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Esse material é totalmente focado no certame e aborda ponto a ponto do edital da disciplina
de Conhecimentos Bancários.
Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.
Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na banca
Cesgranrio.
Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: suporte@cadernomapeado.com.br e WhatsApp.
Bons Estudos!
Rumo à Aprovação!!
Pessoal!
CONTEÚDO
2 Operações de Crédito Bancário. 2.1 Cadastro de pessoas físicas. 2.2 Cadastro de pessoas jurídicas. 2.2.1
Tipos e constituição das pessoas. 2.2.2 Composição societária/acionária. 2.2.3 Forma de tributação. 2.2.4
Mandatos e procurações. 2.3 Fundamentos do crédito. 2.3.1 Conceito de crédito. 2.3.2 Elementos do crédito.
2.3.3 Requisitos do crédito. 2.4 Riscos da atividade bancária. 2.4.1 De crédito. 2.4.2 De mercado. 2.4.3
Operacional. 2.4.4 Sistêmico. 2.4.5 De liquidez. 2.5 Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito. 2.5.1
Clientes. 2.5.2 Operação. 2.6 Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos,
financiamentos e adiantamentos). 2.7 Operações de Crédito Geral. 2.7.1 Crédito pessoal e Crédito Direto ao
Consumidor. 2.7.2 Desconto de duplicatas, notas promissórias e cheques pré-datados. 2.7.3 Contas
garantidas. 2.7.4 Capital de giro. 2.7.5 Cartão de crédito. 2.7.6 Microcrédito urbano. 2.8 Operações de Crédito
Especializado. 2.8.1 Crédito Rural. 2.8.1.1 Conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; 2.8.1.2
Finalidades: operações de investimento, custeio e comercialização. 2.8.1.3 Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação,
condições. 2.8.2 Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de serviços: conceito,
finalidades (investimento fixo e capital de giro associado), beneficiários. 2.9 Recursos utilizados na
contratação de financiamentos. 2.9.1 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base legal,
finalidades, regras, administração. 2.9.2 BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atuação.
2.9.3 Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma de atuação. 2.10
Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.
4 Aspectos jurídicos. 4.1 Noções de direito aplicadas às operações de crédito. 4.1.1 Sujeito e Objeto do
Direito. 4.1.2 Fato e ato jurídico. 4.1.3 Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classificação
dos contratos; contratos nominados, contratos de compra e venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos
formais e informais. 4.2 Instrumentos de formalização das operações de crédito. 4.2.1 Contratos por
instrumento público e particular. 4.2.2 Cédulas e notas de crédito. 4.3 Garantias. 4.3.1 Fidejussórias: fiança e
aval. 4.3.2 Reais: hipoteca e penhor. 4.3.3 Alienação fiduciária de bens móveis. 4.4 Títulos de Crédito - nota
promissória, duplicata, cheque.
5 O Banco do Nordeste do Brasil S.A.: legislação básica, programas e informações gerais de sua atuação
como agente impulsionador do desenvolvimento sustentável da região nordeste.
9 Atualidades do mercado financeiro. 9.1 Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. 9.2
Internet banking. 9.3 Mobile banking. 9.4 Open banking. 9.5 Novos modelos de negócios. 9.6 Fintechs,
startups e big techs. 9.7 Sistema de bancos sombra (Shadow banking). 9.8 Funções da moeda. 9.9 O dinheiro
na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas. 9.10 Marketplace. 9.11 Correspondentes
bancários. 9.12 Arranjos de pagamentos. 9.13 Sistema de pagamentos instantâneos (PIX). 9.14 Segmentação
e interações digitais. 9.15 Transformação digital no Sistema Financeiro. 9.16 Lei Geral de Proteção de Dados
(LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações. 9.17 Legislação anticorrupção: Lei nº
12.846/2013 e Decreto nº 11.129 de 11/07/2022. 9.18 Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de
26/02/2021.
1) Introdução
O Banco Central do Brasil (BACEN) classifica as operações de crédito em três modalidades, vejamos:
Empréstimos:
Empréstimo Pessoal:
Capital de Giro:
Modalidade simples e amplamente
Financiamento para operação diária de
conhecida, sem vínculo específico de
empresas.
uso.
Adiantamento a Depositantes:
Disponibilização de recursos quando o
cliente não possui saldo ou excede o
limite de cheque especial.
Financiamentos:
Financiamento de Máquinas
Financiamento
Financiamento Rural: e Equipamentos:
Imobiliário:
Linha de crédito destinada Financiamento para aquisição
Modalidade de longo
a produtores rurais para de equipamentos, máquinas e
prazo para aquisição de
despesas de produção, bens de informática,
imóveis, sejam novos,
máquinas e benfeitorias. destinado à atividade
usados ou em construção.
econômica do cliente.
Essas operações de leasing podem ser classificadas como "financeiras" ou "operacionais", vejamos:
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Por outro lado, o leasing operacional tem um prazo mais curto, assemelhando-se a uma locação. Esse
tipo de contrato é mais utilizado quando o cliente não pretende, pelo menos inicialmente, adquirir o bem
permanentemente. Ele pode necessitar do bem apenas temporariamente ou desejar trocá-lo por um
modelo mais moderno assim que possível.
Essa flexibilidade torna o leasing uma opção versátil para as necessidades diversas dos clientes.
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(I) - Atraso entre 15 e 30 dias: Risco Nível B; (IV) - Atraso entre 91 e 120 dias: Risco Nível E;
(II) - Atraso entre 31 e 60 dias: Risco Nível C; (V) - Atraso entre 121 e 150 dias: Risco Nível F;
(III) - Atraso entre 61 e 90 dias: Risco Nível D; (VI) - Atraso entre 151 e 180 dias: Risco Nível G;
Tome nota!
Quanto às operações classificadas como risco Nível H, após 6 meses nesse patamar, contados a
partir do atraso superior a 180 dias, os registros em contas contábeis patrimoniais devem ser
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Ex.: Vamos considerar uma instituição financeira que concedeu um empréstimo a um cliente para
a aquisição de equipamentos industriais. Inicialmente, a operação é classificada como risco Nível C,
pois é uma operação de financiamento com destinação específica.
Suponha que, ao longo do tempo, o cliente comece a enfrentar dificuldades financeiras, resultando
em atrasos nos pagamentos. Após 60 dias de atraso, a classificação do risco é reavaliada e elevada
para Nível D, de acordo com as diretrizes da Resolução nº 2682.
Com base nessa reclassificação, a instituição financeira deve provisionar recursos mensalmente,
considerando o novo nível de risco. O percentual de provisionamento sobre o valor da operação,
agora classificada como risco Nível D, é de 10%. Isso significa que a instituição reserva uma
porcentagem desse valor para cobrir possíveis perdas.
Se a situação persistir, e após 180 dias de atraso, atingindo o risco Nível H, a instituição tomará
medidas adicionais, como a baixa dos registros em contas contábeis patrimoniais e a transferência
para contas de compensação. Esse processo ocorre após seis meses desde a classificação como risco
Nível H, mantendo a operação registrada em conta de compensação por pelo menos cinco anos,
enquanto são realizados os procedimentos de cobrança. Este é um exemplo prático de como as
diretrizes de nível de risco e provisionamento são aplicadas no setor financeiro.
Por outro lado, temos os riscos na atividade bancária que são fatores que representam potenciais
ameaças à estabilidade financeira e operacional das instituições bancárias. Esses riscos incluem:
Ex.: Um banco concede um empréstimo substancial a uma empresa que, posteriormente, enfrenta
dificuldades financeiras significativas e não consegue pagar a dívida conforme acordado.
Risco de Mercado: Refere-se às perdas potenciais devido a flutuações nos mercados financeiros,
como mudanças nas taxas de juros, câmbio e valores mobiliários.
Ex.: Uma instituição financeira investe considerável parte de seus ativos em títulos do governo. Se
houver uma súbita mudança nas taxas de juros, o valor desses títulos pode diminuir, resultando em
perdas para o banco.
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Risco Sistêmico: Relacionado à possibilidade de uma crise no sistema financeiro como um todo,
afetando várias instituições simultaneamente.
Ex.: Uma crise econômica global afeta vários setores, levando a uma queda generalizada nos
preços dos ativos. Isso pode desencadear uma série de eventos que impactam negativamente várias
instituições financeiras em todo o mundo.
Risco de Liquidez: Refere-se à incapacidade de uma instituição bancária cumprir suas obrigações
de curto prazo devido à falta de fundos disponíveis, o que pode levar a problemas de solvência.
Ex.: Um banco enfrenta uma retirada significativa de depósitos de clientes devido a rumores sobre
sua estabilidade financeira. Se o banco não tiver fundos suficientes em liquidez para atender às
demandas de saque, isso pode resultar em sérios problemas financeiros.
As operações de crédito geral referem-se a diversas formas de concessão de crédito por parte das
instituições financeiras. Elas desempenham um papel fundamental na economia, permitindo que os
consumidores e as empresas tenham acesso a recursos financeiros para atender às suas
necessidades. Duas categorias comuns de operações de crédito geral são o crédito pessoal e o
crédito direto ao consumidor.
O montante do
empréstimo e as O pagamento é feito
Pode ter taxas
Geralmente, condições são por meio de parcelas
de juros fixas
não requer determinados com mensais ao longo de
ou variáveis,
garantias base na avaliação da um prazo
dependendo do
específicas. capacidade de previamente
acordo.
pagamento do estabelecido.
tomador.
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Oferece a conveniência
As condições,
de pagamento
O bem como taxa de Pode incluir
parcelado, permitindo
adquirido serve juros e prazo, são seguros e outros
que o consumidor
como garantia geralmente custos
adquira produtos de
para o vinculadas ao tipo associados ao
valor mais elevado sem
empréstimo. de bem financiamento.
a necessidade de
financiado.
pagamento à vista.
Contratos bancários que envolvem o desconto de recebíveis de títulos mercantis, como nota
promissória, duplicata, letra de câmbio e cheque, são comuns no ambiente empresarial. Nesse
processo, o descontário, seja pessoa física ou jurídica, transfere um título de crédito a terceiros
(banco descontador) e recebe antecipadamente o valor do título, descontando os juros
correspondentes ao período entre a antecipação e o vencimento. A operação é marcada pelo
empréstimo de dinheiro, antecipação de juros e transferência da propriedade do título por meio de
endosso.
A doutrina considera esse contrato como um acordo com características reais, oneroso e bilateral.
Em casos de inadimplência do devedor dos títulos junto ao banco, que adquire a propriedade do
título, o banco pode exigir o crédito na data de vencimento, sem eximir a responsabilidade do
descontário (direito de regresso). A transferência da propriedade do título ocorre, e o banco tem o
caminho da execução para recuperar o crédito caso o devedor não efetue o pagamento.
Cheques, duplicatas e notas promissórias são títulos de crédito comuns em transações comerciais,
cada um com suas características e diferenças. Esses documentos representam o direito a um crédito
de maneira eficiente e possibilitam a circulação e cobrança do seu valor.
De acordo com a legislação brasileira, títulos de crédito são considerados títulos executivos
extrajudiciais, conforme o Artigo 784, inciso I do Código de Processo Civil. Isso significa que o
beneficiário pode iniciar uma ação de execução sem a necessidade de uma ação de conhecimento
prévia.
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Nota Promissória:
Promessa escrita e solene de pagamento.
Compromisso de alguém em pagar a outrem determinada quantia em dinheiro.
Prazo de 3 anos após o vencimento para ação executória contra o devedor.
Após o prazo acima, inicia-se o prazo de 3 anos para ajuizamento de ação de locupletamento ilícito.
Por outro lado, o cálculo de desconto de títulos é uma operação simples, realizado sob o regime de
juros simples (juro linear), diferentemente de outras operações do mercado financeiro que utilizam
cálculos exponenciais. Em caso de vencimento em um final de semana ou feriado, é comum ajustar
o vencimento para o próximo dia útil.
Uma prática frequente em operações de desconto é a cobrança do "D+" (D Mais), que representa a
adição de alguns dias ao prazo de vencimento dos recebíveis. Esse acréscimo visa remunerar a
operação pelos períodos referentes à compensação dos pagamentos, ou seja, o intervalo entre o
pagamento do título e o efetivo recebimento.
Os cálculos das operações de desconto são geralmente denominados "desconto por dentro",
"desconto racional" ou "desconto simples". Vejamos:
Já as operações de deságio, com juros exponenciais, são conhecidas como "desconto por fora",
"desconto composto" ou "desconto exponencial". Vejamos:
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4) Pessoa Natural
A pessoa física ou pessoa natural, é aquela que possui personalidade jurídica, ou seja, possui a
aptidão para ser titular de direitos e contrair obrigações na órbita jurídica. Conforme o art. 2º do
Código Civil:
Art. 2º do CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
É o ente de vida intrauterina. Também chamado de prole O feto nascido morto. Nesse
eventual, é aquele que não caso, ele deverá ser registrado
chegou a ser concebido. em livro próprio do cartório
de pessoas naturais.
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O art. 45 do Código Civil prevê que o registro da pessoa jurídica é constitutivo (a personalidade só
surge com o registro), já que por ele se inicia a existência da pessoa jurídica.
4.2) Domicílio
De acordo com o art. 70 do CC, o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
No caso de haver pluralidade de residências, estabelece o art. 71 que será considerado domicílio
qualquer delas.
O chamado domicilio aparente encontra-se tipificado no art. 73 do CC que prevê que se terá por
domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
Haverá mudança de domicílio quando for transferida a residência, com a intenção manifesta de se
mudar.
