder do correntista, ou de


apresentação de declaração, por esse último, de que as inutilizou;

IV - manutenção de fundos suficientes, por parte do correntista, para o pagamento de


compromissos assumidos com a instituição financeira ou decorrentes de disposições legais;

V - expedição de aviso da instituição financeira ao correntista, admitida a utilização de meio


eletrônico, com a data do efetivo encerramento da conta de depósitos à vista.

Parágrafo 1º A instituição financeira deve manter registro da ocorrência relativa ao


encerramento da conta de depósitos à vista.

Parágrafo 2º O pedido de encerramento de conta de depósitos deve ser acatado mesmo na


hipótese de existência de cheques sustados, revogados ou cancelados por qualquer causa, os
quais, se apresentados dentro do prazo de prescrição, deverão ser devolvidos pelos
respectivos motivos, mesmo após o encerramento da conta, não eximindo o emitente de suas
obrigações legais.

Art. 13. A instituição financeira deverá encerrar conta de depósito em relação à qual verificar
irregularidades nas informações prestadas, julgadas de natureza grave, comunicando o fato,
de imediato, ao Banco Central do Brasil.

Art. 14. As disposições desta resolução se aplicam a contas de depósitos existentes, inclusive
a contas de depósito de que trata a Carta-Circular nº 5, de 27.02.69, no que couber, devendo
a ficha-proposta conter a qualificação e identificação do responsável, no País, pela
movimentação da conta, quando for o caso.

Parágrafo único. Os cadastros relativos às contas referidas neste artigo deverão ser objeto
de verificação e atualização até 31.12.94.

Art. 15. As instituições financeiras deverão designar, expressamente, um diretor que deverá
zelar pelo cumprimento das normas de abertura, manutenção e movimentação das contas de
que trata esta resolução.

Parágrafo único. O nome do diretor designado nos termos deste artigo deverá ser informado
ao Banco Central do Brasil, no prazo máximo de 30 (trinta) dias da data de publicação desta
resolução.

3.2) Depósitos à vista e depósitos a prazo (CDB e RDB)

Depósitos à vista: Os depósitos à vista referem-se aos valores mantidos em contas correntes e
são disponíveis para saque a qualquer momento pelo titular da conta. Esses depósitos não possuem
prazo determinado e geralmente não geram rendimentos significativos. São considerados depósitos
à vista os saldos disponíveis em contas correntes tradicionais.

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Depósitos a prazo (CDB e RDB): Os depósitos a prazo referem-se a valores depositados em
contas que possuem um prazo definido para resgate, e em contrapartida, oferecem uma
remuneração ao depositante. Dois exemplos comuns de depósitos a prazo são o Certificado de
Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Bancário (RDB). Vejamos:

Certificado de Depósito Bancário (CDB):


Recibo de Depósito Bancário (RDB):

O CDB é um título emitido por bancos com o


Similar ao CDB, o RDB é um título de renda fixa
objetivo de captar recursos. O investidor faz um
emitido por instituições financeiras. No entanto,
depósito por um período determinado, e em
ele possui a peculiaridade de ser intransferível e
troca, o banco paga juros sobre o valor investido.
inegociável antes do vencimento. Isso significa
Os CDBs podem ser pré-fixados (taxa de juros
que o investidor que adquire um RDB deve
definida no momento da aplicação) ou pós-
manter o investimento até o prazo estipulado
fixados (atrelados a indicadores como a taxa Selic
para resgatar os recursos.
ou o CDI).

Tanto os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) quanto os Recibos de Depósito Bancário (RDBs)
são produtos financeiros emitidos por bancos e têm características similares, mas a principal
diferença entre eles é a liquidez. Vejamos:

Tipos de Remuneração:
Prazo de Vencimento:

Ambos os produtos podem ser Cobertura pelo FGC:


Tanto os CDBs quanto os RDBs
pré-fixados, pós-fixados ou
têm prazos de vencimento que
atrelados a índices como o Ambos os investimentos são
podem variar de um dia a 24
IPCA (Índice Nacional de cobertos pelo Fundo
meses, oferecendo opções
Preços ao Consumidor Amplo). Garantidor de Crédito (FGC)
para diferentes perfis de
Essa variedade permite que os em até R$250 mil por CPF e
investidores.
investidores escolham o tipo por instituição financeira. Isso
de rentabilidade que desejam. proporciona uma garantia
adicional aos investidores em
caso de problemas financeiros
na instituição emissora.

A Diferença principal está na liquidez, vejamos:

Liquidez dos CDBs: Os CDBs geralmente possuem liquidez diária, o que significa que o
investidor pode resgatar seus recursos a qualquer momento antes do vencimento. Além disso,
alguns CDBs podem ser negociados no mercado secundário, permitindo a venda antes do
vencimento.

Liquidez dos RDBs: Os RDBs, por outro lado, têm uma característica de liquidez restrita. Eles
geralmente só podem ser resgatados no vencimento do prazo estipulado no momento da aplicação.
Não possuem a mesma flexibilidade de resgate diário que alguns CDBs oferecem.

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3.3) Cartões de Crédito e Débito

Os cartões são categorizados em débito e crédito, cada um com suas características:

Cartão de Débito: Atrelado à conta corrente, permite pagamentos à vista. O valor da transação
é imediatamente debitado da conta do usuário.

Cartão de Crédito: Oferece uma linha de crédito ao usuário. As compras feitas no cartão são
acumuladas e faturadas mensalmente. É possível pagar o valor total ou optar pelo pagamento
mínimo.

Existem dois tipos de cartão de crédito:

Cartão básico: utilizado exclusivamente para fins de pagamento de compras/serviços, por ser um
cartão mais simples, possui menor tarifa de anuidade em relação aos demais.

Cartão diferenciado: permite um tratamento diferenciado dos clientes, com a oferta de serviços
não existentes no básico, como por exemplo, os serviços de benefícios ou recompensas.

Os cartões de crédito, sejam básicos ou diferenciados, podem envolver diversas taxas que os usuários
devem estar cientes. Vejamos as principais taxas associadas aos cartões de crédito:

Anuidade:
Valor cobrado anualmente dos titulares de cartões. Pode ser pago de
forma parcelada ou integral.

Emissão de Segunda Via do Cartão:


Aplicada em casos de perda, roubo ou danos causados pelo
usuário ao cartão. A emissão da segunda via não deve ser cobrada
em situações de erro do banco ou quando o cartão está vencido.

Taxas para Pagamentos de Contas: Alguns cartões permitem o


pagamento de contas utilizando o limite de crédito, sujeito a taxas
pela instituição financeira.

Avaliação Emergencial de Crédito: Serviço que pode ser


contratado pelo cliente. Permite que, se o limite do cartão for
excedido durante uma compra, o banco faça uma análise
emergencial de crédito para decidir se libera um "limite extra".

Saque com o Cartão de Crédito:


Alguns cartões oferecem a opção de sacar dinheiro usando um
limite específico. No entanto, essa transação está sujeita a tarifas.

Importante!

Ao pagar apenas o valor mínimo ou qualquer quantia inferior ao total da fatura, os usuários podem
entrar no crédito rotativo, levando a cobranças adicionais de juros e custos financeiros no próximo
mês.

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O crédito rotativo fica disponível até o vencimento da próxima fatura, que geralmente ocorre em um
prazo de 30 dias.

Após o vencimento da próxima fatura, a instituição financeira é obrigada a oferecer ao cliente a


opção de parcelamento da dívida. As condições do parcelamento geralmente são mais vantajosas
em termos de taxas de juros e custos financeiros em comparação com a utilização contínua do
crédito rotativo.

4) Crédito Direto ao Consumidor

O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) trata-se de modalidade de crédito destinado a consumidores,


seja pessoa física ou pessoa jurídica, com o objetivo de aquisição de bens e serviços, com pagamento
parcelado.

Há cobrança de juros e IOF.

Cartões de crédito também


concedem.

A garantia, geralmente, é
o próprio bem - alienação
fiduciária.

CDC Destinado a consumidores

Aquisição de bens e serviços

CDC-i: empresa vendedora


é a interveniente da operação.

5) Crédito Rural

O Crédito Rural refere-se a modalidade de crédito concedida por instituições integrantes do


chamado Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).

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A Lei nº 4829/65, assim define o crédito rural:

Art. 2º Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas
e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para
aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação em
vigor.

A referida lei também trata das modalidades de crédito rural, assim dispondo:

Art. 8º O crédito rural restringe-se ao campo específico do financiamento das atividades rurais
e adotará, basicamente, as modalidades de operações indicadas nesta Lei, para suprir as
necessidades financeiras do custeio e da comercialização da produção própria, como também
as de capital para investimentos e industrialização de produtos agropecuários, quando
efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural.

Art. 9º Para os efeitos desta Lei, os financiamentos rurais caracterizam-se, segundo a


finalidade, como de:

I - custeio, quando destinados a cobrir despesas normais de um ou mais períodos de produção


agrícola ou pecuária;

II - investimento, quando se destinarem a inversões em bens e serviços cujos desfrutes se


realizem no curso de vários períodos;

III - comercialização, quando destinados, isoladamente, ou como extensão do custeio, a cobrir


despesas próprias da fase sucessiva à coleta da produção, sua estocagem, transporte ou à
monetização de títulos oriundos da venda pelos produtores;

IV - industrialização de produtos agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo


produtor na sua propriedade rural.

Art. 10. As operações de crédito rural subordinam-se às seguintes exigências essenciais:

I - idoneidade do proponente;

Il - apresentação de orçamento de aplicação nas atividades específicas;

III - fiscalização pelo financiador.

Art. 11. Constituem modalidade de operações:

I - Crédito Rural Corrente a produtores rurais de capacidade técnica e substância econômica


reconhecidas;

II - Crédito Rural Orientado, como forma de crédito tecnificado, com assistência técnica
prestada pelo financiador, diretamente ou através de entidade especializada em extensão
rural, com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do
produtor e sua família;

III - Crédito às cooperativas de produtores rurais, como antecipação de recursos para


funcionamento e aparelhamento, inclusive para integralização de cotas-partes de capital
social, destinado a programas de investimento e outras finalidades, prestação de serviços aos
cooperados, bem como para financiar estes, nas mesmas condições estabelecidas para as
operações diretas de crédito rural, os trabalhos de custeio, coleta, transportes, estocagem e a

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comercialização da produção respectiva e os gastos com melhoramento de suas
propriedades.

IV - Crédito para Comercialização com o fim de garantir aos produtores agrícolas preços
remuneradores para a colocação de suas safras e industrialização de produtos agropecuários,
quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural;

V - Crédito aos programas de colonização e reforma agrária, para financiar projetos de


colonização e reforma agrária como as definidas na Lei número 4.5)04, de 30 de novembro de
1964.

Art. 12. As operações de crédito rural que forem realizadas pelo Instituto Brasileiro de
Reforma Agrária, pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico, diretamente ou através de convênios, obedecerão às
modalidades do crédito orientado, aplicadas às finalidades previstas na Lei nº 4.5)04, de 30 de
novembro de 1964.

Art. 13. As entidades financiadoras participantes do sistema de crédito rural poderão designar
representantes para acompanhar a execução de convênios relativos à aplicação de recursos
por intermédio de órgãos intervenientes.

§ 1º Em caso de crédito a cooperativas, poderão os representantes mencionados neste artigo


prestar assistência técnica e administrativa, como também orientar e fiscalizar a aplicação dos
recursos.

§ 2º Quando se tratar de cooperativa integral de reforma agrária, aplicar-se-á o disposto no §


2º do art. 79 da Lei nº 4.5)04, de 30 de novembro de 1964.

Art. 14. Os termos, prazos, juros e demais condições das operações de crédito rural, sob
quaisquer de suas modalidades, serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional,
observadas as disposições legais específicas, não expressamente revogadas pela presente Lei,
inclusive o favorecimento previsto no art. 4º, inciso IX, da Lei nº 4.5)95, de 31 de dezembro de
1964, ficando revogado o art. 4º do Decreto-lei nº 2.6)11, de 20 de setembro de 1940.

Segundo a Lei n. 4.829 de 5 de novembro de 1965, o crédito rural é o suprimento de recursos


financeiros por entidades públicas e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou
suas cooperativas. Esses recursos são destinados exclusivamente a atividades que se enquadrem nos
objetivos estabelecidos na legislação. Vejamos as entidades elegíveis:

pessoas físicas ou
jurídicas envolvidas em
cooperativas de atividades relacionadas
Produtores rurais
produtores rurais à agricultura, como
pesquisa ou produção
de mudas.

Vejamos as modalidades do Crédito Rural:

Crédito de Custeio: Destinado a cobrir despesas regulares da produção agrícola ou pecuária,


como aquisição de insumos para um ciclo produtivo específico.

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Crédito de Investimento: Voltado para financiar aquisições de bens ou serviços que
proporcionem benefícios ao longo de vários períodos de produção, como a compra de
equipamentos.

Crédito de Comercialização: Visa fornecer recursos para a comercialização de produtos no


mercado, cobrindo despesas pós-produção, como armazenamento e transporte.

Crédito de Industrialização: Destinado à transformação de produtos agropecuários por


cooperativas ou produtores em processos industriais.

Fontes de Financiamento para o Crédito Rural:

Recursos
Próprios de
Poupança Instituições
Letras de Recursos do Financeiras:
Depósitos à Rural: Similar
Crédito do BNDES e
vista: Parte à poupança Bancos
Agronegócio Fundos
dos depósitos tradicional, podem alocar
(LCA): Constitucionais:
à vista alocada no recursos
Recursos Fundos públicos
captados crédito rural próprios no
obtidos direcionados ao
pelos bancos por financiamento
através das financiamento
é direcionada cooperativas do crédito
LCAs do crédito rural,
ao crédito de crédito rural, com
financiam o subsidiados pelo
rural. rural e outras autorização
agronegócio. governo.
instituições. do Banco
Central do
Brasil.

6) Poupança

A poupança é uma reserva financeira, guardada para uma finalidade futura, com rentabilidade
definida por lei e que varia de acordo com a taxa Selic. Com relação ao seu rendimento, este é
creditado de acordo com a data-base, também chamada de “aniversário”. Essa data refere-se ao dia
em que foi feito o depósito ou transferência. O valor do rendimento, então, é creditado na mesma
data ou no dia útil subsequente. Isso ocorre a cada mês, para pessoa física, ou três meses, para
pessoa jurídica.

7) Capitalização

Um título de capitalização é um produto financeiro que envolve a acumulação de dinheiro ao longo


do tempo, devolvendo parte desse montante ao contratante após um prazo preestabelecido.
Vejamos algumas características fundamentais desses títulos:

Composição dos Pagamentos: Um percentual dos valores pagos pelo adquirente, chamado de
subscritor, é destinado à construção de um montante que será restituído a ele após um prazo
determinado.

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Outra parcela do valor pago é utilizada para cobrir despesas administrativas da entidade que
disponibiliza os títulos, além de financiar os sorteios de prêmios previstos no produto.

Divisão dos Pagamentos em 3 Cotas:

Cota de
Capitalização: Cota de
Fração que constitui o Carregamento:
Cota de Sorteio:
montante a ser Parcela destinada a
Destinada a financiar
devolvido ao compensar as
as despesas
subscritor, ajustado despesas
relacionadas aos
monetariamente e administrativas da
sorteios de prêmios.
acrescido de uma entidade que
rentabilidade disponibiliza os títulos.
específica.

Possibilidade de Receber Valor Menor: Devido à divisão dos pagamentos e à aplicação de


atualização monetária e taxa de juros exclusivamente na cota de capitalização, o subscritor pode
receber uma quantia menor do que aquela investida.

Importante!

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) estabelece as diretrizes para o mercado de títulos
de capitalização.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), vinculada ao Ministério da Economia, é


responsável pela regulação e supervisão dos setores de Seguros, Resseguros, Previdência
Complementar Aberta e Capitalização no Brasil.

Tome nota!

É permitido adquirir um título de capitalização em nome de outra pessoa, indicando o beneficiário


como titular. Nesse caso, o beneficiário terá o direito de realizar o resgate do valor e participar dos
sorteios.

A rentabilidade dos títulos de capitalização é detalhada nas Condições Gerais de cada título. Por
determinação legal, o rendimento desses títulos deve ser no mínimo equivalente a 20% da taxa de
juros da poupança acrescido da TR (Taxa Referencial). Os prazos de vigência variam conforme a
modalidade do título de capitalização.

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8) Previdência

Previdência é uma espécie de reserva financeira que se faz no presente focando no futuro. Assim,
possui como objetivo ter um dinheiro acumulado para utilização quando o trabalhador se aposentar,
ou mesmo em caso de perda da capacidade laborativa.

Segundo dispõe o próprio site oficial do governo brasileiro, o Sistema Previdenciário Brasileiro é
composto por três regimes:

O Regime Geral de Previdência Social (RGPS/INSS): é um regime público administrado pelo


Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que engloba os trabalhadores da iniciativa privada e
servidores não filiados a regimes próprios;

O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): como o nome diz, é um regime público
específico para servidores públicos concursados, titulares de cargo efetivo; e

O Regime de Previdência Complementar (RPC): que é um regime privado, complementar à


previdência pública e de contribuição facultativa, com a finalidade de suprir a necessidade de renda
adicional na aposentadoria.

Vamos explorar os tipos de tipos de previdência:

Previdência Social (INSS): É um sistema público, obrigatório e contributivo. Custeado por


contribuições dos trabalhadores, empregadores e demais segurados. Oferece aposentadorias por
idade, tempo de contribuição, aposentadoria especial, pensão por morte, entre outros.

Abrange trabalhadores com carteira assinada, autônomos, segurados especiais, contribuintes


individuais, entre outros.

Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): É um sistema de previdência estabelecido no


âmbito de cada ente federativo (União, Estados, Municípios). Custeado por contribuições dos
servidores e dos entes federativos. Garante, no mínimo, os benefícios de aposentadoria e pensão
por morte previstos na Constituição Federal. Gerido pelo próprio ente federativo ou por institutos
específicos.

Destinado aos servidores públicos titulares de cargo efetivo.

Previdência Complementar Aberta: É um sistema complementar e facultativo de seguro, de


natureza contratual. Custeado por contribuições individuais. Oferece benefícios como aposentadoria,
pensão por morte, entre outros, conforme contrato. Administrado por entidades abertas com fins
lucrativos, como bancos e seguradoras.

Destinado a qualquer pessoa interessada.

Previdência Complementar Fechada (Fundos de Pensão): É um sistema complementar e


facultativo, geralmente vinculado a uma empresa, associação ou órgão público. Custeado por
contribuições dos participantes e, em alguns casos, pela entidade patrocinadora. Oferece benefícios
previdenciários conforme regulamento, como aposentadoria, pensão por morte, entre outros.

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Administrado por conselhos com representantes dos participantes, da empresa patrocinadora e
profissionais financeiros.

Abrange associados, funcionários ou membros vinculados à entidade patrocinadora.

Previdência Privada (Individual ou Corporativa): É um sistema de seguro contratado para


garantir uma renda ao comprador ou seu beneficiário. Custeado por contribuições individuais
(individual) ou pela empresa e/ou funcionários (corporativa). Oferece benefícios previdenciários,
como aposentadoria, pensão por morte, de acordo com o contrato. Administrado por entidades
abertas com fins lucrativos (bancos e seguradoras) ou fechadas, conforme o caso.

Abrange qualquer pessoa interessada (individual) ou grupos específicos (corporativa).

9) Consórcio

Segundo definição dada pelo Banco Central do Brasil,

Consórcio é a reunião de pessoas naturais ou jurídicas em grupo, promovida por


administradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, por meio de
autofinanciamento, a aquisição de bens e serviços. O grupo de consórcio tem prazo de
duração e número de cotas previamente determinados.

O Consórcio pode ser utilizado para os mais diversos bens e serviços como veículos, imóveis, móveis,
agropecuária etc.

Em regra, o consórcio possui as seguintes etapas:

1 - Simulação

2 - Contratação

Etapas do Consórcio 3 - Assembleia: contemplação das cotas por meio de sorteio


ou lance, ocorrendo geralmente de forma mensal.

4 - Oferta de Lance

5 - Contemplação: momento em que o crédito é


disponibilizado

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10) Investimentos

Investimento, a grosso modo, pode ser conceituado como a aplicação de determinado capital com
a expectativa de retorno futuro.

O investimento pode ser classificado em

Produtivo: trata-se de investimento no qual há a aplicação de recursos na produção de


determinado bem ou serviço para comercialização;

Financeiro: trata-se de investimento voltado para a aplicação de recursos em ativos do mercado


financeiro e de capitais. Pode ser subdividida em:

(i) Renda fixa: investidor possui informações já no momento da aplicação acerca do


rendimento ou mesmo o índice que será utilizado para avaliar a rentabilidade do seu
investimento, além do prazo. Trata-se assim de investimento mais seguro, tendo em vista sua
maior previsibilidade.

(ii) Renda variável: não há informações prévias acerca do rendimento, dependendo de


elementos futuros.

11) Seguros

Inicialmente vamos trabalhar alguns conceitos e explicações acerca do seguro que você deve ter em
mente para a sua prova:

Prêmio: valor que é pago pelo segurado (cliente) à seguradora nos contratos de seguros.

Apólice: documento emitido pela seguradora, que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo
cliente.

Sinistro: é a ocorrência de um risco coberto, durante o prazo de vigência do seguro.

Indenização: o valor pago pela seguradora ao cliente, para cobrir os prejuízos causados pelo sinistro.

Franquia: é a quantia fixa expressa na apólice, a qual o segurado deve pagar para acionar o seguro
em caso de sinistro. É, na prática, um valor que a seguradora deixa de pagar.

Além disso, tenha sempre em mente que os seguros podem ser para proteção de risco às pessoas
ou de bens. Ademais, necessita que sejam riscos predeterminados, ou seja, os riscos que a
seguradora assume e que são fixados na apólice.

No Brasil, os seguros são normatizados pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e
fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Por fim, importante salientar que o contrato de seguro possui expressa previsão no Código Civil,
sendo importante para a sua prova ter o conhecimento das disposições gerais, vejamos:

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Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio,
a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos
predeterminados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade
para tal fim legalmente autorizada.

Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro,
e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.

Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração dos
elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco.

Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e


mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o
prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário.

Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador.

Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice indicará o segurador que
administrará o contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos.

Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado,
do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.

Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do
prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.

Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do
qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.

Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do


contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das
circunstâncias e declarações a ele concernentes.

Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o
direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.

Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do


segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro,
a diferença do prêmio.

Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segurado quaisquer
defesas que tenha contra o estipulante, por descumprimento das normas de conclusão do
contrato, ou de pagamento do prêmio.

Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto
do contrato.

Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente
suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à
garantia, se provar que silenciou de má-fé.

§ 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da
agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão
de resolver o contrato.

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§ 2º A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo
segurador a diferença do prêmio.

Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não
acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for considerável, o
segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato.

Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o sinistro ao
segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-lhe as
consequências.

Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas
de salvamento consequente ao sinistro.

Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atualização monetária da


indenização devida segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos
juros moratórios.

Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o
segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio
estipulado.

Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa cláusula
contratual, não poderá operar mais de uma vez.

Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos
os atos relativos aos contratos que agenciarem.

Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido,
salvo se convencionada a reposição da coisa.

Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos seguros regidos por
leis próprias.

12) Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é descrito como o conjunto de entidades e sistemas que
facilitam as transferências de recursos no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Essencialmente, o SPB
constitui a infraestrutura que possibilita a liquidação e a custódia de recursos no Brasil. Dentro desse
sistema, as entidades responsáveis por operar as infraestruturas do mercado financeiro recebem o
nome de Instituições Operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF).

Além das IMF, que gerenciam os sistemas que compõem o SPB, também integram esse sistema as
instituições financeiras, as instituições de pagamento e os arranjos de pagamento. Dada a
complexidade e a importância desse sistema para a sociedade, qualquer falha, mesmo que parcial,
pode acarretar consequências significativas.

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Sistema Financeiro Sistema de Pagamento
Nacional (SFN) Brasileiros (SBP)
Pagamentos,
Moeda, Crédito, Capitais Arranjos de pagamentos
transferências
e Câmbio; (AP);
interbancárias, execução
Seguros Privados; da política monetária... Infraestruturas de
Mercado Financeiros
Previdência Fechada. (IMF).

O SPB passou por grandes transformações, primeiro em 2002 com a criação do Sistema de
Transferência de Reservas (STR) e depois em 2013 com o surgimento das instituições de pagamentos
e dos arranjos de pagamentos.

Na reforma de 2002, liderada por Ornelas, destacam-se avanços como:

Monitoramento em tempo real do saldo das contas Reservas Bancárias e Conta de Liquidação,
impedindo qualquer saldo devedor a qualquer momento.

Oferta de empréstimo ponte diário sem cobrança de juros (redesconto intradia), com o Banco
Central comprando títulos públicos federais dos bancos, que precisavam recomprá-los no mesmo
dia, com resultados financeiros registrados em tempo real nas contas Reservas Bancárias.

Sistema Selic realizando liquidação de operações com títulos públicos federais em tempo real.

Implantação de sistema para processar ordens de transferência eletrônica de fundos entre


bancos, oferecendo uma alternativa segura aos cheques e DOC para pagamentos de grande valor
(TED).

Criação de uma rede de telecomunicações dedicada exclusivamente ao sistema financeiro,


operada sob rigorosos padrões de segurança e confiabilidade definidos pelo Banco Central.

Assunção do risco privado pelo setor, com regras mais rígidas para as câmaras de compensação
privadas, que passaram a adotar mecanismos eficazes de gerenciamento de riscos, como estabelecer
limites para os bancos com base em garantias prévias.

Além disso, houve a adoção de um mecanismo que incentivava os bancos a oferecerem novos
produtos à clientela, promovendo a migração de pagamentos de valor superior a R$ 5 mil, antes
realizados por cheques e DOC, para instrumentos de pagamento eletrônicos bem estruturados,
como o TED.

Atualmente, o SPB é composto pelo:

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Tesouro Nacional

Banco Central do Brasil

Sistema de
Pagamentos Brasileiro
demais Instituições
(SPB)
Operadoras de
Infraestruturas do
Mercado Financeiro
(IMFs)

instituições e arranjos
de pagamentos

O SPB desempenha um papel fundamental em nossas transações cotidianas, facilitando operações


como transferências e pagamentos de boletos. Imagine uma transferência simples: ela passa por
diversas entidades antes de se concretizar.

Ex.: até 2018, cada banco tinha seu limite para pagamentos de boletos em dinheiro. No entanto,
o Conselho Monetário Nacional (CMN) reorganizou essa dinâmica em 2018, estabelecendo que
boletos acima de R$10 mil não poderiam mais ser pagos em espécie.

Além disso, os bancos foram obrigados a comunicar entre si quando houvesse o pagamento em
dinheiro de boletos emitidos por outros bancos. A partir de 2019, os bancos não podiam recusar a
liquidação de boletos abaixo de R$10 mil. Essas medidas simplificaram as operações de pagamento,
tornando-as mais seguras e eficientes para os consumidores, evitando situações desagradáveis de
filas longas para descobrir que o pagamento não seria possível.

Nesse contexto, o Banco Central do Brasil desempenha um papel crucial no zelo pelo bom
funcionamento do sistema. Ele exerce vigilância contínua sobre as IMF e participa ativamente no
processo, garantindo a estabilidade e eficiência do SPB. O texto destaca a sensibilidade do assunto
e enfatiza a responsabilidade do Banco Central em assegurar a integridade e o adequado
desempenho desse componente vital para a economia.

12.1) Sistemas de transferência de fundos e Instrumentos de pagamento

Para compreender o funcionamento dos componentes do sistema de transferências de fundos, é


importante conhecer os instrumentos utilizados para realizar essas transferências, também
chamados de meios de pagamento. Vejamos alguns desses instrumentos:

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Cheque: Um documento impresso que consiste em uma ordem de pagamento ao banco emitida pelo
titular da conta em favor de um beneficiário. Legalmente, é considerado um título de crédito à vista.

Boleto: Também conhecido como "bloqueto", é um registro de dívidas em cobrança decorrentes de


transações comerciais ou financeiras.

TED (Transferência Eletrônica Disponível): Similar ao DOC, mas sem valor máximo desde 2016. A TED não
possui valor mínimo, e a liquidação ocorre de forma diferente do DOC.

DOC (Documento de Ordem de Crédito): Uma ordem de transferência interbancária de fundos, utilizada
para montantes inferiores a R$5.000. A liquidação dos DOCs ocorre no dia útil seguinte à ordem.

Pix: Destaque merecido, o Pix é um método moderno de transferência instantânea que permite
transações em tempo real, sendo um dos mais recentes e eficientes instrumentos de pagamento.

Cartão: Instrumento utilizado para realizar pagamentos, disponível nas modalidades crédito, débito e pré-
pago.

Importante!

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que o meio de pagamento DOC terá suas
funções de emissão e agendamento disponíveis somente até as 22h de 15 de janeiro, sendo
descontinuado posteriormente. Importante ressaltar que a última data para agendamento de DOC
é 29 de fevereiro, quando o sistema será encerrado definitivamente. Os bancos terão até essa data
para processar os agendamentos enviados pelos clientes.

Juntamente com o DOC, também serão descontinuadas as operações de Transferência Especial de


Crédito (TEC). Essa modalidade, originalmente criada por empresas para o pagamento de benefícios
a funcionários, perdeu relevância com a adoção de meios de pagamento instantâneos, como o Pix.
O encerramento dessas operações reflete a evolução do sistema financeiro e a preferência por
métodos mais ágeis e eficientes.

Tome nota!

Importantes prazos foram estabelecidos em relação aos serviços de Documento de Ordem de


Crédito (DOC) e Transferência Especial de Crédito (TEC):

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15/01/2024, às 22 h 29/02/2024
• Prazo limite para envio • Data limite para o
Também é o prazo final
ou agendamentos de processamento dos
para o fechamento pelos
DOC e TEC, com data agendamentos
bancos dos sistemas de
de até 29/02/2024. enviados pelos clientes
recebimento e
• A partir disso, os bancos pelas instituições
processamento do
deixarão de ofertar os financeiras.
DOC/TEC.
serviços de DOC e TEC
aos clientes.

A partir desta data, esses serviços serão definitivamente encerrados.

12.1.1) Sistemas de Liquidação de Obrigações Interbancárias

Os sistemas de liquidação de obrigações interbancárias desempenham um papel crucial no


funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Vamos explorar alguns conceitos e
características desses sistemas:

Moeda de Liquidação: Tipos de Liquidação:

• Reservas Bancárias: • Moeda de Banco Comercial:


• Os bancos comerciais e outras A liquidação ocorre diretamente
instituições financeiras mantêm na conta de reservas bancárias
contas no Banco Central apenas quando necessário.
denominadas reservas Risco de não ser honrado pelo
bancárias. banco, gerando disputas
• Liquidações entre bancos judiciais sobre os recursos.
ocorrem transferindo dinheiro
dessas contas, seja em "moeda • Moeda de Banco Central:
de banco comercial" ou "moeda A liquidação é feita após
de banco central". transitar nas contas de reservas
bancárias.
Garante maior segurança, pois
as transferências são
irrevogáveis e não permite
lançamentos a descoberto.

Um sistema de liquidação de obrigações interbancárias é composto por:

Regulamento: Define o tipo de obrigação que pode ser liquidada, participantes, horários de
liquidação, situações de inadimplência, etc.

Instituição de Liquidação: Determina a moeda de liquidação (banco comercial ou banco


central).

Participantes: Indica quem pode participar do sistema.

Tipo e Horário de Liquidação: Pode ser bruta, líquida ou híbrida, com horários específicos
para as liquidações.

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Situações de Inadimplência: Estabelece critérios para configuração de inadimplência.

Tecnologia da Informação: Compreende os recursos tecnológicos, incluindo rede de


comunicação, hardware e software.

Logística de Transporte: Necessária em sistemas que envolvem transporte de valores ou


ativos.

Tipos de Sistemas:

Liquidação Diferida Líquida


Liquidação Bruta em
(LDL):
Tempo Real (LBTR): Híbrido:

Operações são compensadas


Cada liquidação é feita em Combina características de
ao longo do tempo e
tempo real, sem acumulação. LDL e LBTR, com alguma
liquidadas pelo saldo final.
Menor risco de liquidação, compensação contínua ao
Maior risco de liquidação, longo do dia.
mas exige alta liquidez e
pois uma falha afeta um
recursos centralizados.
conjunto maior de ordens.

Ex.: Liquidação Diferida Líquida (LDL):

Imagine que, ao longo de um dia, o Banco A e o Banco B realizam diversas transações entre si. Ao
final do dia, todas essas operações são somadas e compensadas, e a liquidação ocorre pelo saldo
final entre os dois bancos. Se uma instituição falhar no pagamento, o risco de liquidação afeta todas
as transações acumuladas.

Ex.: Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR):

No sistema LBTR, cada transação entre o Banco A e o Banco B é liquidada em tempo real. Se o Banco
A transferir R$20.000 para o Banco B, esse valor é imediatamente debitado da conta de reservas
bancárias do Banco A e creditado na conta do Banco B. Isso ocorre individualmente para cada
transação.

Ex.: Sistema Híbrido:

Um sistema híbrido pode envolver alguma compensação contínua ao longo do dia, mas sem esperar
até o final do dia para compensar todas as operações. Pode combinar características de LDL e LBTR
para equilibrar eficiência e risco de liquidação. Por exemplo, as transações podem ser acumuladas
ao longo do dia, mas compensadas e liquidadas mais frequentemente do que em um sistema
puramente LDL.

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12.1.2) Sistema de transferência de reservas

O Sistema de Transferência de Reservas (STR) é um componente crucial do Sistema de Pagamentos


Brasileiro (SPB), instituído em 2002 pela Circular nº 3.100/2002. Ele desempenha um papel
fundamental nas liquidações finais de todas as obrigações financeiras no Brasil, sendo considerado
o núcleo do SPB.

O STR opera como um sistema de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), processando transações
individualmente no momento em que são enviadas. Todas as operações, incluindo aquelas
relacionadas a câmbio, títulos e valores mobiliários, são liquidadas no STR. O processamento ocorre
por meio de lançamentos nas contas que os participantes mantêm no Banco Central, que é
conhecido como o "banco dos bancos". Existem dois tipos de contas no STR:

Conta de Reservas Bancárias: Conta de Liquidação:

Obrigatória para bancos comerciais, bancos Obrigatória para câmaras prestadoras de


múltiplos com carteira comercial e Caixa serviço de compensação e liquidação
Econômica Federal. sistemicamente importantes.

Facultativa para bancos de investimento, Opcional para outras instituições não


bancos de câmbio, bancos de sistemicamente importantes, bem como
desenvolvimento e bancos múltiplos sem instituições de pagamento e outras
carteira comercial. autorizadas pelo Banco Central.

Tome nota!

No STR, são processadas transações como TED, DOC, cheque e boleto, desde que ultrapassem o
Valor de Referência para Liquidação Bilateral (VRLB), específico para cada tipo de instrumento.
Valores inferiores ao VRLB são processados em outros sistemas, com liquidação diferida líquida ou
híbrida.

Importante!

As transferências de fundos no STR são irrevogáveis, ou seja, não é possível cancelar uma operação.
Para reverter uma transação, é necessário realizar outra no sentido contrário. Além disso, o sistema
é estruturado de forma a não permitir lançamentos a descoberto, garantindo assim a solidez e a
integridade do sistema.

13) Cheque

O cheque é mais do que um simples pedaço de papel; é uma ordem de pagamento à vista, emitida
pelo titular de uma conta corrente. Vamos desvendar alguns detalhes importantes sobre esse meio
de pagamento.

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O cheque envolve quatro partes principais:

Beneficiário Depositário:
(Favorecido): O banco para o qual o
Emitente
A pessoa para Sacado: dinheiro deve ser
(Sacador):
quem o cheque é O banco onde depositado.
O titular da
destinado. Quando o emitente tem Se o cheque não contém o
conta que
o nome está a conta de nome do beneficiário, ele se
emite o
preenchido, origem. torna ao portador, podendo
cheque.
chama-se cheque ser depositado por quem o
nominal. apresentar ao banco.

Vejamos os riscos e modalidades de cheque:

Cheque Cruzado: Duas linhas paralelas impedem o saque direto no caixa, permitindo apenas o
depósito.

Cheque Administrativo: Emitido pelo próprio banco, minimizando o risco de crédito, pois o
valor sai da conta do banco.

Cheque Especial: Limite disponibilizado para compensação de cheques, mesmo sem saldo
suficiente na conta, sujeito a juros.

Endosso: Transferir o direito de receber. Pode ser em preto (com indicativo do novo beneficiário)
ou em branco (sem indicar novo beneficiário).

Data de Compensação: O cheque é à vista, mas o hábito de pré-datá-lo é apenas um costume.


O beneficiário não é obrigado a esperar a data indicada.

A compensação de cheques entre diferentes bancos ocorre por meio da Compe (Centralizadora
de Compensação de Cheques), um sistema regulado pelo Banco Central do Brasil e operado pelo
Banco do Brasil.

O Banco Central do Brasil (BCB) estabelece critérios para a participação na Centralizadora de


Compensação de Cheques (Compe). Esses critérios são fundamentais para garantir a eficiência e a
segurança nas operações financeiras. Vamos entender quem são os participantes obrigatórios e
facultativos da Compe:

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Participantes Obrigatórios: Instituições que são titulares de conta
Reservas Bancárias ou de Conta de Liquidação, nas quais são
mantidas contas de depósito movimentáveis por cheque, são
classificadas como participantes obrigatórios. Isso inclui bancos
com carteira comercial, sejam eles múltiplos ou não, e a Caixa
Econômica Federal. A obrigatoriedade decorre da necessidade de
assegurar a presença das instituições que desempenham um papel
central no Sistema Financeiro Nacional.

Participantes Facultativos: Por outro lado, as demais


instituições financeiras não bancárias titulares de Conta de
Liquidação são consideradas participantes facultativos.
Essa categoria abrange outras entidades financeiras que,
embora não sejam obrigadas, têm a opção de participar
da Compe para otimizar as transações envolvendo
cheques.

13.1) CCF: Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundo

O Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos (CCF) é um registro mantido pelo Banco do Brasil,
operado de acordo com as normas estabelecidas pelo Banco Central. Funciona como uma espécie
de "Serasa ou SPC" específico para cheques, registrando clientes que emitem cheques sem fundo.

A inclusão no CCF ocorre em situações específicas:

Pela terceira vez


O cheque é devolvido consecutiva, o cliente
pela segunda vez por A conta está encerrada na
emite um cheque de
falta de fundos (motivo data da compensação
valor inferior a R$3,40
12). (motivo 13).
sem saldo em conta para
honrar (motivo 14).

Tome nota!

Se o cheque for devolvido por outro motivo que não os mencionados acima, o nome do cliente não
é registrado no CCF. No entanto, o beneficiário do cheque pode adotar outras medidas para
assegurar o recebimento do valor, mesmo sem a inclusão no CCF.

Importante!

Para remover o nome do CCF, o cliente deve comprovar ao banco responsável pela inclusão que
efetuou o pagamento do cheque. A comprovação pode ser realizada de três maneiras:

Entregando o próprio cheque devolvido.

Apresentando extrato da conta que demonstre o débito referente ao cheque.

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Entregando uma declaração autenticada pelo beneficiário, atestando que o devedor quitou o
débito, acompanhada de uma cópia do cheque e das certidões negativas dos cartórios de protesto
relacionadas ao cheque emitido.

O banco deve fornecer um recibo para o pedido de exclusão, podendo cobrar uma tarifa pelo
serviço de remoção do nome do CCF. Este processo visa garantir a integridade do sistema de
compensação de cheques e proporcionar mecanismos para que os devedores possam regularizar
sua situação.

13.2) Processo de Compensação de Cheques e Títulos (Boletos)

Nos dias atuais, o processo de compensação de cheques e títulos (boletos) passou por uma
significativa evolução, principalmente devido à informatização. Vamos abordar como funcionam
esses processos hoje em dia, destacando as mudanças em relação ao passado.

Compensação de Cheques:

Central de Compensação:
Depósito:
A Central de Compensação unifica o
Ao realizar um depósito em cheque, seja na movimento de todas as agências, formando
boca do caixa, caixa eletrônico (ATM) ou um arquivo que é transmitido ao Banco do
através de Internet Banking, os dados do Brasil, que atua como o executante da
cheque, incluindo a imagem, são coletados e compensação.
digitalizados.

Compensação e Lançamentos:
Transmissão para Compensação: O Banco do Brasil realiza a
Ao longo do dia, os dados e compensação, debitando e
imagens dos cheques são reunidos creditando os valores entre os
e transmitidos pelas agências para a bancos participantes. Os resultados
Central de Compensação do Banco. são lançados na conta de Reserva
Bancária.

Compensação de Boletos:

Compensação e Lançamentos:
Pagamento:
Compensação Eletrônica: O Banco do Brasil realiza a
O pagamento de boletos pode
Ao longo do dia, as agências compensação eletrônica,
ser feito na boca do caixa, caixa
processam os boletos e formam debitando e creditando os
eletrônico, Internet Banking, ou
um arquivo que é enviado para valores entre os bancos
até mesmo por aplicativos
a Central de Compensação do participantes. Os resultados são
bancários. Os dados do boleto
Banco. lançados nas contas correntes
são coletados e processados.
dos emitentes dos boletos.

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Assim como os cheques, os boletos eram trocados na sessão noturna de compensação, ocorrendo
às 22:00hs.

Os boletos eram trocados de forma analítica, com os resultados unificados na conta do emitente
do boleto. Os bancos disponibilizavam arquivos para análise detalhada.

Com o avanço tecnológico, os processos de compensação tornaram-se mais eficientes e ágeis,


eliminando a necessidade de trocas físicas e reduzindo significativamente os prazos de liberação de
depósitos. A informatização proporcionou uma maior rapidez e segurança nas transações
financeiras.

14) Sistema de Liquidação

O Sistema de Liquidação Financeira Multibandeiras (Cielo) e o Sistema de Liquidação Doméstica


(Redecard) são operados pelas credenciadoras Cielo e Redecard, respectivamente. Esses sistemas
realizam a compensação e a liquidação de transações realizadas com cartões de pagamento,
incluindo débito, crédito e pré-pago. Ambos seguem os princípios aplicáveis a sistemas de
pagamentos.

A Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) é uma associação civil sem fins lucrativos que integra
o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), regulada pelo Banco Central do Brasil. Ela opera vários
sistemas, incluindo o Sitraf e o Siloc. Vejamos:

Sitraf (Sistema de • processa TEDs em valores inferiores ao VRLB (atualmente em


Transferência de Fundos) R$1 milhão) em modalidade LBTR.

Siloc (Sistema de Liquidação • funciona de maneira semelhante ao


Diferida das Transferências Sitraf, mas para DOCs e boletos,
Interbancárias de Ordens de utilizando liquidação diferida do tipo
Crédito) LDL.

Em relação aos sistemas de liquidação, enquanto os sistemas de transferência de fundos lidam com
obrigações monetárias, os sistemas de liquidação tratam de obrigações não monetárias, como
títulos públicos, ações e contratos de câmbio.

Os principais sistemas de liquidação são:

O Selic, operado pelo Banco Central do Brasil; O Selic é responsável por custodiar e registrar
transações com Títulos Públicos Federais, operando em LBTR.

A Cetip (Sistema de Registro, de Compensação, de Liquidação e Custódia da Cetip S.A.); A Cetip


atua como depositário de títulos privados de renda fixa, além de outros títulos específicos.

E o C3 Registradora, operado pela CIP. A C3 Registradora registra operações relacionadas à


cessão ou bloqueio de contratos de crédito, evitando duplicidade em cedências e garantias.

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A CIP também mantém uma base de dados em parceria com o INSS para contratos de crédito
consignado.

NOÇÕES DE DIREITO APLICADAS ÀS OPERAÇÕES DE CRÉDITO

1) Introdução

Continuaremos os estudos do Banco do Nordeste no Brasil S.A. sobre o Conhecimentos Bancários.

1- Aspectos jurídicos. Noções de direito aplicadas às operações de crédito. Sujeito e Objeto


do Direito. Fato e ato jurídico. Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos,
classificação dos contratos; contratos nominados, contratos de compra e venda, empréstimo,
sociedade, fiança, contratos formais e informais. Instrumentos de formalização das operações
de crédito. Contratos por instrumento público e particular. Cédulas e notas de crédito.
Garantias. Fidejussórias: fiança e aval. Reais: hipoteca e penhor. Alienação fiduciária de bens
móveis. Títulos de Crédito - nota promissória, duplicata, cheque.

2) Aspectos jurídicos

No contexto financeiro e empresarial, as operações de crédito desempenham um papel fundamental,


impulsionando investimentos, fomentando o comércio e viabilizando o desenvolvimento
econômico. Entretanto, para que essas transações ocorram de maneira segura e eficaz, é
imprescindível compreender as bases legais que as regem.

As noções de direito aplicadas às operações de crédito constituem o arcabouço jurídico que


sustenta e normatiza as relações entre credores e devedores, assegurando a validade, legalidade e
segurança desses processos. Questões relacionadas a capacidade das partes, objeto lícito, forma dos
contratos, entre outros, são elementos essenciais para a conformidade e execução adequada dessas
operações.

Nesta abordagem, exploraremos os principais conceitos jurídicos envolvidos nas operações de


crédito, destacando aspectos como contratos, capacidade das partes, requisitos legais e
instrumentos formais. Primeiramente vamos exemplificar alguns termos:

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Fato Jurídico: Acontecimento natural ou
humano que gera consequências jurídicas.
Objeto de Direito: O bem
sobre o qual recaem as
relações jurídicas. Ato Jurídico: Manifestação de vontade
destinada a criar, modificar ou extinguir
direitos.