Por fim, o domicílio necessário, legal ou compulsório: é aquele que, em razão de uma qualidade da
pessoa, será estabelecido por lei. Possuem domicílio necessário:
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Preso: lugar onde cumpre sua condenação definitiva. Logo, se a prisão for provisória, não há
domicílio necessário.
A base legal para as operações do BNDES está fundamentada na Lei nº 1.628, de 20 de junho de
1952, que criou o BNDES. Além disso, outras leis e regulamentações, como a Lei nº 6.404/76 (Lei das
Sociedades por Ações) e a Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), também podem ser aplicáveis às suas
operações.
A finalidade do BNDES, por meio do FINAME, é oferecer recursos financeiros para empresas
adquirirem máquinas, equipamentos, veículos e sistemas industriais nacionais. Esses recursos
destinam-se a promover o desenvolvimento econômico, a modernização do parque industrial e o
aumento da competitividade das empresas brasileiras.
O BNDES atua por meio de financiamentos diretos ou indiretos, utilizando recursos próprios ou
captados no mercado financeiro. No caso do FINAME, o BNDES pode financiar diretamente as
empresas ou atuar por meio de agentes financeiros credenciados, como bancos comerciais,
cooperativas de crédito e outras instituições financeiras autorizadas.
O BNDES classifica o porte da empresa ou instituição com base na receita operacional bruta anual
ou renda anual. As classificações são as seguintes:
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Quando a empresa faz parte de um grupo econômico, a classificação considera a Receita Operacional
Bruta (ROB) consolidada do grupo.
Podem ser financiados máquinas, equipamentos, bens de informática e automação, além de bens
industrializados. Os itens a serem financiados devem ser novos, de fabricação nacional e
credenciados pelo BNDES.
Como Solicitar?
Credenciamento
Análise e
Projeto: de Desembolso:
Enquadramento: Contratação:
Apresentação Fornecedores: Os recursos
O BNDES realiza Após a
do projeto Os fornecedores financeiros são
a análise do aprovação, o
detalhando as dos bens a serem disponibilizados
projeto e verifica contrato de
necessidades financiados conforme o
se ele atende aos financiament
de devem ser cronograma do
requisitos para o é assinado.
financiamento. credenciados no projeto.
enquadramento.
BNDES.
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É importante destacar que não serão financiados bens destinados à atividade de produção florestal
em florestas nativas.
Tome nota!
Para serem passíveis de financiamento pelo BNDES Finame, as máquinas e equipamentos devem
estar previamente credenciados no BNDES.
Abono Salarial: Também é utilizado para financiar o abono salarial, um benefício pago
anualmente a trabalhadores que atendem a determinados critérios, como ter recebido remuneração
média de até dois salários mínimos no período considerado.
FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior): Parte dos recursos do FAT
é destinada ao FIES, programa que financia a graduação de estudantes em instituições privadas de
ensino superior.
O FAT é alimentado por diversas fontes, sendo uma delas a contribuição das empresas para o
Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP). Essas contribuições são destinadas a diferentes programas, e parte delas é
direcionada ao FAT para custear suas diversas finalidades.
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Momento da Questão
( ) O FAT aporta recursos no PROGER Rural, uma linha de especial de crédito que financia
proprietários rurais, posseiros, arrendatários que utilizam, preponderantemente, mão-de-obra
familiar.
( ) O Fundo é gerido por um Conselho Deliberativo (CODEFAT), órgão colegiado, de caráter tripartite
e paritário, composto por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo.
( ) Os recursos do FAT advêm, em grande parte, das contribuições devidas ao PIS e ao PASEP.
a) F – F – V – V – V
b) V – V – V – V – V
c) F – F – V – V – F
d) F – V – V – V – F
e) V – V – F – V – V
Gabarito: Letra B.
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5.3) Microfinanças
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Hora da História
O Banco do Nordeste do Brasil lançou o programa CREDIAMIGO em 1997, visando atender a uma
parcela da população excluída do mercado financeiro convencional, especialmente do Sistema de
Crédito. O programa concentra-se em microempreendedores urbanos envolvidos em atividades nos
setores de serviços, comércio e produção, abrangendo tanto o segmento formal quanto o informal.
Os recursos do Programa Crediamigo são obtidos no mercado e destinados aos interessados, com
a particularidade de não impor as exigências tradicionais do Sistema Financeiro. Grupos compostos
por 3 a 5 pessoas, preferencialmente com negócios próximos, são formados para solicitar o crédito
bancário.
Após a análise realizada pelo agente de crédito, os membros do grupo assinam o contrato, momento
em que cada indivíduo torna-se responsável por sua cota individual, além de ser corresponsável
pelos recursos destinados aos demais membros. O prazo máximo de financiamento é de três meses,
e as parcelas são pagas quinzenalmente.
Em apenas dois anos de operação, o programa realizou 176 mil operações de crédito, com um valor
médio de R$ 645,00 por operação, totalizando um montante de R$ 113,9 milhões. Esses dados
evidenciam o Programa CREDIAMIGO do Banco do Nordeste do Brasil como um dos mais relevantes
do país, considerando o público atendido.
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b) Consideram-se operações de microcrédito aquelas realizadas com pessoas jurídicas até o valor
de até R$ 20.000,00 e de pessoas físicas até R$ 10.000,00.
e) Nas operações de microcrédito, dentre as garantias exigidas, não é permitido o aval solidário em
grupo.
Gabarito: Letra C.
A. Esta afirmação é incorreta. Não apenas os bancos oficiais estão autorizados a realizar operações
de microcrédito. Existem diversas instituições financeiras, inclusive organizações não governamentais
(ONGs) e cooperativas de crédito, que podem atuar nesse segmento.
B. Esta afirmação é incorreta. O valor mencionado não é uma regra universal para todas as operações
de microcrédito. As condições podem variar de acordo com a política de cada instituição financeira
ou programa de microcrédito.
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2) Considerações iniciais
Contas Correntes:
Permitem a movimentação frequente de recursos, pagamentos e recebimentos.
Podem oferecer serviços como talão de cheques e cartões.
Produtos Bancários
Empréstimos e Financiamentos:
Oferecem capital financeiro para os clientes, seja para necessidades imediatas por
meio de empréstimos ou para aquisição de bens através de financiamentos.
Investimentos:
Incluem opções como Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito (LCI
e LCA), entre outros, que proporcionam aos investidores a oportunidade de obter
rendimentos.
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Conforme a Resolução n° 2.025 do BCB, para a abertura de conta é necessária a observância dos
seguintes requisitos:
I - qualificação do depositante:
a) pessoas físicas: nome completo, filiação, nacionalidade, data e local do nascimento, sexo,
estado civil, nome do cônjuge, se casado, profissão, documento de identificação (tipo,
número, data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas - CPF;
VI - assinatura do depositante.
Parágrafo 1º Se a conta de depósitos for titulada por menor ou por pessoa incapaz, além de
sua qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assistir ou o representar.
Art. 2º A ficha-proposta relativa a conta de depósitos à vista deverá conter, ainda, cláusulas
tratando, entre outros, dos seguintes assuntos:
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Parágrafo 1º A execução dos procedimentos de que trata este artigo pode ser atribuída a
correspondentes contratados nos termos da Resolução 2.707, de 30 de março de 2000, e
regulamentação posterior, não desonerando o gerente responsável pela abertura da conta de
depósito e o diretor designado nos termos do art. 15 desta resolução da responsabilidade
pelo cumprimento das disposições previstas na legislação e na regulamentação em vigor.
Parágrafo 2º A instituição deve adequar seus sistemas de controles internos voltados para as
atividades de abertura e acompanhamento de contas de depósitos, implantados nos termos
da Resolução 2.554, de 24 de setembro de 1998, com vistas a prever o monitoramento das
atribuições conferidas na forma do parágrafo 1º, bem como adotar políticas e procedimentos,
incluindo regras rígidas do tipo "conheça seu cliente", que previnam a utilização das
respectivas instituições, intencionalmente ou não, para fins de práticas ilícitas ou fraudulentas.
Art. 5º É proibida a abertura de conta sob nome abreviado ou de qualquer forma alterado,
inclusive mediante supressão de parte ou partes do nome do depositante.
Art. 11. A instituição financeira deve manter cartão com autógrafos atualizados do
depositante, podendo a ficha-proposta de conta de depósitos à vista servir para este fim.
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Art. 13. A instituição financeira deverá encerrar conta de depósito em relação à qual verificar
irregularidades nas informações prestadas, julgadas de natureza grave, comunicando o fato,
de imediato, ao Banco Central do Brasil.
Art. 14. As disposições desta resolução se aplicam a contas de depósitos existentes, inclusive
a contas de depósito de que trata a Carta-Circular nº 5, de 27.02.69, no que couber, devendo
a ficha-proposta conter a qualificação e identificação do responsável, no País, pela
movimentação da conta, quando for o caso.
Parágrafo único. Os cadastros relativos às contas referidas neste artigo deverão ser objeto
de verificação e atualização até 31.12.94.
Art. 15. As instituições financeiras deverão designar, expressamente, um diretor que deverá
zelar pelo cumprimento das normas de abertura, manutenção e movimentação das contas de
que trata esta resolução.
Parágrafo único. O nome do diretor designado nos termos deste artigo deverá ser informado
ao Banco Central do Brasil, no prazo máximo de 30 (trinta) dias da data de publicação desta
resolução.
Depósitos à vista: Os depósitos à vista referem-se aos valores mantidos em contas correntes e
são disponíveis para saque a qualquer momento pelo titular da conta. Esses depósitos não possuem
prazo determinado e geralmente não geram rendimentos significativos. São considerados depósitos
à vista os saldos disponíveis em contas correntes tradicionais.
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Tanto os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) quanto os Recibos de Depósito Bancário (RDBs)
são produtos financeiros emitidos por bancos e têm características similares, mas a principal
diferença entre eles é a liquidez. Vejamos:
Tipos de Remuneração:
Prazo de Vencimento:
Liquidez dos CDBs: Os CDBs geralmente possuem liquidez diária, o que significa que o
investidor pode resgatar seus recursos a qualquer momento antes do vencimento. Além disso,
alguns CDBs podem ser negociados no mercado secundário, permitindo a venda antes do
vencimento.
Liquidez dos RDBs: Os RDBs, por outro lado, têm uma característica de liquidez restrita. Eles
geralmente só podem ser resgatados no vencimento do prazo estipulado no momento da aplicação.
Não possuem a mesma flexibilidade de resgate diário que alguns CDBs oferecem.
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Cartão de Débito: Atrelado à conta corrente, permite pagamentos à vista. O valor da transação
é imediatamente debitado da conta do usuário.
Cartão de Crédito: Oferece uma linha de crédito ao usuário. As compras feitas no cartão são
acumuladas e faturadas mensalmente. É possível pagar o valor total ou optar pelo pagamento
mínimo.
Cartão básico: utilizado exclusivamente para fins de pagamento de compras/serviços, por ser um
cartão mais simples, possui menor tarifa de anuidade em relação aos demais.
Cartão diferenciado: permite um tratamento diferenciado dos clientes, com a oferta de serviços
não existentes no básico, como por exemplo, os serviços de benefícios ou recompensas.
Os cartões de crédito, sejam básicos ou diferenciados, podem envolver diversas taxas que os usuários
devem estar cientes. Vejamos as principais taxas associadas aos cartões de crédito:
Anuidade:
Valor cobrado anualmente dos titulares de cartões. Pode ser pago de
forma parcelada ou integral.
Importante!
Ao pagar apenas o valor mínimo ou qualquer quantia inferior ao total da fatura, os usuários podem
entrar no crédito rotativo, levando a cobranças adicionais de juros e custos financeiros no próximo
mês.
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A garantia, geralmente, é
o próprio bem - alienação
fiduciária.
5) Crédito Rural
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Art. 2º Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas
e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para
aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação em
vigor.
A referida lei também trata das modalidades de crédito rural, assim dispondo:
Art. 8º O crédito rural restringe-se ao campo específico do financiamento das atividades rurais
e adotará, basicamente, as modalidades de operações indicadas nesta Lei, para suprir as
necessidades financeiras do custeio e da comercialização da produção própria, como também
as de capital para investimentos e industrialização de produtos agropecuários, quando
efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural.
I - idoneidade do proponente;
II - Crédito Rural Orientado, como forma de crédito tecnificado, com assistência técnica
prestada pelo financiador, diretamente ou através de entidade especializada em extensão
rural, com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do
produtor e sua família;
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IV - Crédito para Comercialização com o fim de garantir aos produtores agrícolas preços
remuneradores para a colocação de suas safras e industrialização de produtos agropecuários,
quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural;
Art. 12. As operações de crédito rural que forem realizadas pelo Instituto Brasileiro de
Reforma Agrária, pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico, diretamente ou através de convênios, obedecerão às
modalidades do crédito orientado, aplicadas às finalidades previstas na Lei nº 4.5)04, de 30 de
novembro de 1964.
Art. 13. As entidades financiadoras participantes do sistema de crédito rural poderão designar
representantes para acompanhar a execução de convênios relativos à aplicação de recursos
por intermédio de órgãos intervenientes.
Art. 14. Os termos, prazos, juros e demais condições das operações de crédito rural, sob
quaisquer de suas modalidades, serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional,
observadas as disposições legais específicas, não expressamente revogadas pela presente Lei,
inclusive o favorecimento previsto no art. 4º, inciso IX, da Lei nº 4.5)95, de 31 de dezembro de
1964, ficando revogado o art. 4º do Decreto-lei nº 2.6)11, de 20 de setembro de 1940.
pessoas físicas ou
jurídicas envolvidas em
cooperativas de atividades relacionadas
Produtores rurais
produtores rurais à agricultura, como
pesquisa ou produção
de mudas.
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Recursos
Próprios de
Poupança Instituições
Letras de Recursos do Financeiras:
Depósitos à Rural: Similar
Crédito do BNDES e
vista: Parte à poupança Bancos
Agronegócio Fundos
dos depósitos tradicional, podem alocar
(LCA): Constitucionais:
à vista alocada no recursos
Recursos Fundos públicos
captados crédito rural próprios no
obtidos direcionados ao
pelos bancos por financiamento
através das financiamento
é direcionada cooperativas do crédito
LCAs do crédito rural,
ao crédito de crédito rural, com
financiam o subsidiados pelo
rural. rural e outras autorização
agronegócio. governo.
instituições. do Banco
Central do
Brasil.
6) Poupança
A poupança é uma reserva financeira, guardada para uma finalidade futura, com rentabilidade
definida por lei e que varia de acordo com a taxa Selic. Com relação ao seu rendimento, este é
creditado de acordo com a data-base, também chamada de “aniversário”. Essa data refere-se ao dia
em que foi feito o depósito ou transferência. O valor do rendimento, então, é creditado na mesma
data ou no dia útil subsequente. Isso ocorre a cada mês, para pessoa física, ou três meses, para
pessoa jurídica.
7) Capitalização
Composição dos Pagamentos: Um percentual dos valores pagos pelo adquirente, chamado de
subscritor, é destinado à construção de um montante que será restituído a ele após um prazo
determinado.
35
Cota de
Capitalização: Cota de
Fração que constitui o Carregamento:
Cota de Sorteio:
montante a ser Parcela destinada a
Destinada a financiar
devolvido ao compensar as
as despesas
subscritor, ajustado despesas
relacionadas aos
monetariamente e administrativas da
sorteios de prêmios.
acrescido de uma entidade que
rentabilidade disponibiliza os títulos.
específica.
Importante!
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) estabelece as diretrizes para o mercado de títulos
de capitalização.
Tome nota!
A rentabilidade dos títulos de capitalização é detalhada nas Condições Gerais de cada título. Por
determinação legal, o rendimento desses títulos deve ser no mínimo equivalente a 20% da taxa de
juros da poupança acrescido da TR (Taxa Referencial). Os prazos de vigência variam conforme a
modalidade do título de capitalização.
36
Previdência é uma espécie de reserva financeira que se faz no presente focando no futuro. Assim,
possui como objetivo ter um dinheiro acumulado para utilização quando o trabalhador se aposentar,
ou mesmo em caso de perda da capacidade laborativa.
Segundo dispõe o próprio site oficial do governo brasileiro, o Sistema Previdenciário Brasileiro é
composto por três regimes:
O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): como o nome diz, é um regime público
específico para servidores públicos concursados, titulares de cargo efetivo; e
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9) Consórcio
O Consórcio pode ser utilizado para os mais diversos bens e serviços como veículos, imóveis, móveis,
agropecuária etc.
1 - Simulação
2 - Contratação
4 - Oferta de Lance
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Investimento, a grosso modo, pode ser conceituado como a aplicação de determinado capital com
a expectativa de retorno futuro.
11) Seguros
Inicialmente vamos trabalhar alguns conceitos e explicações acerca do seguro que você deve ter em
mente para a sua prova:
Prêmio: valor que é pago pelo segurado (cliente) à seguradora nos contratos de seguros.
Apólice: documento emitido pela seguradora, que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo
cliente.
Indenização: o valor pago pela seguradora ao cliente, para cobrir os prejuízos causados pelo sinistro.
Franquia: é a quantia fixa expressa na apólice, a qual o segurado deve pagar para acionar o seguro
em caso de sinistro. É, na prática, um valor que a seguradora deixa de pagar.
Além disso, tenha sempre em mente que os seguros podem ser para proteção de risco às pessoas
ou de bens. Ademais, necessita que sejam riscos predeterminados, ou seja, os riscos que a
seguradora assume e que são fixados na apólice.
No Brasil, os seguros são normatizados pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e
fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Por fim, importante salientar que o contrato de seguro possui expressa previsão no Código Civil,
sendo importante para a sua prova ter o conhecimento das disposições gerais, vejamos:
39
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade
para tal fim legalmente autorizada.
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro,
e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.
Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração dos
elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco.
Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador.
Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice indicará o segurador que
administrará o contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos.
Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado,
do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.
Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do
prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.
Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do
qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o
direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.
Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segurado quaisquer
defesas que tenha contra o estipulante, por descumprimento das normas de conclusão do
contrato, ou de pagamento do prêmio.
Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto
do contrato.
Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente
suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à
garantia, se provar que silenciou de má-fé.
§ 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da
agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão
de resolver o contrato.
40
Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não
acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for considerável, o
segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato.
Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o sinistro ao
segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-lhe as
consequências.
Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas
de salvamento consequente ao sinistro.
Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o
segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio
estipulado.
Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa cláusula
contratual, não poderá operar mais de uma vez.
Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos
os atos relativos aos contratos que agenciarem.
Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido,
salvo se convencionada a reposição da coisa.
Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos seguros regidos por
leis próprias.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é descrito como o conjunto de entidades e sistemas que
facilitam as transferências de recursos no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Essencialmente, o SPB
constitui a infraestrutura que possibilita a liquidação e a custódia de recursos no Brasil. Dentro desse
sistema, as entidades responsáveis por operar as infraestruturas do mercado financeiro recebem o
nome de Instituições Operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF).
Além das IMF, que gerenciam os sistemas que compõem o SPB, também integram esse sistema as
instituições financeiras, as instituições de pagamento e os arranjos de pagamento. Dada a
complexidade e a importância desse sistema para a sociedade, qualquer falha, mesmo que parcial,
pode acarretar consequências significativas.
41
O SPB passou por grandes transformações, primeiro em 2002 com a criação do Sistema de
Transferência de Reservas (STR) e depois em 2013 com o surgimento das instituições de pagamentos
e dos arranjos de pagamentos.
Monitoramento em tempo real do saldo das contas Reservas Bancárias e Conta de Liquidação,
impedindo qualquer saldo devedor a qualquer momento.
Oferta de empréstimo ponte diário sem cobrança de juros (redesconto intradia), com o Banco
Central comprando títulos públicos federais dos bancos, que precisavam recomprá-los no mesmo
dia, com resultados financeiros registrados em tempo real nas contas Reservas Bancárias.
Sistema Selic realizando liquidação de operações com títulos públicos federais em tempo real.
Assunção do risco privado pelo setor, com regras mais rígidas para as câmaras de compensação
privadas, que passaram a adotar mecanismos eficazes de gerenciamento de riscos, como estabelecer
limites para os bancos com base em garantias prévias.
Além disso, houve a adoção de um mecanismo que incentivava os bancos a oferecerem novos
produtos à clientela, promovendo a migração de pagamentos de valor superior a R$ 5 mil, antes
realizados por cheques e DOC, para instrumentos de pagamento eletrônicos bem estruturados,
como o TED.
42
Sistema de
Pagamentos Brasileiro
demais Instituições
(SPB)
Operadoras de
Infraestruturas do
Mercado Financeiro
(IMFs)
instituições e arranjos
de pagamentos
Ex.: até 2018, cada banco tinha seu limite para pagamentos de boletos em dinheiro. No entanto,
o Conselho Monetário Nacional (CMN) reorganizou essa dinâmica em 2018, estabelecendo que
boletos acima de R$10 mil não poderiam mais ser pagos em espécie.
Além disso, os bancos foram obrigados a comunicar entre si quando houvesse o pagamento em
dinheiro de boletos emitidos por outros bancos. A partir de 2019, os bancos não podiam recusar a
liquidação de boletos abaixo de R$10 mil. Essas medidas simplificaram as operações de pagamento,
tornando-as mais seguras e eficientes para os consumidores, evitando situações desagradáveis de
filas longas para descobrir que o pagamento não seria possível.
Nesse contexto, o Banco Central do Brasil desempenha um papel crucial no zelo pelo bom
funcionamento do sistema. Ele exerce vigilância contínua sobre as IMF e participa ativamente no
processo, garantindo a estabilidade e eficiência do SPB. O texto destaca a sensibilidade do assunto
e enfatiza a responsabilidade do Banco Central em assegurar a integridade e o adequado
desempenho desse componente vital para a economia.
43
TED (Transferência Eletrônica Disponível): Similar ao DOC, mas sem valor máximo desde 2016. A TED não
possui valor mínimo, e a liquidação ocorre de forma diferente do DOC.
DOC (Documento de Ordem de Crédito): Uma ordem de transferência interbancária de fundos, utilizada
para montantes inferiores a R$5.000. A liquidação dos DOCs ocorre no dia útil seguinte à ordem.
Pix: Destaque merecido, o Pix é um método moderno de transferência instantânea que permite
transações em tempo real, sendo um dos mais recentes e eficientes instrumentos de pagamento.
Cartão: Instrumento utilizado para realizar pagamentos, disponível nas modalidades crédito, débito e pré-
pago.
Importante!
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que o meio de pagamento DOC terá suas
funções de emissão e agendamento disponíveis somente até as 22h de 15 de janeiro, sendo
descontinuado posteriormente. Importante ressaltar que a última data para agendamento de DOC
é 29 de fevereiro, quando o sistema será encerrado definitivamente. Os bancos terão até essa data
para processar os agendamentos enviados pelos clientes.
Tome nota!
44
Regulamento: Define o tipo de obrigação que pode ser liquidada, participantes, horários de
liquidação, situações de inadimplência, etc.
Tipo e Horário de Liquidação: Pode ser bruta, líquida ou híbrida, com horários específicos
para as liquidações.
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Tipos de Sistemas:
Imagine que, ao longo de um dia, o Banco A e o Banco B realizam diversas transações entre si. Ao
final do dia, todas essas operações são somadas e compensadas, e a liquidação ocorre pelo saldo
final entre os dois bancos. Se uma instituição falhar no pagamento, o risco de liquidação afeta todas
as transações acumuladas.
No sistema LBTR, cada transação entre o Banco A e o Banco B é liquidada em tempo real. Se o Banco
A transferir R$20.000 para o Banco B, esse valor é imediatamente debitado da conta de reservas
bancárias do Banco A e creditado na conta do Banco B. Isso ocorre individualmente para cada
transação.
Um sistema híbrido pode envolver alguma compensação contínua ao longo do dia, mas sem esperar
até o final do dia para compensar todas as operações. Pode combinar características de LDL e LBTR
para equilibrar eficiência e risco de liquidação. Por exemplo, as transações podem ser acumuladas
ao longo do dia, mas compensadas e liquidadas mais frequentemente do que em um sistema
puramente LDL.
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O STR opera como um sistema de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), processando transações
individualmente no momento em que são enviadas. Todas as operações, incluindo aquelas
relacionadas a câmbio, títulos e valores mobiliários, são liquidadas no STR. O processamento ocorre
por meio de lançamentos nas contas que os participantes mantêm no Banco Central, que é
conhecido como o "banco dos bancos". Existem dois tipos de contas no STR:
Tome nota!
No STR, são processadas transações como TED, DOC, cheque e boleto, desde que ultrapassem o
Valor de Referência para Liquidação Bilateral (VRLB), específico para cada tipo de instrumento.
Valores inferiores ao VRLB são processados em outros sistemas, com liquidação diferida líquida ou
híbrida.
Importante!
As transferências de fundos no STR são irrevogáveis, ou seja, não é possível cancelar uma operação.
Para reverter uma transação, é necessário realizar outra no sentido contrário. Além disso, o sistema
é estruturado de forma a não permitir lançamentos a descoberto, garantindo assim a solidez e a
integridade do sistema.
13) Cheque
O cheque é mais do que um simples pedaço de papel; é uma ordem de pagamento à vista, emitida
pelo titular de uma conta corrente. Vamos desvendar alguns detalhes importantes sobre esse meio
de pagamento.
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Beneficiário Depositário:
(Favorecido): O banco para o qual o
Emitente
A pessoa para Sacado: dinheiro deve ser
(Sacador):
quem o cheque é O banco onde depositado.
O titular da
destinado. Quando o emitente tem Se o cheque não contém o
conta que
o nome está a conta de nome do beneficiário, ele se
emite o
preenchido, origem. torna ao portador, podendo
cheque.
chama-se cheque ser depositado por quem o
nominal. apresentar ao banco.
Cheque Cruzado: Duas linhas paralelas impedem o saque direto no caixa, permitindo apenas o
depósito.
Cheque Administrativo: Emitido pelo próprio banco, minimizando o risco de crédito, pois o
valor sai da conta do banco.
Cheque Especial: Limite disponibilizado para compensação de cheques, mesmo sem saldo
suficiente na conta, sujeito a juros.
Endosso: Transferir o direito de receber. Pode ser em preto (com indicativo do novo beneficiário)
ou em branco (sem indicar novo beneficiário).
A compensação de cheques entre diferentes bancos ocorre por meio da Compe (Centralizadora
de Compensação de Cheques), um sistema regulado pelo Banco Central do Brasil e operado pelo
Banco do Brasil.