Sujeito de Capacidade: As partes devem ser capazes


Direito: de exercer os atos da vida civil.
Indivíduos ou
entidades
capazes de Objeto Lícito: O objeto do contrato deve
adquirir direitos ser legal.
e contrair Requisitos dos Contratos:
obrigações. O contrato deve observar a forma exigida
Conceito de Contrato: pela lei ou, na ausência dessa exigência,
Acordo de vontades entre pode ser realizado de forma livre.
duas ou mais partes, com
a finalidade de criar, O objeto do contrato deve ser possível e
modificar ou extinguir legal.
direitos.

Agora vamos a classificação dos Contratos:

Quanto à Formação: Consensuais (formam-se com o simples acordo de vontades) e Solenes


(dependem de forma especial para sua validade).

Quanto ao Objeto: Bilaterais (geram obrigações para ambas as partes) e Unilaterais (geram
obrigações para apenas uma parte).

Quanto à Execução: Comutativos (prestações conhecidas desde o início) e Aleatórios (prestações


dependem de eventos futuros e incertos).

Quanto à Duração: Instantâneos (cumpridos imediatamente) e Diferidos (se estendem no


tempo).

Quanto à Natureza: Gratuitos (não envolvem contraprestação) e Onerosos (envolvem


contraprestação).

Contratos Nominados - Detalhamento:

Contrato de Compra e
Sociedade: Acordo entre
Venda: Transmissão de Empréstimo: Envolve a Fiança: Um terceiro
pessoas para a realização
propriedade mediante cedência temporária de (fiador) se compromete a
de um objetivo comum,
pagamento, sendo um dos coisa fungível, como garantir o cumprimento
com divisão de
contratos mais comuns no dinheiro, com a obrigação da obrigação do devedor
responsabilidades, lucros e
comércio e nas transações de devolução. perante o credor.
prejuízos.
diárias.

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Contratos Formais e Informais - Detalhamento:

Contratos Formais: Exigem uma forma específica para sua validade, como a escritura pública. A
formalidade busca conferir mais segurança e autenticidade ao negócio.

Contratos Informais: São celebrados de maneira livre, sem a exigência de uma forma específica.
A validade desses contratos baseia-se no acordo de vontades entre as partes.

Vejamos os instrumentos de formalização dos contratos:

Instrumento Público: Lavrado por Instrumento Particular: Redigido


tabelião em cartório, conferindo pelas próprias partes, sem a
autenticidade e fé pública ao intervenção de tabelião. É mais
documento. É comum em contratos flexível e pode ser utilizado em
de compra e venda de imóveis, por diversos tipos de contratos, como
exemplo. acordos entre particulares.

2.1) Operações de Crédito

Uma operação de crédito é um contrato entre duas partes: o tomador (devedor) e o credor. Nesse
acordo, o credor disponibiliza recursos financeiros ao tomador, que deve devolver o montante com
juros em um prazo determinado. O objetivo desse contrato é regular a relação entre as partes,
seguindo a legislação e regulamentos competentes.

Assim que o contrato é firmado, a operação de crédito se torna efetiva, liberando recursos através
de empréstimo ou outras formas, como financiamentos ou garantias. A liberação do crédito é
baseada em critérios definidos, que incluem:

análise de
cadastro do aprovação do formalização
risco de
cliente crédito do contrato
crédito

Para garantir uma gestão eficaz de riscos, as instituições financeiras utilizam diversos parâmetros. A
análise de risco considera não apenas o histórico financeiro do cliente, mas também a situação
financeira atual, permitindo uma avaliação mais precisa.

Instituições financeiras estão preocupadas com a falta de recebimento de créditos concedidos,


afetando a margem de lucro. O Banco Central do Brasil (BACEN) desempenha um papel crucial,
estabelecendo diretrizes para a gestão de riscos nas instituições financeiras. A estrutura de
gerenciamento de riscos deve ser compatível com o modelo de negócio, proporcionar proporções
adequadas e avaliar os riscos macroeconômicos.

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Os "5 C's" representam critérios tradicionais que desempenham um papel central na análise da
capacidade financeira dos clientes, vejamos como ele funciona:

Caráter: Refere-se ao histórico do cliente e avalia a probabilidade de cumprir


seus compromissos financeiros. Informações sobre pagamentos anteriores,
pontualidade e relatórios gerenciais são cruciais para entender o caráter do
cliente.

Capacidade: Analisa a habilidade do cliente em gerenciar seus negócios e


converter suas atividades em renda ou receita líquida disponível. As instituições
financeiras buscam entender a capacidade do cliente em honrar os
compromissos assumidos.

Colateral: Relaciona-se com a análise da riqueza patrimonial do cliente e a


possibilidade de vinculação de bens ao contrato de crédito. Embora haja
limitações na conversão de garantias em caixa, a vinculação de bens
patrimoniais é uma prática comum no mercado bancário.

Capital: Examina a aplicação de recursos em bens, direitos realizáveis e


imobilizações, contrapostos por obrigações. Índices de liquidez, lucratividade e
rentabilidade são considerados para garantir que o cliente tenha recursos
suficientes para cumprir com o pagamento do crédito.

Condições Gerais: Considera fatores coletivos, como o ambiente econômico,


setor de atuação do cliente e condições gerais do mercado. Empresas que
atuam em setores menos arriscados podem ter requisitos mais flexíveis,
simplificando o acesso ao crédito.

Esses critérios combinados permitem uma visão abrangente da capacidade financeira do tomador
de crédito, auxiliando as instituições financeiras na tomada de decisões mais informadas e na
mitigação de riscos associados à concessão de crédito.

Além disso, o BACEN implementou medidas para prevenir crimes financeiros, como lavagem de
dinheiro e financiamento ao terrorismo. Isso inclui a avaliação interna dos riscos associados aos
clientes, à instituição, às operações e às atividades dos funcionários.

3) Garantias Fidejussórias

O Sistema de Informações de Créditos do Banco Central – SCR desempenha um papel crucial como
um mecanismo de registro e consulta de informações relacionadas a operações de crédito, avais,
fianças prestados, e limites de crédito concedidos por instituições financeiras a pessoas físicas e
jurídicas no território nacional.

Tome nota!

Todas as operações de crédito que ultrapassam o montante de R$200,00 (duzentos reais) no Brasil
são obrigatoriamente registradas nesse sistema. A gestão do SCR fica a cargo do Banco Central

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(BACEN), sendo alimentado regularmente pelas instituições financeiras, proporcionando uma visão
abrangente e atualizada das atividades de crédito no país.

As garantias do Sistema Financeiro Nacional são instrumentos utilizados pelas instituições


financeiras para garantir o pagamento de dívidas contratadas por seus clientes. Essas garantias
são utilizadas para reduzir o risco de inadimplência e aumentar a confiança das instituições
financeiras em relação ao pagamento das dívidas contratadas.

3.1) Aval

Aval é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa ou instituição financeira que se
compromete a pagar uma dívida em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que
o credor tenha mais segurança ao conceder um empréstimo ou financiamento.

Um avalista precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como aval. Além disso,
ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar com as
consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o avalista leia cuidadosamente o
contrato antes de assiná-lo.

Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do avalista, que passa a ser responsável
pelo pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo
restrições ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o avalista avalie cuidadosamente
se tem condições financeiras e disponibilidade para atuar como aval antes de assinar o contrato.

4) Fiança

Fiança é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa que se compromete a pagar uma dívida
em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que o credor tenha mais segurança ao
conceder um empréstimo ou financiamento. A fiança é frequentemente utilizada em contratos de
aluguel, por exemplo.

Um fiador precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como fiador. Além
disso, ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar
com as consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o fiador leia
cuidadosamente o contrato antes de assiná-lo.

Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do fiador, que passa a ser responsável pelo
pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo
restrições ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o fiador avalie cuidadosamente
se tem condições financeiras e disponibilidade para atuar como fiador antes de assinar o contrato.

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5) Penhor Mercantil

Penhor Mercantil é uma garantia de crédito que consiste na entrega de bens móveis, como joias,
artigos de ouro, prata ou platina, para garantir o pagamento de uma dívida. O bem fica retido pelo
credor até que a dívida seja quitada. Se o devedor não cumprir com suas obrigações financeiras, o
credor pode vender o bem penhorado para cobrir o valor devido.

O penhor mercantil é uma opção de garantia de crédito mais acessível do que outras formas, como
aval ou fiança, pois não requer que o devedor tenha uma boa situação financeira ou creditícia. Além
disso, a entrega do bem para penhora é geralmente mais rápida e fácil do que outras formas de
garantia.

No entanto, é importante que o devedor tenha conhecimento do valor de mercado do bem


penhorado e do risco de perdê-lo caso não cumpra com suas obrigações financeiras. Além disso, é
importante verificar as taxas de juros e as condições de pagamento antes de aceitar o penhor
mercantil como garantia de crédito, para evitar surpresas desagradáveis no futuro.

6) Alienação Fiduciária

Alienação Fiduciária é uma forma de garantia de crédito em que o bem é entregue ao credor como
garantia, mas mantém a propriedade do devedor. O credor tem o direito de vender o bem em caso
de inadimplência, mas o valor obtido com a venda deve ser utilizado para cobrir o valor devido. Essa
forma de garantia é comumente utilizada em financiamentos imobiliários.

A Alienação Fiduciária permite que o devedor tenha acesso a crédito sem precisar vender seu bem,
como é o caso do penhor mercantil. Além disso, o devedor pode continuar usufruindo do bem
enquanto cumpre com suas obrigações financeiras, o que pode ser uma vantagem em relação a
outras formas de garantia.

No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de Alienação


Fiduciária, incluindo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual
inadimplência, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o
bem está registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de propriedade.

7) Hipoteca

Hipoteca é uma forma de garantia de crédito em que o devedor entrega ao credor o direito de
penhor sobre um imóvel como garantia de pagamento de uma dívida. O credor tem o direito de
vender o imóvel em caso de inadimplência para cobrir o valor devido. A hipoteca é registrada em
cartório de imóveis, tornando o direito de penhor sobre o imóvel oficial e vinculante.

A hipoteca é uma forma de garantia comumente utilizada em financiamentos imobiliários, pois


permite ao devedor obter crédito com taxas de juros mais baixas do que outras formas de garantia.

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Além disso, a hipoteca oferece uma garantia sólida ao credor, já que o imóvel é um bem de alto
valor e duradouro.

No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de hipoteca,


incluindo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual
inadimplência, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o
imóvel está registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de
propriedade.

8) Fianças Bancárias

Fianças Bancárias são instrumentos financeiros utilizados para garantir contratos e obrigações de
terceiros. Nesse tipo de fiança, o banco é o instituidor da garantia e se responsabiliza perante a outra
parte pelo cumprimento das obrigações assumidas pelo fiador principal.

As Fianças Bancárias são amplamente utilizadas em contratos comerciais, construções, licitações


públicas, entre outros. A emissão dessa fiança requer a aprovação do banco e o pagamento de uma
taxa de juros.

É importante que o solicitante da Fiança Bancária leia cuidadosamente os termos e condições do


contrato antes de assiná-lo, incluindo as responsabilidades do fiador, as condições de liberação da
fiança e as eventuais taxas adicionais. Além disso, é importante verificar se a instituição financeira é
confiável e tem experiência no mercado de fianças bancárias.

Resumindo o conteúdo

Aval é uma garantia pessoal emitida por uma pessoa, geralmente com bom histórico creditício, que
se compromete a pagar a dívida caso o devedor não cumpra com seus compromissos.

Fiança é uma garantia pessoal onde uma pessoa ou empresa se compromete a pagar a dívida em
caso de inadimplência do devedor.

Penhor Mercantil é uma garantia real onde uma mercadoria é dada como garantia para o
pagamento de uma dívida.

Alienação Fiduciária é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um bem para
o credor, que passa a ter o direito de vender o bem caso o devedor não cumpra com seus
compromissos.

Hipoteca é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um imóvel para o credor,
que passa a ter o direito de vender o imóvel caso o devedor não cumpra com seus compromissos.

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Fianças bancárias são garantias emitidas por bancos, geralmente utilizadas em contratos
comerciais, onde o banco se compromete a pagar o valor da dívida em caso de inadimplência do
devedor.

BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A

1) Introdução

Continuaremos os estudos do Banco do Nordeste no Brasil S.A. sobre o Conhecimentos Bancários.

1- O Banco do Nordeste do Brasil S.A.: legislação básica, programas e informações gerais de


sua atuação como agente impulsionador do desenvolvimento sustentável da região nordeste.

2) Considerações iniciais

O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é reconhecido como o maior banco de desenvolvimento


regional da América Latina. Sua distinção das demais instituições financeiras reside na missão
específica de atuar como Banco de Desenvolvimento da Região Nordeste. Com uma visão alinhada
ao seu propósito regional, o banco aspira a ser o preferido no Nordeste, destacando-se pelo
compromisso em promover o bem-estar das famílias e impulsionar a competitividade das empresas
na região.

Hora da História

O Banco do Nordeste do Brasil S. A. foi criado em 1952 pela Lei Federal nº 1649, com a missão inicial
de atuar no Polígono das Secas, uma área periodicamente afetada por longos períodos de estiagem.
Ao longo de 70 anos, sua atuação expandiu-se para cerca de 2 mil municípios, cobrindo os nove
estados da Região Nordeste, além de parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. O banco lidera em
recursos de longo prazo e crédito rural em sua área de atuação.
Figura 1 – Evolução das delimitações do Polígono das Secas no século XX

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Fonte: Dantas (2021, p. 251).

O BNB é uma instituição financeira múltipla, de economia mista, com mais de 90% do capital sob
controle do Governo Federal. Sua sede está em Fortaleza, Ceará. Atende a diversos segmentos, como
empresas, associações, cooperativas, entidades governamentais e não-governamentais, produtores
rurais e empreendedores informais.

Como órgão executor de políticas públicas, destaca-se pela operacionalização do Fundo


Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), voltado para redução de desigualdades
regionais e pobreza. O BNB também possui programas como o Crediamigo, o maior de microcrédito
produtivo e orientado urbano na América do Sul, e o Agroamigo, destinado à zona rural.

Importante!

Além dos recursos federais, o banco tem acesso a fontes de financiamento internas e externas, por
meio de parcerias com instituições nacionais e internacionais, como o Banco Mundial e o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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Tome nota!

O Banco do Nordeste não se limita à intermediação financeira; também atrai investimentos, apoia
pesquisas e estudos, e promove o desenvolvimento por meio de projetos de grande impacto.

Desde 1954, mantém o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), responsável
pela produção de conhecimentos sobre a região e pelo planejamento de políticas e programas. Em
2016, criou o Hub Inovação Nordeste, visando impulsionar a inovação e apoiar empreendedores na
superação dos desafios regionais. Vejamos o disposto no art. 22 do Decreto-lei nº 1.376:
Art 22. O Banco do Nordeste do Brasil S.A. - BNB, o Banco da Amazônia S.A. - BASA e o Banco
do Brasil S.A. serão os agentes financeiros dos órgãos de desenvolvimento regional e setorial
para a gestão financeira de todas as medidas relacionadas com os Fundos de Investimentos
Regionais e Setoriais.

A estrutura organizacional do Banco do Nordeste do Brasil S.A. abrange diversos órgãos e


departamentos que constituem a instituição. Essa estrutura visa proporcionar uma organização
eficiente e coordenada para cumprir a missão do banco como agente de desenvolvimento regional.
Vejamos o que diz o Estatuto Social do Banco do Nordeste:
Art. 11. O Banco será administrado por um Conselho de Administração e por uma Diretoria,
integrados de brasileiros residentes no País, dotados de notórios conhecimentos, inclusive
sobre as melhores práticas de governança corporativa, reputação ilibada, experiência e
capacidade técnica compatível com o cargo, observados, também, os requisitos do § 3o do
art. 22 deste Estatuto.

§1º. O Presidente do Banco é nomeado e demissível “ad nutum” pelo Presidente da República.

§2º. Os membros do Conselho de Administração, serão eleitos pela Assembléia Geral, e os


Diretores, pelo Conselho de Administração.

§3º. Os membros do Conselho de Administração serão obrigatoriamente acionistas do


Banco.

Art. 12. Os eleitos para o Conselho de Administração e Diretoria serão investidos nos seus
cargos no prazo de 30 (trinta) dias seguintes à eleição, mediante assinatura de termo de
posse no livro de atas do Conselho de Administração ou da Diretoria, conforme o caso.

A seguir, apresentaremos um organograma que ilustra de maneira visual a hierarquia e inter-


relações dos principais componentes que compõem essa sólida estrutura. O organograma
proporcionará uma visão clara da organização interna do BNB:

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E as demais Superintendência dos Estados da: Bahia; Paraíba; Alagoas; Minas Gerais; Pernambuco;
Sergipe; Ceará; Espírito Santo; Maranhão; Piauí; Rio Grande do Norte.
Art. 1° Ficam criados o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO, o Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE e o Fundo Constitucional de
Financiamento do Centro-Oeste - FCO, para fins de aplicação dos recursos de que trata a
alínea c do inciso I do art. 159 da Constituição Federal, os quais se organizarão e funcionarão
nos termos desta Lei.

III - Dos Recursos e Aplicações

Art. 6° Constituem fontes de recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte,


Nordeste e Centro-Oeste:

I - 3% (três por cento) do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de


qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados, entregues pela União, na
forma do art. 159, inciso I, alínea c da Constituição Federal;

II - os retornos e resultados de suas aplicações;

III - o resultado da remuneração dos recursos momentaneamente não aplicados, calculado


com base em indexador oficial;

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IV - contribuições, doações, financiamentos e recursos de outras origens, concedidos por
entidades de direito público ou privado, nacionais ou estrangeiras;

V - dotações orçamentárias ou outros recursos previstos em lei.

Parágrafo único. Nos casos dos recursos previstos no inciso I deste artigo, será observada a
seguinte distribuição:

I - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte;

II - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Fundo Constitucional de Financiamento
do Nordeste; e

III - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-
Oeste.

I - Das Finalidades e Diretrizes Gerais

Art. 2° Os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste têm


por objetivo contribuir para o desenvolvimento econômico e social das regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, através das instituições financeiras federais de caráter regional,
mediante a execução de programas de financiamento aos setores produtivos, em consonância
com os respectivos planos regionais de desenvolvimento.

§ 1° Na aplicação de seus recursos, os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte,


Nordeste e Centro-Oeste ficarão a salvo das restrições de controle monetário de natureza
conjuntural e deverão destinar crédito diferenciado dos usualmente adotados pelas
instituições financeiras, em função das reais necessidades das regiões beneficiárias.

§ 2° No caso da região Nordeste, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste inclui


a finalidade específica de financiar, em condições compatíveis com as peculiaridades da área,
atividades econômicas do semi-árido, às quais destinará metade dos recursos ingressados nos
termos do art. 159, inciso I, alínea c, da Constituição Federal.

3) Programas de Desenvolvimento Sustentável da Região Nordeste

Desde sua criação, o BNB tem sido uma peça fundamental para a implementação de políticas
públicas na região. Recebendo depósitos do Sistema 34/182 a partir de 1961, o banco facilitou a
política de incentivos fiscais no Nordeste, promovendo o desenvolvimento regional. Diversos
programas foram implementados, como o Fundo de Investimentos do Nordeste (FINOR) em 1974,
o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) em 1988, e, mais recentemente,
iniciativas como o Crediamigo e Agroamigo, programas de microcrédito produtivo que
impulsionaram o empreendedorismo local.

A comunicação do Planejamento Empresarial no Banco do Nordeste é estruturada por meio do


Mapa Estratégico, uma ferramenta gráfica que visa representar visualmente a estratégia da
instituição. Esse mapa considera diversas dimensões, incluindo eficiência, eficácia e efetividade, e
abrange elementos estratégicos como insumos, atividades, produtos, resultados e impactos. Além
disso, a estratégia é fundamentada em princípios éticos, integridade, e é suportada por um sistema
de monitoramento e avaliação. Vejamos:

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Figura 2 – Mapa Estratégico do Banco do Nordeste

O BNB também desempenha um papel ativo na promoção da inovação, com a criação do Hub
Inovação Nordeste em 2016, apoiando empreendedores e ideias inovadoras para enfrentar os
desafios da região. Ao longo das décadas, o banco tem mantido seu compromisso com o
desenvolvimento sustentável, envolvendo-se em projetos de grande impacto, apoio ao
cooperativismo, expansão da infraestrutura hídrica e acesso à assistência técnica.

O Banco do Nordeste, como banco de desenvolvimento regional, desempenha diversos papéis


fundamentais para impulsionar o crescimento e a competitividade nas áreas que atende. Esses
papéis incluem:

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O BNB atua como promotor e participante ativo em programas que visam fortalecer os setores da agropecuária,
indústria, comércio e serviços. Essa abordagem busca impulsionar a competitividade nessas áreas.

O banco atua como agente financiador, oferecendo suporte financeiro ao setor produtivo e à infraestrutura
socioeconômica regional. Esse papel é crucial para viabilizar projetos e iniciativas que contribuam para o
crescimento sustentável da área de atuação do BNB.

O banco desempenha um papel crucial na produção e promoção de estudos e pesquisas relacionadas ao


desenvolvimento da Região Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Esse compromisso visa embasar
estrategicamente suas ações e contribuir para o avanço da região.

O BNB executa políticas governamentais, buscando uma maior interação com o Governo Federal, estados e
municípios. Essa atuação alinha-se com os objetivos e diretrizes estabelecidos pelos órgãos governamentais.

O BNB desempenha um papel proativo na captação de recursos, tanto nacionais quanto internacionais, e na atração
de investimentos produtivos para impulsionar o desenvolvimento econômico da região.

O banco atua como agente integrador e parceiro de entidades estatais, setor produtivo, organizações não-
governamentais e outras organizações da sociedade civil. Essa parceria visa implementar políticas públicas de
maneira eficiente na Região Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo.

O Banco do Nordeste desempenha um papel fundamental no financiamento de atividades na Região


Nordeste por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e outros recursos.
A instituição adota uma abordagem diferenciada ao identificar as vocações econômicas da região
e promover o desenvolvimento através de programas de financiamento.

Destacando-se pela oferta de linhas de financiamento adaptadas para atender empreendimentos


produtivos de todos os portes e nos mais diversos setores, o BNB vai além do simples fornecimento
de crédito. A instituição disponibiliza uma base de conhecimentos técnico-financeiros e
mercadológicos específicos para a sua área de atuação.

O compromisso do Banco do Nordeste vai ainda mais longe ao buscar soluções integradas e
inovadoras. Além do suporte financeiro, oferece canais de informação que permitem um
atendimento especializado para aqueles que decidem investir na região. Essa abordagem
abrangente visa não apenas fornecer recursos, mas também capacitar e orientar os empreendedores,
fortalecendo assim o desenvolvimento econômico sustentável na área de atuação do BNB.

O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) desempenha um papel crucial na


redução das desigualdades sociais e regionais na região Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito
Santo. Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei nº 7.827/1989, o FNE é
uma fonte estável de recursos destinada ao financiamento de atividades produtivas, buscando
impulsionar o desenvolvimento econômico, gerar emprego e renda, e promover a democratização
de investimentos.

O FNE atende a mais de 2.000 municípios em nove estados do Nordeste, além do Norte de Minas
Gerais e do Espírito Santo, abrangendo diversos setores da economia, como agropecuário, industrial,

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agroindustrial, turismo, comércio, serviços, cultural e infraestrutura. Com recursos federais, o Fundo
financia investimentos de longo prazo, além de oferecer suporte a capital de giro e custeio.

A operacionalização do FNE segue diretrizes legais que incluem destinação de recursos para o
semiárido, ação integrada com instituições federais na região, tratamento preferencial a pequenos
empreendedores, preservação do meio ambiente, conjugação de crédito com assistência técnica,
democratização do acesso ao crédito e apoio a atividades inovadoras.

Ao priorizar mini e pequenos produtores rurais, micro e pequenas empresas, a região semiárida e
municípios definidos pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), o FNE reforça sua
importância como instrumento de fomento ao desenvolvimento. O Banco do Nordeste anualmente
elabora propostas de aplicação de recursos, alinhadas com estratégias de ação, programas de
financiamento e planos estaduais, visando uma intervenção eficiente nas economias locais e o uso
efetivo dos recursos públicos.

O Banco do Nordeste oferece uma variedade de linhas de financiamento com recursos do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), abrangendo diferentes setores da economia.
Essas linhas visam impulsionar o desenvolvimento regional e promover atividades produtivas nos
estados do Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Algumas das linhas de financiamento
disponíveis são:

Cartão BNB Agro: Cartão BNB Agro Custeio Pecuário:


Categoria: Crédito para Investimento Categoria: Crédito para Investimento
Crédito rotativo pré-aprovado para produtores rurais. Crédito ágil e prático para custeio do setor pecuário.

Cartão BNB Empresarial e Corporate: Cartão BNB para Micro e Pequenas Empresas:
Categoria: Crédito para Investimento Categoria: Crédito para Investimento
Crédito rotativo pré-aprovado para empresas de Crédito rotativo pré-aprovado para micro e pequenas
pequeno-médio, médio e grande porte. empresas.

Custeio Agrícola e Pecuário - FNE: FNE Agrin:


Categoria: Capital de Giro Categoria: Crédito para Investimento
Financiamento para custeio das atividades agrícolas e Financiamento para comercialização, beneficiamento ou
pecuárias com recursos do FNE. industrialização de produtos agropecuários.

FNE Agro Conectado: FNE Aquipesca:


Categoria: Crédito para Investimento Categoria: Crédito para Investimento
Financiamento para a conexão no campo por meio de Programa de apoio ao desenvolvimento da aquicultura
equipamentos, estruturas e programas. e pesca.

FNE Giro:
FNE Comércio e Serviços: Categoria: Capital de Giro
Categoria: Crédito para Investimento Financiamento da aquisição isolada de matérias-primas,
Financiamento para os setores comercial e de serviços. insumos, mercadorias e gastos gerais para o
funcionamento do empreendimento.

Além disso, o BNB tem sido um agente importante na produção de conhecimento, por meio do
Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), financiando projetos de pesquisa e
disseminação de tecnologias. Seu envolvimento em programas como o Farol do Desenvolvimento e

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o Prodeter destaca a busca constante por iniciativas locais e territoriais que impulsionem o
desenvolvimento sustentável.

O Hubine, criado com o propósito de estimular o empreendedorismo inovador e facilitar a gestão


da inovação no Banco do Nordeste e em empresas da região, desempenha um papel fundamental
no impulsionar do protagonismo criativo e inovador necessário para o contínuo avanço do Nordeste.
Vejamos as formas de atuação desse programa:

Ecossistema de Inovação:
Gestão da Inovação:
Enfoca o desenvolvimento do
empreendedor inovador.
Oferece suporte às startups. Se materializa por meio de grandes linhas
de atuação, incluindo inovação aberta,
Estabelece relações sociopolíticas economia criativa e a busca pela
institucionais como caminho crucial para consolidação de uma cultura de inovação
a construção de parcerias estratégicas no Banco do Nordeste.
com líderanças e atores locais.

A Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (FUNDECI) é uma entidade vinculada ao


Banco do Nordeste (BNB), criada para promover e apoiar pesquisas e estudos socioeconômicos na
Região Nordeste. Desde a sua fundação, o Banco do Nordeste incorporou à sua filosofia de trabalho
a preocupação com a produção de conhecimento, reconhecendo que informações detalhadas sobre
a realidade socioeconômica são fundamentais para embasar políticas e ações voltadas para o
desenvolvimento.

A FUNDECI desempenha um papel crucial nesse contexto, impulsionando a geração de pesquisas e


estudos que contribuem para uma compreensão mais aprofundada dos desafios e oportunidades
na Região Nordeste. Acreditando que informação, conhecimento, empreendedorismo e uma
infraestrutura robusta são elementos-chave para o progresso, o Banco do Nordeste reforça seu
compromisso com a promoção do desenvolvimento regional por meio do suporte à pesquisa e da
disseminação do conhecimento.

O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) é uma ferramenta essencial para o Banco do


Nordeste, destinada a financiar investimentos que promovam o desenvolvimento na área de
atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Criado pela Medida
Provisória nº 2.156-5/2001 e regido pelo Decreto Nº 7.838/2012, o FDNE desempenha um papel
fundamental ao fornecer recursos para a implantação, ampliação, modernização e diversificação de
investimentos em diversas áreas. Vejamos:

Dentre os itens financiáveis, destacam-se


A finalidade do FDNE é assegurar recursos
obras preliminares e complementares,
para investimentos em infraestrutura,
obras civis, formação de reserva hídrica,
serviços públicos e empreendimentos
infraestrutura, máquinas, veículos,
produtivos com grande potencial
instalações agrícolas e pecuárias, entre
germinativo de novos negócios.
outros.

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As diretrizes e prioridades do FDNE são estabelecidas anualmente pelo Conselho Deliberativo da
Sudene. Para o exercício de 2022, as prioridades espaciais e setoriais estão definidas na Nota Técnica
nº 273/2021 e Anexo, aprovada pela Resolução Condel/Sudene nº 148, de 13/12/2021. Essas
diretrizes orientam a alocação de recursos de forma estratégica, visando potencializar o impacto
positivo do fundo no desenvolvimento regional.

O Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter) do Banco do Nordeste foi concebido para


maximizar os resultados nas ações de apoio ao desenvolvimento territorial da região Nordeste.
Esse programa adota um conjunto de normas e critérios que orientam e integram as ações do banco
nos territórios em que atua.

O Desenvolvimento Territorial é definido como a combinação de políticas governamentais


descendentes com iniciativas de desenvolvimento local, visando promover o planejamento, a
implementação e a autogestão do processo de desenvolvimento sustentável dos territórios e o
fortalecimento de suas economias.

O funcionamento do programa incorpora diversas estratégias para potencializar a competitividade


das atividades produtivas regionais. Isso inclui:

a construção e implementação de planos de ação;

a dotação orçamentária para financiamentos;

o fortalecimento da governança por meio de comitês locais e territoriais;

como a integração das políticas públicas necessárias ao desenvolvimento local e


territorial;

Os comitês locais e territoriais têm o papel de priorizar as atividades econômicas com maior
potencial competitivo. Eles estabelecem parcerias para reduzir entraves ao desenvolvimento,
promovem a expansão do crédito e organizam as atividades produtivas. O Programa atua na
promoção da cooperação entre empreendedores e parceiros, na difusão de tecnologia e inovação,
e no apoio à execução de políticas públicas que visam o desenvolvimento da população da Região
Nordeste.

A metodologia de trabalho do Prodeter e suas estratégias são resultado de ampla discussão interna,
envolvendo o quadro gestor e o quadro técnico do Banco do Nordeste, aproveitando a experiência
acumulada em iniciativas de desenvolvimento local e territorial. Essa abordagem visa garantir a
efetividade e a perenidade das transformações realizadas.

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES

1) Introdução

Continuaremos os estudos do Banco do Nordeste no Brasil S.A. sobre o Conhecimentos Bancários.

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1- Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes. Noções de ética empresarial e profissional. A
gestão da ética nas empresas públicas e privadas. Código de Conduta Ética e Integridade do
Banco do Nordeste do Brasil.

2) Ética Aplicada: Ética, Moral, Valores, Virtudes

A Ética vem do grego “ethos”, que possui como significado o modo de ser, o caráter. Posteriormente,
os romanos traduziram “ethos” como “mos”, cujo significado é costume, comportamento, estando
ligado à moral. Dessa forma, passou-se a tratar ética como algo ligado diretamente ao costume, bem
como passou a ser vista como indissociável da moral.

A ética é tida como uma ciência, ligada à filosofia e que se preocupa com o comportamento moral
humano. Como ciência, visa esclarecer, explicar e conceituar determinada realidade.

Por sua vez, moral são normas que regulam o comportamento individual dos seres humanos. Assim,
visa regulamentar as relações sociais.

Há ainda que se ter em mente a presença dos valores e das virtudes.

Valores são os padrões de conduta de cada ser humano e, portanto, estão ligados à subjetividade
de cada um, ou seja, o que é um valor ético para determinada pessoa pode não ser para outra. A
cultural em que está inserida o indivíduo causa influência direta em seus valores.

Por outro lado, virtudes, estão ligadas à capacidade de decisão do indivíduo. De acordo com as
virtudes que possui, o indivíduo será capaz ou não de tomar decisões tidas como corretas e honestas.

Para Aristóteles, as virtudes podem ser definidas como intelectuais e morais:

Intelectuais - tem a ver com o aprendizado ao longo da vida.


Aquele que possui maior grau de instrução escolar, tende a tomar
decisões com mais virtudes intelectuais;

Virtudes para
Aristóteles

Morais - não possuem relação com o estudo ou o aprendizado


adquirido, estão ligadas mais aos hábitos tidos ao longo da vida;

3) Noções De Ética Empresarial e Profissional

A Ética Empresarial relaciona-se com o conjunto de valores e normas que vigoram em uma empresa
(ou entidade) e que respondem por meio de sua interação com o mercado e a sociedade.

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Segundo Diogo Leite de Campos: A ética na atividade empresarial é este olhar desperto para o outro,
sem o qual o eu não se humaniza; a atividade dirigida para o outro. (...) A atividade empresarial é
eticamente fundada e orientada, quando se cria emprego, se proporciona habitação, alimentação,
vestuário e educação, detendo os bens como quem os administra.

Por seu turno, a Ética Profissional baseia-se em uma reflexão acerca da profissão escolhida por cada
indivíduo. A partir dessa escolha nasce os deveres profissionais que lhes são inerentes, por exemplo
no caso do juramento feito em determinadas profissões como advogado e médico.

4) A Gestão Da Ética Nas Empresas Públicas e Privadas

Conforme visto, a ética faz parte do cotidiano, estando presente nas relações sociais. O ser humano
sempre se utiliza de valores éticos para a prática de atos. Não é diferente em relação às relações
existentes no serviço público.

Assim, a ética é algo essencial no serviço público, motivo pelo qual a administração pública, assim
como também as administrações privadas passaram a instituir códigos e outras normatizações
relacionadas à ética a serem seguidas por todos os servidores/colaboradores.

O princípio da moralidade, previsto na Constituição Federal, é o fundamento de todos os


instrumentos normativos relativos à ética no serviço público.

Necessário esclarecer, porém, que a moralidade administrativa é bem mais ampla do que a moral
adotada em outros aspectos da sociedade.

Quando o assunto é a chamada moralidade administrativa, está-se diante da boa ou má


administração de acordo com preceitos relacionados à boa-fé, probidade, honestidade e decoro,
diferentemente da moral comum que se restringe ao bem e ao mal.

Logo, havendo desrespeito ao princípio da moralidade, será caso de anulação do ato


administrativo, a qual é um verdadeiro controle de legalidade. Não bastando a mera revogação
(que analisa tão somente o mérito administrativo - conveniência e oportunidade).

A gestão de ética nas empresas públicas, portanto, baseia-se em tudo aquilo que a lei permite
(princípio da legalidade), já nas empresas privadas baseia-se naquilo que a lei não proíbe.

Não obstante algumas diferenças entre a gestão da ética nas empresas públicas e nas empresas
privadas, é certo que em ambas se faz necessário a observância da ética como pilar das relações
organizacionais.

Conforme trazido pelo próprio Banco do Brasil em seu Código de Ética: A ética não atrapalha o lucro,
ela traz confiança. A confiabilidade é um dos maiores bens do mercado. Empresa transparente e
ética atrai investidores e clientes. A ética cria senso de pertencimento nos funcionários. Investir em
ética é investir no maior bem da empresa: a confiança no seu nome.

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5) Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste do Brasil

A Comissão de Ética do Banco do Nordeste foi estabelecida em 2002 e está subordinada à Comissão
de Ética Pública (CEP), seguindo o modelo das demais comissões de ética setoriais do Poder
Executivo Federal.

No âmbito interno, a Comissão de Ética do Banco do Nordeste mantém independência em relação


às outras esferas administrativas da instituição. No entanto, conta com o apoio de uma secretaria
executiva administrativamente vinculada ao presidente do Banco, conforme estabelece a legislação.

O Banco do Nordeste tem como missão ser o banco de desenvolvimento da Região Nordeste,
objetivando a promoção do desenvolvimento e a circulação de bens por meio da prestação de
assistência financeira, serviços, técnica e capacitação a empreendimentos de interesse econômico e
social.
Art. 6º Os agentes submetidos a este Código baseiam sua atuação nos seguintes princípios e
valores:

I. Ética como princípio fundamental para o aprimoramento contínuo da atuação,


comportamentos e atitudes, sendo pré-requisito para a confiança pública;

II. Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência como princípios da


Administração Pública conforme a Constituição Federal;

III. Valores institucionais como Justiça, Governança, Honestidade, Sustentabilidade, Igualdade,


Compromisso, Democracia, Transparência, Respeito, Cooperação, Confiança, Disciplina e
Civilidade;

IV. Princípios de gestão como Meritocracia, Integridade, Inovação e Foco nos Clientes e
Resultados;

V. Igualdade no tratamento de todas as pessoas, repudiando qualquer forma de


discriminação;

VI. Convivência harmoniosa e produtiva no ambiente de trabalho, baseada em equidade,


respeito mútuo, cordialidade, colaboração e espírito de equipe;

VII. Ambientes de trabalho saudáveis e seguros para garantir o bem-estar de empregados,


colaboradores e a adequada prestação de serviços;

VIII. Repúdio à corrupção, práticas fraudulentas, nepotismo, conflito de interesses e atos


ilícitos, devendo ser denunciados;

IX. Respeito aos direitos humanos fundamentais, sem afronta à dignidade e igualdade de
direitos;

X. Repúdio a pressões ou interferências políticas que visem benefícios indevidos;

XI. Compromisso com a responsabilidade socioambiental, orientando a aplicação de crédito


e processos internos para o desenvolvimento sustentável;

XII. Isenção e imparcialidade nas atividades, evitando o uso da posição para benefícios
pessoais ou terceiros;

XIII. Repúdio à exploração do trabalho infantil e à utilização do trabalho análogo à escravidão;

XIV. Zelo permanente pela imagem e integridade institucional;

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XV. Atitudes e comportamentos baseados no compromisso inalienável de buscar sempre o
melhor, agindo com espírito público e responsabilidade, conforme o Código, normas internas
e legislação vigente.

Art. 7º Todas as políticas e iniciativas institucionais devem estar alinhadas ao conteúdo deste
Código, respeitando integralmente seus dispositivos, sendo inadmissível qualquer
regramento interno que contrarie as diretrizes estabelecidas.

Na era complexa e dinâmica do setor financeiro, a construção e manutenção de relações sólidas com
órgãos reguladores, equipes de auditoria interna e externa são fundamentais para a integridade e
sustentabilidade das instituições.

Nesse contexto, a transparência e o compromisso ético emergem como pilares inabaláveis. No


epicentro dessas práticas encontra-se o Banco do Nordeste, cujas diretrizes delineiam um horizonte
no qual a atenção, a transparência, a prestação de contas e o respeito delineiam um compromisso
inabalável com a ética e a conformidade. Neste cenário, exploraremos as disposições que orientam
a instituição no relacionamento com autoridades reguladoras, equipes de auditoria interna e externa,
destacando a importância da comunicação transparente e do compromisso irrevogável com padrões
éticos.

Relacionamento com órgãos reguladores e fiscalizadores (Art. 14):


Deve ser atencioso, transparente, prestativo e respeitoso.
Deve estar de acordo com os princípios e valores éticos estabelecidos no Código.
Atender às solicitações de informação nos prazos estabelecidos.

Comunicação transparente com órgãos de controle (Art. 15):


O Banco do Nordeste comunica aos órgãos de controle situações que afrontem o Código de Conduta.
Compromisso de realizar apurações internas quando necessário.

Acesso a documentos e informações (Art. 16):


O Banco do Nordeste concede acesso a documentos e informações quando solicitado por órgãos de
fiscalização ou regulação.
Observação das leis de Acesso à Informação (LAI) e de Proteção de Dados (LGPD).

Compromisso com informações completas e claras (Art. 17):


Compromisso do público-alvo do Código em disponibilizar informações completas, atualizadas,
objetivas e claras aos órgãos de regulação, fiscalização e auditoria.

Condutas inadmissíveis (Art. 18):


São consideradas inadmissíveis condutas como apresentar informações incorretas, dar falsas
declarações, destruir ou alterar registros e documentos importantes.
Também inclui tentativas de induzir ao erro auditores internos ou externos e representantes de órgãos
de regulação e fiscalização.

O Artigo 32 do Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste estabelece de maneira


clara e abrangente as condutas vedadas nas relações de trabalho, seja em ambientes presenciais,
virtuais ou remotos. Estas diretrizes representam os alicerces que visam preservar a integridade, a
transparência e a ética no exercício das atividades laborais. Dentre as condutas proibidas, destacam-
se:

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utilização indevida
do cargo ou difamação de conivência com uso inadequado
influência para colegas, parceiros infrações ao de informações
benefícios e clientes Código privilegiadas
pessoais

Além de outros comportamentos que comprometam a imagem da instituição e a dignidade das


relações humanas.

A proibição de atividades como a retirada indevida de documentos, o desvio de colaboradores para


interesses particulares e a cooperação com instituições contrárias à moral e honestidade reforça o
compromisso do Banco do Nordeste com a integridade e a responsabilidade social.

Adicionalmente, o parágrafo único destaca a responsabilidade exclusiva dos mais altos cargos da
instituição, impedindo-os de opinar publicamente sobre questões sensíveis e de natureza ética,
reforçando o compromisso da alta administração com a imparcialidade e o respeito às autoridades
e processos decisórios. Vejamos como dispõe o código:
Art. 32 São condutas vedadas nas relações de trabalho, presenciais, virtuais ou remotas:

I O uso do cargo ou função, de facilidades, de amizades, de tempo, de posição ou de


influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

II Prejudicar deliberadamente a reputação de administradores, empregados e colaboradores


do Banco do Nordeste, agentes públicos de órgãos e entidades federais, estaduais ou
municipais e de cidadãos que deles dependam, bem como de clientes, parceiros, fornecedores
e concorrentes;

III Ser, mesmo que em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração
a este Código de Conduta Ética e Integridade;

IV Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer
pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

V Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento


para cumprimento de suas responsabilidades funcionais ou execução de suas atividades;

VI Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem


pessoal interfiram no trato com o público ou com colegas hierarquicamente superiores ou
inferiores;

VII Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira,
gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares
ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outra pessoa para
o mesmo fim;

VIII Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

IX Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento do Banco do Nordeste;
X Desviar empregados ou colaboradores para atendimento a interesse particular;

XI Retirar das instalações do Banco do Nordeste, sem estar legalmente autorizado, qualquer
documento, livro ou bem pertencente ao Banco ou a terceiros;

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XII Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em
benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

XIII Apresentar-se embriagado ou sob o efeito de substâncias ilícitas no serviço ou fora dele
habitualmente;

XIV Cooperar com qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a
dignidade da pessoa humana;

XV Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho


duvidoso.

Parágrafo único: É vedado ao Presidente e aos Diretores do Banco do Nordeste opinar


publicamente a respeito:

I Da honorabilidade e do desempenho funcional de outra autoridade pública federal; e

II Do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão individual ou em órgão
colegiado.

Este conjunto de diretrizes delineia um ambiente de trabalho pautado pela ética, respeito e
responsabilidade, consolidando o compromisso do Banco do Nordeste com práticas empresariais
íntegras e transparentes.

O capítulo XIII do Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste delineia diretrizes
essenciais para o comportamento nas redes e mídias sociais, reconhecendo a crescente influência
desses canais na reputação e integridade institucionais. No ambiente dinâmico das interações
virtuais, o Artigo 33 estabelece a aplicação dos dispositivos do Código por todos vinculados à
instituição, destacando a responsabilidade inerente ao estar identificado como membro do Banco
do Nordeste.

O respeito ao direito à livre expressão é enfatizado no Artigo 34, contudo, salienta-se que o
comportamento individual, mesmo em interações pessoais, pode impactar diretamente na imagem
e integridade da instituição. O uso responsável das redes e mídias sociais é sublinhado no parágrafo
único, ressaltando a importância da responsabilidade, empatia e compromisso ético.

O Artigo 35 orienta o público-alvo a adotar posturas conscientes nas interações online, destacando
a responsabilidade sobre o que é publicado, a equivalência da má conduta no mundo virtual com
o real, o respeito às opiniões alheias, a prontidão para corrigir erros e a proibição de
comportamentos prejudiciais.

Por sua vez, o Artigo 36 delineia práticas inadmissíveis, tais como:

criação de perfis uso indevido de e divulgação de


o acesso imoderado a redes
não autorizados identidade visual, informações
sociais no ambiente de
relacionados ao ofensas à honra da internas em canais
trabalho
Banco do Nordeste instituição não autorizados.

Estas diretrizes refletem a necessidade de equilíbrio entre a liberdade de expressão e a


responsabilidade nas interações virtuais, consolidando o compromisso do Banco do Nordeste com
uma presença ética e íntegra nas redes e mídias sociais.

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Os artigos 41 a 43 do Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste delimitam com
clareza as diretrizes referentes a conflitos de interesses, reconhecendo a importância de preservar a
integridade institucional e evitar influências impróprias no desempenho das funções públicas da
instituição.

O Artigo 41 estabelece a obrigação de prevenir, coibir e reportar qualquer situação que sugira
conflito de interesses entre as responsabilidades públicas do Banco do Nordeste e interesses
privados, potenciais ou reais.

Tome nota!

O conflito de interesses é real quando a situação geradora já se consumou e é potencial quando


interesses particulares podem gerar conflito de interesses em situação futura.

O Artigo 42 enumera exemplos de situações que podem gerar conflito de interesses, vejamos:
Art. 42 São exemplos de situações que geram ou sugerem conflito de interesses e que devem
ser evitadas:

I Divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiros, obtida


em razão das atividades exercidas;

II Exercer atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de relação de


negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão de administrador ou
empregado ou do colegiado dos quais estes participem no Banco do Nordeste;

III Exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da sua natureza seja incompatível
com as atribuições do cargo, função ou emprego, considerando-se como tal, inclusive, a
atividade desenvolvida em áreas ou matérias correlatas;

IV Atuar, ainda que informalmente, como procurador, consultor, assessor ou intermediário de


interesses privados junto ao Banco do Nordeste;

V Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de que participe administrador


outro membro de órgão estatutário, empregado ou colaborador, seu cônjuge, companheiro
ou parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, e que
possa ser por ele beneficiada ou influir em seus atos de gestão;

VI Receber presente de quem tenha interesse em decisão de administrador, de membro de


órgão estatutário ou de empregado ou ainda de colegiado do qual estes participem fora dos
limites e condições estabelecidos no Capítulo XVII.