48
O Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos (CCF) é um registro mantido pelo Banco do Brasil,
operado de acordo com as normas estabelecidas pelo Banco Central. Funciona como uma espécie
de "Serasa ou SPC" específico para cheques, registrando clientes que emitem cheques sem fundo.
Tome nota!
Se o cheque for devolvido por outro motivo que não os mencionados acima, o nome do cliente não
é registrado no CCF. No entanto, o beneficiário do cheque pode adotar outras medidas para
assegurar o recebimento do valor, mesmo sem a inclusão no CCF.
Importante!
Para remover o nome do CCF, o cliente deve comprovar ao banco responsável pela inclusão que
efetuou o pagamento do cheque. A comprovação pode ser realizada de três maneiras:
49
O banco deve fornecer um recibo para o pedido de exclusão, podendo cobrar uma tarifa pelo
serviço de remoção do nome do CCF. Este processo visa garantir a integridade do sistema de
compensação de cheques e proporcionar mecanismos para que os devedores possam regularizar
sua situação.
Nos dias atuais, o processo de compensação de cheques e títulos (boletos) passou por uma
significativa evolução, principalmente devido à informatização. Vamos abordar como funcionam
esses processos hoje em dia, destacando as mudanças em relação ao passado.
Compensação de Cheques:
Central de Compensação:
Depósito:
A Central de Compensação unifica o
Ao realizar um depósito em cheque, seja na movimento de todas as agências, formando
boca do caixa, caixa eletrônico (ATM) ou um arquivo que é transmitido ao Banco do
através de Internet Banking, os dados do Brasil, que atua como o executante da
cheque, incluindo a imagem, são coletados e compensação.
digitalizados.
Compensação e Lançamentos:
Transmissão para Compensação: O Banco do Brasil realiza a
Ao longo do dia, os dados e compensação, debitando e
imagens dos cheques são reunidos creditando os valores entre os
e transmitidos pelas agências para a bancos participantes. Os resultados
Central de Compensação do Banco. são lançados na conta de Reserva
Bancária.
Compensação de Boletos:
Compensação e Lançamentos:
Pagamento:
Compensação Eletrônica: O Banco do Brasil realiza a
O pagamento de boletos pode
Ao longo do dia, as agências compensação eletrônica,
ser feito na boca do caixa, caixa
processam os boletos e formam debitando e creditando os
eletrônico, Internet Banking, ou
um arquivo que é enviado para valores entre os bancos
até mesmo por aplicativos
a Central de Compensação do participantes. Os resultados são
bancários. Os dados do boleto
Banco. lançados nas contas correntes
são coletados e processados.
dos emitentes dos boletos.
50
Os boletos eram trocados de forma analítica, com os resultados unificados na conta do emitente
do boleto. Os bancos disponibilizavam arquivos para análise detalhada.
A Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) é uma associação civil sem fins lucrativos que integra
o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), regulada pelo Banco Central do Brasil. Ela opera vários
sistemas, incluindo o Sitraf e o Siloc. Vejamos:
Em relação aos sistemas de liquidação, enquanto os sistemas de transferência de fundos lidam com
obrigações monetárias, os sistemas de liquidação tratam de obrigações não monetárias, como
títulos públicos, ações e contratos de câmbio.
O Selic, operado pelo Banco Central do Brasil; O Selic é responsável por custodiar e registrar
transações com Títulos Públicos Federais, operando em LBTR.
51
1) Introdução
2) Aspectos jurídicos
52
Quanto ao Objeto: Bilaterais (geram obrigações para ambas as partes) e Unilaterais (geram
obrigações para apenas uma parte).
Contrato de Compra e
Sociedade: Acordo entre
Venda: Transmissão de Empréstimo: Envolve a Fiança: Um terceiro
pessoas para a realização
propriedade mediante cedência temporária de (fiador) se compromete a
de um objetivo comum,
pagamento, sendo um dos coisa fungível, como garantir o cumprimento
com divisão de
contratos mais comuns no dinheiro, com a obrigação da obrigação do devedor
responsabilidades, lucros e
comércio e nas transações de devolução. perante o credor.
prejuízos.
diárias.
53
Contratos Formais: Exigem uma forma específica para sua validade, como a escritura pública. A
formalidade busca conferir mais segurança e autenticidade ao negócio.
Contratos Informais: São celebrados de maneira livre, sem a exigência de uma forma específica.
A validade desses contratos baseia-se no acordo de vontades entre as partes.
Uma operação de crédito é um contrato entre duas partes: o tomador (devedor) e o credor. Nesse
acordo, o credor disponibiliza recursos financeiros ao tomador, que deve devolver o montante com
juros em um prazo determinado. O objetivo desse contrato é regular a relação entre as partes,
seguindo a legislação e regulamentos competentes.
Assim que o contrato é firmado, a operação de crédito se torna efetiva, liberando recursos através
de empréstimo ou outras formas, como financiamentos ou garantias. A liberação do crédito é
baseada em critérios definidos, que incluem:
análise de
cadastro do aprovação do formalização
risco de
cliente crédito do contrato
crédito
Para garantir uma gestão eficaz de riscos, as instituições financeiras utilizam diversos parâmetros. A
análise de risco considera não apenas o histórico financeiro do cliente, mas também a situação
financeira atual, permitindo uma avaliação mais precisa.
54
Esses critérios combinados permitem uma visão abrangente da capacidade financeira do tomador
de crédito, auxiliando as instituições financeiras na tomada de decisões mais informadas e na
mitigação de riscos associados à concessão de crédito.
Além disso, o BACEN implementou medidas para prevenir crimes financeiros, como lavagem de
dinheiro e financiamento ao terrorismo. Isso inclui a avaliação interna dos riscos associados aos
clientes, à instituição, às operações e às atividades dos funcionários.
3) Garantias Fidejussórias
O Sistema de Informações de Créditos do Banco Central – SCR desempenha um papel crucial como
um mecanismo de registro e consulta de informações relacionadas a operações de crédito, avais,
fianças prestados, e limites de crédito concedidos por instituições financeiras a pessoas físicas e
jurídicas no território nacional.
Tome nota!
Todas as operações de crédito que ultrapassam o montante de R$200,00 (duzentos reais) no Brasil
são obrigatoriamente registradas nesse sistema. A gestão do SCR fica a cargo do Banco Central
55
3.1) Aval
Aval é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa ou instituição financeira que se
compromete a pagar uma dívida em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que
o credor tenha mais segurança ao conceder um empréstimo ou financiamento.
Um avalista precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como aval. Além disso,
ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar com as
consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o avalista leia cuidadosamente o
contrato antes de assiná-lo.
Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do avalista, que passa a ser responsável
pelo pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo
restrições ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o avalista avalie cuidadosamente
se tem condições financeiras e disponibilidade para atuar como aval antes de assinar o contrato.
4) Fiança
Fiança é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa que se compromete a pagar uma dívida
em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que o credor tenha mais segurança ao
conceder um empréstimo ou financiamento. A fiança é frequentemente utilizada em contratos de
aluguel, por exemplo.
Um fiador precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como fiador. Além
disso, ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar
com as consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o fiador leia
cuidadosamente o contrato antes de assiná-lo.
Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do fiador, que passa a ser responsável pelo
pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo
restrições ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o fiador avalie cuidadosamente
se tem condições financeiras e disponibilidade para atuar como fiador antes de assinar o contrato.
56
Penhor Mercantil é uma garantia de crédito que consiste na entrega de bens móveis, como joias,
artigos de ouro, prata ou platina, para garantir o pagamento de uma dívida. O bem fica retido pelo
credor até que a dívida seja quitada. Se o devedor não cumprir com suas obrigações financeiras, o
credor pode vender o bem penhorado para cobrir o valor devido.
O penhor mercantil é uma opção de garantia de crédito mais acessível do que outras formas, como
aval ou fiança, pois não requer que o devedor tenha uma boa situação financeira ou creditícia. Além
disso, a entrega do bem para penhora é geralmente mais rápida e fácil do que outras formas de
garantia.
6) Alienação Fiduciária
Alienação Fiduciária é uma forma de garantia de crédito em que o bem é entregue ao credor como
garantia, mas mantém a propriedade do devedor. O credor tem o direito de vender o bem em caso
de inadimplência, mas o valor obtido com a venda deve ser utilizado para cobrir o valor devido. Essa
forma de garantia é comumente utilizada em financiamentos imobiliários.
A Alienação Fiduciária permite que o devedor tenha acesso a crédito sem precisar vender seu bem,
como é o caso do penhor mercantil. Além disso, o devedor pode continuar usufruindo do bem
enquanto cumpre com suas obrigações financeiras, o que pode ser uma vantagem em relação a
outras formas de garantia.
7) Hipoteca
Hipoteca é uma forma de garantia de crédito em que o devedor entrega ao credor o direito de
penhor sobre um imóvel como garantia de pagamento de uma dívida. O credor tem o direito de
vender o imóvel em caso de inadimplência para cobrir o valor devido. A hipoteca é registrada em
cartório de imóveis, tornando o direito de penhor sobre o imóvel oficial e vinculante.
57
8) Fianças Bancárias
Fianças Bancárias são instrumentos financeiros utilizados para garantir contratos e obrigações de
terceiros. Nesse tipo de fiança, o banco é o instituidor da garantia e se responsabiliza perante a outra
parte pelo cumprimento das obrigações assumidas pelo fiador principal.
Resumindo o conteúdo
Aval é uma garantia pessoal emitida por uma pessoa, geralmente com bom histórico creditício, que
se compromete a pagar a dívida caso o devedor não cumpra com seus compromissos.
Fiança é uma garantia pessoal onde uma pessoa ou empresa se compromete a pagar a dívida em
caso de inadimplência do devedor.
Penhor Mercantil é uma garantia real onde uma mercadoria é dada como garantia para o
pagamento de uma dívida.
Alienação Fiduciária é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um bem para
o credor, que passa a ter o direito de vender o bem caso o devedor não cumpra com seus
compromissos.
Hipoteca é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um imóvel para o credor,
que passa a ter o direito de vender o imóvel caso o devedor não cumpra com seus compromissos.
58
1) Introdução
2) Considerações iniciais
Hora da História
O Banco do Nordeste do Brasil S. A. foi criado em 1952 pela Lei Federal nº 1649, com a missão inicial
de atuar no Polígono das Secas, uma área periodicamente afetada por longos períodos de estiagem.
Ao longo de 70 anos, sua atuação expandiu-se para cerca de 2 mil municípios, cobrindo os nove
estados da Região Nordeste, além de parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. O banco lidera em
recursos de longo prazo e crédito rural em sua área de atuação.
Figura 1 – Evolução das delimitações do Polígono das Secas no século XX
59
O BNB é uma instituição financeira múltipla, de economia mista, com mais de 90% do capital sob
controle do Governo Federal. Sua sede está em Fortaleza, Ceará. Atende a diversos segmentos, como
empresas, associações, cooperativas, entidades governamentais e não-governamentais, produtores
rurais e empreendedores informais.
Importante!
Além dos recursos federais, o banco tem acesso a fontes de financiamento internas e externas, por
meio de parcerias com instituições nacionais e internacionais, como o Banco Mundial e o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID).
60
O Banco do Nordeste não se limita à intermediação financeira; também atrai investimentos, apoia
pesquisas e estudos, e promove o desenvolvimento por meio de projetos de grande impacto.
Desde 1954, mantém o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), responsável
pela produção de conhecimentos sobre a região e pelo planejamento de políticas e programas. Em
2016, criou o Hub Inovação Nordeste, visando impulsionar a inovação e apoiar empreendedores na
superação dos desafios regionais. Vejamos o disposto no art. 22 do Decreto-lei nº 1.376:
Art 22. O Banco do Nordeste do Brasil S.A. - BNB, o Banco da Amazônia S.A. - BASA e o Banco
do Brasil S.A. serão os agentes financeiros dos órgãos de desenvolvimento regional e setorial
para a gestão financeira de todas as medidas relacionadas com os Fundos de Investimentos
Regionais e Setoriais.
§1º. O Presidente do Banco é nomeado e demissível “ad nutum” pelo Presidente da República.
Art. 12. Os eleitos para o Conselho de Administração e Diretoria serão investidos nos seus
cargos no prazo de 30 (trinta) dias seguintes à eleição, mediante assinatura de termo de
posse no livro de atas do Conselho de Administração ou da Diretoria, conforme o caso.
61
62
Parágrafo único. Nos casos dos recursos previstos no inciso I deste artigo, será observada a
seguinte distribuição:
I - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte;
II - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Fundo Constitucional de Financiamento
do Nordeste; e
III - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-
Oeste.
Desde sua criação, o BNB tem sido uma peça fundamental para a implementação de políticas
públicas na região. Recebendo depósitos do Sistema 34/182 a partir de 1961, o banco facilitou a
política de incentivos fiscais no Nordeste, promovendo o desenvolvimento regional. Diversos
programas foram implementados, como o Fundo de Investimentos do Nordeste (FINOR) em 1974,
o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) em 1988, e, mais recentemente,
iniciativas como o Crediamigo e Agroamigo, programas de microcrédito produtivo que
impulsionaram o empreendedorismo local.
63
O BNB também desempenha um papel ativo na promoção da inovação, com a criação do Hub
Inovação Nordeste em 2016, apoiando empreendedores e ideias inovadoras para enfrentar os
desafios da região. Ao longo das décadas, o banco tem mantido seu compromisso com o
desenvolvimento sustentável, envolvendo-se em projetos de grande impacto, apoio ao
cooperativismo, expansão da infraestrutura hídrica e acesso à assistência técnica.