O Artigo 43, por sua vez, regulamenta o exercício de atividades extrabanco pelos empregados,
impondo condições para garantir a ausência de conflitos. Sendo elas:

não interferência nas responsabilidades perante o Banco do Nordeste;

compatibilidade com o horário de trabalho;

ausência de dano à reputação da instituição;

não divulgação de informações privilegiadas;

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e não utilização de recursos do Banco para atividades externas.

Importante!

O código ainda estabelece procedimentos específicos para consultas e comunicação de situações de


conflito, reforçando a transparência e a responsabilidade na gestão de interesses. Além disso,
concede permissão específica ao Presidente e Diretores para o exercício não remunerado de
encargos de mandatários, desde que compatíveis com a lei e autorizados pelo Conselho de
Administração.

Sobre presentes, brindes e hospitalidades, o Capítulo XVII do Código de Conduta Ética e


Integridade do Banco do Nordeste estabelece diretrizes claras e rigorosas com o intuito de
assegurar a integridade e imparcialidade dos colaboradores da instituição.

O Artigo 44 proíbe a exigência, oferta ou aceitação de favores, presentes, comissões ou vantagens


que possam comprometer a missão do Banco do Nordeste ou influenciar agentes públicos para os
mesmos fins. Exceto para brindes de valor unitário inferior a um por cento do teto remuneratório
de caráter histórico ou cultural previsto no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição; e sem valor
comercial, distribuídos em eventos institucionais ou datas comemorativas.

Além disso, há proibição de aceitar brindes da mesma pessoa ou entidade em intervalos menores
que doze meses, e nos casos em que valor do brinde ultrapasse o limite estabelecido, vejamos:
§3º Se o valor do brinde ultrapassar o valor mencionado o inciso I do §1º acima, será ele
tratado como presente, aplicando-se-lhe, em caso de impossibilidade de recusa ou de
devolução imediatas, uma das seguintes providências:

I Tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, destiná-lo ao acervo do Banco


do Nordeste para que este lhe dê o destino adequado;

II Promover a sua doação a entidade de caráter assistencial ou filantrópico reconhecida como


de utilidade pública, desde que, tratando-se de bem não perecível, se comprometa a aplicar
o bem ou o produto da sua alienação em suas atividades-fim; ou

III Determinar a incorporação ao patrimônio do Banco do Nordeste.

O §4º autoriza o recebimento de valores monetários, presentes ou brindes acima do limite em


situações específicas, tais como:

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Quando procedentes de programas ou
iniciativas de reconhecimento interno do Banco
do Nordeste.

Quando oriundos de campanhas promocionais Em razão de laços de amizade ou coleguismo


da CAPEF ou da CAMED destinadas aos entre empregados ou colaboradores por
participantes e beneficiários respectivamente. ocasião de datas comemorativas ou de
confraternização, a exemplo de aniversários,
despedidas e movimentações de pessoal,
desde que a oferta não seja atrelada à intenção
Quando se configurarem como prêmio de obter ganhos indevidos ou de recompensar
concedido em razão de concurso de acesso alguém pelo cumprimento de uma obrigação
público a trabalho de natureza acadêmica, inerente ao cargo ou função ocupada, nem
científica, tecnológica ou cultural. caracterize troca de favores ou benefícios.

Quando ofertados por autoridades estrangeiras,


nos casos protocolares em que houver
reciprocidade ou em razão do exercício de
funções diplomáticas.

O Artigo 45 proíbe o recebimento de hospitalidade ou remuneração em eventos pelos


colaboradores, salvo custos cobertos pelo Banco do Nordeste ou por entidades que não tenham
interesses decisórios sobre os participantes da instituição.

Importante!

É vedada a utilização da infraestrutura, instalações, equipamentos, redes de dados, canais de


comunicação, recursos humanos, materiais e de tecnologia da informação (correio eletrônico,
Internet, Intranet, sistemas, aplicativos etc.) do Banco do Nordeste para atividades ou assuntos
político-partidários, religiosos ou de interesse comercial próprio ou de terceiros.

O Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste destaca a importância da gestão


ética na instituição, sendo conduzida pela Comissão de Ética e por sua Secretaria Executiva, em
conformidade com a legislação vigente, especialmente o Decreto nº 6.029/2007 e a Resolução nº
10/2008 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP).

A Comissão de Ética possui diversas atribuições, tais como:

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promover a disseminação e treinamento sobre normas éticas;

apurar condutas em desacordo;

atuar como instância consultiva;

dirimir dúvidas;
supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta
Administração Federal;

O Artigo 51 estabelece que representações, denúncias ou demandas devem ser encaminhadas


pelos canais apresentados no Artigo 62. A Comissão de Ética, ao analisar as ocorrências, preserva o
sigilo das informações. Se o autor da demanda não se identificar, a Comissão poderá acolher os fatos
narrados para instaurar procedimento investigatório.

Tome nota!

A Comissão de Ética é composta por três membros titulares, com respectivos suplentes, escolhidos
entre os empregados do Banco do Nordeste. O Presidente do Banco designa dois titulares e dois
suplentes, enquanto os empregados escolhem um titular e um suplente em eleição direta realizada
a cada três anos.

Os princípios fundamentais para os membros da Comissão de Ética incluem preservar a honra e


imagem da pessoa investigada, proteger a identidade do denunciante e atuar de forma
independente e imparcial.

Importante!

Aos membros da Comissão de Ética do Banco do Nordeste, titulares e suplentes, será assegurada:

inamovibilidade de lotação e função em comissão durante o mandato e após o fim


de seu mandato por até 12 (doze) meses, conforme parágrafo único.

Parágrafo único: Caso o período do mandato seja inferior a três anos, será
calculado tempo de asseguramento de forma proporcional ao tempo de
exercício como membro na Comissão de Ética, limitado ao período de 12 meses.

Os membros da Comissão de Ética e de sua Secretaria Executiva terão


assistência jurídica interna durante o mandato e por período indeterminado
posterior ao mandato, ainda que desligados dos quadros de empregados da
empresa, acaso demandados administrativa ou juridicamente por atos seus
nesta qualidade.

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A gestão da integridade no Banco do Nordeste é distribuída, envolvendo coordenação e mecanismos
em diversas áreas da instituição. O Ambiente de Controles e Internos e Compliance é a instância
responsável pela coordenação das ações da Política de Integridade e Ética, submetendo
atualizações à Diretoria Executiva e coordenando as atividades para o aprimoramento contínuo dos
mecanismos de integridade.

Tome nota!

Qualquer pessoa, seja interna ou externa à instituição, tem o direito de apresentar denúncias
relacionadas a comportamentos que violem o estabelecido no Código.

O Banco do Nordeste disponibiliza canais específicos para o recebimento de denúncias, tanto


internas quanto externas, referentes ao descumprimento do Código e de outras normas internas ou
obrigações legais, bem como para situações com indícios de ilicitude. O Artigo 59 destaca que a
Política de Proteção ao Denunciante faz parte integrante do Código e oferece mecanismos de
proteção para evitar qualquer forma de retaliação contra quem utiliza o canal de denúncias.

A denúncia deve conter informações específicas, conforme descrito no Artigo 60, vejamos:

a identificação opcional do denunciante a identificação do denunciado

e a apresentação de elementos de
uma descrição detalhada dos fatos prova ou indicação de onde podem ser
encontrados

É assegurado aos responsáveis pelo tratamento das denúncias o compromisso de garantir o


anonimato do denunciante, caso este assim o deseje, conforme previsto no Artigo 61. Isso contribui
para encorajar a denúncia de práticas inadequadas, proporcionando um ambiente mais ético e
íntegro na instituição.

O Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste prevê sanções para o


descumprimento de seus dispositivos éticos. Em caso de infração, especialmente em relação aos
aspectos éticos, a penalidade aplicada é a Censura Ética, após o devido Processo de Apuração Ética
(PAE). Esse processo deve garantir o contraditório e a ampla defesa do envolvido.

Além da Censura Ética, a Comissão de Ética do Banco do Nordeste pode adotar outras medidas,
cumulativa ou não, como a recomendação de dispensa de função de confiança ou a lavratura do
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP). As consequências da aplicação da censura
incluem a não recepção de promoção por mérito no processo em curso ou subsequente à decisão,

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comunicação à Comissão de Ética Pública (CEP) para registro em seu banco de dados, e registro da
penalidade nos assentamentos funcionais por um período de três anos.

Tome nota!

A Comissão de Ética do Banco do Nordeste dará publicidade às decisões que resultem em sanção,
recomendação ou ACPP, resumidamente, sem a divulgação dos nomes dos envolvidos, no site
eletrônico da instituição.

Importante!

No caso de membros da Comissão de Ética, Secretaria da Comissão de Ética, alta administração,


membros do Conselho de Administração e Fiscal, a competência para apuração e aplicação de
sanções éticas é da Comissão de Ética Pública (CEP).

Quanto aos colaboradores que não são empregados do Banco do Nordeste, a Comissão de Ética do
Banco do Nordeste deve proceder à devida apuração dos fatos sem a aplicação de penalidade,
enviando o resultado ao gestor do contrato, com cópia ao Presidente do Banco do Nordeste, para
as providências cabíveis junto à empresa à qual o colaborador está vinculado.

Em caso de infringência às disposições legais, normas e regulamentos do Banco, e após a conclusão


de procedimento disciplinar, o empregado pode sofrer punições disciplinares, levando em
consideração a natureza e gravidade da infração, sem prejuízo da aplicação de responsabilização
pecuniária, quando cabível. Vejamos:
Art. 67 As punições disciplinares são:

I Repreensão: aplicada para condutas que descumpram deveres funcionais, sem indícios de
dolo ou má-fé, de gradação leve e que não justifique imposição de penalidade mais grave;

II Advertência: aplicada em caso de reincidência de conduta anteriormente punida com


repreensão ou nas hipóteses de descumprimento de qualquer das vedações ou deveres
funcionais previstos em lei, regulamentação ou norma interna que não justifique imposição
de penalidade mais grave;

III Suspensão: aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência, nas
ocorrências de gradação média, ou de violação das demais proibições que não tipifiquem
infração sujeita à penalidade de rescisão contratual por justa causa. É expressa pelo
compulsório afastamento de empregado do exercício de suas atividades por período de até
30 (trinta) dias;

IV Despedida por justa causa: aplicada quando do cometimento de infração prevista na


legislação vigente como justa causa para rescisão do contrato de trabalho.

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Parágrafo único: A aplicação de punição disciplinar não exclui a possibilidade de, a critério
do Banco, serem adotadas as medidas judiciais cabíveis para que o empregado repare os
danos e prejuízos causados.

O Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste estabelece alguns pontos adicionais,
vejamos:

Afirma o compromisso do Banco do Nordeste com a equidade de gênero, esclarecendo que os


termos como "empregados", "colaboradores", "contratados" e outros usados na forma gramatical
do masculino ao longo do Código referem-se sempre a mulheres e homens.

Determina que os editais de concursos públicos para seleção de empregados do Banco do


Nordeste devem fazer expressa referência a este Código de Conduta Ética e Integridade para prévio
conhecimento dos candidatos.

Estabelece que ninguém poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por
dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego
ou função pública.

Determina que a Comissão de Ética apreciará toda e qualquer sugestão de aprimoramento do


Código e proporá à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração do Banco do Nordeste
eventuais atualizações que julgar necessárias.

Além disso, o Código deve passar por revisão a cada três anos.

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

1) Introdução

Continuaremos os estudos do Banco do Nordeste no Brasil S.A. sobre o Conhecimentos Bancários.

1- Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Nordeste do Brasil

2) Considerações iniciais

A Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) do Banco do Nordeste


estabelece um conjunto abrangente de princípios e diretrizes para orientar suas operações e
relacionamentos com partes interessadas. Esses princípios refletem o compromisso do banco com
práticas sustentáveis e responsáveis em todas as suas atividades. Vejamos os principais princípios
delineados na PRSAC:

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Promoção do Desenvolvimento Sustentável: Compromisso com o desenvolvimento
sustentável da área de atuação, incorporando aspectos sociais, ambientais e climáticos.

Inovação Social e Tecnológica para o Semiárido: Estímulo à inovação social e tecnológica,


especialmente direcionada para o contexto desafiador do semiárido brasileiro.

Respeito à Diversidade, Equidade e Inclusão: Promoção do respeito e da promoção da


diversidade, equidade e inclusão em todas as operações e interações com partes interessadas.

Gestão Ecoeficiente e Socioambientalmente Responsável: Adoção de práticas de gestão


empresarial ecoeficientes e socialmente responsáveis, visando minimizar impactos ambientais e
sociais.

Ética, Integridade e Transparência: Atuação ética, íntegra e transparente em todas as


operações, atividades e processos, fortalecendo a confiança com as partes interessadas.

Transição para uma Economia de Baixo Carbono: Apoio à transição para uma economia com
baixas emissões de carbono e contribuição para a mitigação dos impactos relacionados às mudanças
climáticas.

Alinhamento a Normas e Compromissos: Adesão às normas legais, políticas públicas e tratados


nacionais e internacionais relacionados à responsabilidade social, ambiental e climática, incluindo a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e
Acordo de Paris.

Contribuição de Impacto Positivo e Mitigação de Impactos Negativos: Busca pela


contribuição positiva e pela mitigação de impactos negativos resultantes dos produtos, serviços,
atividades e processos do banco.

Inclusão Social e Inserção Produtiva Sustentável: Promoção da inclusão social e inserção


produtiva em bases social, ambiental e climática sustentáveis.

Engajamento de Partes Interessadas: Engajamento ativo de partes interessadas e incentivo à


adoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia de valor do banco.

Todas as unidades organizacionais relacionadas com a PRSAC devem: Conhecer, aplicar e adotar
rotinas e procedimentos operacionais necessários para sua efetivação.

A governança da Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) do Banco do


Nordeste é essencial para garantir a efetividade e aderência às diretrizes estabelecidas. Aqui estão
os principais papéis e responsabilidades das instâncias envolvidas na governança:

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Prestação de subsídios e participação no processo de tomada de
decisões relacionadas ao estabelecimento e revisão da PRSAC,
auxiliando o Conselho de Administração.

Implementação de ações para efetividade da PRSAC.


Diretoria de
Planejamento: Monitoramento e avaliação das ações implementadas.

Aperfeiçoamento das ações identificadas com deficiências.


Unidades Organizacionais

Divulgação adequada e fidedigna de informações constantes da


PRSAC.
Diretoria Conduzir atividades em conformidade com a PRSAC e ações
Executiva: implementadas para sua efetividade.
Auditoria Avaliar periodicamente os processos relativos ao estabelecimento
Interna: da PRSAC e à implementação de ações para sua efetividade.
Propor recomendações ao Conselho de Administração sobre o
estabelecimento e revisão da PRSAC.
Comitê de
Sustentabilidade, Avaliar o grau de aderência das ações à PRSAC e propor
Riscos e de recomendações de aperfeiçoamento.
Capital:
Manter registro das recomendações.

Aprovar e revisar a PRSAC, com auxílio da Diretoria de


Planejamento e do Comitê de Sustentabilidade, Riscos e de
Capital.

Assegurar aderência do Banco à PRSAC e às ações para sua


efetividade.

Garantir compatibilidade e integração da PRSAC com outras


políticas institucionais.

Conselho de Administração:
Corrigir tempestivamente deficiências relacionadas à PRSAC.

Estabelecer a organização e atribuições do comitê


responsável pela PRSAC.

Assegurar que a estrutura remuneratória não incentive


comportamentos incompatíveis com a PRSAC.

Promover a disseminação interna da PRSAC e ações para sua


efetividade.

Para monitorar e avaliar a efetividade da PRSAC, foram instituídos os seguintes mecanismos:

Índice de Cumprimento da PRSAC: Conjunto de indicadores de responsabilidade das unidades


da Direção Geral, elaborados com a participação das unidades responsáveis e do Ambiente de
Planejamento, integrando o Programa de Ação do Banco.

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Plano de Ação da PRSAC: Composto por ações e iniciativas a serem implementadas pelas
unidades da Direção Geral, visando sanar lacunas e incorporar avanços corporativos para efetivação
dos princípios e diretrizes da PRSAC.

Matriz de Responsabilidades PRSAC: Distribuição das ações básicas de cumprimento da PRSAC


entre as unidades da DIRGE (Direção Geral) de acordo com suas respectivas atribuições.

Importante!

A revisão da PRSAC deve ser realizada no mínimo a cada três anos, ou quando ocorrerem mudanças
regulatórias ou eventos considerados relevantes pelo Banco. Isso inclui, mas não se limita a:

• Oferta de novos produtos ou serviços relevantes.


• Modificações relevantes nos produtos, serviços, atividades ou processos do Banco.
• Mudanças significativas no modelo de negócios do Banco.
• Reorganizações societárias significativas.
• Mudanças políticas, legais, regulamentares, tecnológicas ou de mercado, incluindo alterações
nas preferências de consumo que impactem significativamente os negócios da instituição.
• Alterações relevantes na exposição ao risco social, ambiental e climático.

Tome nota!

O Banco do Nordeste se compromete a divulgar ao público externo, de maneira transparente e


acessível, as seguintes informações em seu sítio na internet:

A Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC).

As ações implementadas para a efetividade da PRSAC, juntamente com os critérios de avaliação.

A relação dos setores econômicos sujeitos a restrições nos negócios devido a aspectos sociais,
ambientais ou climáticos, quando aplicável.

A lista de produtos e serviços oferecidos que contribuam positivamente em aspectos sociais,


ambientais ou climáticos, quando existentes.

A relação de pactos, acordos ou compromissos nacionais ou internacionais de natureza social,


ambiental ou climática, dos quais o Banco seja participante, quando aplicável.

Os mecanismos utilizados para promover a participação de partes interessadas no processo de


estabelecimento e revisões da PRSAC.

Facultativamente, a avaliação das ações quanto à sua contribuição para a efetividade da PRSAC.

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ESTRATÉGIA ASG

1) Introdução

Continuaremos os estudos do Banco do Nordeste no Brasil S.A. sobre o Conhecimentos Bancários.

1- Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança): Estratégia de sustentabilidade do Banco


do Nordeste do Brasil

2) Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança)

A Estratégia ASG do banco é estruturada em dois pilares fundamentais:

Apoio à Sustentabilidade Social e Ambiental e


Operação Empresarial Ecoeficiente e
Transição para uma Economia de Baixo
Socialmente Responsável:
Carbono:

Compromisso em contribuir para o


Adoção de práticas ecoeficientes no âmbito
desenvolvimento sustentável, promovendo ações
operacional, buscando minimizar o impacto
que beneficiem tanto a sociedade quanto o meio
ambiental das atividades do banco.
ambiente.

Comprometimento com a responsabilidade


Foco na transição para uma economia mais
social, considerando os impactos das operações
sustentável, com especial atenção para a redução
nas comunidades e buscando contribuir
das emissões de carbono.
positivamente para o desenvolvimento local.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) associados à Estratégia ASG do Banco do


Nordeste evidenciam o alinhamento com metas globais de sustentabilidade, abrangendo áreas
cruciais como erradicação da pobreza, igualdade de gênero, água potável, energia limpa, trabalho
decente, inovação, redução das desigualdades, ação contra as mudanças climáticas, paz e justiça,
entre outros. Essa abordagem integrada destaca o comprometimento do banco em promover um
impacto positivo abrangente em diversas dimensões socioeconômicas e ambientais.

O Banco do Nordeste estabeleceu um conjunto de indicadores para monitorar o progresso em


relação aos seus objetivos de sustentabilidade. Esses indicadores estão associados a diversas Linhas
de Ação que compõem a estratégia sustentável do banco. Vejamos:

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Inclusão Social e Inserção Geração de Energia por Fontes
Crédito de Impacto Positivo: Produtiva: Renováveis:
Apoio a setores da economia que
contribuem positivamente para Apoio à inclusão financeira e Fomento ao uso de fontes
aspectos sociais, ambientais e produtiva, com foco na promoção renováveis, especialmente energia
climáticos. da inclusão social de pessoas em solar e eólica, para a geração de
situação de vulnerabilidade. energia elétrica.

Gestão Socialmente
Tecnologia, Inovação e
Desenvolvimento Territorial e Responsável:
Pesquisa:
Espacialmente Distribuído:
Financiamento de atividades Promoção do desenvolvimento
produtivas e investimentos Estímulo à inovação, pesquisa e
pessoal e profissional dos
voltados para a redução das desenvolvimento científico e
funcionários, bem como a criação
desigualdades inter-regionais. tecnológico como parte do
de um ambiente de trabalho
suporte a setores produtivos.
saudável e inclusivo.

Governança, Integridade e Ecoeficiência e


Transparência: Responsabilidade Social e
Agricultura Familiar e Ambiental:
Agronegócio Sustentável: Adoção de práticas que
Financiamento direcionado para a Operação baseada em princípios promovam o uso racional e
agricultura familiar e práticas éticos, legais, de integridade e sustentável dos recursos,
agropecuárias sustentáveis. transparência, reforçando o destacando o compromisso com a
compromisso com uma ecoeficiência e a responsabilidade
governança responsável. social e ambiental.

Essas linhas de ação refletem o comprometimento do Banco do Nordeste em abordar questões


cruciais em diversas áreas, desde o apoio a setores sustentáveis até a promoção da inclusão social e
o uso responsável dos recursos, tudo isso alinhado a princípios éticos e de transparência.

2.1) Operacionalização da Estratégia ASG do Banco do Nordeste

A operacionalização da Estratégia ASG do Banco do Nordeste envolve diversas etapas e mecanismos


para garantir o efetivo cumprimento dos objetivos. Vejamos:

Referenciais Externos de Avaliação: Definição e aplicação de padrões externos de avaliação de


desempenho corporativo em relação aos aspectos Ambiental, Social e de Governança (ASG). Isso
pode incluir diretrizes de organizações reconhecidas internacionalmente.

Monitoramento de Indicadores: Estabelecimento e acompanhamento de indicadores


específicos relacionados às diversas linhas de ação da estratégia. Esses indicadores servem como
métricas mensuráveis para avaliar o progresso em direção aos objetivos ASG.

Elaboração de Relatórios Corporativos: Produção e divulgação de relatórios abrangentes sobre


a temática ASG. Esses relatórios destacam o desempenho do banco em relação aos seus
compromissos e metas de sustentabilidade, oferecendo transparência às partes interessadas.

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A estrutura de governança assegura que a Estratégia ASG seja integrada de maneira eficaz em todas
as áreas do Banco do Nordeste, permitindo uma abordagem abrangente e coordenada em direção
a práticas mais sustentáveis e responsáveis, envolvendo diferentes instâncias responsáveis por
supervisionar e orientar as ações do banco nessa área. Vejamos quais são as Instâncias de
Governança:

Recebe os relatórios de desempenho


Conselho de dos indicadores e avaliações externas,
Administração: desempenhando um papel central na
supervisão estratégica.

Participa da análise e tomada de


Comitê de
decisões relacionadas à
Sustentabilidade,
sustentabilidade, riscos e gestão de
Riscos e de Capital:
capital.

Instâncias de Responsável por liderar a


Governança: Diretoria Executiva: implementação prática da Estratégia
ASG.

Participa ativamente na definição e


Diretoria de
monitoramento dos indicadores e
Planejamento:
metas da estratégia.

Superintendência de
Desempenha um papel crucial na
Políticas de
execução de políticas voltadas para o
Desenvolvimento
desenvolvimento sustentável.
Sustentável:

3) Estratégia de sustentabilidade do Banco do Nordeste do Brasil

A estratégia de sustentabilidade do Banco do Nordeste está fundamentada no conceito de ASG,


representando as dimensões Ambiental, Social e de Governança. Essa abordagem vai além dos
tradicionais indicadores econômico-financeiros, considerando aspectos mais amplos para avaliar o
desempenho organizacional.

O Banco do Nordeste reconhece a importância da transparência ao compartilhar informações sobre


suas ações corporativas, especialmente aquelas relacionadas a questões sociais, ambientais e de
governança (ASG).

Avaliação de Impactos: O relatório de sustentabilidade oferece uma visão detalhada dos


principais impactos das atividades do banco, dos processos de trabalho e das interações com seus
diversos públicos de interesse.

Conformidade com Padrões Internacionais: A elaboração dos relatórios segue critérios e


diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), um padrão internacional reconhecido para relatórios
e divulgação de impactos organizacionais nas áreas ambiental, econômica e social.

Auditoria Independente: Desde 2010, os relatórios de sustentabilidade são assegurados por


uma empresa de auditoria independente, o que reforça a credibilidade e a confiabilidade das
informações apresentadas.

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Participação em Iniciativas Externas: O banco participa do projeto Reporting Matters em
parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Isso
não apenas demonstra o compromisso com a transparência, mas também permite a análise dos
relatórios para identificar tendências e melhores práticas de reporte.

Foco na Sustentabilidade: O banco tem uma abordagem holística da sustentabilidade,


considerando diferentes dimensões de seus negócios.

Além disso, o Banco do Nordeste se destaca por oferecer programas de crédito que não apenas
impulsionam o desenvolvimento econômico, mas também refletem um compromisso com a
preservação ambiental e práticas sustentáveis. Vejamos algumas das linhas de crédito oferecidas:

FNE Verde:
Crédito destinado à implantação, ampliação, modernização e reforma de empreendimentos sustentáveis. Esta
linha visa apoiar projetos que contribuam positivamente para o meio ambiente.

FNE Sol:
Especializada no financiamento de sistemas de energia provenientes de fontes renováveis para consumo
próprio. Essa linha promove a adoção de tecnologias limpas e a redução da pegada de carbono.

FNE Inovação:
Destinada a impulsionar inovações em produtos, serviços, processos e métodos organizacionais das empresas.
Essa linha de crédito incentiva a busca por soluções mais eficientes e sustentáveis.

Pronaf Agroecologia:
Proporciona crédito de investimento para sistemas de base agroecológica ou orgânica. Inclui suporte financeiro
para a implantação e manutenção de empreendimentos alinhados com práticas sustentáveis na agricultura.

Pronaf Semiárido:
Oferece apoio financeiro às atividades de agricultores familiares no semiárido nordestino. Essa linha visa
fortalecer economicamente as comunidades locais, considerando as características específicas da região.

Pronaf Floresta:
Proporciona financiamento, com base em projetos técnicos, para atividades florestais, como enriquecimento de
áreas, manutenção de áreas e exploração sustentável. Essa linha está alinhada com práticas que promovem o
manejo responsável dos recursos naturais.

Essas linhas de crédito não apenas oferecem condições vantajosas, como juros baixos e prazos
acessíveis, mas também incentivam práticas sustentáveis em setores-chave, demonstrando o
comprometimento do Banco do Nordeste com a promoção de um desenvolvimento econômico em
harmonia com o meio ambiente.

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

1) Introdução

Continuaremos os estudos do Banco do Nordeste no Brasil S.A. sobre o Conhecimentos Bancários.

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1- Atualidades do mercado financeiro. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e
desafios. Internet banking. Mobile banking. Open banking. Novos modelos de negócios.
Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos sombra (Shadow banking). Funções da
moeda. O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas. Marketplace.
Correspondentes bancários. Arranjos de pagamentos. Sistema de pagamentos instantâneos
(PIX). Segmentação e interações digitais. Transformação digital no Sistema Financeiro. Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações.
Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 e Decreto nº 11.129 de 11/07/2022. Segurança
cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021.

2) Considerações iniciais

Revolução Industrial. Com esses avanços, houve um aumento significativo no uso de informática e
robótica.

Os bancos também estão sendo afetados por essa era digital, pois é impossível ignorar a grande
presença da tecnologia na vida das pessoas hoje. Vemos que nos últimos anos, a utilização de
tecnologias tem se tornado cada vez mais comum em todo o mundo.

Por exemplo, no Brasil, o sistema bancário tem passado por uma modernização ao longo dos anos.
Uma das grandes inovações foi o surgimento da Transferência Eletrônica Disponível (TED) em 2022,
que é um serviço de transferência em tempo real entre contas de diferentes instituições financeiras.
Isso trouxe mais agilidade e segurança às transferências de recursos.

A modernização do Sistema de Pagamentos Brasileiro também proporcionou um cenário mais


seguro para as transações bancárias, o que permitiu a implementação de plataformas digitais para
os clientes de bancos. Assim surgiu a internet banking, onde os clientes podem acessar suas contas
e realizar transações financeiras pela internet.

Atualmente, todos os bancos oferecem sites e aplicativos (mobile banking) para que os clientes
possam acessar suas contas e realizar transações financeiras. No entanto, ainda há alguns clientes
que preferem manter uma relação tradicional com os bancos, mas a tendência é que a relação entre
cliente e banco se torne cada vez mais digital, especialmente devido à pandemia que estamos
enfrentando.

Muitas pessoas que antes não usavam aplicativos de bancos se viram "obrigadas" a utilizá-los para
evitar deslocamentos até as agências bancárias e diminuir o risco de contágio pelo Coronavírus.
Portanto, já se sabe que houve um aumento significativo no uso de canais digitais e tudo indica que
esse avanço veio para ficar.

Aspectos importantes no processo de “digitalização” dos bancos:

Possibilita a redução da demanda por funcionários;

Gera economia com espaço físico, que passa a ser cada vez menos necessário;

Facilita a atração de novos clientes, especialmente os jovens, que usam muito aplicativos;

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Facilita a inclusão de pessoas que não possuíam fácil acesso às agências bancárias.

A pesquisa de Tecnologia Bancária, realizada em 2021 pela FEBRABAN (Federação Brasileira de


Bancos), apresentou dados interessantes sobre a presença da tecnologia nos bancos.

Em 2020, o setor bancário representou 14% dos investimentos em tecnologia na economia global,
perdendo apenas para o Governo.

Entre os investimentos em tecnologia feitos pelos bancos, destacam-se a segurança cibernética, o


trabalho remoto, a inteligência artificial e o Mobile Banking, que respondeu por mais da metade das
transações bancárias. Além disso, 90% das contratações de crédito e 80% dos pagamentos de contas
foram realizados por meio de canais digitais. No entanto, os canais físicos ainda são bastante
utilizados para transações mais complexas.

Apesar de todos os benefícios, a digitalização dos bancos também apresenta desafios, como altos
custos para implementar tecnologia segura, necessidade de mudança cultural interna e externa, e
concorrência com instituições inovadoras que já nasceram digitais.

Já existem novos modelos de instituições financeiras que não possuem agências físicas e têm toda
a relação com os clientes digital, desde a abertura da conta.

Isso impõe desafios adicionais aos bancos tradicionais, enquanto essas instituições inovadoras
também enfrentam desafios ao competir com os grandes bancos e manter seus clientes.

A partir dessa contextualização sobre bancos na Era Digital, será estudado tópicos específicos do
assunto, como o Internet Banking.

INTERNET BANKING

1) Conceito

O internet banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas
bancárias e realizem transações financeiras pela internet. É como se fosse o banco em casa ou no
escritório, pois é possível realizar diversas ações sem sair de casa ou do trabalho.

2) Características

Com o internet banking, é possível abrir uma conta corrente, pagar contas, fazer transferências entre
contas de um banco para outro, consultar saldo e extratos, fazer pagamentos de tributos, investir e
resgatar investimentos, solicitar empréstimos e muito mais.

Enfim, internet banking está associado ao acesso ao banco via computadores, diferentemente do
mobile banking que será estudado a seguir.

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MOBILE BANKING

1) Conceito

O Mobile Banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas bancárias
e realizem transações financeiras através de seus smartphones, geralmente via aplicativos oferecidos
pelos bancos. É possível realizar as mesmas transações que podem ser feitas no Internet Banking.

2) Benefícios e desafios

De acordo com a Pesquisa de Tecnologia Bancária 2021 da FEBRABAN, o Mobile Banking é a


tecnologia bancária mais utilizada pelos brasileiros, isso pode ser atribuído a três fatores principais:
o contexto de pandemia, o programa de auxílio emergencial e o lançamento do PIX.

O Mobile Banking traz benefícios para os bancos e os clientes, como redução de custos, agilidade
nas transações, análise de dados dos clientes e comodidade para os clientes realizarem transações
em qualquer lugar e hora.

Mas ele também traz desafios, como tornar os aplicativos acessíveis a todos os tipos de clientes,
garantir a segurança dos dados dos clientes e transformar o Mobile Banking em um canal de vendas.

OPEN BANKING

1) Noções Introdutórias

Open Banking é um conceito que se baseia na abertura dos sistemas bancários para permitir acesso
de terceiros às informações e funcionalidades dos bancos. O objetivo é fomentar a inovação e
aumentar a competição no mercado financeiro, permitindo que outras instituições, como Fintechs e
empresas de tecnologia, ofereçam novos serviços e soluções para os clientes.

No sistema bancário tradicional, um banco não tem acesso ao relacionamento que seu cliente possui
com outro banco, o que impõe maior dificuldade de competir com ele. Já no Open Banking: Com a
permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras
instituições participantes e acessam exatamente os dados autorizados pelos clientes. Todo esse
processo é feito em um ambiente seguro e a permissão poderá ser cancelada pela pessoa sempre
que ela quiser (BACEN, 2021).

Isso tende a aumentar a concorrência entre as instituições, permitindo que elas ofereçam produtos
e serviços mais adequados ao perfil dos clientes e redução de tarifas. Além disso, o
compartilhamento de dados também permite a "portabilidade de relacionamento", onde o cliente
pode levar seu histórico de bom pagador para outra instituição, sem precisar começar um
relacionamento do zero. Outra vantagem é a melhoria na experiência do usuário, com a possibilidade
de visualizar informações de contas de vários bancos em um único local e a comparação de produtos
e serviços entre as instituições, favorecendo a busca pela melhoria contínua.

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2) Objetivos do Open Banking

A Resolução Conjunta do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do BACEN n. 1/2020, que


regulamenta o Open Banking, estabelece o os seguintes objetivos:

Incentivar a inovação

Promover a concorrência

Objetivos do Open Banking


Aumentar a eficiência do sistema
financeiro nacional e do sistema de
pagamentos brasileiro

Promover a cidadania financeira

Para que os dados sejam compartilhados por meio do open banking é necessário que o cliente
autorize por meio de três etapas: consentimento; autenticação; confirmação.

As etapas de consentimento, autenticação e confirmação são fundamentais no processo de Open


Banking, pois garantem a segurança dos dados e a privacidade dos usuários.

A primeira etapa é o consentimento, onde o usuário dá sua autorização para que uma instituição
financeira ou de pagamento acesse e compartilhe suas informações financeiras com outras
instituições. Isso pode ser feito através de um aplicativo ou website específico, onde o usuário
seleciona as informações que deseja compartilhar e confirma sua decisão.

A segunda etapa é a autenticação, onde é verificada a identidade do usuário para garantir que ele
é realmente quem ele diz ser. Isso pode ser feito através de meios como login e senha,
reconhecimento facial ou digital, entre outros.

Por fim, a terceira etapa é a confirmação, onde o usuário é notificado sobre a operação que está
prestes a ser realizada, e tem a opção de confirmar ou cancelar a transação. Isso garante que o
usuário está ciente e consciente da operação que está sendo realizada, e que ele tem o controle final
sobre seus dados.

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Consentimento

Etapas - Autorização de
compartilhamento de dados pelo Autenticação
cliente

Confirmação

Todas essas etapas devem ser realizadas via canais eletrônicos, preservando a segurança, agilidade,
precisão e conveniência. O BACEN impõe também que as três etapas sejam realizadas de forma
sucessiva e ininterrupta.

4.3) Instituições participantes

Somente instituições financeiras, instituições de pagamento e outras autorizadas pelo Banco Central
do Brasil podem participar do Open Banking.

No entanto, algumas instituições são obrigadas a se envolver. A Resolução 4553 do BACEN divide
essas instituições em 5 categorias, com as maiores instituições no segmento 1 e as menores no
segmento 5. As instituições do segmento 1 e 2 são obrigadas a participar, enquanto as demais
podem escolher se querem participar ou não."

4.4) Implementação no Brasil

O Open Banking é um sistema que já vigora em países da Europa, como Reino Unido, e está em
processo de implantação em países como o Chile e Austrália, além do Brasil.

O Banco Central do Brasil determina que a implantação do Open Banking no País se dará em quatro
fases, quais sejam:

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1ª fase: preparatória - as instituições
disponibilizam informações padronizadas
dos clientes.

2ª fase: é a autorização do
compartilhamento de dados pelo cliente.

Fases do Open Banking

3ª fase: é o compartilhamento de
serviços básicos: transações de
pagamento e de encaminhamento de
proposta de operação de crédito.

4ª fase: realização de transações mais


complexas (investimentos, operações
com câmbio, planos de previdência,
entre outras)

NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS

1) Noções introdutórias

A Era Digital trouxe mudanças na relação entre bancos e clientes. No entanto, essas transformações
afetam também as empresas em geral, pois surgem novos modelos de negócios nesse contexto. Um
modelo de negócio é "a forma como uma empresa cria, entrega e captura valor" (SEBRAE, 2021).

Em outras palavras, é a maneira como os recursos humanos e financeiros são organizados para
entregar valor aos clientes e gerar lucro para os proprietários/acionistas. Pode ser difícil entender
esses conceitos na prática, por isso fornecemos algumas ilustrações, como a ferramenta chamada
Diagrama de Canvas, que pode ser usada para criar um modelo de negócios.

Não há uma "receita" única para criar um modelo de negócios, cada empresa criará o seu de acordo
com suas especificidades, como perfil do público-alvo e a forma como deseja entregar valor.

São vários os tipos de modelos negócios, dentre estes, destacam-se:

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Modelos de
Negócios

Economia
Marketplace Gratuito Freemium Ecossistema Isca e anzol Assinatura
Colaborativa

2) Tipos de modelos de negócios

Um marketplace é uma plataforma on-line que oferece produtos de diversas empresas. Ele funciona
como um shopping virtual, onde as marcas que não possuem sua própria loja podem alugar espaço
para expor e vender seus produtos. Exemplos de marketplaces incluem a Americanas, Netshoes e
Amazon.

No modelo gratuito ocorre o uso do serviço ou produto é oferecido sem cobrança, mas a empresa
obtém lucro através da utilização dos dados dos usuários para oferecer publicidade para empresas
parceiras. Exemplos: redes sociais.

No modelo freemium, as empresas oferecem algumas funcionalidades gratuitas em seus produtos


ou serviços, enquanto outras funcionalidades só podem ser acessadas mediante pagamento. É como
se fosse um test drive, onde os usuários podem experimentar um produto ou serviço antes de decidir
se desejam investir nele. Um exemplo de Freemium é o Spotify, onde algumas funções são gratuitas,
mas outras como acesso a músicas sem anúncios e baixar músicas só podem ser acessadas com a
assinatura premium.

O modelo de negócios chamado ecossistema de envolve a venda de um conjunto de produtos que,


embora possam ser adquiridos separadamente, funcionam melhor juntos. Um exemplo notável
desse modelo é a empresa Apple.

Isca e anzol é o modelo de negócio em que a empresa oferece um produto a um preço baixo, com
baixa margem de lucro (como uma isca) e cobra preços mais altos para outros produtos que são
necessários para o primeiro funcionar (como o anzol). Um exemplo comum é as máquinas de café
de cápsulas, onde a margem de lucro é maior na venda de cápsulas que os consumidores precisam
comprar frequentemente e que não são baratas.

O modelo de assinatura é baseado em um sistema de pagamento recorrente, onde o cliente paga


uma taxa mensal ou anual para ter acesso aos produtos ou serviços oferecidos pela empresa.
Exemplos de empresas que utilizam esse modelo são as plataformas de Streaming, como Netflix e
Amazon Prime, onde os usuários pagam uma taxa mensal para assistir a filmes e séries. Esse modelo
tem se tornado cada vez mais popular, pois permite que as empresas ofereçam uma variedade de
conteúdo aos seus clientes sem precisar vender cada item individualmente.

O modelo de negócios da economia colaborativa é também conhecido como economia


compartilhada ou em rede. Ele se baseia na união de esforços e no compartilhamento de bens e
serviços para alcançar uma economia de recursos e práticas de consumo mais sustentáveis. Exemplos
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desse modelo incluem aplicativos de caronas, como Uber, e plataformas de compartilhamento de
imóveis como Airbnb. Este modelo de negócios está ganhando popularidade em todo o mundo.

A partir da mudança de paradigma que tem ocorrido em face da Era digital e dos novos modelos de
negócios, surgiram alguns tipos empresas inovadoras, que implementam os novos modelos de
negócios, das quais serão estudadas adiante.

FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS

1) Conceitos e características

Fintechs são empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros inovadores, tais
como pagamentos, investimentos, empréstimos e seguros. Elas podem ser startups ou já
estabelecidas e competem com bancos tradicionais e outras instituições financeiras.

Ex.: Nubank, que oferece cartões de crédito e contas correntes digitais sem taxas bancárias e com
aplicativo para gerenciamento das contas.

Startups são empresas inovadoras, geralmente em estágios iniciais de desenvolvimento, que


buscam soluções para problemas ou oportunidades no mercado. Muitas vezes elas se concentram
em setores emergentes, como tecnologia, biotecnologia e internet.

Ex.: a Uber, que desenvolveu um aplicativo para solicitar transporte de forma fácil e rápida.

As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia, como Amazon, Google, Facebook e Apple,
que possuem uma ampla gama de produtos e serviços, e têm uma forte presença no mercado. Elas
têm uma grande capacidade de investimento e capacidade de inovar e adaptar-se a novos mercados,
incluindo o financeiro.

SISTEMAS DE BANCO-SOMBRA (SHADOW BANKING)

1) Conceitos e características

O sistema de banco-sombra (shadow banking) é um conjunto de instituições financeiras e atividades


que operam fora do sistema bancário regulamentado. Ele inclui financeiras, empresas de leasing,
fundos de investimento, corretoras e outras instituições que oferecem serviços financeiros sem estar
sujeitas às mesmas regulamentações e supervisão que os bancos regulamentados.

O shadow banking tem crescido rapidamente nos últimos anos, e hoje representa uma parcela
significativa do sistema financeiro global. Ele pode fornecer uma variedade de serviços financeiros,

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como empréstimos, investimentos e pagamentos, mas também pode criar riscos sistêmicos devido
à sua falta de regulamentação e supervisão adequadas.

As principais preocupações com o shadow banking incluem a falta de transparência, o risco de


contagem e a falta de garantias de depósitos. Alguns temem que as falhas no sistema de banco-
sombra possam levar a problemas econômicos mais amplos, como uma crise financeira.

Devido a esses riscos, as autoridades reguladoras estão trabalhando para aumentar a supervisão e
regulamentação do shadow banking. Isso inclui medidas para melhorar a transparência, aumentar a
capitalização e melhorar a gestão de riscos.

Além disso, as Fintechs e as startups também estão contribuindo para o crescimento e a evolução
do sistema de banco-sombra. Elas estão desenvolvendo novos modelos de negócios e tecnologias
que permitem que os consumidores façam transações financeiras sem precisar de intervenção de
bancos tradicionais. As Big Techs também estão entrando nesse mercado com força, como Google,
Facebook.

Ex.: Integrantes do Shadow Banking são: fundos de pensão; fundos de investimento (hedge e
convencionais); empresas de factoring; bancos de investimento, entre outros.

O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS

1) Noções introdutórias

A era digital tem trazido muitas mudanças na forma como as pessoas lidam com o dinheiro,
incluindo o surgimento de criptomoedas como o Bitcoin. As criptomoedas são moedas digitais
descentralizadas que usam tecnologias de criptografia para garantir e verificar transações, além de
controlar a criação de novas unidades.

Os pagamentos eletrônicos, como cartões de crédito e aplicativos de pagamento móvel, também


têm aumentado a conveniência e a segurança das transações financeiras. Além disso, as
criptomoedas também estão sendo cada vez mais aceitas como meio de pagamento em comércios
físicos e online.

Outra tendência na era digital é a crescente utilização de tecnologias financeiras inovadoras, como
o blockchain, que é a tecnologia subjacente às criptomoedas, e permite a criação de aplicações
financeiras descentralizadas e seguras.

No entanto, é importante lembrar que as criptomoedas ainda são consideradas investimentos de


alto risco e a regulamentação a respeito delas ainda é incerta em muitos países. Além disso, a
volatilidade dos preços das criptomoedas é muito alta, o que pode torná-las impróprias para
investimentos de longo prazo.

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2) Blockchain

Blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que permite a criação de registros confiáveis e
imutáveis sem a necessidade de uma autoridade central. É a tecnologia subjacente às criptomoedas,
como o Bitcoin, mas tem potencial para muitas outras aplicações além das financeiras.

A principal característica do blockchain é sua descentralização. Em vez de confiar em uma autoridade


central para validar transações e manter registros, o blockchain usa uma rede de computadores
distribuídos para validar e registrar transações. Isso torna o blockchain muito seguro e resistente a
ataques cibernéticos, já que é muito difícil alterar ou corromper os registros.

Além disso, o blockchain permite a criação de aplicações financeiras descentralizadas e seguras,


como as criptomoedas. Isso tem o potencial de revolucionar a forma como as pessoas lidam com
dinheiro e também tem aplicações em outras áreas, como a criação de contratos inteligentes, a
gestão de ativos digitais e a verificação de identidade.

Contudo, ainda é cedo para prever qual será o impacto a longo prazo do blockchain nas diferentes
indústrias.