64
O banco atua como agente financiador, oferecendo suporte financeiro ao setor produtivo e à infraestrutura
socioeconômica regional. Esse papel é crucial para viabilizar projetos e iniciativas que contribuam para o
crescimento sustentável da área de atuação do BNB.
O BNB executa políticas governamentais, buscando uma maior interação com o Governo Federal, estados e
municípios. Essa atuação alinha-se com os objetivos e diretrizes estabelecidos pelos órgãos governamentais.
O BNB desempenha um papel proativo na captação de recursos, tanto nacionais quanto internacionais, e na atração
de investimentos produtivos para impulsionar o desenvolvimento econômico da região.
O banco atua como agente integrador e parceiro de entidades estatais, setor produtivo, organizações não-
governamentais e outras organizações da sociedade civil. Essa parceria visa implementar políticas públicas de
maneira eficiente na Região Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo.
O compromisso do Banco do Nordeste vai ainda mais longe ao buscar soluções integradas e
inovadoras. Além do suporte financeiro, oferece canais de informação que permitem um
atendimento especializado para aqueles que decidem investir na região. Essa abordagem
abrangente visa não apenas fornecer recursos, mas também capacitar e orientar os empreendedores,
fortalecendo assim o desenvolvimento econômico sustentável na área de atuação do BNB.
O FNE atende a mais de 2.000 municípios em nove estados do Nordeste, além do Norte de Minas
Gerais e do Espírito Santo, abrangendo diversos setores da economia, como agropecuário, industrial,
65
A operacionalização do FNE segue diretrizes legais que incluem destinação de recursos para o
semiárido, ação integrada com instituições federais na região, tratamento preferencial a pequenos
empreendedores, preservação do meio ambiente, conjugação de crédito com assistência técnica,
democratização do acesso ao crédito e apoio a atividades inovadoras.
Ao priorizar mini e pequenos produtores rurais, micro e pequenas empresas, a região semiárida e
municípios definidos pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), o FNE reforça sua
importância como instrumento de fomento ao desenvolvimento. O Banco do Nordeste anualmente
elabora propostas de aplicação de recursos, alinhadas com estratégias de ação, programas de
financiamento e planos estaduais, visando uma intervenção eficiente nas economias locais e o uso
efetivo dos recursos públicos.
O Banco do Nordeste oferece uma variedade de linhas de financiamento com recursos do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), abrangendo diferentes setores da economia.
Essas linhas visam impulsionar o desenvolvimento regional e promover atividades produtivas nos
estados do Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Algumas das linhas de financiamento
disponíveis são:
Cartão BNB Empresarial e Corporate: Cartão BNB para Micro e Pequenas Empresas:
Categoria: Crédito para Investimento Categoria: Crédito para Investimento
Crédito rotativo pré-aprovado para empresas de Crédito rotativo pré-aprovado para micro e pequenas
pequeno-médio, médio e grande porte. empresas.
FNE Giro:
FNE Comércio e Serviços: Categoria: Capital de Giro
Categoria: Crédito para Investimento Financiamento da aquisição isolada de matérias-primas,
Financiamento para os setores comercial e de serviços. insumos, mercadorias e gastos gerais para o
funcionamento do empreendimento.
Além disso, o BNB tem sido um agente importante na produção de conhecimento, por meio do
Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), financiando projetos de pesquisa e
disseminação de tecnologias. Seu envolvimento em programas como o Farol do Desenvolvimento e
66
Ecossistema de Inovação:
Gestão da Inovação:
Enfoca o desenvolvimento do
empreendedor inovador.
Oferece suporte às startups. Se materializa por meio de grandes linhas
de atuação, incluindo inovação aberta,
Estabelece relações sociopolíticas economia criativa e a busca pela
institucionais como caminho crucial para consolidação de uma cultura de inovação
a construção de parcerias estratégicas no Banco do Nordeste.
com líderanças e atores locais.
67
Os comitês locais e territoriais têm o papel de priorizar as atividades econômicas com maior
potencial competitivo. Eles estabelecem parcerias para reduzir entraves ao desenvolvimento,
promovem a expansão do crédito e organizam as atividades produtivas. O Programa atua na
promoção da cooperação entre empreendedores e parceiros, na difusão de tecnologia e inovação,
e no apoio à execução de políticas públicas que visam o desenvolvimento da população da Região
Nordeste.
A metodologia de trabalho do Prodeter e suas estratégias são resultado de ampla discussão interna,
envolvendo o quadro gestor e o quadro técnico do Banco do Nordeste, aproveitando a experiência
acumulada em iniciativas de desenvolvimento local e territorial. Essa abordagem visa garantir a
efetividade e a perenidade das transformações realizadas.
1) Introdução
68
A Ética vem do grego “ethos”, que possui como significado o modo de ser, o caráter. Posteriormente,
os romanos traduziram “ethos” como “mos”, cujo significado é costume, comportamento, estando
ligado à moral. Dessa forma, passou-se a tratar ética como algo ligado diretamente ao costume, bem
como passou a ser vista como indissociável da moral.
A ética é tida como uma ciência, ligada à filosofia e que se preocupa com o comportamento moral
humano. Como ciência, visa esclarecer, explicar e conceituar determinada realidade.
Por sua vez, moral são normas que regulam o comportamento individual dos seres humanos. Assim,
visa regulamentar as relações sociais.
Valores são os padrões de conduta de cada ser humano e, portanto, estão ligados à subjetividade
de cada um, ou seja, o que é um valor ético para determinada pessoa pode não ser para outra. A
cultural em que está inserida o indivíduo causa influência direta em seus valores.
Por outro lado, virtudes, estão ligadas à capacidade de decisão do indivíduo. De acordo com as
virtudes que possui, o indivíduo será capaz ou não de tomar decisões tidas como corretas e honestas.
Virtudes para
Aristóteles
A Ética Empresarial relaciona-se com o conjunto de valores e normas que vigoram em uma empresa
(ou entidade) e que respondem por meio de sua interação com o mercado e a sociedade.
69
Por seu turno, a Ética Profissional baseia-se em uma reflexão acerca da profissão escolhida por cada
indivíduo. A partir dessa escolha nasce os deveres profissionais que lhes são inerentes, por exemplo
no caso do juramento feito em determinadas profissões como advogado e médico.
Conforme visto, a ética faz parte do cotidiano, estando presente nas relações sociais. O ser humano
sempre se utiliza de valores éticos para a prática de atos. Não é diferente em relação às relações
existentes no serviço público.
Assim, a ética é algo essencial no serviço público, motivo pelo qual a administração pública, assim
como também as administrações privadas passaram a instituir códigos e outras normatizações
relacionadas à ética a serem seguidas por todos os servidores/colaboradores.
Necessário esclarecer, porém, que a moralidade administrativa é bem mais ampla do que a moral
adotada em outros aspectos da sociedade.
A gestão de ética nas empresas públicas, portanto, baseia-se em tudo aquilo que a lei permite
(princípio da legalidade), já nas empresas privadas baseia-se naquilo que a lei não proíbe.
Não obstante algumas diferenças entre a gestão da ética nas empresas públicas e nas empresas
privadas, é certo que em ambas se faz necessário a observância da ética como pilar das relações
organizacionais.
Conforme trazido pelo próprio Banco do Brasil em seu Código de Ética: A ética não atrapalha o lucro,
ela traz confiança. A confiabilidade é um dos maiores bens do mercado. Empresa transparente e
ética atrai investidores e clientes. A ética cria senso de pertencimento nos funcionários. Investir em
ética é investir no maior bem da empresa: a confiança no seu nome.
70
A Comissão de Ética do Banco do Nordeste foi estabelecida em 2002 e está subordinada à Comissão
de Ética Pública (CEP), seguindo o modelo das demais comissões de ética setoriais do Poder
Executivo Federal.
O Banco do Nordeste tem como missão ser o banco de desenvolvimento da Região Nordeste,
objetivando a promoção do desenvolvimento e a circulação de bens por meio da prestação de
assistência financeira, serviços, técnica e capacitação a empreendimentos de interesse econômico e
social.
Art. 6º Os agentes submetidos a este Código baseiam sua atuação nos seguintes princípios e
valores:
IV. Princípios de gestão como Meritocracia, Integridade, Inovação e Foco nos Clientes e
Resultados;
IX. Respeito aos direitos humanos fundamentais, sem afronta à dignidade e igualdade de
direitos;
XII. Isenção e imparcialidade nas atividades, evitando o uso da posição para benefícios
pessoais ou terceiros;
71
Art. 7º Todas as políticas e iniciativas institucionais devem estar alinhadas ao conteúdo deste
Código, respeitando integralmente seus dispositivos, sendo inadmissível qualquer
regramento interno que contrarie as diretrizes estabelecidas.
Na era complexa e dinâmica do setor financeiro, a construção e manutenção de relações sólidas com
órgãos reguladores, equipes de auditoria interna e externa são fundamentais para a integridade e
sustentabilidade das instituições.
72
Adicionalmente, o parágrafo único destaca a responsabilidade exclusiva dos mais altos cargos da
instituição, impedindo-os de opinar publicamente sobre questões sensíveis e de natureza ética,
reforçando o compromisso da alta administração com a imparcialidade e o respeito às autoridades
e processos decisórios. Vejamos como dispõe o código:
Art. 32 São condutas vedadas nas relações de trabalho, presenciais, virtuais ou remotas:
III Ser, mesmo que em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração
a este Código de Conduta Ética e Integridade;
IV Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer
pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
VII Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira,
gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares
ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outra pessoa para
o mesmo fim;
VIII Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
IX Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento do Banco do Nordeste;
X Desviar empregados ou colaboradores para atendimento a interesse particular;
XI Retirar das instalações do Banco do Nordeste, sem estar legalmente autorizado, qualquer
documento, livro ou bem pertencente ao Banco ou a terceiros;
73
XIII Apresentar-se embriagado ou sob o efeito de substâncias ilícitas no serviço ou fora dele
habitualmente;
XIV Cooperar com qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a
dignidade da pessoa humana;
II Do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão individual ou em órgão
colegiado.
Este conjunto de diretrizes delineia um ambiente de trabalho pautado pela ética, respeito e
responsabilidade, consolidando o compromisso do Banco do Nordeste com práticas empresariais
íntegras e transparentes.
O capítulo XIII do Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste delineia diretrizes
essenciais para o comportamento nas redes e mídias sociais, reconhecendo a crescente influência
desses canais na reputação e integridade institucionais. No ambiente dinâmico das interações
virtuais, o Artigo 33 estabelece a aplicação dos dispositivos do Código por todos vinculados à
instituição, destacando a responsabilidade inerente ao estar identificado como membro do Banco
do Nordeste.
O respeito ao direito à livre expressão é enfatizado no Artigo 34, contudo, salienta-se que o
comportamento individual, mesmo em interações pessoais, pode impactar diretamente na imagem
e integridade da instituição. O uso responsável das redes e mídias sociais é sublinhado no parágrafo
único, ressaltando a importância da responsabilidade, empatia e compromisso ético.
O Artigo 35 orienta o público-alvo a adotar posturas conscientes nas interações online, destacando
a responsabilidade sobre o que é publicado, a equivalência da má conduta no mundo virtual com
o real, o respeito às opiniões alheias, a prontidão para corrigir erros e a proibição de
comportamentos prejudiciais.
74
O Artigo 41 estabelece a obrigação de prevenir, coibir e reportar qualquer situação que sugira
conflito de interesses entre as responsabilidades públicas do Banco do Nordeste e interesses
privados, potenciais ou reais.
Tome nota!
O Artigo 42 enumera exemplos de situações que podem gerar conflito de interesses, vejamos:
Art. 42 São exemplos de situações que geram ou sugerem conflito de interesses e que devem
ser evitadas:
III Exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da sua natureza seja incompatível
com as atribuições do cargo, função ou emprego, considerando-se como tal, inclusive, a
atividade desenvolvida em áreas ou matérias correlatas;
O Artigo 43, por sua vez, regulamenta o exercício de atividades extrabanco pelos empregados,
impondo condições para garantir a ausência de conflitos. Sendo elas:
75
Importante!
Além disso, há proibição de aceitar brindes da mesma pessoa ou entidade em intervalos menores
que doze meses, e nos casos em que valor do brinde ultrapasse o limite estabelecido, vejamos:
§3º Se o valor do brinde ultrapassar o valor mencionado o inciso I do §1º acima, será ele
tratado como presente, aplicando-se-lhe, em caso de impossibilidade de recusa ou de
devolução imediatas, uma das seguintes providências:
76
Importante!
77
dirimir dúvidas;
supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta
Administração Federal;
Tome nota!
A Comissão de Ética é composta por três membros titulares, com respectivos suplentes, escolhidos
entre os empregados do Banco do Nordeste. O Presidente do Banco designa dois titulares e dois
suplentes, enquanto os empregados escolhem um titular e um suplente em eleição direta realizada
a cada três anos.
Importante!
Aos membros da Comissão de Ética do Banco do Nordeste, titulares e suplentes, será assegurada:
Parágrafo único: Caso o período do mandato seja inferior a três anos, será
calculado tempo de asseguramento de forma proporcional ao tempo de
exercício como membro na Comissão de Ética, limitado ao período de 12 meses.
78
Tome nota!
Qualquer pessoa, seja interna ou externa à instituição, tem o direito de apresentar denúncias
relacionadas a comportamentos que violem o estabelecido no Código.