3) Bitcoin

Bitcoin é uma criptomoeda, ou moeda digital, criada em 2009 por uma pessoa ou grupo de pessoas
usando o pseudônimo Satoshi Nakamoto. É a primeira e mais conhecida criptomoeda e é baseada
na tecnologia blockchain.

A principal característica do Bitcoin é que ele é descentralizado, ou seja, não é controlado por
nenhum governo, banco central ou autoridade financeira. Em vez disso, ele é controlado por uma
rede de computadores distribuídos ao redor do mundo. Isso permite que as transações com Bitcoin
sejam realizadas diretamente entre as pessoas, sem a necessidade de intermediários.

Outra característica importante do Bitcoin é que ele é limitado em sua oferta. O protocolo do Bitcoin
estabelece que somente 21 milhões de bitcoins podem ser criados, e até agora já foram minerados
mais de 18 milhões de bitcoins. Isso faz com que o Bitcoin seja comparado a um ativo financeiro, e
assim como outros ativos financeiros, o preço do bitcoin pode sofrer volatilidade.

O uso do bitcoin tem crescido ao longo dos anos, e hoje é possível utilizá-lo em vários comércios e
estabelecimentos, no entanto, ele ainda é considerado uma forma de investimento de alto risco e a
regulamentação a respeito dele varia de país para país. Além disso, sua utilização pode ser
complicada para pessoas que não tem familiaridade com tecnologias digitais.

4) Demais criptomoedas

Além do Bitcoin, existem muitas outras criptomoedas, também conhecidas como altcoins, que foram
criadas desde então. Algumas delas são muito semelhantes ao Bitcoin, enquanto outras possuem
características e objetivos diferentes.
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Uma das mais conhecidas criptomoedas é o Ethereum. Ele foi lançado em 2015 e tem como principal
diferença em relação ao Bitcoin a capacidade de executar contratos inteligentes, ou seja, programas
que podem ser executados automaticamente quando determinadas condições são atendidas. Isso
permite que o Ethereum seja usado para a criação de aplicações descentralizadas além das
financeiras.

Outra criptomoeda conhecida é o Litecoin. Ele foi criado em 2011 como uma versão "leve" do
Bitcoin, o que significa que as transações são processadas mais rapidamente e com taxas de
transação menores. Também possui uma oferta mais elevada, 84 milhões de unidades, comparado
com os 21 milhões do Bitcoin.

Existem muitas outras criptomoedas como Ripple, Monero, Tether, entre outras, cada uma delas
com sua própria finalidade e características. Enquanto algumas buscam ser uma forma de
pagamento, outras buscam ser uma forma de investimento ou até mesmo se concentram em
privacidade e anonimato. Assim como o Bitcoin, essas criptomoedas são consideradas investimentos
de alto risco e a regulamentação a respeito delas varia de país para país.

Ethereum

Litecoin

Bitcoin

Criptomoedas Ripple

Altcoins

Monero

Tether

Aproximadamente outras 17
mil altcoins

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CORRESPONDENTES BANCÁRIOS

1) Noções Introdutórias

Os correspondentes bancários são instituições financeiras que atuam como agentes de outras
instituições financeiras, oferecendo serviços bancários em nome dessas instituições. Eles geralmente
são utilizados para ampliar a rede de atendimento de uma instituição financeira, permitindo que ela
atenda a uma área geográfica maior ou a um público específico.

2) Características

Os correspondentes bancários podem oferecer serviços como abertura de conta, depósitos, saques,
pagamentos e transferências. Eles também podem emitir cartões de crédito e débito, e oferecer
serviços de crédito, como empréstimos e financiamentos. Em alguns casos, eles também podem
oferecer serviços de investimento, como aplicações em títulos públicos e fundos de investimento.

Os correspondentes bancários são regulamentados pelo Banco Central e devem seguir as mesmas
regras e normas que as instituições financeiras regulares. Isso inclui questões de segurança, como
proteção de dados e combate à lavagem de dinheiro, além de exigências de capital e liquidez.

Eles são uma alternativa para as pessoas que vivem em áreas remotas e não tem acesso a um banco
tradicional, também podem ser utilizados para ampliar a rede de atendimento para pessoas que não
possuem documentação necessária para abrir conta em um banco tradicional, como imigrantes
ilegais.

No entanto, é importante lembrar que os correspondentes bancários podem cobrar taxas e tarifas
mais elevadas do que os bancos tradicionais, e que os serviços oferecidos podem ser limitados. Além
disso, os clientes devem ter cuidado ao escolher um correspondente bancário, verificando se ele é
regulamentado e se tem boa reputação.

SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX)

1) Conceitos e características

O Sistema de Pagamentos Instantâneos (PIX) é um sistema de pagamentos eletrônicos no Brasil,


lançado em novembro de 2020 pela Central Bank of Brazil (Banco Central do Brasil). O PIX permite
que as transações financeiras sejam realizadas de forma instantânea, 24 horas por dia, sete dias por
semana. Isso inclui transferências bancárias, pagamentos de contas, recarga de celular e outras
transações.

O PIX é baseado em chaves de identificação, que podem ser endereços de e-mail, telefones celulares
ou CPF/CNPJ, e permite que as transações sejam realizadas sem a necessidade de informações
bancárias detalhadas, como números de conta e agência. Isso torna o processo mais rápido, fácil e
seguro.

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O PIX também oferece a possibilidade de realizar pagamentos através de QR Code, mensagem de
texto e aplicativo de pagamentos. Além disso, permite aos usuários criar suas próprias chaves de
identificação, facilitando a realização de transações financeiras.

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO

1) Noções Introdutórias

A transformação digital no sistema financeiro tem sido um importante fator para o aumento da
eficiência, segurança e inovação nos serviços financeiros.

2) Tendências e desenvolvimentos no setor financeiro

Algumas das principais tendências e desenvolvimentos no setor financeiro incluem: bancos digitais,
pagamentos eletrônicos, análise de dados, automatização e blockchain:

Bancos digitais: A crescente popularidade dos bancos digitais tem permitido que os clientes
realizem transações financeiras através de canais digitais, como aplicativos, sites e redes sociais, sem
precisar visitar uma agência bancária física.

Pagamentos eletrônicos: O desenvolvimento de novas tecnologias de pagamento, como o PIX, tem


permitido que as transações financeiras sejam realizadas de forma mais rápida e segura.

Análise de dados: O uso de Big Data e análise de dados tem permitido que os bancos obtenham
insights valiosos sobre seus clientes, o que ajuda a melhorar os serviços e oferecer produtos
personalizados.

Automatização: A automatização tem permitido que os bancos reduzam custos e aumentem a


eficiência, permitindo que os funcionários se concentrem em tarefas mais complexas.

Blockchain: A tecnologia blockchain tem o potencial de revolucionar a forma como as transações


financeiras são realizadas, proporcionando mais segurança e transparência.

Em geral, a transformação digital no sistema financeiro tem permitido que os bancos e outras
instituições financeiras melhorem a experiência do cliente, aumentem a eficiência e reduzam os
custos, enquanto oferecem novos produtos e serviços

MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA

1) Introdução

Nesse momento, iremos estudar o tópico de um tema também muito recorrente nas provas de
conhecimentos bancários:

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Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-
convencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações
compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos
comerciais no Banco Central do Brasil.

2) Moeda e Políticas Monetárias

O Banco Central do Brasil determina que a moeda é um ativo que poderá ser utilizado nas transações
econômicas, desempenhando a função de denominador comum de valor monetário, fornecendo um
referencial para as demais mercadorias e, por fim, funcionando como reserva de valor para
transações que não são liquidadas imediatamente na entrega, mas como promessa futura.

Em síntese, a moeda é um objeto que desempenha três funções fundamentais, quais sejam: i) meio
de trocas; ii) unidade de conta; iii) reserva de valor.

meio de trocas

Moeda unidade de conta

reserva de valor

A Política Monetária é o mecanismo utilizado com a finalidade de estabilizar os preços na economia,


mantendo os índices inflacionais controlados, incentivar a demanda do mercado e garantir o
crescimento econômico, operada pelo Bacen.

Existem diversos instrumentos utilizados para aumentar ou diminuir a oferta da moeda em


circulação, os quais veremos a seguir!

3) Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing)

Como vimos anteriormente, temos dois tipos de políticas monetárias utilizadas para garantir a
circulação de moeda, controle das taxas de juros e do crédito no Brasil.

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Convencionais

Políticas Monetárias
Não convencionais
(Quantitative Easing)

a) Políticas monetárias convencionais

No Brasil, atualmente, possuímos dois tipos de políticas monetárias convencionais: expansionista e


contracionista. A política monetária expansionista serve para aumentar a oferta de moedas,
utilizado em períodos de crise com a finalidade de estimular o consumo. Está política possui como
objetivo acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e aumentar a expansão da base
monetária.

Já a política contracionista reduz a oferta das moedas, com a finalidade de diminuir a inflação,
objetivando desacelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e diminuir a base monetária.

aumento da oferta de moeda

acelerar o crescimento e estimular o


Expansionista consumo

aumentar a inflação

Políticas monetárias
diminuir a oferta de moeda

desestimular o consumo e
Contracionista
desacelerar o crescimento

diminuir a inflação

É fácil identificar que as políticas monetárias são controladas através das taxas de juros, no qual
verifica-se, uma relação inversamente proporcional entre as taxas de juros e a inflação. Explico!

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Quando o sistema econômico deseja aumentar o crescimento e estimulo do consumo a taxa de juros
diminui, portanto, aumenta-se a inflação. Caso, o Bacen objetive a diminuição do crescimento e
desestimulo do consumo, diminui-se a inflação.

Política monetária expansionista Política monetária contracionista

diminuição da taxa de aumento da taxa de


juros juros

b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing)

O Quantitative Easing ou flexibilização quantitativa (QE) é uma espécie de política monetária não-
convencional utilizada como forma alternativa com a finalidade de combater crises econômicas
graves ou reduzir danos econômicos, como forma de estimulação econômica quando as taxas de
juros residem próximas a zero.

No Quantitative Easing o banco central compra títulos (públicos ou privados) de longo prazo
no mercado aberto para aumentar a oferta da moeda e encorajar empréstimos e investimentos. A
compra destes títulos injeta um novo dinheiro à economia e também reduz as taxas de juros ao
aumentar a oferta de títulos de renda fixa. Além disso, expande o balanço do banco central.

compra títulos compra títulos de


BACEN de longo prazo longo prazo de
BACEN
do Governo Instituição
Financeira Privada

Ex.: Pandemia do COVID-19 – Auxílio Emergencial.

Importante!

No Brasil, no início da pandemia do COVID-19, o Congresso Nacional promulgou a Emenda


Constitucional n. 106/2020 que possibilitou a adoção da política monetária Quantitative Easing pelo
Banco Central, de acordo com o art. 7º.

Além disso, bastante recorrente no tema a crise de 2008 nos Estados Unidos e o FED – Federal
Reserve, equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos, que adotou diversas medidas de
Quantitative Easing para expandir a sua base monetária e combater os efeitos da crise imobiliária.

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4) Taxa Selic e Operações Compromissadas

a) Taxa SELIC

Na economia brasileira, temos a chamada Taxa SELIC sendo ela a taxa básica de juros da economia
que, basicamente, guia todas as outras taxas de juros que existem no mercado brasileiro. As
modalidades que envolvem empréstimos, de qualquer natureza, envolvem a taxa de juros. Desta
forma, como a taxa SELIC é a base das taxas de juros, sempre que a SELIC aumenta, todas as
outras taxas de juros também são elevadas, portanto, o custo do crédito será mais caro.

Ex.: Imaginamos que o consumidor gostaria de financiar um veículo. Caso a taxa SELIC for alta, o
preço dos juros do financiamento aumenta e consumidor não consome o produto.

A taxa SELIC meta é definida pelo COPOM com o objetivo de atingir a meta do IPCA (Índice oficial
de inflação no Brasil) definida pelo CMN.

b) Operações Compromissadas

As operações compromissadas são vendas de títulos de renda fixa realizadas por instituições
financeiras ao investidor com o compromisso de recompra.

Desta forma, quando uma instituição financeira faz uma determinada operação com outra instituição
financeira e dá como garantia um título privado (por exemplo, CDB), significa que o lastro desta
operação é o título privado. No advento do fim da duração da operação, ou seja, no advento do
compromisso de recompra, a instituição financeira que recebeu o título como garantia devolverá o
referido título e receberá os juros deste período.

título privado/
Instituição financeira A Instituição financeira B
público

Caso contrário, é possível realizar o processo inverso. A redução da taxa Selic ocorre quando o
BACEN compra os títulos públicos que estão em posse das instituições bancárias, injetando a moeda
e promovendo a liquidez para a expansão de crédito na economia.

Quando o BACEN realiza a venda do título de renda fixa a dívida do governo aumenta.

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LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 E DECRETO Nº 11.129/2022

O edital trouxe expressamente a cobrança de legislação anticorrupção, outro tema muito importante
dentro do universo bancário.

Dentro deste assunto elencou a chamada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e o Decreto nº
8.420/2015 e suas alterações. Porém, este decreto foi revogado recentemente pelo Decreto
11.129/22 que regulamenta a referida lei. Assim focaremos no Decreto mais atual, em que pese a
previsão do edital.

Além disso, trabalharemos de forma conjunta a Lei Anticorrupção e o Decreto nº 11.129/22, mas não
se esqueça de realizar a leitura do conteúdo literal integralmente a fim de aumentar o seu
conhecimento acerca deste tema.

Até mesmo devido a mudança citada, este tema ganhou especial relevância, aumentando a chance
de ser cobrado, portanto, fique atento!

1) Disposições Preliminares

A Lei 12.846/13 dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela
prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.

Esta Lei se aplica:

Sociedades Empresárias

Sociedades Simples

Aplicação da Lei Anticorrupção Fundações

Associações de Entidades ou Pessoas

Sociedades Estrangeiras

Estas pessoas jurídicas serão responsabilizadas de forma OBJETIVA, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção praticados em seu interesse ou benefício,
exclusivo ou não.

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Contudo, esta responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.

Para a responsabilização da pessoa jurídica não é necessário que também ocorra a responsabilização
individual das pessoas naturais referidas. A chamada teoria da dupla imputação é, portanto,
dispensável na Lei Anticorrupção.

Aqueles dirigentes ou administradores que forem responsabilizados por atos ilícitos, somente o
serão na medida da sua culpabilidade.

Outro ponto importante diz respeito a subsistência da responsabilidade da pessoa jurídica na


hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária, ficando a
responsabilidade da sucessora restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do
dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções
previstas na Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto
no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.

No caso das chamadas sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo
contrato, as consorciadas, tem-se que serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos
previstos na Lei Anticorrupção, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado.

Conforme dispõe o Decreto nº 11.129/22:

Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas


jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, de que
trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.

§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos praticados:

I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública estrangeira, ainda que
cometidos no exterior;

II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir


efeitos; ou

III - no exterior, quando praticados contra a administração pública nacional.

§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto na Lei nº 12.846, de 2013, as


pessoas jurídicas que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas
de fato ou de direito.

Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica, decorrente do


exercício do poder sancionador da administração pública, será efetuada por meio de Processo
Administrativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.

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2) Dos Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira

Conforme o art. 5º da Lei Anticorrupção, constituem atos lesivos à administração pública, nacional
ou estrangeira todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas acima mencionadas que atentem
contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou
contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:

I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público,


ou a terceira pessoa a ele relacionada;

II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a


prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;

III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou


dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;

IV - no tocante a licitações e contratos:

a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter


competitivo de procedimento licitatório público;

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório


público;

c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de


qualquer tipo;

d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública
ou celebrar contrato administrativo;

f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou


prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei,
no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou

g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a


administração pública;

V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes


públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos
órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.

§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou


representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem
como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país
estrangeiro.

§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as


organizações públicas internacionais.

§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos,
entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro
ou em organizações públicas internacionais.
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3) Da Responsabilização Administrativa e Do Processo Administrativo de Responsabilização

Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos
lesivos na Lei Anticorrupção as seguintes sanções:

multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo
administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem
auferida, quando for possível sua estimação

publicação extraordinária da decisão condenatória.

Estas sanções ao serem aplicadas deverão ser fundamentadas, podendo ainda a aplicação ocorrer
de forma isolada ou cumulativa, a depender das peculiaridades do caso concreto e da gravidade e
natureza das infrações. Contudo, a aplicação destas sanções, não exclui, em qualquer hipótese, a
obrigação da reparação integral do dano causado.

A Advocacia Pública ou o órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público deverão


elaborar manifestação jurídica antes da aplicação das sanções.

No caso da sanção de multa, caso haja impossibilidade em se utilizar o critério do valor do


faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).

Quanto à publicação extraordinária da decisão condenatória, tem-se que esta ocorrerá na forma de
extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação
na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de
circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta)
dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público,
e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.

Quanto as penalidades, estabelece o Decreto 11.129/22:

Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções administrativas, nos termos
do disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:

I - multa; e

II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora.

Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações administrativas à Lei nº
14.1)33, de 2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública e
tenha ocorrido a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também estará sujeita
a sanções administrativas que tenham como efeito a restrição ao direito de participar em
licitações ou de celebrar contratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.

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Para aplicação das sanções deverá se considerar, nos termos da Lei Anticorrupção:

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:

I - a gravidade da infração;

II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;

III - a consumação ou não da infração;

IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;

V - o efeito negativo produzido pela infração;

VI - a situação econômica do infrator;

VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;

VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e


incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta
no âmbito da pessoa jurídica;

IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública
lesados; e

Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos no


inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.

Ademais, de acordo com o art. 8º da Lei Anticorrupção, a instauração e o julgamento de processo


administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima
de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou
mediante provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de


responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação. Caso seja no
âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá competência
concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas ou
para avocar os processos instaurados, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhe o
andamento.

Ademais, competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apuração, o processo e o julgamento


dos atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção, quando praticados contra a administração pública
estrangeira, observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Corrupção de
Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais (Decreto nº 3.6)78, de
30 de novembro de 2000).

Para que se apure a responsabilização da pessoa jurídica, será instaurado processo administrativo, o
qual será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois)
ou mais servidores estáveis.

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Tome nota!

Atenção! O mínimo é 2, o que não impede que a comissão seja composta de mais servidores
estáveis.

A pedido dessa comissão, poderá o ente público, por meio do seu órgão de representação judicial,
ou equivalente, requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento das
infrações, inclusive de busca e apreensão.

É possível ainda que a comissão, de forma cautelar, proponha à autoridade instauradora que
suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.

O citado processo deverá ser concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias (prorrogável)
contados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos
apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções
a serem aplicadas.

A defesa deverá ser apresentada pela pessoa jurídica no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir
da intimação.

A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não prejudica a


aplicação imediata das sanções estabelecidas na Lei Anticorrupção, sendo que concluído o processo
e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública.

A Lei Anticorrupção possibilita em seu art. 14 que seja desconsiderada a personalidade jurídica,
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos
ilícitos previstos na Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.

Quanto ao procedimento administrativo de responsabilização, dispõe o Decreto 11.129/22:

Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento do PAR é da autoridade máxima


da entidade em face da qual foi praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração
pública federal direta, do respectivo Ministro de Estado.

Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exercida de ofício ou mediante
provocação e poderá ser delegada, vedada a subdelegação.

Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará comissão, composta por dois
ou mais servidores estáveis.

§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam


formados por servidores estatutários, a comissão a que se refere o caput será composta por
dois ou mais empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo, três anos de
tempo de serviço na entidade.

§ 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas atividades com imparcialidade e


observará a legislação, os regulamentos e as orientações técnicas vigentes.

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§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário à elucidação do fato ou quando
exigido pelo interesse da administração pública, garantido à pessoa jurídica processada o
direito à ampla defesa e ao contraditório.

§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de PAR não excederá cento e oitenta
dias, admitida a prorrogação, mediante solicitação justificada do presidente da comissão à
autoridade instauradora, que decidirá de maneira fundamentada.

Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as circunstâncias conhecidas e


indiciará e intimará a pessoa jurídica processada para, no prazo de trinta dias, apresentar
defesa escrita e especificar eventuais provas que pretenda produzir.

§ 1º A intimação prevista no caput:

I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de apresentar informações e


provas que subsidiem a análise da comissão de PAR no que se refere aos elementos que
atenuam o valor da multa, previstos no art. 23; e

II - solicitará a apresentação de informações e documentos, nos termos estabelecidos pela


Controladoria-Geral da União, que permitam a análise do programa de integridade da pessoa
jurídica.

§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo:

I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa jurídica, com a descrição das
circunstâncias relevantes;

II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento da comissão pela ocorrência


do ato lesivo imputado; e

III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa jurídica processada.

§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será feita nova intimação por meio
de edital publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apresentação de defesa
escrita será contado a partir da última data de publicação do edital.

§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua defesa escrita no prazo estabelecido
no caput, contra ela correrão os demais prazos, independentemente de notificação ou
intimação, podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repetição de
qualquer ato processual já praticado.

Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou eletrônico que assegure a
certeza de ciência da pessoa jurídica processada.

§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da


contagem o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, observado o disposto no
Capítulo XVI da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as demais intimações processuais,


até que a pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos.

§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e intimada de todos os atos


processuais, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária,
na pessoa do gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, sucursal,
estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.

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Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a pertinência de produzir as provas
eventualmente requeridas pela pessoa jurídica processada, podendo indeferir de forma
motivada os pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias,
protelatórias ou intempestivas.

§ 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, a comissão poderá:

I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez dias, sobre as novas provas
juntadas aos autos, caso tais provas não justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou

II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as novas provas juntadas aos
autos justifiquem alterações na nota de indiciação inicial, devendo ser observado o disposto
no caput do art. 6º.

§ 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informações e documentos referentes à


existência e ao funcionamento de programa de integridade, a comissão processante deverá
examiná-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosimetria das sanções a
serem aplicadas.

Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais
ou procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.

Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repartição pública, sendo autorizada
a obtenção de cópias, preferencialmente em meio digital, mediante requerimento.

Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas funções, poderá praticar os
atos necessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidos todos os meios
probatórios admitidos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.

Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a comissão elaborará relatório a


respeito dos fatos apurados e da eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica,
no qual sugerirá, de forma motivada:

I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da dosimetria, ou o arquivamento


do processo;

II - o encaminhamento do relatório final à autoridade competente para instrução de processo


administrativo específico para reparação de danos, quando houver indícios de que do ato
lesivo tenha resultado dano ao erário;

III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da União, para ajuizamento da


ação de que trata o art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso
concreto, da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição complementar
às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos;

IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos termos do disposto no art. 15


da Lei nº 12.846, de 2013; e

V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, quando cabível.

Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de encerramento dos seus
trabalhos, que formalizará sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autoridade
instauradora, que determinará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final
para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias.

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Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a autoridade instauradora
determinará à corregedoria da entidade ou à unidade competente que analise a regularidade
e o mérito do PAR.

Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será encaminhado à autoridade
competente para julgamento, o qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo
órgão de assistência jurídica competente.

Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comissão, esta deverá ser
fundamentada com base nas provas produzidas no PAR.

Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade julgadora ao final do PAR será
publicada no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pelo julgamento do PAR.

Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de reconsideração com efeito
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da data de publicação da decisão.

§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no PAR e que não apresentar
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo
para interposição do pedido de reconsideração.

§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para decidir sobre a matéria alegada
no pedido de reconsideração e publicar nova decisão.

§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será concedido à pessoa jurídica novo


prazo de trinta dias para o cumprimento das sanções que lhe foram impostas, contado da
data de publicação da nova decisão.

Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei nº 14.1)33, de 1º de abril de
2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública que também
sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados e julgados
conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito procedimental previsto neste Capítulo.

§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo autoridades distintas competentes


para o julgamento, o processo será encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado,
para que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o julgamento pelo Ministro
de Estado competente.

§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade responsável no órgão ou na entidade


pela gestão de licitações e contratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do
art. 3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de
2013.

Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do Poder Executivo federal,


competência:

I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e

II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame de sua regularidade ou para
lhes corrigir o andamento, inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa
cabível.

§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qualquer tempo, a competência


prevista no caput, se presentes quaisquer das seguintes circunstâncias:

I - caracterização de omissão da autoridade originariamente competente;


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II - inexistência de condições objetivas para sua realização no órgão ou na entidade de origem;

III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;

IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou com a entidade
atingida; ou

V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de um órgão ou entidade da
administração pública federal.

§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública obrigados a encaminhar à


Controladoria-Geral da União todos os documentos e informações que lhes forem solicitados,
incluídos os autos originais dos processos que eventualmente estejam em curso.

Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, apurar e julgar PAR pela prática
de atos lesivos a administração pública estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito
procedimental previsto neste Capítulo.

Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta


deverão comunicar à Controladoria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a
administração pública estrangeira, identificados no exercício de suas atribuições, juntando à
comunicação os documentos já disponíveis e necessários à apuração ou à comprovação dos
fatos, sem prejuízo do envio de documentação complementar, na hipótese de novas provas
ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.

4) Do Acordo De Leniência

Conforme dispõe o art. 16 da Lei Anticorrupção, a autoridade máxima de cada órgão ou entidade
pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo
administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:

a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;

a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

Para que o acordo seja celebrado, é necessário o preenchimento de forma cumulativo de alguns
requisitos:

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a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;

a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da


data de propositura do acordo;

a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente


com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas,
sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções de publicação


extraordinária da decisão condenatória e proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções,
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou
controladas pelo poder público. Além disso, reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável.

A obrigação de reparar integralmente o dano causado continuará subsistindo, não ficando a pessoa
jurídica eximida de seu cumprimento.

Os efeitos provenientes do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram
o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto,
respeitadas as condições nele estabelecidas.

Lado outro, a proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do
respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo. Contudo, não
importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência
rejeitada.

Sendo descumprido o acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo
pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido
descumprimento.

O prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção será interrompido com o
acordo.

Quanto ao acordo de leniência, analisemos os dispositivos do Decreto 11.129/22:

Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial decorrente do exercício do


poder sancionador do Estado, que visa à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática
de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos da lei:

I - o incremento da capacidade investigativa da administração pública;


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II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de ativos; e

III - o fomento da cultura de integridade no setor privado.

Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela
prática dos atos lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos
previstos na Lei nº 14.1)33, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com vistas
à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que colaborem efetivamente com as
investigações e o PAR, devendo resultar dessa colaboração:

I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando couber; e

II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem a infração sob apuração.

Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar acordos de leniência no âmbito


do Poder Executivo federal e nos casos de atos lesivos contra a administração pública
estrangeira.

Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União e do Advogado-


Geral da União:

I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral da União nos processos de


negociação e de acompanhamento do cumprimento dos acordos de leniência; e

II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Ministro de Estado da


Controladoria-Geral da União conjuntamente com o Advogado-Geral da União.

Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União nos acordos de leniência,


consideradas as condições neles estabelecidas e observados os termos da Lei Complementar
nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.1)40, de 26 de junho de 2015, poderá ensejar
a resolução consensual das penalidades previstas no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013.

Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delegação para negociar, celebrar e
monitorar o cumprimento de acordos de leniência relativos a atos lesivos contra outros
Poderes e entes federativos.

Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de leniência deverá:

I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico,
quando tal circunstância for relevante;

II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo a partir da data da propositura
do acordo;

III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos lesivos;

IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo e


comparecer, sob suas expensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até o seu
encerramento;

V - fornecer informações, documentos e elementos que comprovem o ato ilícito;

VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano causado; e

VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o caso, os valores


correspondentes ao acréscimo patrimonial indevido ou ao enriquecimento ilícito direta ou
indiretamente obtido da infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação.

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§ 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput serão avaliados em face da boa-
fé da pessoa jurídica proponente em reportar à administração a descrição e a comprovação
da integralidade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o momento da
propositura do acordo até o seu total cumprimento.

§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI do caput corresponde aos valores
dos danos admitidos pela pessoa jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no
âmbito do devido processo administrativo ou judicial.

§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decorra, simultaneamente, dano ao ente
lesado e acréscimo patrimonial indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e
haja identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão:

I - computados uma única vez para fins de quantificação do valor a ser adimplido a partir do
acordo de leniência; e

II - classificados como ressarcimento de danos para fins contábeis, orçamentários e de sua


destinação para o ente lesado.

Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deverá ser feita de forma escrita,
oportunidade em que a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi
orientada a respeito de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendimento
às determinações e às solicitações durante a etapa de negociação importará a desistência da
proposta.

§ 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes da pessoa jurídica, na forma de


seu estatuto ou contrato social, ou por meio de procurador com poderes específicos para tal
ato, observado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013.

§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR.

§ 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será


restrito no âmbito da Controladoria-Geral da União.

§ 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existência da proposta ou de seu


conteúdo, desde que haja prévia anuência da Controladoria-Geral da União.

§ 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instruída em processo administrativo


específico, que conterá o registro dos atos praticados na negociação.

Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será submetida à análise de juízo
de admissibilidade, para verificação da existência dos elementos mínimos que justifiquem o
início da negociação.

§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de entendimentos com a pessoa jurídica


proponente, definindo os parâmetros da negociação do acordo de leniência.

§ 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a qualquer momento, a pedido da


pessoa jurídica proponente ou a critério da administração pública federal.

§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos:

I - interrompe a prescrição; e

II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado, em qualquer hipótese, a


trezentos e sessenta dias.

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Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR instaurado em face de pessoa
jurídica que esteja negociando a celebração de acordo de leniência poderá ser suspenso.

Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo:

I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para o esclarecimento dos fatos; e

II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecuratórias indispensáveis para se evitar


perecimento de direito ou garantir a instrução processual.

Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos de processos administrativos


em curso em outros órgãos ou entidades da administração pública federal relacionados com
os fatos objeto do acordo em negociação.

Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leniência deverá ser concluída no
prazo de cento e oitenta dias, contado da data da assinatura do memorando de
entendimentos.

Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado, caso presentes
circunstâncias que o exijam.

Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a sua rejeição não importará em
reconhecimento da prática do ato lesivo.

§ 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da proposta do acordo de leniência,


ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.

§ 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública federal não poderá utilizar os


documentos recebidos durante o processo de negociação de acordo de leniência.

§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos relacionados com a proposta de


acordo de leniência, quando decorrer de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou
levados ao conhecimento da autoridade por qualquer outro meio.

Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para assegurar a efetividade da


colaboração e o resultado útil do processo e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das
circunstâncias do caso concreto, reputem-se necessárias.

Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposições, cláusulas que versem sobre:

I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos incisos II a VII do caput do


art. 37;

II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumprimento do acordo;

III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento do acordo, nos termos do


disposto no inciso II do caput do art. 784 da Lei nº 13.1)05, de 16 de março de 2015 - Código
de Processo Civil;

IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme os


parâmetros estabelecidos no Capítulo V, bem como o prazo e as condições de
monitoramento;

V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se refere o inciso VI do caput do


art. 37; e

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VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o inciso VI do caput do art. 37 para
compensação com outros valores porventura apurados em outros processos sancionatórios
ou de prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que compõem o escopo do
acordo.

Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e julgar os processos


administrativos que apurem infrações administrativas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na
Lei nº 14.1)33, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham sido
noticiados por meio do acordo de leniência.

Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável de que trata o § 2º do art. 16 da
Lei nº 12.846, de 2013, levará em consideração os seguintes critérios:

I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos lesivos;

II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e

III - o compromisso de assumir condições relevantes para o cumprimento do acordo.

Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto de ato normativo a ser editado
pelo Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União.

Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercialmente sensíveis da pessoa


jurídica será mantido restrito durante a negociação e após a celebração do acordo de
leniência.

§ 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da pessoa jurídica signatária do


acordo não será divulgada ao público, ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.

§ 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência da celebração de acordos de


leniência poderão ser compartilhados com outras autoridades, mediante compromisso de sua
não utilização para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mesmos fatos objeto
do acordo de leniência, ou com concordância da própria pessoa jurídica.

Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional da pretensão


punitiva em relação aos atos ilícitos objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art.
16 da Lei nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento dos
compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos termos do disposto no art. 34
da Lei nº 13.1)40, de 2015.

Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão concedidos em favor da pessoa
jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes
efeitos:

I - isenção da publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora;

II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou


empréstimos de órgãos ou entidades públicos e de instituições financeiras públicas ou
controladas pelo Poder Público;

III - redução do valor final da multa aplicável, observado o disposto no art. 27; ou

IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previstas no art. 156 da Lei nº 14.1)33,
de 2021, ou em outras normas de licitações e contratos.

§ 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução de ações judiciais que tenham
por objeto os fatos que componham o escopo do acordo.

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§ 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integrarem
o mesmo grupo econômico, de fato ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em
conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas.

Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, implementação e aperfeiçoamento do


programa de integridade de que trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou
indiretamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispensado, a depender das
características do ato lesivo, das medidas de remediação adotadas pela pessoa jurídica e do
interesse público.

§ 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado, dentre outras formas, pela
análise de relatórios, documentos e informações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de
forma independente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas e de
conformidade com as políticas e visitas técnicas.

§ 2º As informações relativas às etapas do processo de monitoramento serão publicadas em


transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos
legais e o interesse das investigações.

Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica colaboradora, a autoridade
competente declarará:

I - o cumprimento das obrigações nele constantes;

II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art. 6º e no inciso IV do caput do


art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem como das demais sanções aplicáveis ao caso;

III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei nº 12.846, de


2013; e

IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tratam os incisos II a VII do caput


do art. 37 deste Decreto.

Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela autoridade competente, decorrente
do seu injustificado descumprimento:

I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará impedida de celebrar novo


acordo pelo prazo de três anos, contado da data em que se tornar definitiva a decisão
administrativa que julgar rescindido o acordo;

II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e serão executados:

a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventualmente já pagas; e

b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento indevido e a outros valores


porventura pactuados no acordo, descontando-se as frações eventualmente já pagas; e

III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências previstas nos termos dos acordos
de leniência e na legislação aplicável.

Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência será registrado pela


Controladoria-Geral da União, pelo prazo de três anos, no Cadastro Nacional de Empresas
Punidas - CNEP.

Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão deferir pedido de alteração


ou de substituição de obrigações pactuadas no acordo de leniência, desde que presentes os
seguintes requisitos:

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I - manutenção dos resultados e requisitos originais que fundamentaram o acordo de
leniência, nos termos do disposto no art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013;

II - maior vantagem para a administração, de maneira que sejam alcançadas melhores


consequências para o interesse público do que a declaração de descumprimento e a rescisão
do acordo;

III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de modificação ou à impossibilidade


de cumprimento das condições originalmente pactuadas;

IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a impossibilidade do cumprimento


de uma obrigação antes do vencimento do prazo para seu adimplemento; e

V - higidez das garantias apresentadas no acordo.

Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput considerará o grau de adimplência
da pessoa jurídica com as demais condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de
aperfeiçoamento do programa de integridade.

Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados em transparência ativa no sítio
eletrônico da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o interesse das
investigações.

5) Da Responsabilização Judicial

Conforme prevê o art. 18 da Lei Anticorrupção, na esfera administrativa, a responsabilidade da


pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.

Ademais, possibilita o art. 19 que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o
Ministério Público, ajuízem ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
infratoras:

perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;

suspensão ou interdição parcial de suas atividades;

dissolução compulsória da pessoa jurídica;

proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos


ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder
público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.

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As sanções acima citadas poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.

Para que haja a dissolução compulsória da pessoa jurídica deverá ser comprovado:

Ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática
de atos ilícitos; ou

Ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
dos atos praticados.

É possível ainda que o Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial,
ou equivalente, do ente público requeira a indisponibilidade de bens, direitos ou valores
necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado
o direito do terceiro de boa-fé.

6) Disposições Finais

A Lei Anticorrupção, em seu art. 22 cria, no âmbito do Poder Executivo federal, o chamado Cadastro
Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reúne e dá publicidade às sanções aplicadas pelos
órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo.

Quanto ao CNEP, necessário trazer para análise os seguintes dispositivos da Lei Anticorrupção:

Art. 22 (...) § 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter


atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por eles aplicadas.

§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:

I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da


Pessoa Jurídica - CNPJ;

II - tipo de sanção; e

III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
quando for o caso.

§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência previstos nesta Lei,


também deverão prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo
acordo, as informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse procedimento
vier a causar prejuízo às investigações e ao processo administrativo.

§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das
informações previstas no § 3º, deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo
descumprimento.

§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o


prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo
de leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou
entidade sancionadora.

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Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as
esferas de governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído
no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos
termos do disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.6)66, de 21 de junho de 1993.

Quanto à multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados, estes serão destinados
preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.

Um tema muito importante que você deve levar para a prova diz respeito à prescrição das infrações
previstas na Lei Anticorrupção, a qual se dará em 5 (cinco) anos, contados da data da ciência da
infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Ademais, interrompe-se a prescrição na esfera administrativa ou judicial, com a instauração de


processo que tenha por objeto a apuração da infração.

7) Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021

Quem precisa ficar de olho na Resolução CMN 4.893/2021? As instituições financeiras autorizadas
pelo Banco Central do Brasil estão no radar. Ah, e já adianto que instituições de pagamento têm sua
própria cartilha emitida pelo Banco Central.

E qual o objetivo dessa resolução? Simples: fortalecer a segurança dos dados e sistemas no mundo
financeiro, garantindo a integridade e confiabilidade nas operações bancárias.

Dentro desse universo, surge a Política de Segurança Cibernética. As instituições financeiras


autorizadas pelo BACEN são convocadas a criar e manter uma política baseada em princípios que
buscam a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados e sistemas de informação.

Como criar essa política? Personalize! Ela deve ser compatível com o tamanho, risco, modelo de
negócio, natureza das operações e sensibilidade dos dados da instituição. Ah, se for cooperativa ou
parte de um conglomerado prudencial, podem seguir uma política única ou própria, decidida em
reuniões importantes. O que não pode faltar na política de segurança cibernética? Vamos ao
checklist:

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Objetivos claros de segurança cibernética, focando na capacidade da instituição para prevenir, detectar e
reduzir vulnerabilidades cibernéticas.

Controles específicos para garantir a segurança de informações sensíveis.

Procedimentos e controles para reduzir vulnerabilidades, incluindo autenticação, criptografia, prevenção


de vazamento de informações e testes periódicos.

Registro, análise e controle de incidentes relevantes.

Mecanismos para disseminar a cultura de segurança cibernética, incluindo programas de capacitação e


comunicação com clientes.

Diretrizes para elaboração de cenários de Iniciativas para compartilhar informações sobre


incidentes nos testes de continuidade de negócios. incidentes relevantes.

Importante!

A política é um segredo guardado a sete chaves? Não! Deve ser divulgada aos funcionários e
empresas prestadoras de serviços, numa linguagem clara, acessível e detalhada de acordo com as
funções e sensibilidade das informações. E, claro, um resumo com as linhas gerais deve ser
apresentado ao público.

Tome nota!

Resumindo, a Resolução CMN 4.893/2021 coloca o setor financeiro em alerta, buscando fortalecer
as defesas contra ciberataques e garantir a tranquilidade nas transações bancárias.

Antes de firmarem contratos para serviços cruciais de processamento, armazenamento de dados


e computação em nuvem, as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central devem
implementar procedimentos abrangentes, vamos ver como isso funciona?

Práticas de Governança: Adotar práticas proporcionais à relevância do serviço e aos riscos


envolvidos.

Avaliação de Relevância: Considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados a serem


processados, armazenados e gerenciados.

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Verificação do Prestador de Serviço: Assegurar que o prestador de serviço cumpra a legislação,
garanta acesso aos dados, mantenha confidencialidade, integridade, disponibilidade e aderência a
certificações necessárias.

• Confiança, integridade, disponibilidade, segurança e sigilo são responsabilidades da instituição.


• Cumprimento da legislação e regulamentação em vigor é crucial.
Responsabilidade
da Instituição
Contratante:

•Deve ser feita até 10 dias após a contratação.


• Informações a serem fornecidas: Nome da empresa contratada, serviços contratados,
países/regiões onde os serviços serão prestados ou dados armazenados (para contratação no
Comunicação ao exterior).
Banco Central:

• Convênio entre Banco Central e autoridades supervisoras dos países onde os serviços serão
prestados é necessário.
• A instituição contratante deve garantir que a prestação dos serviços não prejudique seu
funcionamento ou cause embaraço ao Banco Central.
Contratação no • Definição prévia dos países/regiões e alternativas para continuidade dos negócios em caso de
Exterior: extinção do contrato.

Importante!

As alterações contratuais devem ser comunicadas ao Banco Central em até 10 dias após a
modificação.

Em ausência de convênio estabelecido, a instituição que busca contratar serviços deve obter
autorização do Banco Central do Brasil. Isso abrange:

Notificação com, no mínimo, 60 dias de antecedência antes da contratação de um novo serviço.

Notificação, também com 60 dias de antecedência, em caso de mudanças nos termos contratuais
que alterem informações previamente comunicadas.

Garantia de que a legislação nos países e regiões onde os serviços serão prestados não restringe
o acesso às informações pelo Banco Central e pelas instituições contratantes.

As instituições financeiras sob a autorização do Banco Central do Brasil enfrentam regulamentações


robustas, especialmente no que diz respeito à continuidade de negócios e gerenciamento de
riscos. Essas regras visam garantir a estabilidade do sistema financeiro, bem como a segurança de
clientes e investidores.

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Uma preocupação central é o tratamento de incidentes cibernéticos relevantes. Com a crescente
dependência da tecnologia, é crucial que as instituições estejam preparadas para enfrentar ameaças
que possam comprometer a segurança de sistemas e dados. Portanto, as políticas de gerenciamento
de riscos devem detalhar procedimentos para identificar, avaliar e responder apropriadamente a
esses incidentes.

Além disso, é fundamental estabelecer procedimentos claros para interrupções de serviços de


terceiros, abrangendo cenários desde a substituição do provedor até o restabelecimento das
operações. Testes de continuidade de negócios, incorporando cenários de incidentes, desempenham
um papel crucial nesse processo, garantindo que as instituições estejam preparadas para situações
de crise.

Importante!

Os procedimentos de gerenciamento de riscos também devem incluir medidas para mitigar os


efeitos de incidentes relevantes e estabelecer prazos claros para retomar atividades interrompidas.
A comunicação é chave; as instituições devem relatar prontamente ao Banco Central do Brasil
qualquer incidente ou interrupção que configure uma situação de crise, junto com as medidas
tomadas.

Adicionalmente, as instituições financeiras são encorajadas a promover iniciativas de


compartilhamento de informações sobre incidentes relevantes, mesmo mantendo o compromisso
com o sigilo e respeitando os princípios da livre concorrência. Isso abrange o intercâmbio de dados
sobre incidentes recebidos de empresas prestadoras de serviços a terceiros, sendo essas informações
disponibilizadas ao Banco Central do Brasil. O compartilhamento de informações desempenha um
papel vital na detecção precoce e na resposta eficaz às ameaças cibernéticas em constante evolução,
contribuindo, assim, para a robustez da segurança cibernética no setor financeiro.

Ficam sujeitos à disposição do Banco Central do Brasil, por um período de cinco anos, os seguintes
documentos e informações:

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A ata da reunião do conselho
de administração ou, na
O documento referente à ausência deste, da diretoria da O documento relacionado ao
política de segurança instituição, caso seja plano de ação e resposta a
cibernética; formalizada a opção pela incidentes;
política de segurança
cibernética única;

A documentação sobre os
A documentação referente procedimentos de contratação
aos procedimentos de de serviços relevantes de
contratação de serviços processamento e
O relatório anual;
relevantes de processamento e armazenamento de dados e
armazenamento de dados e computação em nuvem, no
computação em nuvem; caso de serviços prestados no
exterior;

Os contratos para prestação Os dados, registros e


de serviços relevantes de informações relativos aos
processamento, mecanismos de A documentação com os
armazenamento de dados e acompanhamento e controle, critérios que configuram uma
computação em nuvem, com o com o prazo contado a partir situação de crise.
prazo contado a partir da da implementação desses
extinção do contrato; mecanismos;

O Banco Central do Brasil tem a prerrogativa de adotar as medidas necessárias para o cumprimento
da Resolução CMN 4.893/2021, podendo estabelecer:

Requisitos e procedimentos para o compartilhamento de informações;

Exigências de certificações e outros requisitos técnicos a serem solicitados das empresas


contratadas, pela instituição financeira contratante, na prestação dos serviços relevantes de
processamento e armazenamento de dados e computação em nuvem;

Prazos máximos para o reinício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes
interrompidos;

Requisitos técnicos e procedimentos operacionais a serem seguidos pelas instituições para o


cumprimento da Resolução CMN 4.893/2021.

Tome nota!

Adicionalmente, o Banco Central do Brasil reserva-se o direito de vetar ou impor restrições à


contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados e computação em nuvem, a
qualquer momento, caso constate o não cumprimento do disposto na Resolução CMN 4.893/2021,
estabelecendo prazo para a adequação dos referidos serviços.

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Momento da Questão

Questão inédita – Qual dos seguintes documentos deve ficar à disposição do Banco Central do
Brasil pelo prazo de cinco anos, conforme estabelecido pela Resolução CMN 4.893/2021?

a) a) Certificados de auditoria interna.

b) Relatórios trimestrais de desempenho financeiro.

c) Contratos de prestação de serviços de limpeza e manutenção.

d) Atas de reuniões sociais realizadas pela instituição financeira.

e) Documentos relativos à política de segurança cibernética.

Gabarito: Letra E.

Comentário: Conforme a Resolução CMN 4.893/2021, o documento relativo à política de


segurança cibernética é uma das informações que deve ficar à disposição do Banco Central do Brasil
pelo prazo de cinco anos. Essa medida visa assegurar a transparência, prestação de contas e o
cumprimento das regulamentações relacionadas à segurança cibernética por parte das instituições
financeiras autorizadas a operar pelo Banco Central.

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Parabéns por ter concluído o estudo da matéria!

Bora para cima!

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