A denúncia deve conter informações específicas, conforme descrito no Artigo 60, vejamos:
e a apresentação de elementos de
uma descrição detalhada dos fatos prova ou indicação de onde podem ser
encontrados
Além da Censura Ética, a Comissão de Ética do Banco do Nordeste pode adotar outras medidas,
cumulativa ou não, como a recomendação de dispensa de função de confiança ou a lavratura do
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP). As consequências da aplicação da censura
incluem a não recepção de promoção por mérito no processo em curso ou subsequente à decisão,
79
Tome nota!
A Comissão de Ética do Banco do Nordeste dará publicidade às decisões que resultem em sanção,
recomendação ou ACPP, resumidamente, sem a divulgação dos nomes dos envolvidos, no site
eletrônico da instituição.
Importante!
Quanto aos colaboradores que não são empregados do Banco do Nordeste, a Comissão de Ética do
Banco do Nordeste deve proceder à devida apuração dos fatos sem a aplicação de penalidade,
enviando o resultado ao gestor do contrato, com cópia ao Presidente do Banco do Nordeste, para
as providências cabíveis junto à empresa à qual o colaborador está vinculado.
I Repreensão: aplicada para condutas que descumpram deveres funcionais, sem indícios de
dolo ou má-fé, de gradação leve e que não justifique imposição de penalidade mais grave;
III Suspensão: aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência, nas
ocorrências de gradação média, ou de violação das demais proibições que não tipifiquem
infração sujeita à penalidade de rescisão contratual por justa causa. É expressa pelo
compulsório afastamento de empregado do exercício de suas atividades por período de até
30 (trinta) dias;
80
O Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste estabelece alguns pontos adicionais,
vejamos:
Estabelece que ninguém poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por
dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego
ou função pública.
Além disso, o Código deve passar por revisão a cada três anos.
1) Introdução
2) Considerações iniciais
81
Transição para uma Economia de Baixo Carbono: Apoio à transição para uma economia com
baixas emissões de carbono e contribuição para a mitigação dos impactos relacionados às mudanças
climáticas.
Todas as unidades organizacionais relacionadas com a PRSAC devem: Conhecer, aplicar e adotar
rotinas e procedimentos operacionais necessários para sua efetivação.
82
Conselho de Administração:
Corrigir tempestivamente deficiências relacionadas à PRSAC.
83
Importante!
A revisão da PRSAC deve ser realizada no mínimo a cada três anos, ou quando ocorrerem mudanças
regulatórias ou eventos considerados relevantes pelo Banco. Isso inclui, mas não se limita a:
Tome nota!
A relação dos setores econômicos sujeitos a restrições nos negócios devido a aspectos sociais,
ambientais ou climáticos, quando aplicável.
Facultativamente, a avaliação das ações quanto à sua contribuição para a efetividade da PRSAC.
84
1) Introdução
85
Gestão Socialmente
Tecnologia, Inovação e
Desenvolvimento Territorial e Responsável:
Pesquisa:
Espacialmente Distribuído:
Financiamento de atividades Promoção do desenvolvimento
produtivas e investimentos Estímulo à inovação, pesquisa e
pessoal e profissional dos
voltados para a redução das desenvolvimento científico e
funcionários, bem como a criação
desigualdades inter-regionais. tecnológico como parte do
de um ambiente de trabalho
suporte a setores produtivos.
saudável e inclusivo.
86
Superintendência de
Desempenha um papel crucial na
Políticas de
execução de políticas voltadas para o
Desenvolvimento
desenvolvimento sustentável.
Sustentável:
87
Além disso, o Banco do Nordeste se destaca por oferecer programas de crédito que não apenas
impulsionam o desenvolvimento econômico, mas também refletem um compromisso com a
preservação ambiental e práticas sustentáveis. Vejamos algumas das linhas de crédito oferecidas:
FNE Verde:
Crédito destinado à implantação, ampliação, modernização e reforma de empreendimentos sustentáveis. Esta
linha visa apoiar projetos que contribuam positivamente para o meio ambiente.
FNE Sol:
Especializada no financiamento de sistemas de energia provenientes de fontes renováveis para consumo
próprio. Essa linha promove a adoção de tecnologias limpas e a redução da pegada de carbono.
FNE Inovação:
Destinada a impulsionar inovações em produtos, serviços, processos e métodos organizacionais das empresas.
Essa linha de crédito incentiva a busca por soluções mais eficientes e sustentáveis.
Pronaf Agroecologia:
Proporciona crédito de investimento para sistemas de base agroecológica ou orgânica. Inclui suporte financeiro
para a implantação e manutenção de empreendimentos alinhados com práticas sustentáveis na agricultura.
Pronaf Semiárido:
Oferece apoio financeiro às atividades de agricultores familiares no semiárido nordestino. Essa linha visa
fortalecer economicamente as comunidades locais, considerando as características específicas da região.
Pronaf Floresta:
Proporciona financiamento, com base em projetos técnicos, para atividades florestais, como enriquecimento de
áreas, manutenção de áreas e exploração sustentável. Essa linha está alinhada com práticas que promovem o
manejo responsável dos recursos naturais.
Essas linhas de crédito não apenas oferecem condições vantajosas, como juros baixos e prazos
acessíveis, mas também incentivam práticas sustentáveis em setores-chave, demonstrando o
comprometimento do Banco do Nordeste com a promoção de um desenvolvimento econômico em
harmonia com o meio ambiente.
1) Introdução
88
2) Considerações iniciais
Revolução Industrial. Com esses avanços, houve um aumento significativo no uso de informática e
robótica.
Os bancos também estão sendo afetados por essa era digital, pois é impossível ignorar a grande
presença da tecnologia na vida das pessoas hoje. Vemos que nos últimos anos, a utilização de
tecnologias tem se tornado cada vez mais comum em todo o mundo.
Por exemplo, no Brasil, o sistema bancário tem passado por uma modernização ao longo dos anos.
Uma das grandes inovações foi o surgimento da Transferência Eletrônica Disponível (TED) em 2022,
que é um serviço de transferência em tempo real entre contas de diferentes instituições financeiras.
Isso trouxe mais agilidade e segurança às transferências de recursos.
Atualmente, todos os bancos oferecem sites e aplicativos (mobile banking) para que os clientes
possam acessar suas contas e realizar transações financeiras. No entanto, ainda há alguns clientes
que preferem manter uma relação tradicional com os bancos, mas a tendência é que a relação entre
cliente e banco se torne cada vez mais digital, especialmente devido à pandemia que estamos
enfrentando.
Muitas pessoas que antes não usavam aplicativos de bancos se viram "obrigadas" a utilizá-los para
evitar deslocamentos até as agências bancárias e diminuir o risco de contágio pelo Coronavírus.
Portanto, já se sabe que houve um aumento significativo no uso de canais digitais e tudo indica que
esse avanço veio para ficar.
Gera economia com espaço físico, que passa a ser cada vez menos necessário;
Facilita a atração de novos clientes, especialmente os jovens, que usam muito aplicativos;
89
Em 2020, o setor bancário representou 14% dos investimentos em tecnologia na economia global,
perdendo apenas para o Governo.
Apesar de todos os benefícios, a digitalização dos bancos também apresenta desafios, como altos
custos para implementar tecnologia segura, necessidade de mudança cultural interna e externa, e
concorrência com instituições inovadoras que já nasceram digitais.
Já existem novos modelos de instituições financeiras que não possuem agências físicas e têm toda
a relação com os clientes digital, desde a abertura da conta.
Isso impõe desafios adicionais aos bancos tradicionais, enquanto essas instituições inovadoras
também enfrentam desafios ao competir com os grandes bancos e manter seus clientes.
A partir dessa contextualização sobre bancos na Era Digital, será estudado tópicos específicos do
assunto, como o Internet Banking.
INTERNET BANKING
1) Conceito
O internet banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas
bancárias e realizem transações financeiras pela internet. É como se fosse o banco em casa ou no
escritório, pois é possível realizar diversas ações sem sair de casa ou do trabalho.
2) Características
Com o internet banking, é possível abrir uma conta corrente, pagar contas, fazer transferências entre
contas de um banco para outro, consultar saldo e extratos, fazer pagamentos de tributos, investir e
resgatar investimentos, solicitar empréstimos e muito mais.
Enfim, internet banking está associado ao acesso ao banco via computadores, diferentemente do
mobile banking que será estudado a seguir.
90
1) Conceito
O Mobile Banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas bancárias
e realizem transações financeiras através de seus smartphones, geralmente via aplicativos oferecidos
pelos bancos. É possível realizar as mesmas transações que podem ser feitas no Internet Banking.
2) Benefícios e desafios
O Mobile Banking traz benefícios para os bancos e os clientes, como redução de custos, agilidade
nas transações, análise de dados dos clientes e comodidade para os clientes realizarem transações
em qualquer lugar e hora.
Mas ele também traz desafios, como tornar os aplicativos acessíveis a todos os tipos de clientes,
garantir a segurança dos dados dos clientes e transformar o Mobile Banking em um canal de vendas.
OPEN BANKING
1) Noções Introdutórias
Open Banking é um conceito que se baseia na abertura dos sistemas bancários para permitir acesso
de terceiros às informações e funcionalidades dos bancos. O objetivo é fomentar a inovação e
aumentar a competição no mercado financeiro, permitindo que outras instituições, como Fintechs e
empresas de tecnologia, ofereçam novos serviços e soluções para os clientes.
No sistema bancário tradicional, um banco não tem acesso ao relacionamento que seu cliente possui
com outro banco, o que impõe maior dificuldade de competir com ele. Já no Open Banking: Com a
permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras
instituições participantes e acessam exatamente os dados autorizados pelos clientes. Todo esse
processo é feito em um ambiente seguro e a permissão poderá ser cancelada pela pessoa sempre
que ela quiser (BACEN, 2021).
Isso tende a aumentar a concorrência entre as instituições, permitindo que elas ofereçam produtos
e serviços mais adequados ao perfil dos clientes e redução de tarifas. Além disso, o
compartilhamento de dados também permite a "portabilidade de relacionamento", onde o cliente
pode levar seu histórico de bom pagador para outra instituição, sem precisar começar um
relacionamento do zero. Outra vantagem é a melhoria na experiência do usuário, com a possibilidade
de visualizar informações de contas de vários bancos em um único local e a comparação de produtos
e serviços entre as instituições, favorecendo a busca pela melhoria contínua.
91
Incentivar a inovação
Promover a concorrência
Para que os dados sejam compartilhados por meio do open banking é necessário que o cliente
autorize por meio de três etapas: consentimento; autenticação; confirmação.
A primeira etapa é o consentimento, onde o usuário dá sua autorização para que uma instituição
financeira ou de pagamento acesse e compartilhe suas informações financeiras com outras
instituições. Isso pode ser feito através de um aplicativo ou website específico, onde o usuário
seleciona as informações que deseja compartilhar e confirma sua decisão.
A segunda etapa é a autenticação, onde é verificada a identidade do usuário para garantir que ele
é realmente quem ele diz ser. Isso pode ser feito através de meios como login e senha,
reconhecimento facial ou digital, entre outros.
Por fim, a terceira etapa é a confirmação, onde o usuário é notificado sobre a operação que está
prestes a ser realizada, e tem a opção de confirmar ou cancelar a transação. Isso garante que o
usuário está ciente e consciente da operação que está sendo realizada, e que ele tem o controle final
sobre seus dados.
92
Etapas - Autorização de
compartilhamento de dados pelo Autenticação
cliente
Confirmação
Todas essas etapas devem ser realizadas via canais eletrônicos, preservando a segurança, agilidade,
precisão e conveniência. O BACEN impõe também que as três etapas sejam realizadas de forma
sucessiva e ininterrupta.
Somente instituições financeiras, instituições de pagamento e outras autorizadas pelo Banco Central
do Brasil podem participar do Open Banking.
No entanto, algumas instituições são obrigadas a se envolver. A Resolução 4553 do BACEN divide
essas instituições em 5 categorias, com as maiores instituições no segmento 1 e as menores no
segmento 5. As instituições do segmento 1 e 2 são obrigadas a participar, enquanto as demais
podem escolher se querem participar ou não."
O Open Banking é um sistema que já vigora em países da Europa, como Reino Unido, e está em
processo de implantação em países como o Chile e Austrália, além do Brasil.
O Banco Central do Brasil determina que a implantação do Open Banking no País se dará em quatro
fases, quais sejam:
93
2ª fase: é a autorização do
compartilhamento de dados pelo cliente.
3ª fase: é o compartilhamento de
serviços básicos: transações de
pagamento e de encaminhamento de
proposta de operação de crédito.
1) Noções introdutórias
A Era Digital trouxe mudanças na relação entre bancos e clientes. No entanto, essas transformações
afetam também as empresas em geral, pois surgem novos modelos de negócios nesse contexto. Um
modelo de negócio é "a forma como uma empresa cria, entrega e captura valor" (SEBRAE, 2021).
Em outras palavras, é a maneira como os recursos humanos e financeiros são organizados para
entregar valor aos clientes e gerar lucro para os proprietários/acionistas. Pode ser difícil entender
esses conceitos na prática, por isso fornecemos algumas ilustrações, como a ferramenta chamada
Diagrama de Canvas, que pode ser usada para criar um modelo de negócios.
Não há uma "receita" única para criar um modelo de negócios, cada empresa criará o seu de acordo
com suas especificidades, como perfil do público-alvo e a forma como deseja entregar valor.
94
Economia
Marketplace Gratuito Freemium Ecossistema Isca e anzol Assinatura
Colaborativa
Um marketplace é uma plataforma on-line que oferece produtos de diversas empresas. Ele funciona
como um shopping virtual, onde as marcas que não possuem sua própria loja podem alugar espaço
para expor e vender seus produtos. Exemplos de marketplaces incluem a Americanas, Netshoes e
Amazon.
No modelo gratuito ocorre o uso do serviço ou produto é oferecido sem cobrança, mas a empresa
obtém lucro através da utilização dos dados dos usuários para oferecer publicidade para empresas
parceiras. Exemplos: redes sociais.
Isca e anzol é o modelo de negócio em que a empresa oferece um produto a um preço baixo, com
baixa margem de lucro (como uma isca) e cobra preços mais altos para outros produtos que são
necessários para o primeiro funcionar (como o anzol). Um exemplo comum é as máquinas de café
de cápsulas, onde a margem de lucro é maior na venda de cápsulas que os consumidores precisam
comprar frequentemente e que não são baratas.
A partir da mudança de paradigma que tem ocorrido em face da Era digital e dos novos modelos de
negócios, surgiram alguns tipos empresas inovadoras, que implementam os novos modelos de
negócios, das quais serão estudadas adiante.
1) Conceitos e características
Fintechs são empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros inovadores, tais
como pagamentos, investimentos, empréstimos e seguros. Elas podem ser startups ou já
estabelecidas e competem com bancos tradicionais e outras instituições financeiras.
Ex.: Nubank, que oferece cartões de crédito e contas correntes digitais sem taxas bancárias e com
aplicativo para gerenciamento das contas.
Ex.: a Uber, que desenvolveu um aplicativo para solicitar transporte de forma fácil e rápida.
As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia, como Amazon, Google, Facebook e Apple,
que possuem uma ampla gama de produtos e serviços, e têm uma forte presença no mercado. Elas
têm uma grande capacidade de investimento e capacidade de inovar e adaptar-se a novos mercados,
incluindo o financeiro.
1) Conceitos e características
O shadow banking tem crescido rapidamente nos últimos anos, e hoje representa uma parcela
significativa do sistema financeiro global. Ele pode fornecer uma variedade de serviços financeiros,
96
Devido a esses riscos, as autoridades reguladoras estão trabalhando para aumentar a supervisão e
regulamentação do shadow banking. Isso inclui medidas para melhorar a transparência, aumentar a
capitalização e melhorar a gestão de riscos.
Além disso, as Fintechs e as startups também estão contribuindo para o crescimento e a evolução
do sistema de banco-sombra. Elas estão desenvolvendo novos modelos de negócios e tecnologias
que permitem que os consumidores façam transações financeiras sem precisar de intervenção de
bancos tradicionais. As Big Techs também estão entrando nesse mercado com força, como Google,
Facebook.
Ex.: Integrantes do Shadow Banking são: fundos de pensão; fundos de investimento (hedge e
convencionais); empresas de factoring; bancos de investimento, entre outros.
1) Noções introdutórias
A era digital tem trazido muitas mudanças na forma como as pessoas lidam com o dinheiro,
incluindo o surgimento de criptomoedas como o Bitcoin. As criptomoedas são moedas digitais
descentralizadas que usam tecnologias de criptografia para garantir e verificar transações, além de
controlar a criação de novas unidades.
Outra tendência na era digital é a crescente utilização de tecnologias financeiras inovadoras, como
o blockchain, que é a tecnologia subjacente às criptomoedas, e permite a criação de aplicações
financeiras descentralizadas e seguras.
97
Blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que permite a criação de registros confiáveis e
imutáveis sem a necessidade de uma autoridade central. É a tecnologia subjacente às criptomoedas,
como o Bitcoin, mas tem potencial para muitas outras aplicações além das financeiras.
Contudo, ainda é cedo para prever qual será o impacto a longo prazo do blockchain nas diferentes
indústrias.
3) Bitcoin
Bitcoin é uma criptomoeda, ou moeda digital, criada em 2009 por uma pessoa ou grupo de pessoas
usando o pseudônimo Satoshi Nakamoto. É a primeira e mais conhecida criptomoeda e é baseada
na tecnologia blockchain.
A principal característica do Bitcoin é que ele é descentralizado, ou seja, não é controlado por
nenhum governo, banco central ou autoridade financeira. Em vez disso, ele é controlado por uma
rede de computadores distribuídos ao redor do mundo. Isso permite que as transações com Bitcoin
sejam realizadas diretamente entre as pessoas, sem a necessidade de intermediários.
Outra característica importante do Bitcoin é que ele é limitado em sua oferta. O protocolo do Bitcoin
estabelece que somente 21 milhões de bitcoins podem ser criados, e até agora já foram minerados
mais de 18 milhões de bitcoins. Isso faz com que o Bitcoin seja comparado a um ativo financeiro, e
assim como outros ativos financeiros, o preço do bitcoin pode sofrer volatilidade.
O uso do bitcoin tem crescido ao longo dos anos, e hoje é possível utilizá-lo em vários comércios e
estabelecimentos, no entanto, ele ainda é considerado uma forma de investimento de alto risco e a
regulamentação a respeito dele varia de país para país. Além disso, sua utilização pode ser
complicada para pessoas que não tem familiaridade com tecnologias digitais.
4) Demais criptomoedas
Além do Bitcoin, existem muitas outras criptomoedas, também conhecidas como altcoins, que foram
criadas desde então. Algumas delas são muito semelhantes ao Bitcoin, enquanto outras possuem
características e objetivos diferentes.
98
Outra criptomoeda conhecida é o Litecoin. Ele foi criado em 2011 como uma versão "leve" do
Bitcoin, o que significa que as transações são processadas mais rapidamente e com taxas de
transação menores. Também possui uma oferta mais elevada, 84 milhões de unidades, comparado
com os 21 milhões do Bitcoin.
Existem muitas outras criptomoedas como Ripple, Monero, Tether, entre outras, cada uma delas
com sua própria finalidade e características. Enquanto algumas buscam ser uma forma de
pagamento, outras buscam ser uma forma de investimento ou até mesmo se concentram em
privacidade e anonimato. Assim como o Bitcoin, essas criptomoedas são consideradas investimentos
de alto risco e a regulamentação a respeito delas varia de país para país.
Ethereum
Litecoin
Bitcoin
Criptomoedas Ripple
Altcoins
Monero
Tether
Aproximadamente outras 17
mil altcoins
99
1) Noções Introdutórias
Os correspondentes bancários são instituições financeiras que atuam como agentes de outras
instituições financeiras, oferecendo serviços bancários em nome dessas instituições. Eles geralmente
são utilizados para ampliar a rede de atendimento de uma instituição financeira, permitindo que ela
atenda a uma área geográfica maior ou a um público específico.
2) Características
Os correspondentes bancários podem oferecer serviços como abertura de conta, depósitos, saques,
pagamentos e transferências. Eles também podem emitir cartões de crédito e débito, e oferecer
serviços de crédito, como empréstimos e financiamentos. Em alguns casos, eles também podem
oferecer serviços de investimento, como aplicações em títulos públicos e fundos de investimento.
Os correspondentes bancários são regulamentados pelo Banco Central e devem seguir as mesmas
regras e normas que as instituições financeiras regulares. Isso inclui questões de segurança, como
proteção de dados e combate à lavagem de dinheiro, além de exigências de capital e liquidez.
Eles são uma alternativa para as pessoas que vivem em áreas remotas e não tem acesso a um banco
tradicional, também podem ser utilizados para ampliar a rede de atendimento para pessoas que não
possuem documentação necessária para abrir conta em um banco tradicional, como imigrantes
ilegais.
No entanto, é importante lembrar que os correspondentes bancários podem cobrar taxas e tarifas
mais elevadas do que os bancos tradicionais, e que os serviços oferecidos podem ser limitados. Além
disso, os clientes devem ter cuidado ao escolher um correspondente bancário, verificando se ele é
regulamentado e se tem boa reputação.
1) Conceitos e características
O PIX é baseado em chaves de identificação, que podem ser endereços de e-mail, telefones celulares
ou CPF/CNPJ, e permite que as transações sejam realizadas sem a necessidade de informações
bancárias detalhadas, como números de conta e agência. Isso torna o processo mais rápido, fácil e
seguro.
100
1) Noções Introdutórias
A transformação digital no sistema financeiro tem sido um importante fator para o aumento da
eficiência, segurança e inovação nos serviços financeiros.
Algumas das principais tendências e desenvolvimentos no setor financeiro incluem: bancos digitais,
pagamentos eletrônicos, análise de dados, automatização e blockchain:
Bancos digitais: A crescente popularidade dos bancos digitais tem permitido que os clientes
realizem transações financeiras através de canais digitais, como aplicativos, sites e redes sociais, sem
precisar visitar uma agência bancária física.
Análise de dados: O uso de Big Data e análise de dados tem permitido que os bancos obtenham
insights valiosos sobre seus clientes, o que ajuda a melhorar os serviços e oferecer produtos
personalizados.
Em geral, a transformação digital no sistema financeiro tem permitido que os bancos e outras
instituições financeiras melhorem a experiência do cliente, aumentem a eficiência e reduzam os
custos, enquanto oferecem novos produtos e serviços
1) Introdução
Nesse momento, iremos estudar o tópico de um tema também muito recorrente nas provas de
conhecimentos bancários:
101
O Banco Central do Brasil determina que a moeda é um ativo que poderá ser utilizado nas transações
econômicas, desempenhando a função de denominador comum de valor monetário, fornecendo um
referencial para as demais mercadorias e, por fim, funcionando como reserva de valor para
transações que não são liquidadas imediatamente na entrega, mas como promessa futura.
Em síntese, a moeda é um objeto que desempenha três funções fundamentais, quais sejam: i) meio
de trocas; ii) unidade de conta; iii) reserva de valor.
meio de trocas
reserva de valor
Como vimos anteriormente, temos dois tipos de políticas monetárias utilizadas para garantir a
circulação de moeda, controle das taxas de juros e do crédito no Brasil.
102
Políticas Monetárias
Não convencionais
(Quantitative Easing)
Já a política contracionista reduz a oferta das moedas, com a finalidade de diminuir a inflação,
objetivando desacelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e diminuir a base monetária.
aumentar a inflação
Políticas monetárias
diminuir a oferta de moeda
desestimular o consumo e
Contracionista
desacelerar o crescimento
diminuir a inflação
É fácil identificar que as políticas monetárias são controladas através das taxas de juros, no qual
verifica-se, uma relação inversamente proporcional entre as taxas de juros e a inflação. Explico!
103
O Quantitative Easing ou flexibilização quantitativa (QE) é uma espécie de política monetária não-
convencional utilizada como forma alternativa com a finalidade de combater crises econômicas
graves ou reduzir danos econômicos, como forma de estimulação econômica quando as taxas de
juros residem próximas a zero.
No Quantitative Easing o banco central compra títulos (públicos ou privados) de longo prazo
no mercado aberto para aumentar a oferta da moeda e encorajar empréstimos e investimentos. A
compra destes títulos injeta um novo dinheiro à economia e também reduz as taxas de juros ao
aumentar a oferta de títulos de renda fixa. Além disso, expande o balanço do banco central.
Importante!
Além disso, bastante recorrente no tema a crise de 2008 nos Estados Unidos e o FED – Federal
Reserve, equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos, que adotou diversas medidas de
Quantitative Easing para expandir a sua base monetária e combater os efeitos da crise imobiliária.
104
a) Taxa SELIC
Na economia brasileira, temos a chamada Taxa SELIC sendo ela a taxa básica de juros da economia
que, basicamente, guia todas as outras taxas de juros que existem no mercado brasileiro. As
modalidades que envolvem empréstimos, de qualquer natureza, envolvem a taxa de juros. Desta
forma, como a taxa SELIC é a base das taxas de juros, sempre que a SELIC aumenta, todas as
outras taxas de juros também são elevadas, portanto, o custo do crédito será mais caro.
Ex.: Imaginamos que o consumidor gostaria de financiar um veículo. Caso a taxa SELIC for alta, o
preço dos juros do financiamento aumenta e consumidor não consome o produto.
A taxa SELIC meta é definida pelo COPOM com o objetivo de atingir a meta do IPCA (Índice oficial
de inflação no Brasil) definida pelo CMN.
b) Operações Compromissadas
As operações compromissadas são vendas de títulos de renda fixa realizadas por instituições
financeiras ao investidor com o compromisso de recompra.
Desta forma, quando uma instituição financeira faz uma determinada operação com outra instituição
financeira e dá como garantia um título privado (por exemplo, CDB), significa que o lastro desta
operação é o título privado. No advento do fim da duração da operação, ou seja, no advento do
compromisso de recompra, a instituição financeira que recebeu o título como garantia devolverá o
referido título e receberá os juros deste período.
título privado/
Instituição financeira A Instituição financeira B
público
Caso contrário, é possível realizar o processo inverso. A redução da taxa Selic ocorre quando o
BACEN compra os títulos públicos que estão em posse das instituições bancárias, injetando a moeda
e promovendo a liquidez para a expansão de crédito na economia.
Quando o BACEN realiza a venda do título de renda fixa a dívida do governo aumenta.
105
O edital trouxe expressamente a cobrança de legislação anticorrupção, outro tema muito importante
dentro do universo bancário.
Dentro deste assunto elencou a chamada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e o Decreto nº
8.420/2015 e suas alterações. Porém, este decreto foi revogado recentemente pelo Decreto
11.129/22 que regulamenta a referida lei. Assim focaremos no Decreto mais atual, em que pese a
previsão do edital.
Além disso, trabalharemos de forma conjunta a Lei Anticorrupção e o Decreto nº 11.129/22, mas não
se esqueça de realizar a leitura do conteúdo literal integralmente a fim de aumentar o seu
conhecimento acerca deste tema.
Até mesmo devido a mudança citada, este tema ganhou especial relevância, aumentando a chance
de ser cobrado, portanto, fique atento!
1) Disposições Preliminares
A Lei 12.846/13 dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela
prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
Sociedades Empresárias
Sociedades Simples
Sociedades Estrangeiras
Estas pessoas jurídicas serão responsabilizadas de forma OBJETIVA, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção praticados em seu interesse ou benefício,
exclusivo ou não.
106
Para a responsabilização da pessoa jurídica não é necessário que também ocorra a responsabilização
individual das pessoas naturais referidas. A chamada teoria da dupla imputação é, portanto,
dispensável na Lei Anticorrupção.
Aqueles dirigentes ou administradores que forem responsabilizados por atos ilícitos, somente o
serão na medida da sua culpabilidade.
No caso das chamadas sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo
contrato, as consorciadas, tem-se que serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos
previstos na Lei Anticorrupção, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado.
I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública estrangeira, ainda que
cometidos no exterior;
107
Conforme o art. 5º da Lei Anticorrupção, constituem atos lesivos à administração pública, nacional
ou estrangeira todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas acima mencionadas que atentem
contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou
contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública
ou celebrar contrato administrativo;
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos,
entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro
ou em organizações públicas internacionais.
108
Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos
lesivos na Lei Anticorrupção as seguintes sanções:
multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo
administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem
auferida, quando for possível sua estimação
Estas sanções ao serem aplicadas deverão ser fundamentadas, podendo ainda a aplicação ocorrer
de forma isolada ou cumulativa, a depender das peculiaridades do caso concreto e da gravidade e
natureza das infrações. Contudo, a aplicação destas sanções, não exclui, em qualquer hipótese, a
obrigação da reparação integral do dano causado.
Quanto à publicação extraordinária da decisão condenatória, tem-se que esta ocorrerá na forma de
extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação
na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de
circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta)
dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público,
e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções administrativas, nos termos
do disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:
I - multa; e
Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações administrativas à Lei nº
14.1)33, de 2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública e
tenha ocorrido a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também estará sujeita
a sanções administrativas que tenham como efeito a restrição ao direito de participar em
licitações ou de celebrar contratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.
109
I - a gravidade da infração;
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública
lesados; e
Para que se apure a responsabilização da pessoa jurídica, será instaurado processo administrativo, o
qual será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois)
ou mais servidores estáveis.
110
Atenção! O mínimo é 2, o que não impede que a comissão seja composta de mais servidores
estáveis.
A pedido dessa comissão, poderá o ente público, por meio do seu órgão de representação judicial,
ou equivalente, requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento das
infrações, inclusive de busca e apreensão.
É possível ainda que a comissão, de forma cautelar, proponha à autoridade instauradora que
suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
O citado processo deverá ser concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias (prorrogável)
contados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos
apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções
a serem aplicadas.
A defesa deverá ser apresentada pela pessoa jurídica no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir
da intimação.
A Lei Anticorrupção possibilita em seu art. 14 que seja desconsiderada a personalidade jurídica,
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos
ilícitos previstos na Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exercida de ofício ou mediante
provocação e poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará comissão, composta por dois
ou mais servidores estáveis.
111
§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de PAR não excederá cento e oitenta
dias, admitida a prorrogação, mediante solicitação justificada do presidente da comissão à
autoridade instauradora, que decidirá de maneira fundamentada.
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa jurídica, com a descrição das
circunstâncias relevantes;
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será feita nova intimação por meio
de edital publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apresentação de defesa
escrita será contado a partir da última data de publicação do edital.
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua defesa escrita no prazo estabelecido
no caput, contra ela correrão os demais prazos, independentemente de notificação ou
intimação, podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repetição de
qualquer ato processual já praticado.
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou eletrônico que assegure a
certeza de ciência da pessoa jurídica processada.
112
I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez dias, sobre as novas provas
juntadas aos autos, caso tais provas não justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou
II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as novas provas juntadas aos
autos justifiquem alterações na nota de indiciação inicial, devendo ser observado o disposto
no caput do art. 6º.
Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais
ou procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.
Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repartição pública, sendo autorizada
a obtenção de cópias, preferencialmente em meio digital, mediante requerimento.
Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas funções, poderá praticar os
atos necessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidos todos os meios
probatórios admitidos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de encerramento dos seus
trabalhos, que formalizará sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autoridade
instauradora, que determinará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final
para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias.
113
Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será encaminhado à autoridade
competente para julgamento, o qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo
órgão de assistência jurídica competente.
Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comissão, esta deverá ser
fundamentada com base nas provas produzidas no PAR.
Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade julgadora ao final do PAR será
publicada no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pelo julgamento do PAR.
Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de reconsideração com efeito
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da data de publicação da decisão.
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no PAR e que não apresentar
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo
para interposição do pedido de reconsideração.
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para decidir sobre a matéria alegada
no pedido de reconsideração e publicar nova decisão.
Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei nº 14.1)33, de 1º de abril de
2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública que também
sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados e julgados
conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito procedimental previsto neste Capítulo.
II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame de sua regularidade ou para
lhes corrigir o andamento, inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa
cabível.
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou com a entidade
atingida; ou
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de um órgão ou entidade da
administração pública federal.
Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, apurar e julgar PAR pela prática
de atos lesivos a administração pública estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito
procedimental previsto neste Capítulo.
4) Do Acordo De Leniência
Conforme dispõe o art. 16 da Lei Anticorrupção, a autoridade máxima de cada órgão ou entidade
pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo
administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
Para que o acordo seja celebrado, é necessário o preenchimento de forma cumulativo de alguns
requisitos:
115
A obrigação de reparar integralmente o dano causado continuará subsistindo, não ficando a pessoa
jurídica eximida de seu cumprimento.
Os efeitos provenientes do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram
o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto,
respeitadas as condições nele estabelecidas.
Lado outro, a proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do
respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo. Contudo, não
importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência
rejeitada.
Sendo descumprido o acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo
pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido
descumprimento.
O prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção será interrompido com o
acordo.
Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela
prática dos atos lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos
previstos na Lei nº 14.1)33, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com vistas
à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que colaborem efetivamente com as
investigações e o PAR, devendo resultar dessa colaboração:
Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delegação para negociar, celebrar e
monitorar o cumprimento de acordos de leniência relativos a atos lesivos contra outros
Poderes e entes federativos.
Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de leniência deverá:
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico,
quando tal circunstância for relevante;
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo a partir da data da propositura
do acordo;
117
§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI do caput corresponde aos valores
dos danos admitidos pela pessoa jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no
âmbito do devido processo administrativo ou judicial.
§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decorra, simultaneamente, dano ao ente
lesado e acréscimo patrimonial indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e
haja identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão:
I - computados uma única vez para fins de quantificação do valor a ser adimplido a partir do
acordo de leniência; e
Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deverá ser feita de forma escrita,
oportunidade em que a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi
orientada a respeito de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendimento
às determinações e às solicitações durante a etapa de negociação importará a desistência da
proposta.
§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR.
Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será submetida à análise de juízo
de admissibilidade, para verificação da existência dos elementos mínimos que justifiquem o
início da negociação.
I - interrompe a prescrição; e
118
Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leniência deverá ser concluída no
prazo de cento e oitenta dias, contado da data da assinatura do memorando de
entendimentos.
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado, caso presentes
circunstâncias que o exijam.
Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a sua rejeição não importará em
reconhecimento da prática do ato lesivo.
Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposições, cláusulas que versem sobre:
119
Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável de que trata o § 2º do art. 16 da
Lei nº 12.846, de 2013, levará em consideração os seguintes critérios:
Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto de ato normativo a ser editado
pelo Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União.
Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão concedidos em favor da pessoa
jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes
efeitos:
III - redução do valor final da multa aplicável, observado o disposto no art. 27; ou
IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previstas no art. 156 da Lei nº 14.1)33,
de 2021, ou em outras normas de licitações e contratos.
§ 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução de ações judiciais que tenham
por objeto os fatos que componham o escopo do acordo.
120
§ 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado, dentre outras formas, pela
análise de relatórios, documentos e informações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de
forma independente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas e de
conformidade com as políticas e visitas técnicas.
Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica colaboradora, a autoridade
competente declarará:
Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela autoridade competente, decorrente
do seu injustificado descumprimento:
III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências previstas nos termos dos acordos
de leniência e na legislação aplicável.
121
Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput considerará o grau de adimplência
da pessoa jurídica com as demais condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de
aperfeiçoamento do programa de integridade.
Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados em transparência ativa no sítio
eletrônico da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o interesse das
investigações.
5) Da Responsabilização Judicial
Ademais, possibilita o art. 19 que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o
Ministério Público, ajuízem ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
infratoras:
perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
122
Para que haja a dissolução compulsória da pessoa jurídica deverá ser comprovado:
Ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática
de atos ilícitos; ou
Ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
dos atos praticados.
É possível ainda que o Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial,
ou equivalente, do ente público requeira a indisponibilidade de bens, direitos ou valores
necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado
o direito do terceiro de boa-fé.
6) Disposições Finais
A Lei Anticorrupção, em seu art. 22 cria, no âmbito do Poder Executivo federal, o chamado Cadastro
Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reúne e dá publicidade às sanções aplicadas pelos
órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo.
Quanto ao CNEP, necessário trazer para análise os seguintes dispositivos da Lei Anticorrupção:
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:
II - tipo de sanção; e
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
quando for o caso.
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das
informações previstas no § 3º, deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo
descumprimento.
123
Quanto à multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados, estes serão destinados
preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
Um tema muito importante que você deve levar para a prova diz respeito à prescrição das infrações
previstas na Lei Anticorrupção, a qual se dará em 5 (cinco) anos, contados da data da ciência da
infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Quem precisa ficar de olho na Resolução CMN 4.893/2021? As instituições financeiras autorizadas
pelo Banco Central do Brasil estão no radar. Ah, e já adianto que instituições de pagamento têm sua
própria cartilha emitida pelo Banco Central.
E qual o objetivo dessa resolução? Simples: fortalecer a segurança dos dados e sistemas no mundo
financeiro, garantindo a integridade e confiabilidade nas operações bancárias.
Como criar essa política? Personalize! Ela deve ser compatível com o tamanho, risco, modelo de
negócio, natureza das operações e sensibilidade dos dados da instituição. Ah, se for cooperativa ou
parte de um conglomerado prudencial, podem seguir uma política única ou própria, decidida em
reuniões importantes. O que não pode faltar na política de segurança cibernética? Vamos ao
checklist:
124
Importante!
A política é um segredo guardado a sete chaves? Não! Deve ser divulgada aos funcionários e
empresas prestadoras de serviços, numa linguagem clara, acessível e detalhada de acordo com as
funções e sensibilidade das informações. E, claro, um resumo com as linhas gerais deve ser
apresentado ao público.
Tome nota!
Resumindo, a Resolução CMN 4.893/2021 coloca o setor financeiro em alerta, buscando fortalecer
as defesas contra ciberataques e garantir a tranquilidade nas transações bancárias.
125
• Convênio entre Banco Central e autoridades supervisoras dos países onde os serviços serão
prestados é necessário.
• A instituição contratante deve garantir que a prestação dos serviços não prejudique seu
funcionamento ou cause embaraço ao Banco Central.
Contratação no • Definição prévia dos países/regiões e alternativas para continuidade dos negócios em caso de
Exterior: extinção do contrato.
Importante!
As alterações contratuais devem ser comunicadas ao Banco Central em até 10 dias após a
modificação.
Em ausência de convênio estabelecido, a instituição que busca contratar serviços deve obter
autorização do Banco Central do Brasil. Isso abrange:
Notificação, também com 60 dias de antecedência, em caso de mudanças nos termos contratuais
que alterem informações previamente comunicadas.
Garantia de que a legislação nos países e regiões onde os serviços serão prestados não restringe
o acesso às informações pelo Banco Central e pelas instituições contratantes.
126
Importante!
Ficam sujeitos à disposição do Banco Central do Brasil, por um período de cinco anos, os seguintes
documentos e informações:
127
A documentação sobre os
A documentação referente procedimentos de contratação
aos procedimentos de de serviços relevantes de
contratação de serviços processamento e
O relatório anual;
relevantes de processamento e armazenamento de dados e
armazenamento de dados e computação em nuvem, no
computação em nuvem; caso de serviços prestados no
exterior;
O Banco Central do Brasil tem a prerrogativa de adotar as medidas necessárias para o cumprimento
da Resolução CMN 4.893/2021, podendo estabelecer:
Prazos máximos para o reinício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes
interrompidos;
Tome nota!
128
Questão inédita – Qual dos seguintes documentos deve ficar à disposição do Banco Central do
Brasil pelo prazo de cinco anos, conforme estabelecido pela Resolução CMN 4.893/2021?
Gabarito: Letra E.
129
130